O documento discute o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu no Brasil. Ele fornece detalhes sobre o histórico do projeto, o arranjo da usina proposta, os impactos socioambientais esperados e os planos de mitigação. O projeto visa fornecer energia renovável para o Brasil, mas exigirá a relocação de comunidades e pode afetar a qualidade da água e modo de vida de povos indígenas na região.
16. UHE BELO MONTE - LOCALIZAÇÃO Volta Grande do Xingu Belo Monte Pará Altamira BR-230 Transamazônica Vitória do Xingu Anapu Brasil Novo Altamira Senador José Porfírio
17. BREVE HISTÓRICO Estudo de Inventário do rio Xingu: realizados na década de 1970 com relatório técnico emitido no final de 1979 Estudos de Viabilidade – Primeira Fase: realizados na década de 1980 e relatório técnico emitido no final de 1988 Estudos de Viabilidade – Segunda Fase : realizados entre 2000 e 2002 (o eixo da barragem principal foi deslocado cerca de 70 km para montante) e relatório final emitido em Fevereiro de 2002 Revisão do Inventário emitido em 2005 e aprovado em 2008 Estudo de Impacto Ambiental: relatório submetido ao IBAMA em Fevereiro de 2009. Licença Prévia emitida em Fevereiro de 2010 Estudos de Viabilidade Complementares (Eletronorte/Eletrobrás) e Estudos de Otimização de Engenharia (EPE) em 2009 Leilão de Concessão da ANEEL em Abril de 2010 - Vencedor: Consórcio NORTE ENERGIA S/A.
18. CONDICIONANTES DO PROJETO BÁSICO Nível Máximo Normal do Reservatório………………………El. 97,0 Nível Máximo Maximorum do Reservatório…….………….El. 97,5 Capacidade Total Instalada Casa de Força Principal ……..………………………….…11.000 MW Casa de Força Complementar………………………………..233,1 MW Total...........................................................11.233,1 MW Garantia Física: Casa de Força Principal ……..……………………………4.418,9 MW Casa de Força Complementar…………………………..…152,1 MW Total…………………………………………………………….…...4.571 MW Cheia de Projeto (TR 10.000 anos)…………………………. 62.000 m³/s
19. USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE Comparativo com as Usinas Hidrelétricas Fonte: MME – Janeiro de 2011
20. Índice de inundação Comparação do índice de inundação de Grande Hidrelétricas
21. ARRANJO DA VIABILIDADE Reservatório Intermediário Canais de derivação Sítio Belo Monte Sítio Pimental Sítio Bela Vista
22. ARRANJO DA VIABILIDADE Reservatório Intermediário Canal de derivação Sítio Belo Monte Sítio Pimental
23. ALTERAÇÕES DO ARRANJO GERAL E DE PREMISSAS DE PROJETO Eliminação do vertedouro complementar no Sítio Bela Vista, locando todo vertedouro no Sítio Pimental Canal de Derivação único em lugar de canais em “Y” com 20 km de extensão sendo 16,5 km com fundo revestido em Concreto Compactado Rolo.
24. DETALHE DO CANAL DE DERIVAÇÃO - 20km CANAL DE DERIVAÇÃO Volumes de escavação: Escavação Comum: 67,0 x 106 m3 Escavação em rocha: 35,2 X 106 m3
32. COMPLEMENTAÇÃO ENERGÉTICAEm todas as situações hidrológicas Belo Monte contribuirá com energia para o Sistema Interligado. 12.000 Belo Monte 10.000 Energia Assegurada = 4.571 MWmed 8.000 Energia (mw) 6.000 4.000 2.000 - Meses jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
35. MEIO SOCIOECONÔMICO 11 municípios da Região do Médio Xingu compõem área de influência indireta: Altamira, Senador José Porfírio, Anapu, Vitória do Xingu, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Uruará, Brasil Novo, Gurupá e Medicilândia 8 sedes municipais estão às margens da Rodovia Transamazônica População de 357.988 habitantes (Censo 2010) Atividade econômica baseada em extrativismo vegetal (madeira e pesca) e agropecuária
38. PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO DE ALTAMIRA Data de aquisição: 02/07/2008 Área desmatada estimada:4.519,37 km² ou 14,37% Data de aquisição:23/06/1987 Área desmatada estimada:2.210,94 km² ou 7,03% Data de aquisição:20/07/1991 Área desmatada estimada:2.421,65 km² ou 7,70%
44. PRINCIPAIS IMPACTOS Formação de dois reservatórios Construção de canal Controle de vazão na Volta Grande Relocação populacional Organização territorial, uso do solo, infra-estrutura urbana Atração de contingente populacional Geração de energia elétrica Desenvolvimento sustentável da região Geração de emprego e renda
46. ESTUDOS DE QUALIDADE DA ÁGUA Necessidade prevista na Licença Prévia Termo de Referência proposto pela NESA Estudos de fluxo da água feito por modelo hidrodinâmico, que indica as velocidades em todo o reservatório Modelo de parâmetros físico-químicos indica a qualidade da água em todos os reservatórios e nos igarapés de Altamira
50. ÁREA URBANA AFETADA Pessoas Imóveis Igarapé Altamira 2001 7.675 Igarapé Ambé 2211 7.250 Igarapé Panelas 75 244 Orla 460 1.251 Totais 4747 16.420 Local
64. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE BELO MONTE: TERRAS INDÍGENAS Area de influência: definida pela FUNAI. Reuniões de apresentação e debate: do projeto de engenharia; de aspectos ambientais relativos aos meios físico, biótico e socioeconômico da região da volta grande do rio Xingu.
