O documento discute os desafios do sistema de financiamento da cultura no Brasil. Ele argumenta que (1) o atual sistema concentra recursos demais no Sudeste e não atende adequadamente a complexidade e diversidade cultural; (2) são necessários novos mecanismos que promovam a estabilidade do financiamento, como programas plurianuais e fundos patrimoniais; e (3) o sistema deve ser descentralizado e comportar uma pluralidade de instrumentos para apoiar melhor a cultura brasileira.
Minuta de Propostas de Desenvolvimento Social e Econômico
Desafios do Fomento Nacional à Cultura
1. Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC)
MINISTÉRIO DA CULTURA
Desafios do fomento nacional à Cultura
Abril, 2016
2. • O sistema de financiamento contemplar a complexidade da cultura na
contemporaneidade.
• As políticas de diversidade cultural desenvolvidas na atualidade necessitam
sistemas de financiamento que, em sintonia com a complexidade contemporânea
do campo cultural, possam acolher, preservar e promover a diversidade.
• O sistema de financiamento deve comportar uma pluralidade de procedimentos,
instrumentos e fontes de fomento à cultura.
* Baseado no texto do prof. Albino Rubim
Desafios do FOMENTO*
3. Desafios do FOMENTO*
• O sistema de financiamento brasileiro atual não responde adequadamente à
complexidade atual da cultura. Ele está visivelmente desequilibrado.
• O sistema de financiamento existente no Brasil não é adequado às políticas de
diversidade cultural, pois as leis de incentivo, em sua versão nacional, não têm
capacidade de atender a diversidade cultural brasileira.
• A utilização de 100% de isenção fiscal nas leis de incentivo expressa paradoxal
contradição com a intenção original das leis de incentivo: trazer novos recursos
das empresas para a cultura.
• O fomento direto do estado, através de fundos de cultura, têm tido melhor
capacidade de universalizar o financiamento.
• A necessária afirmação dos avanços dos editais públicos não pode esconder as
limitações de sua utilização universal em decorrência de suas exigências técnicas.
* Baseado no texto do prof. Albino Rubim
4. • As políticas culturais devem incentivar o desenvolvimento e a diversidade de
públicos e mercados culturais (diversos mecanismos, inclusive os que incorporam
o risco e estimulam o empreendedorismo).
• O sistema de financiamento necessita atender os diversos momentos do fazer
cultural e superar apoios pontuais e circunscritos no tempo.
• O sistema de fomento precisa ser pensado na perspecitva federativa para maior
eficiência
• Outras modalidades de apoio precisam ser imaginadas, inventadas e
incorporadas na construção de um complexo sistema de financiamento à cultura.
• O sistema de financiamento não pode prescindir da formação e qualificação de
pessoal e da realização de estudos, que subsidiem seu desenvolvimento e
ampliem sua complexidade.
Desafios do FOMENTO*
* Baseado no texto do prof. Albino Rubim
6. Desafios do FOMENTO
PROCULTURA
Financiamento
Fundo a Fundo Investimento
Novo Sistema de Financiamento à Cultura
Linhas de Crédito
Endowments
Financiamento
Coletivo
Fundos Setoriais
Ficart
Programas
PlurianuaisVale-Cultura
Mecenato
7. Desafios do FOMENTO
PROCULTURA
Financiamento
Fundo a Fundo Investimento
Novo Sistema de Financiamento à Cultura
Linhas de Crédito
Endowments
Financiamento
Coletivo
Fundos Setoriais
Ficart
Programas
PlurianuaisVale-Cultura
Mecenato
8. FOMENTO - Desafios
• PRONAC – Incentivo Fiscal
• PRONAC – FNC
• Vale Cultura
• Linhas de Crédito
• Procultura
• Fomento + Sistema Nacional de Cultura
• Novas possibildades de fomento à cultura:
– Financiamento Coletivo
– Investimento
– Fundos de Desenvolvimento Regionais
– Programas Plurianuais (Espaços, Grupos e Eventos Calendarizados)
– Fundos Patrimoniais (endowments)
– Emendas
– Sistema informações / oportunidades
11. Visão geral: histórico por região
• Todo Norte e Nordeste 1991 a 2014 (882 mi) equivale a 83,5% da captação do Sudeste
em 2014
• Toda a captação da região Sul (1,5 bi) equivale a 1,5 anos da região Sudeste em 2014
(considerando que de 2011 a 2014 a região sempre captou mais que R$ 1 bi)
• A soma da captação das regiões N, NE e CO, durante toda a história da Rouanet (R$
1,25 bi) supera em apenas + R$ 200 milhões a captação da região Sudeste em 2014.
