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2016
Centro UnB Cerrado
CRIANDO UM PROTOCOLO DE
PESQUISA PARA O ESTABELECIMENTO
DA RELAÇÃO ENTRE A ADOÇÃO DE
PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E A
SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
CAMPESINAS ASSENTADAS
Este relatório refere-se à pesquisa realizada entre março de 2014 a novembro de 2015,
pelos pesquisadores do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e
Produção de Alimentos, do Centro UNB Cerrado, da Universidade de Brasília
Pesquisadores:
Nina Paula Laranjeira
Lívia Penna Firme Rodrigues
César Adriano Barbosa
Carlos Salgado
Maria Schuler
Aleph Mesquita Dhelomme
Hanna Schuler
Carlaille Carvalho
Luiz Fernando Schuler
2
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................4
Fundamentação Teórica ...........................................................................................................5
Segurança alimentar e nutricional e seus indicadores.........................................................5
Indicadores de SAN...............................................................................................................9
Indicadores de SAN, para esta Pesquisa.............................................................................12
As práticas agroecológicas e seus indicadores...................................................................12
A relação lógica entre segurança alimentar e práticas agroecológicas, nas unidades de
produção familiar.........................................................................................................................15
Indicadores de Adoção de Práticas Agroecológicas, para esta Pesquisa ...........................15
Método ...............................................................................................................................18
O universo da pesquisa e sua amostra...........................................................................18
O Modelo Causal.............................................................................................................19
O instrumento de pesquisa.............................................................................................30
Análise dos Resultados .......................................................................................................31
Variável 1 (V1), "Foco dos Donos"..................................................................................31
Variável 2 (V2), "Foco dos Filhos e Agregados"..............................................................31
Variável 3 (V3), "Escolaridade Familiar" .........................................................................32
Variável 4 (V4), "Cursos da Família" ...............................................................................32
Variável 5 (V5), "Socialização" ........................................................................................33
Variável 6 (V6), "Origem Campesina".............................................................................33
Variável 8 (V8), "Tipo de Construção" ............................................................................34
Variável 9 (V9), "Água Encanada"...................................................................................34
Variável 10 (V10), "Caixa d´Água"...................................................................................35
Variável 11 (V11), "Eletricidade" ....................................................................................36
Variável 12 (V12), "Fogão"..............................................................................................36
Variável 13 (V13), "Geladeira"........................................................................................37
Variável 14 (V14), "Freezer" ...........................................................................................37
Variável 15 (V15), "Telefone" .........................................................................................37
Variável 16 (V16), "Internet" ..........................................................................................38
Variável 21 (V21), "Fontes de Água"...............................................................................39
Variável 22 (V22), "Captação de Água" ..........................................................................39
Variável 24 (V24), "Constância de Água"........................................................................40
Variável 25 (V25), "Galinheiro".......................................................................................40
Variável 26 (V26), "Curral"..............................................................................................41
Variável 27 (V27), "Chiqueiro"........................................................................................41
Variável 28 (V28), "Casa de Farinha"..............................................................................42
Variável 29 (V29), "Moenda de Cana"............................................................................43
Variável 30 (V30), "Tanque de Peixes" ...........................................................................43
Variável 37 (V37), "Roçadeira" .......................................................................................44
Variável 40 (V40), "Trator" .............................................................................................44
Variável 41 (V41), "Bomba Costal" .................................................................................45
Variável 43 (V43), "Motoserra" ......................................................................................46
Variável 44 (V44), "Transporte Pessoal".........................................................................46
Variável 45 (V45), "Transporte para Produção" .............................................................47
Variável 47 (V47), "Uso da Biomassa" ............................................................................48
Variável 49 (V49), "Cobertura do Solo"..........................................................................48
3
Variável 50 (V50), "Adubação Verde".............................................................................49
Variável 52 (V52), "Rotação" ..........................................................................................49
Variável 53 (V53), "Pousio".............................................................................................50
Variável 54 (V54), "Consórcio" .......................................................................................50
Variável 55 (V55), "Quebra Vento".................................................................................51
Variável 56 (V56), "Genética Crioula".............................................................................52
Variável 57 (V57), "Manipueira".....................................................................................52
Variável 58 (V58), "Calda Bordaleza"..............................................................................53
Variável 59 (V59), "Inseticidas" ......................................................................................53
Variável 60 (V60), "Fungicidas".......................................................................................54
Variável 61 (V61), "Herbicidas" ......................................................................................54
Variável 62 (V62), "Urina de Vaca".................................................................................55
Variável 63 (V63), "Defensivos Naturais" .......................................................................56
Variável 64 (V64), "Esterco"............................................................................................56
Variável 65 (V65), "Compostagem"................................................................................57
Variável 66 (V66), "Pó de Rocha"....................................................................................57
Variável 67 (V67), "Calcário"...........................................................................................58
Variável 68 (V68), "Cinza Vegetal"..................................................................................58
Variável 69 (V69), "Fertilizante Mineral"........................................................................59
Variável 70 (V70), "Farinha de Osso"..............................................................................60
Variável 71 (V71), "MEs".................................................................................................60
Variável 72 (V72), "Alimentação Animal".......................................................................61
Variável 17 (V17), "Tipo de Fossa"..................................................................................62
Variável 18 (V18), "Aproveitamento de Água Cinza" .....................................................62
Variável 19 (V19), "Tratamento de Resíduo Orgânico"..................................................63
Variável 20 (V20), "Tratamento de Resíduo Inorgânico" ...............................................63
Variável 73 (V73), "Variedade de Alimentos Consumidos"............................................64
Variável 74 (V74), "Origem dos Alimentos"....................................................................65
Variável 80 (V80), "Saúde da Família" ............................................................................66
Variável 75 (V75), "Variedade de Alimentos Produzidos"..............................................66
Variável 76 (V76), "Variedade de Alimentos Processados"............................................68
Variável 77 (V77), "Variedade de Alimentos Comercializados" .....................................69
Variável 78 (V78), "Variedade de Produção Animal" .....................................................70
Limitações da pesquisa e sugestões para pesquisas futuras..........................................72
Conclusão................................................................................................................................73
Referências Bibliográficas.......................................................................................................73
4
RELATÓRIO DE PESQUISA
Este relatório refere-se à pesquisa realizada entre março de 2014 a novembro de 2015, pelos
pesquisadores do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e Produção de
Alimentos, do Centro UNB Cerrado, da Universidade de Brasília.
Pesquisadores:
Nina Paula Laranjeira, Lívia Penna Firme Rodrigues, César Adriano Barbosa, Carlos Salgado,
Luiz Fernando Schuler, Aleph Dhelomme, Maria Schuler e as estagiárias Hanna Schuler e Carlaille
Carvalho.
INTRODUÇÃO
Na última década, a determinação do Brasil em combater a fome levou o país a conquistas
importantes em termos de políticas públicas, com avanços e resultados visíveis, trazendo ao país
visibilidade internacional. Ao mesmo tempo em que no mundo todo, alarmados pela fome e
desigualdades crescentes, movimentos sociais levantam a bandeira da Agroecologia associada à
Segurança Alimentar (SAN), evidenciando a relação estreita entre os dois temas. A agroecologia
teria o mérito de garantir a alimentação a todos, com impactos bastante reduzidos para o
ambiente e para a saúde dos trabalhadores do campo.
Como parte das estratégias do governo brasileiro para erradicar a fome e a pobreza, e
atendendo a reivindicações dos movimentos sociais dos trabalhadores do campo, diversas políticas
públicas foram criadas no sentido de apoiar a Agricultura Familiar, a Assistência Técnica e Extensão
Rural e a produção orgânica e agroecológica. A Política Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica surge então como meta do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
A atuação do Centro UnB Cerrado na Chapada dos Veadeiros, junto a agricultores familiares,
sobretudo os assentados pela reforma agrária, trouxe a constatação do potencial dessas
comunidades para a produção agroecológica e consequente abastecimento da região com
alimentos saudáveis e socialmente justos.
Os primeiros levantamentos qualitativos e uma observação participante levaram-nos a
questionar em que medida o avanço no processo de transição agroecológica poderia aproximar
essas famílias da segurança alimentar e nutricional. Nos parecia que sim, que o avanço nessa
transição, ampliando a produção e a diversidade, e consequentemente a renda, proveria a essas
famílias alimentação mais saudável e condição de vida mais estável – parâmetros considerados na
SAN.
Desenvolver um instrumento que possa responder a essa questão pode trazer novos
subsídios para apoiar a adoção de medidas que fortaleçam a agroecologia na agricultura familiar.
Sendo assim, o estudo procurou desenvolver um instrumento formal de pesquisa, que
possa ser testado e validado e então oferecido à comunidade acadêmica para ampla utilização. O
protocolo de pesquisa gerado visa responder à questão: existe relação entre a segurança
5
alimentar de famílias de agricultores assentados e a sua adoção de práticas agroecológicas?
Nesse estudo exploratório inicial, a aplicação do instrumento procurou responder a:
Existe relação entre a segurança alimentar das Unidades de Produção Familiar no
assentamento Silvio Rodrigues em Alto Paraíso de Goiás e a sua adoção de práticas
agroecológicas?
Desta questão deriva o objetivo geral:
1. Propor e realizar os primeiros testes num protocolo de pesquisa acadêmica que verifique a
relação existente entre a segurança alimentar das unidades de produção familiar dos
assentamentos agrários e a adoção de práticas agroecológicas.
Para que o objetivo geral seja atingido, os seguintes objetivos específicos foram buscados:
a) Realizar levantamento dos principais indicadores de segurança alimentar na literatura,
tecendo uma análise crítica de sua funcionalidade e propondo uma nova formulação
de instrumento de pesquisa, para o estudo atual.
b) Realizar levantamento dos principais indicadores de práticas agroecológicas, na
literatura, tecendo uma análise crítica de sua funcionalidade e propondo uma nova
formulação de instrumento de pesquisa, para o estudo atual.
c) Propor um modelo causal que disponha as principais variáveis da segurança alimentar,
assim como das práticas agroecológicas, que possa ser testado.
d) Propor instrumentos de pesquisa que possam trazer dados para teste do modelo.
e) Aplicar os instrumentos de pesquisa, para levantamento do estado de segurança
alimentar e da adoção de práticas agroecológicas numa amostra significativa da
população do assentamento Sílvio Rodrigues, em Alto Paraíso de Goiás.
f) Testar e criticar o instrumento criado.
g) Buscar correlações significativas entre o nível de segurança alimentar dos assentados
e o nível de adoção de práticas agroecológicas, nesse assentamento, realizando um
primeiro teste, crítica e ajuste do modelo causal proposto.
Assim sendo, os próximos parágrafos tratarão de definir as principais variáveis do estudo,
assim como as relações pressupostas, entre elas, fundamentando a proposição de um modelo de
relações causais, para teste.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E SEUS INDICADORES.
A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) integra várias dimensões do processo de
alimentação e nutrição, incluindo não apenas a produção, acesso, qualidade e quantidade de
alimentos disponíveis, mas também as condições de saúde, saneamento e sustentabilidade do
6
ambiente, além do aspecto político, o da soberania alimentar, que se traduz como o direito dos
países e dos povos estabelecerem suas próprias políticas de produção, abastecimento e consumo,
respeitando sua história e cultura (SILIPRANDI, 2013).
Esses aspectos estão contemplados no conceito de SAN elaborado pelo Conselho de
Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA, 2004): “direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a
outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que
respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente
sustentáveis”. A dimensão alimentar se refere aos processos de disponibilidade, que incluem a
produção, utilizando práticas sustentáveis; a comercialização e o acesso ao alimento, e a
nutricional, que diz respeito à escolha, preparo e consumo alimentar, de acordo com os hábitos
culturais, e sua relação com a saúde e a utilização biológica do alimento.
Segundo Kepple e Segall-Correa (2011) a definição brasileira de SAN se destaca por incluir o
acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequados, a todas as classes sociais da população,
incluída como uma questão de cidadania e direitos humanos. É um conceito abrangente,
interdisciplinar, que inclui todas as áreas de conhecimento envolvidas, como economia, direito,
agricultura, educação, saúde, nutrição, assistência social, sociologia, antropologia e psicologia,
entre outras, o que implica em estratégias intersetoriais para a sua execução.
Maluf e Reis (2013) afirmam que a SAN passou a ser um objetivo público, uma estratégia
privilegiada e permanente para se promover o desenvolvimento de um país e quando essa
estratégia é colocada sob a ótica do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), envolve a
soberania alimentar, porque cabe aos povos decidir sobre sua alimentação. O DHAA integra o
conjunto de direitos dos povos, conceituado como:
(...) um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e
irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e
saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às
tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida livre do medo, digna e plena
nas dimensões física e mental, individual e coletiva. (ZIEGLER, J. apud VALENTE;
FRANCESQUINI; BURITY, 2007, p. 8)
Portanto, o DHAA se realiza quando todos os cidadãos podem adquirir ou ter acesso a uma
alimentação adequada e saudável, ininterruptamente, garantindo não apenas a SAN, mas também
a soberania alimentar. Para isso, é preciso o desenvolvimento de políticas, programas e ações que
coloquem em prática suas obrigações de respeitar, proteger, promover e prover o DHAA, o que
inclui, basicamente, a produção, de forma sustentável, e a distribuição de alimentos, o
abastecimento e o acesso aos mesmos e a educação alimentar e nutricional (EAN).
Marcos legais importantes possibilitaram a institucionalização do DHAA no Brasil, que passa
a ser um direito constitucional a partir de 2010 (EC- nº 64/2010), e do SISAN (Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional – Lei nº 11.346 - LOSAN – Lei Orgânica de Segurança Alimentar
e Nutricional). A criação do CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e
da CAISAN – Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, em novembro de 2007,
7
por decretos de regulamentação à Lei 11.346, possibilitaram a estruturação do SISAN. Em agosto
de 2010, o decreto nº 7.272 formalizou as diretrizes e objetivos da PNSAN – Política Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional e estabeleceu parâmetros para o PLANSAN - Plano Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional, criado em 2011 (vigência 2012-2015).
O grande mérito das atuais políticas de SAN está em suas bases, que fortaleceram o diálogo
intersetorial, com a criação das Câmaras Intersetoriais no âmbito do SISAN, e a participação social,
por meio dos Conselhos e das Conferências nos níveis municipal, estadual e federal. Embora haja
um longo caminho a percorrer e com muitos desafios, a política brasileira de SAN é promissora e
dispõe de uma Rede de Equipamentos de combate à Insegurança Alimentar, promovendo o acesso
à alimentação, com: restaurantes populares, Bancos de Alimentos, cozinhas comunitárias, feiras e
mercados populares e ações de Educação Alimentar e Nutricional, mas que atendem apenas uma
pequena percentagem da população vulnerável. Outras medidas, como melhoria ao acesso a água
de qualidade para famílias de baixa renda vivendo no Semiárido, também têm sido executadas, a
partir da construção de cisternas. Há ainda, projetos de agricultura familiar apoiados em todo o
País, inclusive para os povos e as comunidades tradicionais (MDS, 2014).
Em síntese, ao longo da década passada, a Política de SAN ganhou impulso no Brasil por meio,
não só do reforço dos marcos legais, mas também pela da criação de um ambiente institucional
que facilitou a cooperação e a coordenação entre os ministérios e as diferentes esferas de governo,
com responsabilidades definidas; de maiores investimentos em áreas como agricultura familiar; e
do forte envolvimento da sociedade civil no processo político.
Como resultado, o Brasil transformou o quadro da fome e da insegurança alimentar de sua
população. O Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo de 2014, publicado pela FAO, revela
que o Brasil reduziu de forma muito expressiva a fome, a desnutrição e a subalimentação nos
últimos anos. Outras pesquisas, utilizando diferentes indicadores, como o Relatório de
Desenvolvimento Humano 2014, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio, organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
também apontam para a diminuição da fome no Brasil (FAO, 2014).
Segundo relatório da FAO (2014) esses estudos, realizados entre 2001 e 2012, utilizaram
como indicadores a renda da população brasileira, o estado nutricional e a Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA). O mesmo relatório aponta que os resultados mostraram que a renda
dos 20% mais pobres da população cresceu três vezes mais do que a renda dos 20% mais ricos e a
parcela da população em extrema pobreza passou de 25,5% para 3,5. Com relação ao estado
nutricional, a prevalência de déficit de altura em crianças menores de cinco anos de idade passou
de 13,4% para 6,7%. A EBIA, utilizada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004 e em 2008, revelou uma diminuição
em 25% da insegurança alimentar grave no período (FAO, 2014).
Segundo dados do IBGE, em 2013, utilizando a EBIA, 79,5 % da população urbana brasileira
e 64,7% da rural estavam em SAN, enquanto que 6,8% da urbana e 13,9% da rural apresentam
insegurança alimentar moderada ou grave, o que indica melhora significativa, quando comparados
8
com os dados de 2004 e 2009 (IBGE, 2013). No entanto, mostram que, mesmo com toda a melhora,
quantitativamente, milhares de brasileiros ainda passam fome, caracterizada como insegurança
alimentar grave, que atinge quem vive em extrema pobreza, o que impossibilita o acesso aos
alimentos, pela falta de recursos para comprá-los e também devido à escassez de alimentos
produzidos, em nível local. Outros graus de insegurança alimentar, leve e moderada, estão
associados à classe social e nível de renda, condições de gênero, étnicas e raciais, o que leva os
mais pobres, as mulheres, crianças e idosos, negros e índios, a serem mais expostos a situações de
incerteza, quanto ao acesso regular ao alimento e a fome (MALUF; REIS, 2013).
Os dados relacionados à SAN, levantados nas pesquisas realizadas pelo IBGE, se referem ao
acesso à alimentação, medidos pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) que não
indica o tipo de alimentação utilizada, origem e tipo de produção.
Segundo a EBIA: i) os moradores dos domicílios que têm acesso regular e permanente a
alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais estão em SAN; ii) os que têm alguma preocupação ou incerteza quanto ao
acesso de alimentos no futuro estão em Insegurança Alimentar Leve (IAL); iii) os que fizeram uma
redução quantitativa ou mudança de padrões alimentares entre os adultos estão em Insegurança
Alimentar Moderada (IAM); iv) e quando há redução quantitativa de alimentos e mudança dos
padrões alimentares entre as crianças e/ou fome, quando alguém fica o dia inteiro sem comer por
falta de dinheiro para comprar alimentos, estão em Insegurança Alimentar Grave (IAG) (IBGE,
2009).
A aplicação da EBIA nos domicílios, segundo metodologia desenvolvida por Segall-Correa
(2007), apresenta uma vantagem em seu uso, pois mede o fenômeno diretamente a partir da
experiência de insegurança alimentar (IA) vivenciada e percebida pelas pessoas afetadas, captando
não só a dificuldade de acesso aos alimentos, mas também a dimensão psicossocial da IA. Além
disso, podem ser adaptadas, mediante utilização de metodologias qualitativas, a diferentes
contextos socioculturais locais, sendo sua aplicação e análise relativamente simples.
