Livro: Webjornalismo - 7 características que marcam a diferença - João Canavilhas
Capítulo 2 - Multimedialidade: Informar para cinco sentidos - Ramón Salaverria
1. MULTIMEDIALIDADE:
INFORMAR PARA CINCO SENTIDOS
AUTOR: RAMÓN SALAVERRIA
Componentes:
Amanda Costa
Luísa Aguineli
Manoela Bomyng
Melina Capila
Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
Módulo IV – Manhã
Webjornalismo
Prof.: Alysson Lisboa Neves
2. Introdução
A comunicação humana é multimédia. Sempre o foi. O normal é
receber a informação através de múltiplas vias.
Não nos limitamos a receber a informação de forma multissensorial.
Evolução.
Desde os primórdios nos comunicamos – gestos, grunhidos, fala.
Mensagens visuais - pinturas rupestres
Conceito
O que significa multimédia?
Primeiro significado que vem a cabeça: multimédia é uma
combinação de texto, som e imagens.
Se pensarmos um pouco mais veremos que não é apenas isso.
São três as definições que descrevem os conceitos de multimédia.
3. Multimédia como multiplataforma.
Meios que coordenam suas estratégias editoriais e/ou comerciais
para conseguir um melhor resultado conjunto.
Multimédia como polivalência.
Jornalista se torna multimédia e faz o que antes era papel de várias
pessoas. Convergência de tecnologias facilita o processo. Empresas
ficam satisfeitas com o profissional polivalente.
Polivalência mediática – Um mesmo jornalista trabalha para
diferentes meios
Polivalência temática – O jornalista trabalha sem nenhuma
especialização informativa
Polivalência funcional – Relaciona-se com conceito de
multitarefa. Um jornalista desempenha várias funções dentro da
mesma redação.
Multimédia como combinação de linguagens.
4. Combinação de linguagens ou de formatos – texto, som, imagem,
vídeo.
Esse terceiro significado de multimédia é o mais usual.
Multimedialidade: combinação de pelo menos dois tipos de
linguagem em apenas uma mensagem.
Um conteúdo expressa-se por meio de um único tipo de linguagem,
ou por meio de vários tipos de linguagem. Quando o conteúdo se
expressa através de um único tipo de linguagem, encontramo-nos
perante um conteúdo monomédia. Seguindo o mesmo critério, se
combinarmos dois tipos de linguagem estamos perante um conteúdo
bimédia; se forem três, trimédia, e assim sucessivamente. Seguindo
essa lógica, todos os conteúdos que contam com pelo menos dois
tipos de linguagem associados entre si são, multimédia. Sendo assim,
qualquer mensagem que não seja monomédia é multimédia.
5. Século XIX → Revista exclusivamente textuais, carência de
fotografias → Monomédia, pois recorriam apenas a linguagem
textual.
1927 → Filme → O cantor de Jazz → Cinema incorpora o som,
a música e os efeitos → Torna-se multimédia → Bom exemplo
sobre a interação de diferentes tipos de linguagem.
Rádio → Não evolui rumo a multimedialidade → Bom exemplo
de linguagem monomédia → Sua única linguagem foi e, em
grande continua a ser, o som. O rádio é um meio multissonoro.
1930 → Televisão combina linguagens distintas → som,
imagem, palavra falada, música, som ambiente e efeitos
sonoros → A TV é multivisual e multissonora e,
consequentemente, multimédia.
1990 → Internet → hipertexto → extremamente multimédia.
6. ELEMENTOS
A mensagem muitimédia é composta por diversos elementos. Pois é necessário
coordenar formatos e linguagem diferentes que agora se organizam juntos, e
antes eram manipuladas separadamente.
Segundo o autor, não faz muito tempo que a escrita, a linguagem fotográfica, a
criação sonora e a narrativa audiovisual atuavam em caminhos diferentes, isso
acontecia não apenas por falta de tecnologia, mas também, pela ausência de uma
plataforma que pudesse sustentar todas essas mídias. Isso foi possibilitada com o
advento da internet.
DESAFIO: “a exigência de idealizar novos modos de expressão sincrética
recorrendo a todos os tipos imagináveis de linguagem.” (p.33)
Os produtores de informação tiveram que aprender a lidar com diversos modos
de expressão. Um fator muito recorrente atualmente. A necessidade de
profissionais multimédias é cada vez maior.
Para que esse produtor de conteúdo tenha possibilidade de criar uma
comunicação transmédia, é preciso que ele saiba utilizar e tirar proveito dos oito
elementos da narrativa transmédia. São elas: texto; fotografia; gráficos,
iconografia e ilustrações estáticas; vídeo; animação digital; discurso oral; música
e efeitos sonoros; vibração.
7. Texto
Na internet, o texto, como afirma o autor, é peça chave.
Ele é responsável por unir os outros elementos narrativos
e é responsável por oferecer dados adicionais. “De todos
os formatos comunicativos disponíveis, o texto oferece o
conteúdo mais racional e interpretativo.” (p. 33).