66. TERRAS INDÍGENAS DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE BELO MONTE Componente indígena: quatro conjuntos de terras indígenas Terras Indígenas na área considerada diretamente afetada – Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu, Juruna do Km 17; Terras que estão geograficamente mais distantes do empreendimento – Trincheira Bacajá; Apyterewa, Araweté do Igarapé Ipixuna, Koatinemo, Kararaô, Arara e Cachoeira Seca; Famílias indígenas residentes em Altamira e na Volta Grande do Xingu. Terras ocupadas pelos Kayapó - Para este grupo foi realizado um trabalho de comunicação com foco nas diferenças entre o antigo projeto Kararô e o atual, Belo Monte. A Terra Indígena Kayapó situa-se a 530 km a montante do remanso do reservatório de Belo Monte.
69. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DE CONDUÇÃO DOS TRABALHOS Comunidades indígenas habitantes das terras a serem diretamente impactadas indicaram os pesquisadores para executar os estudos etnoecológicos. Equipes constituídas por profissionais solicitados pelos índios com participação de indios indicados pela comunidade. Realizadas quarenta e uma (41) reuniões, coordenadas pela FUNAI, com acompanhamento da Eletrobrás / Eletronorte, todas documentadas em áudio e vídeo, na fase de apresentação e debate do projeto. Estudos antropológicos, com diversas visitas às terras indígena, realizados ao longo de 2007 a 2009.
70. CRONOLOGIA DE EXECUÇAO DE REUNIÕES NAS COMUNIDADES Apresentações dos técnicos das instituições responsáveis pelos estudos ambientais com acompanhamento dos técnicos da FUNAI
74. APRESENTAÇÃO DO PROJETO ÀS COMUNIDADES Reuniões realizadas nas aldeias e com utilização de metodologia e dinâmica próprias. Todas as reuniões foram documentadas em áudio e vídeo e fazem parte do processo administrativo da Coordenação Geral de Gestão Ambiental, FUNAI, Brasília.
75. REUNIÃO NA ALDEIA PATYKRÔ – TI TRINCHEIRA BACAJÁ Vista aérea da aldeia Bakajá Em reunião de apresentação do projeto do AHE Belo Monte, os Xicrim, da aldeia Patykrô, indicam a antropóloga Isabelle Vidal para conduzir os estudos
76. CRONOLOGIA DE EXECUÇAO DE REUNIÕES TÉCNICAS Reuniões para consolidação dos estudos etnoecológicos desenvolvidos pelas equipes multidisciplinares, com participação comunitária
77. CRONOLOGIA DE EXECUÇAO DE REUNIÕES TÉCNICAS Resultados das pesquisas, dos levantamentos e da avaliação de impactos. Os pesquisadores das terras diretamente impactadas adotaram metodologia de pesquisa participante e os resultados foram checados em oficinas de trabalho pelas comunidades.
82. REUNIÃO NA ALDEIA APYTEREWA – TI APYTEREWA Grupo Parakanã das aldeias Apyterewa e Xingu recebem equipe dos estudos etnoecológicos e discutem a situação de invasão de suas terras. Solicitam políticas públicas de proteção territorial.
