O poema descreve a origem do universo a partir do caos inicial, como tudo surgiu do nada. Aborda também os conceitos de destino, espaço, atração, energia, matéria e luz. Defende que a vida nasce da quebra de simetria no universo, que gera informação atuante e o sentido único do tempo.
1. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 1 de 8
Génesis - “No princípio era o caos e o espírito de Deus pairava sobre as águas…”
Tudo nasce do nada,
No caos da energia parada
Que contém em si a ordem,
Para nós desordenada,
De uma escuridão vazia.
Por impulso da mudança,
Das forças que tudo podem,
As trevas foram rasgadas
E brotou a luz do dia.
Foi o começo do tempo,
Do espaço nas nossa vidas,
Do aumento da entropia.
Que como um sopro de vento,
Se expandiu de seguida
Até a luz ficar fria
Nada= 0
2. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 2 de 8
O Fado : - “ Somos a sombra do futuro projetada para o passado”
O fado é o destino marcado,
Escrito nos céus,
Onde Deus escolheu as linhas
Com que nos uniu
Podemo-nos encobrir
E tentar fugir
Para outro lugar,
Que o céu que por lá existe,
Mal nos aviste,
Nos vai buscar
O nosso destino
Está gravado no firmamento.
De pequeninos temos marcados
Os nossos momentos.
E se a mente humana,
Rude e insana,
A ele se revolta,
O fado volta
E tudo controla.
Põe-nos na linhas das nossas vidas,
Que estão nos céus
E foram traçadas
E projetadas,
Pela mão de Deus
3. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 3 de 8
O espaço –“O espaço é o nada do vazio”
A raiz do conhecimento
É o espaço vazio
Que existe fora de nós
Criado pelo pensamento
Como informação pura
Que nos foi legada
Como a prova segura
Da nossa própria existência
Da nossa medida do nada.
O gene da consciência
Está na anisotropia
Dos elementos de espaço
Da trindade da ciência:
Informação matéria e energia,
Ligadas por eterno abraço
4. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 4 de 8
O princípio da atração : -“ a matéria atrai matéria na razão inversa do quadrado da
distância”
O que é complementar
Vive no eterno tormento
Da procura de encontrar
O que é seu complemento.
É este o nosso penar,
É a marca da maldição
Desde a nossa criação.
Criada complementar
A trindade elementar:
Energia e informação
Com a matéria dão lugar
A um espaço de atração
5. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 5 de 8
A Energia: “Nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma”
Definida como trabalho,
É suprema tautologia.
Porque a essência do trabalho
É apenas energia.
Ser a causa da mudança
Na estrutura , posição
Ou outras propriedades
Do espaço de atração
Já faz parte das verdades
Que suportam a esperança
Na nossa racionalidade
No espaço não espanta
haver domínios elementares
E se a própria informação
Tem dois BIT singulares
Na energia são quanta
Os tijolos da construção
Do edifício racional
Da trindade universal:
Matéria, energia e informação.
6. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 6 de 8
A matéria : -“ E=mc2
”
Na matéria se condensa
Num espaço impenetrável
Energia fixa e informação variável
Pelo menos é o que se pensa
Na comunidade da ciência.
Em termos de conversão
Pelo que diz a experiência
Há perfeita equivalência
Exceto na informação
Entre matéria e energia
E o que o saber deduz
É que temos na companhia
Da matéria e da energia
A velocidade da luz
Elevada ao quadrado
E fica completo o quadro!
7. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 7 de 8
A luz : – “ ….. e Deus disse faça-se a luz.”
De trevas e escuridão
Está o Universo cheio.
Cruzando a imensidão
Brilha a luz pelo meio.
Viaja sem se cansar
E guarda na sua história
Os lugares que ao passar
Lhe escrevem na memória.
Sendo livre e independente
Por ser energia pura,
Deixa marcas no presente
No passado e no futuro,
Ninguém a pode parar.
Livre segue em linha reta,
Que curva se vai tornar,
No espaço de atração,
Da matéria energia e informação.
8. POEMAS DO TUDO E DO NADA
António Subida - 2015 Página 8 de 8
Anisotropia: -“O princípio da vida é a informação atuante que resulta das quebras de simetria
no nascimento do universo”
O que é regular, de simetria conhecida
É cristal, não é vida.
Nasce com informação finita
Sujeito à erosão do tempo
Que lhe aumenta a entropia.
O princípio da memória
É o que guarda os eventos
Que juntos fazem a história
Dos acontecimentos
Interligados no tempo.
Essa história só se escreve
Em sequência singular
Que marca a seta do tempo
Na matéria e no lugar
E esse sentido único
É causado pela anisotropia
Da matéria elementar.