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sessJ p se^[rurJep selsodser JpJ]uoJue
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sens se sepol qos'euv e opnlerqos 'a "'ogiSrleJ e 'osJêÀrun o ã elãueld o al
seg5eJuoJ sP'seurnlsoJ so'orJo op o rezel op seJrlgrd se'olrerrp o'ElrrJse
ep seJruJg] se 'epeleJ ura8en8urt e oruoJ soperJueJoJrp ogl euerunq op5e ep wa e 0xruq 1
solnpord urerSalur ãs eleu 'olreJuoJ oldnp elsluaf,nllw er.tepd p opuesfÌ
'eJnlInJ pp Ieueleu J oJruJgl oladse o mlnsuoJ ogSezqrrur a
oe5ezrlrzrrr"n'"n"r";"ï;;'i"r-i:;;i:iïffi 'u'^':::::ii,,, :sapuvt0 m4;
a aw-Luïws!
-sue4 ep op4ues ou re^ a,trulnJ e :ueuroH ourseur oe .,e.rr1aÍpe,, g opanltno
e rrreruoH oe ..e^euelsqns,, 'olueuod'a atnllnt i("'soluauredrnba 'erSoloural
e eJruJgl'lerraleur epttt),,n1,, op oru,ruop op srcIu 9,,oç5ezr1u,n,, oluenbua
'es-opuPJrJrtr
'("apeprrclueu ep 'serole^ sop 'possod og5eruro; ep '9 olsr) ,&s,, op o1u,rruop
sepeplnJeJ s
op sreu e ,,eJnllnJ,,'urauroll op olnpord seqrüe opues'anb as-esuad'aío11
e rerqru8rs
.SESJf,
:SOPEIJUEIEJTP
-ue4 e soJruoxes-o18ue'segruap so;osglrJ arlue seleqop noluetu{e'XX olnJes
op sord,rrurrd a y1y olnJgs op sreurJ arlua'pnb e',,0p)anpnn,,e ,,úrnllw.
OpuPsrzr'Out
solnqeJo^ sop op'eJr;ru8rs o arqos erruralod e urare5uel e sorrarurrd so 'segrtr
-ele solosglr; so ruoJ opnlaJqos'XIX olnJOS ou es-rrpunJrp e no5auroJúlru anb op5e e e
-1nt etrrcled e 'euglsrH
-pa operqru8r
( e seueunr{ seppparJos sq lalgorldp orurã} oruoD
-,rulop e solx
'(op5alopa '01y
Tuauúow1 awu.toH.T'Ìuoqe'I H
zsznnuawels$nas 0 :lpunw 0 wü lpvlulJ tau.tota1ruu.pd
aq1 anb uwarss op puonur{ apaplalla ap wanallnsu szugt!f,) sassa anb a 'sot-ta1ut soud
'eJrJrr:
-otd mas s0 ruos vpuâpqa$e aoalsa anb funs a an anb .nqat.nda as tilas'azamlap a4d
ep ercug8uerc
-otd v an wapn u$a anb nolrpa,na '4odap 'g 'uÇn npod atad azatnplg au u,6p.n úns
D nlznpo"tlul'saiua$a svns sv'sa1ru1dw snas so'sa1ânaÇ sans sa ntnusuü'not{tssap a1a
ercuggodurr
ès!esre^!un solueueuod sesse e sP^I}r-r
-uroo no slelnllnc soluaupyoduroC -g 'lpunw 0p
slal aluatada oa a1ua.{'ots,rut ae'apussâtalursap awof ap wunu a uJnsnDInD
sa futudas sa fon1aua sa anb wawog 0 l'rusua a wanu1uü sasno sa 'oluvlagua'fl
ap ossarord
leinllnc,ras e oc;691o;q,ras 'u.rauroH O Z
-erode anb sr
'soJÌ]eIIIel so
'lerJos seru'ecrB
-glolq ep€parJelrparaq rod ogu srJ^,rssrrusuel e soJrleuosserlxa 'alum8
erlua'D,trultD
-esuoJ rod'oçs solnqrrle a solnpord sJSSe 'euerunq op5e pp opeqnser I
aurou oudor
opues 'sarcgdsa ser1no seu ruelstxe ogu anb 'g olsr'oueunq oraua8 op soÀ O
t ruarasrnb e so
-gur1srp 'seuerunq sepeperJos sep sotnqu]e sop J solnpord sop olun(uoo
o err;ru8rs emlinJ 'üaul nas 0 aiqls DztlDeJ wawoH o anb oq5a oluenbua .
/ I sr$u svo r vunrrnS ï0 vtu_orstH
3. I lla
A Estética é a reÍlexão Íilosófica
Mas...oqueéArte?
e sistemáÌica sobre os concel-
tos de Beleza e ArÌe e tudo o
que a eles diga respeito. Nor- Por outras palawas, a que tipo de objetos, atitudes ou atividades podere-
malmente associada à FilosoÍia
mos chamaï "arte"?
da.Arte, cabem à Estética os
trabalhos de interpretação e Poucas questões terão levantado maior polémica entre os especialistasl [5]
sistematização dos factos artís-
ticos, atribuindo-lhes conota- Definir arte não é, por certo, tarefa fácil e, sobretudo, não é possível fazêlo sem
ções valorativas. Considera-se que, de algum modo, estejamos também a ïestringiÍ a amplitude e o signifi-
que Platão, com as suas reÍle-
xões sobre a Beleza, foi o pal cado do seu conceito.
da Estética. No entanto, só por
meados do século XVlll, com De um modo geral, ela pode definir-se como a capacidade que o Homem
os esÌudos do ÍilósoÍo aÍemão
possui de produzir obietos ou realizar ações com as quais - cumpdndo
BaumgarÌner, a disciplina se
instituiu como ciência autó- ou não finalidades úteis - ele possa expressar ideias, sentimentos ou
noma, abrangendo toda a ativi-
dade artística.
