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         PERSÉPOLIS:



                                   Persepolis é um filme francês de animação de 2007, baseado no
                                   romance gráfico autobiográfico homônimo de Marjane Satrapi. O
                                   filme foi escrito e dirigido por Satrapi e Vincent Paronnaud. Sua
                                   trama começa pouco antes da Revolução Iraniana, quando Marjane
                                   atinge a adolescência, e acaba quando ela é uma expatriada de 22
                                   anos. O título é uma referência à cidade histórica de Persépolis.

                                    No filme Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de
                                    8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o
                                    mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha
                                    os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país,
         juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as
         pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a
         incentiva a se tornar uma revolucionária.

         O filme estreou no Festival de Cannes de 2007, onde recebeu o prêmio do júri. Em seu
         discurso, Marjane disse que "apesar desse filme ser universal, eu gostaria de dedicar o prêmio
         a todos iranianos". O filme foi lançado na França e na Bélgica em 27 de junho do mesmo ano.
         No Brasil, foi lançado em 30 de outubro de 2007 no Festival Internacional de São Paulo e em
         23 de fevereiro de 2008 no circuito comercial.

         Persepolis foi escolhido pelo governo francês para representar o país na disputa ao Oscar de
         melhor filme estrangeiro e, apesar de não ter sido indicado na categoria, foi um dos três
         indicados ao prêmio de melhor filme de animação, mas acabou perdendo para Ratatouille.



         Ano: 2008 / Dirigido por: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud / Com: Iggy Pop, Gena
         Rowlands, Chiara Mastroianni... / Gênero: Animação / Nacionalidade: EUA, França.



         Entenda melhor a Revolução Iraniana.



         1979

         A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã - até então comandado pelo Xá
         Mohammad Reza Pahlevi - de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, em uma república
         populista teocrática islâmica sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini. Para efeito de
         análise histórica, a Revolução Iraniana é dividida em duas fases:




                                            WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR                            Página 1
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         na primeira fase, houve uma aliança entre grupos liberais, esquerdistas e religiosos para depor
         o xá;

         na segunda, freqüentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao
         poder.



                                                  Antecedentes



         O xá estava no poder desde 1941, com uma curta interrupção em 1953 quando teve que
         abandonar o país. Retornou no mesmo ano ao depor o governo democraticamente eleito de
         Mohammad Mossadeq, com a ajuda de uma operação da CIA, batizada de Operação Ajax.
         Pahlevi manteve boas relações com os Estados Unidos, porém conflitou com as visões
         tradicionais do Islão sobre o álcool, o jogo e as relações sexuais antes do casamento, as quais
         se recusou a banir. O regime era conhecido por sua corrupção política e práticas brutais, as
         quais, como resposta, suscitavam protestos tanto internos quanto da comunidade
         internacional.

         Uma forte oposição surgiu durante o regime do xá. Particularmente importante era a oposição
         religiosa, que crescia desde longa data. A Ulema, ou comunidade de estudiosos das leis
         islâmicas, unia preocupações religiosas e seculares com uma longa história de ativismo social.
         Assim, mesclava oposição à brutalidade do governo a um forte compromisso em lutar contra a
         pobreza. Seu ativismo se mostrava conservador dos valores islâmicos e, à medida em que
         crescia, o governo reprimia violentamente os dissidentes. Em 1963, por exemplo, estudantes
         islâmicos foram violentamente atacados quando protestavam contra a abertura de um bar.

         O aiatolá Khomeini era um líder da oposição que afirmava que o regime do xá era uma tirania.
         Após sua prisão e seu exílio em 1964, os protestos dos clérigos aumentou. Em resposta,
         Pahlevi decidiu enfrentar os religiosos com violência, prendendo e matando manifestantes.
         Não se sabe quantos morreram nesta campanha: o regime de Pahlevi falou em 86 mortos; os
         religiosos afirmaram que foram milhares.

         De 1963 a 1967 a economia iraniana cresceu consideravelmente, graças aos aumentos do
         preço do petróleo e também com a exportação de aço. A inflação cresceu no mesmo período
         e, embora a economia crescesse, o padrão de vida dos pobres e das classes médias urbanas
         não melhorava. Ao invés disso, apenas a rica elite e os intermediários das companhias
         ocidentais é que se beneficiavam das extravagâncias do xá. O governo também dispendia
         grandes somas na compra de armamentos modernos, particularmente dos Estados Unidos.

