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Universidade Federal da Bahia
Escola Politécnica

Departamento de engenharia química

METODOLOGIA “PINCH”:
DEMONSTRAÇÃO DE INTEGRAÇÃO
DE REDE DE TROCADORES DE
CALOR

Autor: Adriano Brito de Sena Freitas

Salvador, Bahia, Brasil, domingo, 23 de fevereiro de 2014.
2 de 28

METODOLOGIA

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

Sumário
Sumário ...................................................................................................................... 2
1

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3

2

OBJETIVO ................................................................................................. 4

3

SISTEMA EM ESTUDO ............................................................................ 5

4

PREMISSAS PARA O CÁLCULO DA REDE ............................................ 6

5
5.1
5.2
5.3
5.4
5.4.1
5.4.2
5.5
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.3.1.
5.5.3.2.
5.5.3.3.
5.5.3.4.
5.5.4

IDENTIFICAÇÃO DO MÍNIMO CONSUMO DE UTILIDADES .................. 7
TABELA DE OPORTUNIDADES............................................................... 7
ALGORITMO DA TABELA PROBLEMA ................................................... 8
DIAGRAMA DE CASCATA DE CALOR .................................................. 10
CURVAS COMPOSTAS .......................................................................... 11
Curvas compostas quentes e frias .......................................................... 12
Grande curva composta .......................................................................... 14
SÍNTESE DE REDES DE TROCADORES DE CALOR .......................... 16
Custo da rede de trocadores sem integração .......................................... 16
Redução do custo de utilidades com integração energética ................... 18
Rede com mínimo consumo de utilidades ............................................... 19
Intervalos 1 e 2 ........................................................................................ 19
Intervalo 3 ................................................................................................ 20
Intervalo 4 ................................................................................................ 23
Intervalos 5 e 6 ........................................................................................ 24
Rede final de trocadores de calor ............................................................ 26

6

CONCLUSÕES ....................................................................................... 27

7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 28

Adriano Brito de Sena Freitas
Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text

3 de 28

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1 INTRODUÇÃO
O aumento da competitividade entre as empresas num âmbito global, as
variações no preço dos combustíveis além da pressão da sociedade pela redução
dos impactos ambientais têm impulsionado as indústrias a elevarem sua eficiência
energética através de técnicas que promovam otimização do consumo de utilidades.
A otimização do consumo de utilidades promove uma redução na geração de
efluentes líquidos (produção e descarte de água de resfriamento) e gasosos (gases
de efeito estufa da queima de combustíveis) diminuindo custos operacionais e
impactos ambientais.
A necessidade de utilidades (vapor e água de resfriamento) em processos
industriais provém da existência de correntes que necessitam ser aquecidas e
resfriadas.
Para redução do consumo de utilidades em plantas industriais foram
desenvolvidas técnicas de integração energética através de um conjunto de
premissas estabelecidas para a aplicação da Primeira e Segunda Lei da
Termodinâmica.O modelo de transbordo, conhecido na literatura como Tecnologia
“Pinch”,
Esta técnica visa a encontrar o consumo mínimo de utilidades necessárias para
o processo e sintetizar a rede de trocadores que satisfaça as premissas do método
permitindo a determinação dos custos totais da rede.

Adriano Brito de Sena Freitas
4 de 28

METODOLOGIA

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

2 OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar a aplicação da técnica de
integração energética de rede de trocadores de calor pelo método do transbordo,
mostrando a redução do consumo de utilidades na rede e dos custos totais após a
evolução da rede.

Adriano Brito de Sena Freitas
Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text

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3 SISTEMA EM ESTUDO
O sistema em estudo é composto de uma corrente fria (que necessita de
aquecimento) e três correntes quentes (que necessitam de resfriamento). Suas
temperaturas de origem (To) e destino (Td) assim como suas taxas de capacidade
calorífica (W.Cp) se encontram na Tabela 1.
Tabela 1: Sistema em estudo
corrente

W.Cp (kW/°C)

To (°C)

Td (°C)

F1

7

-5

215

Q1

2

260

45

Q2

5

220

110

Q3

3

205

45

Para atender as especificações de temperatura das correntes de processo, são
utilizados vapor saturado a 250 °C e água. Suas especificações utilizadas para o
cálculo da rede são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Utilidades para o sistema em estudo
Tentrada
(°C)
Vapor saturado
250
Água
30
Utilidades

Tsaída
(°C)
250
60*

Calor latente
(kWh/kg)
0,48
-

Adriano Brito de Sena Freitas

Calor específico
(kWh/(kg.°C))
0,00116
6 de 28

METODOLOGIA

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

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DE TROCADORES DE

CALOR

4 PREMISSAS PARA O CÁLCULO DA REDE
As premissas consideradas para o desenvolvimento da rede de trocadores de
calor foram:
 O ΔTmin utilizado para foi de 10°C.
 O número mínimo de unidades de troca térmica será igual ao número de
correntes de processo mais o número de utilidades disponíveis menos
1,ou seja, 4+2-1=5.
 Os calores específicos foram considerados constantes.
 Não utilizar utilidades quentes abaixo do “pinch”.
 Não utilizar utilidades frias acima do “pinch”.
 Os coeficientes globais de troca térmica utilizados serão os da Tabela 3.

Tabela 3: Coeficientes globais
Equipamento
Trocador
Resfriador
aquecedor

U
(kW/(m².°C))
0,75
0,75
1,00

 Os trocadores de calor serão casco-e-tubo com escoamento em contracorrente com 1 passe no casco e 1 passe no tubo.
 Temperatura máxima de saída da água para resfriamento será de 60°C.

Adriano Brito de Sena Freitas
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5 IDENTIFICAÇÃO DO MÍNIMO CONSUMO DE UTILIDADES
A seguir serão apresentados os passos para encontrar o mínimo consumo de
utilidades para o processo em estudo.

5.1

TABELA DE OPORTUNIDADES
A tabela de oportunidades, conhecida também na literatura como tabela

problema, é a ferramenta chave para a aplicação da tecnologia “Pinch”.As
temperaturas de entrada (Te) e saída (Ts) assim como as taxas de capacidade
calorífica (W.Cp) são listadas nesta tabela. A carga térmica de cada corrente é
calculada pelas equações:

deltaT Ts Te
Q W .Cp deltaT

Tabela 4: Tabela de oportunidades
Corrente
F1
Q1
Q2
Q3

Te
K
268,15
533,15
493,15
478,15

Ts
K
488,15
318,15
383,15
318,15

delta T
W.Cp
o
C
kW/oC
220
7
-215
2
-110
5
-160
3
Déficit energético

Q
kW
1540
-430
-550
-480
80

Tipo
fria
quente
quente
quente

A soma das taxas de calor de cada corrente fornece o déficit energético do
processo, 80 kW, o que indica uma necessidade de aquecimento do processo.