estéticas, isto é, suscetíveis de produzir prazer estético (entendido
este não apenas na aceção gÍega e renascentista da beleza formal, mas prin-
Processo psicológico pelo qual
se realiza a Ìransmissão inter cipalmente como manifestação de riqueza e plenitude do ser). ilhdü
pessoal de ideias, sentimentos 1,mffinmmmr&
e atitudes. A Comunìcação po-
Se aceitarmos esta definição, esses objetos ou ações capazes de veicular
de efetuar-se por vários meios ,l@m,rymmm
ideias, sentimentos ou emoções estéticas são as obras de arte. Como veículos
(gesto, corpo, linguagem Íalada ffiilm'ffiowdíffi
ou escrila, imagem...) e utilizar de comunicação, elas requerem sempre um supone material (qualquer que mffiqmMìffi
vários códigos. Distingue-se da
ele seja) pelo qual e no qual o artista - autor de obras de arte - concretiza, drí voz, ryumnmmrüwm
lnfornação na medida em que,
ao contrário desta, pressupõe, expressa a sua ideia, sentimento ou emoção e torna essa mensagem recetível e müMcnrrffiffi
para além da mensagem a
p ercetíu el pelos outros [4]. mlwrüWutrmmjm
tÍansmitìr, a existência de duas
ou mais consciências em pre-
sença e referidas, consciente ffirm"
ou inconscienÌemente, com- ,ffimrM:dgmf s
passiva ou agressivamente. A
f. Arte e Comunicação, uma relação essencial (esquema interpretativo) mu,1rtryur.
Comunicação, tal como a deÍÈ
nimos, é condìção para a exis-
tência dos grupos e das socie- MEÌ{SAGEM I@EIET keir
dades e desempenha papel ,@ffi.A,{nm
importante na génese pessoal
(psicogénese). ;furum,,,,,,,,,,,,ffimm
ARTISTA
I I
OBRA DE ÀRTE
,l
PUBLICO-ALVO
@ nod:r
,gSh
l. Cria l. Suporte . Lê, interpreta
!rquril
. Aprecia
Glr' d:&
l. Trun.portu l. veícrto
.
ncfi
l. Transforma Recria
Ilrlfu,,fi
'dm-/fLrmryt
,m,ryuuflüu ryrue
ffidl, ryuueffi
Esses atos de comunicação revestem-se de um significado especial:
üuproffinnupw
. nascem de uma inspiração criadora, fruto da inteligência, da imagina- püflnrwmnmm
ffu,ais e
ção e da sensibilidade e, dado que se concretizam sobre suportes mate-
u
'orm
m,ryru1,ü,n
ryue
riais (corpo, voz, pedra, madeira, som, imagem...), exigem, iguaÌmente,
smru srn&m
domínio técnico e formal (maneiras defazere de ver):
Púdo g'cmrmu
. são atos únicos, irrepetíveis, porque produtos da originalidade dos fFlanõ-.e,
seus criadores. Essa originalidade reside muitas vezes na maneÌra ínédita,
frequentemente suïpÍeendente, que o artista encontrapara dar forma à sua
criação/invenção;
4. HtsTóRtA DA CurÌuRA E DAs ARïES g
I
f,tÌ _: edonda fora do tempo e do espaço
: i.È,SÊ a Lewis Mumford que aceda a abrir o Kurt,schwitters frasgando em bocadinhos a carteÌra c]e fósfo
rosl: E umafunção espírítual d.o Homem que tem por objetívo
,: Ìi
, m-Íorl: Poderemos perguntür_nls pnrque berttí lo do caos da uída.
nls tnrnímrs
'.
:- .! (leLtses no que cÌíz respeÌta à tecnologia e seme, Pergunta-se se é possível definir a
, .ì.:mínios enquantl seres morais,
,uprr ho^rrc no
beleza.
.'. :.incia e Ìdiotas em maLéria de estéríca? Schelíng: A beÌeza é perceção do ínf nito
[murmúrios] nofníto. [...]
;: Tsí-Tung: permitir que cemflores desabrochem
e cem
Herbart: Ì'lão hí nem pode hauer beleza que
exista pvr si prr
; - ',t.!ìzem, eÌs uma poÌítíca pãr(i prlmnuer o desenuolui pría. Nada mais exíste além da nossa
opíníão qu€ wrsce das nos_
:.:: ,trtes e 0 pragressl tÌas sa s im p rrssòes pessoa
ciêncías e que clnstítuí um ì s.
,'tra o;florescí
:'tltura. [...] Leon Battista
Alberti:
,,*_r.il
'J:., ,-
Abelezaeahat-monia
" .-r.rd Fiedler: Tocla entre todos os membros de
:: Art€ Se IUSI- um complexo de que
.: -..t.5
n6 medída
fazem parte. [...]
. , .'.:cessíríapara
,_:.'.:tÇãa de qual- I{ant: A beÌeza conside
.
; ; ; .t. rada subjetívamente í
Qu€ não seja
: _.ì.',:.cl ríe nenhu- aquilo que agrada de um
, ':tma. [...] modo geral e necessat.í0,
sem conceìto aÌgum e utìlí
i r : r _-ar.. ,1 origem da ARTE ARTE dade prcítica.
ARTE
, ': Ser proCuracÌa
O moderadorpede que
se tirem conclusões.
; ' : t1.ian
fcom firme
-_.':íumjogoeos
Arnolil Hciuser: [...]
A obra de aríe í;forma e
. . j' .j.S SUAS regrLs.
contetído, confssão e en_
- ::oderador pede gano, jogo e mensagem,
.i *È se baseiem, tan_ funcionaÌ e inútí|, pessoal e
:: luanto possível, impessoal...
' r definições me_ Abraham A. Moles:
: : i subjetivas.
A criaçào arhstìca e a inrro
! d-il.-7n,' ARTE dução no nosso ambíente
c5 esperam)s
:,.: elaf xe tudo de formas que antes não
exístíam.
.: ifugaz fos operadores de cinética murmuram entre
..,tnine aquílo que é incompreensíveÌ, Georg Nees: A Arte não í ação rÌa l{atureza,
que dê corpo mas do espírÌto.