         Enfrentando crescente oposição de líderes religiosos e de pequenos empresários, o regime do
         xá decidiu, em 1975, empreender um novo esforço para controlar a sociedade iraniana. Este
         esforço visava diminuir o papel do islamismo na vida do reino, ressaltando, para isto, as
         conquistas das civilizações pré-islâmicas do país, especialmente a civilização persa. Nesta linha,
         em 1976 o calendário islâmico, lunar, foi banido do uso público e substituído por um
         calendário solar. Publicações marxistas e islâmicas também sofreram forte censura.


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         As reformas do xá também ficaram conhecidas como a revolução branca. Também foi abolido
         o regime feudal (dividindo terras dos líderes religiosos, o que diminuiu suas rendas) e dado
         direito ao voto às mulheres (o que foi visto pelos líderes religiosos como um plano para "trazer
         as mulheres para as ruas").



         A situação pré-revolucionária no Irã



         A população mais pobre do país tendia a ser o segmento mais fervorosamente religioso e o
         menos ocidentalizado. Os pobres viviam predominantemente no campo, ou habitavam favelas
         das grandes cidades, especialmente de Teerã. Eles desejavam o retorno aos valores básicos do
         islamismo, em oposição aos esforços modernizadores do regime, cujas promessas de
         progresso lhes soavam falsas, e baseadas no crescente distanciamento entre os mais ricos e os
         mais pobres.

         À medida em que a classe média urbana se educava e se expunha aos valores ocidentais, parte
         dela passou a enxergar o regime do xá como parte do problema. Além disso, após sua
         restauração em 1953, a posição do xá tornou-se particularmente perigosa. Isto em grande
         parte devido aos seus fortes laços com o Ocidente, a corrupção interna, as reformas
         impopulares e a natureza despótica de seu regime, especialmente a repressão da polícia
         política, conhecida como SAVAK.

         No início da década de 1970 o preço do petróleo cresceu rapidamente, e o descontentamento
         com a corrupção, os gastos supérfluos e a com violenta repressão aumentaram. A decadência
         interna foi bem ilustrada com a comemoração dos 2500 anos da fundação do Império Persa,
         ocorrida em outubro de 1971 em Persépolis, com três dias de celebrações a um custo total de
         US$ 300 milhões. Dentre as extravagâncias havia 1 tonelada de caviar preparada por 200 chefs
         vindos diretamente de Paris. Enquanto isto, muitos no país sequer tinham comida ou moradia
         decente.

         À medida em que a desigualdade crescia, os protestos por mudanças aumentavam. Até
         mesmo elementos pró-ocidentais no Irã se incomodaram com a crescente autocracia e a
         crescente repressão da polícia secreta. Muitos deixaram o país antes da revolução, enquanto
         outros começaram a se organizar. Ao mesmo tempo, um movimento populista passou a se
         organizar nas mesquitas, através de sermões que denunciavam a maldade do Ocidente e dos
         valores ocidentais. O choque entre uma crescente população jovem e um regime que não
         oferecia nem os avanços de um estado moderno, nem a estabilidade de uma sociedade
         tradicional, criaram as condições para uma revolução.




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         Protestos e revolução



                                                                Em 1977, após pressões por direitos
                                                                humanos feitas pelo então presidente
                                                                norte-americano Jimmy Carter (que
                                                                ameaçou embargar o suprimento de
                                                                armas) o regime do xá fez concessões,
                                                                libertando 300 prisioneiros políticos,
                                                                relaxando a censura e reformando o
                                                                sistema judicial. Este relaxamanto
                                                                conduziu ao aumento de protestos da
         oposição, e escritores passaram a reivindicar a liberdade de pensamento. Ao mesmo tempo, a
         política de reforma agrária implementada pelo xá sob pressão da administração Carter
         enfureceu os mulás (líderes religiosos) que declararam uma guerra santa ao xá.

         Em 1978 uma série de protestos, iniciada com um ataque à figura de Khomeini na imprensa
         oficial do país, criou um ciclo ascendente de violência, até que, em 12 de dezembro daquele
         ano, cerca de 2 milhões de pessoas inundaram as ruas de Teerã para protestar contra o xá. O
         exército começou a se desintegrar, à medida em que os soldados se recusaram a atirar nos
         manifestantes e passaram a desertar. O xá concordou em introduzir uma constituição mais
         moderada, porém já era tarde para isto. A maioria da população já era leal a Khomeini, e,
         quando ele pediu o fim completo da monarquia, o xá foi forçado a abandonar o país, a 16 de
         janeiro de 1979.

