SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
xi ebramem 
XI ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRA E ESTRUTURAS DE MADEIRA LONDRINA –JULHO 2008 
DESIGN DE CADEIRAS EM MADEIRA LAMINADA CURVADA: ASPECTOS 
ESTÉTICOS E ERGONÔMICO 
Sérgio Trajano Franco Moreiras¹ (strajano@gmail.com); Maximiliano dos Anjos Azambuja¹; Docente 
da Universidade Estadual de Maringá – UEM/CTC-UMUARAMA. Rodovia PR 489 nº 1400, Umuarama 
(PR). 
RESUMO: O objetivo deste artigo é tratar sobre o design de móveis em madeira laminada curvada. Os enfoques 
principais são a geração do design e a aplicação dos aspectos ergonômicos no projeto. O estudo sobre a 
concepção da arte do design é proporcionado pelo estudo das obras de Alvar Aalto, Marcel Breuer, Charles 
Eames, Ray Eames, Jean Prouvé, Gerrit Rietveld, Gerald Summers e Ron Arad. Os conceitos ergonômicos 
importantes para o design de cadeiras foram obtidos nos trabalhos de PALMER (1972), MENEZES (1989) e 
IIDA (1996). É apresentado também um estudo de caso de geração de design em laminados com a incorporação 
de aspectos ergonômicos no projeto. O móvel gerado é uma armchair . Sua estrutura é mista sendo base em 
chapas de aço dobrado e a estrutura do assento e do encosto em chapas única de madeira laminada curvada. 
Palavras-chave: design de cadeiras, ergonomia, madeira laminada. 
CHAIR´S DESIGN FOR LAMINATED TIMBER WOOD 
ABSTRACT: This article treats about chair´s design for laminated timber wood. The focus are in the borning 
of the design and the ergonomics issues. Jobs of architets as Alvar Aalto, Marcel Breuer, Charles Eames, Ray 
Eames, Jean Prouvé, Gerrit Rietveld, Gerald Summers e Ron Arad are showed to tell us about design in 
laminated wood. The ergonomics issues are obteined in PALMER (1972), MENEZES (1989) e IIDA (1996). 
This text also shows a aplication of ergonomics issues in a armchair design. 
Keywords: chair´s design, ergonomics, glued laminated timber wood
1.INTRODUÇÃO 
Para um bom projeto para o desenvolvimento de uma peça de mobiliário deve-se focar 
diversos aspectos, principalmente: 
 A spectos Estéticos : É o desenho do móvel contendo a forma, o design, as cores, os 
tons e as texturas dos materiais aplicados. 
 A spectos Ergonômicos: A ergonomia aplicada no design de móveis define as 
dimensões mais adequadas da peça para ter o melhor o desempenho técnico e de 
conforto. 
 F inalidade de Aplicação: Conhecer as peculiaridades de cada local de uso específico 
do móvel. 
 D esign integrado: É a consideração que o projeto do móvel deve considerar desde o 
inicio do projeto os três aspectos citados anteriormente. 
Durante todo o desenvolvimento do mobiliário, da sua concepção inicial até o produto 
acabado, diversas etapas devem ser seguidas, a saber: 
A) Concepção Artística do Design – Através de desenho a mão-livre, com o auxílio da técnica 
de pintura em aquarela, defini-se a forma, o estilo, o design, as cores e os tons da peça. 
B) Ergonomia: Aplicação dos aspectos ergonômicos mais importantes logo após a concepção. 
Com isso garante-se conforto e segurança a todos os indivíduos usuários da cadeira. 
C) Construções de Maquetes - Desenvolvimento de maquetes das cadeiras na escala 1:6, 
como ferramenta de avaliação do design. 
D) Modelagem – É a transformação do desenho artístico em linguagem de projeto, contendo 
as medidas definitivas dos móveis, considerando aspectos técnicos e ergonômicos 
E) Construção dos Protótipos – Construção em tamanho original do móvel projetado, 
permitindo avaliar critérios de durabilidade e resistência do objeto. 
Em contribuição para o desenvolvimento do estudo sobre o design de móveis em madeira 
laminada, este artigo faz um estudo sobre os principais arquitetos e seus projetos de cadeira 
com madeira laminada curvada. Traz as principais considerações sobre a ergonomia do 
assento e por fim, apresenta um estudo de caso sobre a geração de um design em madeira 
laminada com aplicação da ergonomia. 
2.HISTÓRICO SOBRE O DESIGN EM MADERA LAMINADA MOLDADA 
No início do século XX, entre as décadas de 1920 e 1930 observa-se uma transformação no 
design de cadeiras em países da Europa e nos Estados Unidos. Os móveis que até então são 
concebidos no estilo clássico, geralmente em madeira maciça e com estofamento no assento e 
nas costas, passam por modificações no design e nos materiais aplicados. O aço na forma 
tubular e de perfil começa a ser amplamente empregado nas estruturas das peças. Nos 
assentos e encostos diversas transformações são observadas, sendo uma de destaque é o uso
da madeira laminada moldada. 
Diversos arquitetos trabalharam com projeto de cadeiras em madeira laminada moldada, 
principalmente na primeira metade do século passado. Dentre eles destacamos Gerrit 
Rietveld, Jean Prouvé, Alvar Aalto, Marcel Breuer, Gerald Summers, Charles Eames, Ray 
Eames e Ron Arad. 
Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), nascido nos Países Baixos, foi um dos pioneiros do 
design em laminados quando em 1917 projetou a célebre cadeira “red and blue chair”. Em 
1927 desenhou mobiliário experimental em madeira laminada, comercializada pela empresa 
Metz&Co (Figura 1). 
(a) (b) (c) 
Figura 1 – Designs de Gerrit Rietveld. (a) Cadeira (1925). Estrutura de aço tubular dobrado, 
assento e encosto de chapa laminada curvada e pintada. (b) Cadeira Beugelstoel (1927) . 
Estrutura de aço tubular pintado, assento e encosto em peça única de chapa de madeira 
laminada curvada. (c) Protótipo. Fonte: Fiell e Fiell (1995) 
O francês Jean Prouvé (1901-1984) formou-se em arquitetura pela Escola Superior de Nancy. 
Em 1923 montou seu atelier, onde desenhou diversas cadeiras com estilo modernista. No 
início da década de 30 montou uma fábrica de produção de móveis Les Ateliers Jean Prouvé 
(Figura 2). 
(a) (b) (c) 
Figura 2 – Designs de Jean Prouvé. (a) Cadeira projetada na década de 20. (b) Cadeira 
desmontável (1930). Estrutura em aço tubular pintado, assento e costas em madeira laminada 
moldada. (c) Cadeira Antony (1950). Estrutura em aço dobrado e pintado. Assento e encosto 
em peça única de madeira laminada curvada. Fonte: Fiell e Fiell (1995).