Adriano Brito de Sena Freitas
METODOLOGIA

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CALOR

5.2

ALGORITMO DA TABELA PROBLEMA
Visando visualizar de forma simplificada as possibilidades de redução do

consumo de utilidades é construído o algoritmo da tabela problema. As temperaturas
das correntes quentes (em vermelho) e as temperaturas da corrente fria em azul,
forma organizadas em ordem crescente e, obedecendo ao ΔTmin de 10°C foram
inseridas as outras temperaturas (em preto). Foram identificadas as correntes
envolvidas em cada intervalo e calculadas as taxas de calor nestes. Os cálculos das
taxas de calor para os seis intervalos são apresentados a seguir.
Qint ervalo1
Qint ervalo2
Qint ervalo3
Qint ervalo4
3

kW
C

Qint ervalo5
Qint ervalo6

kW
C
kW
2
C
kW
2
C
kW
2
C

2

260 225 C

kW
C
kW
220 205 C 7
C
kW
205 110 C 7
C
225 220 C 7

205 110 C
2

70kW
215 210 C

25kW

kW
C
kW
195 100 C 5
C
210 195 C 5

220 205 C

0kW

205 110 C

285kW

kW
kW
kW
110 45 C 7
100 35 C 3
C
C
C
kW
7
35 ( 5) C
280kW
C

Adriano Brito de Sena Freitas

110 45 C

130kW
Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text

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that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to
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To
Correntes Q1

Q2

Correntes
Envolvidas no
intervalo
Q(kW) no intervalo

Td

Q3

F1
260

250

225

215

220

210

205

195

Q1
Q1,F1
Q1,Q2,F1

Q1,Q2,Q3,F1
110

-5

0

285

35

5

-25

100

45

70

Q1,Q3,F1

-130

F1

-280

Figura 1: Algoritmo da tabela problema

O algoritmo da tabela problema corresponde a uma integração sem cascata de
calor, transferindo calor de alto nível de temperatura para utilidade fria, não sendo
transferido calor de um intervalo de temperatura para outro. A quantidade de
utilidades quentes e frias que deve ser utilizada nessa configuração é de 355 kW e
de 435 kW, respectivamente.

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5.3

DIAGRAMA DE CASCATA DE CALOR
Nesta etapa iremos obter o mínimo consumo de utilidades devido a

recuperação de energia entre os intervalos de temperatura. Na figura 2 temos que d
lado esquerdo se encontra a fonte de utilidades quentes e do lado direito a fonte de
utilidades frias. Para o processo com integração sem cascata temos as cargas
térmicas em vermelho. Para o processo com integração com cascata temos as
cargas térmicas em azul. Note que com integração com cascata de calor, não há
necessidade do uso de utilidade fria, sendo usado somente 80 kW de utilidade
quente.
70
U
T
I
L
I
D
A
D
E

70
25

70
-25
45
0
45

285

U
T
I
L
I
D
A
D
E

285
Q
U
E
N
T
E

130

330
-130

280

F
R
I
A

200
-280

80

Figura 2: Diagrama de Cascata de Calor

A redução do consumo de utilidades quentes e frias é apresentada na tabela 5.
Nesta fica evidente a eficácia da integração com cascata no sentido de alcançar o
mínimo consumo de utilidades.

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Tabela 5: Utilidades quentes e frias usadas em cada etapa
Opções:
Sem integração
Integração sem cascata
Integração com cascata

5.4

UQ (kW) UF (kW)
1460
1540
435
355
80
0

CURVAS COMPOSTAS
A construção das curvas compostas permite a observação gráfica da

quantidade de utilidades que o processo necessita além da identificação do ponto de
estrangulamento térmico.
A seguir são apresentados os procedimentos para a construção das curvas
compostas quentes e frias, e da grande curva composta.

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METODOLOGIA

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CALOR

5.4.1

Curvas compostas quentes e frias
Para a construção das curvas compostas quentes e frias, as temperaturas das

correntes quentes e fria foram colocadas em ordem crescente e tomando como
referência a temperatura mais baixa, foram calculadas as taxas de calor cumulativas
para cada intervalo. O cálculo é representado a seguir e os resultados constam na
tabela 6.
Qf1

0kW

Q q1

kW
C
0kW

Qq 2

(2 3)

Qq3

Qq 2

Qq 4

Qq3

Qf1

Qq 4

Qf2

7

215 ( 5) C 1540kW

kW
C

110 45 C

325kW

kW
205 110 C 1275kW
C
kW
(2 5)
220 205 C 1380kW
C
kW
2
260 220 C 1460kW
C
(2 5 3)

Tabela 6: Tabela para a construção das curvas compostas quente e fria.
Tf (ºC)
-5
215
-

Qf (kW)
0
1540
-

Tq (ºC) Qq (kW)
45
0
110
325
205
1275
220
1380
260
1460

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As curvas compostas quente e fria são apresentadas na figura 3.O ponto mais
próximo entre estas é o ponto de estrangulamento ou “pinch”. Na região mais baixa
das curvas não existe diferença de energia não havendo a necessidade de utilidades
frias. Na região de maior temperatura das curvas é evidenciado um déficit energético
caracterizando a necessidade de utilidades quentes.

290

240

T (°C)

190
Curva composta
quente

140

90
Curva composta fria

40

-10 0

300

600

900
Q (kW)

1200

1500

1800

Figura 3: Curvas compostas quentes e frias

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5.4.2

Grande curva composta
Para a construção da Grande curva composta, GCC, foi construída a tabela 7 a

qual apresenta as temperaturas das correntes quentes e das correntes frias
deslocadas em ( -ΔTmin/2) e ( +ΔTmin/2), respectivamente.

Tabela 7: Tabela inicial para a construção da Grande curva composta
Corrente

Tinicial
(ºC)

Tfinal
(°C)

Tipo

W.Cp
(kW/ºC)

Tinicial +/-(ΔTmin/2)

Q1
Q2
Q3
F1

260
220
205
-5

45
110
45
215

Quente
Quente
Quente
Fria

2
5
3
7

255
215
200
0

(

°

C

)

Tfinal +/-(ΔTmin/2)
(

°

C

)

40
105
40
220

Na segunda etapa da construção da GCC, as cargas térmicas de cada
passagem de intervalo foram calculadas tendo como referência no para o intervalo 1
o valor de 80 kW para o Qgcc valor este obtido no diagrama de cascata de calor. Foi
calculado o ΔQ de cada intervalo a partir da equação:
Q

W .Cp quente

W .Cp fria

T

Onde ΔT é a diferença entre a temperatura do intervalo atual e a temperatura
do intervalo anterior. O Qgcc do intervalo atual é igual ao Qgcc do intervalo anterior
somado ao ΔQ do intervalo atual. Note que no último intervalo o Qgcc é nulo
evidenciando a não existência de utilidades frias.