Em R$ 1 mil
TOTAL
1991 a
1994
1995 a
1998
1999 a
2002
2003 a
2006
2007 a
2010
2011 a
2014
CO 372.775 - 24.634 35.422 86.148 122.219 109.466
NE 765.726 - 33.137 66.684 170.492 258.772 248.841
N 116.942 - 6.358 3.345 27.315 46.245 34.480
SE 10.833.809 526 655.696 993.610 1.974.371 3.226.723 4.158.249
S 1.512.358 29 56.686 115.063 265.534 446.314 646.621
Fonte: MinC/Sefic – SalicNet
12. Comparativos concentração
OBSERVAÇÕES
• Concentração de Lei Rouanet por localidade do produtor. Projeto pode ser realizado
em localização diversa do local do produtor.
• Nível de concentração não encontra equivalente em nenhum outro parâmetro.
• Não atendimento de princípios constitucionais e do Plano Nacional de Cultura 2011-
2020
INCENTIVO
FISCAL
FNC* POPULAÇÃO PIB IR
OCUPADO
CRIATIVOS
CO 1,70% 11% 7,55% 9,12% 14,29% 7,67%
NE 5,21% 16% 25,98% 12,63% 5,23% 17,57%
N 0,73% 9% 10,23% 6,47% 2,52% 4,86%
SE 79,29% 41% 41,94% 55,27 67,20 52,96 %
S 13,07% 19% 14,30% 16,52% 10,76% 16,94%
Lei Rouanet: ref. 2014; População: IBGE, ref 2015; PIB: 2013; IR: Receita Federal, ref 2014, IRPF, IRPJ etc.; Ocupados: Estudo BA a partir do Censo 2010
* 3% não informado
13. Comparativos concentração
(proponentes)
N. DE PROJETOS
(%)
N. DE PROJETOS
(QTD)
VALOR CAPTADO
(%)
VALOR CAPTADO
(R$)
5% 166 43% 600 milhões
7% 236 50% 668 milhões
15% 500 66% 888 milhões
25% 830 78% 1.040 milhões
35% 1.116 85% 1.140 milhões
TOTAL 3.320 100% 1.334 milhões
COMPARATIVOS
• 5% dos que mais captam equivalem, em tese, a 10 mil pontos de cultura por ano – sem
contar contrapartida dos estados
Fonte: MinC/Sefic – SalicNet – Ano de referência: 2014
15. ProCultura
• Incentivo Fiscal
– Teto de 80% para patrocínio e 100% para doação PF e PJ
– Incentivos diferenciados de acordo com necessidades diferenciadas
– Ampliação teto renúncia empresas (a partir do porte da PJ)
– Possibilidade de parte da renúncia no ato da declaração (por PF)
• Fundo Nacional de Cultura
– Patamar mínimo (referência isenção fiscal)
– 3 modalidades:
(i) fundo perdido,
(ii) investimento e
(iii) crédito
– Repasse Fundo a Fundo com piso regional
– Fundos setoriais
16. ProCultura
• FICARTs
– Incentivo fiscal para constituição (experiência FUNCINES)
• Fundos patrimoniais (endowments)
– Incentivo fiscal para constituição
• Prestação de Contas Simplificada
17. PRONAC – Incentivo Fiscal
• Racionalizar a gestão do incentivo fiscal
(8 mil apresentados, 6 mil aprovados, 3 mil captados)
• Articulação com estatais
• Estimular patrocínio por pessoa física
• Estimular novos patrocinadores
• Contínuo aperfeiçoamento da análise
• Revisão para retirar projetos que não precisam da Lei
(decisão TCU)
• Acompanhamento mais efetivo
• Prestação de contas financeiras por amostragem
18. PRONAC – Fundo Nacional de Cultura
• Estabilidade
(definições plurianuais, crescimento gradativo, ajustes)
• Papel do MinC
(sombreamentos, escala, passivos, execução direta, coord. estratégica)
• Papel do FNC
(prod. sociedade civil, reequilíbrios, corpo ao SNC)
• Descentralização
(nuances regionais, recortes setoriais e territoriais, curva aprendizagem)
• Racionalização
(ações recorrentes em plurian., tempo para atividade fim, ver áreas com outras
linhas de financiamento)
19. Vale Cultura
Alta exclusão consumo
cultural:
93% nunca foi a exposição
de arte
78% nunca viu espetáculo
de dança.
