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MARCHA DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL PELA REFORMA PSIQUIÁTRICA
                    ANTIMANICOMIAL – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2009


                   PAUTA PARA O MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


        O encontro dos portadores de sofrimento mental com o INSS e suas equipes ocorre,
quase sempre, em duas situações. E, em ambas, destaca-se de forma clara tanto a fragilidade
que o adoecimento provoca, quanto a vulnerabilidade social. Ou seja, nas duas situações,
portadores de sofrimento mental e peritos protagonizam cenas em que a história da doença é o
centro de um relato, mas também, seu ponto de corte.
        A crise ou o adoecimento psíquico, primeiro dos motivos que levam usuários
a recorrem ao INSS, é um evento que introduz significativas mudanças na vida de um portador
de   sofrimento    mental,   cujas   consequências transcendem,      e   muito,   os   fenômenos
psicopatológicos. O adoecimento psíquico conduz, para quem está inserido no mercado de
trabalho, ao afastamento e no limite à aposentadoria por invalidez. Conclusão de um processo,
de um percurso que, se por um lado assegura um mínimo de proteção, não se desenrola sem
embaraços e constrangimentos.
        O segundo motivo que determina muitos dos encontros é marcado por uma situação
ainda mais difícil. Sem condições de seguir o ritmo imposto pelo processo produtivo, sofrendo,
ainda, limitações impostas por sua condição psíquica e sem dispor de outros recursos que
assegurem sua sobrevivência, os usuários buscam o INSS para serem avaliados em sua
demanda de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), instituído pela Lei
orgânica da Assistência Social (LOAS). E neste momento, sofrem, sem justificativa legal, a
imposição de uma restrição a seus direitos de cidadania, como critério de acesso ao mesmo.
        Duas situações nas quais o INSS participa com seu corpo de peritos decidindo a
doença em causa, o direito ou não ao benefício solicitado. Momentos de clara fragilidade:
psíquica e social, nos quais os portadores de sofrimento mental nem sempre são respeitados
em seus direitos mínimos de cidadãos.
        Um diálogo, que favoreça a construção de uma outra percepção acerca do sofrimento
mental, que aproxime as equipes de peritos e técnicos do INSS da realidade instituída pelos
serviços substitutivos, é hoje, uma necessidade inadiável.
        Por isso, os usuários presentes à Marcha em Defesa da Reforma Psiquiátrica
Antimanicomial reivindicam:


1.   Cumprimento do decreto nº 5.699 de 2006 e da decisão expressa no memorando circular
INSS/GEXRJC/GAB nº 185/2006 que determina a "inexigibilidade do termo de curatela para
concessão de benefícios titularizados por indivíduos portadores de deficiência mental.
2.   Que nas situações de discordância, por parte dos peritos do INSS, a equipe interdisciplinar
de    referência   do    usuário     seja   acionada   e     possa   participar   da   discussão
contribuindo para solucionar o impasse.
3.   Divulgação dos critérios periciais para concessão de benefício (previdenciário e
assistencial) para os usuários, familiares e técnicos dos serviços substitutivos.
4.   Revisão dos critérios para obtenção do Benefício de Prestação Continuada, com inclusão
clara dos portadores de sofrimento mental como público-alvo
5. Divulgar e sensibilizar as equipes periciais quanto a "inexigilidade do termo de curatela" dos
portadores de sofrimento mental para acesso ao BPC e a qualquer outro benefício.
6. Realizar campanha direcionada às agências do INSS sobre reforma psiquiátrica, luta
antimanicomial, direitos e deveres dos portadores de sofrimento mental e serviços
substitutivos.

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  • 1. MARCHA DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL PELA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2009 PAUTA PARA O MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL O encontro dos portadores de sofrimento mental com o INSS e suas equipes ocorre, quase sempre, em duas situações. E, em ambas, destaca-se de forma clara tanto a fragilidade que o adoecimento provoca, quanto a vulnerabilidade social. Ou seja, nas duas situações, portadores de sofrimento mental e peritos protagonizam cenas em que a história da doença é o centro de um relato, mas também, seu ponto de corte. A crise ou o adoecimento psíquico, primeiro dos motivos que levam usuários a recorrem ao INSS, é um evento que introduz significativas mudanças na vida de um portador de sofrimento mental, cujas consequências transcendem, e muito, os fenômenos psicopatológicos. O adoecimento psíquico conduz, para quem está inserido no mercado de trabalho, ao afastamento e no limite à aposentadoria por invalidez. Conclusão de um processo, de um percurso que, se por um lado assegura um mínimo de proteção, não se desenrola sem embaraços e constrangimentos. O segundo motivo que determina muitos dos encontros é marcado por uma situação ainda mais difícil. Sem condições de seguir o ritmo imposto pelo processo produtivo, sofrendo, ainda, limitações impostas por sua condição psíquica e sem dispor de outros recursos que assegurem sua sobrevivência, os usuários buscam o INSS para serem avaliados em sua demanda de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), instituído pela Lei orgânica da Assistência Social (LOAS). E neste momento, sofrem, sem justificativa legal, a imposição de uma restrição a seus direitos de cidadania, como critério de acesso ao mesmo. Duas situações nas quais o INSS participa com seu corpo de peritos decidindo a doença em causa, o direito ou não ao benefício solicitado. Momentos de clara fragilidade: psíquica e social, nos quais os portadores de sofrimento mental nem sempre são respeitados em seus direitos mínimos de cidadãos. Um diálogo, que favoreça a construção de uma outra percepção acerca do sofrimento mental, que aproxime as equipes de peritos e técnicos do INSS da realidade instituída pelos serviços substitutivos, é hoje, uma necessidade inadiável. Por isso, os usuários presentes à Marcha em Defesa da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial reivindicam: 1. Cumprimento do decreto nº 5.699 de 2006 e da decisão expressa no memorando circular INSS/GEXRJC/GAB nº 185/2006 que determina a "inexigibilidade do termo de curatela para concessão de benefícios titularizados por indivíduos portadores de deficiência mental. 2. Que nas situações de discordância, por parte dos peritos do INSS, a equipe interdisciplinar de referência do usuário seja acionada e possa participar da discussão contribuindo para solucionar o impasse.
  • 2. 3. Divulgação dos critérios periciais para concessão de benefício (previdenciário e assistencial) para os usuários, familiares e técnicos dos serviços substitutivos. 4. Revisão dos critérios para obtenção do Benefício de Prestação Continuada, com inclusão clara dos portadores de sofrimento mental como público-alvo 5. Divulgar e sensibilizar as equipes periciais quanto a "inexigilidade do termo de curatela" dos portadores de sofrimento mental para acesso ao BPC e a qualquer outro benefício. 6. Realizar campanha direcionada às agências do INSS sobre reforma psiquiátrica, luta antimanicomial, direitos e deveres dos portadores de sofrimento mental e serviços substitutivos.