Um grande destaque no design de cadeiras com madeira laminada é o finlandês Hugo Alvar 
Henrik Aalto (1898-1976). Graduado em arquitetura pela Escola Politécnica de Helsínquia em 
1921. Anos depois foi um dos sócios fundadores da ARTEK, empresa especializada no 
design de móveis. No ano 1929, em parceria com Otto Korhonen, criou o atelier experimental 
de laminados (Figura 3). 
(a) (b) (c) (d) (e) 
Figura 3 - Designs de Alvar Aalto . (a) Cadeira modelo F35 (1930). Estrutura de aço tubular 
cromado, assento e encosto em peça única de madeira compensada curvada. (b) Cadeira com 
braços (1930-1931). (c) Cadeira modelo nº 31 (1930-1931). Estrutura de bétula laminada e 
maciça, assento e encosto em peça única de madeira laminada curvada. (d) Cadeira Paimio, 
modelo nº 41 (1930-1931). (e) Cadeira modelo nº 43 (1936) Estrutura de madeira laminada 
dobrada e assento em tecido trançado. Fonte: Fiell e Fiell (1995). 
O húngaro Marcel Lajos Breuer (1902-1981) foi arquiteto formado pela renomada escola de 
arquitetura Bauhaus no ano de 1924, sendo a partir deste ano responsável pelo atelier de 
mobiliário. De 1937 a 1946 foi professor de design na Universidade de Harvad.(Figura 4) 
(a) (b) (c) 
Figura 4 – Designs de Marcel Breuer. (a) Cadeira modelo nº 301 (1932-1934). Estrutura em 
alumínio moldado, assento e costas em chapa de madeira laminada dobrada. (b) Chaise 
Loungue (1935). Madeira laminada curvada. (c) Cadeira (1936-1937). Madeira laminada 
moldada. Fonte: Fiell e Fiell (1995) 
Em 1929, Gerald Summers criou a empresa Makers of Simple Furniture Ltda para realizar 
seus projetos em laminados moldados. Os mesmos foram produzidos e distribuídos para os 
Estados Unidos (Figura 5).
Figura 5 - Design de Gerald Summers. Cadeira em madeira laminada dobrada. Fonte: Fiell e 
Fiell (1995). 
O americano Charles Eames (1907-1978) realizou diversos projetos para a Marinha 
americana em madeira laminada, desenvolvendo método para moldagens complexas. Ganhou 
dois concursos de designs realizados pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma), 
nos anos de 1940 e 1946. Em parceria com sua esposa Ray Eames realizou diversos projetos 
em laminados curvados (Figura 6). 
(a) (b) (c) 
Figura 6 - Designs de Charles & Ray Eames. (a) LCW – Loungue Chair Wood (1945). (b) 
Protótipo de uma loungue chair (1946). (c) Cadeira modelo nº 670. Estrutura em alumínio 
fundido, assento em laminado curvado com almofadas de couro. Fonte: Fiell e Fiell (1995) 
Ron Arad nasceu em Israel no ano de 1951, graduou-se em arquitetura no ano de 1979 na 
Associação de Arquitetura de Londres. Em 1981 criou seu ateliê de design, sendo 
reconhecido como um grande arquiteto graças a execução de obras como o design do interior 
do teatro de Tel Aviv no ano de 1990. (Figura 7) 
(a) (b) 
Figura 7 - (a) Cadeira Schizzo (1989). (b) Cadeira Empty (1993). Fonte: Fiell e Fiell (1995).
3.ERGONOMIA 
“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e 
ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e 
psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”(IIDA, 1990). 
“As universidades, bancos, centrais de abastecimento e outros exigem operações de sistema 
igualmente complexos, oferecendo muitas oportunidades para estudos e aplicações de 
ergonomia...A ergonomia tem contribuído para melhorar a vida cotidiana, tornando os meios 
de transporte e mobília doméstica mais cômodos e seguros.”(IIDA, 1990) 
Os assentos, ou seja as cadeiras, são um importante instrumento do homem no desempenho de 
diversas tarefas. Devem ser projetados considerando a atividade a ser desempenhada e o 
grupo de usuários. De acordo com PALMER (1972) e IIDA (1990) as principais finalidades 
do assento são: 
 Apoiar o sujeito durante a execução do trabalho ou tarefa; 
 Relaxar os músculos não exigidos pelo trabalho; 
 Evitar desconfortos causadas por pressões desnecessárias na parte inferior da coxa; 
 Permitir que o indivíduo possa variar de posição durante trabalhos demorados; 
 Adequar-se ao tipo de função exercida; 
 Adequar-se as as dimensões antropométricas do usuário; 
 Formar um conjunto integrado com a mesa e demais equipamentos. 
3.1.Aspectos Ergonômicos 
O corpo humano se apóia na cadeira através da sua estrutura óssea, as tuberosidades 
esquiáticas presentes na ossatura da bacia. Na Figura 8 observa-se como elas fazem o apoio 
com o assento. Os mais duros são mais adequados que os macios, pois suportam o peso do 
corpo mais adequadamente, não permitindo que as pressões se dissipem para outras áreas das 
nádegas e das pernas, que não são adequadas para suportar pressões. 
(a) (b) (c) 
Figura 8 - (a) Estrutura dos ossos da bacia; (b) e (c) Posicionamento das tuberosidades 
isquiáticas na posição sentada. Fonte: PALMER (1972)
De acordo com IIDA (1990) um estofamento ideal seria um pouco espesso sobre uma base 
rígida, que não se afunde com o peso do corpo. O material mais adequado dever ser anti-derrapante 
e ter a capacidade de dissipar o calor e a umidade gerados pelo corpo. O encosto 
deve permitir o relaxamento da coluna assim como a variação de posições. A Figura 9 
apresenta algumas posições assumidas pela coluna em algumas situações de postura. 
Figura 9 – Posturas assumidas durante a utilização da cadeira. Fonte: PALMER (1972) 
3.2. Principais Medidas Aplicadas no Design de Cadeiras 
A altura do assento não deve ultrapassar a distância da parte de dentro do joelho do usuário 
em ângulo reto até o chão. Caso contrário haverá pressão excessiva na parte de baixo da coxa. 
O comprimento do assento deve ser menor que a distância entre a parte posterior das nádegas 
e a parte interior da perna. (PALMER,1972) 
A largura é determinada pela necessidade de espaço para os quadris. Se houver braços nas 
cadeiras esse deve permitir a pessoa mudar de posição confortavelmente e permitir o 
adequado posicionamento dos antebraços. O encosto tem por finalidade permitir o 
relaxamento e descanso das costas.(PALMER,1972) 
3.3 -Dados antropométricos 
São as medidas físicas do corpo humana. A Figura 10 apresenta as principais medidas 
antropométricas na posição sentado que são aplicados as design de móveis e Tabela 1 