: 1Ìã.0 se pode medir, que
imortalíze as coisas qr, ,,tio Isto signif.ca que a Arte pode ter o
maíor ínteresse apenas rÌo
;rir loÌhares de entendimento entre Tt,onto de uÌsta dlt intelÌgência. EÌa exige, como
os artistas concep- quaÌquer objeto
;a arte pobrel . TurÌo o que é infnìto e marauilhoso, do mundo e da consciência, uma
certa parte da teorìa.
: o IIomem pode constatar sem cumpreender,
amar Siffied Giedion [Ìevantando_se para sair]:,4izz almente,
' Jejìnir, í este o uerdadeíro objeto da... interrom ié
serí a
Art e aín rLa ne c e s s drí a?
:r:lores vários].
tr--- J
r 'È uti: .-, -11'te e uma grande Lewis Mumforil fencaminhando-se para
tr consoÌadora e aplacadora a saída]: euando
JL [...] deÌxa d,e críar, o Homem dei.xa
ü cíe uiuer.
s
:!r
r.
Bruno Munari, Artìsta e Designer,
ry79
5. [,,,
. por outro Ìado, pressupõem uma intencionalidade
artística, isto é, uma
vontade manifesta de comunicar esteticamente, de serem fruidas, con,
templadas;
' e exigem autenticidade, condição básica de todas as outras característi-
cas que thes acabámos de apontar, pois por autenticidade entendemos a
capacidade que as obras de arte têm de nos darem a conhecer, através das
,rmt
-lufl'tïih
suas formas materiais e objetivas, as visões mais íntimas e subjetivas dos
-lfu]l]]]]mfim$
seus autores e das suas épocas;
-immW. il
.lutlÏtÌÌÍnM
. mas, acima de tudo, as obras de arte são mensagens ricas de
signìfcado(s) e, .fiffifl]I]ümilt
6, A intemporalidade da obra dê arte por isso, requerem comunicabilidade, ou melhor, têm de ser suscetíveis
(Leonardo da Vinci, Retrato de Ginevra .rmlwÍM,Íit
Bencci, óleo sobre tela, c.1474-76,42x de entendimento e receção por parte de outros, o púbiico.
37 cm) 'W|lmffim
"A jovem olha para além de nós com um A maneira como uma obra de arte é percecionada peto público reveste
entado maravilhoso e luminoso. ( ..) Ela
oculta aquilo que verdadeiramente é; o que sempre formas variadas e individualizadas. É que, quaÌquer que seja o seu
Leonardo nos revela é precisamente essa
ocultação, uma autoabsorção que não pou- conteúdo e forma real, e seja qual for a intencionaÌidade comunicativa do seu
pa qualquer olhar exterior."
autor, cada obra de arte, acabado o ato da sua materialização, adquire vida },üa mer ;
Imã Wendy Beckett, Histórta
da Pintura,Êd.Livros e Liwos própria, vale por si mesma, passando a poder ser
interpretada e sentida dife- {ffimr ,{r[ürÊ $iti (
rentemente, de acordo com a personalidade, a formação e o contexto cultural iiiúmrmpua'íd *"1
e histórico de quem a aprecia. mmlinr pm":*Jrtm
Esta particularidade acentua o carácter subjetivo e relativo da atividade mrinug m;ra*d
artística, do seu valor e significado, para os quais o primeiro e último juiz é r'mil[pmrenïl,ç- I
sempÍe a opinião de cada um (juízo de valor ou g0st0 pessoal) mìIu taLrü: d,n
- a Arte é um
plural de sentidos. -_u-r_ l-d.
rrnr.mmrLc,üãlt1*{{È :
contudo, apesar desïe ualor relatiuo que relaciona intrinsecamente cada
ÌhrLú:ü- Ê,mhÌ,:ilr
obra de afte com o seu criador e com a sociedade e a época histórica que a viu
mrdsmt [rÁ-q
nascer (a Arte é um produto cultural), as uerdadeiras obras de arte possuem
pmln:LliU-ni,
também rm ualor uníversal que lhes permite vencer o tempo e as barreiras '
dks ia Htu:ur
culturais e as fazem adquirir um significado e um sentido para todos os
maih,rr ú: :rem
homens. Consequentemente, são universais e intemporais.
Lfl:[ü]r:5r5;ãit ilI
Desta breve resenha sobre os requisitos e os critérios de apreciação/defini- $ turpeS:Se a.!,r',, ;;
ção das obras de arte [7]- criatividade, imaginação, originalidade, autentici- H -o;-n:- çr,;
dade, comunicabilidade, universalidade...
- ressaÌta, sem dúvida, toda a com- f qfrrrf,a,4e rital
plexidade e riqueza do significado da Arte que é, entre todas as atividades $ mecessí*Cadre
humanas, aquela em que a Humanidade se reflete de modo mais autêntico
e
profundo.
com efeito, é pela Arte que o Homem formaiiza e personaliza as suas cren-
ças, os seus sonhos e os seus medos, corporizando até o desconhecido e o
inexplicável.E atrauís da Arte que eÌe expressa as suas interpretações/recria-
ções da Natureza, de si próprio e dos outros. E na Arte que sublima tensões,
impulsos, complexos e traumas [g].
A relação;do Homem com a Arte é íntima e essenciall
A tal ponto que já alguém definiu a Arte como condição de Humanidade.
