Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento ensinam claramente que a santificação pessoal não deve ser encarada como uma opção, mas como uma exigência divina. A Bíblia mostra que Deus ordena ao seu povo a viver em santidade e que, embora a salvação seja conseguida pela graça, os crentes devem se esforçar para viver em conformidade com a vontade de Deus.
1. B ÍBLICAS
LIÇÕES
1º TRIMESTRE – 2009 – Nº 286 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS
2.
3. MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
————————————————————————————
Transformar as pessoas
em discípulas de Cristo,
através do ensino e da prática
da palavra de Deus.
5. SUMÁRIO
ABREVIATURAS 4
APRESENTAÇÃO 5
1 A exigência da santificação pessoal 7
2 A natureza da santificação pessoal 13
3 O começo da santificação pessoal 20
4 A parceria na santificação pessoal 27
5 O processo da santificação pessoal 34
6 A amplitude da santificação pessoal 41
7 A evidência da santificação pessoal 47
8 A inimiga da santificação pessoal 54
9 O declínio da santificação pessoal 60
10 A sondagem da santificação pessoal 67
11 A retomada da santificação pessoal 73
12 A insistência na santificação pessoal 79
13 A plenitude da santificação pessoal 86
6. ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Antigo Testamento NOVO Testamento
Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz I Coríntios I Co
Rute Rt II Coríntios II Co
I Samuel I Sm Gálatas Gl
II Samuel II Sm Efésios Ef
I Reis I Re Filipenses Fp
II Reis II Re Colossenses Cl
I Crônicas I Cr I Tessalonicenses I Ts
II Crônicas II Cr II Tessalonicenses II Ts
Esdras Ed I Timóteo I Tm
Neemias Ne II Timóteo II Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec I Pedro I Pe
Cantares Ct II Pedro II Pe
Isaías Is I João I Jo
Jeremias Jr II João II Jo
Lamentações Lm III João III Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am
Obadias Ob
Jonas Jn
Miquéias Mq
Naum Na
Habacuque Hc
Sofonias Sf
Ageu Ag
Zacarias Zc
Malaquias Ml
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje BV – Bíblia Viva
RA – Revista e Atualizada BJ – Bíblia de Jerusalém
RC – Revista e Corrigida TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NVI – Nova Versão Internacional NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
7. APRESENTAÇÃO
É com gratidão a Deus que apresentamos aos estudantes das escolas
bíblicas da Igreja Adventista da Promessa a mais nova série de lições bíbli-
cas, que tem como título Santificação Pessoal. Ao todo, são treze lições.
A lição 01, A Exigência da Santificação Pessoal, enfatiza que tanto o Antigo
quanto o Novo Testamento deixam muito claro que a santificação não deve
ser encarada como uma opção pessoal, mas como uma ordem divina.
A lição 02, A Natureza da Santificação Pessoal, define santificação a
partir de quatro níveis espirituais: separação para Deus, imputação de
Cristo como nossa santidade, purificação do mal moral e conformidade
com a imagem de Cristo.
A lição 03, O Começo da Santificação Pessoal, explica que a santifica-
ção começa na regeneração, que é uma obra divina, sendo que Deus
capacita espiritualmente o pecador a responder positivamente, pela fé, à
salvação em Cristo.
A lição 04, A Parceria na Santificação Pessoal, esclarece que não estamos
isentos de responsabilidade, quanto ao desenvolvimento de nossa santifi-
cação pessoal, mas que contamos com a poderosa parceria do Deus Trino.
A lição 05, O Processo de Santificação Pessoal, demonstra que a santi-
ficação pessoal realiza-se em nós através de um processo contínuo, que
durará por toda a nossa vida terrena.
A lição 06, A Amplitude da Santificação Pessoal, revela que a santifi-
cação é abrangente, pois afeta o ser humano de maneira integral. Ela
envolve o intelecto, as emoções, a vontade e o corpo físico.
A lição 07, A Evidência da Santificação Pessoal, mostra que é preciso e
possível evidenciar, no dia-a-dia, de maneira prática, a santificação, atra-
vés das boas obras, nos ambientes familiar, religioso e secular.
A lição 08, A Inimiga da Santificação Pessoal, não somente aborda o
ensino bíblico sobre a natureza, a atuação e o propósito da cobiça, a
nossa inimiga interna, mas também aponta princípios espirituais para
enfrentá-la vitoriosamente.
A lição 09, O Declínio da Santificação Pessoal, destaca que, num tem-
po em que a santidade está em baixa, é imprescindível portar-se com
diligência, indispensável andar com discernimento e fundamental contar
com a capacitação divina.
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8. A lição 10, A Sondagem da Santificação Pessoal, considera o claro e
amplo ensino das Escrituras Sagradas a respeito do significado, da am-
plitude e da realização da sondagem do nosso coração.
A lição 11, A Retomada da Santificação Pessoal, salienta que é possível
retomar a santificação pessoal por meio da confissão de pecados, que
não somente remove a nossas imundícia, mas também renova a nossa
felicidade e restaura a nossa comunhão.
A lição 12, A Insistência na Santificação Pessoal, ressalta que por ter-
mos, diante de nós, um prêmio durável, um corpo glorioso e uma pátria
celestial, precisamos ser insistentes em nossa santificação pessoal.
A lição 13, A Plenitude da Santificação Pessoal, conclui a série, mos-
trando que jamais seremos totalmente santos nesta vida, uma vez que a
santificação pessoal só será plena na volta de Cristo.
Somos gratos a Deus pela equipe do Departamento de Educação Cris-
tã – formada pelos pastores Valdeci Nunes de Oliveira, Alan K. Perei-
ra Rocha, pelo missionário Eleilton William de Souza Freitas e pela irmã
Eudoxiana Canto Melo – que contribuiu grandemente na pesquisa e na
produção destas lições bíblicas. Também louvamos a Deus pela vida do
pastor José Lima de Farias Filho, que novamente ofereceu a sua valiosa
colaboração.
Que, em 2009, cresçamos mais e mais em nossa santificação pessoal.
Que sejamos cada vez mais uma igreja santa para o Deus Santo!
Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória, para todo o sempre!
Amém.
Pr. Genilson S. da Silva
Diretor do DEC
6 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
9. 1
3 jan 2009
A exigência da
santificação pessoal
Hinos sugeridos: BJ 12 – CC 176 / BJ 296 – CC 301
leitura diÁria objetivo
Domingo, 28 de dezembro....Hb 12:12-14 Mostrar ao estudante da
Segunda, 29..........................................Gn 17:1-2 palavra de Deus que a
Terça, 30..................................................... Dt 7:6-9
. santificação não deve ser
Quarta, 31..........................................Lv 11:44-45 encarada como opção
Quinta, 1 de janeiro........................... Lv 19:1-2 pessoal, mas como uma
Sexta, 2...............................................I Pe 1:15-16
. exigência divina.
Sábado, 3..............................................Ef 5:14-15
.
TEXTO BÁSICO: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor. (Hb 12:14)
INTRODUÇÃO: Na lição desta semana, primeira de uma nova série
de lições bíblicas que tem por título: Santificação pessoal, veremos
como a Bíblia Sagrada nos ensina a lidar com a santificação: Será esta
uma opção pessoal ou uma ordem divina? Ao longo deste estudo e de
todo o trimestre, abramos a palavra de Deus e deixemos que ela, que
é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes
(Hb 4:12), nos molde, e nos ajude a sermos, de fato, “uma igreja santa
para o Deus santo”.
I – ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
Durante toda a sua história, a igreja sempre sofreu com ataques de
falsos mestres que disseminaram doutrinas mentirosas entre os crentes.
Uma dessas “falsas doutrinas” é o chamado antinomismo.1 Os defensores
dessa falsa crença anulam toda obrigação da lei e acreditam que, na vida
cristã, a necessidade de santificação é totalmente descartada e pode ser
1. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2 ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:29).
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10. assumida como opcional aos crentes. Pensam que a graça é tão abran-
gente que todo esforço para fazer o que Deus manda é desnecessário e
até mesmo errado.
Será mesmo que a Bíblia concorda com isso? É certo que não! Viver em
santidade na palavra de Deus não é uma opção pessoal, é uma exigência
divina! A Bíblia ensina que a nossa salvação é conseguida única e exclusi-
vamente pela graça, através do sacrifício de Jesus; porém, também ensina
que, uma vez salvos, devemos nos esforçar para vivermos em santidade.
Veremos, a seguir, que, tanto no Antigo como no Novo Testamento, Deus
não simplesmente nos convida a sermos santos, mas ordena isso.
1. As exigências divinas quanto à santificação pessoal no Antigo
Testamento: A palavra santo com todos os seus correlatos, tais como,
“santidade”, “santificação”, “santificado”, “santificar”, “santíssimo”, aparecem
quase quinhentas vezes, nas páginas do Antigo Testamento. Santidade é a
qualidade mais usada para descrever a fé em Deus e também é a qualidade
mais repetidamente enfatizada, no que diz respeito à natureza divina2 (cf.
Lv 19:2, 20:26; Is 6:3; Sl 99:3,5,9; Os 11:9; Am 4:2). Vejamos alguns textos.
No livro de Gênesis, no episódio em que Deus mudou o nome de Abrão
para Abraão, lemos: Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha
vontade e seja íntegro (Gn 17:1 – NVI). Essa é uma das primeiras referências
claras à santidade exigida por Deus, por parte daqueles que o servem, no
Antigo Testamento. Deus deixou claro a Abraão que ele se importava com
o seu modo de andar. Ele entendeu isso. Anos depois, Deus disse a Isaque:
Abraão obedeceu a minha voz, e guardou o meu mandamento (Gn 26:5).
Em Êxodo, no capítulo 20, depois de haver libertado o povo de Israel
da escravidão, por meio de uma voz audível e “terrível”, Deus transmite
sua lei ao povo. É importante lembrarmos que o povo de Israel foi salvo
unicamente pela graça: O Senhor não se afeiçoou de vós e vos escolheu por
serdes mais numerosos (...). Mas por que vos amava (Dt 7:7-8). No entanto,
não foram salvos sem propósito. Israel foi alcançado por Deus para ser um
povo santo (Dt 7:6, 14:2,21) e os mandamentos serviriam para orientá-los
nessa missão. Eles disseram: Tudo o que o Senhor falou faremos (Ex 24:7).
Além da lei moral, todo o livro de Levítico foi escrito com “o objetivo
singular de convocar o povo de Deus para a santidade pessoal”.3 A ex-
pressão: Sede santos por que eu, o Senhor vosso Deus, sou santo, repete-se
várias vezes (cf. Lv 11:44-45, 19:2, 20:7). “Santidade ao Senhor” é o tema
2. mith, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento: história, método e mensagem. São Paulo:
S
Vida Nova, )2001:180).
3. llisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. 2 Ed. São Paulo: Editora Vida,
E
(2007:48).
8 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
11. do Livro.4 Com a escrita de Levítico, Deus ensina como o povo poderia
aproximar-se dele de maneira santa, e mostra que santidade é uma exi-
gência sua: Sereis para mim santos, porque eu, o Senhor sou santo, e vos
separei (...) para serdes meus (Lv 20:26).