Adriano Brito de Sena Freitas
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Tabela 8: Tabela final para a construção da Grande curva composta
Intervalo
1
2
3
4
5
6
7

Tdeslocada
(°C)
255
220
215
200
105
40
0

∑W.Cpquente
(kW/ºC)

∑W.Cpfrio
(kW/ºC)

35

2

0

70

5
15
95
65
40

2
7
10
5
0

7
7
7
7
7

-25
0
285
-130
-280

ΔT
(

°

C

)

ΔQ
(

k

W

)

Qgcc
(kW)
80
150
125
125
410
280
0

Com isto a Grande curva composta é construída. Com esta pode ser observado
o ponto de “Pinch” na parte mais inferior da curva o que evidencia a não utilização
de utilidades frias. O formato desta em “maior que” evidencia um grande potencial de
integração energética entre as correntes de processo. A região circulada é onde é

T (°C)

necessária a inserção de utilidades quentes.

300
250
200
150
100
50
0
0

200

400

Q (kW)
Figura 4: Grande curva composta

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600
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METODOLOGIA

“PINCH”:

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DEMONSTRAÇÃO

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CALOR

5.5

SÍNTESE DE REDES DE TROCADORES DE CALOR
Nesta etapa serão apresentados os custos da rede inicial, com integração sem

cascata e com integração com cascata. Posteriormente, será construída a rede com
o mínimo consumo de utilidades (RMCU) e finalizaremos com a evolução desta rede
a partir da aglutinação de trocadores em série.

5.5.1

Custo da rede de trocadores sem integração
O cálculo do custo do consumo de utilidades foi realizado com base nas taxas

de calor necessárias para o aquecimento da corrente fria utilizando vapor (1540 kW),
e resfriamento das correntes quente utilizando água (1460 kW).Os resultados estão
listados na tabela 9.

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Tabela 9: Custos das utilidades sem integração energética por hora
Utilidades
Vapor sat.
Água resfr.

Te
o
K
523,15
303,15

Ts
o
K
523,15
333,15

delta T
o
C
0
30

Q
kW
1540
1460

Cp
kWh/(kg.°C)
0,00116

Lf
kWh/kg
0,48

Preço
R$/ton
1,50
0,50
Custo de Utilidades (R$/h)

Custo Util.
R$/h
4,81
20,98
25,79

O investimento anual para cada trocador de calor sem integração energética foi
obtido pela fórmula:

O custo de investimento total foi obtido pela relação:

Assim temos que para o trocador 1:

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METODOLOGIA

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DEMONSTRAÇÃO

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CALOR

Tabela 10: Custo anual dos trocadores de calor sem integração energética
Trocador
1
2
3
4

Tqe
o
K
523,15
533,15
493,15
478,15

Tqs
o
K
523,15
318,15
383,15
318,15

Tfe
o
K
268,15
303,15
303,15
303,15

Tfs
o
K
488,15
333,15
333,15
333,15

delta Tln
o
K
111
71
115
57

U
Q
Área
Custo inv.
W/m2K
m2
kW
R$/ano
1000
1540
13,90
958,68
750
430
8,03
9.461,34
750
550
6,35
9.408,39
750
480
11,17
9.536,63
Custo de investimento total (R$/ano) 2.936,50

O custo operacional com as utilidades será:

O resumo dos custos anuais é apresentado na tabela 11.
Tabela 11: Custos anuais
Custo operacional com Utilidades (R$/ano)
Custo de capital (R$/ano)
Custo Total (R$/ano)

5.5.2

219.210,85
2.936,50
222.147,35

Redução do custo de utilidades com integração energética
Os custos com as utilidades sem nenhuma integração energética estavam em

R$25,79/h. Através do algoritmo da tabela problema foi possível reduzir esse custo
para R$ 6,46/h conforme apresentado na tabela 12. A integração com cascata,
através da transferência de calor entre os intervalos de temperatura permitiu uma
redução dos custos com utilidades para R$ 0,25/h o que equivale a 0,97% do valor
inicial. Este resultado é apresentado na tabela13.

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Tabela 12: Cálculo do custo com utilidades sem cascata
Utilidades
Vapor sat.
Água resfr.

Te
o
K
523,15
303,15

Ts
o
K
523,15
333,15

delta T
o
C
0
30

Q
Cp
Lf
Preço Custo Util.
kW kWh/(kg.°C) kWh/kg R$/ton
R$/h
435
0,48
1,50
1,36
355
0,00116
0,50
5,10
Custo de Utilidades (R$/h)
6,46

Tabela 13: Cálculo do custo com utilidades com cascata
Utilidades
Vapor sat.
Água resfr.

5.5.3

Te
o
K
523,15
303,15

Ts
o
K
523,15
333,15

delta T
o
C
0
30

Q
Cp
Lf
Preço Custo Util.
kW kWh/(kg.°C) kWh/kg R$/ton
R$/h
80
0,48
1,50
0,25
0
0,00116
0,50
0,00
Custo de Utilidades (R$/h)
0,25

Rede com mínimo consumo de utilidades
A construção da rede com o mínimo consumo de utilidades deve obedecer ao

∆Tmin de 10°C, que é uma das premissas do cálculo. Para a construção da rede,
será feita uma divisão em intervalos facilitando a sua construção.

5.5.3.1.Intervalos 1 e 2
Como no primeiro intervalo só existe a corrente Q1, os intervalos 2 e 3 serão
agrupados de forma que irá englobar a corrente F1 agora. A corrente F1 entra a
210°C e sai a 215°C do trocador enquanto que a corrente Q1 entre a 260°C. Por
balanço temos que:

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CALOR

F1
Q1

210
T-01
242,5

260
215

Figura 5: Configuração dos intervalos 1 e 2.

Logo, a temperatura de saída será de Q1 do trocador T-01 será de 242,5°C que
é acima dos 220 °C do limite inferior do segundo intervalo. Com isto esta corrente
tem potencial para aquecimento em outros intervalos.

5.5.3.2.Intervalo 3
Neste intervalo iremos testar duas configurações para levar a corrente F1 de
195°C para 210°C.
 Configuração 1
Nesta primeira configuração, a corrente Q1 entra com sua temperatura
de 242,5°C, conforme intervalo anterior e vai até a sua temperatura limite
no intervalo 3, 205°C, sendo o restante da energia suprida pela corrente
Q2.
A temperatura de saída de F1 do trocador T-02 será:

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Assim a corrente F1 entra no trocador T-03 a 205,7°C e sai a 210°C
enquanto Q2 entra neste trocador a 220°C e sai com a temperatura
calculada abaixo:

Q1

242,5

Q2

220

T-02

F1

T-03

205,7

195

210

205

213,98

Figura 6: Configuração 1 para o intervalo 3.