Salaverria compara o texto a um troco. A ideia é que ele
seja o responsável por sustentar a “árvore da
comunicação”.
8. Fotografia
A fotografia sempre foi muito presenta na mídia impressa,
com a chegada da internet, o seu uso foi elevado a outro
patamar, o autor menciona que ela, provavelmente, foi a que
a que mais se destacou com a nova plataforma.
Muito se deve pela fotografia ser muito limitada pelo papel,
no meio digital descobrem-se outras linguagens para as
crianças. É possível recorrer a novas dimensões de imagens e
múltiplos formatos.
Gráficos, iconografia e ilustrações
Criados por meios de ilustrações, gráficos e iconografias,
assumem um papel importantíssimo para compor a
informação no meio digital. Segundo o autor, “funcionam
como sinais eficazes de tráfego que orientam o utilizador
sobre os itinerários que este pode escolher e sobre as ações
que a cada momento pode realizar.” (p.35)
9. Vídeo
O uso de vídeos nas páginas da web ajudaram a
dinamizar a informação. Além de atrair engajamento,
pois apresenta, como afirma o autor, um visionamento
mais ativo e curto. Os internautas podem saltar as parte
que não gostam ou mesmo interagir com o formato.
Animação
Elas podem ser 2D ou 3D, e saíram dos jogos de
computador para o narrativa com o objetivo de compor
o conteúdo humorístico. Criar imagens com efeito de
movimento, é muito mais trabalhoso e lento, o que faz
com que esse elemento não seja muito utilizado.
10. Discurso oral
O som é um recurso utilizado para compor as narrativas,
ele é muito empregado junto ao vídeo, compondo peças
audiovisuais, mas também pode ser utilizado sozinho.
Uma das vantagens é intensificar o valor emotivo de uma
história por meio da voz.
O discurso oral pode ser utilizado nas narrativas de duas
formas: por meio do “voz off” ou “vivo” (ou talking head).
Música e efeitos sonoros
A música, os efeitos sonoros e o som ambiente, são
elementos que assim como a voz, acentuam a emoção e
criam um ambiente para aquilo que se vê nas imagens.
11. Vibração
A vibração é responsável, principalmente nos dispositivos
móveis atuais, sobre a chegada de uma nova informação.
“A vibração em dispositivos móveis avisa os utilizadores
sobre informações básicas: a recepção de uma
mensagem, um alerta silencioso a uma determinada hora,
um erro num determinado processo... “ (p. 37)
Apesar de fazer parte dos elementos para compor uma
narrativa transmédia, a vibração quase não tem um uso
informativo.
12. É uma plataforma multimédia. Segundo Ramón
Salaverria, o que caracteriza um elemento como
multimédia é a combinação de texto, som e
imagem, a grosso modo.
13. NARRATIVA
Dentre os elementos apresentados pelo autor,
estão presente na Folha de S. Paulo:
Texto e vídeo, música, discurso oral:
Os dois primeiros elementos estão
constantemente em uso pelos jornalistas. Além
disso, são empregados juntos. O texto funciona
oferecendo conteúdo complementar e também
ajuda a elucidar o leitor. O vídeo por ser atrativo.
A música desperta a emoção e acrescenta
veracidade àquilo que mostra através das
imagens. O discurso oral facilita a compreensão
do público.
http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videoc
asts/2015/04/1621737-bancos-publicos-estao-
mais-restritivos-no-credito-imobiliario-diz-
especialista.shtml
14. NARRATIVA
Fotografias:
Segundo o autor, “além das fotografias
isoladas que acompanham os textos, na
internet é possível publicas tantas imagens
quantas se deseje graças às galerias
fotográficas”. (p. 34)
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias
/34504-cachorros-redondos-e-quadrados
Gráficos e ilustrações:
Conforme Salaverria, estes elementos
permitem uma navegação ativa e são
determinantes para a compreensão. (p.
35)
15. Ramón Salaverria (p. 31), explica que a televisão desde sua origem
combinou linguagens distintas, transmitindo linguagens visuais e
sonoras mais complexas. O veículo admite imagem em movimento,
imagem estática, e o texto. Também a palavra falada, a música, o som
ambiente e os efeitos sonoros. Conta também com o elemento
Animação.
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-
confederacoes/noticia/2013/06/central-da-copa-mesa-
tatica-mostra-nova-formacao-defensiva-da-selecao.html
Monomídia
http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2015/04/28/inter
na_internacional,642067/adolescentes-sao-condenados-na-
venezuela-por-homicidio-de-ex-miss-e-marido.shtml
16. Elementos multimédia no futuro
Pode ser que no futuro a informação multimédia ultrapasse os 8 elementos, com
auxílio as inovações tecnológicas.
Os 8 elementos analisados são assimilados por 3 sentidos corporais: visão,
audição, tato (vibração). Pode ser que no futuro novos formatos apelem aos
demais sentidos: além da visão e audição, o tato, e quem sabe o olfato e o
paladar. E sem recorrer à ficção científica.
