O documento descreve o desenvolvimento reprodutivo, ciclo de vida e migrações da raia Rhinobatos horkelii no sul do Brasil. Estudos mostraram que as fêmeas atingem a maturidade sexual após 90cm e têm gestação de um ano, com migrações entre águas rasas e profundas. A fecundidade aumenta com o tamanho da fêmea.
3. Introdução
As raias pertencem a classe Elasmobranchii,
assim como os tubarões.
A raia do gênero Rhinobatus horkelii são
vivíparos aplacentária, ou seja, o embrião se
desenvolve com base na matéria orgânica
presente na forma de vitelo do ovócito
maduro.
4. Introdução
Ocorrem principalmente no Rio Grande do
Sul
Têm grande valor econômico, sendo
consumido localmente ou exportado para
outros estados do Brasil
O estudo visa fornecer dados sobre o
desenvolvimento, ciclo sexual, migração e
fecundidade das raias desse gênero
8. Materiais e Métodos
Foram coletados 4.800 exemplares em 2
anos (entre 1980 e 1982), entre
profundidades 10 e 100m.
Local: Rio Grande do Sul: Entre Tramandaí
e Chuí.
9. Dados analisados: Comprimento total
(CT), peso total (g), peso dos úteros vazios
e cheios (g), peso dos ovários (g), número
e diâmetro (mm) dos ovócitos, número
de ovos ou embrião no úteros, comp.
Total dos embriões (cm) e peso do fígado
(g).
10. Resultados e Discussões
Para obter resultados do
desenvolvimento sexual foram analisados
as transformações ocorridas no ovário,
glândulas nidamentárias e útero.
Também foram analisados fecundidade
e migração das R. horkelli.
11. Ovário
A observação de ovócitos amarelas foi observada em
fêmeas maiores de 90cm, fêmeas menores de 90cm
apresentavam ovócitos brancos e nenhuma atividade
vitelogênica.
13. Ovócitos
Classificadas em ovócitos da primeira
geração: ovócitos maiores e com vitelo;
e ovócitos da segunda geração:
menores sem vitelo.
14. Os ovócitos menores da segunda
geração surgiram depois da ovulação
dos ovócitos da primeira geração.
Em fevereiro o diâmetro do ovócito foi
próximo ao que tinham na primeira
geração.
Tanto nas R. horkelii como nas Urolophus
halleri (Babel, 1967), a ovogênese é um
processo contínuo na vida do animal,
não tendo sido observado um período de
repouso do ovário
15. Glândula nidamentária
Atua na formação da casca envoltória do
ovo (escleroproteína).
Atua como receptáculo seminal, já que foi
observado a presença de espermatozoides
na zona de secreção de escleroproteína,
(Metten, 1939).
A fecundação ocorre na glândula
nidamentária, (Metten, 1939).
16. Atingiu até 1,7 cm de diâmetro em
fêmeas de 130 cm.
O crescimento deste órgão mostrou 2
diferentes etapas.
17.
18. Útero
Observou que fêmeas grávidas ocorrem
durante o ano inteiro
19. O peso do aumento do útero foi de 50-60% nos meses
de junho-julho (início da gestação) e fevereiro
(próximo ao parto)
20. Os embriões foram encontrados durante
os meses de dezembro à fevereiro.
O tamanho dos embriões aumentou
desde 1 cm em dezembro até 29 cm em
fevereiro, significando que nessa espécie
a gravidez em 2 períodos.
Período de letargia dos ovos
Período de desenvolvimento embrionário
21.
22. Fígado
O fígado armazena lipídios que são
responsáveis pelas trocas de energia entre
a mãe e o embrião (Ranzi, 1932 e 1934;
Mellinger, 1981)
23. Observaram que o peso do fígado em
Setembro é maior do que em Fevereiro,
quando ocorre o desenvolvimento
embrionário e a vitelogênese é mais
rápida;
Segundo Mellinger, as variações no peso
do fígado compensariam o aumento do
conteúdo uterino, já que o fígado exerce
um importante papel na flutuabilidade.
24. Migração
Indivíduos adultos (maiores de 90 cm)
foram encontrados em profundidades de
20m, entre Novembro e Março.
A viola faz migrações periódicas entre
aguas rasas e profundas da plataforma
continental, pois a temperatura influencia
nos processos reprodutivos
Águas frias permite o fenômeno de letargia
dos ovos (Lessa, 1982)
25. Após isto, há uma nova cópula no qual
machos e fêmeas retornam as águas
profundas (Lessa, 1982).
Fêmeas adultas grávidas com ovos
letárgicos migram para o raso em
Dezembro e permanecem até o parto,
em Março.
26. Fecundidade
Para analisar a fecundidade deve-se
levar em conta a fecundidade ovariana
e a fecundidade uterina
A fecundidade aumenta com o tamanho
da fêmea.
27. Fecundidade Ovariana
Números de ovócitos na primeira
geração, contidos nos dois ovários e
prontos para a ovulação