John Constable foi um pintor paisagista inglês do século XIX que se tornou famoso por suas pinturas realistas de paisagens rurais inglesas. Ele desenvolveu uma técnica revolucionária para capturar os efeitos da luz e do tempo em suas pinturas, influenciando posteriormente os impressionistas franceses. Apesar de reconhecimento tardio em vida, hoje Constable é considerado um dos maiores paisagistas de todos os tempos.
3. Jardim de Flores de Constable – 1815 - Ipswich Borough Council Museums and Galleries , Ipswich, UK
4. Quintal de Constable – 1815 - Ipswich Borough Council Museums and Galleries , Ipswich, UK
5. Parque Wivenhoe , 1816 - National Gallery of Art, Washington, DC, USA
6. O Moinho de Flatford – 1816-1817 - Tate Gallery , Londres
7. John Constable, pintor romântico inglês e um dos maiores paisagistas de sempre, nasceu em East Bergholt, Suffolk, no dia 11 de Junho de 1776. Estudou em Londres e formou-se a copiar as obras de Ruysdael, Lorrain e outros mestres. Os primeiros trabalhos revelam influência de Gainsborough e foram muitos os ensinamentos que colheu de um longo estudo da pintura de Claude, de Rubens e dos paisagistas holandeses do século XVII. Simultaneamente, não deixava de criticar a tradição prevalecente. Em 1802, ao regressar ao Suffolk, sua terra natal, escrevia a um amigo : “Há espaço bastante para uma pintura natural.” Nos anos seguintes executou centenas de quadros e desenhos, num estudo sistemático em torno da maneira de registar os diversos efeitos das variações do clima e da luz sobre o céu e os prados do vale do Stour. O rigor quase científico deste programa residia na sua convicção de que a pintura de paisagem era “um ramo da filosofia natural”, que hoje designamos por “física”. O pai era um próspero moleiro e John trabalhou com ele durante algum tempo como aprendiz; assim, diria mais tarde que a experiência colhida nos moinhos de vento o instruira na “história natural dos céus”.
9. A Catedral de Salisbúria Vista do Jardim do Bispado – 1823 - Victoria and Albert Museum , London
10. Tendo embora desenvolvido uma técnica de importância revolucionária, manteve-se tradicional na atitude frente à profissão. Hoje os artistas admiram tanto os seus notáveis esboços como os seus quadros de grandes dimensões; mas, para Constable, as obras de formato maior que todos os anos expunha na Academia Real constituíam o melhor da sua produção. À medida que aperfeiçoava a técnica, censuravam-lhe a espontaneidade dos esboços. Não obstante, a sua reputação foi crescendo lentamente. Constable esforçou-se por mostrar a aparência real da natureza sob o céu do seu torrão natal. A linha de influência que podemos traçar entre ele e os impressionistas franceses da segunda metade do século inicia-se com a exposição do seu quadro A Carroça de Feno no Salon de 1824, em Paris, tela que lhe valeu uma medalha de ouro e impressionou numerosos artistas franceses, em particular Delacroix. Decorridos vinte anos, a sua obra exerce uma influência fundamental no grupo conhecido por Escola de Barbizon, que propõe, por seu turno, um modelo de pintura ao ar livre a que os impressionistas irão beber.
11. A Carroça de Feno – 1823 - National Gallery , Londres
12. O Campo de Trigo – 1826 - National Gallery , Londres Embora possa parecer-nos preocupado com o requinte nas suas obras mais famosas – como A Carroça de Feno ou como O Campo de Trigo – (Londres, Galeria Nacional ) – é certo que, em obras mais espontâneas, como nos estudos e nos esboços, Constable revela imensa sensibilidade naturalista, liricamente pulsante; uma sensibilidade que varia no vivaz dos tons, na subtileza das relações e dos contrastes, na luminosidade transparente dos céus, com um jogo delicado de largas distensões, pinceladas enérgicas e toques fluidos. O Parque de Wivenhoe, a Catedral de Salisbúria constituem episódios de frescor revelador.
13. A palpitação da luz e do ambiente exteriores, a sensação quase tangível de vibração atmosférica era obtida através de uma luminosidade dispersa, de toques de cor pura e de uma modulação subtil de tons de verde. Mas os quadros de Constable encerram também uma unidade dramática de composição, nova mas inconfundível. Da sua arte disse ele um dia: “ Pintura mais não é do que outra palavra para sentimento”; dos seus temas preferidos : “Salgueiros, madeiros velhos e carcomidos, muros e vedações musgosas – como gosto de tudo isso!” e da pintura de paisagem: “O céu é o órgão mestre do sentimento.” Enfim, Constable é o pintor a quem se deve a amálgama e depuração dos diversos modos de tratar a paisagem da pintura inglesa. O seu naturalismo sincero tanto reflecte paz e serenidade como atmosferas instáveis e em mudança. O uso que faz da cor é atrevido e livre, o que provoca a admiração dos impressionistas franceses. Nas suas últimas obras, a natureza torna-se mais ameaçadora, mais romântica e está povoada de castelos e ruínas (Stonehenge, Castelo de Hadleigh, A Catedral de Salisbúria Vista do Jardim do Bispado.) Morreu em Londres no dia 31 de Março de 1837.
14. Fundo musical: Prelúdio Gotas de Chuva, Frédéric Chopin ( 1810 – 1849 ) Pesquisa e produção: Anabela de Araújo e Mario Capelluto Formatação: Anabela de Araújo [email_address] http://www.sabercultural.com