6. HrsróRn ol CulruRl r ons Anres I 1 1
sto é, uma ï. t ldúlra e Íruição das obras de arte: critérios de apreciação/deÍinição
Lidas, con A OBRA DE ARTE
(0bjeto artístico)
racterísti-
ndemos a
ASPFTOS PARA ANALISAR CRITÉRIOS PARA AVAIIAR
trar,és das . . criatividade
materiais e técnicas
etir.as dos . formas . originalidade
. cores, texturas . intencionalidade
. luminosidade . autenticidade
ficado(s) e, . estruÌura e composição . comunicabilidade
uscetíveis . conteúdos e tema . rigor estético
. signiÍicado: real ou simbólico . mensagem(ns)
:o reveste
;eja o seu
im do seu
pire üda l,a verdade, a Arte é uma atividade exclusivamente humana, na medida
rtida dife- ::- ;ue só o Homem é capaz de a produzir e apreciar. (Está hoje provada a
para, de um modo consciente e voluntá-
-:::acidade outros seres vivos
r cultural de
:.-. :roduzir ou apreciar fenómenos estóticos. Aprópúa Natureza, capaz de
- ,; naravilhar com a harmonia das suas paisagens ou com a fúria dos seus
atir.idade
mo juiz é --:::rentos, não o faz com intencionalidade artística, mas tão-somente como
trte é um
lomo tal, a Arte é uma atividade espontânea e inata no Homem. Isso
:-::stata-se facilmente ao anaÌisarmos a História. De facto, a produção artís-
nte cada
:-::. embora não necessária à sobrevivência física e imediata, teve lugar
que a viu
:-:smo nas sociedades mais primitivas e acompanhou o Homem desde os
possuem
::-rórdios da sua espécie. Esta afirmação é verdadeira para todas as socieda-
barreiras :=- da História também para todos os tempos e lugares! Na realidade, não se
e
todos os ..:e de nenhuma sociedade cuja cultura não tivesse conhecido e usado a
=r:ressão artística, mesmo que na sua linguagem, verbal ou escrita, não se
iotdefini- ; :;:sse ainda inventado a palavra (ou o conceito) para a designar.
utentici- ; -tssim, parafraseando René Huyghe, a Arte aparece-nos como uma neces- 8. A Arte - síntese expressiva do imaginá-
h a com- : ;idade vital para o Homem, não uma necessidade do corpo, mas sim uma rio (Hieronymus Bosch, pormenor de
: recessidade do espírito. A Tentação de Santo AnÍão, ólêo sobre
irÌdades madeira, c. 1500)
têntico e
uas cren-
rido eo
sirecria-
tensões,
midade.
IT
7. lllrz
O que é a História da Arte?
ou, mais precisamente: "Que tipo de disciplina é a História da Arte?",
"qual(ais) é(são) o(s) seu(s) objeto(s) de estudo?", "que espécie de conheci-
mento(s) veicula?", "que método(s) utiliza para se construir?".
Numa abordagem sucinta e direta, diremos que a História da Arte é a dis-
ciplina que estuda as produções artísticas, isto é, as obras de arte produzi-
das pelos homens ao longo dos tempos. Estuda-as com um duplo objetivo:
conhecê-las e explicá-las, salientando a sua relevância para a calacteÍização
das sociedades/civilizações em que se integram e paÍa a vida e condição
humanas na generalidade.
O trabalho do investigador de arte inclui semple duas tarefas distintas,
embora complementares:
. Por um lado, requer investigação e pesquisa de dados e factos para que
possa ler de forma exaustiva e rigorosa todos os elementos informativos
0mmï[m[]ilr&ll
contidos nas obras de arte: matedais, técnicas, formas, conteúdos, signifi-
cados e funções, autoÍ e suas subjetividades, contexto sociocultural, época
histórica... Este levantamento de informações , indispensável a uma boa
leitura objetividade científica
e recriação estética das obras de arte, exige
e rigor metodológico, o que implica o Iecurso e a utilização de fontes
Fbf,fËtl
documentais autênticas e de métodos analítico-explicativos e críticos pró- l$rymfu tmffio,u
prios. Para grande parte deste trabaÌho, o historiador de arte recore e ffinrmnmrç,,ãrmrm dl& mffiM
apoia-se em conhecimentos e métodos de outras disciplinas científicas mnm'llrrrlrrnLdFrymmnm
que, tendo igualmente por objeto e campo de estudos o Homem e as suas MmeL üWüôl 'ffifitÌÍÍÍrffi
atividades, complementam e testemunham a História da Arte. Encon- mr"ffi'rgrun,
-m dh
CÌências humanÍsÌìcas - grupo
de disciplinas do saber que têm tram-se nessa situação a Arqueologia, a Antropologia, a História, a Socio- í&ffi-qiftnmmrq&rl
por objeto e campo de estudo o
logia, a Filosofia... MMüfiÍMdml{ilffiM
Homem nas suas múltiplas ver-
tentes: antropológica, social,
. Por outro, cabe-lhe igualmente a interpretação criativa e crítica dessas Mmm mnÌ]alfillrnlmp
psicológica, políÌica, econó-
mica, cultural ou histórica. Dis- obras de arte, ploculando relacioná-Ìas com o contexto individuaÌ, socio- mdÏt@qmm ffilrim
tìnguem-se dos outros ramos
do saber principaìmente pelos cultural e histórico em que foram produzidas e, com isso, explicar a sua rmffinmms demm,u
métodos de investigação e ins- função e o seu sentido(s) na existência e na essência doHomem (ponto mfunmre mmiftffiMl
Ìrumentos de trabalho emPre-
gues e peìa estrutura das suas em que se aproxima e contribui para a Filosofia da Arte). Estas sínteses ï0ummr,tLümlmwüM
teses finais. Com eÍeito, utìli-
zam sobretudo a observação
compreensivas e valorativas da História da Arte constituem, realmente, erlmsümmmrmm
indireta e a posterÌorì dos Íac' a tarefa mais rica e profunda do historiador e também aquela que melhor ,r0mm m iffiUtM nndftn
Ìos; recorrem muito pouco a
processos experimentais e
contribui paÍa a mais completa fruição estética das obras de arte. ili,ÌrrllÌ]llrlÌli
4mH
laboÍatoÍiais; redigem as suas
teses sob a Íorma de sÍnteses Assim, como ciência humanística, a História da Arte possui um método fsìfúo sfrWírlrlÌilffi
interpretativas e compreensivas
próprio, em parte aproveitado de ciências afins e complementares, noutros H m,uffil[d,eM
e não como conhecimenÌos
exatos e quanÌiÍicáveis. aspetos adaptado à especificidade dos conteúdos que trata [91. iffi p'm,,mm *n**m
8. HrsníBn DA CurÌun E oÂ$ ARïEs I 1 3
9. Um método de análise histórico-artís'
tica
Extraído de'. La Pintura Contemporânea en
el Museo Thyssen-Bomemisza. Programa
de Formación del Profesorado, Guia del
CANAL Profesor, Ed. Ministerio de Educación y
SUPORTE Ciencia, Subdirección General de Forma-
ción del Profesorado, Madrid
E MATERIAIS
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cÓDrc0:
A LINGUAGEM
que
DA ARTE
VOS
C0NTEXTO H lST0RlC0: VALORES
isnifi-
época
boa
ífica
fontes Porquê lazer e estudar História da Arte?
