O documento discute sacolas feitas de banners reutilizados como alternativa sustentável às sacolas plásticas. Apresenta o histórico do movimento ecobags e como designers têm criado bolsas ecológicas, citando exemplos pioneiros. Defende que a reutilização de materiais em novos produtos com vida útil estendida é uma solução mais viável do que produtos descartáveis.
1. Especialização em Gestão do Design
Resenha Crítica sobre a propriedade intelectual de design:
Estudo de Caso: Sacola Eco Banner
Docente: Ms. Ana Luisa Boavista Lustosa Cavalcante
Disciplina: Propriedade Intelectual do Design
Discente: Cassia Gisele Simoni Coda
Jenneffer Priscila Montemor Keffer Avelino
Londrina, 06 de novembro de 2009
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“A Moda é nossa lei porque toda a nossa cultura sacraliza o Novo e consagra a dignidade do presente.”
LIPOVETSKY.
O Design de Produto é uma atividade que engloba o olhar critico a criatividade,
coerência forma e função, e hoje mais um item tem se adaptado a essa lista infinita de
obrigações destinada aos designers de produto. A sustentabilidade. Contudo para
entender a sustentabilidade precisamos entender a quem o design comunica e porque
essa nova exigência do consumidor.
Para onde caminha o consumidor? Como defini-lo?
Essas sem dúvida são as principais indagações do artigo.
Perguntas aparentemente fácies de responder com a velha
formula dos nichos sociais. Esses nichos são caixas
apertadas de mais para o consumidor pós-moderno. O target
perdeu o sentido na sociedade contemporânea ficou limitado
de mais para novo consumidor, para o homem pós-moderno,
fragmentado. Não um homem que olha a mesma face no espelho quebrado, mas aquele
que vê os vários “eus” em cada fragmento. Uma verdadeira metamorfose ambulante.
Não uma metamorfose coletiva onde larvas se transformam em borboletas, mas uma
transformação individual dentro de cada personagem interpretado pelo homem. Perde-
se aquele elo entre esses personagens, não são mais todos vilões ou mocinhos, cada um
é dono de seu próprio papel individual dentro do indivíduo.
O que antes era massificado, emoldurado dentro dos padrões sociais. Hoje perde
o sentido. O marketing que nasceu das necessidades do consumidor que detinha a
atenção no sistema capitalista, desenvolvendo teorias para explicar o comportamento
procura agora entender a luta entre a Massa e o Indivíduo. Como comunicar para uma
só pessoa? Comunicar para uma só pessoa, ainda não é comunicar para o homem pós-
moderno, visto que ele é ao mesmo tempo único e coletivo. Mas na modernidade
bastava encontrar a unicidade do coletivo social, cultural e econômico que
encontrávamos a linha comunicacional a ser seguida. Nosso target estava feito. Era
simples viver na modernidade. E o mundo mudou...
Para esse homem do novo mundo, esse fragmento de várias faces, a publicidade
incorporou como sua nova arma o signo. O signo que transformou o jeans em liberdade.
Para uma geração que ambiciona liberdade. A sociedade da ausência se alimenta dos
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signos para preencher as lacunas de sua vontade. Encontrou conforto nos produtos que
são anunciados como detentores de poderes mágicos, de signos.
“Jamais se consome um objeto por ele mesmo ou por seu valor de uso, mas em razão
de seu “valor de troca de signo”, isto é, em razão do prestígio, do status, da posição
social que confere.” (Pg. 171, LIPOVETSKY)
Essa era a sociedade do efêmero, mas hoje esse homem fragmentado exige
mudanças. Percebe o mundo destruído a sua volta, percebe os descartes de uma geração
consumidora sem culpa, que por meio das conseqüências de seu
consumo se vê hoje detentora desse sentimento tão cruel.
Esse novo consumidor preocupado com o meio ambiente
e ainda caminhando a passos de formiga para uma atitude
sustentável procura no design que consome o reflexo de sua
culpa. Procura nos produtos uma consciência sustentável. Nesse meio de busca e
soluções, muitas formulas mágicas vão surgindo. Produtos 100% “oxibiohidro-
degradáveis”. Produtos que simplesmente desaparecem de nossa frente. Sim eles
desaparecem, mas isso não quer dizer que encontramos a solução da atitude sustentável.
Porque esses produtos são eliminados e de alguma forma (poluentes no ar, na água, ou
na terra) retornam a natureza. E essa implacável os devolve.
Talvez a solução mais viável seja justamente a transformação desses produtos
em outros que serão consumidos novamente com uma vida útil maior e que mais tarde
possam retornar para serem novamente reutilizados em outra função. É claro que algum
dia esse produto vai precisar ser descartado, mas assim eliminamos a produção de novos
produtos, e ganhamos tempo para decidir (sem soluções
mágicas) como descartar de maneira sustentável. Dentro
desse universo da reutilização de materiais em outra
função temos as “Sacolas Eco Banner”, ainda não acho
que deveriam utilizar a palavra eco de ecológicas, por que
como sabemos algum dia elas retornaram a biosfera. Mas
dentro desse conceito a percussora histórica dessas
sacolas foi a designer inglesa Anya Hindmarch que
lançou em 2007 uma bolsa de tecido orgânico estampada com a frase I’m not a Plastic
Bag1. Desde então, as ecobags viraram febre no mundo todo: de supermercados a
grandes grifes, quase todos já apoiaram o não uso de sacolas plásticas. Não tenho
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Não sou uma sacola plástica.
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informações especificas sobre os inventores das sacolas ecobanners a primeira vez que
tive contato com essa informação foi na Universidade Estadual de Maringá, onde alunos
de moda desenvolviam projetos de reutilização de banners na produção de bolsas. A
reutilização dos banners publicitários na moda tem grande
relevância história e faz parte desse movimento contra as sacolas
plásticas.
A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, de
São Paulo, lançou a campanha “Eu não sou de plástico” também
no ano de 2007, inspirados na proposta de Anya. A iniciativa foi
tão bem recebida que obteve o apoio da Associação Paulista de Supermercados e de
muita gente envolvida no mundo da moda.
Com a ajuda da jornalista Lilian Pacce, do GNT Fashion, a secretaria reuniu
mais de cem estilistas de todo o país para desenhar, cada um, uma bolsa ecologicamente
correta. O resultado das criações foi exposto no dia 12, no Porão das Artes da Bienal de
São Paulo. Foram 112 bolsas feitas, por nomes
como Marcelo Sommer (foto), que usou como
material lona lavável e vinil, percussor do
ecobanner? Talvez ele não estivesse focado
exatamente nisso, mas que foi esse o caminho sem
dúvida.
Acredito que a maior arma contra o descarte
desenfreado seja a informação. Dados que nos ajudem a quantificar esses materiais e
seu nível de agressão à natureza, para que assim possamos ter consciência ambiental de
nossos atos. Muito já se conseguiu mas o caminho ainda é longo.
Pensar em produtos que tenham essa preocupação, ter designers preocupados
com o ambiente é um pensamento que dever ser sistêmico, contaminante, proliferador.
Por isso escolhi esse produto como estudo de caso. Pois sei da importância que esse
pensamento possui. Por ser um produto novo, e com uma carga de expectativas para
uma velha função, carregar nossas quinquilharias pelo mundo.
Bibliografia:
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LIPOVETSKY,Gilles.O império do efêmero. Paris: Édittions Gallimard,1987.
LAVER, James. A roupa e a moda. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
Internetografia:
Revista Mundo Eco - http://www.revistamundoeco.com.br
Revista PM - http://revistatpm.uol.com.br
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