especifica o significado de cada medida. 
(a) (b) 
Figura 10–(a) Principais variáveis antropométricas na posição sentada usada para design de 
cadeiras; (b) Variáveis antropométricas na posição sentado em função da altura do indivíduo. 
Fonte: IIDA (1990)
Tabela 1 -Variáveis antropométricas na posição sentado. Fonte: IIDA (1990). 
ÍNDICE MEDIDA 
2.1 Altura da cabeça, sentado, a partir do assento, ereto 
2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, ereto 
2.3 Altura dos ombros, a partir do assento, ereto 
2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento 
2.5 Altura do joelho sentado 
2.6 Altura poplítea sentado 
2.7 Comprimento do antebraço 
2.8 Comprimento nádega- poplítea 
2.9 Comprimento nádega-joelho 
2.10 Comprimento nádega- perna esticada 
2.11 Altura da parte superior das coxas 
2.12 Largura entre cotovelos 
2.13 Largura dos quadris sentado 
Para o projeto de design precisamos conhecer as medidas antropométricas da população que 
estamos estudando. Menezes (1989) apresenta as principais medidas antropométricas da 
população brasileira. Neste trabalho usaremos as medidas da Tabela 2 da norma alemã DIN 
(Dustch Institur für Norumung). 
Tabela 2 - Principais dados na posição sentada, apresentados em percentis de 5, 50 e 
95% da população de homens e mulheres. Fonte: DIN 33402:1981 apud IIDA (1990) 
MEDIDAS DE ANTROPOMETRIA 
ESTÁTICA (cm) 
MULHERES HOMENS 
5% 50% 95% 5% 50% 95% 
2.1 Altura da cabeça, sentado, a partir do assento, ereto 80,5 85,7 91,4 84,9 90,7 96,2 
2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, ereto 68 73,5 78,5 73,9 79 84,4 
2.3 Altura dos ombros, a partir do assento, ereto 53,8 58,5 63,1 56,1 61 65,5 
2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento 19,1 23,3 27,8 19,3 23 28 
2.5 Altura do joelho sentado 46,2 50,2 54,2 49,3 53,5 57,4 
2.6 Altura poplítea sentado 35,1 39,5 43,4 39,9 44,2 48 
2.7 Comprimento do antebraço 29,2 32,2 36,4 32,7 36,2 38,9 
2.8 Comprimento nádega- poplítea 42,6 48,4 53,2 45,2 50 55,2 
2.9 Comprimento nádega-joelho 53 58,7 63,1 55,4 59,9 64,5 
2.10 Comprimento nádega- perna esticada 95,5 104,4 112,6 96,4 103,5 112,5 
2.11 Altura da parte superior das coxas 11,8 14,4 17,3 11,7 13,6 15,7 
2.12 Largura entre cotovelos 37 45,6 54,4 39,9 45,1 51,2 
2.13 Largura dos quadris sentado 34 38,7 45,1 32,5 36,2 39,1
3.4. Dimensionamento da cadeira com base na ergonomia 
Para o correto dimensionamento da cadeira utiliza-se os dados antropométricos da população 
e as dimensões chaves da peça. Na Figura 11 e na Tabela 3 são apresentadas sugestões de 
medidas para cadeiras considerando aspectos ergonômicos no design. 
Figura 11 – Definições das dimensões importantes no projeto de cadeiras. Fonte IIDA (1990) 
Tabela 3 – Dimensões da cadeira em função do tipo de postura. Fonte: IIDA (1990) 
VARIÁVEL POSTURA ERETA POSTURA RELAXADA 
a. Altura do assento 35 a 42 40 a 47 
b. Largura do assento 40 a 45 40 a 45 
c. Comprimento do assento 35 a 40 40 a 43 
d. Espaço livre assento encosto 15 a 20 - 
e. Altura máxima do encosto 48 63 
f. Largura do encosto 35 a 48 35 a 48 
g. Altura dos braços 21 a 22 21 a 22 
h. Ângulo do assento Até 3° 19 a 20° 
i. Ângulo do assento-encosto 101 -104° 105-115° 
4.ESTUDO DE CASO 
O projeto a ser desenvolvido neste exemplo é uma armchair (cadeira com braços), para ser 
empregado em uma área de estar, na posição de descanso. O design da cadeira é apresentado 
na Figura 12. O assento e o encosto das costas é composta de uma peça única de madeira 
laminada curvada. A estrutura da cadeira é de chapa de aço dobrado.
Figura 12 – Desenho de criação de uma armchair. Croquis executado em técnica mista de 
carvão e aquarela sobre papel. 
Para moldar o design gerado aos aspectos ergonômicos mais importantes do assento, 
aplicaremos as medidas seguintes: 
 Altura do encosto de 95 cm, com o objetivo de garantir que os indivíduos mais altos 
consigam apoiar toda a extensão das costas e a cabeça no encosto. 
 Altura do assento a 40 cm do solo. 
 Ângulos do assento com 16° e do encosto com 110° permitindo o usuário ficar 
confortavelmente na posição relaxada. 
 Largura do assento 55 cm. 
 Altura do apoio para os braços a partir do assento – 30 cm. 
Na Figura 13 e 14 são mostrados croquis da cadeira, nos quais foram aplicados aspectos 
ergonômicos. Na Figura 15 são mostradas três vistas de uma maquete da referida cadeira na 
escala 1:6. 
Figura 13 – Croquis da vista frontal da cadeira, com aplicação dos aspectos ergonômicos. 
Medidas em centímetros.
Figura 14– Croquis da vista lateral da cadeira, com aplicação dos aspectos ergonômicos. 
Medidas em centímetros. 
(a) (b) (c) 
Figura 15 - Maquete em escala 1:6. 
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O desenvolvimento de projetos de cadeiras com chapas de madeira laminada moldada ao 
longo do século XX permite o conhecimento de diversas formas de trabalho com design de 
laminados. 
A aplicação dos aspectos ergonômicos para o dimensionamento da cadeira é uma importante 
ferramenta para assegurar a todos os usuários deste design segurança e conforto. 
A integração entre design e ergonomia no momento da concepção racionaliza o projeto 
garantindo ao produto beleza estética, segurança e conforto. 
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
FIELL,C.; FIELL, P.(1995).Charles Rennie Mackintosh. Editora Taschen, 1995
FIELL,C.; FIELL, P..1000 Chairs. Editora Taschen, 1995 
IIDA, I.(19969 Ergonomia:Produção e Projeto. Editora Edgard Blücher Ltda.,1996. 
INSTITUTO LINA BO E P. M. BARDI.(1993) Lina Bo Bardi. São Paulo, 1993, 2ª edição, 
335p. 
MENEZES, J. B.. Parâmetros ergonômicos para o projeto de cadeiras de trabalho. Tese. 
UNIVERSIDADE DE SÃO / FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - 
FAU/USP , 1989. 
PALMER, C.. Ergonomia (tradução de Almir da Silva Mendonça). Editora da Fundação 
Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1976.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...
Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...
Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...Vanessa Silvério
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervosoCatir
 
