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O Mito de Ícaro

Limites da liberdade
Santo Agostinho
MAL



      Não tem consistência Ontológica!



       Brota do livre arbítrio humano!



      Atitudes que afastam da essência!
Portanto, deve haver limites a
    liberdade, para que o indivíduo,
utilizando do seu livre-arbítrio, não se
    afaste da sua essência e, assim,
    provoque o próprio sofrimento?

  Observemos a história de Ícaro
O jovem Ícaro é filho de Dédalo, famoso inventor
grego, responsável pela criação do labirinto de Creta,
que abrigava o temível Minotauro. Dédalo participou
uma vez mais nos mitos gregos quando ajudou Ariadne
a tirar Teseu de dentro do labirinto de Creta, logo
após este derrotar o Minotauro. Ao saber de sua
traição, o rei Minos o aprisionou, junto com seu filho
Ícaro e é nesse ponto que inicia nossa narrativa.
Dédalo pensava em um modo de escapar da prisão,
junto com seu filho. Percebeu que não teria como fugir
nem por terra nem pelo mar, pois ambos eram
dominados pelo rei Minos. Começou então a reunir as
penas que caíam dos pássaros que sobrevoavam a
prisão e com elas pretendia construir asas, pois apenas
os céus não estavam sob o domínio do rei.
Laboriosamente fez dois pares de asas, unindo as
penas com cera de abelha.
Quando as asas estavam prontas, entregou um par ao
seu filho Ícaro, com a instrução precisa de que, em seu
vôo, tinha que cuidar para não subir tão alto, pois o
calor do sol derreteria a cera, nem tão baixo, pois a
umidade do oceano faria com que as penas pesassem
demasiadamente, a tal ponto de não conseguir mais
manter-se no ar. Dédalo voou conforme suas próprias
recomendações e conseguiu escapar da prisão. Ícaro,
no entanto, fascinado com a possibilidade de voar, foi
subindo até um ponto em que a cera de abelha derreteu
e as asas desfizeram-se, o que culminou em sua morte
no oceano
Análise do Mito
• As asas são o símbolo da criatividade e
  do potencial humano.
• Embora ambos tivessem asas, Dédalo e
  Ícaro as obtiveram de formas distintas. Ao
  passo que Dédalo as forjou, pena por
  pena, Ícaro as recebeu como herança
  paterna, ou seja, para Ícaro não foi uma
  construção, mas sim um presente.
Análise do Mito
• Ícaro representa aquele personagem que herdou uma
  grande capacidade, mas não possui a habilidade para
  usá-la adequadamente e a esbanja, correndo o risco
  de que, com seus excessos, possa ser jogado ao
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• Ícaro através das pessoas que vivem uma vida de
  fantasias inatingíveis. Estes personagens
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Análise do Mito
• o erro de não se permitir voar alto, ou
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O mito de ícaro

  • 1. O Mito de Ícaro Limites da liberdade
  • 2. Santo Agostinho MAL Não tem consistência Ontológica! Brota do livre arbítrio humano! Atitudes que afastam da essência!
  • 3. Portanto, deve haver limites a liberdade, para que o indivíduo, utilizando do seu livre-arbítrio, não se afaste da sua essência e, assim, provoque o próprio sofrimento? Observemos a história de Ícaro
  • 4.
  • 5. O jovem Ícaro é filho de Dédalo, famoso inventor grego, responsável pela criação do labirinto de Creta, que abrigava o temível Minotauro. Dédalo participou uma vez mais nos mitos gregos quando ajudou Ariadne a tirar Teseu de dentro do labirinto de Creta, logo após este derrotar o Minotauro. Ao saber de sua traição, o rei Minos o aprisionou, junto com seu filho Ícaro e é nesse ponto que inicia nossa narrativa.
  • 6. Dédalo pensava em um modo de escapar da prisão, junto com seu filho. Percebeu que não teria como fugir nem por terra nem pelo mar, pois ambos eram dominados pelo rei Minos. Começou então a reunir as penas que caíam dos pássaros que sobrevoavam a prisão e com elas pretendia construir asas, pois apenas os céus não estavam sob o domínio do rei. Laboriosamente fez dois pares de asas, unindo as penas com cera de abelha.
  • 7. Quando as asas estavam prontas, entregou um par ao seu filho Ícaro, com a instrução precisa de que, em seu vôo, tinha que cuidar para não subir tão alto, pois o calor do sol derreteria a cera, nem tão baixo, pois a umidade do oceano faria com que as penas pesassem demasiadamente, a tal ponto de não conseguir mais manter-se no ar. Dédalo voou conforme suas próprias recomendações e conseguiu escapar da prisão. Ícaro, no entanto, fascinado com a possibilidade de voar, foi subindo até um ponto em que a cera de abelha derreteu e as asas desfizeram-se, o que culminou em sua morte no oceano
  • 8. Análise do Mito • As asas são o símbolo da criatividade e do potencial humano. • Embora ambos tivessem asas, Dédalo e Ícaro as obtiveram de formas distintas. Ao passo que Dédalo as forjou, pena por pena, Ícaro as recebeu como herança paterna, ou seja, para Ícaro não foi uma construção, mas sim um presente.
  • 9. Análise do Mito • Ícaro representa aquele personagem que herdou uma grande capacidade, mas não possui a habilidade para usá-la adequadamente e a esbanja, correndo o risco de que, com seus excessos, possa ser jogado ao extremo oposto. • Ícaro através das pessoas que vivem uma vida de fantasias inatingíveis. Estes personagens constantemente veem suas asas serem derretidas e caem de volta na triste realidade, por esquecer de conciliar o sonho com o trabalho para concretizá-lo.
  • 10. Análise do Mito • o erro de não se permitir voar alto, ou seja, deixam que a umidade do oceano (as experiências amargas da vida) lhes trague o sonho de voar e então a jornada se torna excessivamente pesada, até o ponto em que o próprio mar da vida lhes engole.