Os capítulos 17 a 26 de Levítico são chamados pelos comentaristas
de “O código de santidade”, e mostram que a santidade de Deus impõe
um padrão completo de comportamento ao povo que ele escolheu, “de
maneira que a santidade dele faz da santidade responsiva do povo uma
exigência inapelável”.5 Todo o povo é conclamado a viver de um modo
santo, que, com base em Levítico, é integral, envolve todos os aspectos
do comprometimento pessoal, familiar e social.
Concluímos este primeiro item com palavras de Ralph L. Smith. Ele
disse que santidade, no Antigo Testamento, “diz respeito ao chamado
de Deus e a exigência de que as pessoas sejam santas como ele é
santo, no sentido de que sejam puras, limpas, justas e compassivas”.6
Não foi à toa que, através de Isaías, o Senhor disse: Lavem-se! Lim-
pem-se! Removam as suas más obras para longe da minha vista! (Is
1:16). Passemos a considerar, agora, as exigências do Novo Testa-
mento quanto à santificação pessoal.
2. As exigências divinas quanto à santificação pessoal no Novo
Testamento: Apesar de não ser tão freqüente como no Antigo Testa-
mento, a palavra santo e os seus correlatos se repetem, nas páginas do
Novo Testamento, de maneira um tanto quanto significativa: Mais de
duzentas vezes! E, ao examinarmos as passagens referentes ao assunto, a
exemplo do Antigo Testamento, descobrimos que a santificação pessoal
também é encarada como uma exigência no Novo Testamento. Destaca-
mos dois textos a seguir.
O primeiro texto, e, talvez, o mais enfático dentre os dois, é o de He-
breus 12:14, em que lemos: Segui a paz com todos e a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor. Essa passagem é muito clara quanto à ne-
cessidade absoluta de santidade. A palavra “segui” é enfática e expressa
algo do esforço, da determinação na perseguição da caça.7 Essa palavra
está no modo imperativo, ou seja, é uma ordem. No texto, duas são as
virtudes que devem ser buscadas, e, entre elas, está a santificação.
4. Hoff, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Editora Vida, (1983:156).
5. llen, Clinfton J. (Editor geral). Comentário Bíblico Broadmam: AT. Rio de Janeiro: JUERP,
A
(19 6:66-67).
8
6. mith, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento: história, método e mensagem. São Paulo:
S
Vida Nova, (2001:183).
7. uthrie, Donald. Hebreus: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cris-
G
tão, (1984:240).
www.portaliap.com | 9
12. Santificação pessoal “não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas
algo que pertence a sua essência”.8 Sem a santificação, “ninguém verá
o Senhor”, diz o texto. “Ver” e “conhecer” o Senhor, com certeza, são as
maiores bênçãos que um dia poderemos desfrutar. Essas bênçãos só se-
rão experimentadas por quem acatar a ordem divina, pois Deus não nos
chamou para a impureza, mas para a santificação (I Ts 4:7); Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar (Ef 2:25b-26a).
Um segundo texto que merece destaque, nesta abordagem, é o de I Pe-
dro 1:15-16, em que lemos o seguinte: Como é santo aquele que vos chamou,
sede também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto está escrito:
Sede santos, porque eu sou santo (I Pe 1:15-16). Com base nesse texto, po-
demos destacar, pelo menos, duas razões pelas quais a santidade deve ser
nosso objetivo principal de vida:9 Em primeiro lugar, devemos ser santos por
causa da “santidade divina”: Como é santo aquele que vos chamou; e, em
segundo lugar, por causa da “ordem divina”: Sede também santos.
Observe que, tanto no texto de Hebreus 12:14, “Segui”, quanto no texto de
I Pedro 1:15-16, “Sede”, a santidade não é encarada como opcional ou como
um convite, mas, sobretudo, como uma ordem, uma exigência de Deus, um
mandamento. É bom lembrar, também, que, no versículo 16 de I Pedro ca-
pítulo 1, o apóstolo utiliza o já citado texto de Levítico 11:44 e 19:2, para
mostrar que o povo de Deus, sob o novo pacto, “deve ter o mesmo padrão
de santidade que obedecia quando ainda estava sob o antigo pacto”.10
Sejamos santos! Como vimos até agora, santificação pessoal é um manda-
mento divino, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Consciente desse
dever, que cada promessista encare o lema “Uma igreja santa para o Deus
santo” com seriedade. Só assim, poderemos apresentar-nos a Deus igreja
gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreen-
sível (Ef 5:27). Vejamos, na segunda parte desta lição, três aplicações práticas
sobre como devemos e podemos obedecer a essa exigência divina.
1. pós ler os dois primeiros parágrafos do comentário anterior,
A
comente com a classe qual a visão do chamado antinomismo no
que diz respeito à santificação pessoal? A Bíblia concorda com esse
ponto de vista?
Stronstad, Roger Arrigton L. Frech (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de
8.
Janeiro: CPAD, (2003:1634).
9.Shedd, Russell P. Nos passos de Jesus. São Paulo: Vida nova, (1993:27-28).
10. Stronstad, Roger Arrigton L. Frech (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, (2003:1702).
10 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
13. 2. pós ler Gn 17:1, Ex 20; Is 6:3 e os três primeiros parágrafos do item
A
1 do comentário anterior, explique como a santificação pessoal é
encarada no Antigo Testamento?
3. pós ler Lv 11:44-45, 19:2, 20:27 e os três últimos parágrafos do
A
item 1 do comentário anterior, comente sobre o objetivo e o tema
do livro de Levítico.
4. pós ler Hb 12:14; I Pe 1:15-16 e todo o item 2 do comentário
A
anterior, responda: Como a santificação pessoal é encarada no Novo
Testamento? Fale sobre os dois textos lidos.
II – VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. Santificação pessoal é uma exigência divina: obedeçamos com
firmeza!
Cientes de que, em toda a Bíblia, a santificação pessoal é um manda-
mento, corramos com perseverança a corrida que nos está proposta, tendo
os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb 12:1). O texto
de Hebreus 12:14, na Bíblia NVI, diz: Esforcem-se para viver em paz com
todos e para serem santos. Se, até hoje, você encarava a santidade como
opcional, a partir de agora, não há mais desculpas: Obedeça a ordem do
Senhor com firmeza! Esforce-se. Seja santo!
5. om base na primeira aplicação, fale sobre o nosso dever de
C
obedecer à exigência divina da santificação pessoal com firmeza.
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14. 2. Santificação pessoal é uma exigência divina: obedeçamos com
atenção!
Sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12:14b). Esse é um alerta sério.
Quem deixa a santidade “de lado” e ignora esse mandamento é um sério
candidato a “não ver o Senhor”. Por isso, afastemos de nós qualquer coisa
que nos torne vagarosos ou nos atrase, e, especialmente, aqueles pecados
que se enroscam tão fortemente em nossos pés e nos derrubam (Hb 12:14a
– BV). O apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos de Éfeso, disse: Desperta, ó
tu que dormes (...), vede prudentemente como andais (Ef 5:14-15).
6. om base na segunda aplicação, fale sobre o nosso dever de
C
obedecer à exigência divina da santificação pessoal com atenção.
3. Santificação pessoal é uma exigência divina: obedeçamos com
alegria!
Além de mostrar uma “exortação” para se viver em santidade, o texto de
Hebreus, capítulo 12, versículo 14, também mostra uma “motivação” para
vivermos em santidade. Ao mesmo tempo em que o texto diz que sem a san-
tificação ninguém verá o Senhor, nas entrelinhas, lemos que, “com a santifica-
ção”, nós veremos o Senhor! Obedeçamos a essa exigência divina com ale-
gria, expectativa e esperança. Vale a pena esforçarmo-nos para vivermos em
santidade! Um dia, veremos e estaremos para sempre ao lado do Senhor!
7. om base na terceira aplicação, fale sobre o nosso dever de
C
obedecer à exigência divina da santificação pessoal com alegria.
CONCLUSÃO: Na lição de hoje, aprendemos que a santificação pessoal
não é opcional; é um mandamento divino. Com firmeza, atenção e ale-
gria, obedeçamos a esse mandamento! As próximas lições desta série nos
ajudarão a entender ainda mais esse ensino bíblico. Abra o seu coração
para os conselhos da palavra, e, depois de estudarmos sobre a natureza, o
começo, a parceria, o processo, a amplitude, a evidência, a inimiga, o de-
clínio, a sondagem, a retomada, a insistência e a plenitude da santificação
pessoal, o Senhor nos fará crescer e fortalecerá ainda mais o nosso cora-
ção para sermos irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na
vinda do nosso Senhor Jesus com todos os seus santos (I Ts 3:13 – NVI).
12 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
15. A natureza da
2
10 JAN 2009
santificação pessoal
Hinos sugeridos: BJ 28 CC 9 / BJ 184 CC 292
leitura diÁria objetivo
Domingo, 4 de janeiro........... I Co 1:2,30 Levar o estudante a
Segunda, 5............................. II Tm 2:19-21 compreender o conceito e
Terça, 6...........................................II Jo 9 -10
a natureza da santificação
pessoal, a fim de que seja
Quarta, 7................................... Rm 6:11-12
.
auxiliado por esses princípios,
Quinta, 8............................................ Cl 3:5-9
no restabelecimento dos
Sexta, 9....................................... Rm 8:28-29 princípios espirituais e morais
Sábado, 10...................................Gl 5:16-25 da nova vida com Deus.
TEXTO BÁSICO: Como é santo aquele que vos chamou, sede também
santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto está escrito: Sede san-
tos, porque eu sou santo. (I Pe 1:15-16)
INTRODUÇÃO: Aprendemos, no primeiro estudo, que a santificação
não é uma opção, mas uma necessidade imperiosa para que a salvação
em Cristo não seja interrompida. A santificação, portanto, é uma etapa
imprescindível no processo de salvação, que, tendo iniciado na justifi-
cação pela fé em Cristo, será concluído com a glorificação, na volta de
Jesus. Mas qual a natureza da santificação? Como a Bíblia Sagrada a con-
ceitua? Conhecer esses princípios espirituais certamente é um grande
passo para a prática eficiente da santificação pessoal.
I – ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
A palavra “santo” significa “separado”. Esse termo, tanto em hebraico
(qodesh) como em grego (hagiazo), significa, literalmente, “separar”. To-
davia, “o substantivo santificação [hagiasmos, em grego] não ocorre no
Velho Testamento, mas é encontrado dez vezes no Testamento Grego
www.portaliap.com | 13
16. [Novo Testamento]”.1 Em síntese, o verbo “separar” tem três significados:
(1) venerar ou reconhecer que é venerável, ou seja, reverenciar (cf. Mt 6:9;
Lc 11;2; I Pe 3:15); (2) separar das coisas profanas e dedicar a Deus, isto é,
consagrar (cf. Mt 23:17,19; Jo 17:19, 10:36; II Tm 2:21); (3) e purificar; em
outras palavras, limpar (cf. Ef 5:26; I Ts 5:23; Hb 2:11, 9:13, 13:12).2
Com base nesses três significados teológicos, Thiessen define santifi-
cação em quatro níveis espirituais: (1) separação para Deus, (2) imputa-
ção de Cristo como nossa santidade, (3) purificação do mal moral, (4) e
conformidade com a imagem de Cristo.3
Pode ser a santificação da imundícia que esteja sobre um santuário (II
Cr 29:5,15-19); pode ser a santificação do mobiliário e dos utensílios de
um tabernáculo (Ex 40:10-11; Nm 7:1); pode ser a santificação de uma
casa ou de um campo (Lv 27:14-16); pode ser a santificação de um pri-
mogênito para Deus (Ex 13:2; Nm 3:13), da mesma forma que o Pai san-
tificou o Filho e este a si mesmo (Jo 10:36, 17:19); assim como os cristãos
são santificados na sua conversão a Cristo (I Co 1:1-2; I Pe 1:1). O princí-
pio é claro: Coisas e pessoas são separadas da impureza “para Deus”.
Em segundo lugar, o conceito bíblico de “imputação de Cristo como
nossa santidade” refere-se ao sacrifício de Cristo na cruz, fato que fez
com que Deus Pai nos imputasse a justiça de seu Filho, ou seja, Jesus se
tornou justiça e santificação para os salvos: Mas vós sois dele, em Cristo
Jesus, o qual se tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santifi-
cação, e redenção (I Co 1:30). Podemos afirmar, sem medo de cometer
deslize doutrinário, que este é o mais definidor e impactante tipo de
santificação, pois Paulo afirma que somos santificados em Cristo Jesus, e,
por isso, chamados para ser santos nele (I Co 1:2).
Esse importantíssimo tipo de santificação é obtido unicamente pela fé
em Cristo (cf. At 26:18); é também realizado de uma vez por todas. Desta
forma, o salvo pode afirmar que foi, definitivamente, justificado, santifi-
cado e redimido, desde que realmente se mantenha revestido da justiça
e da santidade de Cristo, pela fé. Em outras palavras, o salvo não pode
deixar de crer que as mudanças espirituais ocorridas em sua vida fo-
ram iniciadas unilateralmente por Deus, que aplicou os méritos de Cristo
em sua vida, tornando possível a suspensão da penalidade do pecado
( justificação), o início da libertação do poder do pecado (santificação)
e, finalmente, a condição de viver livre (redenção), enquanto aguarda a
libertação final da presença do pecado (glorificação).
1. hiessen, Henry Clarence – Palestras Introdutórias à Teologia Sistemática – Imprensa Ba-
T
tista Regular do Brasil, São Paulo, (2001:270).
2. Idem.
3. Idem.
14 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
17. Em terceiro lugar, o conceito bíblico de “purificação do mal moral” diz
respeito à separação pessoal do salvo de todo tipo de impiedade. Esse
tipo de santificação está inteiramente ligado à vida pós-justificação, à
nova vida que foi reconciliada com Deus. Clarence lembra que, no Antigo
Testamento, havia um pedido para que os sacerdotes se santificassem,
antes de se aproximarem de Deus (cf. Ex 19:22). Por sua vez, o Novo Tes-
tamento pede que os salvos em Cristo se separem da vida e das pessoas
iníquas (cf. II Co 6:17-18), das falsas doutrinas, dos falsos mestres (cf. II Tm
2:21; II Jo 9-10) e de sua própria natureza pecaminosa (cf. Rm 6:11-12; Ef
4:22,25-32; Cl 3:5-9; II Co 7:1; I Ts 4:3,7).4
Esse tipo de santificação é obtida de forma progressiva, ou seja, o salvo
desenvolve a santificação iniciada após sua justificação em Cristo Jesus.
O estudo de número seis tratará com profundidade a progressividade
da santificação. Contudo, é fato que a natureza da santificação pessoal é
afastar-se, a cada dia, do mal. Diferentemente da santificação que provém
da cruz de Cristo, essa se desenvolve por toda a vida e só será consumada
na volta de Jesus. Todo cristão genuíno deve ter muito claro, em sua cons-
ciência, o fato de que Deus é santo e não deseja para seus filhos nada me-
nos do que esse padrão de espiritualidade e moralidade (I Pe 1:15-16).
Em quarto lugar, o conceito bíblico de “conformidade com a imagem
de Cristo” relaciona-se com o alvo da santificação, ou seja, o crente jus-
tificado vai crescendo em santificação, à medida que permite o Espírito
Santo construir dentro de si a estrutura espiritual e moral da pessoa de
Cristo. A Escritura nos diz que, se tivermos sempre como alvo a glória do
Senhor Jesus, somos transformados de glória em glória, na sua própria
imagem, como que pelo Senhor, o Espírito (II Co 3:18). O Espírito Santo, ao
longo da vida cristã, cria dentro dos salvos a imagem exata de Jesus Cris-
to, porque aos que de antemão conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho (Rm 8:29).5
Grudem corrobora esses conceitos bíblicos, ao definir santidade com
estas palavras: “Santificação é uma obra progressiva da parte de Deus e
do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes
a Cristo em nossa vida presente”.6 Portanto, a obra de Jesus, na cruz, tem
a função dupla de reconciliar-nos com Deus e de efetuar em nós a san-
tificação plena. Isso foi afirmado por Strong, quando este disse: “Através
daquela, recebe-se no estado de graça o pecador condenado; através
4. hiessen, Henry Clarence. Palestras Introdutórias à Teologia Sistemática – Imprensa Batis-
T
ta Regular do Brasil, São Paulo, (2001:271).
5. Idem.
6. Grudem, Wayne – Teologia Sistemática – Vida Nova, São Paulo, (1999:622).
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18. desta o pecador perdoado se associa com a vida de Deus”.7
A natureza ou essência da salvação é a santificação. Salvação que não
resulta em santificação não é salvação. O crente não é santo para ser salvo,
mas é salvo para ser santo. A salvação em Cristo consiste na saúde espiritu-
al e moral da alma humana, e esta modalidade de vida é consistente com a
santificação, pois o Senhor Deus jamais justificaria um pecador para deixá-
lo do mesmo jeito. “Se o pensamento de Deus se presta a declarar o peca-
dor justo, é para que ele possa através disso restaurá-lo à santidade”.8
Gifford ilustra a natureza da santificação desta forma: “Pode-se trazer
ao porto e atar ao cais o navio cuja maquinaria entrou em pane. Ele está
salvo, mas não está sadio. O conserto demanda muito tempo. Cristo se
propõe a tornar-nos são e salvos”.9 Na prática, Gifford está ensinando
que, na justificação, o crente em Jesus é salvo da morte eterna e, na
santificação, recebe saúde espiritual para viver eternamente. Logo, a jus-
tificação precisa ter continuidade na santificação. O salvo não precisa de
Deus apenas na justificação; precisa de Deus para “preservar a sua vida
espiritual do mesmo modo que precisou de Deus para começá-la”.10
“Qualquer que pensa ser cristão e que aceitou a Cristo para a justifi-
cação, quando ao mesmo tempo não o aceitou para a santificação, está
miseravelmente iludido naquela mesma experiência”.11 Mas por que a
pessoa justificada que despreza a santificação está miseravelmente iludi-
da? Porque, em sua alma, ainda há tendências fortíssimas para a prática
do mal; são forças internas que lutam contra o Espírito Santo, a fim de
continuarem a satisfazer a vontade da carne (cf. Gl 5:16-25). Somente pela
santificação o salvo verá o reinado do pecado chegar ao fim (Rm 6:12).
Tudo leva a crer que Davi entendeu bem a natureza da santificação.
Em sua oração penitencial, ele clama pela compaixão, pela benignidade
e pela misericórdia divina para ter seus pecados justificados; mas não
pára por aí. Em seguida, pede que Deus lave completamente as suas
iniqüidades e purifique a sua vida (Sl 51:1-2). Davi sabia que, na justifica-
ção, removem-se as conseqüências penais do pecado e, na santificação,
restabelecem-se os princípios morais da vida com Deus.
7. Strong, Augustos Hopkins – Teologia Sistemática – Editora Hagnos, São Paulo,
(2002:606).
8. Idem.
9. Idem.
10. Idem.
11. Strong, Augustos Hopkins – Teologia Sistemática – Editora Hagnos, São Paulo,
(2002:607).
16 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
19. 1. Com base nos primeiros parágrafos do comentário, explique o
significado bíblico abrangente de “santificação”.
2. om base em I Co 1:2,30; At 26:18 e no comentário, explique o
C
significado espiritual prático da “imputação de Cristo como nossa
santidade”.
3. om base em II Co 6:17-18; II Tm 2:21; Rm 6:11-12; I Ts 4:3,7 e no
C
comentário, explique o significado espiritual prático de “purificação
do mal moral” na vida do salvo.
4. om base em II Co 3:18; Rm 8:29 e no comentário, explique o
C
significado espiritual prático de o salvo viver em “conformidade
com a imagem de Cristo”.
II – VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. Preciso crer que Deus me santificou para si.
Em geral, temos uma imagem muito boa ou muito ruim de nós mes-
mos. O salvo em Cristo deve viver longe dos extremos. Deve saber que
não vive em estado de glória, mas também não é mais um iníquo. Ele é
uma pessoa aperfeiçoada e santificada por Deus (Hb 10:14). O Senhor
o separou para si! Quando perdido, Deus o achou (Lc 15:3-7). Quando
morto, Deus o ressuscitou (Ef 2:1). É um ato soberano de Deus. Portanto,
se você não pode se exaltar, tampouco deve se rebaixar. Afinal, o Senhor
decidiu separar você para si. Creia: Deus lhe confere valor!
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20. 5. Com base na primeira aplicação, discuta com a classe a importância
espiritual de cada salvo crer que, de fato, Deus o santificou para si
mesmo.
2. Preciso me santificar para ser usado por Deus.
A Bíblia garante que Deus separou para si mesmo todos aqueles que
crêem em Cristo (I Co 1:2). Agora é a vez do crente se separar para Deus!
Não é Deus que precisa do crente, é o crente que precisa de Deus. Por-
tanto, você precisa dele para preservar a sua vida espiritual e a melhor
maneira de fazer isso é se santificando para que ele o use. Quer ser ins-
trumento nas mãos de Deus? Santifique-se! Separai-vos, diz o senhor;
não toquei em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós se-
reis para mim filhos e filhas, diz o senhor Todo-Poderoso (II Co 6:17-18).
6. Com base na segunda aplicação, discuta com a classe a importância
espiritual de cada salvo crer que, de fato, é necessário que se
santifique para poder ser usado por Deus.
3. Preciso ter Cristo como modelo de santificação.
Deus separou você e você se separa para ser usado por ele. Se você crê
e age dessa forma, está indo bem na carreira cristã. Contudo, isso não é
suficiente para o triunfo final. É necessário aperfeiçoar-se na santificação,
e o padrão a ser perseguido é Cristo (II Co 3:18; Cl 3:10). Faça como Paulo,
que disse: ... esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando
para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:13-14). Por melhor que
você seja e esteja, ainda precisa caminhar bastante, até o padrão de Cris-
to. Continue a avançar! Assim, você vai atingir todos os propósitos que
Jesus preparou para você, desde o início de sua salvação (Fp 1:6).