Casas Ecológicas
Casas EcológicasCasas Ecológicas
Casas EcológicasMichele Pó
 
Aula 1 GestãO Ambiental E Responsabilidade Social Slide
Aula 1    GestãO Ambiental E Responsabilidade Social   SlideAula 1    GestãO Ambiental E Responsabilidade Social   Slide
Aula 1 GestãO Ambiental E Responsabilidade Social Slidebudhamider
 
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Hamilton Nobrega
 
Inteligência Artificial e suas aplicações - A experiência do TECPAR
Inteligência Artificial e suas aplicações  - A experiência do TECPARInteligência Artificial e suas aplicações  - A experiência do TECPAR
Inteligência Artificial e suas aplicações - A experiência do TECPARBruno Campagnolo
 
A tecnologia
A tecnologiaA tecnologia
A tecnologiaPelo Siro
 
Saneamento básico
Saneamento básicoSaneamento básico
Saneamento básicoThaisRocha05
 
Aula 05 sistema muscular esquelético
Aula 05   sistema muscular esqueléticoAula 05   sistema muscular esquelético
Aula 05 sistema muscular esqueléticoHamilton Nobrega
 
SUS e Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPN
SUS e  Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPNSUS e  Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPN
SUS e Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPNRegina M F Gomes
 
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"Solange Santana
 
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoEwerton Marinho
 
Aula Sistema Nervoso 8º Ano
Aula Sistema Nervoso 8º AnoAula Sistema Nervoso 8º Ano
Aula Sistema Nervoso 8º AnoEliando Oliveira
 

Mais procurados (20)

Cidades sustentáveis
Cidades sustentáveis  Cidades sustentáveis
Cidades sustentáveis
 
Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...
Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...
Aula - Introdução à Anatomia e Fisiologia Humana e Sistema Esquelético_abcdpd...
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
História da Saúde Pública no Brasil
História da Saúde Pública no BrasilHistória da Saúde Pública no Brasil
História da Saúde Pública no Brasil
 
As cidades sustentáveis
As cidades sustentáveisAs cidades sustentáveis
As cidades sustentáveis
 
Educação patrimonial
Educação patrimonialEducação patrimonial
Educação patrimonial
 
Casas Ecológicas
Casas EcológicasCasas Ecológicas
Casas Ecológicas
 
Aula 1 GestãO Ambiental E Responsabilidade Social Slide
Aula 1    GestãO Ambiental E Responsabilidade Social   SlideAula 1    GestãO Ambiental E Responsabilidade Social   Slide
Aula 1 GestãO Ambiental E Responsabilidade Social Slide
 
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
 
Inteligência Artificial e suas aplicações - A experiência do TECPAR
Inteligência Artificial e suas aplicações  - A experiência do TECPARInteligência Artificial e suas aplicações  - A experiência do TECPAR
Inteligência Artificial e suas aplicações - A experiência do TECPAR
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA RESPIRATÓRIOSISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
 
A tecnologia
A tecnologiaA tecnologia
A tecnologia
 
Saneamento básico
Saneamento básicoSaneamento básico
Saneamento básico
 
Aula 05 sistema muscular esquelético
Aula 05   sistema muscular esqueléticoAula 05   sistema muscular esquelético
Aula 05 sistema muscular esquelético
 
Imagiologia
Imagiologia Imagiologia
Imagiologia
 
SUS e Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPN
SUS e  Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPNSUS e  Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPN
SUS e Política Nacional da Saúde integral da População Negra – PNSIPN
 
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"
Palestra "Biblioteconomia: formação do bibliotecário e perspectivas de atuação"
 
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico
Sistema nervoso periférico
 
Aula Sistema Nervoso 8º Ano
Aula Sistema Nervoso 8º AnoAula Sistema Nervoso 8º Ano
Aula Sistema Nervoso 8º Ano
 
Sustentabilidade ambiental
Sustentabilidade ambientalSustentabilidade ambiental
Sustentabilidade ambiental
 

Destaque

Steam Bending - Curvamento de Madeira
Steam Bending - Curvamento de MadeiraSteam Bending - Curvamento de Madeira
Steam Bending - Curvamento de MadeiraMauro Adriano Müller
 
Análise ergonômica com a aplicação do método owas estudo de caso em uma ind...
Análise ergonômica com a aplicação do método owas   estudo de caso em uma ind...Análise ergonômica com a aplicação do método owas   estudo de caso em uma ind...
Análise ergonômica com a aplicação do método owas estudo de caso em uma ind...Priscila Pasti Barbosa
 
Design e Sustentabilidade _ Aula 03
Design e Sustentabilidade _ Aula 03Design e Sustentabilidade _ Aula 03
Design e Sustentabilidade _ Aula 03Daniela Fiuza
 
