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O REMÉDIO IMPREVISTO
Neio Lúcio
O pequeno príncipe Julião andava doente e abatido.
Não brincava, não estudava, não comia.
Perdera o gosto de colher os pêssegos saborosos do pomar. Esquecera a peteca e o
cavalo.
Vivia tristonho e calado no quarto, esparramado numa espreguiçadeira.
Enquanto a mãezinha, aflita, se desvelava junto dele, o rei experimentava muitos
médicos.
Os facultativos, porém, chegavam e saíam, sem resultados satisfatórios.
O menino sentia grande mal-estar. Quando se lhe aliviava a dor de cabeça, vinha-lhe a
dor nos
braços. Quando os braços melhoravam, as pernas se punham a doer.
O soberano, preocupado, fez convite público aos cientistas do País. Recompensaria
nababescamente a quem lhe curasse o filho.
- Que todos saibam de minha disposição.
Avisaremos a todos majestade disse seu auxiliar.
Depois de muitos médicos famosos ensaiarem, embalde, apareceu um velhinho humilde
que
propôs ao monarca diferente medicação.
- Qual será o preço do tratamento ? perguntou o rei.
- Nada quero... respondeu o velhinho. Desejo apenas plena autoridade sobre seu filho.
O pai aceitou as condições e, no dia imediato, o menino foi entregue ao ancião.
O sábio anônimo conduziu-o a pequeno trato de terra e recomendou-lhe arrancasse a
erva
daninha que ameaçava um tomateiro.
- vamos meu filho! Arranque a erva daninha.
— Não posso! estou doente! — gritou o menino.
O velhinho convenceu-o, sem impaciência, de que o esforço era necessário e, em
minutos
breves, ambos libertavam as plantas da erva invasora.
18
Antes do meio-dia, Julião disse ao velho que sentia fome, O sábio humilde sorriu,
contente,
enxugou-lhe o suor copioso e levou-o a almoçar.
- Sirva-se à vontade, Julião. Disse o velho
O jovem devorou a sopa e as frutas, gostosamente.
Após ligeiro descanso, voltaram a trabalhar.
No dia seguinte, o ancião levou o príncipe a servir na construção de pequena parede.
- Vamos levantar uma parede disse o velho a Julião.
-Eu não sei
- Quem não sabe aprende, Julião respondeu o velho.
À tarde sua fome era maior.
Novo programa foi traçado para Julião. Após o banho matinal, cavava a terra.
Almoçava e
repousava.
Ao entardecer, estudava e a noitinha, brincava e passeava com jovens da mesma idade.
Transcorridos dois meses, Julião era restituído à autoridade paternal, rosado, robusto e
feliz.
Ardia, agora, em desejos de ser útil, ansioso por fazer algo de bom. Descobrira, enfim,
que o
serviço para o bem é a mais rica fonte de saúde.
O rei, muito satisfeito, tentou recompensar o velhinho.
Todavia, o ancião esquivou-se, acrescentando:
— Grande soberano, o maior salário de um homem reside na execução da Vontade de
Deus,
através do trabalho digno. Ensina a glória do serviço aos teus filhos e tutelados e o teu
reino
será abençoado, forte e feliz.
Dito isto, desapareceu na multidão e ninguém mais o viu.
Livro A Vida Fala III. Psicografia de Francisco C. Xavier.

       CONCEITUAR REMÉDIO E IMPREVISTO

remédio – substância usada para curar

imprevisto – o que não se pode prever que irá acontecer

PERGUNTAS SOBRE TEXTO


       Quem era Julião?

       Qual era o seu problema?

       O que aconteceu com Julião?

       O que representou o trabalho para Julião?


IMPORTÂNCIA DO TRABALHO


      Qual a profissão mais importante? Todas as profissões são
importantes e necessárias.