18 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
21. 7. Com base na terceira aplicação, discuta com a classe a importância
espiritual de cada salvo crer que, de fato, é necessário ter Cristo
como modelo de aperfeiçoamento na santificação pessoal.
CONCLUSÃO: Entender corretamente o ensino bíblico sobre santifi-
cação é um passo gigantesco no caminho para o céu. Muitos crentes se
perdem no caminho, por desconhecerem que a salvação não se completa
sem a santificação. Que este estudo não seja esquecido! Que, com os pró-
ximos estudos, forme um cordão poderoso e indestrutível, capaz de fazer
com que você creia que a justificação tem continuidade na santificação, e,
assim, decida viver uma vida marcada pelo restabelecimento dos valores
espirituais e morais que norteiam a relação dos salvos com Deus.
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22. 3
O começo da
santificação pessoal
17 JAN 2009 Hinos sugeridos: BJ 176 – CC 266 / BJ 130 – CC 350
leItura diÁria objetivo
Domingo, 11 de janeiro.................Tt 3:4-6 Mostrar ao estudante como
Segunda, 12...................................I Co 6:11 Deus inicia o processo de
Terça, 13..................................... Rm 6:11-14 santificação da vida dos salvos
Quarta, 14................................. Rm 6:17-18 por Cristo Jesus; encorajá-lo
Quinta, 15........................................At 20:32
. a desfrutar dessa verdade e
Sexta, 16............................................ Ef 2:4-5 usufruir corretamente seus
Sábado, 17..............................II Co 5:17-19 benefícios espirituais.
TEXTO BÁSICO: Segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem
da regeneração e da renovação do Espírito Santo. (Tt 3:5b)
INTRODUÇÃO: À exceção de Deus, tudo o que existe teve um início.
No caso da santificação, há o início, o meio e o fim. É preciso conhecer
bem esse processo visto ser ele, depois da justificação, uma parte decisi-
va para o desfecho da salvação (a glorificação). O estudo de hoje, porém,
trará à baila um ato divino que precede a justificação, a santificação e, ob-
viamente, a futura glorificação. Sem este ato, a obra de Jesus na cruz não
poderá ser percebida pelo pecador que está morto em delitos e pecados.
Chama-se regeneração a ação de Deus, que, por meio do Espírito Santo,
capacita espiritualmente o pecador a responder positivamente, pela fé, à
salvação em Cristo, através do evangelho, pelo qual é chamado.
I – ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
Como um bom e dedicado estudante da Palavra, o leitor sabe que a
Bíblia Sagrada, além de ser a palavra de Deus, é a verdade de Deus. Por-
tanto, não há de se espantar com a descrição extremamente negativa da
natureza humana. Diz a Palavra que todos se extraviaram e se corrompe-
ram de tal forma que não há quem faça o bem, não há nem um sequer (Sl
14:3). Do ponto de vista humano, uma pessoa pode ver bondade na ou-
20 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
23. tra, mas à tua vista [do Senhor] não há justo nenhum vivente. (Sl 143:2).
A Bíblia é taxativa: ... não há homem que não peque (I Rs 8:46). Ninguém
escapa, todos tropeçamos em muitas coisas (Tg 3:2).
A Bíblia descarta qualquer possibilidade de alguém se sentir diferen-
ciado: Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu
pecado? (Pv 20:9). Você pode dizer isso? Cuidado, contenha-se! De Roma-
nos 1:18 a 3:20, Paulo descreve a profundidade da depravação humana.
O ser humano, por si mesmo, está atolado até o pescoço na imoralidade
e na incredulidade. Que se conclui? Temos nós [seres humanos] qualquer
vantagem [méritos pessoais]? Não, de forma nenhuma; pois já temos de-
monstrado que todos (...) estão debaixo do pecado (Rm 3:9-10).
A queda, no Éden, desfigurou-nos totalmente. Iniciamos a carreira
afastados da vida e da santidade de Deus. Viemos ao mundo destituídos
de perfeição. Somos acostumados a não ver em nós o que, de fato, so-
mos. Os filmes, os seriados, as novelas, os romances dão-nos uma visão
romântica e fantasiosa sobre a natureza humana. As ideologias huma-
nistas criam uma imagem altamente positiva do ser humano. A Bíblia,
porém, nos chama à realidade, põe nossos pés no chão, e nos afirma:
Nascemos em iniqüidade e somos concebidos em pecado (Sl 51:5).
Enquanto as ciências humanas buscam resposta para o mal na comple-
xidade humana e nos eventos sociais, a palavra de Deus vai ao âmago da
questão: Somos transgressores, desde o ventre materno (Is 48:8). Desvia-
mo-nos, desde a concepção, desde o ventre materno, desencaminhamo-
nos com mentiras (Sl 58:3). A Bíblia garante: ... é mau o desígnio íntimo do
homem desde a sua mocidade (Gn 8:21). Por causa de sua natureza corrom-
pida, o ser humano tornou-se desqualificado para praticar o bem, de forma
que tudo “o que ele faz é desprezível aos olhos de Deus, porque nada que
o homem faz procede do amor a Deus e do propósito de glorificá-lo”.1
O ser humano sem Deus é identificado como ímpio, perverso, iníquo.
E, nessa condição, qualquer sacrifício espiritual, ainda que feito com a me-
lhor das intenções, é abominável ao Senhor (Pv 15:8). Gálatas 5 ensina que
toda obra que não é fruto da influência e do trabalho do Espírito Santo é
carne, e, por isso, não pode agradar a Deus. As pessoas que têm a mente
controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não
obedecem à lei de Deus e, de fato, não podem obedecer a ela (Rm 8:7 –
NTLH). O versículo seguinte é ainda mais enfático: As pessoas que vivem de
acordo com sua natureza humana não podem agradar a Deus (Rm 8:8).
O pastor inglês Arthur W. Pink afirma: “[O homem] pode ser civilizado,
educado, sofisticado e religioso, mas no coração ele é desesperadamen-
1. ink, Arthur W. Fé Para Hoje, A Necessidade do Novo Nascimento. São Paulo: Editora Fiel,
P
(2008:13).
www.portaliap.com | 21
24. te corrupto (Jr 17:9)”.2 Para o ser humano depravado, morto em delitos
e pecados, atolado na escravidão do pecado, subjugado pelas garras de
Satanás, só há uma saída: Ser regenerado, ou seja, liberto e recriado con-
forme a imagem de Jesus Cristo, através da ação poderosa e constante
do Espírito Santo (Jo 3:5-8; II Co 3:18; Cl 3:10). A Bíblia, portanto, nos dá
a idéia da importância do assunto e da seriedade que devemos ter para
com a doutrina da regeneração.
A regeneração é o começo da santificação. É um ato exclusivo de Deus
que consiste em dar ao homem vida espiritual. Esse ato é popularmente
conhecido como “nascer de novo”. Sobre aqueles que creram em Cristo e se
tornaram filhos de Deus (Jo 1:12), a Bíblia afirma: Eles não se tornaram filhos
de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de
um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles (Jo 1:13 – NTLH). Num
ato divino misterioso, como o vento, que não sabemos de onde vem nem
para onde vai, “nascemos de novo” (Jo 3:3). Uma coisa, porém, sabemos:
Sem nascer de novo, jamais entraremos no reino de Deus (Jo 3:3).
Não sabemos quando essa obra maravilhosa começou por uma sim-
ples razão: Estávamos mortos em delitos e pecados (Ef 2:1). Morto não
sabe de nada e não pode fazer nada! Estávamos nas mãos do espírito que
controla a vida dos desobedientes; vivíamos fazendo a vontade da carne
e dos pensamentos maus e estávamos destinados à morte eterna (Ef 2:32
e 3). Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e seu amor por nós é
tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa
desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo
(Ef 2: 4-5 – NTLH). Nascemos de novo! (cf. Cl 2:13; I Pe 1:3).
A regeneração, portanto, é o primeiro passo para o ser humano sair da
morte espiritual para a vida espiritual, da condenação para a salvação, da
inimizade e distância de Deus para a amizade e comunhão com Deus, da
abominação de Deus para o prazer de Deus, das trevas de Satanás para a
luz de Jesus. Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora
que pertencem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas
que pertencem à luz (Ef 5:8 – NTLH). “Não há meio termo entre essas duas
condições: Cada homem e cada mulher agora, na terra, ou é objeto do
prazer de Deus ou de sua abominação”.3
Pink enfatiza que, enquanto não passam pelo novo nascimento, todos
os homens são “reprovados para toda boa obra” (Tt 1:16). Não se quer
ser repetitivo, mas, sem Cristo, as mais bondosas e imponentes obras hu-
manas não agradam a Deus. “Entretanto, as menores faíscas que proce-
2. Idem.
3. Idem.
22 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
25. dem daquilo que a graça iluminou são aceitáveis aos seus olhos”.4 Tudo
de bom que fazemos hoje e que agrada a Deus vem dele (Tg 1:17), que
pela sua própria vontade (...) fez com que nós nascêssemos, por meio da
palavra da verdade, a fim de ocuparmos o primeiro lugar entre todas as
suas criaturas (Tg 1:18 – NTLH).
O ato de Deus, que, por intermédio do Espírito Santo, nos faz nascer
de novo ou nos dá vida espiritual, faz com que tenhamos condições de
responder com fé ao chamado do evangelho para a salvação em Cristo
Jesus. Sem esse ato de vivificação espiritual, nenhuma pessoa pode dizer
sim ao plano salvífico de Deus, pois, sem a ação do Espírito Santo, nin-
guém diz que Jesus é Senhor. Sem esse início, ninguém pode começar o
processo de santificação pessoal, e, por conseqüência, ninguém verá o
Senhor (Hb 12:14). Sem esse início, nada do que fazemos agrada a Deus.
O Espírito Santo iniciou a obra de regeneração em Lídia, de forma que
ela teve condições de entender espiritualmente o evangelho que Paulo
pregava (At 16:14). Ela se rendeu a Cristo e nasceu de novo, pois a Palavra
diz: Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus (I Jo 5:1).
A partir de então, o que ela faz de bom agrada a Deus. Mas, pelo fato
de ser início, de ser a semente da salvação, a regeneração segue operan-
do poderosamente na vida do salvo, de tal maneira que a santificação
pessoal é percebida pela interrupção de pecados antes contínuos. Todo
aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (I Jo 3:9), mas
na prática da justiça (I Jo 2:29).
Enquanto Jesus não voltar para dar-nos a glorificação almejada, não
teremos uma vida de perfeição. O alvo de Deus para nós, porém, não
é menos do que isso. Nesta vida, não deixamos de ser pecadores, mas,
também, não vivemos pecando, pois não somos mais dominados pelo
pecado (Rm 6:14). A nova vida que ganhamos e que se desenvolve dentro
de nós nos capacita a vencer todas as tentações da vida, seja no nível do
intelecto, no das emoções, no da vontade e no do corpo. Esse processo
atende pelo nome de santificação, mas seu início se dá na regeneração.