pro-
Após tudo o que atrás ficou dito, é-nos fáci1 compleender a extraordinária
rre e
função da História da Arte. Através dela os fenómenos e factos artísticos dei-
ICAS
xam de aparecel como factos estéticos com intelesse histórico e assumem a
SUAS
sua total dimensão de factos históricos autênticos. Como escleveram Fagiolo
on-
e Argan, " A lbra de um grande artista á uma realídade histírica que nã0 fca. atrãs
Socio-
dnReforma de Lutero, da política de Carlos V, das descobertas de Galíleu." lYer Guía de
Ifiçóia da Arte,Editorial Estampal
Por outras palavras, o que estes autores quiselam salientar é que existe uma
soclo- relação intínseca e biunívoca entle os problemas e soluções levantados pelas
a sua obras de alte de um dado período/civilização/estilo e o contexto geral, histó-
to mico e culturai dessa mesma época/civilização. É essa Ielação que faz da Arte
ses uma componente indissociável da História do Homem e païte constitutiva do
te, seu sistema cultural. Assim, a função da História da Arte é a de estudar e expli
hor car a Arte não como um reflexo e um ploduto da História e da Cultura, mas
como um agente especial, ativo e cliativo, dessas mesmas História e Cultura.
Isto significa que ignorar a AIte é desprezar uma palte integrante e funda-
mental da História e, sobretudo, mutilar glavemente a nossa visão da evolu-
'ção da alma humana.
9. Estadio Municipal de Braga eoos) e
de Eduardo Souto de Moura (n. 1gb2)
icenciado pela Escola de Arquitetura da Universi-
dade do Porto, Souto de Moura trabalhou com
Áluato Siza Vieira e depois como arquiteto indepen-
dente. Acumula também as funções de professor (no
Curso de Arquitetura da Universidade do porto e de
professor-convidado nas faculdades de Arquitetura
de Harvard, de Dublin e Zurique) e de designer de
equipamento e produto.
É no Porto que se encontram algumas das suas mais
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importantes obras como a Casa das Ártes (o seu : :--ì:, i :i" '
r.' Prémio Secil, r99z), a recuperação da Cadeia da lli .i"a :' li . '::
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Relaçã.0, atualmente centro português de Fotografa, a renovaçã o da Alfândega e a
recuperação urbanística dazona da Baixa portuense, juntamente com Siza
vieira. Muitas residências, edifícios e prédios seus estão espalhados desde o
Minho - reconversão do Mosteíro de santa Maria de Bouro, na pousada de
mesmo nome - até às moradias na euinta do Lago, Algarve.
o seu estilo caracteriza-se pelo uso de formas depuradas onde domina o racio-
nalismo compositivo e a simplicidade estrutural, numa linguagem modernista
e minimalista (influência de Mies van der Rbhe). Através do recurso à planta
livre, à parede branca, à transparência do vidro, à textura e rudeza do gianito, A obra (esboços), pelo autor
cria obras que respeitam a tradição construtiva, nomeadamente do Norte do planta; cortelongitudinalcorrespon-
dente; coÍte com pala; corte com
país, e a realidade local: a Natureza, a geografia e as construções preexistentes e inserção no terreno
envolventes. "Subindo o monte vizinho para ver de cima
o primeiro lugar previsto, o arquiteto
Em zoo5, foi mais uma vez laureado com o prémio secil pelo projeto do Está- deparou-se com uma pedreira abanclonada;
dio Municipal de Braga. a beleza da pedra rasgada, a ferida abefta
na montanha, a vontade da cidade difusa ao
longe e, ao mesmo tempo, a memória de
antigos anfìteatros encontrados nas conchas
de um qualquer monte em ltália levaram-no
a tentar um modelo novo que pudesse
dramatizar a sud leitura do slìo.
Um projeto e também toda a luta necessária
o estídio foí implantado no Parque Desportivo de Dume, enclsta. nlrte d0 Mante castrt. para o pôr de pé..
A nossa ímplantação í consequência de não deuermos;fazer uma "bawagem,, à linha de
Manuel Graça Dias,
ígua que naturaÌmente perclrre 0 uale. A altemativafoi deslocí-lo para poente, aclossanr1a-o JornaI Expresso,2oo5 or 22
à encostq coma um anfteatro grego.
Hoje, o;l'utebol é um espetícuÌa, c0m0 o cinema, teatra e teleuísão; rlaí a opção de fazer alte O que interessa saber:
nas duas bancadas. Hoje nínguám 6.guenta uer
ffute bo1] atrís das baÌizas.
A cobertura surgiu ínícialmente c0m0 uma longa pala contínua, mas, por condícionamentos . Que fatores interferiram na
e viagens, optímos por eleger clma referêncía 6.s plntes Ìncas do peru. conceção deste projeto?
cam uma altura de 4a m, 0 estdclio fcarí adossad.o a cruas
ltraças clm 0 mesmo d.esnwel. . Que justificação encontrou o
sendo assím, o edífcío poderí seruir cie "âncora" à organização do território, na emergente
seu autor para as suas formas
expansào da cidade a norte.