No entanto, a EBIA, apesar de ser um instrumento utilizado em várias pesquisas nacionais,
apresenta uma limitação importante, pois não diagnostica o tipo de alimentação que está sendo
utilizada pela população. Indica a SAN, porém não identifica se a alimentação utilizada é saudável,
com uso restrito de alimentos processados, produzidos de forma sustentável e livres de
agrotóxicos.
A alta incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, que atinge cerca
de 66% da população adulta, é um dado que reflete o tipo de alimentação utilizada. A obesidade,
fator preponderante para o aparecimento das DCNT, caracteriza um estado de insegurança
alimentar e nutricional, pois embora haja acesso ao alimento, sua escolha não é saudável e inclui
uma alta proporção de alimentos industrializados.
Os alimentos industrializados e produzidos em larga escala em lavouras mecanizadas e
vendidos numa ampla rede de grandes, médios e pequenos mercados são os mais utilizados, tanto
na cidade como no campo. As populações urbanas estão expostas a uma imensa variedade de
9
produtos alimentícios, quase sempre transformados industrialmente, e este fenômeno é
conhecido como “era dos supermercados” (POPKIN, 2006; NARDOTO et al., 2006). Os alimentos
industrializados e processados contêm altos teores de açúcares, gorduras, sal e aditivos químicos,
contribuindo fortemente para a alta incidência das DCNT na população brasileira e o aumento do
sobrepeso e obesidade (BRASIL, 2010).
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um sistema de informação que
faz o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população brasileira, detectando
precocemente os desvios nutricionais como o sobrepeso e obesidade, em diferentes áreas
geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais.
O monitoramento da situação alimentar e nutricional da população está prevista na Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e é um instrumento para ser utilizado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), permitindo o monitoramento do estado nutricional de indivíduos de todas
as fases do ciclo de vida (criança, adolescente, adulto, idoso e gestante).
Além disso, comunidades em situação de pobreza, além da fome, convivem com a
precariedade das condições sanitárias do ambiente, outro indicador importante, que agrava a
insegurança alimentar e nutricional e provoca doenças como a desnutrição infantil e as carências
nutricionais por micronutrientes, como anemia ferropriva e hipovitaminose A, que possuem altas
prevalências em algumas regiões e grupos populacionais do Brasil.
Portanto, depara-se neste momento com a necessidade de aprofundar ações no sentido de
investir não só no combate à fome, mas também na qualidade da alimentação, e criar indicadores
para isso. Os documentos oficiais nacionais e as pesquisas de monitoramento são unânimes em
afirmar o desafio da construção de indicadores de avaliação das políticas de SAN e do estado de
segurança alimentar da população.
INDICADORES DE SAN
Para Panelli-Martins et al. (2008, p.68):
Indicadores são medidas-síntese que contêm informações relevantes sobre determinados
atributos e dimensões do estado de segurança alimentar, informando aspectos da
realidade ou mudanças em processo, tendo em vista a formulação de políticas públicas,
além de esclarecer as mudanças e os determinantes dos diferentes fenômenos.
Para avaliar e monitorar as políticas e programas de SAN existentes serão necessários
indicadores definidos de acordo com a lógica e objetivos de cada programa existente. De acordo
com Panelli-Martins et al. (2008), em 1996, no Programa Comunidade Solidária, um grupo de
trabalho conjunto entre organizações da sociedade civil e especialistas do governo começou a
discutir a construção de uma base de dados e de indicadores de segurança alimentar. A comissão
indicou a criação de condições para que os seguintes indicadores fossem calculados: 1)
disponibilidade física de alimentos per capita/ano; 2) nível de autonomia do país na oferta de
alimentos (auto-suficiência); 3) poder de compra do salário mínimo e da renda familiar; 4) poder
de compra dos estratos mais pobres da população; 5) proporção de população assistida por
programas de segurança alimentar; 6) perfil do consumo alimentar por faixa etária ou estrutura de
10
consumo alimentar; 7) prevalência estimada de baixo peso, sobrepeso e obesidade na população
maior de 18 anos, segundo o índice de massa corporal, por sexo; 8) prevalência de déficit
antropométrico, por peso e altura, para menores de 5 anos; 9) índice de indigência ou proporção
de indigentes. Esses indicadores continuam a permear as avaliações existentes no Brasil, mas a
discussão continua.
Há um consenso sobre a necessidade de um conjunto de indicadores para monitorar a
complexidade da segurança alimentar e nutricional. O CONSEA faz recomendações e monitora as
políticas de segurança alimentar e nutricional, incluindo o Plano Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional. Desde 2003, um Sistema de Monitoramento de SAN, realizado em parceria com a
sociedade civil e incorporado à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, está em
construção e tem evoluído de acordo com as discussões nacionais e internacionais.
Vários autores têm pesquisado e analisado os indicadores de SAN nos últimos anos. Segundo
Mielniczuk (2008), pelo fato da SAN envolver diversos fatores e setores, deve-se analisar
simultaneamente vários aspectos da realidade social, como saúde e nutrição, educação, habitação,
saneamento, acesso à água, agricultura e abastecimento, acessibilidade às políticas públicas,
trabalho e renda, hábitos de consumo alimentar, de sustentabilidade alimentar entre outras, o que
permite um diagnóstico preciso sobre a SAN. Já Pessanha et al (2008) admitem que existem
diversos métodos complementares que podem ser utilizados para medir a SAN, podendo ser
utilizados em diferentes níveis: nacional, domiciliar ou individual. Alguns métodos abordam a
disponibilidade de alimentos, enquanto outros a acessibilidade e estabilidade das famílias no
acesso aos alimentos. Segall-Corrêa et al. (2008) afirmam que há cinco métodos mais utilizados em
inquéritos nacionais para avaliação da insegurança alimentar e que todos os métodos possuem
problemas sérios de erros de medida, apresentando vantagens e desvantagens. São eles:
1. Método da FAO, que estima as calorias disponíveis por habitante de um país com base na
balança de alimentos e nas pesquisas de orçamentos domésticos.
2. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), baseada em entrevista domiciliar, onde um
morador informa a renda familiar, os preços e as quantidades dos alimentos consumidos
dentro e fora do domicílio e alimentos produzidos no domicilio para consumo.
3. Avaliação do Consumo Dietético Individual, avaliada por diferentes métodos como o
recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar e o registro do peso dos
alimentos ingeridos, seguidos de análise do conteúdo químico e nutritivo desses alimentos.
4. Antropometria, que é um indicador direto do estado nutricional, porém avalia a segurança
alimentar de forma indireta.
5. EBIA que é a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, já comentada anteriormente.
Segundo a FAO (2014) indicadores muito usados no Brasil e internacionalmente para estimar
a SAN estão relacionados ao consumo de alimentos, utilizando-se o recordatório de 24 horas, a
frequência de consumo de alimentos e os gastos familiares na alimentação. Todos eles apresentam
limitações por serem métodos invasivos, variáveis, que dependem da habilidade do entrevistador
e da capacidade de informação do entrevistado, além de serem caros e de difícil aplicação.
11
Os determinantes da SAN, que influenciam na definição de indicadores, podem ser definidos
de forma global e nacional, regional, local e domiciliar (KEPPLE; SEGALL-CORRÊA, 2011). Nos níveis
global e nacional está inserido o sistema político econômico, o compromisso com o DHAA, o
modelo de desenvolvimento econômico escolhido e os programas e políticas publicas existentes.
No nível regional incluem-se, entre outros, a produção, disponibilidade e preços de alimentos,
inclusive dos alimentos saudáveis; emprego e renda, acesso aos serviços de saúde e educação,
fatores culturais e estabilidade política. Já no nível domiciliar influem o perfil demográfico dos
moradores, gênero e escolaridade da pessoa de referência da família, saúde dos moradores,
conhecimentos e hábitos alimentares, renda e estabilidade financeira, emprego, tempo disponível
da mãe e participação em programas sociais.
A FAO sugere que, para a utilização de indicadores, é útil analisar as dimensões da SAN, que
são quatro: a disponibilidade do alimento, o acesso ao alimento, a utilização dos alimentos e dos
nutrientes, e a estabilidade, que é uma dimensão transversal às outras três. A disponibilidade se
refere à garantia de alimentos para toda a população e envolve questões de produção,
comercialização, abastecimento e distribuição de alimentos. O acesso aos alimentos refere-se à
capacidade de obter alimentos de forma socialmente aceitável, por exemplo, por meio da
produção, compra, caça ou troca. Essa dimensão é complexa, pois envolve preços dos alimentos e
das outras necessidades básicas da família. A utilização dos alimentos e dos nutrientes refere-se
à utilização biológica, influenciada pelas condições de saneamento básico e de saúde das pessoas
e da segurança microbiológica e química dos alimentos. Esta dimensão inclui também o
conhecimento nutricional, as escolhas e hábitos alimentares, e o papel social da alimentação na
família e na comunidade. Se estas três dimensões coexistem, haverá a quarta, que é a estabilidade.
O CONSEA tem trabalhado junto ao Governo Federal para implementar o sistema nacional
de informação da segurança alimentar e nutricional, com mais de 50 indicadores divididos entre
seis dimensões: (i) produção de alimentos; (ii) disponibilidade de alimentos; (iii) renda/acesso e
despesas com alimentação; (iv) acesso à alimentação adequada; (v) saúde e acesso a serviços
relacionados; e (vi) educação.
Com relação ao monitoramento da PNSAN, o decreto nº 7.272 determina que deverá
integrar:
(...) indicadores existentes nos diversos setores e contemplar as seguintes dimensões de
análise: I- produção de alimentos; II – disponibilidade de alimentos; III – renda e
condições de vida; IV – acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo água; V –
saúde, nutrição e acesso a serviços relacionados; VI – educação; VII – programas e ações
relacionadas à segurança alimentar e nutricional.” (art. 21. § 5º)
Desta forma, a definição de indicadores está a cargo de cada área envolvida, lembrando que
compõe o CONSEA e a CAISAN vinte órgãos do executivo, entre ministérios e secretarias. Essa
complexidade da SAN, e consequentemente do SISAN, deverá suscitar ainda diversas discussões,
o que pode ser observado na primeira avaliação do Plano Nacional de SAN (CAISAN, 2014), onde,
para cada uma das oito diretrizes do Plano são apresentadas as políticas públicas e ações em curso
12
com seus respectivos resultados, e uma tentativa de propor indicadores. Entretanto, reunir esses
indicadores para afirmar o nível de SAN para populações é ainda realidade distante.
INDICADORES DE SAN, PARA ESTA PESQUISA
O grande esforço que tem sido feito, por meio de políticas públicas, para atenuar a situação
da população brasileira em termos de SAN, faz com que estejam disponibilizados diversos
materiais e resultados de monitoramentos e avaliações, que devem se considerados, a fim de que
as pesquisas realizadas na Universidade possam contribuir para a implantação do SISAN e da
PNSAN.
Assim sendo, nesta pesquisa buscamos, em consonância com as orientações dos órgãos
nacionais do SISAN, avaliar alguns parâmetros necessários para entender o estado de segurança
alimentar e nutricional em que se encontram agricultores familiares de assentamentos da reforma
agrária da região da Chapada dos Veadeiros, e a relação entre a alimentação e a forma de produção
escolhida por esses agricultores, de forma a verificar se há correlação existente entre o avanço na
transição agroecológica e a SAN.
Para avaliar a SAN, foram escolhidos os seguintes aspectos a serem caracterizados para cada
família, por meio de questionário:
 Origem, produção e tipo de alimentos consumidos - Os alimentos serão listados em
consonância com a lista utilizada pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
(SISVAN), levantando-se sua origem (produção, própria ou da vizinhança; comprado em
feiras e mercados), além da frequência de consumo semanal.
 Renda Familiar – separada em rendimentos próprios e auxílios governamentais.
 Percentual da renda utilizada na compra de alimentos.
 Doenças crônicas não transmissíveis e agudas recorrentes na família.
 Acesso à água e a saneamento ambiental.
Esses aspectos foram definidos como meio de abarcar as quatro primeiras dimensões
apontadas pela PNSAN: I- produção de alimentos; II – disponibilidade de alimentos; III – renda e
condições de vida; IV – acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo água. Os demais
aspectos, acesso à saúde e educação e a programas e ações relacionadas a SAN, não foram
levantados, por fugir do escopo desta pesquisa, que tem como foco a relação entre SAN e produção
agroecológica de alimentos.
AS PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E SEUS INDICADORES.
A agroecologia é uma ciência que estuda os princípios e processos ecológicos relacionados
com os sistemas produtivos, ou agroecossistemas. Os agroecossistemas compreendem os
ecossistemas alterados para produção de bens para os seres humanos, ou seja, o meio abiótico
(rochas, minerais, clima, etc.), o meio biótico (comunidades de plantas, animais e outros
organismos) e as interações dentro e entre os meios biótico e abiótico em áreas antropizadas para
produção (GLIESSMAN, 2007). Os sistemas de produção estão diretamente relacionados com a
13
cultura e o modo de vida das pessoas que produzem, comem, compram, trocam e vendem,
interagindo com a sociedade e o meio ambiente (VANDERMEER, 2011).
A perspectiva agroecológica objetiva um melhor aproveitamento e conservação dos recursos
naturais, do funcionamento dos ecossistemas e da cultura local, visando o bem-estar da população
humana e proporcionando um desenvolvimento ecologicamente correto, socialmente justo e
economicamente viável (ALTIERI; NICHOLLS, 2000). A diversidade dos fatores envolvidos mostra
questões relacionadas com diferentes áreas do conhecimento (ALTIERI; NICHOLLS, 2000;
VANDERMEER, 2011). O paradigma integrador inerente ao estudo agroecológico busca bases
científicas capazes de analisar o agroecossistema a partir de uma abordagem que possa incluir os
aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, ecológicos e agronômicos (GLIESSMAN, 2010;
CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS, 2011). Integrando ao estudo a cultura e os conhecimentos
tradicionais no âmbito do desenvolvimento rural e do sistema alimentar das populações envolvidas
no processo produtivo (Marco Referencial em Agroecologia, 2006).
A estrutura agrária e o modelo de produção adotado influenciam fortemente o manejo do
solo e o uso dos recursos (ALTIERI; NICHOLLS, 2000). O modelo de desenvolvimento agrícola é um
ponto chave para a estruturação dos agroecossistemas e influencia os processos e interações
ecológicas em nível de paisagem, sendo um importante fator para conectividade entre os
fragmentos preservados e para a conservação do meio ambiente (PERFECTO; VANDERMEER;
WRIGHT, 2009). A modernização da agricultura brasileira foi embasada no modelo agrícola
industrial da “Revolução Verde” e promoveu o cultivo de monoculturas em latifúndios
dependentes de grandes aportes de insumos externos, que associado à manutenção de uma
elevada concentração de terra e renda gerou um desenvolvimento rural socialmente excludente e
ambientalmente insustentável (MOREIRA; CARMO, 2004). A suposta alta produtividade desse
modelo agrícola também chamado de “convencional”, contrasta com fatos, tais como a alta
incidência de pragas e doenças, os problemas com os agrotóxicos, a diminuição na qualidade dos
alimentos, a exclusão social, a poluição ambiental, a escassez dos recursos e a destruição dos
ecossistemas naturais, que são pontos críticos da atual crise socioambiental em escala mundial
(ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2010; PONISIO et al., 2015; TILMAN et al., 2011).
A demanda de alimentos tende a crescer e a sustentabilidade das áreas produtivas depende
de manejos que possam aumentar a eficiência de uso dos recursos e minimizar os impactos
ambientais (TILMAN et al., 2011). Os problemas socioambientais gerados pela “Revolução Verde”
mostram a necessidade de promover o desenvolvimento de sistemas de produção mais eficientes
e saudáveis para o ser humano e o meio ambiente (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2010;
MOREIRA; CARMO, 2004; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PONISIO et al., 2015).
Entretanto, o modelo da “Revolução Verde” ainda é amplamente utilizado e diversos agricultores
têm dificuldades para conseguir implantar sistemas de produção agroecológicos devido a questões
culturais, sociais e econômicas (GLIESSMAN, 2010).
Os sistemas de produção agroecológicos preconizam a não utilização de agrotóxicos e
fertilizantes minerais em prol do uso de um manejo orgânico do solo e da agrobiodiversidade como
uma forma de controle natural de pragas e doenças agrícolas (ALTIERI; NICHOLLS, 2000;
GLIESSMAN, 2010). Uma maior agrobiodiversidade proporciona uma maior variedade de produtos
14
alimentícios e uma maior resiliência frente às mudanças climáticas, promovendo uma maior
segurança alimentar e nutricional (SAN) aliada a uma maior eficiência de aproveitamento dos
processos e das interações naturais, diminuindo a necessidade do uso de insumos externos
(PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009). A alimentação adequada também é um pré-requisito
para manter a saúde e exercer as outras atividades do processo produtivo, portanto, a SAN é um
fator determinante para a manutenção de agroecossistemas sustentáveis.
As práticas de manejo agrícola com base agroecológica destacam a importância da
agrobiodiversidade e da conservação do solo e da água para a obtenção de uma alta produtividade
aliada à manutenção de um agroecossistema sustentável. Os consórcios, por exemplo, além de
influenciarem significativamente na proteção contra a incidência de pragas agrícolas (ALTIERI;
NICHOLLS, 2000; TOGNI et al., 2009), também aumentam a produtividade devido à maior eficiência
de uso da área (SOUZA; RESENDE, 2006; SUGASTI et al., 2013) e proporcionam melhores condições
para manutenção da qualidade do solo (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007). Em uma
meta-análise de dados com 115 estudos de diferentes continentes, Ponisio et al. (2015),
concluíram que o consórcio e a rotação de culturas influenciam positivamente a produtividade de
sistemas agrícolas e sugerem que um maior investimento para a pesquisa e desenvolvimento de
manejos e práticas de base agroecológica proporcionaria à produção orgânica uma alta
competitividade produtiva em relação ao manejo convencional.
O processo de transição agroecológica pode ser representado por uma ordem de passos que
indicam o grau de sustentabilidade do empreendimento produtivo. A seguir, um modelo para
quatro níveis de transição agroecológica, muito bem sintetizado por Gliessman (2007):
1) Aumentar a eficiência do processo produtivo visando a redução da utilização de insumos
e as práticas nocivas ao meio ambiente.
2) Substituir os insumos e as práticas nocivas ao meio ambiente por insumos e práticas mais
adequadas ao uso sustentável dos recursos.
3) Planejar o agroecossistema considerando as interações com a biodiversidade, os ciclos
biogeoquímicos e o fluxo de energia envolvidos no processo produtivo.
4) Estabelecer uma conexão mais direta entre os produtores e os consumidores para
promover a cultura da sustentabilidade considerando as interações entre todos os
componentes do sistema produtivo.