       Perguntar o que costumam comer no almoço. Comem arroz, por
exemplo. Várias pessoas tiveram que trabalhar em suas profissões,
desempenhando suas tarefas para que eles tivessem arroz para comer. Alguém
teve que plantar o arroz, colher o alimento, outras pessoas armazenaram,
venderam. Em outros lugares e envolvendo outras pessoas, como em uma
indústria, o arroz foi ensacado, um motorista transportou o arroz, o dono do
mercado comprou, a moça do caixa vendeu o arroz, alguém preparou o arroz
(a cozinheira, a mãe, a empregada ou os próprios evangelizandos). Também
assim com o feijão, a carne, a batata, a salada...

     Como chegaram no Centro Espírita? Vieram a pé? De carro?
Usando tênis? Chinelo? Quantas profissões foram necessárias para
eles chegarem até o Centro Espírita? Se vieram a pé alguém confeccionou
o tênis ou o chinelo que eles usam. Se vieram de carro ou de ônibus falar sobre
a gasolina, que é feita de petróleo, que é retirado de grandes profundidades,
que é elaborado até se transformar em gasolina, para ser vendida para postos
de gasolina, para que o frentista encha o tanque...

      Como devemos agir no nosso trabalho? Com responsabilidade,
honestidade, valorizando o trabalho nosso e dos outros, respeitando os colegas.

      Qual a profissão das crianças? Estudar.

      Estudar é trabalho? Com base em que? Mostrar O Livro dos Espíritos
questão nr. 675, que diz:

      Só devemos entender por trabalho as ocupações materiais?

       “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é
trabalho.”


    Indagar:

      O que é ocupação? Atividade, tarefa que executamos.

      O que é ocupação útil? Atividade que traz algum benefício para alguém
ou tem uma finalidade proveitosa.

        Conversar com os evangelizandos sobre o que entendem por ocupação
útil. Citar exemplos: ler um bom livro, ver um filme positivo, brincadeira
saudável, uma prece, participar da evangelização, auxiliar em casa, visitar um
doente, cuidar dos animais, tomar conta do irmão, arrumar as cadeiras no
Centro Espírita, cantar na hora da música, colaborar com a limpeza colocando o
lixo no lixo. Tudo o que for para o bem, que nos acrescentar algo de positivo é
uma ocupação útil. Lembrar a eles que estudar com atenção, assistir as aulas
com disciplina e fazer as lições em casa também são ocupações úteis.

 675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? Não; o
Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.

        Deus quer que trabalhemos? Sim, porque trabalho não é castigo, mas
sim oportunidade de progresso, de evolução, e conseqüentemente busca da
felicidade. É através do trabalho que acontece o progresso do ser humano, pois
o trabalho visa conservar o corpo e desenvolver o pensamento; também
através da convivência com outras pessoas há um crescimento pessoal e
coletivo, pois uns aprendem com os outros.
Comentar que no trabalho profissional recebemos um salário, isto é, dinheiro
para realizá-lo.
TRABALHO VOLUNTÁRIO

Perguntar se eles já ouviram falar de outro trabalho que não recebemos
salário, e, qual é o nome. Caso os evangelizandos não acertem a resposta o
evangelizador deverá explicar que existem dois tipos de trabalho: remunerado
(recebe salário em dinheiro) e voluntário (não recebe salário).

      Há dificuldades no trabalho voluntário – as mesmas do remunerado.

       Como deve ser a nossa atitude com o colega de trabalho voluntário ou
remunerado? Aceitar, compreender o colega difícil; assim também na escola:
aceitar os colegas, respeitá-los.

      Como deve ser a atitude de um bom trabalhador voluntário ou
remunerado? Exige estudo, dedicação, honestidade, paciência, chegar no
horário, ter bom-humor, boa-vontade, disposição para trabalhar.

       Evoluímos no trabalho superando as dificuldades; e conhecendo nossas
virtudes a desenvolver podemos ser melhores trabalhadores e pessoas de bem
a partir do esforço em se melhorar.

       O trabalho voluntário proporciona crescimento espiritual de quem o
realiza, transformando o planeta para melhor, iniciando pela mudança positiva
do trabalhador. Deus nós dá a oportunidade de um trabalho voluntário porque
nos ama e quer que sejamos felizes.

      Benefícios do trabalho voluntário:

     - Quem acende uma luz é o primeiro a se iluminar. O primeiro
beneficiado é quem faz o trabalho e quem recebe é o segundo
beneficiado.