1. Com base em Sl 14:3, 51:5, 58:3, 143:2; I Rs 8:46; Rm 3:9-10 e
no comentário, explique a realidade espiritual e moral da natureza
humana sem a influência divina.
4. Idem.
www.portaliap.com | 23
26. 2. Discuta com a classe a seguinte afirmação do pastor inglês Arthur
W. Pink: “[O homem] pode ser civilizado, educado, sofisticado e
religioso, mas no coração ele é desesperadamente corrupto (Jr
17:9)”. Que relação essa realidade tem com o nosso dia-a-dia?
3. Com base em Jo 1:12-13, 3:3; Ef 2:1-5; Cl 2:13; I Pe 1:3 e no comen-
tário, explique como Deus, através da regeneração, opera a grande
mudança na alma mortal e corrupta dos seres humanos.
4. Com base em Ef 5:8; Rm 6:14; I Jo 3:9 e no comentário, explique
as conseqüências positivas na vida dos que começaram o pro-
cesso de santificação, através da regeneração.
II – VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. Devo reconhecer que minha natureza é má.
O brasileiro é famoso por dar um jeitinho em tudo. Mas, para resolver
o pecado, não há “jeitinho brasileiro” que dê jeito. Quem ainda não foi
regenerado, precisa enfrentar o fato de que, dentro de si, habita uma
natureza má, corrupta, que o subjuga e o dirige à prática do mal. Precisa
admitir, com honestidade, como Paulo: “Na minha carne não habita bem
nenhum” (Rm 7:18). Sem esse enfrentamento, serão inúteis os conselhos
dos pais, as exortações dos amigos, as advertências de Deus, as experi-
ências com sofrimentos, enfermidades e até mortes. Sem essa admissão
honesta, o ser humano carnal não pode agradar a Deus (Rm 8:8). Admita,
portanto, diante de Deus, que você não é tão bonzinho como pensa. Ato
contínuo: Jogue-se nos braços de Cristo.
24 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
27. 5. Com base na primeira aplicação, explique: Para ter início a liber-
tação espiritual do poder do pecado, por que é necessário que
cada pessoa reconheça que sua natureza é corrupta e má?
2. Devo reconhecer que só Deus pode me recriar.
Assim como o abacateiro não dá manga e a mangueira não dá abaca-
te, Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir
frutos bons (Mt 7:18). Se sua natureza é má, o que se esperar de você?
Enquanto você não nascer de novo, estará reprovado para toda boa obra
(Tt 1:16). Só depois de recriado e purificado para Deus é que você poderá
ser uma pessoa zelosa e de boas obras (Tt 2:14). “Ah, mas já tenho déca-
das de crente!”. Nesse assunto, o tempo e a experiência de vida não con-
tam. Nicodemos era antigo na fé, um doutor da lei, mas ouviu de Jesus:
... necessário vos é nascer de novo (Jo 3:7). Essa é uma questão fatal, e, por
isso, é melhor ser humilde. Só assim o Deus que o criou irá recriá-lo.
6. Com base na segunda aplicação, explique: Por que é necessário
reconhecer que só Deus cria uma nova natureza humana e
crer que o novo nascimento espiritual é uma necessidade imperiosa
para a salvação?
3. Devo reconhecer que a regeneração é o começo da santificação.
“Eu aceitei Jesus!”. Ouve-se muito isso. A ênfase está no “EU”. Dá-se
a impressão de que está tudo resolvido. De fato, esse é um ato em que
o ser humano usa seu livre arbítrio. Contudo, ninguém se rende a Jesus,
sem, antes, ter sido vivificado espiritualmente. Ponto final. Muito mais
importante do que o “Eu aceitei Jesus” é estar consciente de que a ca-
minhada apenas começou. Deu-se a largada. O grande Juiz do universo
(Gn 19:25) acabou de suspender a penalidade do pecado ( justificação,
Rm 8:1) e dar início ao processo de libertação do poder do pecado (san-
tificação, Rm 6:14). Começou a salvação! É necessário desenvolvê-la. Ela
tem começo, meio e fim (a glorificação, Fp 1:6; Rm 8:19-23).
www.portaliap.com | 25
28. 7. Com base na terceira aplicação, explique: Por que a regeneração
(que leva à justificação) é o início da santificação, que, por sua
vez, será concluída na glorificação?
CONCLUSÃO: A doutrina bíblica da regeneração tem, em si mesma,
muitas qualidades espirituais benéficas à humanidade perdida. Porém, o
fato mais relevante é o poder que Deus tem de mudar desejos, pensa-
mentos e vontades humanas, antes rendidas ao poder do pecado. Quan-
do alguém nasce de novo, o reino de Satanás é abalado, pois, para recriar
uma pessoa, Deus não poupa seu poder, por intermédio de Cristo. Paulo
diz: ... qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos,
segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos (Ef 1:19-20). “O poder de Deus na re-
generação está entre as maiores demonstrações de sua onipotência na
história do universo”.5 Por causa dessa força, o homem morto é vivificado
e começa a viver uma nova vida.
5. lumer, William. Fé Para Hoje, A Definição de Novo Nascimento. São Paulo: Editora Fiel,
P
(2008:7).
26 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
29. 4
A parceria na
santificação pessoal
24 JAN 2009 Hinos sugeridos: BJ 27 – CC 354 / BJ 224 – HC 58
leItura diÁria objetivo
Domingo, 18 de janeiro.........Jo 8:34-36
. Mostrar ao estudante o parecer
Segunda, 19................................Jo 16:7-13 bíblico sobre a parceria entre
Terça, 20..................................... Jo 17:15-19
Deus e o ser humano no pro-
cesso de santificação pessoal;
Quarta, 21...............................II Co 5:14-20
conscientizar o estudante de
Quinta, 22...............................II Co 6:14-18
.
sua responsabilidade com a sua
Sexta, 23........................................... II Co 7:1 santificação pessoal e com a de
Sábado, 24.................................. Fp 2:12-13 seus irmãos na fé.
TEXTO BÁSICO: ... purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do
espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus. (II Co 7:1)
INTRODUÇÃO: Quando se trata de santificação pessoal, percebe-se
um sério engano: muitos cristãos acreditam que, por serem salvos pela
graça, não têm responsabilidade alguma com a busca e o crescimento de
sua santificação pessoal. Dizemos que isso é um engano porque a Bíblia
não confirma essa isenção humana, mas ensina que há uma parceria en-
tre Deus e o crente no processo de santificação pessoal. É dessa parceria
que o estudo de hoje vai tratar.
I – ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
Independentemente de quantas linhas teológicas haja, no estudo
sobre a santificação, ou dos nomes que lhes sejam atribuídos, nosso
compromisso, quanto à parceria no processo da santificação pessoal, é
apresentar o parecer bíblico sobre essa questão, afinal, toda escritura é
divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça (II Tm 3:16). Vamos, então, com base nas
Escrituras, conhecer o papel divino e o humano nessa parceria, sem es-
quecermos nossa total dependência de Deus.
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30. 1. A participação divina na santificação pessoal: Com relação à partici-
pação divina na santificação pessoal, vamos tratar do papel provedor do Pai,
do papel consumador do Filho e do papel mantenedor do Espírito Santo.
Contudo, precisamos entender que, em cada um desses papéis, a Trindade
trabalhou e trabalha unida pela nossa santificação, ou seja: Para provê-la,
o Pai agiu enviando o Filho para consumá-la (Jo 3:16, 5:24,36-37). Este, por
sua vez, agiu para glorificar o Pai e foi glorificado por ele (Jo 7:16-18, 8:29,54,
17:1-5). Assim, também, o Espírito Santo, enviado pelo Pai, age para glorifi-
car o Filho (Jo 16:13-15). Conheçamos, então, essa cooperação divina.
1.1 Na participação divina, o Pai proveu a nossa santificação: Em
II Co 5:18-20, o apóstolo Paulo nos diz o seguinte: E tudo isso provém de
Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo (...), isto é, Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os
seus pecados. Aqui, aprendemos que Deus Pai, desde o início do seu
plano de salvação para a humanidade, já havia se comprometido com a
execução de sua parte, provendo a nossa reconciliação consigo mesmo.
Ele nos deu Jesus Cristo (Jo 3:16).
Esse foi o primeiro passo para a nossa santificação. O mesmo Paulo
afirma que se trata de iniciativa e obra de Deus: O mesmo Deus de paz
vos santifique completamente (I Ts 5:23), uma vez que é ele quem efetua
em nós o querer e o realizar a sua vontade (Fp 2:13). Podemos entender
esse efetuar de Deus como um ato de dar-nos apoio gratuito, de aper-
feiçoar-nos e tornar-nos flexíveis a sua vontade. Isso pode até mesmo
ocorrer pela disciplina. Grudem faz a seguinte afirmação a esse respeito:
“Um papel específico de Deus Pai na santificação é seu processo de nos
disciplinar como seus filhos”.1
A cooperação de Deus Pai também reside na sua iniciativa de nos dar
o Espírito Santo como garantia de que, um dia, seremos completamente
livres do pecado. É por isso que Paulo afirma: Ora, quem para isso mesmo
nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito (II Co
5:5). De acordo com o sentido do texto em que essa afirmação está inse-
rida, ele se refere ao papel do Pai de prover a redenção do nosso corpo,
de torná-lo livre de todo pecado (cf. II Co 5:1-8).
1.2 Na participação divina, o Filho consumou a nossa santificação:
Em Jesus Cristo, vemos grande empenho, tal como no Pai, na nossa san-
tificação, pois foi ele quem conquistou a nossa salvação, encarnando-se,
morrendo por nós e ressuscitando em nosso favor, para que sejamos
santificados (II Co 5:14-15). Além disso, pela sua maneira de viver como
ser humano, Jesus foi, entre nós, a consumação da santidade perfeita.
1. Grudem (1999:628).
28 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
31. Por isso, tornou-se nosso exemplo máximo. Não é sem motivo que o
autor de Hebreus nos ensina a olhar firmemente para o Autor e Consu-
mador da fé, Jesus (Hb 12:2).
Jesus foi vitorioso sobre todo tipo de pecado e garante tornar-nos
vitoriosos também, com a promessa de sua constante presença conosco:
Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt
28:20). Não bastasse isso, prometeu preparar lugar para nós junto a si
e ressuscitar-nos livres da nossa natureza pecadora, por ocasião de sua
volta (Jo 14:1-3, 11:25-26). O texto de I Co 1:30 mostra-nos, em síntese,
toda a cooperação de Cristo na nossa santificação pessoal: ele se tornou,
para nós, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.