A suÌ, tambémfoi assim hcí ui.nte (inls, n0 Mercado do Carandrí. Hoje, sem romantismos,
inovadoras?
est1u a amputí-lo parao,ue não morra de gangrena. . De que modo esta obra
Souto Moura, artigo ern lornal Arquitetos,n." r9g, nov./dez. zooo reflete o pensamento arquite-
tónico de Souto Moura? -,ilrr$ l'lf -l$ ,e[!iiãi
10. Tlt,,,l $*ffiíhïË$"Ì$ï $jd.h*iiffi Ësffi ;,&"F" I ffi f..t HtstóRrn on CurruRn r ols Anrrs 1 5
',iid3
E
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)io lado poente, as bancadas A cobertura só existe nas zonas
o
:stão dentro da rocha das bancadas; é constituída por
duas "palas" unidas por 68 cabos @
1
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de aço preeslorçado
I
I
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laciço rochoso Lado nascente
Bancadas do lado poenle
O estádio é a sua obra mais completa, 'do ponto de vista de escala' e
aquela onde se fundem mais conceitos, desde a engenharia, à arquiteturâ,
ldaquetado Estídio Municipal de Braga ao paisaçjismo, 'até quase à escuttura, numa perspetiva de Land Art'.
:lrardo Souto de Moura lutou pela ideia de um estádio agarrado ao espaço da VaÌdemar Cruz, Expresso, 2oo5-or- 22
"-^íga pedreira; para tal desenvolveu uma tipologia diferente: duas bancadas i" rochoso
Maciço 4. Pala
,:r:gitudinais paralelas, vendo num dos topos a rocha, no outro uma abeftura sobre
: "ale e a luz. (...) Cobriu-o'levemente' usando os cabos que lhe rigidificam as relvado
lï" Campo fi. Bancada superior e aberturas para saída
:a.cadas - uma, escorada no que restou da montanha, a outra, enorme, erguida à -' Cabos t'. Bancada inferior e aberluras
-cssa chegada'
Manuel Graça Dia s, Expresso,2oos-or 22
._ 68m
Bancãda inÍêrior
:--iada e bancada
pon- -=33ente
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e cima Bancada superior
cônstruída na rocha
,tada;
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Entrada e
bancada poente
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105 m
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11. I ll ro ffieSffi PffieT$ffiffi ffiesffi pmerxffiffi ffieffiffi pffi&rsffiffi TASO PRA']
& 0 Celeiro,lee4 Paula Reqo (n. r %il -
$ suqttíçlae ohra
Nascída em Lísboa, foí críada num
de Paula Rego ambiente famiÌíar tradícional que mui-
to influenciaría o seu imaginírio e a
sua arte. Em t 95 r,foí estudar para In-
O tema e a sua "história"
glaterra, onde conheceu SÌade Víctor
Qrr"rrdo paula visitou Chicago, em 1993, leu um conto de |oyce Carol Oates intitulado Willing com quem ueio a casar em
"Haunted" (Perseguido). A história conta a amizade entre duas adolescentes de fraco r959 e de quem teue três f.lhos..Em
carácter que tinham por hábito faltar à escola. A certa altura, uma arranja um namo- r962, recebeu uma bolsa da Gulben-
rado, o qui toma a outta ciumenta, e as duas separam-se. A jovem com ciúmes descobre, kían e expôs pela primeira uez no Lon
no meio do campo, um celeiro deserto e quando está a explorá-lo aparece umavelha que don Group. Pass1u então a lJfuer entre lr4cipq.ero
jurar rmÌceEps
a espanca selvaticamente. A velha é um fantasma. Desaparece depois de a ter feito Portuqal e Inglaterra
guaidat segredo. O tempo passa e um dia a outra rapariga é encontrada morta no Em r965, participou na exposÌção
Six Artists, em Londres; realizou
õeteiro. O nãmorado é preso, mas nenhuma prova incriminatória vem a ser encontrada.
também uma exposìção índiuiduaÌ
Esta história de adolescentes bisonhas, repleta de simbolismo sexual, é o tema de
em Lisboa. Em r969, representou
O Celeíro,um quadro grande que levou seis meses a acabar, tempo excecionalmente
Portugal na Bienal de São Paulo
longo para a artista. Dominado poI uma vaca físia e cheio de situações mágicas, o (Brasíl).
qruãto mostra a rapariga a ser espancada por duas voodoo e não pela velha da histó- Em 1976, na sequêncía da Revolu-
ria. A proveniência das raparigas reafirmava outra ligação mais antiga. Vinha de um ção do u 5 de AbriÌ, regressou a
quadro representando uma boneca, pintado por L. S. Lowry, pintor que Paula admi- Inglaterra e ftxou residêncía defni-
rava desde a altura em que este tinha sido amável para ela quando era artista convi- tì.va em Londres. Nesse ano partici-
dada da Slade School of Art. pou de novo naBienal de São Paulo
f ohn McEwen , Paula Rego, Galeria III, Quetzal Editores e Íez íluslraÇa0 de liuros ínfantís.
Em r 98 r, realízou a t.' exposíção ìndí-
uidual em Londres; em r 98 j, tzrnlu-se
Apintura de Paula Rego
professora na Slade School of Art e
0s trabalhos de Paula Rego na década de 5o estão próximos dos códigos de uma expôs em Noua Iorque.
representação realista, mas valorizam já, na seleção dos detalhes em destaque - Entre r9B5-BZ, representou a
vejam-se os coÍpos espessos, ligados à terra - e no modo agreste de pintar, uma rela- Inglaterra na BienaÌ de São Paulo;
virulenta com a realidade. (...) a Tate GalÌery comprou Ìhe o pri'
ção
Na década de 6o, a partir do decisivo enconÍo com a obra de Dubuffet, o trabalho de meíro quadro: fez uma primeíra
'exposíção índiuíduaÌ nos EUA; pín
Paula Rego ganha uma maior liberdade, agressividade e pulsionalidade que o aproxi-
tou as sénes A Menina e o Cão e As
mam da rudeza do gesto espontâneo e da elementar violência do traço, da mancha e da muffirül
Criadas.
cor. A explosão energética dos anos 6o encontrou uma nova forma de expressão com o
Em r9BB, envíuvou e exÌtôs retrospeü-
uso da colagem, através da qual domesticou a energia de um modo, ao mesmo tempo, vas naEtndação GuÌbenkian e na
mais complexo e sistemático. (...) Serpentine Galiery, em Londres.