      - Traz paz no coração, consciência tranqüila.

      - Nos aproxima de Jesus e de nosso espírito protetor.

      - O bem que se faz retorna para nós.

Em resumo: o trabalho é uma atividade natural inerente a toda criatura
humana. Não há progresso sem trabalho. Trabalhar é uma necessidade ditada
pela própria Lei da Evolução. Nossa evolução espiritual é dependente do
trabalho. Quando trabalhamos imitamos Jesus que, além dos ensinamentos
dados através de palavras e exemplos, nos lembra: “Meu Pai trabalha até agora
e eu trabalho também” (JO, 5:17)



647. A necessidade do trabalho é lei da Natureza?
“O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade,
e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as
necessidades e os gozos.”
675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?
“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”
676. Por que o trabalho se impõe ao homem?
“Por ser uma conseqüência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo
tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem
permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu
alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua
atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em
compensação. Mas é sempre um trabalho.”
677. Por que provê a Natureza, por si mesma, a todas as necessidades
dos animais?
“Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho
deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da
própria conservação. Daí vem que o do homem visa duplo fim: a conservação
do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma
necessidade e o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos
animais se cifra no cuidarem da própria conservação, refiro-me ao objetivo com
que trabalham. Entretanto, provendo às suas necessidades materiais, eles se
constituem, inconscientemente, executores dos desígnios do Criador e, assim,
o trabalho que executam também concorre para a realização do objetivo final
da Natureza, se bem quase nunca lhe descubrais o resultado imediato.”
678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham
submetidos à mesma necessidade de trabalhar?
“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades.
Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não
deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um
suplício, em vez de ser um benefício.”
679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens
suficientes para lhe assegurarem a existência?
“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil,
conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou
a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse
de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido
a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de
ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe
proporciona o adiantamento que lhe foi feito.”
680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no
que quer que seja e cuja existência é, portanto, inútil?
“Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a
sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele
quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” (643)
681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para
seus pais?
“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos.
Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento
natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família
se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita
freqüência se esquece na vossa sociedade atual.”
682. Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso
não é
também uma lei da Natureza?
“Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também
é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que
se eleve acima da matéria.”
683. Qual o limite do trabalho?
“O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o
homem.”
684. Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a
seus
inferiores excessivo trabalho?
“Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é
responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores,
porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” (273)
685. Tem o homem o direito de repousar na velhice?
“Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.”
685-a) - Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e
não pode?
“O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve
fazer as vezes desta. É a lei de caridade.”
Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que
aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em
que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a
suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A
ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o
consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá
sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que
viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o
qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a
educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos
referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte
de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o
conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de
indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem
princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar
as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for
conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de
ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito
a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos
penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas
chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de
partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.