1.3 Na participação divina, o Espírito Santo mantém a nossa san-
tificação: A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo nos convence do pe-
cado (Jo 16:7-11) e tem a preciosa tarefa de ajudar-nos a mantermo-nos
fiéis e crescermos em santidade, lembrando-nos da palavra de Deus e
encorajando-nos, a partir dela, a resistirmos ao pecado: Mas o consola-
dor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas
as coisas e vos fará lembrar de tudo que os tenho dito (Jo 14:26 – leia
também: Jo 14:16-17; Rm 8:13-14; Gl 5:16-18).
Como nosso parceiro, ele participa ativamente de nossas lutas diárias
contra o pecado e se responsabiliza por produzir em nós o seu fruto
(cf. Gl 5:22), para tornar-nos parecidos com Cristo. Por isso, o Espírito,
cujo “sobrenome” é Santo, é a prova de que podemos viver em santi-
dade constante diante de Deus, e de que, futuramente, alcançaremos a
santidade perfeita; afinal, foi Deus que nos preparou para este propósito,
dando-nos o Espírito como garantia do que está por vir (II Co 5:5 – NVI).
2. A participação humana na santificação pessoal: Onde é que en-
tramos nesse processo? Qual é a nossa parte na nossa santificação pesso-
al? Há quem pense que não há nada que possamos fazer, pois qualquer
esforço humano anularia a graça de Deus. Realmente, nunca conquista-
remos a santidade por iniciativa ou esforço nosso. Precisamos entender,
quanto a isso, que não se trata de mérito humano, mas de responsabilida-
de de cada crente com o que recebeu gratuitamente de Deus. Entendido
este aspecto, vamos, agora, conhecer o que a Bíblia diz sobre nossa parte
nessa parceria com Deus pela nossa santificação pessoal.
2.1 A participação humana implica aceitação: Em primeiro lugar, a
palavra de Deus nos ensina que a nossa cooperação inicia-se com uma
atitude de aceitação (Rm 10:8-11, 8:16; Tg 1:21). Isto significa que preci-
samos crer que o sacrifício de Jesus é suficiente para nos tornar aceitos
diante de Deus e que somente em Cristo somos transformados em novas
criaturas (Ef 1:3-14, 2:1-8; Rm 8:1-17; II Co 5:15-17). Nesse sentido, acei-
tar é submeter-se a Deus, como aconselha o apóstolo Tiago: Sujeitai-vos,
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32. pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele
se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, puri-
ficai o coração (Tg 4:7-8).
2.2 A participação humana implica obediência: A Bíblia nos traz, em
segundo lugar, o ensino de que nossa cooperação implica obediência.
Em Tg 1:22-25, a palavra de Deus nos encoraja a sermos praticantes da
palavra e não apenas ouvintes. Também, em Ef 2:10, somos ensinados da
seguinte maneira: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Nesta
afirmação, Paulo ensina que a salvação pela graça tem como conseqüên-
cia as boas obras, pois Deus, pelo seu Espírito, nos capacita para isso, ao
nos criar em Cristo Jesus (cf. Ef 2:1-9).
2.3 A participação humana implica união do corpo de Cristo: Em ter-
ceiro e último lugar, a Bíblia ensina que devemos encorajar uns aos outros à
santidade, com palavras e atitudes (Hb 10:24-25; Rm 12:10-13; I Ts 5:14-18;
I Tm 4:11-12). Isso significa que a santificação é pessoal, mas não individual,
pois precisamos uns dos outros para crescermos em santidade (I Co 12:12-
27). Essa é a razão de a Escritura nos ensinar que, se nosso irmão se ofende
com determinadas atitudes nossas, devemos evitá-las, para não prejudicar-
mos a sua santificação pessoal (I Co 10:24,32-33; II Co 6:1,3-10).
Esses aspectos da participação divina e da participação humana, no
processo de santificação pessoal, mostram que Deus é provedor, con-
sumador e mantenedor da nossa santificação. O que nos cabe, nesse
processo, é responsabilidade – algo que recebemos de outrem –, não
mérito – algo que temos em nós mesmos. Por isso, cooperamos com
Deus porque recebemos dele a capacitação. Logo, não se trata de ser-
mos participantes na mesma medida de Deus, mas de sermos apenas
servos e confiarmos no Senhor, que nos santifica, o que é muito diferente
de sermos omissos quanto à busca pela santificação.
1. Após ler o item 1.1 e os textos bíblicos nele indicados, explique
como o Pai proveu a nossa santificação.
30 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
33. 2. Responda, com base no item 1.2 e nos textos bíblicos nele
indicados: Como Jesus Cristo consumou a nossa santificação?
3. Após ler o item 1.3 e os textos bíblicos nele indicados, explique
como o Espírito Santo mantém a nossa santificação.
4. Leia os itens 2.1, 2.2, 2.3, bem como os textos bíblicos nele
indicados e comente as três implicações da participação humana
na santificação pessoal.
5. Com base em toda a primeira parte deste estudo, explique como a
parceria com Deus anula o mérito humano.
II – VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. A parceria com Deus requer reconciliação.
Quando tratamos, neste estudo, da participação do Pai na nossa santi-
ficação, dissemos que ele proveu a nossa reconciliação consigo, enviando
Jesus Cristo para morrer por nós. Por essa iniciativa de Deus Pai, temos
a oportunidade de nos reconciliar com ele, aceitando Jesus Cristo como
nosso Senhor e Salvador, para andarmos em santidade. Sem reconcilia-
ção, continuamos inimigos de Deus e não podemos ser seus parceiros
(Jo 3:36). É por essa razão que Paulo nos diz: Rogamos-vos, pois, da parte
de Cristo que vos reconcilieis com Deus (II Co 5:20).
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34. 6. Leia a primeira aplicação e responda: O que significa dizer que a
parceria com Deus requer reconciliação?
2. A parceria com Deus requer purificação.
Além de reconciliação, a parceria com Deus requer purificação, uma
vez que santidade significa rompimento com o pecado. É através de Je-
sus que essa separação se torna possível, pois, sendo ele o consumador
da nossa santificação, o seu sangue nos purifica de todo pecado (I Jo
1:7). Neste sentido, não há parceria com Deus, se não há purificação, pois
ele coopera conosco para nos tornar novas criaturas, ou seja, para nos
purificar. Deixemos, então, tudo que nos torna impuros (II Co 6:14-16);
... purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito (II Co 7:1b).
7. Leia a segunda aplicação e responda: O que significa dizer que a
parceria com Deus requer purificação?
3. A parceria com Deus requer aperfeiçoamento.
A última parte de II Co 7:1 diz: ... aperfeiçoando a santificação no temor
de Deus. Através dessa expressão, entendemos que nunca alcançaremos
um nível de perfeição moral nesta vida. Enquanto estivermos neste cor-
po, não conseguiremos fazer sempre o que é certo; mas, como salvos
em Jesus, temos o auxílio do Espírito Santo, para permanecermos puros
e não nos deixarmos dominar pelo pecado (Tg 4:7-10; Rm 6:13, 19, 8:13,
12:1-2), sendo que, a cada pecado renunciado, o Senhor nos aperfeiçoa
e nos torna mais santos. Oremos como o salmista, no Salmo 139:23-24:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração (...) vê se há em mim algum
caminho mal, e guia-me pelo caminho eterno.
8. Leia a terceira aplicação e responda: O que significa dizer que a
parceria com Deus requer aperfeiçoamento?
32 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
35. CONCLUSÃO: Aprendemos, neste estudo, que não estamos isentos
de responsabilidade, quanto à busca e ao aperfeiçoamento de nossa
santificação pessoal, mas que contamos com a preciosa parceria do Deus
Trino, que nos reconciliou consigo, conquistou a nossa santificação e nos
capacita a crescer em santidade na sua presença. Portanto, coloquemos
em ação a nossa salvação, com temor e tremor, sabendo que é Deus
quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a
boa vontade dele (Fp 2:12-13 – NVI).
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36. 5
O processo da
santificação pessoal
31 JAN 2009 Hinos sugeridos: BJ 317 – HC 77 / BJ 126 – CC 119
leItura diÁria objetivo
Domingo, 25 de janeiro........ Pv 4:18-27
. Ensinar que a santificação pes-
Segunda, 26................................ Ef 4:12-16 soal realiza-se em nós através
Terça, 27............................................ Fp 1:3-6 de um processo contínuo,
Quarta, 28....................................Rm 12:1-2 que durará por toda a nossa
Quinta, 29......................................II Co 3:18
. vida aqui na terra, e devemos
Sexta, 30.........................................I Pe 2:1-3 vivenciá-lo de forma natural,
Sábado, 31...............................II Pe 3:17-18 crescente e objetiva.
TEXTO BÁSICO: Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (Pv 4:18)
INTRODUÇÃO: Nas sagradas páginas da Bíblia, o crente em Cristo é
frequentemente incentivado e exortado a crescer na santificação pes-
soal. É comum encontrarmos expressões como: “crescei”, “desenvolvei”,
“transformai”, indicando que a santificação não se realiza num momento
só, mas em um processo contínuo que depende de nossa vontade para
desenvolvê-lo. Na lição de hoje, examinaremos alguns textos, que mos-
tram no que consiste o processo da santificação e como ela se desenvol-
ve em cada um de nós.
I - ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
1. Entendendo o processo: Já aprendemos que a santificação co-
meça na regeneração, quando assumimos uma nova posição diante do
Pai, por meio da fé em Cristo. Porém, ela não pára por aí. De acordo
com Grudem, a “santificação é uma obra progressiva da parte de Deus
e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhan-
34 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
37. tes a Cristo em nossa vida presente”.1 Destacamos, aqui, o fato de que
ela é uma obra progressiva, um processo contínuo que se dá passo a
passo e dura por toda a vida.
É, basicamente, uma batalha que travamos contra o pecado e, à medi-
da que o vencemos, tornamo-nos mais e mais parecidos com Cristo: no
caráter, nos pensamentos, nos sentimentos e nas ações. Antes, éramos
escravos do pecado e caminhávamos na direção contrária a Deus. Ago-
ra, libertos por Cristo, passamos a caminhar em direção a Deus. Assim
começa a caminhada cristã e há um longo caminho a percorrer, até que
cheguemos (...) à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4:13).
Embora não sejamos mais escravos do pecado (Rm 6:18), ele insiste
em permanecer presente em nós. De fato, a Bíblia é muito direta, quando
nos mostra que, apesar de convertidos a Cristo, ainda pecamos (I Jo 1:8).
Mas o desejo de nosso Deus é que vençamos o pecado a cada dia e ca-
minhemos para perfeição, pois segundo é santo aquele que vos chamou,
tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento,
porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo (I Pe 1:15-16).
Observe, por favor, o versículo 15 da primeira carta de Pedro, que
acabamos de citar. Há dois ensinos preciosos nele:2 o primeiro e mais im-
portante é que Deus é santo, ou seja, ele é separado, sem pecado, puro e
perfeito. O segundo ensino é que ele nos chamou, isto é, nos convocou
para sermos participantes com ele de sua santidade. Todos nós, cristãos,
fomos chamados para trilhar o caminho da santificação, abandonando o
pecado, tornando-nos cada vez mais santos e identificando-nos cada vez
mais com o nosso Deus, que é Santo!