O custo de capital para esta configuração é apresentado na tabela 14.
Tabela 14: Custo de capital para a configuração 1 do intervalo 3
Trocador
2
3

Área
m2
4,86
4,40

Custo inv.
R$/ano
93,48
93,26

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METODOLOGIA

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

 Configuração 2
Nesta primeira configuração, a corrente Q2 entra com sua temperatura
de 220°C e vai até a sua temperatura limite no intervalo 3, 205°C, sendo
o restante da energia suprida pela corrente Q1.
A temperatura de saída de F1 do trocador T-02 será:

Assim a corrente F1 entra no trocador T-03 a 205,7°C e sai a 210°C
enquanto Q1 entra neste trocador a 242,5°C e sai com a temperatura
calculada abaixo:

Q2
F1
195

220
T-02

Q1

242,5
P-13

205,7
205

T-03
210

227,5

Figura 7: Configuração 2 para o intervalo 3.

O custo para esta configuração é apresentado na tabela 15

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Tabela 15: Custo de capital para a configuração 2 do intervalo 3
Trocador
2
3

Área
m2
8,31
1,50

Custo inv.
R$/ano
94,69
90,88

Assim a configuração 2 será escolhida por apresentar o menor custo de
capital.

5.5.3.3.Intervalo 4
Neste intervalo inicialmente será dado prioridade a correnete quente de maior
taxa de capacidade calorífica, Q2, a qual entrará no trocador T-04 a 205°C e sairá a
110°C. A corrente F1 entrará neste trocador a 100°C e sairá na temperatura
calculada abaixo.

Numa segunda etapa a corrente F1 será dividida de forma a permitir a troca
térmica com as correntes Q1 e Q3. A proporção de divisão da energia da corrente
F1 foi de 0,286 para o trocador T-05, e 0,714 para o trocador T-06.

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METODOLOGIA

24 de 28

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

Q1

227,5

X=0,286

T-05
217,5

Q2

177,86

205
T-04

F1

167,86

100

195

110

Q3

205
T-06
186,01
174,76

Figura 8: Configuração para o intervalo 4.

5.5.3.4.Intervalos 5 e 6
Nos intervalos 5 e 6 foi inserido o trocador T-09 com vapor saturado a 250°C,
conforme previsto nas análises anteriores fornecendo 80 kW para o sistema.

250
Q1
F1

177,86
T-07

Q3

174,76
T-08

32,96

-5
45

250

88,57

T-09
100

45

Figura 9: Configuração para os intervalos 5 e 6.
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A rede com o mínimo consumo de utilidades é obtida através da interligação
dos intervalos corrente a corrente. A rede se encontra na figura

Q1
X=0,286

227,5
T-05
217,5

177,86

250
Q3

Q1
F1

T-07
32,96

-5

250

110

45
T-08
88,57

Q2

T-04

T-09

F1

167,86

100
Q2

45

195
Q3

220
T-02

242,5

Q1

T-03

205,7

205

210

F1

260
T-01
215
242,5

T-06
186,01
174,76

174,76
205

Figura 10: Rede com o mínimo consumo de utilidades

O custo de capital referente a cada trocador, além da carga térmica e da área
de troca térmica destes se encontram listados na tabela 16
Tabela 16: Dados da RMCU
Q
Área Custo cap.
kW
m2
R$/ano
1
35
1,21
90,42
2
74,9
8,31
94,69
3
30,1
1,50
90,88
4
475,02
30,62
97,70
5
347,48
9,33
94,96
6
127,05
14,19
95,92
7
265,72
3,97
93,03
8
389,27
13,78
95,85
9
80,01
0,69
89,19
Custo de capital total (R$/ano)
842,63

Trocador

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METODOLOGIA

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“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

5.5.4

Rede final de trocadores de calor
É a RMCU evoluída através de quebras de ciclos visando minimizar o custo

total anual. Como os trocadores T-01 e T-03 estavam em série, estes foram
aglutinados formando um novo T-01 com uma maior área de troca térmica.

Q1
X=0,286

227,5
T-05
217,5

177,86

250
Q3

Q1
F1

T-07
32,96

-5

250

110

45
T-08
88,57

Q2

T-04

T-09

F1

167,86

100
Q2

45

195
Q3

220
T-02
205,7

Q1

260
T-01
215

205
T-06
186,01

174,76

174,76
205

Figura 11: Rede evoluída a partir da retirada da aglutinação do T-01 com o T-03

A redução do custo de capital pode ser observada na tabela 17 assim como a
elevação da área de troca térmica do T-01.

Tabela 17: Dados da RMCU evoluída.
Q
Área Custo cap.
kW
m2
R$/ano
1
65,1
2,71
92,18
2
74,9
8,31
94,69
4
475,02
30,62
97,70
5
347,48
9,33
94,96
6
127,05
14,19
95,92
7
265,72
3,97
93,03
8
389,27
13,78
95,85
9
80,01
0,69
89,19
Custo de capital total (R$/ano)
753,51

Trocador

Adriano Brito de Sena Freitas
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6 CONCLUSÕES
A rede obtida pelo método do transbordo se mostrou satisfatória observando-se
a redução do consumo de utilidades e dos custos totais.
O custo de capital sofreu um decréscimo de R$ 2.936,50 / ano para R$ 753,51 /
ano, ou seja, uma redução de 74,34%. Além disso, conforme já explicitado o custo
com utilidades caiu 99,03%.
Não houve a necessidade de utilização de utilidades frias, e o consumo de
utilidades quentes foi amplamente reduzido com relação a situação original. Isto foi
possível devido ao grande potencial de integração energética entre as correntes
evidenciado na grande curva composta.
Logo, o método se mostrou satisfatório para a construção de um sistema
conceitual de redes de integração energética atingindo os objetivos esperados com
relação à redução de custos totais tendo uma facilidade de aplicação devido aos
dados já terem sido coletados.

Adriano Brito de Sena Freitas
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METODOLOGIA

“PINCH”:

INTEGRAÇÃO DE REDE

DEMONSTRAÇÃO

DE

EP - UFBA

DE TROCADORES DE

CALOR

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INCROPERA, F.P., DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de
Massa. São Paulo: Ed. LTC, 2003.
LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia Chagas; SANTANA, Isnaia Veiga.
Manual de Estilo Acadêmico: Monografias, Dissertações e Teses. Salvador:
EDUFBA, 2008. 145 p.
PERLINGEIRO,C.A.G. Engenharia de Processos. São Paulo: Ed. Edgar
Blucher,2005.