Design e Sustentabilidade Aula 01
Design e Sustentabilidade Aula 01Design e Sustentabilidade Aula 01
Design e Sustentabilidade Aula 01Daniela Fiuza
 
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia Criativa
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia CriativaO Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia Criativa
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia CriativaDaniela Fiuza
 
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...Daniela Fiuza
 
Estilo Internacional
Estilo InternacionalEstilo Internacional
Estilo InternacionalCarlos Vieira
 
Aula 04 - Design e Sustentabilidade
Aula 04 - Design e SustentabilidadeAula 04 - Design e Sustentabilidade
Aula 04 - Design e SustentabilidadeDaniela Fiuza
 
Design Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é DesignerDesign Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é DesignerDaniela Fiuza
 
A dinâmica do contraste
A dinâmica do contrasteA dinâmica do contraste
A dinâmica do contrasteDaniela Fiuza
 
Historia do mobiliario
Historia do mobiliarioHistoria do mobiliario
Historia do mobiliarioTelma Moura
 
Ergonomia Libro Digital
Ergonomia Libro DigitalErgonomia Libro Digital
Ergonomia Libro Digitaldoncaifas
 

Destaque (20)

Steam Bending - Curvamento de Madeira
Steam Bending - Curvamento de MadeiraSteam Bending - Curvamento de Madeira
Steam Bending - Curvamento de Madeira
 
Parametros antropometricos de la poblacion laboral
Parametros antropometricos de la poblacion laboralParametros antropometricos de la poblacion laboral
Parametros antropometricos de la poblacion laboral
 
Análise ergonômica com a aplicação do método owas estudo de caso em uma ind...
Análise ergonômica com a aplicação do método owas   estudo de caso em uma ind...Análise ergonômica com a aplicação do método owas   estudo de caso em uma ind...
Análise ergonômica com a aplicação do método owas estudo de caso em uma ind...
 
Design e Sustentabilidade _ Aula 03
Design e Sustentabilidade _ Aula 03Design e Sustentabilidade _ Aula 03
Design e Sustentabilidade _ Aula 03
 
Design e Sustentabilidade Aula 01
Design e Sustentabilidade Aula 01Design e Sustentabilidade Aula 01
Design e Sustentabilidade Aula 01
 
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia Criativa
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia CriativaO Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia Criativa
O Design como estratégia de desenvolvimento sustentável na Economia Criativa
 
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...
Mudando o paradigma: Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sus...
 
Movimento de stijl o estilo
Movimento de stijl  o estiloMovimento de stijl  o estilo
Movimento de stijl o estilo
 
De Stijl
De StijlDe Stijl
De Stijl
 
Estilo Internacional
Estilo InternacionalEstilo Internacional
Estilo Internacional
 
Estilo internacional
Estilo internacionalEstilo internacional
Estilo internacional
 
Aula 04 - Design e Sustentabilidade
Aula 04 - Design e SustentabilidadeAula 04 - Design e Sustentabilidade
Aula 04 - Design e Sustentabilidade
 
Design Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é DesignerDesign Pra Quem Não é Designer
Design Pra Quem Não é Designer
 
A dinâmica do contraste
A dinâmica do contrasteA dinâmica do contraste
A dinâmica do contraste
 
Aula 3 história mob brasil
Aula 3 história mob brasilAula 3 história mob brasil
Aula 3 história mob brasil
 
Aula 3 - história do mobiliário
Aula 3 - história do mobiliárioAula 3 - história do mobiliário
Aula 3 - história do mobiliário
 
Historia do mobiliario
Historia do mobiliarioHistoria do mobiliario
Historia do mobiliario
 
Futurismo
Futurismo Futurismo
Futurismo
 
Ergonomia Libro Digital
Ergonomia Libro DigitalErgonomia Libro Digital
Ergonomia Libro Digital
 
Art Déco
Art DécoArt Déco
Art Déco
 

Semelhante a Pdf madeira 12abril

Charles e Ray
Charles e RayCharles e Ray
Charles e Ray031kann
 
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do Produto
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do ProdutoArne Jacobsen - Mobiliario e Design do Produto
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do ProdutoWesley Café Calazans
 
História da Arte: Arte e design
História da Arte: Arte e design História da Arte: Arte e design
História da Arte: Arte e design Raphael Lanzillotte
 
Palestra Fundamentos do Design de Objetos
Palestra Fundamentos do Design de ObjetosPalestra Fundamentos do Design de Objetos
Palestra Fundamentos do Design de ObjetosKao Tokio
 
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles Eames
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles EamesTrabalho sobre cadeira DSW - Charles Eames
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles EamesLarissa Ribeiro
 
Eero Saarinen - Vida e Obra
Eero Saarinen - Vida e ObraEero Saarinen - Vida e Obra
Eero Saarinen - Vida e ObraMarcia Rodrigues
 

Semelhante a Pdf madeira 12abril (7)

Charles e Ray
Charles e RayCharles e Ray
Charles e Ray
 
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do Produto
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do ProdutoArne Jacobsen - Mobiliario e Design do Produto
Arne Jacobsen - Mobiliario e Design do Produto
 
História da Arte: Arte e design
História da Arte: Arte e design História da Arte: Arte e design
História da Arte: Arte e design
 
Palestra Fundamentos do Design de Objetos
Palestra Fundamentos do Design de ObjetosPalestra Fundamentos do Design de Objetos
Palestra Fundamentos do Design de Objetos
 
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles Eames
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles EamesTrabalho sobre cadeira DSW - Charles Eames
Trabalho sobre cadeira DSW - Charles Eames
 
Aula 5 designers atuais internacional
Aula 5   designers atuais internacionalAula 5   designers atuais internacional
Aula 5 designers atuais internacional
 
Eero Saarinen - Vida e Obra
Eero Saarinen - Vida e ObraEero Saarinen - Vida e Obra
Eero Saarinen - Vida e Obra
 