Já é tecnicamente possível: tato - transmitir mensagens que incluam variações
de temperatura e representações táteis sobre a forma de um determinado objeto.
Olfato - experiências com transmissão digital de aromas e empresas chegaram a
comercializar dispositivos digitais que emanam cheiro, mas com pouco êxito.
Paladar - já verificaram iniciativas de transmissão de sensações gustativas,
meramente experimental.
Não quer dizer que a utilização dos novos elementos se generalize. A dimensão
informativa destas novas linguagens, a princípio, é menor do que a existente nos
elementos já utilizados.
Ex.: um aroma dificilmente proporcionará tanta informação inteligível como
parágrafos de texto proporcionam.
17. Se essas experiências se concretizem em inovações tangíveis, a
gama de elementos multimédia pode resultar em 12 elementos.
18. Critérios de composição
"Para que a informação multimédia seja atrativa e inteligível para o
público é necessário que os elementos que a compõem estejam
devidamente interligados". (p. 40)
Os "ingredientes multimédia" devem estar interligados no sentido de
evitar a competição entre eles, para oferecer um resultado positivo e
coordenado.
Ex.: Conseguir ler um jornal e ouvir a notícia radiofônica ao mesmo
tempo
Os critérios que facilitam a correta coordenação de elementos na
composição de uma informação: compatibilidade,
complementaridade, ausência de redundância, hierarquização,
ponderação e adaptação.
19. Compatibilidade
É conveniente utilizar apenas aqueles elementos cujo
seguimento simultâneo possa ser
compatível sem exigir esforço do público.
Combinações: imagens e som; fotografia e texto; vídeo e texto;
texto e som resultante da leitura do mesmo texto.
Complementaridade
Além de serem compatíveis, os elementos precisam
enriquecer-se mutuamente. Devem ser homogêneos, todos os
elementos multimédia devem versar do mesmo assunto e a
extensão dos distintos elementos multimédia.
É conveniente articular a quantidade de informação que se põe
à disposição do público através de cada elemento.
20. Ausência de Redundância
Seria usar dados repetitivos, mas sem exagerar. Isso até ajuda
em certos casos, por exemplo, em uma gravação sonora de má
qualidade.
Hierarquização
Esse requisito vale quando um repórter tem em mãos uma
filmagem ou fotografia impactante, não sendo necessário ter
um texto. Mas hierarquizar os elementos é decidir qual
linguagem será mais bem utilizada.
21. Ponderação
Quando um autor possui uma informação de multimédia, tem
que estar ciente dos potenciais na hora de utilizar determinada
informação. Essas limitações seriam tempo, espaço.
Adaptação
Existe informação multimédia autônoma. São chamadas de
obras particulares que ficam dentro de publicações coletivas.
Porém, têm que seguir alguns parâmetros. Um exemplo é o uso
da tipografia nas publicações digitais. Tem também o caráter
hipertextual, que é necessário estar presente.
22. Sintaxe multimédia
Uma vez identificados os elementos de multimédia e
descritos os seus critérios principais, podemos definir os
modos de concretização da obra. Os tipos de palavras que
utilizamos nos textos, como por exemplo, substantivos
são unidades de significado de organização. As chamadas
sintaxe multimédia. Existem três regras de sintáticas.
Que seriam:
23. Multimedialidade por justaposição
Tem como função apresentar um elemento multimédia juntamente
com outro elemento. É a mais comum das multimedialidades. Um
exemplo seria uma página da web que apresenta um texto
informativo junto com um vídeo. É limitada.
Multimedialidade por coordenação
As informações que são passadas por esse critério tende a adotar
uma linguagem informativa múltipla, na qual tem a combinação de
textos, sons, fotos. É a mais avançada e a mais difícil de colocar em
prática.
Multimedialidade por subordinação
Podemos dizer que existe certa hierarquia entre os elementos
multimédia. As peças possuem um elemento principal e estrutural,
excluindo às vezes, os elementos secundários.
24. Futuro
Vinte anos já se passaram desde o surgimento das primeiras publicações
jornalísticas na web. O mundo digital está vivendo um período de extrema
exploração narrativa e descobrindo outros gêneros. São inúmeros os fatores
que estão contribuindo para isso:
A simplificação dos modos de publicação de conteúdos de áudio na internet;
A dinâmica de comunicação facilitada através das redes sociais, onde o
internauta se sente mais atraído;
A febre dos dispositivos móveis;
E as estratégias de diferenciação adotada, por alguns meios de comunicação e
pela concorrência para obter formatos bem mais avançados;
Hoje, as principais publicações da internet usam esse gênero para dar uma
evoluída nos produtos a serem oferecidos. Os meios digitais estão apostando
em uma narrativa multimédia mais integrada. Exemplos disso são:
documentos Web, formatos multimédia interativos, reportagens multimédia.