Adriano Brito de Sena Freitas

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Método Pinch: demonstração da integração de rede de trocadores de calor

  • 1. Universidade Federal da Bahia Escola Politécnica Departamento de engenharia química METODOLOGIA “PINCH”: DEMONSTRAÇÃO DE INTEGRAÇÃO DE REDE DE TROCADORES DE CALOR Autor: Adriano Brito de Sena Freitas Salvador, Bahia, Brasil, domingo, 23 de fevereiro de 2014.
  • 2. 2 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR Sumário Sumário ...................................................................................................................... 2 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3 2 OBJETIVO ................................................................................................. 4 3 SISTEMA EM ESTUDO ............................................................................ 5 4 PREMISSAS PARA O CÁLCULO DA REDE ............................................ 6 5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.4.1 5.4.2 5.5 5.5.1 5.5.2 5.5.3 5.5.3.1. 5.5.3.2. 5.5.3.3. 5.5.3.4. 5.5.4 IDENTIFICAÇÃO DO MÍNIMO CONSUMO DE UTILIDADES .................. 7 TABELA DE OPORTUNIDADES............................................................... 7 ALGORITMO DA TABELA PROBLEMA ................................................... 8 DIAGRAMA DE CASCATA DE CALOR .................................................. 10 CURVAS COMPOSTAS .......................................................................... 11 Curvas compostas quentes e frias .......................................................... 12 Grande curva composta .......................................................................... 14 SÍNTESE DE REDES DE TROCADORES DE CALOR .......................... 16 Custo da rede de trocadores sem integração .......................................... 16 Redução do custo de utilidades com integração energética ................... 18 Rede com mínimo consumo de utilidades ............................................... 19 Intervalos 1 e 2 ........................................................................................ 19 Intervalo 3 ................................................................................................ 20 Intervalo 4 ................................................................................................ 23 Intervalos 5 e 6 ........................................................................................ 24 Rede final de trocadores de calor ............................................................ 26 6 CONCLUSÕES ....................................................................................... 27 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 28 Adriano Brito de Sena Freitas
  • 3. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 3 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. 1 INTRODUÇÃO O aumento da competitividade entre as empresas num âmbito global, as variações no preço dos combustíveis além da pressão da sociedade pela redução dos impactos ambientais têm impulsionado as indústrias a elevarem sua eficiência energética através de técnicas que promovam otimização do consumo de utilidades. A otimização do consumo de utilidades promove uma redução na geração de efluentes líquidos (produção e descarte de água de resfriamento) e gasosos (gases de efeito estufa da queima de combustíveis) diminuindo custos operacionais e impactos ambientais. A necessidade de utilidades (vapor e água de resfriamento) em processos industriais provém da existência de correntes que necessitam ser aquecidas e resfriadas. Para redução do consumo de utilidades em plantas industriais foram desenvolvidas técnicas de integração energética através de um conjunto de premissas estabelecidas para a aplicação da Primeira e Segunda Lei da Termodinâmica.O modelo de transbordo, conhecido na literatura como Tecnologia “Pinch”, Esta técnica visa a encontrar o consumo mínimo de utilidades necessárias para o processo e sintetizar a rede de trocadores que satisfaça as premissas do método permitindo a determinação dos custos totais da rede. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 4. 4 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 2 OBJETIVO O presente trabalho tem por objetivo apresentar a aplicação da técnica de integração energética de rede de trocadores de calor pelo método do transbordo, mostrando a redução do consumo de utilidades na rede e dos custos totais após a evolução da rede. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 5. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 5 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. 3 SISTEMA EM ESTUDO O sistema em estudo é composto de uma corrente fria (que necessita de aquecimento) e três correntes quentes (que necessitam de resfriamento). Suas temperaturas de origem (To) e destino (Td) assim como suas taxas de capacidade calorífica (W.Cp) se encontram na Tabela 1. Tabela 1: Sistema em estudo corrente W.Cp (kW/°C) To (°C) Td (°C) F1 7 -5 215 Q1 2 260 45 Q2 5 220 110 Q3 3 205 45 Para atender as especificações de temperatura das correntes de processo, são utilizados vapor saturado a 250 °C e água. Suas especificações utilizadas para o cálculo da rede são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2: Utilidades para o sistema em estudo Tentrada (°C) Vapor saturado 250 Água 30 Utilidades Tsaída (°C) 250 60* Calor latente (kWh/kg) 0,48 - Adriano Brito de Sena Freitas Calor específico (kWh/(kg.°C)) 0,00116