Pdf madeira 12abril

  • 1. xi ebramem XI ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRA E ESTRUTURAS DE MADEIRA LONDRINA –JULHO 2008 DESIGN DE CADEIRAS EM MADEIRA LAMINADA CURVADA: ASPECTOS ESTÉTICOS E ERGONÔMICO Sérgio Trajano Franco Moreiras¹ (strajano@gmail.com); Maximiliano dos Anjos Azambuja¹; Docente da Universidade Estadual de Maringá – UEM/CTC-UMUARAMA. Rodovia PR 489 nº 1400, Umuarama (PR). RESUMO: O objetivo deste artigo é tratar sobre o design de móveis em madeira laminada curvada. Os enfoques principais são a geração do design e a aplicação dos aspectos ergonômicos no projeto. O estudo sobre a concepção da arte do design é proporcionado pelo estudo das obras de Alvar Aalto, Marcel Breuer, Charles Eames, Ray Eames, Jean Prouvé, Gerrit Rietveld, Gerald Summers e Ron Arad. Os conceitos ergonômicos importantes para o design de cadeiras foram obtidos nos trabalhos de PALMER (1972), MENEZES (1989) e IIDA (1996). É apresentado também um estudo de caso de geração de design em laminados com a incorporação de aspectos ergonômicos no projeto. O móvel gerado é uma armchair . Sua estrutura é mista sendo base em chapas de aço dobrado e a estrutura do assento e do encosto em chapas única de madeira laminada curvada. Palavras-chave: design de cadeiras, ergonomia, madeira laminada. CHAIR´S DESIGN FOR LAMINATED TIMBER WOOD ABSTRACT: This article treats about chair´s design for laminated timber wood. The focus are in the borning of the design and the ergonomics issues. Jobs of architets as Alvar Aalto, Marcel Breuer, Charles Eames, Ray Eames, Jean Prouvé, Gerrit Rietveld, Gerald Summers e Ron Arad are showed to tell us about design in laminated wood. The ergonomics issues are obteined in PALMER (1972), MENEZES (1989) e IIDA (1996). This text also shows a aplication of ergonomics issues in a armchair design. Keywords: chair´s design, ergonomics, glued laminated timber wood
  • 2. 1.INTRODUÇÃO Para um bom projeto para o desenvolvimento de uma peça de mobiliário deve-se focar diversos aspectos, principalmente:  A spectos Estéticos : É o desenho do móvel contendo a forma, o design, as cores, os tons e as texturas dos materiais aplicados.  A spectos Ergonômicos: A ergonomia aplicada no design de móveis define as dimensões mais adequadas da peça para ter o melhor o desempenho técnico e de conforto.  F inalidade de Aplicação: Conhecer as peculiaridades de cada local de uso específico do móvel.  D esign integrado: É a consideração que o projeto do móvel deve considerar desde o inicio do projeto os três aspectos citados anteriormente. Durante todo o desenvolvimento do mobiliário, da sua concepção inicial até o produto acabado, diversas etapas devem ser seguidas, a saber: A) Concepção Artística do Design – Através de desenho a mão-livre, com o auxílio da técnica de pintura em aquarela, defini-se a forma, o estilo, o design, as cores e os tons da peça. B) Ergonomia: Aplicação dos aspectos ergonômicos mais importantes logo após a concepção. Com isso garante-se conforto e segurança a todos os indivíduos usuários da cadeira. C) Construções de Maquetes - Desenvolvimento de maquetes das cadeiras na escala 1:6, como ferramenta de avaliação do design. D) Modelagem – É a transformação do desenho artístico em linguagem de projeto, contendo as medidas definitivas dos móveis, considerando aspectos técnicos e ergonômicos E) Construção dos Protótipos – Construção em tamanho original do móvel projetado, permitindo avaliar critérios de durabilidade e resistência do objeto. Em contribuição para o desenvolvimento do estudo sobre o design de móveis em madeira laminada, este artigo faz um estudo sobre os principais arquitetos e seus projetos de cadeira com madeira laminada curvada. Traz as principais considerações sobre a ergonomia do assento e por fim, apresenta um estudo de caso sobre a geração de um design em madeira laminada com aplicação da ergonomia. 2.HISTÓRICO SOBRE O DESIGN EM MADERA LAMINADA MOLDADA No início do século XX, entre as décadas de 1920 e 1930 observa-se uma transformação no design de cadeiras em países da Europa e nos Estados Unidos. Os móveis que até então são concebidos no estilo clássico, geralmente em madeira maciça e com estofamento no assento e nas costas, passam por modificações no design e nos materiais aplicados. O aço na forma tubular e de perfil começa a ser amplamente empregado nas estruturas das peças. Nos assentos e encostos diversas transformações são observadas, sendo uma de destaque é o uso
  • 3. da madeira laminada moldada. Diversos arquitetos trabalharam com projeto de cadeiras em madeira laminada moldada, principalmente na primeira metade do século passado. Dentre eles destacamos Gerrit Rietveld, Jean Prouvé, Alvar Aalto, Marcel Breuer, Gerald Summers, Charles Eames, Ray Eames e Ron Arad. Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), nascido nos Países Baixos, foi um dos pioneiros do design em laminados quando em 1917 projetou a célebre cadeira “red and blue chair”. Em 1927 desenhou mobiliário experimental em madeira laminada, comercializada pela empresa Metz&Co (Figura 1). (a) (b) (c) Figura 1 – Designs de Gerrit Rietveld. (a) Cadeira (1925). Estrutura de aço tubular dobrado, assento e encosto de chapa laminada curvada e pintada. (b) Cadeira Beugelstoel (1927) . Estrutura de aço tubular pintado, assento e encosto em peça única de chapa de madeira laminada curvada. (c) Protótipo. Fonte: Fiell e Fiell (1995) O francês Jean Prouvé (1901-1984) formou-se em arquitetura pela Escola Superior de Nancy. Em 1923 montou seu atelier, onde desenhou diversas cadeiras com estilo modernista. No início da década de 30 montou uma fábrica de produção de móveis Les Ateliers Jean Prouvé (Figura 2). (a) (b) (c) Figura 2 – Designs de Jean Prouvé. (a) Cadeira projetada na década de 20. (b) Cadeira desmontável (1930). Estrutura em aço tubular pintado, assento e costas em madeira laminada moldada. (c) Cadeira Antony (1950). Estrutura em aço dobrado e pintado. Assento e encosto em peça única de madeira laminada curvada. Fonte: Fiell e Fiell (1995).