         Khomeini retornou da França em 1 de fevereiro, convidado pela revolução anti-xá que
         prosseguia, e rapidamente afastou os elementos mais moderados, criando uma república
         islâmica onde se tornou o líder supremo.



         FONTE:

         < pt.wikipedia.org/wiki/Persepolis_%28filme%29> Acesso em 25 de nov. de 2012




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  • 1. FILMES PROVESTIBULLAR.COM.BR PERSÉPOLIS: Persepolis é um filme francês de animação de 2007, baseado no romance gráfico autobiográfico homônimo de Marjane Satrapi. O filme foi escrito e dirigido por Satrapi e Vincent Paronnaud. Sua trama começa pouco antes da Revolução Iraniana, quando Marjane atinge a adolescência, e acaba quando ela é uma expatriada de 22 anos. O título é uma referência à cidade histórica de Persépolis. No filme Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a incentiva a se tornar uma revolucionária. O filme estreou no Festival de Cannes de 2007, onde recebeu o prêmio do júri. Em seu discurso, Marjane disse que "apesar desse filme ser universal, eu gostaria de dedicar o prêmio a todos iranianos". O filme foi lançado na França e na Bélgica em 27 de junho do mesmo ano. No Brasil, foi lançado em 30 de outubro de 2007 no Festival Internacional de São Paulo e em 23 de fevereiro de 2008 no circuito comercial. Persepolis foi escolhido pelo governo francês para representar o país na disputa ao Oscar de melhor filme estrangeiro e, apesar de não ter sido indicado na categoria, foi um dos três indicados ao prêmio de melhor filme de animação, mas acabou perdendo para Ratatouille. Ano: 2008 / Dirigido por: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud / Com: Iggy Pop, Gena Rowlands, Chiara Mastroianni... / Gênero: Animação / Nacionalidade: EUA, França. Entenda melhor a Revolução Iraniana. 1979 A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã - até então comandado pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi - de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, em uma república populista teocrática islâmica sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini. Para efeito de análise histórica, a Revolução Iraniana é dividida em duas fases: WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR Página 1
  • 2. FILMES PROVESTIBULLAR.COM.BR na primeira fase, houve uma aliança entre grupos liberais, esquerdistas e religiosos para depor o xá; na segunda, freqüentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder. Antecedentes O xá estava no poder desde 1941, com uma curta interrupção em 1953 quando teve que abandonar o país. Retornou no mesmo ano ao depor o governo democraticamente eleito de Mohammad Mossadeq, com a ajuda de uma operação da CIA, batizada de Operação Ajax. Pahlevi manteve boas relações com os Estados Unidos, porém conflitou com as visões tradicionais do Islão sobre o álcool, o jogo e as relações sexuais antes do casamento, as quais se recusou a banir. O regime era conhecido por sua corrupção política e práticas brutais, as quais, como resposta, suscitavam protestos tanto internos quanto da comunidade internacional. Uma forte oposição surgiu durante o regime do xá. Particularmente importante era a oposição religiosa, que crescia desde longa data. A Ulema, ou comunidade de estudiosos das leis islâmicas, unia preocupações religiosas e seculares com uma longa história de ativismo social. Assim, mesclava oposição à brutalidade do governo a um forte compromisso em lutar contra a pobreza. Seu ativismo se mostrava conservador dos valores islâmicos e, à medida em que crescia, o governo reprimia violentamente os dissidentes. Em 1963, por exemplo, estudantes islâmicos foram violentamente atacados quando protestavam contra a abertura de um bar. O aiatolá Khomeini era um líder da oposição que afirmava que o regime do xá era uma tirania. Após sua prisão e seu exílio em 1964, os protestos dos clérigos aumentou. Em resposta, Pahlevi decidiu enfrentar os religiosos com violência, prendendo e matando manifestantes. Não se sabe quantos morreram nesta campanha: o regime de Pahlevi falou em 86 mortos; os religiosos afirmaram que foram milhares. De 1963 a 1967 a economia iraniana cresceu consideravelmente, graças aos aumentos do preço do petróleo e também com a exportação de aço. A inflação cresceu no mesmo período e, embora a economia crescesse, o padrão de vida dos pobres e das classes médias urbanas não melhorava. Ao invés disso, apenas a rica elite e os intermediários das companhias ocidentais é que se beneficiavam das extravagâncias do xá. O governo também dispendia grandes somas na compra de armamentos modernos, particularmente dos Estados Unidos. Enfrentando crescente oposição de líderes religiosos e de pequenos empresários, o regime do xá decidiu, em 1975, empreender um novo esforço para controlar a sociedade iraniana. Este esforço visava diminuir o papel do islamismo na vida do reino, ressaltando, para isto, as conquistas das civilizações pré-islâmicas do país, especialmente a civilização persa. Nesta linha, em 1976 o calendário islâmico, lunar, foi banido do uso público e substituído por um calendário solar. Publicações marxistas e islâmicas também sofreram forte censura. WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR Página 2