  • 6. 6 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 4 PREMISSAS PARA O CÁLCULO DA REDE As premissas consideradas para o desenvolvimento da rede de trocadores de calor foram:  O ΔTmin utilizado para foi de 10°C.  O número mínimo de unidades de troca térmica será igual ao número de correntes de processo mais o número de utilidades disponíveis menos 1,ou seja, 4+2-1=5.  Os calores específicos foram considerados constantes.  Não utilizar utilidades quentes abaixo do “pinch”.  Não utilizar utilidades frias acima do “pinch”.  Os coeficientes globais de troca térmica utilizados serão os da Tabela 3. Tabela 3: Coeficientes globais Equipamento Trocador Resfriador aquecedor U (kW/(m².°C)) 0,75 0,75 1,00  Os trocadores de calor serão casco-e-tubo com escoamento em contracorrente com 1 passe no casco e 1 passe no tubo.  Temperatura máxima de saída da água para resfriamento será de 60°C. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 7. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 7 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. 5 IDENTIFICAÇÃO DO MÍNIMO CONSUMO DE UTILIDADES A seguir serão apresentados os passos para encontrar o mínimo consumo de utilidades para o processo em estudo. 5.1 TABELA DE OPORTUNIDADES A tabela de oportunidades, conhecida também na literatura como tabela problema, é a ferramenta chave para a aplicação da tecnologia “Pinch”.As temperaturas de entrada (Te) e saída (Ts) assim como as taxas de capacidade calorífica (W.Cp) são listadas nesta tabela. A carga térmica de cada corrente é calculada pelas equações: deltaT Ts Te Q W .Cp deltaT Tabela 4: Tabela de oportunidades Corrente F1 Q1 Q2 Q3 Te K 268,15 533,15 493,15 478,15 Ts K 488,15 318,15 383,15 318,15 delta T W.Cp o C kW/oC 220 7 -215 2 -110 5 -160 3 Déficit energético Q kW 1540 -430 -550 -480 80 Tipo fria quente quente quente A soma das taxas de calor de cada corrente fornece o déficit energético do processo, 80 kW, o que indica uma necessidade de aquecimento do processo. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 8. METODOLOGIA 8 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.2 ALGORITMO DA TABELA PROBLEMA Visando visualizar de forma simplificada as possibilidades de redução do consumo de utilidades é construído o algoritmo da tabela problema. As temperaturas das correntes quentes (em vermelho) e as temperaturas da corrente fria em azul, forma organizadas em ordem crescente e, obedecendo ao ΔTmin de 10°C foram inseridas as outras temperaturas (em preto). Foram identificadas as correntes envolvidas em cada intervalo e calculadas as taxas de calor nestes. Os cálculos das taxas de calor para os seis intervalos são apresentados a seguir. Qint ervalo1 Qint ervalo2 Qint ervalo3 Qint ervalo4 3 kW C Qint ervalo5 Qint ervalo6 kW C kW 2 C kW 2 C kW 2 C 2 260 225 C kW C kW 220 205 C 7 C kW 205 110 C 7 C 225 220 C 7 205 110 C 2 70kW 215 210 C 25kW kW C kW 195 100 C 5 C 210 195 C 5 220 205 C 0kW 205 110 C 285kW kW kW kW 110 45 C 7 100 35 C 3 C C C kW 7 35 ( 5) C 280kW C Adriano Brito de Sena Freitas 110 45 C 130kW
  • 9. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 9 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. To Correntes Q1 Q2 Correntes Envolvidas no intervalo Q(kW) no intervalo Td Q3 F1 260 250 225 215 220 210 205 195 Q1 Q1,F1 Q1,Q2,F1 Q1,Q2,Q3,F1 110 -5 0 285 35 5 -25 100 45 70 Q1,Q3,F1 -130 F1 -280 Figura 1: Algoritmo da tabela problema O algoritmo da tabela problema corresponde a uma integração sem cascata de calor, transferindo calor de alto nível de temperatura para utilidade fria, não sendo transferido calor de um intervalo de temperatura para outro. A quantidade de utilidades quentes e frias que deve ser utilizada nessa configuração é de 355 kW e de 435 kW, respectivamente. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 10. 10 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.3 DIAGRAMA DE CASCATA DE CALOR Nesta etapa iremos obter o mínimo consumo de utilidades devido a recuperação de energia entre os intervalos de temperatura. Na figura 2 temos que d lado esquerdo se encontra a fonte de utilidades quentes e do lado direito a fonte de utilidades frias. Para o processo com integração sem cascata temos as cargas térmicas em vermelho. Para o processo com integração com cascata temos as cargas térmicas em azul. Note que com integração com cascata de calor, não há necessidade do uso de utilidade fria, sendo usado somente 80 kW de utilidade quente. 70 U T I L I D A D E 70 25 70 -25 45 0 45 285 U T I L I D A D E 285 Q U E N T E 130 330 -130 280 F R I A 200 -280 80 Figura 2: Diagrama de Cascata de Calor A redução do consumo de utilidades quentes e frias é apresentada na tabela 5. Nesta fica evidente a eficácia da integração com cascata no sentido de alcançar o mínimo consumo de utilidades. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 11. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 11 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Tabela 5: Utilidades quentes e frias usadas em cada etapa Opções: Sem integração Integração sem cascata Integração com cascata 5.4 UQ (kW) UF (kW) 1460 1540 435 355 80 0 CURVAS COMPOSTAS A construção das curvas compostas permite a observação gráfica da quantidade de utilidades que o processo necessita além da identificação do ponto de estrangulamento térmico. A seguir são apresentados os procedimentos para a construção das curvas compostas quentes e frias, e da grande curva composta. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 12. METODOLOGIA 12 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.4.1 Curvas compostas quentes e frias Para a construção das curvas compostas quentes e frias, as temperaturas das correntes quentes e fria foram colocadas em ordem crescente e tomando como referência a temperatura mais baixa, foram calculadas as taxas de calor cumulativas para cada intervalo. O cálculo é representado a seguir e os resultados constam na tabela 6. Qf1 0kW Q q1 kW C 0kW Qq 2 (2 3) Qq3 Qq 2 Qq 4 Qq3 Qf1 Qq 4 Qf2 7 215 ( 5) C 1540kW kW C 110 45 C 325kW kW 205 110 C 1275kW C kW (2 5) 220 205 C 1380kW C kW 2 260 220 C 1460kW C (2 5 3) Tabela 6: Tabela para a construção das curvas compostas quente e fria. Tf (ºC) -5 215 - Qf (kW) 0 1540 - Tq (ºC) Qq (kW) 45 0 110 325 205 1275 220 1380 260 1460 Adriano Brito de Sena Freitas
  • 13. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 13 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. As curvas compostas quente e fria são apresentadas na figura 3.O ponto mais próximo entre estas é o ponto de estrangulamento ou “pinch”. Na região mais baixa das curvas não existe diferença de energia não havendo a necessidade de utilidades frias. Na região de maior temperatura das curvas é evidenciado um déficit energético caracterizando a necessidade de utilidades quentes. 290 240 T (°C) 190 Curva composta quente 140 90 Curva composta fria 40 -10 0 300 600 900 Q (kW) 1200 1500 1800 Figura 3: Curvas compostas quentes e frias Adriano Brito de Sena Freitas