  • 4. Um grande destaque no design de cadeiras com madeira laminada é o finlandês Hugo Alvar Henrik Aalto (1898-1976). Graduado em arquitetura pela Escola Politécnica de Helsínquia em 1921. Anos depois foi um dos sócios fundadores da ARTEK, empresa especializada no design de móveis. No ano 1929, em parceria com Otto Korhonen, criou o atelier experimental de laminados (Figura 3). (a) (b) (c) (d) (e) Figura 3 - Designs de Alvar Aalto . (a) Cadeira modelo F35 (1930). Estrutura de aço tubular cromado, assento e encosto em peça única de madeira compensada curvada. (b) Cadeira com braços (1930-1931). (c) Cadeira modelo nº 31 (1930-1931). Estrutura de bétula laminada e maciça, assento e encosto em peça única de madeira laminada curvada. (d) Cadeira Paimio, modelo nº 41 (1930-1931). (e) Cadeira modelo nº 43 (1936) Estrutura de madeira laminada dobrada e assento em tecido trançado. Fonte: Fiell e Fiell (1995). O húngaro Marcel Lajos Breuer (1902-1981) foi arquiteto formado pela renomada escola de arquitetura Bauhaus no ano de 1924, sendo a partir deste ano responsável pelo atelier de mobiliário. De 1937 a 1946 foi professor de design na Universidade de Harvad.(Figura 4) (a) (b) (c) Figura 4 – Designs de Marcel Breuer. (a) Cadeira modelo nº 301 (1932-1934). Estrutura em alumínio moldado, assento e costas em chapa de madeira laminada dobrada. (b) Chaise Loungue (1935). Madeira laminada curvada. (c) Cadeira (1936-1937). Madeira laminada moldada. Fonte: Fiell e Fiell (1995) Em 1929, Gerald Summers criou a empresa Makers of Simple Furniture Ltda para realizar seus projetos em laminados moldados. Os mesmos foram produzidos e distribuídos para os Estados Unidos (Figura 5).
  • 5. Figura 5 - Design de Gerald Summers. Cadeira em madeira laminada dobrada. Fonte: Fiell e Fiell (1995). O americano Charles Eames (1907-1978) realizou diversos projetos para a Marinha americana em madeira laminada, desenvolvendo método para moldagens complexas. Ganhou dois concursos de designs realizados pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma), nos anos de 1940 e 1946. Em parceria com sua esposa Ray Eames realizou diversos projetos em laminados curvados (Figura 6). (a) (b) (c) Figura 6 - Designs de Charles & Ray Eames. (a) LCW – Loungue Chair Wood (1945). (b) Protótipo de uma loungue chair (1946). (c) Cadeira modelo nº 670. Estrutura em alumínio fundido, assento em laminado curvado com almofadas de couro. Fonte: Fiell e Fiell (1995) Ron Arad nasceu em Israel no ano de 1951, graduou-se em arquitetura no ano de 1979 na Associação de Arquitetura de Londres. Em 1981 criou seu ateliê de design, sendo reconhecido como um grande arquiteto graças a execução de obras como o design do interior do teatro de Tel Aviv no ano de 1990. (Figura 7) (a) (b) Figura 7 - (a) Cadeira Schizzo (1989). (b) Cadeira Empty (1993). Fonte: Fiell e Fiell (1995).
  • 6. 3.ERGONOMIA “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”(IIDA, 1990). “As universidades, bancos, centrais de abastecimento e outros exigem operações de sistema igualmente complexos, oferecendo muitas oportunidades para estudos e aplicações de ergonomia...A ergonomia tem contribuído para melhorar a vida cotidiana, tornando os meios de transporte e mobília doméstica mais cômodos e seguros.”(IIDA, 1990) Os assentos, ou seja as cadeiras, são um importante instrumento do homem no desempenho de diversas tarefas. Devem ser projetados considerando a atividade a ser desempenhada e o grupo de usuários. De acordo com PALMER (1972) e IIDA (1990) as principais finalidades do assento são:  Apoiar o sujeito durante a execução do trabalho ou tarefa;  Relaxar os músculos não exigidos pelo trabalho;  Evitar desconfortos causadas por pressões desnecessárias na parte inferior da coxa;  Permitir que o indivíduo possa variar de posição durante trabalhos demorados;  Adequar-se ao tipo de função exercida;  Adequar-se as as dimensões antropométricas do usuário;  Formar um conjunto integrado com a mesa e demais equipamentos. 3.1.Aspectos Ergonômicos O corpo humano se apóia na cadeira através da sua estrutura óssea, as tuberosidades esquiáticas presentes na ossatura da bacia. Na Figura 8 observa-se como elas fazem o apoio com o assento. Os mais duros são mais adequados que os macios, pois suportam o peso do corpo mais adequadamente, não permitindo que as pressões se dissipem para outras áreas das nádegas e das pernas, que não são adequadas para suportar pressões. (a) (b) (c) Figura 8 - (a) Estrutura dos ossos da bacia; (b) e (c) Posicionamento das tuberosidades isquiáticas na posição sentada. Fonte: PALMER (1972)
  • 7. De acordo com IIDA (1990) um estofamento ideal seria um pouco espesso sobre uma base rígida, que não se afunde com o peso do corpo. O material mais adequado dever ser anti-derrapante e ter a capacidade de dissipar o calor e a umidade gerados pelo corpo. O encosto deve permitir o relaxamento da coluna assim como a variação de posições. A Figura 9 apresenta algumas posições assumidas pela coluna em algumas situações de postura. Figura 9 – Posturas assumidas durante a utilização da cadeira. Fonte: PALMER (1972) 3.2. Principais Medidas Aplicadas no Design de Cadeiras A altura do assento não deve ultrapassar a distância da parte de dentro do joelho do usuário em ângulo reto até o chão. Caso contrário haverá pressão excessiva na parte de baixo da coxa. O comprimento do assento deve ser menor que a distância entre a parte posterior das nádegas e a parte interior da perna. (PALMER,1972) A largura é determinada pela necessidade de espaço para os quadris. Se houver braços nas cadeiras esse deve permitir a pessoa mudar de posição confortavelmente e permitir o adequado posicionamento dos antebraços. O encosto tem por finalidade permitir o relaxamento e descanso das costas.(PALMER,1972) 3.3 -Dados antropométricos São as medidas físicas do corpo humana. A Figura 10 apresenta as principais medidas antropométricas na posição sentado que são aplicados as design de móveis e Tabela 1 especifica o significado de cada medida. (a) (b) Figura 10–(a) Principais variáveis antropométricas na posição sentada usada para design de cadeiras; (b) Variáveis antropométricas na posição sentado em função da altura do indivíduo. Fonte: IIDA (1990)
