Collor defende a agenda neoliberal implantada nos anos 90 e sua liderança na Comissão de Infraestrutura é vista como um retorno das oligarquias. Seu discurso representa os interesses das elites econômicas e políticas do país, que o apoiam. Sua entrevista é criticada como um resgate de um passado autoritário no Brasil marcado por caudilhos e violência política.
1. “O Jardineiro Fiel”
o déjà vu de um autêntico neoliberal
P
Dilma
asmem! Fernando Collor de Melo jogando rosas sobre Lula e, por extensão, sobre
Rousseff, em palavras dele: “Dilma, a nossa Margaret Thatcher da
contemporaneidade!” Em suma, a entrevista na rede Bandeirantes foi um resgate
“depurador” da biografia do Cara-de-Pau do Collor, como também a reinserção legitimada e
definitiva daquele canalha à vida pública brasileira: um momento histórico que nos faz
lembrar dos escândalos do “Jardim da Dinda” e de sentirmos ainda mais asco deste país...
Ele está de volta! Eleito Senador, no último pleito, e agora líder da Comissão de Infra-
Estrutura das obras do PAC: ele diz que a agenda (neo)liberal, implantada por ele mesmo na
década de 90, está muito firme e que é o caminho certo para o Brasil. Parece que o Senado
brasileiro é uma espécie de limbo do qual, mesmo sem a redenção, todos os demônios ficam
perto de “Deus”!
Ao reflorescer, Collor prova que ainda representa um “galho” poderoso da DIREITA e
assusta até a mais áspera erva daninha, ao afirmar que está arando o solo, para depois
fazer a semeadura... Brasileiros, atentai-vos: esta colheita anunciada é um retorno daquele
escrachado e assoberbado banquete das oligarquias, sim, as oligarquias “desorganizadas”
do ponto de vista da uniformidade e da coalizão de interesses, para os quais precisam
daquele que “ocupa os espaços, na hora certa”: aquele bandido que é o jardineiro fiel do
neoliberalismo e que agora planta “rosas vermelhas” nos “canteiros do PAC”!
Ele mostra, em seu discurso, ser ainda o signo latente das grandes elites político-
econômicas do país, visto que foi, recentemente, fertilizado por Renan Calheiros e por todas
as aristocracias regionais, que por ventura, tenham ficado um pouco à margem dos núcleos
da atual “política-do-café-com-leite” do PSDB, sobretudo nos 8 anos de FHC e esse
ressentimento, Collor deixou muito claro em sua entrevista. Redesenha-se, assim, um
quadro secular que mesmo sem a presença dos “vasos militares”, é um resgate político de
correlação de forças localizadas, muito semelhantes aos períodos de 1930 e 1964,
devidamente reatualizadas.
Uma triste aula de história para lembrar que nestas “capitanias hereditárias” onde
vivemos, os caudilhismos, monarquismos e a pistolagem ainda fazem parte da cultura
paternalista no “quintal” do mundo... Na revisão oral da agenda conservadora, até “Dr.
Getúlio Vargas” foi saudado, em meio a palavras absurdas e a estupidez brasileira de não ter
arrancado o mal pela raiz! Nesse seu autêntico déjà vu, o jardineiro só não explicou a
“podagem” que fez de PC Farias...
O Hebreo