  • 14. METODOLOGIA 14 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.4.2 Grande curva composta Para a construção da Grande curva composta, GCC, foi construída a tabela 7 a qual apresenta as temperaturas das correntes quentes e das correntes frias deslocadas em ( -ΔTmin/2) e ( +ΔTmin/2), respectivamente. Tabela 7: Tabela inicial para a construção da Grande curva composta Corrente Tinicial (ºC) Tfinal (°C) Tipo W.Cp (kW/ºC) Tinicial +/-(ΔTmin/2) Q1 Q2 Q3 F1 260 220 205 -5 45 110 45 215 Quente Quente Quente Fria 2 5 3 7 255 215 200 0 ( ° C ) Tfinal +/-(ΔTmin/2) ( ° C ) 40 105 40 220 Na segunda etapa da construção da GCC, as cargas térmicas de cada passagem de intervalo foram calculadas tendo como referência no para o intervalo 1 o valor de 80 kW para o Qgcc valor este obtido no diagrama de cascata de calor. Foi calculado o ΔQ de cada intervalo a partir da equação: Q W .Cp quente W .Cp fria T Onde ΔT é a diferença entre a temperatura do intervalo atual e a temperatura do intervalo anterior. O Qgcc do intervalo atual é igual ao Qgcc do intervalo anterior somado ao ΔQ do intervalo atual. Note que no último intervalo o Qgcc é nulo evidenciando a não existência de utilidades frias. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 15. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 15 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Tabela 8: Tabela final para a construção da Grande curva composta Intervalo 1 2 3 4 5 6 7 Tdeslocada (°C) 255 220 215 200 105 40 0 ∑W.Cpquente (kW/ºC) ∑W.Cpfrio (kW/ºC) 35 2 0 70 5 15 95 65 40 2 7 10 5 0 7 7 7 7 7 -25 0 285 -130 -280 ΔT ( ° C ) ΔQ ( k W ) Qgcc (kW) 80 150 125 125 410 280 0 Com isto a Grande curva composta é construída. Com esta pode ser observado o ponto de “Pinch” na parte mais inferior da curva o que evidencia a não utilização de utilidades frias. O formato desta em “maior que” evidencia um grande potencial de integração energética entre as correntes de processo. A região circulada é onde é T (°C) necessária a inserção de utilidades quentes. 300 250 200 150 100 50 0 0 200 400 Q (kW) Figura 4: Grande curva composta Adriano Brito de Sena Freitas 600
  • 16. 16 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.5 SÍNTESE DE REDES DE TROCADORES DE CALOR Nesta etapa serão apresentados os custos da rede inicial, com integração sem cascata e com integração com cascata. Posteriormente, será construída a rede com o mínimo consumo de utilidades (RMCU) e finalizaremos com a evolução desta rede a partir da aglutinação de trocadores em série. 5.5.1 Custo da rede de trocadores sem integração O cálculo do custo do consumo de utilidades foi realizado com base nas taxas de calor necessárias para o aquecimento da corrente fria utilizando vapor (1540 kW), e resfriamento das correntes quente utilizando água (1460 kW).Os resultados estão listados na tabela 9. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 17. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 17 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Tabela 9: Custos das utilidades sem integração energética por hora Utilidades Vapor sat. Água resfr. Te o K 523,15 303,15 Ts o K 523,15 333,15 delta T o C 0 30 Q kW 1540 1460 Cp kWh/(kg.°C) 0,00116 Lf kWh/kg 0,48 Preço R$/ton 1,50 0,50 Custo de Utilidades (R$/h) Custo Util. R$/h 4,81 20,98 25,79 O investimento anual para cada trocador de calor sem integração energética foi obtido pela fórmula: O custo de investimento total foi obtido pela relação: Assim temos que para o trocador 1: Adriano Brito de Sena Freitas
  • 18. METODOLOGIA 18 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR Tabela 10: Custo anual dos trocadores de calor sem integração energética Trocador 1 2 3 4 Tqe o K 523,15 533,15 493,15 478,15 Tqs o K 523,15 318,15 383,15 318,15 Tfe o K 268,15 303,15 303,15 303,15 Tfs o K 488,15 333,15 333,15 333,15 delta Tln o K 111 71 115 57 U Q Área Custo inv. W/m2K m2 kW R$/ano 1000 1540 13,90 958,68 750 430 8,03 9.461,34 750 550 6,35 9.408,39 750 480 11,17 9.536,63 Custo de investimento total (R$/ano) 2.936,50 O custo operacional com as utilidades será: O resumo dos custos anuais é apresentado na tabela 11. Tabela 11: Custos anuais Custo operacional com Utilidades (R$/ano) Custo de capital (R$/ano) Custo Total (R$/ano) 5.5.2 219.210,85 2.936,50 222.147,35 Redução do custo de utilidades com integração energética Os custos com as utilidades sem nenhuma integração energética estavam em R$25,79/h. Através do algoritmo da tabela problema foi possível reduzir esse custo para R$ 6,46/h conforme apresentado na tabela 12. A integração com cascata, através da transferência de calor entre os intervalos de temperatura permitiu uma redução dos custos com utilidades para R$ 0,25/h o que equivale a 0,97% do valor inicial. Este resultado é apresentado na tabela13. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 19. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 19 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Tabela 12: Cálculo do custo com utilidades sem cascata Utilidades Vapor sat. Água resfr. Te o K 523,15 303,15 Ts o K 523,15 333,15 delta T o C 0 30 Q Cp Lf Preço Custo Util. kW kWh/(kg.°C) kWh/kg R$/ton R$/h 435 0,48 1,50 1,36 355 0,00116 0,50 5,10 Custo de Utilidades (R$/h) 6,46 Tabela 13: Cálculo do custo com utilidades com cascata Utilidades Vapor sat. Água resfr. 5.5.3 Te o K 523,15 303,15 Ts o K 523,15 333,15 delta T o C 0 30 Q Cp Lf Preço Custo Util. kW kWh/(kg.°C) kWh/kg R$/ton R$/h 80 0,48 1,50 0,25 0 0,00116 0,50 0,00 Custo de Utilidades (R$/h) 0,25 Rede com mínimo consumo de utilidades A construção da rede com o mínimo consumo de utilidades deve obedecer ao ∆Tmin de 10°C, que é uma das premissas do cálculo. Para a construção da rede, será feita uma divisão em intervalos facilitando a sua construção. 5.5.3.1.Intervalos 1 e 2 Como no primeiro intervalo só existe a corrente Q1, os intervalos 2 e 3 serão agrupados de forma que irá englobar a corrente F1 agora. A corrente F1 entra a 210°C e sai a 215°C do trocador enquanto que a corrente Q1 entre a 260°C. Por balanço temos que: Adriano Brito de Sena Freitas
  • 20. 20 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR F1 Q1 210 T-01 242,5 260 215 Figura 5: Configuração dos intervalos 1 e 2. Logo, a temperatura de saída será de Q1 do trocador T-01 será de 242,5°C que é acima dos 220 °C do limite inferior do segundo intervalo. Com isto esta corrente tem potencial para aquecimento em outros intervalos. 5.5.3.2.Intervalo 3 Neste intervalo iremos testar duas configurações para levar a corrente F1 de 195°C para 210°C.  Configuração 1 Nesta primeira configuração, a corrente Q1 entra com sua temperatura de 242,5°C, conforme intervalo anterior e vai até a sua temperatura limite no intervalo 3, 205°C, sendo o restante da energia suprida pela corrente Q2. A temperatura de saída de F1 do trocador T-02 será: Adriano Brito de Sena Freitas