  • 3. FILMES PROVESTIBULLAR.COM.BR As reformas do xá também ficaram conhecidas como a revolução branca. Também foi abolido o regime feudal (dividindo terras dos líderes religiosos, o que diminuiu suas rendas) e dado direito ao voto às mulheres (o que foi visto pelos líderes religiosos como um plano para "trazer as mulheres para as ruas"). A situação pré-revolucionária no Irã A população mais pobre do país tendia a ser o segmento mais fervorosamente religioso e o menos ocidentalizado. Os pobres viviam predominantemente no campo, ou habitavam favelas das grandes cidades, especialmente de Teerã. Eles desejavam o retorno aos valores básicos do islamismo, em oposição aos esforços modernizadores do regime, cujas promessas de progresso lhes soavam falsas, e baseadas no crescente distanciamento entre os mais ricos e os mais pobres. À medida em que a classe média urbana se educava e se expunha aos valores ocidentais, parte dela passou a enxergar o regime do xá como parte do problema. Além disso, após sua restauração em 1953, a posição do xá tornou-se particularmente perigosa. Isto em grande parte devido aos seus fortes laços com o Ocidente, a corrupção interna, as reformas impopulares e a natureza despótica de seu regime, especialmente a repressão da polícia política, conhecida como SAVAK. No início da década de 1970 o preço do petróleo cresceu rapidamente, e o descontentamento com a corrupção, os gastos supérfluos e a com violenta repressão aumentaram. A decadência interna foi bem ilustrada com a comemoração dos 2500 anos da fundação do Império Persa, ocorrida em outubro de 1971 em Persépolis, com três dias de celebrações a um custo total de US$ 300 milhões. Dentre as extravagâncias havia 1 tonelada de caviar preparada por 200 chefs vindos diretamente de Paris. Enquanto isto, muitos no país sequer tinham comida ou moradia decente. À medida em que a desigualdade crescia, os protestos por mudanças aumentavam. Até mesmo elementos pró-ocidentais no Irã se incomodaram com a crescente autocracia e a crescente repressão da polícia secreta. Muitos deixaram o país antes da revolução, enquanto outros começaram a se organizar. Ao mesmo tempo, um movimento populista passou a se organizar nas mesquitas, através de sermões que denunciavam a maldade do Ocidente e dos valores ocidentais. O choque entre uma crescente população jovem e um regime que não oferecia nem os avanços de um estado moderno, nem a estabilidade de uma sociedade tradicional, criaram as condições para uma revolução. WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR Página 3
  • 4. FILMES PROVESTIBULLAR.COM.BR Protestos e revolução Em 1977, após pressões por direitos humanos feitas pelo então presidente norte-americano Jimmy Carter (que ameaçou embargar o suprimento de armas) o regime do xá fez concessões, libertando 300 prisioneiros políticos, relaxando a censura e reformando o sistema judicial. Este relaxamanto conduziu ao aumento de protestos da oposição, e escritores passaram a reivindicar a liberdade de pensamento. Ao mesmo tempo, a política de reforma agrária implementada pelo xá sob pressão da administração Carter enfureceu os mulás (líderes religiosos) que declararam uma guerra santa ao xá. Em 1978 uma série de protestos, iniciada com um ataque à figura de Khomeini na imprensa oficial do país, criou um ciclo ascendente de violência, até que, em 12 de dezembro daquele ano, cerca de 2 milhões de pessoas inundaram as ruas de Teerã para protestar contra o xá. O exército começou a se desintegrar, à medida em que os soldados se recusaram a atirar nos manifestantes e passaram a desertar. O xá concordou em introduzir uma constituição mais moderada, porém já era tarde para isto. A maioria da população já era leal a Khomeini, e, quando ele pediu o fim completo da monarquia, o xá foi forçado a abandonar o país, a 16 de janeiro de 1979. Khomeini retornou da França em 1 de fevereiro, convidado pela revolução anti-xá que prosseguia, e rapidamente afastou os elementos mais moderados, criando uma república islâmica onde se tornou o líder supremo. FONTE: < pt.wikipedia.org/wiki/Persepolis_%28filme%29> Acesso em 25 de nov. de 2012 WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR Página 4