Contexto inicial
Beneficiários: 44 milhões
de trabalhadores sendo
40 milhões até 5 s.m.
Aportes: 2 bi/mês –
24 bi/ano
Potencial
Beneficiários: 1.200
empresas, 450 mil
trabalhadores
Recebedoras: 39 mil
Aportes: R$ 270
milhões/ano
Cenário Atual
Medidas para ampliação:
Nova campanha publicitária
Estímulo de adesão a estatais
Criação de rede com estados e municípios
Estímulo para adesão do poder público (estatutários)
Fomentar a interoperabilidade
Diminuir os custos de uso pelas recebedoras
Meta de 3 milhões até 2019.
20. Linhas de Crédito
• BNDES
• FNC
• Linhas Estaduais
• Fundo de Desenvolvimento Regional - (PL 1964/2015)
21. Fomento + Sistema Nacional de Cultura
• Escala
• Qualidade na análise e acompanhamento
• Mitigar:
- sombremanto
- ausências
- poucos recursos
• Estabelecimento de calendário estável
• Rede de ultrapassar o paradigma financeiro: informações,
procedimentos, avaliação, sistemas de gestão, etc.
22. Novos Mecanismos Fomento à Cultura:
Financiamento Coletivo
• Modelo atual: foco em grandes investidores X ausência de
estímulo para busca de público e apoiadores
• Novas tecnologias – apropriação conservadora x arrojada
• Novas dinâmicas de ‘curadoria’
• Aporte de recursos privados (incentivados ou não)
23. Novos Mecanismos Fomento à Cultura:
Investimento
• Modelo atual: não reembolsável (fundos ou incentivo) X
créditos 100% reembolsáveis
• Modelo atual: condicionamento a fugir do risco
• Melhor governança sobre recursos financeiros
24. Novos Mecanismos Fomento à Cultura:
Programas Plurianuais
(Espaços, Grupos e Eventos Calendarizados)
• Modelo atual: lógica de projetos, excluindo atividades de
caráter continuado
• Retrabalho periódico
• Gasto excessivo com atividades meios (pela administração
pública e agentes culturais)
• Estabilidade = redes, economia, curadoria, etc.
25. Novos Mecanismos Fomento à Cultura:
Fundos Patrimoniais (endowments)
• Fundos Patrimoniais (PL 4.643/2012)
• Sustentabilidade / Estabilidade / Planejamento Independência
Outros Mecanismos Fomento à Cultura:
Emendas
• Possibilidade de reforço às linhas estruturantes da política
cultural
26. Novos Mecanismos Fomento à Cultura:
Sistema de Oportunidades
• Levar informação da forma correta e no tempo correto
• Oferta x Demanda
• Linha deve ser complementar a outras ações de formação e
assistência técnica
27. OBRIGADO!
Ministério da Cultura
Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura - Sefic
(61) 2024-2113/ 2114
sefic@cultura.gov.br /carlos.paiva@cultura.gov.br / cpaiva.cultura@gmail.com
www.cultura.gov.br/sefic
www.cultura.gov.br/fale-com-o-minc
http://ouvidoria.cultura.gov.br
Carlos Paiva
Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura
Alexandra Costa
Diretora de Incentivo à Cultura
Leonardo Hernandes
Diretor de Gestão de Mecanismos de Fomento
Raphael Valadares
Chefe de Gabinete
Paula Berbert
Coordenadora de Comunicação
Notas do Editor
Fontes: IBGE Estados@ - http://www.ibge.gov.br/estadosat/index.php Portal da Transparência - http://www.portaltransparencia.gov.br/ RFB - http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/arrecadacao/arrecadacao-por-estado/arrecadacao-uf-2014/arrecadacao-por-uf-internet-jan-dez14.ods/view
OCUPADOS: Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração SEI/Gov da Bahia