No futuro de 2030, a tecnologia está onipresente, mas continua beneficiando mais aqueles com mais recursos. A democratização do conhecimento pela internet não se concretizou, e as diferenças sociais persistem. As pessoas vivem isoladas em casa, conectadas virtualmente, enquanto o planeta enfrenta problemas ambientais graves como degelo polar e eventos climáticos extremos.
1. UNISINOS
Comunicação Digital
Imaginários Tecnológicos
Profª: Adriana Amaral
Nelson Postay
Turma: 2010
15/03/2011
A era da informação em 2030 já está consolidada num alto nível de abrangência
tecnológica, nas mais diversas culturas e nas inúmeras atividades humanas. Infelizmente
o sistema continua a reproduzir uma concepção de mundo onde quem tem mais recursos
e poderes vai mais longe. A tão aclamada democratização do saber, através da
disseminação do acesso a grande rede e que partia do pressuposto de que o
aprimoramento da conexão e o amplo acesso a web, seriam a porta de entrada para um
mundo melhor, mostrou-se na prática um resquício do sonho das gerações pós malucos
californianos da segunda metade do século XX.
Reproduziram-se as diferenças, acirraram-se as disputas das empresas
transnacionais e o conhecimento e as informações tornaram-se a moeda forte no
equilíbrio do poder. Acessar o grande depositário do saber exige mais do que conexão, é
preciso habilidade e destrezas para filtrar o conteúdo e produzir informações relevantes.
Conexões estão disponíveis em todo o lugar, nos mais diversos artefatos. A
indústria do entretenimento disputa ferozmente a atenção das pessoas, oferecendo
prêmios e bonificações aos que mais tempo se mantiverem conectados. Softwares
sofisticados analisam as reações dos internautas através de poderosos leitores da retina
ocular que conseguem identificar o nível da atenção dos usuários, para só então
remunerá-los financeiramente. Já se registram casos de crianças condicionadas a esses
programas pelos próprios pais, com a finalidade do lucro. Já não se pede mais esmolas
nas sinaleiras. O lucro nas estradas virtuais é economicamente mais rentável.
Uma nova indústria se desenvolve rapidamente em torno das necessidades das
pessoas que estão cada vez mais conectadas. Uma nova dimensão de espaço privado se
consolida com o surgimento de um novo espaço de moradia, um novo cômodo da casa e
que não é mais a sala, não é mais o quarto, nem sequer se constitui numa ampla cozinha
aos moldes das famílias italianas, na verdade já nem existe uma cozinha. Todas as
paredes e divisórias, que eram fruto de um modelo Vitoriano de concepção do lar
burguês, começam a deixar de ter importância.
O espaço interno da vida privada, agora, é um só, como outrora fora nos tempos
imemoriais das cavernas. O espaço nos lares, não tem mais divisão, como outrora, nas
grandes ocas comunitárias das culturas indígenas. No entanto a queda das paredes
internas não potencializou a vida comunitária.
Com a virtualização da vida e do trabalho, não há mais tanta necessidade do
convívio social em ambientes físicos e com presença real. O ambiente externo, por
sinal, anda bastante perigoso, poluído e repleto de surtos de virus e o indivíduo se sente
2. desprotegido frente às inúmeras fragilidades que o novo estilo de vida provoca no
organismo dos “conectados”.
Esse novo estilo de vida esta provocando tamanhas transformações no ambiente
doméstico que parecem estar preparando o ser humano para longos períodos de
isolamento, nas já não tão distantes viagens para planetas longínquos, na busca de novos
ambientes a serem explorados. A vida no planeta azul esta se tornando insustentável
para os humanos. O planeta passou por um forte redimensionamento nos diversos
ambientes de manifestação da vida no planeta.
A tecnologia tem avançado rapidamente nos últimos anos ao ponto de as
inovações serem esperadas como algo corriqueiro e, portanto, não impressionam mais,
como ocorria há algum tempo atrás. A expectativa esta no lançamento de novos
programas de entretenimento lucrativo.
Mudanças importantes na geografia do planeta têm ocorrido desde o inicio
inesperado das movimentações das placas tectônicas do planeta, que provocaram os
eventos cataclísmicos e nucleares que devastaram o Japão e parte da Ásia, desde o
início da década de 2010.
O Grande Degelo dos Pólos tem transtornado a vida no planeta a tal ponto que
existe uma sensação de instabilidade generalizada, que serve bem aos interesses dos
aproveitadores de sempre, que vêem no lucro imediato o verdadeiro sentido de suas
existências.
Ter como referencia de qualidade de vida o padrão de consumo dos países
desenvolvidos, teve obviamente conseqüências lastimáveis ao equilíbrio das diversas
manifestações de formas de vida que ainda existiam em nosso planeta. Recursos
naturais como a água estão no centro das disputas geopolíticas, pois as pesquisas em
buscas de novas alternativas de combustíveis, comportam altos investimentos
financeiros, científicos e políticos, enquanto que as pesquisas com relação as
alternativas e as políticas de uso da água estão muito distante do avanço das tecnologias
associadas ao combustíveis.
Surgem noticias de comunidades isoladas e distantes dos grandes backdones,
que seguem conectadas, através das periferias da rede e utilizam dessas conexões para
proveito de todos, com equilíbrio e sensatez. Eles inclusive educam suas crianças o
máximo possível longe das telas condicionantes.