Apesar da optimização do desempenho energético-ambiental do meio edificado constituir uma área prioritária de intervenção, tem-se demonstrado extremamente difícil melhorar a qualidade de construção que continua a ser pouco adaptada ao clima local e não corresponde ao grau de conforto desejado. A complexidade do sector da construção, o contexto da actual crise económica e o abrandamento da actividade no sector da construção coloca uma nova ênfase na reabilitação urbana, o que conduz a uma mudança do modelo de decisão no sector da construção. Neste novo modelo, o promotor imobiliário e a sua equipa de projecto são substituídos pelo proprietário do imóvel que agora toma as decisões relevantes, pelo que se torna essencial aumentar os conhecimentos técnicos de que este dispõe.
O enfoque deste Workshop está na demonstração das oportunidades de intervenção no meio edificado, conducentes à optimização do desempenho energético-ambiental dos edifícios, assentando em soluções construtivas robustas e inovadoras, validadas pelos principais intervenientes nos processos construtivos.
O Workshop é dirigido a todos os decisores que influenciam a qualidade de construção do meio edificado.
2. Construção tradicional, sem isolamento
térmico
Comparação com requsitos mínimos do
RCCTE
Metodologia de cálculo
U de Inverno e de Verão
Simulação dinâmica
3.
4.
5.
6. 3,500
Demanda Horária de Aquecimento e
3,000
Arrefecimento
2,500
Potência (kW)
2,000
Arrefecimento
1,500
Aquecimento
1,000
500
0
1 501 1001 1501 2001 2501 3001 3501 4001 4501 5001 5501 6001 6501 7001 7501 8001 8501
hora do ano
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20. Em qualquer das soluções de reabilitação de
coberturas analisadas, para além de se
eliminarem patologias, a medida com maior
impacte positivo consiste na introdução do
isolamento térmico adequado, de uma forma
contínua, ou seja, extensível às paredes e
pavimentos (caso aplicável) e corrigindo
pontes térmicas. Da aplicação de isolamento
térmico resulta um aumento de conforto e uma
optimização do desempenho energético os
quais, comparando com a situação de origem
que não contemplava isolamento térmico
21. Foram calculados os “Valores U” para cada
uma das soluções construtivas para a
reabilitação de coberturas anteriormente
apresentadas. O “Valor U” é o coeficiente de
transmissão de calor de qualquer elemento de
construção, ou seja, é o valor que quantifica as
trocas de energia potenciais entre o interior e
o exterior – por isso, quanto menor for, menor
impacto terão as condições climáticas no
interior, conservando a energia, ou seja,
mantendo os níveis de temperatura dentro dos
calores pretendidos
22. Nas soluções apresentadas (1A, 1B, 1C, 1D,
2A, 2B, 2C e 2D), a redução do "valor U"
situa-se entre os 85 e os 90%, ou seja, as
perdas/ganhos de energia através das
coberturas serão de apenas 10 a 15%,
quando comparadas com as verificadas em
coberturas tradicionais não isoladas
23. O “Valor U” regulamentar máximo para a
cobertura dos edifícios, na zona de climática
mais agreste (I3) em Portugal no âmbito da
regulamentação em vigor, é de 0.90 W/m2.K
(sendo 1.00 e 1.25 para as outras duas zonas
climáticas, I2 e I1, respectivamente)
Foram obtidos, para os pormenores
apresentados (1A a 2D), “valores U” que se
situam no intervalo 0.25 a 0.40, o que
corresponde a um aumento da exigência entre
56 e 72% para a zona climática I3
24. Igualmente, nas coberturas planas a
introdução do isolamento térmico adequado,
de uma forma contínua, constitui uma medida
eficaz.
Resulta num aumento de conforto e contribui
para a optimização do desempenho energético,
os quais, comparando com a situação de
origem que não contemplava isolamento
térmico, se situam, nas soluções 3A, 3B e 3D,
entre os 70 e os 80% de melhoria face à
construção tradicional sem isolamento.
25. Os “Valores U” calculados para as soluções
construtivas analisadas aplicáveis na
reabilitação de coberturas são apresentados
no quadro seguinte