94. REUNIÃO NA ALDEIA KARARAÔ – TI KARARAÔ Grupo Kararaô, subgrupo Kayapó. Habita terra tradicional na foz do rio Iriri e confluência com o Xingu. Apresenta problemas de violência intragrupal provocados por alcoolismo, em conseqüência da disputa por acesso aos recursos pesqueiros. Membros da comunidade discutem os resultados finais dos estudos etnoecológicos
95. REUNIÃO NA ALDEIA LARANJAL – TI ARARA Grupo Arara, aldeia Laranjal, Terra indígena Arara, localizada próxima à foz do rio Iriri, participa de reunião e discute os resultados finais dos estudos etnoecológicos.
96. REUNIÃO NA ALDEIA IRIRI – TI CACHOEIRA SECA Grupo Arara da aldeia Iriri discute com a equipe técnica executora os resultados dos estudos etnoecológicos. Os Arara de Cachoeira Seca solicitam a regularização fundiária e a extrusão dos invasores de seu território tradicional.
105. PARTICIPAÇÃO INDÍGENA NA AUDIÊNCIA PÚBLICA EM ALTAMIRA Mais de 100 líderanças indígenas presentes Todas etnias envolvidas, representadas Mais de 5.000 presentes
111. AÇÕES DE MITIGAÇÃO E COMPENSAÇÃO DA ELETRONORTE 1978 - financiamento dos custos da remoção das aldeias Lontra e Pucuruí atingidas pelo reservatório 1984 - relocação das duas aldeias atingidas, totalizando 202 índios 1987: início do Programa Parakanã financiado pela Eletronorte População: 247 índios
135. SITUAÇÃO DOS PARAKANÃ ANTES DE 1986 População: 247 pessoas; Produção: dependência total de alimentos fornecidos pela FUNAI; Cultura: em processo de perda dos valores culturais (festas tradicionais, pinturas corporais, ritos de passagem e morte). A língua estava sendo perdida gradativamente, bem como os conhecimentos dos mais velhos sobre a natureza, mitos, enfim sua história; Escolas: inexistentes e desconhecimento da escrita; Saúde: epidemias de sarampo, malária e gripe, hepatite B, subnutrição, diarréias crônicas, nenhum atendimento odontológico, falta de vacinação e de qualquer controle sobre a saúde; Terra demarcada com pendências de registros e regularização; presença de invasores.
136. SITUAÇÃO ATUAL População: 829 (maio de 2010) Crescimento: 5,11 ao ano Produção: Grandes roças com produção de excedentes, prática acentuada no extrativismo e coleta de frutos para comercialização como açaí, cupuaçu, castanha entre outros. Total independência alimentar Cultura: resgate de todas as práticas culturais Escolas: onze escolas com 60% da população frequentando com ensino diferenciado e sendo alfabetizado na língua materna; Saúde: nenhuma doença imunoprevenível nos últimos 10 anos, controle total de doenças respiratórias, boa nutrição, controle da malária e de doenças endêmicas. Vacinação de 100% da população contra todas as doenças imunopreviníveis. Controle informatizado da saúde dos Parakanã. Programa de saúde bucal preventivo, curativo e corretivo. Terra demarcada e homologada e registrada. Área 351.697,41 há.
150. Implantação das escolas em todas as aldeias com a participação da comunidade no processo educativo, com base na valorização cultural, contribuindo para a auto-afirmação étnica
151.
152. Adaptar técnicas à realidade cultural dos Waimiri Atroari, no uso dos recursos naturais, com projetos experimentais de criação de animais silvestres
157. CULTURA: Em processo de perda de valores culturais, não realizando mais as principais manifestações do patrimônio cultural Waimiri Atroari e em processo de desmoralização étnica;
159. SAÚDE: Epidemias de sarampo, malária, gripes, subnutrição, diarréias crônicas, nenhum atendimento odontológico, falta de vacinação e sem qualquer controle sobre a saúde;
164. ESCOLAS: 19 Escolas com 50 professores indígenas, 10 não indígenas e com 63% da população Waimiri Atroari alfabetizada, 37% em processo de alfabetização;
165. SAÚDE: Nenhuma doença imunoprevenível nos últimos 10 anos, controle total de doenças respiratórias, boa nutrição, controle de malária e de outras doenças endêmicas. Vacinação de 100% da população contra todas as doenças imuno-preveníveis. Controle informatizado da saúde dos Waimiri Atroari;
168. PARTICIPAÇÃO INDÍGENA NA AUDIÊNCIA PÚBLICA EM ALTAMIRA Mais de 100 líderanças indígenas presentes Todas etnias envolvidas, representadas Mais de 5.000 presentes