Depois de deixar a colagem, Paula Rego, no início dos anos 8o, volta a desenhar dire- A BBC realízou um documentríio de nìqlfrrn
tamente da mão pala o papel e reforça a frescura e imediatez das suas figuras, ao umahora sobre a pìntora.
fiffi nrrmmumìiisrnrlrr' pmm
mesmo tempo que exercita um tipo de composição em carrocel que torna os seus Em r99o, tomou se a prímeíra aftìsta
quadros cada vez mais exaltados e vertiginosos. assocíada da National Ga1Ìery.' Milmnsmm
r,mr
Mas, em meados da década de 8o, a autora inicia uma inflexão conducente a pinturas A exposrção Nursery Rhymes Per- mrynmd
corre vcíríos locaÌs da Grã-Bretanha.
caracterizadas poÌ uma concentração da representação numa única situação, envol- Mil-mm
Em r 9 9 r, ínaugurou o murallardim
vendo um número limitado de personagens, por um abandono da lógica gráfica do ifumiõrm,frmn
deCrivelii; deu inícío à exposíção iti
desenho bidimensional, através da introdução da perspetiva, e pelo letomal de técni-
nerante Tales from the National ftmmnnmmt-emrfoü
cas mais próximas da tradição da pintura. (...) GaÌlery, que ueío também à Gulben-
Regra geral, no trabalho de Paula Rego a referência fundamental é uma história que kian, em Lísboa.
só a autora conhece e que chega até nós, revelada num momento de particular ten- Em r994, expôs na Marlborough
são dramatúrgica, através das personagens, da cenografia e da situação que a autola Fine Ar! emLondres, a exposiçãoDog
elege para lhe dar colpo. Dadas as tensões, o cenário e a coÍeografia gestual do Woman (MuÌher Cão). Em r996,fez (lqr
momento, compete a cada um desvendar a história e tirar conclusões. parte dos dez artístas selecíonados
para a Exposíçâo Spellbound Àrt -CrM
Para Paula Rego trata-se, sempre, de criar um mundo - um conjunto de figuras, nar-
and Film na Hayward GaÌÌery, em - fl",{M
rativas e relações sociais - cujos habitantes são obrigados a aceitar e a manifestar
Lohdres.
todas as verdades, medos, perigos, euforias e catástrofes que as sociedades correntes Em zoo4-zoo5, realízou uma .Aüfu
tentam por todos os meios esconder, esconjurar e reprimir. Um mundo de persona- grande retrospetíva das últímas
gens radicalmente expostas e libertas: para o bem e para o mal.
-ffim
obras no Museu de Arte Contempo-
Difel rânea de Serralues, no Porto. - C"M
Alexandre Melo, Artes Plísticas em Portugal, dos Anos 7o aos Nossos Dlas,
ffimÍ rFil1w
12. T !r'i HrsïóRrA DA Curruna r ols Anrrs 17
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Uma das fustigadoras
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li -+s'ãnte" das galinhas Paula Rego, O Celeíro, 1 994, acrílico sobre tela, 270 x 190 cm, coleção Joe O rato que mama da vaca
Berardo, Sintra, Museu de Arte Moderna
)' epoimentos significativos
- ::raior problema de toda a minha vida tem sido a incapacidade de me exprimir
-: ,::talmente
- dizer a verdade. Os adultos tinham sempre razão: a menina ouve e
:.: responde. Responder, contradizeÍ, eta a morte, era cair de repente num vazio
: .::r-,-el. Esse medo nunca me há de deixar; vêm daí os disfarces infantis, os disfar-
-.1 -;mininos. Menina pequenina, menina bonita, mulher atraente. Daí a evasão
:': ::,ntaÍ histórias. Pintar para combater a injustiça.
Paula Rego
O que interessa saber:
. Com que personagens e outros elementos conta Paula Rego a históriadesta obra?
. Como relaciona esses conteúdos e de que modo se inserem no espq4o do quadro?
|1:1 .A linguagem técnico-formal pode ser considerada realista? Porquê?
1_is
.-:::- . E os conteúdos e sua "mensagem"? |ustifique.
'
. Como interpreta este quadro de Paula Rego?
-,]
13. lllzz
Período da História que com- @ Homem da democracia de Atenas
preende a origem e o desenvol-
vjmento das civilizações grega e
romana. Vaì do 1.' milénio a. C. 10séculoVa. 0 sécul0 de Péricles (0 tempo e 0 espaço)
a 476 d. C., altura em que se dá
a queda do ìmpério Romano do No século v a. c., a Atenas democrática de péricies repÍesenta o culminar
0cidenÌe.
0 adjetivo clássico rcÍere-se a de um tempo histórico e artístico da Grécia ou Hélade, a primeira civilização
ïudo o que é desïe período ou
que com ele se assemelha.
daAntiguidade Clássica, da qual somos herdeiros [t e z].
as Guerras Persas,
em 449 a. C., Atenas viveu um tempo de paz, de
ócio e de liberdade, o que contribuiu para um ampÌo florescimento que, conju-
Em 499 a. C., os Persas, procu- gado com a intervenção de homens dotados, fizeram de Atenas a escola da
rando uma saída para o maÍ,
Grácía. Entre esses homens sobressaiu Péricles, que deu o nome ao seu sécu1o
atacaram a Grécia começando
pelas cidades gregas da Ásia pela sua ação e pela sua eloquência como homem de Estado e como mentor de
Menor. Assim se iniciou uma
longa guerra que só terminou
um projeto artístico-cultural e cívico. Por tudo isto, os Atenienses deram-
em 449 a. C., com a derrota dos lhe toda a autoridade durante mais de 20 anos de governação, o que lhe per-
Persas, o que deu uma incon-
testável supremacia aos Ate- mitiu iniciar a ldade de ouro da Grécia clássica, pois, segundo péricles, todos
nienses. (Ver Liga de Delos)
cs gÍegos tinham acesso ao esplendor de Atenas.