O modelo de transição proposto é muito útil, mas as peculiaridades de cada agroecossistema
devem ser consideradas e o modelo deve ser adaptado de acordo com o contexto local. O
desenvolvimento de modelos agroecológicos apropriados está associado à maior valorização dos
saberes tradicionais e dos recursos locais, além de um maior entendimento sobre as populações
locais, o meio ambiente e as relações entre as populações e o meio ambiente (EMBRAPA, 2006). O
entendimento das relações entre os aspectos sociais e os processos ecológicos em seus diferentes
níveis e funções permite um estudo que integre os diversos componentes do sistema produtivo
(VANDERMEER, 2011).
15
A RELAÇÃO LÓGICA ENTRE SEGURANÇA ALIMENTAR E PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS, NAS
UNIDADES DE PRODUÇÃO FAMILIAR.
A identificação dos indicadores mais importantes para a sustentabilidade de um
agroecossistema depende de um profundo conhecimento do contexto local (EMBRAPA, 2006). A
pesquisa voltada para o avanço da sustentabilidade busca um maior entendimento da realidade
local e sua relação com as outras escalas de análise. Dentro dessa perspectiva, fatores como o nível
de transição ecológica, a conservação do meio ambiente e a SAN mostram parâmetros importantes
para indicar a sustentabilidade dos agroecossistemas em diversas escalas de análise (CHAPPELL;
LAVALLE, 2011; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PRETTY; MORISON; HINE, 2003).
O quadro de avanço da fronteira agrícola ameaçando a biodiversidade frente à persistência
da insegurança alimentar em nível local e global mostra um cenário de aparente incompatibilidade
entre a SAN e a conservação do meio ambiente (CHAPPELL; LAVALLE, 2011). No entanto, a
produção total já é suficiente para alimentar a população atual e a insegurança alimentar está
associada principalmente a questões socioeconômicas relacionadas com o modelo de produção e
a distribuição dos alimentos (CHAPPEL; LAVALLE, 2011). Os sistemas de produção com base
agroecológica mostram ser capazes de conciliar a conservação do meio ambiente à promoção e
manutenção da SAN (CHAPPEL; LAVALLE, 2011; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PRETTY;
MORISON; HINE, 2003).
A mensuração do grau de sustentabilidade dos agroecossistemas e a investigação das
relações entre os diferentes fatores envolvidos são importantes passos para que a pesquisa em
agroecologia possa contribuir para o entendimento dos agroecossistemas e para o
estabelecimento de uma agricultura mais sustentável (GLIESSMAN, 2007). O presente trabalho
objetiva avaliar o nível da transição agroecológica e a situação da SAN de famílias assentadas pela
reforma agrária e determinar os indicadores mais relevantes para identificar relações entre a
utilização de práticas e manejos de base agroecológica e a segurança alimentar e nutricional (SAN)
do grupo de famílias avaliado.
INDICADORES DE ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS, PARA ESTA PESQUISA
A caracterização dos agroecossistemas foi realizada a partir da sistematização de
informações provenientes de entrevistas, questionários e observações de campo.
Os seguintes parâmetros foram selecionados, objetivando determinar o nível da transição
ecológica de um agroecossistema em categorias de acordo com os passos para transição ecológica
descritos por Gliessman (2007):
1) Manejos e práticas de base agroecológica
a) Tamanho da área de produção e produtividade (produção total (R$) / área produtiva
(ha)). A produtividade do sistema permite estabelecer relações entre os
manejos/práticas e a eficiência de uso do solo (GLIESSMAN, 2007).
16
b) Categoria e origem dos insumos utilizados (agrotóxicos, fertilizantes minerais,
defensivos caseiros, estercos, pó de rocha, calcário, composto, ME´s1, etc). O uso de
insumos condicionadores do solo (esterco, pó de rocha, ME´s, etc) indicam o uso de
práticas agroecológicas de manutenção da fertilidade do solo. A utilização de
agrotóxicos influencia negativamente as interações ecológicas e os processos
ecossistêmicos. Os uso frequente de fertilizantes minerais pode gerar efeitos
negativos no sistema solo/planta e na qualidade do solo, principalmente quando não
acompanhados de matéria orgânica. A origem do produto indica a situação quanto
ao gasto com transporte e segurança quanto à disponibilidade do fornecimento
(ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011).
c) Manejo da biomassa e uso de cobertura vegetal no solo. A biomassa proveniente dos
restos culturais possui grande importância para ciclagem de nutrientes e utilidade
como cobertura do solo ou massa para compostagem (ALTIERI; NICHOLLS, 2000;
GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011). A cobertura do solo (“mulch”) é um manejo
de suma importância para a conservação do solo e da água (ALTIERI; NICHOLLS, 2000;
GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011), sendo o sucesso da ampla utilização do
sistema de plantio direto uma evidência do potencial de uso e importância desse
manejo (ALVARENGA et al., 2001).
d) Presença e intensidade dos problemas causados por doenças e pragas agrícolas. É um
parâmetro importante para estimar a qualidade do agroecossistema e relacionar com
as práticas e manejos utilizados (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007;
VANDERMEER, 2011).
e) Utilização de consórcio ou rotação de culturas. Os consórcios e as rotações de cultura
influenciam significativamente na proteção contra a incidência de pragas agrícolas
(ALTIERI; NICHOLLS, 2000; TOGNI et al., 2009), aumentam a produtividade devido à
maior eficiência de uso da área (SOUZA; RESENDE, 2006; SUGASTI et al., 2013) e
proporcionam melhores condições para manutenção da qualidade do solo (ALTIERI;
NICHOLLS, 2000; AMADO et al., 2001; GLIESSMAN, 2007).
f) Produtividade de animais (leite, carne, ovos, tração, etc.) e origem da alimentação
animal. Tipo de tratamento (curral, pastagem fixa, pastagem rotativa, pastagem
consorciada com leguminosas, confinado, solto, etc.). A utilização de leguminosas em
consórcio com a pastagem proporciona uma maior quantidade e qualidade da
forragem disponível para os animais aliada a uma maior conservação do pasto
(BARCELLOS et al., 2008; PACIULLO et al., 2003). A criação de animais é um grande
aliado para a sustentabilidade do sistema, considerando o aproveitamento das
características do animal (esterco, tração, etc.) para o manejo do local e da produção
local para alimentação dos animais.
g) Aproveitamento e tratamento dos resíduos (fossa, água cinza, resíduos orgânicos e
inorgânicos domiciliares, etc.)
1
ME´s - Microrganismos eficientes.
17
h) Nível de planejamento do sistema produtivo em relação ao grau de aproveitamento
das interações ecológicas (consórcios, inimigos naturais, polinizadores, etc.) e dos
recursos locais (resíduos domésticos, cobertura do solo, compostagem, manipueira,
etc.). Esse indicador é resultado da relação entre as práticas e manejos de
aproveitamento e a produtividade do sistema.
i) Grau de interação com os consumidores, conhecimento e empoderamento sobre a
cadeia produtiva.
2) Qualidade ambiental
a) Situação das nascentes e cursos d´água (protegidos, desmatados, pastagem,
agrotóxicos, etc.).
b) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por área nativa preservada ou
conservada (mata, cerrado, etc.).
c) Proporção de área em recuperação (ativa/passiva).
d) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por pastagens (situação da
pastagem: degradada, erosão, boas condições).
e) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por manejo convencional intensivo
(monoculturas agroindustriais).
f) Problemas com agrotóxicos (advindos da gleba ou dos vizinhos).
3) Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)
a) Qualidade e disponibilidade de água (período de falta ou escassez de água potável
e/ou para produção).
b) Qualidade e disponibilidade de alimentos (período de falta ou escassez).
c) Proporção da renda familiar advinda da produção na gleba.
d) Proporção da renda gasta com alimentação.
e) Proporção dos alimentos consumidos que são produzidos na gleba e origem dos
alimentos mais consumidos (trocas, compras, vizinhos, mercado local,
supermercado).
f) Condições de moradia e saneamento básico
g) Doenças crônicas ou agudas recorrentes
4) Fatores Sociais
a) Renda familiar.
b) Atividade focal e trabalho fora da gleba.
c) Origem da família (tradição de agricultor).
d) Conhecimentos agrícolas provenientes da cultura familiar.
e) Participação em associações, igrejas, festas tradicionais e outros eventos que possam
indicar o pertencimento dos indivíduos à comunidade.
f) Infraestrutura (curral, barragem, casa de farinha, moenda de cana, etc.) e
equipamentos (roçadeira, motosserra, trator, etc.).
18
g) Formação escolar e cursos/capacitações.
h) Atividade focal e trabalho fora da gleba.
MÉTODO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa desenvolvimento, que estuda aportes teóricos afins
e seu estado da arte, iniciando o processo de criação de um instrumento e um protocolo de
pesquisa que deverá ser testado e retestado até que sua validade e confiabilidade possam ser
comprovadas cientificamente.
O primeiro passo para gerar um protocolo de pesquisa acadêmica capaz de verificar a
existência de relação entre a segurança alimentar das unidades de produção familiar e a sua
adoção de práticas agroecológicas, foi a proposta de uma rede causal hipotética, baseada nos
indicadores, tanto de SAN, quanto de nível de transição agroecológica, nas unidades de produção
familiar. Foram ainda introduzidos nesta rede causal variáveis julgadas intervenientes nesta
questão, como o perfil dos assentados e os recursos dos quais dispõem para trabalhar e produzir.
O UNIVERSO DA PESQUISA E SUA AMOSTRA
O primeiro campo de teste para o desenvolvimento deste protocolo de pesquisa foi formado
por 119 parcelas no assentamento Sílvio Rodrigues, no Alto Paraíso de Goiás. Destas, foram
selecionadas aleatoriamente, através de sorteio, 44 famílias, para fazerem parte da amostra.
19
O MODELO CAUSAL
Buscando uma lógica para a rede causal estabelecida entre as condições de instalação das
famílias assentadas no Silvio Rodrigues em Alto Paraíso de Goiás, o comportamento agroecológico
dos assentados e a segurança alimentar e nutricional de suas famílias, as variáveis indicadas na
literatura foram agrupadas em três categorias: as variáveis de recursos disponíveis para as famílias
assentadas, as variáveis indicando as práticas agroecológicas e as variáveis de segurança
alimentar e nutricional (SAN) encontradas.
AS VARIÁVEIS DE RECURSOS DISPONÍVEIS.
As variáveis de recursos disponíveis são cinco variáveis latentes, a saber, o perfil da família;
a infraestrutura de moradia da qual dispõem; os recursos hídricos do seu lote; a infraestrutura de
produção disponível e os equipamentos agrícolas ao alcance da família. Estas variáveis latentes são
assumidas como varáveis independentes e sua incidência sobre o nível de transição agroecológica
e sobre os resultados da produção do lote será avaliada no modelo causal. Como variáveis latentes,
elas são formadas pelas seguintes variáveis de medida.
Os recursos advindos do perfil familiar (ver Figura 1) são o foco dos donos no lote; o foco
dos filhos e agregados; o nível de escolaridade dos donos; os cursos, na área, dos quais a família
dispõe; seu nível de socialização e sua origem campesina. O foco dos donos no lote é avaliado
como tendo valor 1 quando é pleno, valor 0,6 quando dividido entre o lote e alguma atividade
externa, e valor 0,3 quando a prioridade é dada para atividades fora do lote. O valor desta variável
(V1) é então composto pela média dos focos da dona e do dono (ou pelo valor do dono ou dona
sem companheiro). Da mesma forma é mensurada a V2, o foco dos filhos e agregados à família. A
escolaridade familiar (V3) é formada pela média dos valores atribuídos ao nível de escolaridade do
dono e da dona (ou pelo valor do dono ou dona sem companheiro), sendo eles 0,25 para a básica,
0,50 para a média, 0,75 para o nível técnico e 1 para o nível superior. Os cursos da família são
contados entre as principais alternativas, dentro da cultura dos moradores locais, que são o
PRONATEC, o SENAR, a formação para Agrofloresta, o Kit PAIS, sendo deixada aberta a
possibilidade de citar algum outro. Cada um é valorado em 0,2, sendo que a variável plena
apresenta valor 1, para cada componente da família, onde filhos e agregados também são
contados. A V4, neste caso, é composta pelo somatório dos cursos disponíveis para a família. A
tendência à socialização é considerada um recurso de perfil, pois coloca a pessoa em relação com
demais membros da comunidade, permitindo a troca de informações e o estabelecimento de uma
cultura local voltada para a agroecologia, caso estejam em transição agroecológica. Esta tendência
foi mensurada através de uma questão que investiga a participação do respondente em
associações, congregações religiosas, comemorações tradicionais, etc. Um maior valor (1) foi dado
para os dirigentes destas associações, seguidos pelo valor da participação em associações com
afinidade direta com as lides do campo (0,75) e da participação em outros tipos de grupos (0,5).
Por fim, entre os recursos de perfil foi avaliada a origem campesina do dono e da dona do lote,
composta pela média entre os valores de ser (1) ou não (0) originário de família de agricultores, e
de ter (1) ou não (0) aprendido das lides de agricultor com pessoas da família.
20
FIGURA 1 - A VARIÁVEL DE RECURSOS ADVINDOS DO PERFIL FAMILIAR
Os recursos advindos da infraestrutura de moradia (ver Figura 2) são a existência de água
encanada; a caixa d´água; fogão, freezer; telefone e internet. Estas variáveis foram valoradas na
alternativas sim (1) e não (0).
FIGURA 2 - A VARIÁVEL INFRAESTRTURA DE MORADIA
Os recursos hídricos são avaliados através da variedade de fontes (rio; nascente; poço;
captação de água da chuva e serviço público), sendo que esta V21 é formada pelo somatório das
fontes disponíveis no lote. A forma de captação da água, se manual (0,25), bombeamento (0,5),
ou gravidade (1) também é considerada, por determinar diferentes níveis de disponibilidade deste
recurso, tão essencial para a atividade no campo (ver questionário, no Anexo 1). A constância do
fornecimento d´água torna-se uma variável de medida importante na avaliação dos recursos
hídricos para agricultura, numa região como a Chapada dos Veadeiros, caracterizada por chuvas e
secas sazonais. Esta V24 se forma através dos 12 meses do ano, diminuídos do número de meses
de falta completa d´água e de metade dos meses de escassez.
FIGURA 3 - A VARIÁVEL RECURSOS HÍDRICOS
21
Os recursos advindos da infraestrutura de produção (ver Figura 4) constituem as instalações
presentes no lote, que permitem produção agrária. Esta variável latente se compõe da valoração
da presença (1), ou presença precária (0,5), ou ausência (0) de galinheiro; curral; chiqueiro; casa
de farinha; moenda de cana e tanque de peixes.
FIGURA 4 - A VARIÁVEL INFRAESTRUTURA DE PRODUÇÃO
O último grupo de recursos é o de equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada
(ver Figura 5). Foram estimadas as presenças de roçadeira; trator; bomba costal; motosserra;
transporte pessoal e transporte para a produção. Os valores atribuídos são tem (1); empresta ou
aluga (0,5) e não tem (0).
FIGURA 5 - EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
Este é o conjunto das variáveis de recursos disponíveis, assumidas como independentes, das
quais foi investigada a influência sobre os índices de comportamento agroecológico, diretamente,
e sobre as variáveis de segurança alimentar e nutricional (SAN), de forma direta e também indireta,
ou seja, intermediada pelo comportamento agroecológico.
AS VARIÁVEIS DO ÍNDICE DE COMPORTAMENTO AGROECOLÓGICO
O segundo conjunto de varáveis latentes e suas variáveis de medida dizem respeito ao
comportamento agroecológico. São quatro variáveis, a saber, o conjunto de manejos e técnicas
agroecológicas utilizado pela família; o tipo de defensivos e insumos utilizados para viabilizar a
22
produção; o tipo de adubos, fertilizantes e alimento animal utilizado para a produção; o
tratamento dispensado aos resíduos domésticos.
Foram utilizados, para compor a variável manejos e técnicas agroecológicas (ver Figura 6) o
uso de biomassa; a prática da cobertura de solo; a adubação verde; a rotação e o pousio; a
utilização inteligente do consórcio de culturas; a existência de quebra vento, na propriedade e a
cultura da genética crioula. Cada uma dessas práticas foi verificada nas hortas; roças; pomares,
pastos e agroflorestas, quando presentes na propriedade pesquisada. Os valores utilizados para
mensurar a intensidade das práticas foram sim (1); pouco (0,5) e não (0).
FIGURA 6 - MANEJOS E TÉCNICAS AGROECOLÓGICAS
A variável defensivos e insumos (ver Figura 7) foi composta por produtos naturais que são
utilizados tradicionalmente na região para controle de pragas, a saber, a manipueira, a calda
bordaleza, a urina de vaca e outros defensivos naturais com valores sim (1); pouco (0,5) e não (0).
Em contraposição, o uso de inseticidas (fungicidas e herbicidas) industrializados foi valorado com
sim (-1); pouco (-0,5) e não (1), por contradizerem as práticas agroecológicas.
FIGURA 7 - DEFENSIVOS E INSUMOS
23
Por sua vez, a variável latente adubos e fertilizantes (ver Figura 8) foi mensurada através da
utilização de esterco, compostagem, calcário, cinza vegetal, farinha de osso e microrganismos
eficientes (Me´s) com valores positivos para a composição do comportamento agroecoloógico, ou
seja, sim (1); pouco (0,5) e não (0). Em contraposição, o uso de fertilizantes minerais
industrializados, como sendo um tanto afastado do comportamento agroecológico, foi valorado
com sim (-1); pouco (-0,5) e não (0,5).
FIGURA 8 - ADUBOS, FERTILIZANTES E ALIMENTO ANIMAL
A última variável do índice de comportamento agroecológico é o tratamento dos resíduos
domésticos (Ver Figura 9). Esta variável latente apresenta, como variáveis de medida, o tipo de
fossa utilizada na propriedade, o aproveitamento de água cinza, o aproveitamento dos resíduos
orgânicos e o tratamento dispensado aos resíduos inorgânicos.
Os valores atribuídos ao tipo de fossa são: negra (0,25); séptica (0,5); filtro biológico (0,75) e
fossa ecológica (1). O aproveitamento de água cinza e de resíduo orgânico foram pontuados com
sim (1); aproveitamento precário (0,5) e não (0). Já o tratamento de resíduos inorgânicos recebeu
os valores descarte bruto (-0,5); descarte em depósito de lixo municipal (0,25); queima no lote (-
0,5); enterra no lote (0,25); reaproveita (0,5).
FIGURA 9 - TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DOMÉSTICOS
Este é o conjunto das variáveis do índice de comportamento agroecológico, assumidas como
dependentes dos recursos disponíveis e interferentes diretamente no índice de segurança
alimentar e nutricional (SAN).
24
AS VARIÁVEIS DO ÍNDICE DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN)
O terceiro conjunto de varáveis latentes, então, assim como suas variáveis de medida,
referem-se à segurança alimentar e nutricional das famílias pesquisadas. São quatro variáveis, a
saber, a alimentação familiar, a saúde da família, a produção de alimentos e a produção animal.