  • 21. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 21 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Assim a corrente F1 entra no trocador T-03 a 205,7°C e sai a 210°C enquanto Q2 entra neste trocador a 220°C e sai com a temperatura calculada abaixo: Q1 242,5 Q2 220 T-02 F1 T-03 205,7 195 210 205 213,98 Figura 6: Configuração 1 para o intervalo 3. O custo de capital para esta configuração é apresentado na tabela 14. Tabela 14: Custo de capital para a configuração 1 do intervalo 3 Trocador 2 3 Área m2 4,86 4,40 Custo inv. R$/ano 93,48 93,26 Adriano Brito de Sena Freitas
  • 22. 22 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR  Configuração 2 Nesta primeira configuração, a corrente Q2 entra com sua temperatura de 220°C e vai até a sua temperatura limite no intervalo 3, 205°C, sendo o restante da energia suprida pela corrente Q1. A temperatura de saída de F1 do trocador T-02 será: Assim a corrente F1 entra no trocador T-03 a 205,7°C e sai a 210°C enquanto Q1 entra neste trocador a 242,5°C e sai com a temperatura calculada abaixo: Q2 F1 195 220 T-02 Q1 242,5 P-13 205,7 205 T-03 210 227,5 Figura 7: Configuração 2 para o intervalo 3. O custo para esta configuração é apresentado na tabela 15 Adriano Brito de Sena Freitas
  • 23. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 23 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. Tabela 15: Custo de capital para a configuração 2 do intervalo 3 Trocador 2 3 Área m2 8,31 1,50 Custo inv. R$/ano 94,69 90,88 Assim a configuração 2 será escolhida por apresentar o menor custo de capital. 5.5.3.3.Intervalo 4 Neste intervalo inicialmente será dado prioridade a correnete quente de maior taxa de capacidade calorífica, Q2, a qual entrará no trocador T-04 a 205°C e sairá a 110°C. A corrente F1 entrará neste trocador a 100°C e sairá na temperatura calculada abaixo. Numa segunda etapa a corrente F1 será dividida de forma a permitir a troca térmica com as correntes Q1 e Q3. A proporção de divisão da energia da corrente F1 foi de 0,286 para o trocador T-05, e 0,714 para o trocador T-06. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 24. METODOLOGIA 24 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR Q1 227,5 X=0,286 T-05 217,5 Q2 177,86 205 T-04 F1 167,86 100 195 110 Q3 205 T-06 186,01 174,76 Figura 8: Configuração para o intervalo 4. 5.5.3.4.Intervalos 5 e 6 Nos intervalos 5 e 6 foi inserido o trocador T-09 com vapor saturado a 250°C, conforme previsto nas análises anteriores fornecendo 80 kW para o sistema. 250 Q1 F1 177,86 T-07 Q3 174,76 T-08 32,96 -5 45 250 88,57 T-09 100 45 Figura 9: Configuração para os intervalos 5 e 6. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 25. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 25 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. A rede com o mínimo consumo de utilidades é obtida através da interligação dos intervalos corrente a corrente. A rede se encontra na figura Q1 X=0,286 227,5 T-05 217,5 177,86 250 Q3 Q1 F1 T-07 32,96 -5 250 110 45 T-08 88,57 Q2 T-04 T-09 F1 167,86 100 Q2 45 195 Q3 220 T-02 242,5 Q1 T-03 205,7 205 210 F1 260 T-01 215 242,5 T-06 186,01 174,76 174,76 205 Figura 10: Rede com o mínimo consumo de utilidades O custo de capital referente a cada trocador, além da carga térmica e da área de troca térmica destes se encontram listados na tabela 16 Tabela 16: Dados da RMCU Q Área Custo cap. kW m2 R$/ano 1 35 1,21 90,42 2 74,9 8,31 94,69 3 30,1 1,50 90,88 4 475,02 30,62 97,70 5 347,48 9,33 94,96 6 127,05 14,19 95,92 7 265,72 3,97 93,03 8 389,27 13,78 95,85 9 80,01 0,69 89,19 Custo de capital total (R$/ano) 842,63 Trocador Adriano Brito de Sena Freitas
  • 26. METODOLOGIA 26 de 28 “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 5.5.4 Rede final de trocadores de calor É a RMCU evoluída através de quebras de ciclos visando minimizar o custo total anual. Como os trocadores T-01 e T-03 estavam em série, estes foram aglutinados formando um novo T-01 com uma maior área de troca térmica. Q1 X=0,286 227,5 T-05 217,5 177,86 250 Q3 Q1 F1 T-07 32,96 -5 250 110 45 T-08 88,57 Q2 T-04 T-09 F1 167,86 100 Q2 45 195 Q3 220 T-02 205,7 Q1 260 T-01 215 205 T-06 186,01 174,76 174,76 205 Figura 11: Rede evoluída a partir da retirada da aglutinação do T-01 com o T-03 A redução do custo de capital pode ser observada na tabela 17 assim como a elevação da área de troca térmica do T-01. Tabela 17: Dados da RMCU evoluída. Q Área Custo cap. kW m2 R$/ano 1 65,1 2,71 92,18 2 74,9 8,31 94,69 4 475,02 30,62 97,70 5 347,48 9,33 94,96 6 127,05 14,19 95,92 7 265,72 3,97 93,03 8 389,27 13,78 95,85 9 80,01 0,69 89,19 Custo de capital total (R$/ano) 753,51 Trocador Adriano Brito de Sena Freitas
  • 27. Capítulo Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text 27 de 28 that you want to appear here. - Error! Use the Home tab to apply Título 1 to the text that you want to appear here. 6 CONCLUSÕES A rede obtida pelo método do transbordo se mostrou satisfatória observando-se a redução do consumo de utilidades e dos custos totais. O custo de capital sofreu um decréscimo de R$ 2.936,50 / ano para R$ 753,51 / ano, ou seja, uma redução de 74,34%. Além disso, conforme já explicitado o custo com utilidades caiu 99,03%. Não houve a necessidade de utilização de utilidades frias, e o consumo de utilidades quentes foi amplamente reduzido com relação a situação original. Isto foi possível devido ao grande potencial de integração energética entre as correntes evidenciado na grande curva composta. Logo, o método se mostrou satisfatório para a construção de um sistema conceitual de redes de integração energética atingindo os objetivos esperados com relação à redução de custos totais tendo uma facilidade de aplicação devido aos dados já terem sido coletados. Adriano Brito de Sena Freitas
  • 28. 28 de 28 METODOLOGIA “PINCH”: INTEGRAÇÃO DE REDE DEMONSTRAÇÃO DE EP - UFBA DE TROCADORES DE CALOR 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INCROPERA, F.P., DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. São Paulo: Ed. LTC, 2003. LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia Chagas; SANTANA, Isnaia Veiga. Manual de Estilo Acadêmico: Monografias, Dissertações e Teses. Salvador: EDUFBA, 2008. 145 p. PERLINGEIRO,C.A.G. Engenharia de Processos. São Paulo: Ed. Edgar Blucher,2005. Adriano Brito de Sena Freitas