1. A Grécia Antiga
lnserida na bacia do Mar Mediterrâneo, a
Península Balcânica apresenta, a sul, as
penínsulas do Peloponeso e da Ática e,
nesta, a cidade de Atenas. Usufruindo de
um solo montanhoso, da interpenetÍação
i"'r''o""a5'"
terra-mar devida à costa recortada com
'Òo- .t4 4
:, . --4
( -
cnÉcrA
GPéryamo AslATlcA
propícios ancoradouros e portos de águas
lrl;íFé{ .g rserr r*F Ç
proÍundas, Atenas desenvolveu o comér-
cio, o domínio e o estudo dos mares, dos tï:1}:{ry
'q"iï;ó Plareìõia
""' : r-.snÍiïiJ.,.".
ventos, das correntes, das tempestades, da
astronomia e tornou os Gregos um povo de
marinheiros e os mares uma estrada.
r*ii}ï,*#Fs;Í";' -Ëj;;..
Terras acima dos 300 m
G Cidades
,1 Lugares sagrados e oráculos
ffi importantes
-v-
ffi c,e.iu
ffi negioes colonizadas pelo cregos
3 Cidades e colónias gregas ,ooì
2. O mundo grego
14. HrsróRrA DA CULïuRn r oes Anrrs I 23
Nalurais de Atenas, Íi hos de
Com uma população de 35o ooo habitantes (cerca de 35 ooo cidadãos, I
pai e mãe atenienses. Em Ate-
:erca de 55 ooo metecos, sendo o restante muÌheres e escravos), Atenas viveu nas, só os cidadãos têm direito
a exercer Íunção política e
:ma confortável situação económica e social como o solo era pobre e mon- adminisïraÌiva.
-:,nhoso, os Atenienses estabeleceÍam tÍocas comerciais com a Magna Grécia,
: Gréciã.asiática e a insular, com áreas vitais da Crimeia e do Mar Negro
Estrangeircs que tinham auto-
londe reeebiam trigo, carne, madeira, metais e para onde exportavam azeite, rização para residir em Atenas
inho, mel, mármore, chumbo, cerâmica [3] e objetos de metal); desenvolve- e pela qual pagavam um
imposÌo especial; homens
,de :âm os ofícios e as indústrias localizados em quarteirões e bairros, como o livres, geralmente comercian-
les ou artesãos. mas
-erâmico; Iotearam terras fora da Atica para a fixação de colonos e explora-
nju- sem
direitos poìítÌcos.
tda =ào de produtos agrícolas.
ulo A situação política era também estável: estava consolidada a democracia
rde ::i ido ao contributo de legisÌadores como Sólon, o reformador (em 594 a. C.,
lm- .: garantir uma justiça iguaÌ para todos e ao repartir os caÍgos públicos pelas .
PeÍ- 'rierentes classes sociais), de Pisístrato, o tirano (que entre 56r e 5zB a. C.
dos :-:segurou a prosperidade económica e cultural de Atenas) e de Clístenes, o
-:rdador da democracia. Este, em 5oB a. C., instituiu a divisão da população
territoriais ou demos, e tornou os cidadãos
dez tribos, inscritas em centÍos
':r
:::ais perante a 1ei (isonomia), com iguais direitos políticos (isocracía) e com o
:::smo direito e o mesmo dever do uso da palavra nas assembletas (isogona).
--:sim, estava responsabilizado cívica e politicamente o cidadão que, como
:-:;nento da polís, era sorteado e recrutade para funções poiíticas e militares,
. :crnada a CïnstituíÇão de Atenas o exemplo paÍa o mundo. Estas leis não
-'::ìm, poïem, aplicadas plenamente, faltavam meios païa o fazer; por isso
[, Péricles instituiu uma série de medidas para garantir que elas fossem con-
F r-bstanciadas a fim de que a superioridade e.a efetividade da democracia ate'
I :-:nse fossem uma realidade fver Biografia].
tv. a Atenas de Péricles, o Olímpico,celebralzam-se ao ar livre cerca de 6o fes-
reÌigiosas/culturais por ano, pois a religião, qüe estava a caÍgo do Estado,
=
-'..:nprìa se tambem deste modo. Multidòes de Atenienses e forasLeiros parti-
--:avam nestes programas como forma de consciencialização e demonstra- 3. Âítora de Íiguras negras, século V a. C.
;":. para o mundo gÍego e para os povos vizinhos, da sua grandeza e dos seus Nesta peça está representada a luta de
-- ores (foi também por esses motivos que Péricles estabeleceu o theoncon, a
Héracles contra os pássaros do lago Estin-
Íalo.
:' iva dos lugares no teatro para os pobres).
R.esultante deste bem-estar, a cultura e a aïte foram também privilegia-
:---: dado que a cidade tinha sido destruída peÌos Persas durante as gueffas,
:::-nreenderam-se grandes trabalhos públicos de restauro e construção ConÍederação das cidades-esta-
do da Ásia Menor, das ilhas e da
::-:ralha, tempÌos, pórticos, fontes e edifícios municipais) que ocupavam Grécia continental dirìgida por
:,::Ìens sem trabaiho, uma mão de obra especiaizada e uma classe média Atenas, com fins deÍensivos;
para tal, cada cìdade pagava tÍi-
:--rnerosa, para a1ém dos escravos. Esta oportunidade e liberdade de criar e butos que estavam reunidos
num tesouro, na ilha de Delos.
:::iuzir, a abastança de fundos (vindos do tesouro da Liga de Delos) e a Mais tarde, em 454 a. C., PéÍi-
; ;-::lalidade singular de Péricles atraíram a Atenas, provenientes de todo o cles mudou o tesouro para
Atenas, serviu-se dele para a
; -r--:ndo grego, muitos talentosos artistas, filósofos e intelectuais que contri reconstrução da sua cidade e
i : *:am para um notável desenvolvimento.lJma amáÌgama de saberes, fruto impôs o seu poder militar e polí-
tico às outÍas cidades. de uma
i :. rradições diversas (recebidas dos povos da Mesopotâmia, do Egito, de Íorma imperialisÌ4.