Foram utilizadas, para compor o nível de alimentação da família pesquisada (ver Figura 10)
a variedade de alimentos consumidos e sua origem. Os dois dados que mensuram esta variável
foram conseguidos através do inventário de alimentos consumidos e produzidos apresentado às
famílias respondentes (ver questionário aplicado no Anexo 1 deste trabalho). Cada um deles é
composto do somatório simples dos produtos apontados pelas famílias como de consumo comum,
ou de sua própria produção.
FIGURA 10 - ALIMENTAÇÃO FAMILIAR
A variável saúde da família (ver Figura 11) foi mensurada através da aferição de presença,
ou não, das doenças mais comuns encontradas entra as famílias campesinas e que, podem ser
atribuídas à falta de segurança alimentar e nutricional. São elas a hipertensão; o colesterol alto; a
diabetes; a asma e a obesidade. Cada uma destas doenças reduz um (1) ponto no índice total de
saúde da família (5).
FIGURA 11 - SAÚDE DA FAMÍLIA
A variável produção de alimentos (ver Figura 12) foi composta pela variedade de produção,
de processamento e de comercialização de alimentos, pela família pesquisada. Os três dados que
mensuram esta variável foram conseguidos através do inventário de alimentos consumidos e
produzidos apresentado às famílias respondentes (ver questionário aplicado no Anexo 1 deste
trabalho). Cada um deles é composto do somatório simples dos produtos apontados pelas famílias
como produzidos, ou processados ou comercializados no local.
FIGURA 12- PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
25
A variável produção animal (ver Figura 13) foi composta pela variedade de tipos de animal
produzidos no lote da família pesquisada, assim como a origem da alimentação dispensada a eles.
Para galinhas; gado de corte; vacas leiteiras; suínos; equinos e peixes foi atribuído produz (1), ou
não produz (0). Foi avaliada também a origem da alimentação, no sentido de ser (1) ou não (0) do
lote, atestando o nível de auto sustentabilidade das produções da família. Um valor médio (0,5) foi
atribuído à alimentação de origem mista, entre produzida no lote e vinda de fora.
FIGURA 13- PRODUÇÃO ANIMAL
Sendo assim, o modelo hipotético composto nesse esforço de pesquisa e expresso nas
variáveis latentes e de medida acima apresentadas vai buscar a verossimilhança das relações
apresentadas abaixo (Figura 14).
26
FIGURA 14 - MODELO CAUSAL HIPOTÉTICO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE RECURSOS DISPONÍVEIS A FAMÍLIAS
ASSENTADAS NA CHAPADA DOS VEADEIROS, O SEU NÍVEL DE COMPORTAMENTO AGROECOLÓGICO E A SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL DAS FAMÍLIAS.
As hipóteses subjacentes ao modelo criado são:
H1 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre os manejos e técnicas
agroecológicas utilizadas no seu lote.
27
H2 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre os defensivos e insumos
agrícolas em seu lote.
H3 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de adubos e
fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote.
H4 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de tratamento
dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote.
H5 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de alimentação a
ela disponível.
H6 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de sua saúde.
H7 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção de
alimentos em seu lote.
H8 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção
animal, em seu lote.
H9 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote.
H10 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote.
H11 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu
lote.
H12 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote.
H13 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H14 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de sua saúde.
H15 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote.
H16 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de produção animal, em seu lote.
H17 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote.
H18 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote.
H19 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote.
H20 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote.
H21 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o nível de alimentação a ela disponível.
28
H22 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o nível de sua saúde.
H23 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o nível de produção de alimentos em seu lote.
H24 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta
sobre o nível de produção animal, em seu lote.
H25 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote.
H26 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote.
H27 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu
lote.
H28 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote.
H29 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H30 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de sua saúde.
H31 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote.
H32 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência
direta sobre o nível de produção animal, em seu lote.
H33 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote.
H34 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote.
H35 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu
lote.
H36 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote.
H37 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H38 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o nível de sua saúde.
H39 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote.
H40 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência
direta sobre o nível de produção animal, em seu lote.
29
H41 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no lote da família assentada terão uma
incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H42 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no lote da família assentada terão uma
incidência direta sobre nível de sua saúde.
H43 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas pela família assentada terão uma
incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote.
H44 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas pela família assentada terão uma
incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote.
H45 - Os defensivos e insumos utilizados no lote da família assentada terão uma incidência
direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H46 - Os defensivos e insumos utilizados no lote da família assentada terão uma incidência
direta sobre nível de sua saúde.
H47 - Os defensivos e insumos utilizados pela família assentada terão uma incidência direta
sobre nível de produção de alimentos em seu lote.
H48 - Os defensivos e insumos utilizados pela família assentada terão uma incidência direta
sobre nível de produção animal, em seu lote.
H49 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados no lote da família assentada
terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H50 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados no lote da família assentada
terão uma incidência direta sobre nível de sua saúde.
H51 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados pela família assentada terão
uma incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote.
H52 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados pela família assentada terão
uma incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote.
H53 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos no lote da família assentada terá
uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
H54 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos no lote da família assentada terá
uma incidência direta sobre nível de sua saúde.
H55 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos pela família assentada terá uma
incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote.
H56 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos pela família assentada terá uma
incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote.
Com a proposição deste modelo causal e suas hipóteses adjacentes, um instrumento de
pesquisa foi criado, como um suporte às entrevistas realizadas com os representantes das famílias.
O instrumento funciona como um questionário, que pode ser apreciado na íntegra no Anexo 1
deste relatório.
Como fica evidente ao primeiro olhar, o modelo acima é pleno, com todas as relações
possíveis conectadas, formando uma longa e intrincada lista de hipóteses. O teste de tal modelo
exigiria amostras imensas, para tornar-se viável. O primeiro esforço, então, será verificar quais
relações são realmente lógicas e importantes para a questão. No capítulo Análise dos Resultados,
30
abaixo, algumas observações serão tecidas, com base nos resultados do primeiro levantamento de
dados, sobre a possibilidade de redução de variáveis e de relações esperadas.
O INSTRUMENTO DE PESQUISA
O questionário constando do Anexo 1 deste relatório foi construído com base na
fundamentação teórica e na prática de agentes de campo da UNB Cerrado, com experiência em
ações de extensão junto a comunidades de assentados, na região.
O presente esforço de pesquisa, mais do que levantar informações relevantes sobre a
questão de pesquisa, pretende testar os instrumentos de pesquisa, para poder oferecer à
comunidade acadêmica brasileira um protocolo de pesquisa viável, válido e confiável, para tratar
desta questão.
Para viabilizar a tabulação dos dados coletados pelo questionário, preparando-os para o
posterior tratamento, foi gerada uma planilha Excel.
31
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Abaixo serão apresentadas as estatísticas descritivas para as variáveis trabalhadas no
modelo.
Ao mesmo tempo, uma consideração inicial sobre a pertinência de contar com estas variáveis
no modelo será realizada, com vistas a simplificar a primeira proposição da rede causal.
VARIÁVEL 1 (V1), "FOCO DOS DONOS"
A Variável 1 (V1), chamada "Foco dos Donos" apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1,00 0,80 0,65 0,60 0,45
Respondentes 22 16 1 4 1 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V1 Foco dos Donos no Lote 0,88 0,162
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 2 (V2), "FOCO DOS FILHOS E AGREGADOS"
A Variável 2 (V2), chamada "Foco dos Filhos e Agregados no Lote" apresentou a seguinte
distribuição de frequência de valores:
Valores 1 0,80 0,60 0,45 0,25 0,20 0
Respondentes 4 2 7 1 2 2 26 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V2 Foco dos Filhos e Agregados no Lote 0,25 0,354
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
FocodosDonos
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
32
VARIÁVEL 3 (V3), "ESCOLARIDADE FAMILIAR"
A Variável 3 (V3), chamada "Escolaridade Familiar" apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1,00 0,63 0,50 0,38 0,25 0,13 0
Respondentes 2 2 4 19 9 3 5 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V3 Escolaridade Familiar 0,36 0,285
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 4 (V4), "CURSOS DA FAMÍLIA"
A Variável 4 (V4), chamada "Cursos da Família" apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0
Respondentes 2 2 1 3 2 6 9 12 5 2 N=44
Resultando na seguinte média geral:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
FocodosFilhoseAgregados
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
EscolaridadeFamiliar
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
33
Variável Nome Média Desvio Padrão
V4 Cursos da Família 0,68 0,455
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 5 (V5), "SOCIALIZAÇÃO"
A Variável 5 (V5), chamada " Socialização" apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
N=44
Valor 4,00 3,75 3,50 3,25 3,00 2,75 2,50 2,25 2,00 1,75 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 0
Resp. 2 1 1 1 2 1 6 3 1 2 5 2 3 9 2 3
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V5 Socialização 1,71 1,096
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 6 (V6), "ORIGEM CAMPESINA"
A Variável 6 (V6), chamada "Origem Campesina" apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
0 10 20 30 40 50
CursosdaFamília
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
0 10 20 30 40 50
Socialização
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
34
Valores 2,00 1,50 1,00 0
Respondentes 30 3 10 1 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V6 Origem Campesina 1,69 0,497
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Perfil" do
agricultor, trabalhada no modelo causal testado.
VARIÁVEL 8 (V8), "TIPO DE CONSTRUÇÃO"
A Variável 8 (V8), chamada "Tipo de Construção" apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1
Respondentes 44 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V8 Tipo de Construção 1 0
Esta variável, por não apresentar variação, foi retirada do modelo.
VARIÁVEL 9 (V9), "ÁGUA ENCANADA"
A Variável 9 (V9), chamada " Água Encanada " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0
Respondentes 36 8 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V9 Água Encanada 0,82 0,39
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0 10 20 30 40 50
OrigemCampesina
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
35
Esta variável, junto com a próxima (caixa d'água) não apresenta distribuição normal,
trazendo problemas para seu tratamento posterior, no caso de testes paramétricos. Como a pouca
variação parece indicar que há um padrão de instalação d´água já estabelecido, no assentamento,
uma próxima formulação do modelo pode eliminá-la.
VARIÁVEL 10 (V10), "CAIXA D´ÁGUA"
A Variável 10 (V10), chamada " Caixa d´Água " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0
Respondentes 39 5 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V10 Caixa d´Água 0,89 0,321
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Esta variável, junto com a anterior (água encanada) não apresenta distribuição normal,
trazendo problemas para seu tratamento posterior, no caso de testes paramétricos. Como a pouca
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
ÁguaEncanada
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Caixad´Água
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
36
variação parece indicar que há um padrão de instalação d´água já estabelecido, no assentamento,
uma próxima formulação do modelo pode eliminá-la.
VARIÁVEL 11 (V11), "ELETRICIDADE"
A Variável 11 (V11), chamada " Eletricidade " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1
Respondentes 44 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V11 Eletricidade 1 0
Esta variável, por não apresentar variação, foi retirada do modelo.
VARIÁVEL 12 (V12), "FOGÃO"
A Variável 12 (V12), chamada " Fogão " apresentou a seguinte distribuição de frequência de
valores:
Valores 1,5 1 0,5
Respondentes 37 6 1 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V12 Fogão 1,41 0,223
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Esta variável não apresenta distribuição normal. Parece, também impensável uma
propriedade rural que não disponha de um fogão, além de parecer questionável a importância que
teria a diferença entre um fogão a gás e um a lenha, para a performance produtiva da família
assentada. Sugere-se, neste caso, que ela seja eliminada do modelo.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 10 20 30 40 50
Fogão
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
37
VARIÁVEL 13 (V13), "GELADEIRA"
A Variável 13 (V13), chamada " Geladeira " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0
Respondentes 43 1 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V13 Geladeira 0,98 0,98
Esta variável, por apresentar variação não significativa foi retirada do modelo.
VARIÁVEL 14 (V14), "FREEZER"
A Variável 14 (V14), chamada " Freezer " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0
Respondentes 18 26 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V14 Freezer 0,41 0,497
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 15 (V15), "TELEFONE"
A Variável 15 (V15), chamada " Telefone " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0
Respondentes 37 7 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V15 Telefone 0,84 0,37
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Freezer
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
38
A pouca variação desta variável a inviabiliza, para tratamento estatístico confiável e lembra
que, nos tempos em que há tamanha facilidade de uso de dispositivos celulares em qualquer lugar,
não seja útil introduzi-la no modelo.
VARIÁVEL 16 (V16), "INTERNET"
A Variável 16 (V16), chamada "Internet" apresentou a seguinte distribuição de frequência de
valores:
Valores 1 0
Respondentes 6 38 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V16 Internet 0,14 0,347
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Telefone
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Internet
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
39
Apesar da pouca variação desta variável, no contexto do presente estudo, aconselha-se
deixa-la no modelo, face ao constante progresso da facilidade de acesso à Internet e na
importância que essa rede possa ter no acesso à informação, para os agricultores.
Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Infraestrutura
de Moradia" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado.
VARIÁVEL 21 (V21), "FONTES DE ÁGUA"
A Variável 21 (V21), chamada " Fontes de Água " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 3 2 1
Respondentes 3 21 20 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V21 Fontes de Água 1,61 0,618
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 22 (V22), "CAPTAÇÃO DE ÁGUA"
A Variável 22 (V22), chamada " Captação de Água " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,83 0,75 0,63 0,50 0,38 0,25
Respondentes 10 2 6 3 20 2 1 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V22 Captação de Água 0,67 0,25
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 10 20 30 40 50
FontesdeÁgua
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
40
VARIÁVEL 24 (V24), "CONSTÂNCIA DE ÁGUA"
A Variável 24 (V24), chamada " Constância de Água " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores
Respondentes N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V24 Constância de Água 41,92 16,40
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Recursos
Hídricos" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado.
VARIÁVEL 25 (V25), "GALINHEIRO"
A Variável 25 (V25), chamada " Galinheiro " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 14 18 12 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V25 Galinheiro 0,52 0,388
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
CaptaçãodeÁgua
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
41
VARIÁVEL 26 (V26), "CURRAL"
A Variável 26 (V26), chamada " Curral " apresentou a seguinte distribuição de frequência de
valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 5 16 23 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V26 Curral 0,3 0,346
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 27 (V27), "CHIQUEIRO"
A Variável 27 (V27), chamada " Chiqueiro " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 7 11 26 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V27 Chiqueiro 0,28 0,38
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Galinheiro
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Curral
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
42
VARIÁVEL 28 (V28), "CASA DE FARINHA"
A Variável 28 (V28), chamada " Casa de Farinha " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 0,5 0
Respondentes 4 40 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V28 Casa de Farinha 0,05 0,145
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Aconselha-se a retirada desta variável no modelo, demonstrando-se ela não comum entre
os assentados, tendendo a apresentar distribuição não normal, o que impossibilita o seu
tratamento estatístico adequado.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Chiqueiro
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 10 20 30 40 50
CasadeFarinha
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
43
VARIÁVEL 29 (V29), "MOENDA DE CANA"
A Variável 29 (V29), chamada " Moenda de Cana " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 1 3 40 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V29 Moenda de Cana 0,06 0,193
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Aconselha-se a retirada desta variável no modelo, demonstrando-se ela não comum entre
os assentados, tendendo a apresentar distribuição não normal, o que impossibilita o seu
tratamento estatístico adequado.
VARIÁVEL 30 (V30), "TANQUE DE PEIXES"
A Variável 30 (V30), chamada " Tanque de Peixes " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 5 4 35 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V30 Tanque de Peixes 0,16 0,337
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
MoendadeCana
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
44
Este foi o conjunto de variáveis proposto para a formação da variável latente "Infraestrutura
de Produção" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado.
VARIÁVEL 37 (V37), "ROÇADEIRA"
A Variável 37 (V37), chamada " Roçadeira " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 7 4 33 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V37 Roçadeira 0,2 0,378
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 40 (V40), "TRATOR"
A Variável 40 (V40), chamada " Trator " apresentou a seguinte distribuição de frequência de
valores:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
TanquedePeixes
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Roçadeira
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
45
Valores 1 0,5 0
Respondentes 1 20 23 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V40 Trator 0,25 0,275
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Do modo em que foi formulada, esta variável apresentará sempre distribuição não normal,
um vez que é rara a presença de trator entre os equipamentos em posse dos assentados.
Aconselha-se a sua reformulação, talvez passando-a para as práticas de cultivo,
questionando-se sobre o uso ou não de tratos, na preparação da terra.
VARIÁVEL 41 (V41), "BOMBA COSTAL"
A Variável 41 (V41), chamada " Bomba Costal " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0
Respondentes 30 14 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V41 Bomba Costal 0,68 0,471
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Trator
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
46
VARIÁVEL 43 (V43), "MOTOSERRA"
A Variável 43 (V43), chamada " Motoserra " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0,5 0
Respondentes 5 4 35 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V43 Motoserra 0,16 0,337
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 44 (V44), "TRANSPORTE PESSOAL"
A Variável 44 (V44), chamada " Transporte Pessoal " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1,5 1 0,5 0
Respondentes 7 15 11 11 N=44
Resultando na seguinte média geral:
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
BombaCostal
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
Motoserra
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
47
Variável Nome Média Desvio Padrão
V44 Transporte Pessoal 0,7 0,521
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 45 (V45), "TRANSPORTE PARA PRODUÇÃO"
A Variável 45 (V45), chamada " Transporte para Produção " apresentou a seguinte
distribuição de frequência de valores:
Valores 1 0
Respondentes 5 39 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V45 Transporte para Produção 0,11 0,321
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
Como parece ser raro que os agricultores assentados possuam transporte próprio para
escoamento de sua produção, parece sensato eliminar do modelo a questão da forma em que foi
proposta, avaliando a possibilidade de substituí-la pela facilidade ou dificuldade de acesso a
transporte para a produção.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 10 20 30 40 50
TransportePessoal
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50
TransporteparaProdução
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
48
Este foi o conjunto de variáveis proposto para a formação da variável latente "Equipamentos
Agrícolas", trabalhada no modelo causal testado.