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  • 1. O REMÉDIO IMPREVISTO Neio Lúcio O pequeno príncipe Julião andava doente e abatido. Não brincava, não estudava, não comia. Perdera o gosto de colher os pêssegos saborosos do pomar. Esquecera a peteca e o cavalo. Vivia tristonho e calado no quarto, esparramado numa espreguiçadeira. Enquanto a mãezinha, aflita, se desvelava junto dele, o rei experimentava muitos médicos. Os facultativos, porém, chegavam e saíam, sem resultados satisfatórios. O menino sentia grande mal-estar. Quando se lhe aliviava a dor de cabeça, vinha-lhe a dor nos braços. Quando os braços melhoravam, as pernas se punham a doer. O soberano, preocupado, fez convite público aos cientistas do País. Recompensaria nababescamente a quem lhe curasse o filho. - Que todos saibam de minha disposição. Avisaremos a todos majestade disse seu auxiliar. Depois de muitos médicos famosos ensaiarem, embalde, apareceu um velhinho humilde que propôs ao monarca diferente medicação. - Qual será o preço do tratamento ? perguntou o rei. - Nada quero... respondeu o velhinho. Desejo apenas plena autoridade sobre seu filho. O pai aceitou as condições e, no dia imediato, o menino foi entregue ao ancião. O sábio anônimo conduziu-o a pequeno trato de terra e recomendou-lhe arrancasse a erva daninha que ameaçava um tomateiro. - vamos meu filho! Arranque a erva daninha. — Não posso! estou doente! — gritou o menino. O velhinho convenceu-o, sem impaciência, de que o esforço era necessário e, em minutos breves, ambos libertavam as plantas da erva invasora. 18 Antes do meio-dia, Julião disse ao velho que sentia fome, O sábio humilde sorriu, contente, enxugou-lhe o suor copioso e levou-o a almoçar. - Sirva-se à vontade, Julião. Disse o velho O jovem devorou a sopa e as frutas, gostosamente. Após ligeiro descanso, voltaram a trabalhar. No dia seguinte, o ancião levou o príncipe a servir na construção de pequena parede. - Vamos levantar uma parede disse o velho a Julião. -Eu não sei - Quem não sabe aprende, Julião respondeu o velho. À tarde sua fome era maior. Novo programa foi traçado para Julião. Após o banho matinal, cavava a terra. Almoçava e repousava. Ao entardecer, estudava e a noitinha, brincava e passeava com jovens da mesma idade. Transcorridos dois meses, Julião era restituído à autoridade paternal, rosado, robusto e feliz.
  • 2. Ardia, agora, em desejos de ser útil, ansioso por fazer algo de bom. Descobrira, enfim, que o serviço para o bem é a mais rica fonte de saúde. O rei, muito satisfeito, tentou recompensar o velhinho. Todavia, o ancião esquivou-se, acrescentando: — Grande soberano, o maior salário de um homem reside na execução da Vontade de Deus, através do trabalho digno. Ensina a glória do serviço aos teus filhos e tutelados e o teu reino será abençoado, forte e feliz. Dito isto, desapareceu na multidão e ninguém mais o viu. Livro A Vida Fala III. Psicografia de Francisco C. Xavier. CONCEITUAR REMÉDIO E IMPREVISTO remédio – substância usada para curar imprevisto – o que não se pode prever que irá acontecer PERGUNTAS SOBRE TEXTO Quem era Julião? Qual era o seu problema? O que aconteceu com Julião? O que representou o trabalho para Julião? IMPORTÂNCIA DO TRABALHO Qual a profissão mais importante? Todas as profissões são importantes e necessárias. Perguntar o que costumam comer no almoço. Comem arroz, por exemplo. Várias pessoas tiveram que trabalhar em suas profissões, desempenhando suas tarefas para que eles tivessem arroz para comer. Alguém teve que plantar o arroz, colher o alimento, outras pessoas armazenaram, venderam. Em outros lugares e envolvendo outras pessoas, como em uma indústria, o arroz foi ensacado, um motorista transportou o arroz, o dono do mercado comprou, a moça do caixa vendeu o arroz, alguém preparou o arroz (a cozinheira, a mãe, a empregada ou os próprios evangelizandos). Também assim com o feijão, a carne, a batata, a salada... Como chegaram no Centro Espírita? Vieram a pé? De carro? Usando tênis? Chinelo? Quantas profissões foram necessárias para
  • 3. eles chegarem até o Centro Espírita? Se vieram a pé alguém confeccionou o tênis ou o chinelo que eles usam. Se vieram de carro ou de ônibus falar sobre a gasolina, que é feita de petróleo, que é retirado de grandes profundidades, que é elaborado até se transformar em gasolina, para ser vendida para postos de gasolina, para que o frentista encha o tanque... Como devemos agir no nosso trabalho? Com responsabilidade, honestidade, valorizando o trabalho nosso e dos outros, respeitando os colegas. Qual a profissão das crianças? Estudar. Estudar é trabalho? Com base em que? Mostrar O Livro dos Espíritos questão nr. 675, que diz: Só devemos entender por trabalho as ocupações materiais? “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” Indagar: O que é ocupação? Atividade, tarefa que executamos. O que é ocupação útil? Atividade que traz algum benefício para alguém ou tem uma finalidade proveitosa. Conversar com os evangelizandos sobre o que entendem por ocupação útil. Citar exemplos: ler um bom livro, ver um filme positivo, brincadeira saudável, uma prece, participar da evangelização, auxiliar em casa, visitar um doente, cuidar dos animais, tomar conta do irmão, arrumar as cadeiras no Centro Espírita, cantar na hora da música, colaborar com a limpeza colocando o lixo no lixo. Tudo o que for para o bem, que nos acrescentar algo de positivo é uma ocupação útil. Lembrar a eles que estudar com atenção, assistir as aulas com disciplina e fazer as lições em casa também são ocupações úteis. 