Ao ler esses dois versículos, Wilkinson3 observa que há dois mandamen-
tos, “tornai-vos” e “sede”; ambos indicam que há, realmente, um processo
pelo o qual nos tornamos santos; porém, esse processo não é automático
em nós; está sujeito à resposta que damos ao chamado de Deus. É preciso
que nos esforcemos e nos apresentemos diante de Senhor com o desejo de
crescer espiritualmente. Paulo disse: Rogo-vos pois (...) apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12:1).
A santificação é resultado de um trabalho conjunto entre Deus e o
cristão. Para o cristão, é imprescindível desejar e buscar para realmente
alcançá-la. Entretanto, somente por seu esforço, não experimentará ne-
nhum avanço e jamais irá alcançá-la. Sem Jesus, nada podemos fazer (Jo
1. Grudem, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1999:62).
2. ueller, Ênio R. I Pedro: introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão,
M
(1991:102).
3. ilkinson, Bruce H. Santidade pessoal em tempos de tentação. São Paulo: Mundo
W
Cristão, (2002:85).
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38. 15:5). A santificação se realiza-se na dependência de Cristo. É ele quem
nos purifica de todo pecado, é a ele que devemos nos confessar, pois, é
fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1:9).
Nosso coração deve arder pelo desejo de ser mais parecido com Je-
sus. É esse desejo que nos impulsionará a superar, dia a dia, a força que
o pecado exerce em alguma área da nossa vida. Por exemplo: Suponha
que você se percebe mentindo, mas que, no seu coração, há um ardente
desejo de se parecer com Cristo. O que fazer? Ciente de que você está
em um processo, não desanime. É preciso avançar nesse processo! Ore,
peça o perdão e a ajuda de Deus; lute e se esforce até o dia em que con-
seguir vencer esse pecado.
2. Avançando no processo: É certo que, quanto mais o cristão avança
no processo de santificação pessoal, mais diminui seu grau de pecado. O
apóstolo Paulo tinha este conceito em mente, quando disse aos coríntios:
... purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfei-
çoando a nossa santidade no temor de Deus (II Co 7:1b). Todo cristão deve e
pode progredir em sua vida espiritual. Neste versículo, Paulo se refere a dois
princípios básicos para avançarmos no processo da santificação pessoal.
O primeiro princípio que encontramos no versículo é a necessidade de
purificação. Para experimentarmos o avanço e o crescimento, é funda-
mental que nos purifiquemos, ou seja: é necessário livrarmo-nos da con-
taminação do pecado, limparmo-nos da iniqüidade, consagrarmo-nos
e dedicarmo-nos somente a Deus. Isso envolve todas as áreas da vida.
Precisamos nos limpar de toda impureza, tanto da carne como do espírito.
Note que a expressão é imperativa; é uma ordem bíblica: Afastemo-nos
de tudo o que está errado, diz a tradução da Bíblia Viva.
O segundo princípio é a necessidade de aperfeiçoamento. A santi-
dade em nós não é um processo concluído, mas algo que necessita de
um contínuo aperfeiçoamento. O termo traduzido por “aperfeiçoando”
(epiteleo - gr.) significa “levar até um fim, terminar, completar”.4 Paulo
está incentivando os cristãos de Corinto a permanecerem avançando na
santificação pessoal e a se esforçarem para completá-la. Esse texto mos-
tra claramente que a santificação pessoal deve ser encarada como uma
ação contínua de consagração a Deus.
Esse pensamento fica bem evidenciado quando lemos que todos nós (...)
somos transformados, de glória em glória (II Co 3:18). A vida cristã é total-
mente contrária a qualquer tipo de estagnação, inércia, imobilidade. Não
há espaço, no cristianismo autêntico, para cristãos espiritualmente “confor-
mados” e satisfeitos consigo mesmos. Até mesmo Paulo disse: Não que já
4. ilkinson, Bruce H. Santidade pessoal em tempos de tentação. São Paulo: Mundo Cristão,
W
(2002:86).
36 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
39. tenha alcançado, ou que seja perfeito, mas prossigo (Fp 3:12). O que dizer de
nós? Busquemos sempre o crescimento espiritual, sabendo que avançar na
santificação não é uma opção,5 mas um mandamento para o crente.
Na prática, isso significa que, a cada vitória sobre o pecado, começa-
mos a agir cada vez mais conforme Jesus agiria. À medida que o pecado
perde a força em nós, o Espírito Santo assume gradualmente o domínio
de nossa vida, libertando-nos das obras da carne e gerando em nós o fru-
to espiritual, que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bon-
dade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5:22). Assim, assumimos
cada vez mais a plenitude do caráter de Cristo.
Vale ainda dizer que a santificação, entendida como um processo, não
é igual em todos. Ela se manifesta em velocidade e graus diferentes,
dependendo da capacidade, da vontade e do empenho de cada pessoa.
Sobre esse assunto, Paulo escreve: desenvolvei a vossa salvação com te-
mor e tremor (Fp 2:12b). Há, na igreja, aqueles que ainda estão “engati-
nhando” na fé e outros que são mais maduros, mas ninguém está pronto,
pois “qualquer que seja o crescimento espiritual alcançado, há sempre
mais, muito mais para alcançar”.6
Além disso, “a santificação, sendo um processo, não deve ser encara-
da como um alvo que algum dia alcançaremos nesta vida terrestre”.7 De
fato, aqui não podemos ser perfeitos, pois somos limitados. Somente na
volta de Cristo isso vai acontecer. Mas isso não nos impede que avance-
mos e busquemos a santificação. Deus não espera de nós perfeição nes-
ta vida, mas ele espera ver em nós vontade e esforço para obedecer-lhe.
Com isso em mente, iremos considerar, a seguir, três aplicações, tendo
por base Pv 4:18.
1. Após ler o comentário, Pv 4:18; II Co 3:18; Fp 2:12, responda: O
que é o processo da santificação pessoal? Onde ele começa e qual
é seu objetivo final?
5. hamplin, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. vol.
C
IV, São Paulo: Milenium, (:363).
6. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:75).
7. Idem.
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40. 2. Leia I Pe 1:15-16; Rm 12:1 e responda: Qual é a convocação de Deus
para todo crente em Cristo? Comente, ainda, o que esses dois textos
bíblicos nos ensinam sobre o processo da santificação pessoal.
3. Após ler I Jo 1:8-9; II Co 7:1 e o comentário, responda: Como
podemos vencer gradualmente o pecado, na vida cristã, e o que
isso tem a ver com o processo de santificação pessoal?
4. Com base nos quatro últimos parágrafos do comentário, comente
a afirmação: “santificação, entendida como um processo, não é igual
em todos. Ela se manifesta em velocidade e graus diferentes”.
II - VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. Vivencie o processo da santificação pessoal de forma natural.
Assim como o sol está para brilhar, o crente está destinado, natural-
mente, a crescer em santidade. Por isso, o sábio diz: Mas a vereda dos
justos é como a luz da aurora (Pv 4:18a). À semelhança do crescimento
humano, o cristão precisa crescer na santificação. Para que uma criança
cresça de forma natural, é necessária, basicamente, uma boa alimenta-
ção. De igual modo, precisamos nutrir a nossa alma com disciplinas es-
pirituais, como a oração, a leitura bíblica e a comunhão com os outros,
para crescermos na fé com naturalidade.
38 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
41. 5. Com base na primeira aplicação, comente o que devemos fazer
para crescer com naturalidade na vida cristã.
2. Vivencie o processo da santificação pessoal de forma crescente.
Na seqüência do versículo, lemos: ... que vai brilhando mais e mais (Pv
4:18b). O pensamento é que devemos atingir patamares cada vez mais
altos na santificação. Quando o sol começa a nascer, não há mais como
pará-lo. Assim devemos agir na santificação. É triste vermos cristãos es-
tagnados e outros que até regrediram na vida cristã. Mas não é isso que
nosso Senhor espera de nós. Ele deseja que vivamos o processo santifi-
cação de forma crescente, de glória e glória (II Co 3:18), no crescimento
que procede de Deus (Cl 2:19).
6. Com base na segunda aplicação, responda: O significa vivenciar
o processo de santificação pessoal de forma crescente?
3. Vivencie o processo da santificação pessoal de forma objetiva.
O objetivo da luz da aurora é tornar-se dia perfeito (Pv 4:18c) e o obje-
tivo do cristão é ser perfeito em santidade. Temos um alvo, que é Cristo!
E assim: ... esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando
para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo (Fp 3:13-14). Devemos vivenciar o
processo de santificação com a disciplina e a determinação de um atleta,
que, tendo uma meta, não pensa em outra coisa, senão em alcançá-la.
7. Com base em Fp 3:13-14 e na terceira aplicação, responda: Qual
é o alvo de todo cristão e qual deve ser sua atitude diante desse
alvo?
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42. CONCLUSÃO: Grande parte das cartas do Novo Testamento são en-
sinamentos, conselhos e exortações aos crentes em Cristo de diversas
igrejas sobre como deveriam crescer à semelhança do Senhor. Sem dú-
vida, o desejo dos escritores da Bíblia, e, principalmente, do Senhor da
Bíblia é que, a cada dia, avancemos no processo da santificação pessoal.
Façamos, portanto, o que nos cabe fazer, pois podemos estar plenamen-
te certos de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-
la até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1:6).
40 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2009
43. 6
A amplitude da
santificação pessoal
7 FEV 2009 Hinos sugeridos: BJ 186 – HA 295 / BJ 93 – HC 186
leItura diÁria objetivo
Domingo, 1 de fevereiro.... I Co 6:19-20 Mostrar ao estudante que a
Segunda, 2....................................... Lv 27:28 santificação pessoal, como fru-
Terça, 3........................................I Ts 5:22-24 to de uma vida renovada, deve
Quarta, 4.........................................Cl 3:9-10
. abranger todos os aspectos da
Quinta, 5..........................................I Ts 4:1-7 vida do crente em Jesus.
Sexta, 6.......................................... Ef 4:17-25
Sábado, 7..................................... Ef 4:25-32
.
TEXTO BÁSICO: Porque fostes comprados por bom preço; glorificai,
pois a Deus, no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a
Deus. (I Co 6:20)
INTRODUÇÃO: Ao encerrar sua missão na terra, Jesus intercedeu pe-
los seus seguidores, pedindo ao Pai que os santificasse na verdade. De-
pois, acrescentou: E por eles me santifico a mim mesmo, para que também
eles sejam santificados na verdade (Jo 17:19). Jesus deixou claro que é
possível ao crente ser santo, e que é desejo seu que todos que o seguem
sejam santificados na única verdade, que é a palavra de Deus. Vejamos,
então, no estudo da presente lição, qual é a amplitude da santificação.
I - ABRINDO A PALAVRA DE DEUS
Analisando a expressão coisa assim consagrada será santíssima ao
Senhor, que aparece em Levítico 27:28, entendemos que tudo que foi
escolhido e separado para o serviço a Deus é santo. Daí a recomendação
da Bíblia, no tocante ao crente: Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso
Deus, sou santo (Lv 19:2). O Deus santo exige de seus servos que sejam
igualmente santos: Portanto, santificai-vos, e sede santos, porque eu sou
o Senhor vosso Deus (Lv 20:7).