VARIÁVEL 47 (V47), "USO DA BIOMASSA"
A Variável 47 (V47), chamada " Uso da Biomassa " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,90 0,83 0,75 0,67 0,50 0
Respondentes 20 1 1 1 1 3 17 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V47 Uso da Biomassa 0,56 0,469
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 49 (V49), "COBERTURA DO SOLO"
A Variável 49 (V49), chamada " Cobertura do Solo " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,88 0,75 0,5 0
Respondentes 14 1 3 11 15 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V49 Cobertura do Solo 0,51 0,42
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
UsodaBiomassa
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
49
VARIÁVEL 50 (V50), "ADUBAÇÃO VERDE"
A Variável 50 (V50), chamada " Adubação Verde " apresentou a seguinte distribuição de
frequência de valores:
Valores 1 0,75 0,63 0,50 0
Respondentes 6 1 1 11 25 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V50 Adubação Verde 0,29 0,372
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 52 (V52), "ROTAÇÃO"
A Variável 52 (V52), chamada " Rotação " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
Valores 1 0,75 0,63 0,50 0
Respondentes 11 3 1 8 21 N=44
Resultando na seguinte média geral:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
CoberturadoSolo
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
TítulodoEixo
Título do Eixo
Série1
Linear (Série1)
50
Variável Nome Média Desvio Padrão
V52 Rotação 0,41 0,426
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 53 (V53), "POUSIO"
A Variável 53 (V53), chamada " Pousio " apresentou a seguinte distribuição de frequência de
valores:
Valores 1 0,75 0,50 0
Respondentes 7 2 4 31 N=44
Resultando na seguinte média geral:
Variável Nome Média Desvio Padrão
V53 Pousio 0,24 0,392
Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão:
VARIÁVEL 54 (V54), "CONSÓRCIO"
A Variável 54 (V54), chamada " Consórcio " apresentou a seguinte distribuição de frequência
de valores:
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
Rotação
Respondentes
Série1
Linear (Série1)
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0 10 20 30 40 50
Pousio
Respondentes
Série1
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CRIANDO UM PROTOCOLO DE PESQUISA PARA O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO ENTRE A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS CAMPESINAS ASSENTADAS
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CRIANDO UM PROTOCOLO DE PESQUISA PARA O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO ENTRE A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS CAMPESINAS ASSENTADAS

  • 1. 2016 Centro UnB Cerrado CRIANDO UM PROTOCOLO DE PESQUISA PARA O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO ENTRE A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS CAMPESINAS ASSENTADAS Este relatório refere-se à pesquisa realizada entre março de 2014 a novembro de 2015, pelos pesquisadores do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e Produção de Alimentos, do Centro UNB Cerrado, da Universidade de Brasília Pesquisadores: Nina Paula Laranjeira Lívia Penna Firme Rodrigues César Adriano Barbosa Carlos Salgado Maria Schuler Aleph Mesquita Dhelomme Hanna Schuler Carlaille Carvalho Luiz Fernando Schuler
  • 2. 2 SUMÁRIO Introdução.................................................................................................................................4 Fundamentação Teórica ...........................................................................................................5 Segurança alimentar e nutricional e seus indicadores.........................................................5 Indicadores de SAN...............................................................................................................9 Indicadores de SAN, para esta Pesquisa.............................................................................12 As práticas agroecológicas e seus indicadores...................................................................12 A relação lógica entre segurança alimentar e práticas agroecológicas, nas unidades de produção familiar.........................................................................................................................15 Indicadores de Adoção de Práticas Agroecológicas, para esta Pesquisa ...........................15 Método ...............................................................................................................................18 O universo da pesquisa e sua amostra...........................................................................18 O Modelo Causal.............................................................................................................19 O instrumento de pesquisa.............................................................................................30 Análise dos Resultados .......................................................................................................31 Variável 1 (V1), "Foco dos Donos"..................................................................................31 Variável 2 (V2), "Foco dos Filhos e Agregados"..............................................................31 Variável 3 (V3), "Escolaridade Familiar" .........................................................................32 Variável 4 (V4), "Cursos da Família" ...............................................................................32 Variável 5 (V5), "Socialização" ........................................................................................33 Variável 6 (V6), "Origem Campesina".............................................................................33 Variável 8 (V8), "Tipo de Construção" ............................................................................34 Variável 9 (V9), "Água Encanada"...................................................................................34 Variável 10 (V10), "Caixa d´Água"...................................................................................35 Variável 11 (V11), "Eletricidade" ....................................................................................36 Variável 12 (V12), "Fogão"..............................................................................................36 Variável 13 (V13), "Geladeira"........................................................................................37 Variável 14 (V14), "Freezer" ...........................................................................................37 Variável 15 (V15), "Telefone" .........................................................................................37 Variável 16 (V16), "Internet" ..........................................................................................38 Variável 21 (V21), "Fontes de Água"...............................................................................39 Variável 22 (V22), "Captação de Água" ..........................................................................39 Variável 24 (V24), "Constância de Água"........................................................................40 Variável 25 (V25), "Galinheiro".......................................................................................40 Variável 26 (V26), "Curral"..............................................................................................41 Variável 27 (V27), "Chiqueiro"........................................................................................41 Variável 28 (V28), "Casa de Farinha"..............................................................................42 Variável 29 (V29), "Moenda de Cana"............................................................................43 Variável 30 (V30), "Tanque de Peixes" ...........................................................................43 Variável 37 (V37), "Roçadeira" .......................................................................................44 Variável 40 (V40), "Trator" .............................................................................................44 Variável 41 (V41), "Bomba Costal" .................................................................................45 Variável 43 (V43), "Motoserra" ......................................................................................46 Variável 44 (V44), "Transporte Pessoal".........................................................................46 Variável 45 (V45), "Transporte para Produção" .............................................................47 Variável 47 (V47), "Uso da Biomassa" ............................................................................48 Variável 49 (V49), "Cobertura do Solo"..........................................................................48
  • 3. 3 Variável 50 (V50), "Adubação Verde".............................................................................49 Variável 52 (V52), "Rotação" ..........................................................................................49 Variável 53 (V53), "Pousio".............................................................................................50 Variável 54 (V54), "Consórcio" .......................................................................................50 Variável 55 (V55), "Quebra Vento".................................................................................51 Variável 56 (V56), "Genética Crioula".............................................................................52 Variável 57 (V57), "Manipueira".....................................................................................52 Variável 58 (V58), "Calda Bordaleza"..............................................................................53 Variável 59 (V59), "Inseticidas" ......................................................................................53 Variável 60 (V60), "Fungicidas".......................................................................................54 Variável 61 (V61), "Herbicidas" ......................................................................................54 Variável 62 (V62), "Urina de Vaca".................................................................................55 Variável 63 (V63), "Defensivos Naturais" .......................................................................56 Variável 64 (V64), "Esterco"............................................................................................56 Variável 65 (V65), "Compostagem"................................................................................57 Variável 66 (V66), "Pó de Rocha"....................................................................................57 Variável 67 (V67), "Calcário"...........................................................................................58 Variável 68 (V68), "Cinza Vegetal"..................................................................................58 Variável 69 (V69), "Fertilizante Mineral"........................................................................59 Variável 70 (V70), "Farinha de Osso"..............................................................................60 Variável 71 (V71), "MEs".................................................................................................60 Variável 72 (V72), "Alimentação Animal".......................................................................61 Variável 17 (V17), "Tipo de Fossa"..................................................................................62 Variável 18 (V18), "Aproveitamento de Água Cinza" .....................................................62 Variável 19 (V19), "Tratamento de Resíduo Orgânico"..................................................63 Variável 20 (V20), "Tratamento de Resíduo Inorgânico" ...............................................63 Variável 73 (V73), "Variedade de Alimentos Consumidos"............................................64 Variável 74 (V74), "Origem dos Alimentos"....................................................................65 Variável 80 (V80), "Saúde da Família" ............................................................................66 Variável 75 (V75), "Variedade de Alimentos Produzidos"..............................................66 Variável 76 (V76), "Variedade de Alimentos Processados"............................................68 Variável 77 (V77), "Variedade de Alimentos Comercializados" .....................................69 Variável 78 (V78), "Variedade de Produção Animal" .....................................................70 Limitações da pesquisa e sugestões para pesquisas futuras..........................................72 Conclusão................................................................................................................................73 Referências Bibliográficas.......................................................................................................73
  • 4. 4 RELATÓRIO DE PESQUISA Este relatório refere-se à pesquisa realizada entre março de 2014 a novembro de 2015, pelos pesquisadores do Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e Produção de Alimentos, do Centro UNB Cerrado, da Universidade de Brasília. Pesquisadores: Nina Paula Laranjeira, Lívia Penna Firme Rodrigues, César Adriano Barbosa, Carlos Salgado, Luiz Fernando Schuler, Aleph Dhelomme, Maria Schuler e as estagiárias Hanna Schuler e Carlaille Carvalho. INTRODUÇÃO Na última década, a determinação do Brasil em combater a fome levou o país a conquistas importantes em termos de políticas públicas, com avanços e resultados visíveis, trazendo ao país visibilidade internacional. Ao mesmo tempo em que no mundo todo, alarmados pela fome e desigualdades crescentes, movimentos sociais levantam a bandeira da Agroecologia associada à Segurança Alimentar (SAN), evidenciando a relação estreita entre os dois temas. A agroecologia teria o mérito de garantir a alimentação a todos, com impactos bastante reduzidos para o ambiente e para a saúde dos trabalhadores do campo. Como parte das estratégias do governo brasileiro para erradicar a fome e a pobreza, e atendendo a reivindicações dos movimentos sociais dos trabalhadores do campo, diversas políticas públicas foram criadas no sentido de apoiar a Agricultura Familiar, a Assistência Técnica e Extensão Rural e a produção orgânica e agroecológica. A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica surge então como meta do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A atuação do Centro UnB Cerrado na Chapada dos Veadeiros, junto a agricultores familiares, sobretudo os assentados pela reforma agrária, trouxe a constatação do potencial dessas comunidades para a produção agroecológica e consequente abastecimento da região com alimentos saudáveis e socialmente justos. Os primeiros levantamentos qualitativos e uma observação participante levaram-nos a questionar em que medida o avanço no processo de transição agroecológica poderia aproximar essas famílias da segurança alimentar e nutricional. Nos parecia que sim, que o avanço nessa transição, ampliando a produção e a diversidade, e consequentemente a renda, proveria a essas famílias alimentação mais saudável e condição de vida mais estável – parâmetros considerados na SAN. Desenvolver um instrumento que possa responder a essa questão pode trazer novos subsídios para apoiar a adoção de medidas que fortaleçam a agroecologia na agricultura familiar. Sendo assim, o estudo procurou desenvolver um instrumento formal de pesquisa, que possa ser testado e validado e então oferecido à comunidade acadêmica para ampla utilização. O protocolo de pesquisa gerado visa responder à questão: existe relação entre a segurança
  • 5. 5 alimentar de famílias de agricultores assentados e a sua adoção de práticas agroecológicas? Nesse estudo exploratório inicial, a aplicação do instrumento procurou responder a: Existe relação entre a segurança alimentar das Unidades de Produção Familiar no assentamento Silvio Rodrigues em Alto Paraíso de Goiás e a sua adoção de práticas agroecológicas? Desta questão deriva o objetivo geral: 1. Propor e realizar os primeiros testes num protocolo de pesquisa acadêmica que verifique a relação existente entre a segurança alimentar das unidades de produção familiar dos assentamentos agrários e a adoção de práticas agroecológicas. Para que o objetivo geral seja atingido, os seguintes objetivos específicos foram buscados: a) Realizar levantamento dos principais indicadores de segurança alimentar na literatura, tecendo uma análise crítica de sua funcionalidade e propondo uma nova formulação de instrumento de pesquisa, para o estudo atual. b) Realizar levantamento dos principais indicadores de práticas agroecológicas, na literatura, tecendo uma análise crítica de sua funcionalidade e propondo uma nova formulação de instrumento de pesquisa, para o estudo atual. c) Propor um modelo causal que disponha as principais variáveis da segurança alimentar, assim como das práticas agroecológicas, que possa ser testado. d) Propor instrumentos de pesquisa que possam trazer dados para teste do modelo. e) Aplicar os instrumentos de pesquisa, para levantamento do estado de segurança alimentar e da adoção de práticas agroecológicas numa amostra significativa da população do assentamento Sílvio Rodrigues, em Alto Paraíso de Goiás. f) Testar e criticar o instrumento criado. g) Buscar correlações significativas entre o nível de segurança alimentar dos assentados e o nível de adoção de práticas agroecológicas, nesse assentamento, realizando um primeiro teste, crítica e ajuste do modelo causal proposto. Assim sendo, os próximos parágrafos tratarão de definir as principais variáveis do estudo, assim como as relações pressupostas, entre elas, fundamentando a proposição de um modelo de relações causais, para teste. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E SEUS INDICADORES. A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) integra várias dimensões do processo de alimentação e nutrição, incluindo não apenas a produção, acesso, qualidade e quantidade de alimentos disponíveis, mas também as condições de saúde, saneamento e sustentabilidade do
  • 6. 6 ambiente, além do aspecto político, o da soberania alimentar, que se traduz como o direito dos países e dos povos estabelecerem suas próprias políticas de produção, abastecimento e consumo, respeitando sua história e cultura (SILIPRANDI, 2013). Esses aspectos estão contemplados no conceito de SAN elaborado pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA, 2004): “direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”. A dimensão alimentar se refere aos processos de disponibilidade, que incluem a produção, utilizando práticas sustentáveis; a comercialização e o acesso ao alimento, e a nutricional, que diz respeito à escolha, preparo e consumo alimentar, de acordo com os hábitos culturais, e sua relação com a saúde e a utilização biológica do alimento. Segundo Kepple e Segall-Correa (2011) a definição brasileira de SAN se destaca por incluir o acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequados, a todas as classes sociais da população, incluída como uma questão de cidadania e direitos humanos. É um conceito abrangente, interdisciplinar, que inclui todas as áreas de conhecimento envolvidas, como economia, direito, agricultura, educação, saúde, nutrição, assistência social, sociologia, antropologia e psicologia, entre outras, o que implica em estratégias intersetoriais para a sua execução. Maluf e Reis (2013) afirmam que a SAN passou a ser um objetivo público, uma estratégia privilegiada e permanente para se promover o desenvolvimento de um país e quando essa estratégia é colocada sob a ótica do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), envolve a soberania alimentar, porque cabe aos povos decidir sobre sua alimentação. O DHAA integra o conjunto de direitos dos povos, conceituado como: (...) um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva. (ZIEGLER, J. apud VALENTE; FRANCESQUINI; BURITY, 2007, p. 8) Portanto, o DHAA se realiza quando todos os cidadãos podem adquirir ou ter acesso a uma alimentação adequada e saudável, ininterruptamente, garantindo não apenas a SAN, mas também a soberania alimentar. Para isso, é preciso o desenvolvimento de políticas, programas e ações que coloquem em prática suas obrigações de respeitar, proteger, promover e prover o DHAA, o que inclui, basicamente, a produção, de forma sustentável, e a distribuição de alimentos, o abastecimento e o acesso aos mesmos e a educação alimentar e nutricional (EAN). Marcos legais importantes possibilitaram a institucionalização do DHAA no Brasil, que passa a ser um direito constitucional a partir de 2010 (EC- nº 64/2010), e do SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Lei nº 11.346 - LOSAN – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional). A criação do CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da CAISAN – Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, em novembro de 2007,
  • 7. 7 por decretos de regulamentação à Lei 11.346, possibilitaram a estruturação do SISAN. Em agosto de 2010, o decreto nº 7.272 formalizou as diretrizes e objetivos da PNSAN – Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e estabeleceu parâmetros para o PLANSAN - Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, criado em 2011 (vigência 2012-2015). O grande mérito das atuais políticas de SAN está em suas bases, que fortaleceram o diálogo intersetorial, com a criação das Câmaras Intersetoriais no âmbito do SISAN, e a participação social, por meio dos Conselhos e das Conferências nos níveis municipal, estadual e federal. Embora haja um longo caminho a percorrer e com muitos desafios, a política brasileira de SAN é promissora e dispõe de uma Rede de Equipamentos de combate à Insegurança Alimentar, promovendo o acesso à alimentação, com: restaurantes populares, Bancos de Alimentos, cozinhas comunitárias, feiras e mercados populares e ações de Educação Alimentar e Nutricional, mas que atendem apenas uma pequena percentagem da população vulnerável. Outras medidas, como melhoria ao acesso a água de qualidade para famílias de baixa renda vivendo no Semiárido, também têm sido executadas, a partir da construção de cisternas. Há ainda, projetos de agricultura familiar apoiados em todo o País, inclusive para os povos e as comunidades tradicionais (MDS, 2014). Em síntese, ao longo da década passada, a Política de SAN ganhou impulso no Brasil por meio, não só do reforço dos marcos legais, mas também pela da criação de um ambiente institucional que facilitou a cooperação e a coordenação entre os ministérios e as diferentes esferas de governo, com responsabilidades definidas; de maiores investimentos em áreas como agricultura familiar; e do forte envolvimento da sociedade civil no processo político. Como resultado, o Brasil transformou o quadro da fome e da insegurança alimentar de sua população. O Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo de 2014, publicado pela FAO, revela que o Brasil reduziu de forma muito expressiva a fome, a desnutrição e a subalimentação nos últimos anos. Outras pesquisas, utilizando diferentes indicadores, como o Relatório de Desenvolvimento Humano 2014, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), também apontam para a diminuição da fome no Brasil (FAO, 2014). Segundo relatório da FAO (2014) esses estudos, realizados entre 2001 e 2012, utilizaram como indicadores a renda da população brasileira, o estado nutricional e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O mesmo relatório aponta que os resultados mostraram que a renda dos 20% mais pobres da população cresceu três vezes mais do que a renda dos 20% mais ricos e a parcela da população em extrema pobreza passou de 25,5% para 3,5. Com relação ao estado nutricional, a prevalência de déficit de altura em crianças menores de cinco anos de idade passou de 13,4% para 6,7%. A EBIA, utilizada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004 e em 2008, revelou uma diminuição em 25% da insegurança alimentar grave no período (FAO, 2014). Segundo dados do IBGE, em 2013, utilizando a EBIA, 79,5 % da população urbana brasileira e 64,7% da rural estavam em SAN, enquanto que 6,8% da urbana e 13,9% da rural apresentam insegurança alimentar moderada ou grave, o que indica melhora significativa, quando comparados