  • 8. Tabela 1 -Variáveis antropométricas na posição sentado. Fonte: IIDA (1990). ÍNDICE MEDIDA 2.1 Altura da cabeça, sentado, a partir do assento, ereto 2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, ereto 2.3 Altura dos ombros, a partir do assento, ereto 2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento 2.5 Altura do joelho sentado 2.6 Altura poplítea sentado 2.7 Comprimento do antebraço 2.8 Comprimento nádega- poplítea 2.9 Comprimento nádega-joelho 2.10 Comprimento nádega- perna esticada 2.11 Altura da parte superior das coxas 2.12 Largura entre cotovelos 2.13 Largura dos quadris sentado Para o projeto de design precisamos conhecer as medidas antropométricas da população que estamos estudando. Menezes (1989) apresenta as principais medidas antropométricas da população brasileira. Neste trabalho usaremos as medidas da Tabela 2 da norma alemã DIN (Dustch Institur für Norumung). Tabela 2 - Principais dados na posição sentada, apresentados em percentis de 5, 50 e 95% da população de homens e mulheres. Fonte: DIN 33402:1981 apud IIDA (1990) MEDIDAS DE ANTROPOMETRIA ESTÁTICA (cm) MULHERES HOMENS 5% 50% 95% 5% 50% 95% 2.1 Altura da cabeça, sentado, a partir do assento, ereto 80,5 85,7 91,4 84,9 90,7 96,2 2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, ereto 68 73,5 78,5 73,9 79 84,4 2.3 Altura dos ombros, a partir do assento, ereto 53,8 58,5 63,1 56,1 61 65,5 2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento 19,1 23,3 27,8 19,3 23 28 2.5 Altura do joelho sentado 46,2 50,2 54,2 49,3 53,5 57,4 2.6 Altura poplítea sentado 35,1 39,5 43,4 39,9 44,2 48 2.7 Comprimento do antebraço 29,2 32,2 36,4 32,7 36,2 38,9 2.8 Comprimento nádega- poplítea 42,6 48,4 53,2 45,2 50 55,2 2.9 Comprimento nádega-joelho 53 58,7 63,1 55,4 59,9 64,5 2.10 Comprimento nádega- perna esticada 95,5 104,4 112,6 96,4 103,5 112,5 2.11 Altura da parte superior das coxas 11,8 14,4 17,3 11,7 13,6 15,7 2.12 Largura entre cotovelos 37 45,6 54,4 39,9 45,1 51,2 2.13 Largura dos quadris sentado 34 38,7 45,1 32,5 36,2 39,1
  • 9. 3.4. Dimensionamento da cadeira com base na ergonomia Para o correto dimensionamento da cadeira utiliza-se os dados antropométricos da população e as dimensões chaves da peça. Na Figura 11 e na Tabela 3 são apresentadas sugestões de medidas para cadeiras considerando aspectos ergonômicos no design. Figura 11 – Definições das dimensões importantes no projeto de cadeiras. Fonte IIDA (1990) Tabela 3 – Dimensões da cadeira em função do tipo de postura. Fonte: IIDA (1990) VARIÁVEL POSTURA ERETA POSTURA RELAXADA a. Altura do assento 35 a 42 40 a 47 b. Largura do assento 40 a 45 40 a 45 c. Comprimento do assento 35 a 40 40 a 43 d. Espaço livre assento encosto 15 a 20 - e. Altura máxima do encosto 48 63 f. Largura do encosto 35 a 48 35 a 48 g. Altura dos braços 21 a 22 21 a 22 h. Ângulo do assento Até 3° 19 a 20° i. Ângulo do assento-encosto 101 -104° 105-115° 4.ESTUDO DE CASO O projeto a ser desenvolvido neste exemplo é uma armchair (cadeira com braços), para ser empregado em uma área de estar, na posição de descanso. O design da cadeira é apresentado na Figura 12. O assento e o encosto das costas é composta de uma peça única de madeira laminada curvada. A estrutura da cadeira é de chapa de aço dobrado.
  • 10. Figura 12 – Desenho de criação de uma armchair. Croquis executado em técnica mista de carvão e aquarela sobre papel. Para moldar o design gerado aos aspectos ergonômicos mais importantes do assento, aplicaremos as medidas seguintes:  Altura do encosto de 95 cm, com o objetivo de garantir que os indivíduos mais altos consigam apoiar toda a extensão das costas e a cabeça no encosto.  Altura do assento a 40 cm do solo.  Ângulos do assento com 16° e do encosto com 110° permitindo o usuário ficar confortavelmente na posição relaxada.  Largura do assento 55 cm.  Altura do apoio para os braços a partir do assento – 30 cm. Na Figura 13 e 14 são mostrados croquis da cadeira, nos quais foram aplicados aspectos ergonômicos. Na Figura 15 são mostradas três vistas de uma maquete da referida cadeira na escala 1:6. Figura 13 – Croquis da vista frontal da cadeira, com aplicação dos aspectos ergonômicos. Medidas em centímetros.
  • 11. Figura 14– Croquis da vista lateral da cadeira, com aplicação dos aspectos ergonômicos. Medidas em centímetros. (a) (b) (c) Figura 15 - Maquete em escala 1:6. 5.CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento de projetos de cadeiras com chapas de madeira laminada moldada ao longo do século XX permite o conhecimento de diversas formas de trabalho com design de laminados. A aplicação dos aspectos ergonômicos para o dimensionamento da cadeira é uma importante ferramenta para assegurar a todos os usuários deste design segurança e conforto. A integração entre design e ergonomia no momento da concepção racionaliza o projeto garantindo ao produto beleza estética, segurança e conforto. 6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIELL,C.; FIELL, P.(1995).Charles Rennie Mackintosh. Editora Taschen, 1995
  • 12. FIELL,C.; FIELL, P..1000 Chairs. Editora Taschen, 1995 IIDA, I.(19969 Ergonomia:Produção e Projeto. Editora Edgard Blücher Ltda.,1996. INSTITUTO LINA BO E P. M. BARDI.(1993) Lina Bo Bardi. São Paulo, 1993, 2ª edição, 335p. MENEZES, J. B.. Parâmetros ergonômicos para o projeto de cadeiras de trabalho. Tese. UNIVERSIDADE DE SÃO / FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - FAU/USP , 1989. PALMER, C.. Ergonomia (tradução de Almir da Silva Mendonça). Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1976.