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44. Santificação, diferentemente do que muitos pensam, abrange todos os
aspectos da vida do cristão. Observemos o que diz a Escritura: E o mesmo
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo,
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo (I Ts 5:23 – grifo nosso). Espírito, alma e corpo, mencionados
nesse texto, significam o ser humano em sua totalidade, ou, como diz a
Escritura, em outra parte: ... em toda a vossa maneira de viver (I Pe 1:15).
Sobre essa questão, concordamos com Grudem, quando afirma que “a
santificação afeta a pessoa como um todo”. Na opinião desse teólogo, a
santificação abrange o nosso intelecto, as nossas emoções, a nossa von-
tade, o nosso espírito, isto é, nosso caráter e, finalmente, o nosso corpo
físico.1 Com a graça de Deus, no presente estudo, examinaremos cada
uma dessas partes. Em primeiro lugar, mostraremos como a santificação
afeta o nosso intelecto, valendo-nos do conceito de “nova criatura” usa-
do por Paulo, em seus escritos.
Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo afirma: Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo (II Co 5:17). Esta “nova criatura” a que Paulo se refere, nesse texto,
surge como resultado da transformação do entendimento, experimenta-
da por quem passou a viver uma nova vida em Cristo. A nova criatura não
se conforma com este mundo, pois foi transformada pela renovação do
seu entendimento, e vive a perfeita vontade de Deus (cf. Rm 12:2).
Com a conversão e a conseqüente renúncia da velha vida marcada
pelo pecado, o crente passa a ser uma nova criatura e a ter um novo
entendimento. Assim, diz a Escritura: Não mintais uns aos outros, pois
que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do
novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que
o criou (Cl 3:9-10). Assim, no lugar da mente escurecida pelo pecado (cf.
Ef 4:18), surge um novo e verdadeiro entendimento (cf. I Jo 5:20).
Além de afetar o nosso intelecto, em segundo lugar, a santificação
pessoal afeta as nossas emoções. O leitor talvez queira perguntar: O que
são emoções e que relação existe entre elas e a santificação? Emoções
são reações positivas ou negativas, manifestadas pelo nosso organismo,
ante a presença de um estímulo qualquer. As emoções negativas estão
associadas à amargura, cólera, ira, gritarias e blasfêmias (Ef 4:31); as posi-
tivas estão associadas ao amor, alegria, paz e longanimidade (Gl 5:22).2
Em terceiro lugar, no tocante à nossa vontade, há relação também
entre esta e a santificação. O desejo de agradar a Deus induz à santi-
1. Grudem, Wayne A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1999:631-632).
2. Grudem, Wayne A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1999:631).
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45. ficação, e a busca desta é a melhor prova que podemos dar do nosso
interesse em obedecer à palavra do Senhor: Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda esse é o que me ama (Jo 14:21). Em estado de
santificação, a nossa vontade coincidirá sempre com a vontade de Deus:
... não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo
a vontade de Deus (I Pe 4:2).
Grudem comenta que a santificação tem um efeito sobre a nossa von-
tade, nossa faculdade de tomar decisões, porque Deus é quem efetua em
nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp 2:13).3
Como podemos perceber, a santificação, antes de ser uma decisão nos-
sa, é uma obra de Deus em nossas vidas, pois, de nossa parte, o simples
desejo de sermos santos não basta; precisamos da ajuda de Deus para
desejá-la e concretizá-la, conforme já aprendemos em lições anteriores.
Em quarto lugar, vejamos a relação que existe entre a santidade e o
nosso espírito ou caráter, e vice-versa. Essa relação consiste no seguin-
te: a santidade influencia o nosso caráter ou nossa conduta interior. Daí
as recomendações da palavra de Deus para que sejamos interiormen-
te puros: ... purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (II Co 7:1); porque não nos
chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação (I Ts 4:7). O crente
que vive em santidade pensa, fala e age de maneira santa.
Por último, mas não menos importante, a santificação pessoal tam-
bém afeta o nosso corpo físico. Talvez essa seja a área mais mal inter-
pretada e negligenciada por nós. O nosso corpo também é afetado pela
santificação pessoal. Daí as recomendações bíblicas que apontam para
o dever de conservarmos o nosso corpo afastado de qualquer tipo de
contaminação: Ou não sabeis que o nosso corpo é santuário do Espírito
Santo... (I Co 6:19a). Deus não habita em templo contaminado!
Como está o seu corpo? Você acha que ele está à altura de receber o
Senhor? A palavra traduzida por “santuário”, neste versículo, faz referên-
cia ao “santo dos santos”, lugar mais íntimo do templo, onde se verifica-
vam as manifestações da glória Divina.4 A presença do Espírito Santo no
nosso corpo faz dele propriedade exclusiva de Deus. E, se ele vive dentro
de nós, como, de fato, cremos, então, devemos cuidar deste “templo”:
Afinal de contas, nunca ninguém odiou a sua própria carne, antes a ali-
menta e sustenta (Ef 4:29).
“À medida que nos tornamos mais santificados em nosso corpo, ele se torna
cada vez mais um servo útil de Deus, cada vez mais suscetível à sua vontade
3. Idem.
4. hamplin, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado v.v. São Paulo: Hagnos,
C
(2002:91).
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46. e aos desejos do Espírito Santo (cf. I Co 9:27). Não deixaremos o pecado reinar
em nosso corpo (Rm 6:4) nem permitiremos que nosso corpo participe de algum
modo de imoralidade (I Co 6:13), mas trataremos dele com cuidado e reconhe-
ceremos que ele é o meio pelo qual o Espírito Santo atua através de nós nesta
vida. Portanto, ele não deve ser impensadamente vítima de maus tratos, mas
deve tornar-se útil e capaz de reagir à vontade de Deus”.5
Que Deus conserve cada de nós isento de impurezas, para que os nos-
sos corpos, assim conservados, prestem-se ao serviço de Deus, visto que o
corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o cor-
po (I Co 6:13b). Que cada um saiba controlar o seu próprio corpo de ma-
neira santa e honrosa (I Ts 4:4- NVI). Que toda intenção má, toda palavra
imprópria e toda ação indigna jamais sejam nutridas, usadas ou praticadas
por nós: ... não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes
condenai-as (Ef 5:10). Sejamos santos, porque o Senhor é santo!
Nas considerações já feitas até aqui, vimos que, para agradarmos a Deus,
precisamos cultivar, aplicar e avançar na santificação pessoal, em todos os
aspectos da nossa vida. Nosso intelecto, nossas emoções, nossa vontade,
nosso caráter e nosso corpo precisam ser santos! E não se trata de um valor
espiritual inatingível, pois, se assim fosse, Deus não o teria exigido de nós.
Por isso, na segunda parte desta lição, veremos pelo menos três cuidados
que nos ajudarão a colocar em prática a palavra de Deus em nossa vida.
1. Após ler Lv 19:2, 20:7, 27:28 e o comentário anterior, responda:
Que desejo de Deus ficou expresso nesses textos?
2. Leia I Ts 5:23; I Pe 1:15, o comentário e responda: Neste caso, em
que aspectos de nossas vidas devemos satisfazer os desejos de Deus
a nosso respeito e viver em santidade? Justifique sua resposta.
5. Grudem, Wayne A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1999:632).
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47. 3. Leia II Co 5:17; Rm 12:2; Ef 4:31; Gl 5:22; I Pe 4:2, o comentário
anterior e responda: De que forma a santificação pessoal
afeta o nosso intelecto, as nossas emoções e a nossa vontade?
4. Leia II Co 7:1; I Ts 4:7; I Co 6:13, 18-20, o comentário e responda:
Que relação existe entre a santidade e o nosso espírito, ou caráter?
Por que devemos conservar santo o nosso corpo?
II - VIVENDO A PALAVRA DE DEUS
1. Visto que a santificação pessoal é abrangente, tomemos mais
cuidado com o que pensamos.
Talvez seja a mente o lugar das nossas maiores batalhas. Neste campo,
podemos perder ou ganhar. Não podemos vacilar! Viver numa sociedade
como a nossa e manter uma mente cristã saudável e santa não é tarefa
fácil. Por isso, vale a pena atentar para o conselho das Escrituras: Pensai
nas coisas que são de cima (Cl 3:2). A santificação pessoal é abrangente.
Andemos com os pés na terra e com os pensamentos no céu! Levemos
cativo todo o pensamento à obediência de Cristo (II Co 10:5b). Tenhamos
pensamentos santos!
5. Após ler Cl 3:2; Fp 4:8 e o comentário anterior, fale sobre o cuidado
que devemos ter com os nossos pensamentos.
2. Visto que a santificação pessoal é abrangente, tomemos mais
cuidado com o que falamos.
Além dos pensamentos, é também de fundamental importância que o
crente em Jesus tenha um linguajar santo. Diz a Bíblia: Não saia da vossa
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48. boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edifica-
ção (Ef 4:29). Em outra tradução, está escrito: Evitem a boca suja. Digam só
o que for útil (Ef 4:29 – BV). Palavras ou conversas imorais não devem sair
da boca daqueles que proclamam Cristo Jesus como Senhor. Não usem
palavras indecentes, nem digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém
a vocês. Pelo contrário, digam palavras de gratidão a Deus (Ef 5:4 – NTLH).
6. Após ler Ef 4:29, 5:24 e o comentário anterior, fale sobre o cuidado
que devemos ter com as nossas palavras.
3. Visto que a santificação pessoal é abrangente, tomemos mais
cuidado com o que fazemos.
Como já vimos, um viver santo abrange pensamentos, palavras e ações:
Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
toda a vossa maneira de viver; porquanto escrito está: Sede santos, porque
eu sou santo (I Pe 1:15-16). Tomemos cuidado com o nosso modo de an-
dar. É preciso ter sempre Jesus como modelo e pensar muito bem, antes
de “fazer” algo ou tomar alguma decisão (Hb 12:2). É sábio e prudente
perguntar: “Jesus faria assim?” Participemos do processo da santificação
pessoal, “sem olhar nada nem ninguém; apenas Jesus”.6
7. Após ler I Pe 1:15-16; Hb 12:2 e o comentário anterior, fale sobre o
cuidado que devemos ter com as nossa ações.
CONCLUSÃO: A santificação é uma conquista de cada dia. Cada passo
dado pelo crente no sentido de afastar-se de todo e qualquer tipo de con-
taminação física ou espiritual representa um avanço no processo de aper-
feiçoamento de sua santificação. Avancemos sempre nesse processo, lem-
brando que ele envolve todos os aspectos da nossa vida: intelecto, emoções,
vontade, caráter e corpo. Tenhamos pensamentos santos, linguajar santo e
procedimentos santos! Essa é a vontade de Deus para nossa vida. Amém!
6. Shedd, Russell P. Nos passos de Jesus. São Paulo: Vida nova, (1993:12).
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