  • 8. 8 com os dados de 2004 e 2009 (IBGE, 2013). No entanto, mostram que, mesmo com toda a melhora, quantitativamente, milhares de brasileiros ainda passam fome, caracterizada como insegurança alimentar grave, que atinge quem vive em extrema pobreza, o que impossibilita o acesso aos alimentos, pela falta de recursos para comprá-los e também devido à escassez de alimentos produzidos, em nível local. Outros graus de insegurança alimentar, leve e moderada, estão associados à classe social e nível de renda, condições de gênero, étnicas e raciais, o que leva os mais pobres, as mulheres, crianças e idosos, negros e índios, a serem mais expostos a situações de incerteza, quanto ao acesso regular ao alimento e a fome (MALUF; REIS, 2013). Os dados relacionados à SAN, levantados nas pesquisas realizadas pelo IBGE, se referem ao acesso à alimentação, medidos pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) que não indica o tipo de alimentação utilizada, origem e tipo de produção. Segundo a EBIA: i) os moradores dos domicílios que têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais estão em SAN; ii) os que têm alguma preocupação ou incerteza quanto ao acesso de alimentos no futuro estão em Insegurança Alimentar Leve (IAL); iii) os que fizeram uma redução quantitativa ou mudança de padrões alimentares entre os adultos estão em Insegurança Alimentar Moderada (IAM); iv) e quando há redução quantitativa de alimentos e mudança dos padrões alimentares entre as crianças e/ou fome, quando alguém fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro para comprar alimentos, estão em Insegurança Alimentar Grave (IAG) (IBGE, 2009). A aplicação da EBIA nos domicílios, segundo metodologia desenvolvida por Segall-Correa (2007), apresenta uma vantagem em seu uso, pois mede o fenômeno diretamente a partir da experiência de insegurança alimentar (IA) vivenciada e percebida pelas pessoas afetadas, captando não só a dificuldade de acesso aos alimentos, mas também a dimensão psicossocial da IA. Além disso, podem ser adaptadas, mediante utilização de metodologias qualitativas, a diferentes contextos socioculturais locais, sendo sua aplicação e análise relativamente simples. No entanto, a EBIA, apesar de ser um instrumento utilizado em várias pesquisas nacionais, apresenta uma limitação importante, pois não diagnostica o tipo de alimentação que está sendo utilizada pela população. Indica a SAN, porém não identifica se a alimentação utilizada é saudável, com uso restrito de alimentos processados, produzidos de forma sustentável e livres de agrotóxicos. A alta incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, que atinge cerca de 66% da população adulta, é um dado que reflete o tipo de alimentação utilizada. A obesidade, fator preponderante para o aparecimento das DCNT, caracteriza um estado de insegurança alimentar e nutricional, pois embora haja acesso ao alimento, sua escolha não é saudável e inclui uma alta proporção de alimentos industrializados. Os alimentos industrializados e produzidos em larga escala em lavouras mecanizadas e vendidos numa ampla rede de grandes, médios e pequenos mercados são os mais utilizados, tanto na cidade como no campo. As populações urbanas estão expostas a uma imensa variedade de
  • 9. 9 produtos alimentícios, quase sempre transformados industrialmente, e este fenômeno é conhecido como “era dos supermercados” (POPKIN, 2006; NARDOTO et al., 2006). Os alimentos industrializados e processados contêm altos teores de açúcares, gorduras, sal e aditivos químicos, contribuindo fortemente para a alta incidência das DCNT na população brasileira e o aumento do sobrepeso e obesidade (BRASIL, 2010). O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um sistema de informação que faz o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população brasileira, detectando precocemente os desvios nutricionais como o sobrepeso e obesidade, em diferentes áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais. O monitoramento da situação alimentar e nutricional da população está prevista na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e é um instrumento para ser utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo o monitoramento do estado nutricional de indivíduos de todas as fases do ciclo de vida (criança, adolescente, adulto, idoso e gestante). Além disso, comunidades em situação de pobreza, além da fome, convivem com a precariedade das condições sanitárias do ambiente, outro indicador importante, que agrava a insegurança alimentar e nutricional e provoca doenças como a desnutrição infantil e as carências nutricionais por micronutrientes, como anemia ferropriva e hipovitaminose A, que possuem altas prevalências em algumas regiões e grupos populacionais do Brasil. Portanto, depara-se neste momento com a necessidade de aprofundar ações no sentido de investir não só no combate à fome, mas também na qualidade da alimentação, e criar indicadores para isso. Os documentos oficiais nacionais e as pesquisas de monitoramento são unânimes em afirmar o desafio da construção de indicadores de avaliação das políticas de SAN e do estado de segurança alimentar da população. INDICADORES DE SAN Para Panelli-Martins et al. (2008, p.68): Indicadores são medidas-síntese que contêm informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de segurança alimentar, informando aspectos da realidade ou mudanças em processo, tendo em vista a formulação de políticas públicas, além de esclarecer as mudanças e os determinantes dos diferentes fenômenos. Para avaliar e monitorar as políticas e programas de SAN existentes serão necessários indicadores definidos de acordo com a lógica e objetivos de cada programa existente. De acordo com Panelli-Martins et al. (2008), em 1996, no Programa Comunidade Solidária, um grupo de trabalho conjunto entre organizações da sociedade civil e especialistas do governo começou a discutir a construção de uma base de dados e de indicadores de segurança alimentar. A comissão indicou a criação de condições para que os seguintes indicadores fossem calculados: 1) disponibilidade física de alimentos per capita/ano; 2) nível de autonomia do país na oferta de alimentos (auto-suficiência); 3) poder de compra do salário mínimo e da renda familiar; 4) poder de compra dos estratos mais pobres da população; 5) proporção de população assistida por programas de segurança alimentar; 6) perfil do consumo alimentar por faixa etária ou estrutura de
  • 10. 10 consumo alimentar; 7) prevalência estimada de baixo peso, sobrepeso e obesidade na população maior de 18 anos, segundo o índice de massa corporal, por sexo; 8) prevalência de déficit antropométrico, por peso e altura, para menores de 5 anos; 9) índice de indigência ou proporção de indigentes. Esses indicadores continuam a permear as avaliações existentes no Brasil, mas a discussão continua. Há um consenso sobre a necessidade de um conjunto de indicadores para monitorar a complexidade da segurança alimentar e nutricional. O CONSEA faz recomendações e monitora as políticas de segurança alimentar e nutricional, incluindo o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Desde 2003, um Sistema de Monitoramento de SAN, realizado em parceria com a sociedade civil e incorporado à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, está em construção e tem evoluído de acordo com as discussões nacionais e internacionais. Vários autores têm pesquisado e analisado os indicadores de SAN nos últimos anos. Segundo Mielniczuk (2008), pelo fato da SAN envolver diversos fatores e setores, deve-se analisar simultaneamente vários aspectos da realidade social, como saúde e nutrição, educação, habitação, saneamento, acesso à água, agricultura e abastecimento, acessibilidade às políticas públicas, trabalho e renda, hábitos de consumo alimentar, de sustentabilidade alimentar entre outras, o que permite um diagnóstico preciso sobre a SAN. Já Pessanha et al (2008) admitem que existem diversos métodos complementares que podem ser utilizados para medir a SAN, podendo ser utilizados em diferentes níveis: nacional, domiciliar ou individual. Alguns métodos abordam a disponibilidade de alimentos, enquanto outros a acessibilidade e estabilidade das famílias no acesso aos alimentos. Segall-Corrêa et al. (2008) afirmam que há cinco métodos mais utilizados em inquéritos nacionais para avaliação da insegurança alimentar e que todos os métodos possuem problemas sérios de erros de medida, apresentando vantagens e desvantagens. São eles: 1. Método da FAO, que estima as calorias disponíveis por habitante de um país com base na balança de alimentos e nas pesquisas de orçamentos domésticos. 2. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), baseada em entrevista domiciliar, onde um morador informa a renda familiar, os preços e as quantidades dos alimentos consumidos dentro e fora do domicílio e alimentos produzidos no domicilio para consumo. 3. Avaliação do Consumo Dietético Individual, avaliada por diferentes métodos como o recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar e o registro do peso dos alimentos ingeridos, seguidos de análise do conteúdo químico e nutritivo desses alimentos. 4. Antropometria, que é um indicador direto do estado nutricional, porém avalia a segurança alimentar de forma indireta. 5. EBIA que é a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, já comentada anteriormente. Segundo a FAO (2014) indicadores muito usados no Brasil e internacionalmente para estimar a SAN estão relacionados ao consumo de alimentos, utilizando-se o recordatório de 24 horas, a frequência de consumo de alimentos e os gastos familiares na alimentação. Todos eles apresentam limitações por serem métodos invasivos, variáveis, que dependem da habilidade do entrevistador e da capacidade de informação do entrevistado, além de serem caros e de difícil aplicação.
  • 11. 11 Os determinantes da SAN, que influenciam na definição de indicadores, podem ser definidos de forma global e nacional, regional, local e domiciliar (KEPPLE; SEGALL-CORRÊA, 2011). Nos níveis global e nacional está inserido o sistema político econômico, o compromisso com o DHAA, o modelo de desenvolvimento econômico escolhido e os programas e políticas publicas existentes. No nível regional incluem-se, entre outros, a produção, disponibilidade e preços de alimentos, inclusive dos alimentos saudáveis; emprego e renda, acesso aos serviços de saúde e educação, fatores culturais e estabilidade política. Já no nível domiciliar influem o perfil demográfico dos moradores, gênero e escolaridade da pessoa de referência da família, saúde dos moradores, conhecimentos e hábitos alimentares, renda e estabilidade financeira, emprego, tempo disponível da mãe e participação em programas sociais. A FAO sugere que, para a utilização de indicadores, é útil analisar as dimensões da SAN, que são quatro: a disponibilidade do alimento, o acesso ao alimento, a utilização dos alimentos e dos nutrientes, e a estabilidade, que é uma dimensão transversal às outras três. A disponibilidade se refere à garantia de alimentos para toda a população e envolve questões de produção, comercialização, abastecimento e distribuição de alimentos. O acesso aos alimentos refere-se à capacidade de obter alimentos de forma socialmente aceitável, por exemplo, por meio da produção, compra, caça ou troca. Essa dimensão é complexa, pois envolve preços dos alimentos e das outras necessidades básicas da família. A utilização dos alimentos e dos nutrientes refere-se à utilização biológica, influenciada pelas condições de saneamento básico e de saúde das pessoas e da segurança microbiológica e química dos alimentos. Esta dimensão inclui também o conhecimento nutricional, as escolhas e hábitos alimentares, e o papel social da alimentação na família e na comunidade. Se estas três dimensões coexistem, haverá a quarta, que é a estabilidade. O CONSEA tem trabalhado junto ao Governo Federal para implementar o sistema nacional de informação da segurança alimentar e nutricional, com mais de 50 indicadores divididos entre seis dimensões: (i) produção de alimentos; (ii) disponibilidade de alimentos; (iii) renda/acesso e despesas com alimentação; (iv) acesso à alimentação adequada; (v) saúde e acesso a serviços relacionados; e (vi) educação. Com relação ao monitoramento da PNSAN, o decreto nº 7.272 determina que deverá integrar: (...) indicadores existentes nos diversos setores e contemplar as seguintes dimensões de análise: I- produção de alimentos; II – disponibilidade de alimentos; III – renda e condições de vida; IV – acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo água; V – saúde, nutrição e acesso a serviços relacionados; VI – educação; VII – programas e ações relacionadas à segurança alimentar e nutricional.” (art. 21. § 5º) Desta forma, a definição de indicadores está a cargo de cada área envolvida, lembrando que compõe o CONSEA e a CAISAN vinte órgãos do executivo, entre ministérios e secretarias. Essa complexidade da SAN, e consequentemente do SISAN, deverá suscitar ainda diversas discussões, o que pode ser observado na primeira avaliação do Plano Nacional de SAN (CAISAN, 2014), onde, para cada uma das oito diretrizes do Plano são apresentadas as políticas públicas e ações em curso
  • 12. 12 com seus respectivos resultados, e uma tentativa de propor indicadores. Entretanto, reunir esses indicadores para afirmar o nível de SAN para populações é ainda realidade distante. INDICADORES DE SAN, PARA ESTA PESQUISA O grande esforço que tem sido feito, por meio de políticas públicas, para atenuar a situação da população brasileira em termos de SAN, faz com que estejam disponibilizados diversos materiais e resultados de monitoramentos e avaliações, que devem se considerados, a fim de que as pesquisas realizadas na Universidade possam contribuir para a implantação do SISAN e da PNSAN. Assim sendo, nesta pesquisa buscamos, em consonância com as orientações dos órgãos nacionais do SISAN, avaliar alguns parâmetros necessários para entender o estado de segurança alimentar e nutricional em que se encontram agricultores familiares de assentamentos da reforma agrária da região da Chapada dos Veadeiros, e a relação entre a alimentação e a forma de produção escolhida por esses agricultores, de forma a verificar se há correlação existente entre o avanço na transição agroecológica e a SAN. Para avaliar a SAN, foram escolhidos os seguintes aspectos a serem caracterizados para cada família, por meio de questionário:  Origem, produção e tipo de alimentos consumidos - Os alimentos serão listados em consonância com a lista utilizada pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), levantando-se sua origem (produção, própria ou da vizinhança; comprado em feiras e mercados), além da frequência de consumo semanal.  Renda Familiar – separada em rendimentos próprios e auxílios governamentais.  Percentual da renda utilizada na compra de alimentos.  Doenças crônicas não transmissíveis e agudas recorrentes na família.  Acesso à água e a saneamento ambiental. Esses aspectos foram definidos como meio de abarcar as quatro primeiras dimensões apontadas pela PNSAN: I- produção de alimentos; II – disponibilidade de alimentos; III – renda e condições de vida; IV – acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo água. Os demais aspectos, acesso à saúde e educação e a programas e ações relacionadas a SAN, não foram levantados, por fugir do escopo desta pesquisa, que tem como foco a relação entre SAN e produção agroecológica de alimentos. AS PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS E SEUS INDICADORES. A agroecologia é uma ciência que estuda os princípios e processos ecológicos relacionados com os sistemas produtivos, ou agroecossistemas. Os agroecossistemas compreendem os ecossistemas alterados para produção de bens para os seres humanos, ou seja, o meio abiótico (rochas, minerais, clima, etc.), o meio biótico (comunidades de plantas, animais e outros organismos) e as interações dentro e entre os meios biótico e abiótico em áreas antropizadas para produção (GLIESSMAN, 2007). Os sistemas de produção estão diretamente relacionados com a
  • 13. 13 cultura e o modo de vida das pessoas que produzem, comem, compram, trocam e vendem, interagindo com a sociedade e o meio ambiente (VANDERMEER, 2011). A perspectiva agroecológica objetiva um melhor aproveitamento e conservação dos recursos naturais, do funcionamento dos ecossistemas e da cultura local, visando o bem-estar da população humana e proporcionando um desenvolvimento ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável (ALTIERI; NICHOLLS, 2000). A diversidade dos fatores envolvidos mostra questões relacionadas com diferentes áreas do conhecimento (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; VANDERMEER, 2011). O paradigma integrador inerente ao estudo agroecológico busca bases científicas capazes de analisar o agroecossistema a partir de uma abordagem que possa incluir os aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, ecológicos e agronômicos (GLIESSMAN, 2010; CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS, 2011). Integrando ao estudo a cultura e os conhecimentos tradicionais no âmbito do desenvolvimento rural e do sistema alimentar das populações envolvidas no processo produtivo (Marco Referencial em Agroecologia, 2006). A estrutura agrária e o modelo de produção adotado influenciam fortemente o manejo do solo e o uso dos recursos (ALTIERI; NICHOLLS, 2000). O modelo de desenvolvimento agrícola é um ponto chave para a estruturação dos agroecossistemas e influencia os processos e interações ecológicas em nível de paisagem, sendo um importante fator para conectividade entre os fragmentos preservados e para a conservação do meio ambiente (PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009). A modernização da agricultura brasileira foi embasada no modelo agrícola industrial da “Revolução Verde” e promoveu o cultivo de monoculturas em latifúndios dependentes de grandes aportes de insumos externos, que associado à manutenção de uma elevada concentração de terra e renda gerou um desenvolvimento rural socialmente excludente e ambientalmente insustentável (MOREIRA; CARMO, 2004). A suposta alta produtividade desse modelo agrícola também chamado de “convencional”, contrasta com fatos, tais como a alta incidência de pragas e doenças, os problemas com os agrotóxicos, a diminuição na qualidade dos alimentos, a exclusão social, a poluição ambiental, a escassez dos recursos e a destruição dos ecossistemas naturais, que são pontos críticos da atual crise socioambiental em escala mundial (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2010; PONISIO et al., 2015; TILMAN et al., 2011). A demanda de alimentos tende a crescer e a sustentabilidade das áreas produtivas depende de manejos que possam aumentar a eficiência de uso dos recursos e minimizar os impactos ambientais (TILMAN et al., 2011). Os problemas socioambientais gerados pela “Revolução Verde” mostram a necessidade de promover o desenvolvimento de sistemas de produção mais eficientes e saudáveis para o ser humano e o meio ambiente (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2010; MOREIRA; CARMO, 2004; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PONISIO et al., 2015). Entretanto, o modelo da “Revolução Verde” ainda é amplamente utilizado e diversos agricultores têm dificuldades para conseguir implantar sistemas de produção agroecológicos devido a questões culturais, sociais e econômicas (GLIESSMAN, 2010). Os sistemas de produção agroecológicos preconizam a não utilização de agrotóxicos e fertilizantes minerais em prol do uso de um manejo orgânico do solo e da agrobiodiversidade como uma forma de controle natural de pragas e doenças agrícolas (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2010). Uma maior agrobiodiversidade proporciona uma maior variedade de produtos
  • 14. 14 alimentícios e uma maior resiliência frente às mudanças climáticas, promovendo uma maior segurança alimentar e nutricional (SAN) aliada a uma maior eficiência de aproveitamento dos processos e das interações naturais, diminuindo a necessidade do uso de insumos externos (PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009). A alimentação adequada também é um pré-requisito para manter a saúde e exercer as outras atividades do processo produtivo, portanto, a SAN é um fator determinante para a manutenção de agroecossistemas sustentáveis. As práticas de manejo agrícola com base agroecológica destacam a importância da agrobiodiversidade e da conservação do solo e da água para a obtenção de uma alta produtividade aliada à manutenção de um agroecossistema sustentável. Os consórcios, por exemplo, além de influenciarem significativamente na proteção contra a incidência de pragas agrícolas (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; TOGNI et al., 2009), também aumentam a produtividade devido à maior eficiência de uso da área (SOUZA; RESENDE, 2006; SUGASTI et al., 2013) e proporcionam melhores condições para manutenção da qualidade do solo (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007). Em uma meta-análise de dados com 115 estudos de diferentes continentes, Ponisio et al. (2015), concluíram que o consórcio e a rotação de culturas influenciam positivamente a produtividade de sistemas agrícolas e sugerem que um maior investimento para a pesquisa e desenvolvimento de manejos e práticas de base agroecológica proporcionaria à produção orgânica uma alta competitividade produtiva em relação ao manejo convencional. O processo de transição agroecológica pode ser representado por uma ordem de passos que indicam o grau de sustentabilidade do empreendimento produtivo. A seguir, um modelo para quatro níveis de transição agroecológica, muito bem sintetizado por Gliessman (2007): 1) Aumentar a eficiência do processo produtivo visando a redução da utilização de insumos e as práticas nocivas ao meio ambiente. 2) Substituir os insumos e as práticas nocivas ao meio ambiente por insumos e práticas mais adequadas ao uso sustentável dos recursos. 3) Planejar o agroecossistema considerando as interações com a biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos e o fluxo de energia envolvidos no processo produtivo. 4) Estabelecer uma conexão mais direta entre os produtores e os consumidores para promover a cultura da sustentabilidade considerando as interações entre todos os componentes do sistema produtivo. O modelo de transição proposto é muito útil, mas as peculiaridades de cada agroecossistema devem ser consideradas e o modelo deve ser adaptado de acordo com o contexto local. O desenvolvimento de modelos agroecológicos apropriados está associado à maior valorização dos saberes tradicionais e dos recursos locais, além de um maior entendimento sobre as populações locais, o meio ambiente e as relações entre as populações e o meio ambiente (EMBRAPA, 2006). O entendimento das relações entre os aspectos sociais e os processos ecológicos em seus diferentes níveis e funções permite um estudo que integre os diversos componentes do sistema produtivo (VANDERMEER, 2011).