675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho. Deus quer que trabalhemos? Sim, porque trabalho não é castigo, mas sim oportunidade de progresso, de evolução, e conseqüentemente busca da felicidade. É através do trabalho que acontece o progresso do ser humano, pois o trabalho visa conservar o corpo e desenvolver o pensamento; também através da convivência com outras pessoas há um crescimento pessoal e coletivo, pois uns aprendem com os outros. Comentar que no trabalho profissional recebemos um salário, isto é, dinheiro para realizá-lo.
  • 4. TRABALHO VOLUNTÁRIO Perguntar se eles já ouviram falar de outro trabalho que não recebemos salário, e, qual é o nome. Caso os evangelizandos não acertem a resposta o evangelizador deverá explicar que existem dois tipos de trabalho: remunerado (recebe salário em dinheiro) e voluntário (não recebe salário). Há dificuldades no trabalho voluntário – as mesmas do remunerado. Como deve ser a nossa atitude com o colega de trabalho voluntário ou remunerado? Aceitar, compreender o colega difícil; assim também na escola: aceitar os colegas, respeitá-los. Como deve ser a atitude de um bom trabalhador voluntário ou remunerado? Exige estudo, dedicação, honestidade, paciência, chegar no horário, ter bom-humor, boa-vontade, disposição para trabalhar. Evoluímos no trabalho superando as dificuldades; e conhecendo nossas virtudes a desenvolver podemos ser melhores trabalhadores e pessoas de bem a partir do esforço em se melhorar. O trabalho voluntário proporciona crescimento espiritual de quem o realiza, transformando o planeta para melhor, iniciando pela mudança positiva do trabalhador. Deus nós dá a oportunidade de um trabalho voluntário porque nos ama e quer que sejamos felizes. Benefícios do trabalho voluntário: - Quem acende uma luz é o primeiro a se iluminar. O primeiro beneficiado é quem faz o trabalho e quem recebe é o segundo beneficiado. - Traz paz no coração, consciência tranqüila. - Nos aproxima de Jesus e de nosso espírito protetor. - O bem que se faz retorna para nós. Em resumo: o trabalho é uma atividade natural inerente a toda criatura humana. Não há progresso sem trabalho. Trabalhar é uma necessidade ditada pela própria Lei da Evolução. Nossa evolução espiritual é dependente do trabalho. Quando trabalhamos imitamos Jesus que, além dos ensinamentos dados através de palavras e exemplos, nos lembra: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” (JO, 5:17) 647. A necessidade do trabalho é lei da Natureza?
  • 5. “O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” 675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” 676. Por que o trabalho se impõe ao homem? “Por ser uma conseqüência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.” 677. Por que provê a Natureza, por si mesma, a todas as necessidades dos animais? “Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria conservação. Daí vem que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais se cifra no cuidarem da própria conservação, refiro-me ao objetivo com que trabalham. Entretanto, provendo às suas necessidades materiais, eles se constituem, inconscientemente, executores dos desígnios do Criador e, assim, o trabalho que executam também concorre para a realização do objetivo final da Natureza, se bem quase nunca lhe descubrais o resultado imediato.” 678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar? “A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.” 679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência? “Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.” 680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer que seja e cuja existência é, portanto, inútil? “Deus é justo e, pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência, porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um seja útil, de acordo com as suas faculdades.” (643) 681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais? “Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita freqüência se esquece na vossa sociedade atual.” 682. Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da Natureza?
  • 6. “Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.” 683. Qual o limite do trabalho? “O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o homem.” 684. Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho? “Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.” (273) 685. Tem o homem o direito de repousar na velhice? “Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.” 685-a) - Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode? “O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.” Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.