1. Abel Salazar
Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães a 19 de Julho de
1889 e morreu em Lisboa em 1946. Foi conhecido como pintor,
médico, professor Catedrático e investigador. Filho de Adolfo
Barroso Pereira de Salazar, secretário, bibliotecário, professor
liceal de Francês e de Adelaide da Luz Silva Lima Salazar que
apenas completou os estudos primários.
Abel Salazar completa a escola primária e parte do liceu no Seminário – Liceu
de Guimarães em 1903, altura em que vem para o Porto e ingressa no Liceu
Central, em S. Bento da Vitória onde conclui a 7ª classe de Ciências. É nesta
altura, que junto com pequeno grupo de colegas pública um jornal escolar
republicano, chamado “Arquivo”, que já deixava transparecer quer o interesse
pelos novos ideais políticos quer a sua capacidade para a arte, através das
caricaturas de estudantes e professores.
Depois de completar o seu curso liceal, prepara-se para entrar na escola
Médico-Cirúrgica do Porto, onde, em 1915, termina o curso de Medicina com
uma nota final de 20 valores e uma tese intitulada
“Ensaio de Psicologia Filosófica”.
Com apenas 30 anos é nomeado Professor Catedrática
de Histologia e Embriologia, ano também em que funda
e dirige o Instituto de Histologia e Embriologia da
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que
apesar de modesto, devido à falta de recursos, Abel
Salazar consegue realizar uma série de notáveis
trabalhos de investigação.Como investigador desenvolve pesquisas sobre
a estrutura e evolução do ovário criando o célebre método de
coloração tano-férrico, de análise microscópica. É entre os anos de
1919 e 1925 que o seu trabalho passa a ter uma visão internacional e
é publicado em várias revistas científicas internacionais. Ao fim de 10
anos de um trabalho árduo, Abel Salazar é obrigado a parar, devido a
um esgotamento. Esta paragem teve uma duração de quatro anos.
2. Abel Salazar
Em 1935 é afastado da vida académica à semelhança de outros professores
académicos. Nesta altura desenvolve uma produção artística variada tanto na
temática como na expressão plástica, como gravuras, pinturas, pintura mural,
aguarelas, desenhos, caricaturas, escultura e cobres martelados. A sua obra
plástica atingiu grande reconhecimento a partir das suas exposições realizadas
em 1938 em Lisboa e Porto. Além da sua aptidão para a Medicina era também
um homem ligado à Filosofia.
Em 1941, a Ministro da Educação Nacional da altura Prof.
Mário de Figueiredo, é convidado para assumir a direcção
de um Centro de Estudos Microscópios. Um ano depois
vai trabalhar para o Instituto Português de Oncologia,
onde publicou vários trabalhos científicos.
Foi considerado por Nuno Grande (Director do Instituto de Ciências
Biomédicas Abel Salazar) como “Personalidade mais plurifacetada da cultura
portuguesa” e de “Espírito original, imaginativo e rigoroso, como não há
paralelo na história cultural portuguesa”.
Durante a sua vida Abel Salazar escreveu vários livros científicos e de outras
temáticas, como Hematologia - Ideias e factos novos,Ensaio de Psicologia
Filosófica, O Que é Arte? Notas de Filosofia de Arte. Após a sua morte, vários
trabalhos foram publicados sobre a sua vida pessoal e profissional, como por
exemplo, Abel Salazar – Retrato em movimento, de Luísa Garcia Fernandes,
Porto, 1998 e Abel Salazar, de Alberto Saavedra, Porto, 1956.