  • 15. 15 A RELAÇÃO LÓGICA ENTRE SEGURANÇA ALIMENTAR E PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS, NAS UNIDADES DE PRODUÇÃO FAMILIAR. A identificação dos indicadores mais importantes para a sustentabilidade de um agroecossistema depende de um profundo conhecimento do contexto local (EMBRAPA, 2006). A pesquisa voltada para o avanço da sustentabilidade busca um maior entendimento da realidade local e sua relação com as outras escalas de análise. Dentro dessa perspectiva, fatores como o nível de transição ecológica, a conservação do meio ambiente e a SAN mostram parâmetros importantes para indicar a sustentabilidade dos agroecossistemas em diversas escalas de análise (CHAPPELL; LAVALLE, 2011; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PRETTY; MORISON; HINE, 2003). O quadro de avanço da fronteira agrícola ameaçando a biodiversidade frente à persistência da insegurança alimentar em nível local e global mostra um cenário de aparente incompatibilidade entre a SAN e a conservação do meio ambiente (CHAPPELL; LAVALLE, 2011). No entanto, a produção total já é suficiente para alimentar a população atual e a insegurança alimentar está associada principalmente a questões socioeconômicas relacionadas com o modelo de produção e a distribuição dos alimentos (CHAPPEL; LAVALLE, 2011). Os sistemas de produção com base agroecológica mostram ser capazes de conciliar a conservação do meio ambiente à promoção e manutenção da SAN (CHAPPEL; LAVALLE, 2011; PERFECTO; VANDERMEER; WRIGHT, 2009; PRETTY; MORISON; HINE, 2003). A mensuração do grau de sustentabilidade dos agroecossistemas e a investigação das relações entre os diferentes fatores envolvidos são importantes passos para que a pesquisa em agroecologia possa contribuir para o entendimento dos agroecossistemas e para o estabelecimento de uma agricultura mais sustentável (GLIESSMAN, 2007). O presente trabalho objetiva avaliar o nível da transição agroecológica e a situação da SAN de famílias assentadas pela reforma agrária e determinar os indicadores mais relevantes para identificar relações entre a utilização de práticas e manejos de base agroecológica e a segurança alimentar e nutricional (SAN) do grupo de famílias avaliado. INDICADORES DE ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS, PARA ESTA PESQUISA A caracterização dos agroecossistemas foi realizada a partir da sistematização de informações provenientes de entrevistas, questionários e observações de campo. Os seguintes parâmetros foram selecionados, objetivando determinar o nível da transição ecológica de um agroecossistema em categorias de acordo com os passos para transição ecológica descritos por Gliessman (2007): 1) Manejos e práticas de base agroecológica a) Tamanho da área de produção e produtividade (produção total (R$) / área produtiva (ha)). A produtividade do sistema permite estabelecer relações entre os manejos/práticas e a eficiência de uso do solo (GLIESSMAN, 2007).
  • 16. 16 b) Categoria e origem dos insumos utilizados (agrotóxicos, fertilizantes minerais, defensivos caseiros, estercos, pó de rocha, calcário, composto, ME´s1, etc). O uso de insumos condicionadores do solo (esterco, pó de rocha, ME´s, etc) indicam o uso de práticas agroecológicas de manutenção da fertilidade do solo. A utilização de agrotóxicos influencia negativamente as interações ecológicas e os processos ecossistêmicos. Os uso frequente de fertilizantes minerais pode gerar efeitos negativos no sistema solo/planta e na qualidade do solo, principalmente quando não acompanhados de matéria orgânica. A origem do produto indica a situação quanto ao gasto com transporte e segurança quanto à disponibilidade do fornecimento (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011). c) Manejo da biomassa e uso de cobertura vegetal no solo. A biomassa proveniente dos restos culturais possui grande importância para ciclagem de nutrientes e utilidade como cobertura do solo ou massa para compostagem (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011). A cobertura do solo (“mulch”) é um manejo de suma importância para a conservação do solo e da água (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011), sendo o sucesso da ampla utilização do sistema de plantio direto uma evidência do potencial de uso e importância desse manejo (ALVARENGA et al., 2001). d) Presença e intensidade dos problemas causados por doenças e pragas agrícolas. É um parâmetro importante para estimar a qualidade do agroecossistema e relacionar com as práticas e manejos utilizados (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; GLIESSMAN, 2007; VANDERMEER, 2011). e) Utilização de consórcio ou rotação de culturas. Os consórcios e as rotações de cultura influenciam significativamente na proteção contra a incidência de pragas agrícolas (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; TOGNI et al., 2009), aumentam a produtividade devido à maior eficiência de uso da área (SOUZA; RESENDE, 2006; SUGASTI et al., 2013) e proporcionam melhores condições para manutenção da qualidade do solo (ALTIERI; NICHOLLS, 2000; AMADO et al., 2001; GLIESSMAN, 2007). f) Produtividade de animais (leite, carne, ovos, tração, etc.) e origem da alimentação animal. Tipo de tratamento (curral, pastagem fixa, pastagem rotativa, pastagem consorciada com leguminosas, confinado, solto, etc.). A utilização de leguminosas em consórcio com a pastagem proporciona uma maior quantidade e qualidade da forragem disponível para os animais aliada a uma maior conservação do pasto (BARCELLOS et al., 2008; PACIULLO et al., 2003). A criação de animais é um grande aliado para a sustentabilidade do sistema, considerando o aproveitamento das características do animal (esterco, tração, etc.) para o manejo do local e da produção local para alimentação dos animais. g) Aproveitamento e tratamento dos resíduos (fossa, água cinza, resíduos orgânicos e inorgânicos domiciliares, etc.) 1 ME´s - Microrganismos eficientes.
  • 17. 17 h) Nível de planejamento do sistema produtivo em relação ao grau de aproveitamento das interações ecológicas (consórcios, inimigos naturais, polinizadores, etc.) e dos recursos locais (resíduos domésticos, cobertura do solo, compostagem, manipueira, etc.). Esse indicador é resultado da relação entre as práticas e manejos de aproveitamento e a produtividade do sistema. i) Grau de interação com os consumidores, conhecimento e empoderamento sobre a cadeia produtiva. 2) Qualidade ambiental a) Situação das nascentes e cursos d´água (protegidos, desmatados, pastagem, agrotóxicos, etc.). b) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por área nativa preservada ou conservada (mata, cerrado, etc.). c) Proporção de área em recuperação (ativa/passiva). d) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por pastagens (situação da pastagem: degradada, erosão, boas condições). e) Proporção da gleba e áreas adjacentes compostas por manejo convencional intensivo (monoculturas agroindustriais). f) Problemas com agrotóxicos (advindos da gleba ou dos vizinhos). 3) Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) a) Qualidade e disponibilidade de água (período de falta ou escassez de água potável e/ou para produção). b) Qualidade e disponibilidade de alimentos (período de falta ou escassez). c) Proporção da renda familiar advinda da produção na gleba. d) Proporção da renda gasta com alimentação. e) Proporção dos alimentos consumidos que são produzidos na gleba e origem dos alimentos mais consumidos (trocas, compras, vizinhos, mercado local, supermercado). f) Condições de moradia e saneamento básico g) Doenças crônicas ou agudas recorrentes 4) Fatores Sociais a) Renda familiar. b) Atividade focal e trabalho fora da gleba. c) Origem da família (tradição de agricultor). d) Conhecimentos agrícolas provenientes da cultura familiar. e) Participação em associações, igrejas, festas tradicionais e outros eventos que possam indicar o pertencimento dos indivíduos à comunidade. f) Infraestrutura (curral, barragem, casa de farinha, moenda de cana, etc.) e equipamentos (roçadeira, motosserra, trator, etc.).
  • 18. 18 g) Formação escolar e cursos/capacitações. h) Atividade focal e trabalho fora da gleba. MÉTODO Este trabalho trata-se de uma pesquisa desenvolvimento, que estuda aportes teóricos afins e seu estado da arte, iniciando o processo de criação de um instrumento e um protocolo de pesquisa que deverá ser testado e retestado até que sua validade e confiabilidade possam ser comprovadas cientificamente. O primeiro passo para gerar um protocolo de pesquisa acadêmica capaz de verificar a existência de relação entre a segurança alimentar das unidades de produção familiar e a sua adoção de práticas agroecológicas, foi a proposta de uma rede causal hipotética, baseada nos indicadores, tanto de SAN, quanto de nível de transição agroecológica, nas unidades de produção familiar. Foram ainda introduzidos nesta rede causal variáveis julgadas intervenientes nesta questão, como o perfil dos assentados e os recursos dos quais dispõem para trabalhar e produzir. O UNIVERSO DA PESQUISA E SUA AMOSTRA O primeiro campo de teste para o desenvolvimento deste protocolo de pesquisa foi formado por 119 parcelas no assentamento Sílvio Rodrigues, no Alto Paraíso de Goiás. Destas, foram selecionadas aleatoriamente, através de sorteio, 44 famílias, para fazerem parte da amostra.
  • 19. 19 O MODELO CAUSAL Buscando uma lógica para a rede causal estabelecida entre as condições de instalação das famílias assentadas no Silvio Rodrigues em Alto Paraíso de Goiás, o comportamento agroecológico dos assentados e a segurança alimentar e nutricional de suas famílias, as variáveis indicadas na literatura foram agrupadas em três categorias: as variáveis de recursos disponíveis para as famílias assentadas, as variáveis indicando as práticas agroecológicas e as variáveis de segurança alimentar e nutricional (SAN) encontradas. AS VARIÁVEIS DE RECURSOS DISPONÍVEIS. As variáveis de recursos disponíveis são cinco variáveis latentes, a saber, o perfil da família; a infraestrutura de moradia da qual dispõem; os recursos hídricos do seu lote; a infraestrutura de produção disponível e os equipamentos agrícolas ao alcance da família. Estas variáveis latentes são assumidas como varáveis independentes e sua incidência sobre o nível de transição agroecológica e sobre os resultados da produção do lote será avaliada no modelo causal. Como variáveis latentes, elas são formadas pelas seguintes variáveis de medida. Os recursos advindos do perfil familiar (ver Figura 1) são o foco dos donos no lote; o foco dos filhos e agregados; o nível de escolaridade dos donos; os cursos, na área, dos quais a família dispõe; seu nível de socialização e sua origem campesina. O foco dos donos no lote é avaliado como tendo valor 1 quando é pleno, valor 0,6 quando dividido entre o lote e alguma atividade externa, e valor 0,3 quando a prioridade é dada para atividades fora do lote. O valor desta variável (V1) é então composto pela média dos focos da dona e do dono (ou pelo valor do dono ou dona sem companheiro). Da mesma forma é mensurada a V2, o foco dos filhos e agregados à família. A escolaridade familiar (V3) é formada pela média dos valores atribuídos ao nível de escolaridade do dono e da dona (ou pelo valor do dono ou dona sem companheiro), sendo eles 0,25 para a básica, 0,50 para a média, 0,75 para o nível técnico e 1 para o nível superior. Os cursos da família são contados entre as principais alternativas, dentro da cultura dos moradores locais, que são o PRONATEC, o SENAR, a formação para Agrofloresta, o Kit PAIS, sendo deixada aberta a possibilidade de citar algum outro. Cada um é valorado em 0,2, sendo que a variável plena apresenta valor 1, para cada componente da família, onde filhos e agregados também são contados. A V4, neste caso, é composta pelo somatório dos cursos disponíveis para a família. A tendência à socialização é considerada um recurso de perfil, pois coloca a pessoa em relação com demais membros da comunidade, permitindo a troca de informações e o estabelecimento de uma cultura local voltada para a agroecologia, caso estejam em transição agroecológica. Esta tendência foi mensurada através de uma questão que investiga a participação do respondente em associações, congregações religiosas, comemorações tradicionais, etc. Um maior valor (1) foi dado para os dirigentes destas associações, seguidos pelo valor da participação em associações com afinidade direta com as lides do campo (0,75) e da participação em outros tipos de grupos (0,5). Por fim, entre os recursos de perfil foi avaliada a origem campesina do dono e da dona do lote, composta pela média entre os valores de ser (1) ou não (0) originário de família de agricultores, e de ter (1) ou não (0) aprendido das lides de agricultor com pessoas da família.
  • 20. 20 FIGURA 1 - A VARIÁVEL DE RECURSOS ADVINDOS DO PERFIL FAMILIAR Os recursos advindos da infraestrutura de moradia (ver Figura 2) são a existência de água encanada; a caixa d´água; fogão, freezer; telefone e internet. Estas variáveis foram valoradas na alternativas sim (1) e não (0). FIGURA 2 - A VARIÁVEL INFRAESTRTURA DE MORADIA Os recursos hídricos são avaliados através da variedade de fontes (rio; nascente; poço; captação de água da chuva e serviço público), sendo que esta V21 é formada pelo somatório das fontes disponíveis no lote. A forma de captação da água, se manual (0,25), bombeamento (0,5), ou gravidade (1) também é considerada, por determinar diferentes níveis de disponibilidade deste recurso, tão essencial para a atividade no campo (ver questionário, no Anexo 1). A constância do fornecimento d´água torna-se uma variável de medida importante na avaliação dos recursos hídricos para agricultura, numa região como a Chapada dos Veadeiros, caracterizada por chuvas e secas sazonais. Esta V24 se forma através dos 12 meses do ano, diminuídos do número de meses de falta completa d´água e de metade dos meses de escassez. FIGURA 3 - A VARIÁVEL RECURSOS HÍDRICOS
  • 21. 21 Os recursos advindos da infraestrutura de produção (ver Figura 4) constituem as instalações presentes no lote, que permitem produção agrária. Esta variável latente se compõe da valoração da presença (1), ou presença precária (0,5), ou ausência (0) de galinheiro; curral; chiqueiro; casa de farinha; moenda de cana e tanque de peixes. FIGURA 4 - A VARIÁVEL INFRAESTRUTURA DE PRODUÇÃO O último grupo de recursos é o de equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada (ver Figura 5). Foram estimadas as presenças de roçadeira; trator; bomba costal; motosserra; transporte pessoal e transporte para a produção. Os valores atribuídos são tem (1); empresta ou aluga (0,5) e não tem (0). FIGURA 5 - EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS Este é o conjunto das variáveis de recursos disponíveis, assumidas como independentes, das quais foi investigada a influência sobre os índices de comportamento agroecológico, diretamente, e sobre as variáveis de segurança alimentar e nutricional (SAN), de forma direta e também indireta, ou seja, intermediada pelo comportamento agroecológico. AS VARIÁVEIS DO ÍNDICE DE COMPORTAMENTO AGROECOLÓGICO O segundo conjunto de varáveis latentes e suas variáveis de medida dizem respeito ao comportamento agroecológico. São quatro variáveis, a saber, o conjunto de manejos e técnicas agroecológicas utilizado pela família; o tipo de defensivos e insumos utilizados para viabilizar a
  • 22. 22 produção; o tipo de adubos, fertilizantes e alimento animal utilizado para a produção; o tratamento dispensado aos resíduos domésticos. Foram utilizados, para compor a variável manejos e técnicas agroecológicas (ver Figura 6) o uso de biomassa; a prática da cobertura de solo; a adubação verde; a rotação e o pousio; a utilização inteligente do consórcio de culturas; a existência de quebra vento, na propriedade e a cultura da genética crioula. Cada uma dessas práticas foi verificada nas hortas; roças; pomares, pastos e agroflorestas, quando presentes na propriedade pesquisada. Os valores utilizados para mensurar a intensidade das práticas foram sim (1); pouco (0,5) e não (0). FIGURA 6 - MANEJOS E TÉCNICAS AGROECOLÓGICAS A variável defensivos e insumos (ver Figura 7) foi composta por produtos naturais que são utilizados tradicionalmente na região para controle de pragas, a saber, a manipueira, a calda bordaleza, a urina de vaca e outros defensivos naturais com valores sim (1); pouco (0,5) e não (0). Em contraposição, o uso de inseticidas (fungicidas e herbicidas) industrializados foi valorado com sim (-1); pouco (-0,5) e não (1), por contradizerem as práticas agroecológicas. FIGURA 7 - DEFENSIVOS E INSUMOS
  • 23. 23 Por sua vez, a variável latente adubos e fertilizantes (ver Figura 8) foi mensurada através da utilização de esterco, compostagem, calcário, cinza vegetal, farinha de osso e microrganismos eficientes (Me´s) com valores positivos para a composição do comportamento agroecoloógico, ou seja, sim (1); pouco (0,5) e não (0). Em contraposição, o uso de fertilizantes minerais industrializados, como sendo um tanto afastado do comportamento agroecológico, foi valorado com sim (-1); pouco (-0,5) e não (0,5). FIGURA 8 - ADUBOS, FERTILIZANTES E ALIMENTO ANIMAL A última variável do índice de comportamento agroecológico é o tratamento dos resíduos domésticos (Ver Figura 9). Esta variável latente apresenta, como variáveis de medida, o tipo de fossa utilizada na propriedade, o aproveitamento de água cinza, o aproveitamento dos resíduos orgânicos e o tratamento dispensado aos resíduos inorgânicos. Os valores atribuídos ao tipo de fossa são: negra (0,25); séptica (0,5); filtro biológico (0,75) e fossa ecológica (1). O aproveitamento de água cinza e de resíduo orgânico foram pontuados com sim (1); aproveitamento precário (0,5) e não (0). Já o tratamento de resíduos inorgânicos recebeu os valores descarte bruto (-0,5); descarte em depósito de lixo municipal (0,25); queima no lote (- 0,5); enterra no lote (0,25); reaproveita (0,5). FIGURA 9 - TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DOMÉSTICOS Este é o conjunto das variáveis do índice de comportamento agroecológico, assumidas como dependentes dos recursos disponíveis e interferentes diretamente no índice de segurança alimentar e nutricional (SAN).
  • 24. 24 AS VARIÁVEIS DO ÍNDICE DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN) O terceiro conjunto de varáveis latentes, então, assim como suas variáveis de medida, referem-se à segurança alimentar e nutricional das famílias pesquisadas. São quatro variáveis, a saber, a alimentação familiar, a saúde da família, a produção de alimentos e a produção animal. Foram utilizadas, para compor o nível de alimentação da família pesquisada (ver Figura 10) a variedade de alimentos consumidos e sua origem. Os dois dados que mensuram esta variável foram conseguidos através do inventário de alimentos consumidos e produzidos apresentado às famílias respondentes (ver questionário aplicado no Anexo 1 deste trabalho). Cada um deles é composto do somatório simples dos produtos apontados pelas famílias como de consumo comum, ou de sua própria produção. FIGURA 10 - ALIMENTAÇÃO FAMILIAR A variável saúde da família (ver Figura 11) foi mensurada através da aferição de presença, ou não, das doenças mais comuns encontradas entra as famílias campesinas e que, podem ser atribuídas à falta de segurança alimentar e nutricional. São elas a hipertensão; o colesterol alto; a diabetes; a asma e a obesidade. Cada uma destas doenças reduz um (1) ponto no índice total de saúde da família (5). FIGURA 11 - SAÚDE DA FAMÍLIA A variável produção de alimentos (ver Figura 12) foi composta pela variedade de produção, de processamento e de comercialização de alimentos, pela família pesquisada. Os três dados que mensuram esta variável foram conseguidos através do inventário de alimentos consumidos e produzidos apresentado às famílias respondentes (ver questionário aplicado no Anexo 1 deste trabalho). Cada um deles é composto do somatório simples dos produtos apontados pelas famílias como produzidos, ou processados ou comercializados no local. FIGURA 12- PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
  • 25. 25 A variável produção animal (ver Figura 13) foi composta pela variedade de tipos de animal produzidos no lote da família pesquisada, assim como a origem da alimentação dispensada a eles. Para galinhas; gado de corte; vacas leiteiras; suínos; equinos e peixes foi atribuído produz (1), ou não produz (0). Foi avaliada também a origem da alimentação, no sentido de ser (1) ou não (0) do lote, atestando o nível de auto sustentabilidade das produções da família. Um valor médio (0,5) foi atribuído à alimentação de origem mista, entre produzida no lote e vinda de fora. FIGURA 13- PRODUÇÃO ANIMAL Sendo assim, o modelo hipotético composto nesse esforço de pesquisa e expresso nas variáveis latentes e de medida acima apresentadas vai buscar a verossimilhança das relações apresentadas abaixo (Figura 14).
  • 26. 26 FIGURA 14 - MODELO CAUSAL HIPOTÉTICO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE RECURSOS DISPONÍVEIS A FAMÍLIAS ASSENTADAS NA CHAPADA DOS VEADEIROS, O SEU NÍVEL DE COMPORTAMENTO AGROECOLÓGICO E A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DAS FAMÍLIAS. As hipóteses subjacentes ao modelo criado são: H1 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote.
  • 27. 27 H2 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre os defensivos e insumos agrícolas em seu lote. H3 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote. H4 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote. H5 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H6 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de sua saúde. H7 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote. H8 - O perfil da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção animal, em seu lote. H9 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote. H10 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote. H11 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote. H12 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote. H13 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H14 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de sua saúde. H15 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote. H16 - A infraestrutura de moradia disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção animal, em seu lote. H17 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote. H18 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote. H19 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote. H20 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote. H21 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível.
  • 28. 28 H22 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de sua saúde. H23 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote. H24 - Os recursos hídricos disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de produção animal, em seu lote. H25 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote. H26 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote. H27 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote. H28 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote. H29 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H30 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de sua saúde. H31 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote. H32 - A infraestrutura de produção disponível para a família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de produção animal, em seu lote. H33 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no seu lote. H34 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre os defensivos e insumos agrícolas utilizados em seu lote. H35 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o tipo de adubos e fertilizantes, assim como a alimentação animal utilizada em seu lote. H36 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o tipo de tratamento dispensado aos resíduos domésticos, em seu lote. H37 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H38 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de sua saúde. H39 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de produção de alimentos em seu lote. H40 - Os equipamentos agrícolas disponíveis para a família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de produção animal, em seu lote.
  • 29. 29 H41 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H42 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre nível de sua saúde. H43 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote. H44 - Os manejos e técnicas agroecológicas utilizadas pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote. H45 - Os defensivos e insumos utilizados no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H46 - Os defensivos e insumos utilizados no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre nível de sua saúde. H47 - Os defensivos e insumos utilizados pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote. H48 - Os defensivos e insumos utilizados pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote. H49 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H50 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados no lote da família assentada terão uma incidência direta sobre nível de sua saúde. H51 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote. H52 - Os adubos, fertilizantes e alimentação animal utilizados pela família assentada terão uma incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote. H53 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos no lote da família assentada terá uma incidência direta sobre o nível de alimentação a ela disponível. H54 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos no lote da família assentada terá uma incidência direta sobre nível de sua saúde. H55 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos pela família assentada terá uma incidência direta sobre nível de produção de alimentos em seu lote. H56 - O tratamento dispensado aos resíduos domésticos pela família assentada terá uma incidência direta sobre nível de produção animal, em seu lote. Com a proposição deste modelo causal e suas hipóteses adjacentes, um instrumento de pesquisa foi criado, como um suporte às entrevistas realizadas com os representantes das famílias. O instrumento funciona como um questionário, que pode ser apreciado na íntegra no Anexo 1 deste relatório. Como fica evidente ao primeiro olhar, o modelo acima é pleno, com todas as relações possíveis conectadas, formando uma longa e intrincada lista de hipóteses. O teste de tal modelo exigiria amostras imensas, para tornar-se viável. O primeiro esforço, então, será verificar quais relações são realmente lógicas e importantes para a questão. No capítulo Análise dos Resultados,
  • 30. 30 abaixo, algumas observações serão tecidas, com base nos resultados do primeiro levantamento de dados, sobre a possibilidade de redução de variáveis e de relações esperadas. O INSTRUMENTO DE PESQUISA O questionário constando do Anexo 1 deste relatório foi construído com base na fundamentação teórica e na prática de agentes de campo da UNB Cerrado, com experiência em ações de extensão junto a comunidades de assentados, na região. O presente esforço de pesquisa, mais do que levantar informações relevantes sobre a questão de pesquisa, pretende testar os instrumentos de pesquisa, para poder oferecer à comunidade acadêmica brasileira um protocolo de pesquisa viável, válido e confiável, para tratar desta questão. Para viabilizar a tabulação dos dados coletados pelo questionário, preparando-os para o posterior tratamento, foi gerada uma planilha Excel.
  • 31. 31 ANÁLISE DOS RESULTADOS Abaixo serão apresentadas as estatísticas descritivas para as variáveis trabalhadas no modelo. Ao mesmo tempo, uma consideração inicial sobre a pertinência de contar com estas variáveis no modelo será realizada, com vistas a simplificar a primeira proposição da rede causal. VARIÁVEL 1 (V1), "FOCO DOS DONOS" A Variável 1 (V1), chamada "Foco dos Donos" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1,00 0,80 0,65 0,60 0,45 Respondentes 22 16 1 4 1 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V1 Foco dos Donos no Lote 0,88 0,162 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 2 (V2), "FOCO DOS FILHOS E AGREGADOS" A Variável 2 (V2), chamada "Foco dos Filhos e Agregados no Lote" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,80 0,60 0,45 0,25 0,20 0 Respondentes 4 2 7 1 2 2 26 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V2 Foco dos Filhos e Agregados no Lote 0,25 0,354 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 FocodosDonos Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 32. 32 VARIÁVEL 3 (V3), "ESCOLARIDADE FAMILIAR" A Variável 3 (V3), chamada "Escolaridade Familiar" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1,00 0,63 0,50 0,38 0,25 0,13 0 Respondentes 2 2 4 19 9 3 5 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V3 Escolaridade Familiar 0,36 0,285 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 4 (V4), "CURSOS DA FAMÍLIA" A Variável 4 (V4), chamada "Cursos da Família" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0 Respondentes 2 2 1 3 2 6 9 12 5 2 N=44 Resultando na seguinte média geral: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 FocodosFilhoseAgregados Respondentes Série1 Linear (Série1) 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 EscolaridadeFamiliar Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 33. 33 Variável Nome Média Desvio Padrão V4 Cursos da Família 0,68 0,455 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 5 (V5), "SOCIALIZAÇÃO" A Variável 5 (V5), chamada " Socialização" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: N=44 Valor 4,00 3,75 3,50 3,25 3,00 2,75 2,50 2,25 2,00 1,75 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 0 Resp. 2 1 1 1 2 1 6 3 1 2 5 2 3 9 2 3 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V5 Socialização 1,71 1,096 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 6 (V6), "ORIGEM CAMPESINA" A Variável 6 (V6), chamada "Origem Campesina" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00 0 10 20 30 40 50 CursosdaFamília Respondentes Série1 Linear (Série1) 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 0 10 20 30 40 50 Socialização Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 34. 34 Valores 2,00 1,50 1,00 0 Respondentes 30 3 10 1 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V6 Origem Campesina 1,69 0,497 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Perfil" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado. VARIÁVEL 8 (V8), "TIPO DE CONSTRUÇÃO" A Variável 8 (V8), chamada "Tipo de Construção" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 Respondentes 44 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V8 Tipo de Construção 1 0 Esta variável, por não apresentar variação, foi retirada do modelo. VARIÁVEL 9 (V9), "ÁGUA ENCANADA" A Variável 9 (V9), chamada " Água Encanada " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 36 8 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V9 Água Encanada 0,82 0,39 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 0 10 20 30 40 50 OrigemCampesina Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 35. 35 Esta variável, junto com a próxima (caixa d'água) não apresenta distribuição normal, trazendo problemas para seu tratamento posterior, no caso de testes paramétricos. Como a pouca variação parece indicar que há um padrão de instalação d´água já estabelecido, no assentamento, uma próxima formulação do modelo pode eliminá-la. VARIÁVEL 10 (V10), "CAIXA D´ÁGUA" A Variável 10 (V10), chamada " Caixa d´Água " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 39 5 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V10 Caixa d´Água 0,89 0,321 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Esta variável, junto com a anterior (água encanada) não apresenta distribuição normal, trazendo problemas para seu tratamento posterior, no caso de testes paramétricos. Como a pouca 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 ÁguaEncanada Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Caixad´Água Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 36. 36 variação parece indicar que há um padrão de instalação d´água já estabelecido, no assentamento, uma próxima formulação do modelo pode eliminá-la. VARIÁVEL 11 (V11), "ELETRICIDADE" A Variável 11 (V11), chamada " Eletricidade " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 Respondentes 44 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V11 Eletricidade 1 0 Esta variável, por não apresentar variação, foi retirada do modelo. VARIÁVEL 12 (V12), "FOGÃO" A Variável 12 (V12), chamada " Fogão " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1,5 1 0,5 Respondentes 37 6 1 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V12 Fogão 1,41 0,223 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Esta variável não apresenta distribuição normal. Parece, também impensável uma propriedade rural que não disponha de um fogão, além de parecer questionável a importância que teria a diferença entre um fogão a gás e um a lenha, para a performance produtiva da família assentada. Sugere-se, neste caso, que ela seja eliminada do modelo. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 0 10 20 30 40 50 Fogão Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 37. 37 VARIÁVEL 13 (V13), "GELADEIRA" A Variável 13 (V13), chamada " Geladeira " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 43 1 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V13 Geladeira 0,98 0,98 Esta variável, por apresentar variação não significativa foi retirada do modelo. VARIÁVEL 14 (V14), "FREEZER" A Variável 14 (V14), chamada " Freezer " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 18 26 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V14 Freezer 0,41 0,497 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 15 (V15), "TELEFONE" A Variável 15 (V15), chamada " Telefone " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 37 7 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V15 Telefone 0,84 0,37 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Freezer Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 38. 38 A pouca variação desta variável a inviabiliza, para tratamento estatístico confiável e lembra que, nos tempos em que há tamanha facilidade de uso de dispositivos celulares em qualquer lugar, não seja útil introduzi-la no modelo. VARIÁVEL 16 (V16), "INTERNET" A Variável 16 (V16), chamada "Internet" apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 6 38 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V16 Internet 0,14 0,347 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Telefone Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Internet Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 39. 39 Apesar da pouca variação desta variável, no contexto do presente estudo, aconselha-se deixa-la no modelo, face ao constante progresso da facilidade de acesso à Internet e na importância que essa rede possa ter no acesso à informação, para os agricultores. Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Infraestrutura de Moradia" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado. VARIÁVEL 21 (V21), "FONTES DE ÁGUA" A Variável 21 (V21), chamada " Fontes de Água " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 3 2 1 Respondentes 3 21 20 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V21 Fontes de Água 1,61 0,618 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 22 (V22), "CAPTAÇÃO DE ÁGUA" A Variável 22 (V22), chamada " Captação de Água " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,83 0,75 0,63 0,50 0,38 0,25 Respondentes 10 2 6 3 20 2 1 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V22 Captação de Água 0,67 0,25 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0 10 20 30 40 50 FontesdeÁgua Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 40. 40 VARIÁVEL 24 (V24), "CONSTÂNCIA DE ÁGUA" A Variável 24 (V24), chamada " Constância de Água " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores Respondentes N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V24 Constância de Água 41,92 16,40 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Este foi o conjunto de variáveis responsável pela formação da variável latente "Recursos Hídricos" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado. VARIÁVEL 25 (V25), "GALINHEIRO" A Variável 25 (V25), chamada " Galinheiro " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 14 18 12 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V25 Galinheiro 0,52 0,388 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 CaptaçãodeÁgua Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 41. 41 VARIÁVEL 26 (V26), "CURRAL" A Variável 26 (V26), chamada " Curral " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 5 16 23 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V26 Curral 0,3 0,346 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 27 (V27), "CHIQUEIRO" A Variável 27 (V27), chamada " Chiqueiro " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 7 11 26 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V27 Chiqueiro 0,28 0,38 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Galinheiro Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Curral Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 42. 42 VARIÁVEL 28 (V28), "CASA DE FARINHA" A Variável 28 (V28), chamada " Casa de Farinha " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 0,5 0 Respondentes 4 40 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V28 Casa de Farinha 0,05 0,145 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Aconselha-se a retirada desta variável no modelo, demonstrando-se ela não comum entre os assentados, tendendo a apresentar distribuição não normal, o que impossibilita o seu tratamento estatístico adequado. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Chiqueiro Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0 10 20 30 40 50 CasadeFarinha Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 43. 43 VARIÁVEL 29 (V29), "MOENDA DE CANA" A Variável 29 (V29), chamada " Moenda de Cana " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 1 3 40 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V29 Moenda de Cana 0,06 0,193 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Aconselha-se a retirada desta variável no modelo, demonstrando-se ela não comum entre os assentados, tendendo a apresentar distribuição não normal, o que impossibilita o seu tratamento estatístico adequado. VARIÁVEL 30 (V30), "TANQUE DE PEIXES" A Variável 30 (V30), chamada " Tanque de Peixes " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 5 4 35 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V30 Tanque de Peixes 0,16 0,337 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 MoendadeCana Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 44. 44 Este foi o conjunto de variáveis proposto para a formação da variável latente "Infraestrutura de Produção" do agricultor, trabalhada no modelo causal testado. VARIÁVEL 37 (V37), "ROÇADEIRA" A Variável 37 (V37), chamada " Roçadeira " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 7 4 33 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V37 Roçadeira 0,2 0,378 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 40 (V40), "TRATOR" A Variável 40 (V40), chamada " Trator " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 TanquedePeixes Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Roçadeira Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 45. 45 Valores 1 0,5 0 Respondentes 1 20 23 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V40 Trator 0,25 0,275 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Do modo em que foi formulada, esta variável apresentará sempre distribuição não normal, um vez que é rara a presença de trator entre os equipamentos em posse dos assentados. Aconselha-se a sua reformulação, talvez passando-a para as práticas de cultivo, questionando-se sobre o uso ou não de tratos, na preparação da terra. VARIÁVEL 41 (V41), "BOMBA COSTAL" A Variável 41 (V41), chamada " Bomba Costal " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 30 14 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V41 Bomba Costal 0,68 0,471 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Trator Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 46. 46 VARIÁVEL 43 (V43), "MOTOSERRA" A Variável 43 (V43), chamada " Motoserra " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,5 0 Respondentes 5 4 35 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V43 Motoserra 0,16 0,337 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 44 (V44), "TRANSPORTE PESSOAL" A Variável 44 (V44), chamada " Transporte Pessoal " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1,5 1 0,5 0 Respondentes 7 15 11 11 N=44 Resultando na seguinte média geral: 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 BombaCostal Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 Motoserra Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 47. 47 Variável Nome Média Desvio Padrão V44 Transporte Pessoal 0,7 0,521 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 45 (V45), "TRANSPORTE PARA PRODUÇÃO" A Variável 45 (V45), chamada " Transporte para Produção " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0 Respondentes 5 39 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V45 Transporte para Produção 0,11 0,321 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: Como parece ser raro que os agricultores assentados possuam transporte próprio para escoamento de sua produção, parece sensato eliminar do modelo a questão da forma em que foi proposta, avaliando a possibilidade de substituí-la pela facilidade ou dificuldade de acesso a transporte para a produção. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 0 10 20 30 40 50 TransportePessoal Respondentes Série1 Linear (Série1) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 10 20 30 40 50 TransporteparaProdução Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 48. 48 Este foi o conjunto de variáveis proposto para a formação da variável latente "Equipamentos Agrícolas", trabalhada no modelo causal testado. VARIÁVEL 47 (V47), "USO DA BIOMASSA" A Variável 47 (V47), chamada " Uso da Biomassa " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,90 0,83 0,75 0,67 0,50 0 Respondentes 20 1 1 1 1 3 17 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V47 Uso da Biomassa 0,56 0,469 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 49 (V49), "COBERTURA DO SOLO" A Variável 49 (V49), chamada " Cobertura do Solo " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,88 0,75 0,5 0 Respondentes 14 1 3 11 15 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V49 Cobertura do Solo 0,51 0,42 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 UsodaBiomassa Respondentes Série1 Linear (Série1)
  • 49. 49 VARIÁVEL 50 (V50), "ADUBAÇÃO VERDE" A Variável 50 (V50), chamada " Adubação Verde " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,75 0,63 0,50 0 Respondentes 6 1 1 11 25 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V50 Adubação Verde 0,29 0,372 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 52 (V52), "ROTAÇÃO" A Variável 52 (V52), chamada " Rotação " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,75 0,63 0,50 0 Respondentes 11 3 1 8 21 N=44 Resultando na seguinte média geral: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 CoberturadoSolo Respondentes Série1 Linear (Série1) 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 TítulodoEixo Título do Eixo Série1 Linear (Série1)
  • 50. 50 Variável Nome Média Desvio Padrão V52 Rotação 0,41 0,426 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 53 (V53), "POUSIO" A Variável 53 (V53), chamada " Pousio " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: Valores 1 0,75 0,50 0 Respondentes 7 2 4 31 N=44 Resultando na seguinte média geral: Variável Nome Média Desvio Padrão V53 Pousio 0,24 0,392 Podendo ser visualizada no seguinte gráfico de dispersão: VARIÁVEL 54 (V54), "CONSÓRCIO" A Variável 54 (V54), chamada " Consórcio " apresentou a seguinte distribuição de frequência de valores: 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 Rotação Respondentes Série1 Linear (Série1) 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 10 20 30 40 50 Pousio Respondentes Série1 Linear (Série1)