O documento discute a evolução da escultura na Grécia antiga, desde as suas origens no período arcaico até o período clássico. Destaca como os gregos desenvolveram representações anatômicas mais realistas e composições equilibradas nos frontões e frisos de templos. Também examina os principais tipos de estátuas como kouros e korai.
1. I A escultura: o Homem em todas
as suas dimensões
,,r:;:;:::ïS':l:: rlma'ileaiata,e Ìógica' nos apercebemos da ve
-agoras que dizia: "o
Homem é a medÌia a, iao,
com efeito, para o as coisas
;::;,.:#:**;.,',yÌïïffi :f,'ï'*ï.",ï','"ïï','::ïi*{ï:fuï
te1d31omo,,r"r,,ìii,l,ïil)';;i:;i:i;;,:,:::,;:::ï,rr':ï:í,;i::i;:;Â
pela habilidade da representa:ão
exata das aparências
mimesis ou o iÌusioni uisiueis,,.IJsou
Ëffi"ï;r,:#;Jfi'":ïtï":: :i; j*ij:ü jï:ry;.h1#**i*ï:"ï:ff I
j",,ï:rï#
ryrìo mostra o vigamento
em madei-
ãHffi ,'X,",;;",ff i""l:""#iijiï
zls_que..ocultam as junções
das tra_
:ï-Téropas escutpidas em atto_re_
enriìuecidas com coi
Foi no século V a. _
C. época clássica _ r
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ção, com : J:ï:1, do mais
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tou os reÌevos do pártenon,
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geniaÌ.r.urio,-a'.'i,J
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nomeadam enïeA procissão panateneirT-s
práticol' das
No entanto, foi necessário [ver r..
um o.rtooo de tempo
de pelo menos
:í:ï::. :i:Jïi1ï,:::::'..,,";;; ;
atingisse a mestria artística.
sao estes
"ìrìi p,op,,o como povo - para q
PlulrrÌo para -
;:ïfiï Íx:l*:i ::Í{ iï" JüiÏ
grego' pois a maioria
da estatuária " " aor.t
tuída por cópias n.tenrsu."s
que
U:ïï.:.ïf,
ecemos hoje como
iï J"ï;
---" v óLru(] trscuirorlco do po
:
grega é cons
e romanas.
Um longo período que
vai do sécuÌo IX i
:X;.,,_.1íi:,f ,:",*ï::l+iüË'il!.ï.li.i;ï,1li.J:;:,1,.ïï
tiva deste rongo espaço
é o.ru#"ilï:ir;ï:i::f:i;
entre os séculos VII, {e lemro
W e início ào re.uioï].
c.
denotam diversas innuências,
ffi"H#ï:Ë:ï;":i ,.on" , .,ïrïï::i:ì::Jrïro das quais se destacar
úma nur&nt
cas(marcada,o",;:fr :ï:;,T,1ï:;flïUï.X**nï:ï,ffi @,úmdlt
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2. -
HrsróRrA oAS Anrrs Vrsunts | 51
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:âra que
. toucas,
:o povo
. consti-
-: escul-
:: evoÌu- A Dama de Auxefte, estátua em calcá- 47. Koutos dito de Súnío, do primeiro
46.
quartel do século Vl a. c.
rio datada do penúltimo quartel do século
- situa-se Vll a. C. A anatomia do corpo é apenas apontada
,lll. -,:": ie Samos, cerca de 570 a. C. - már-
esquematicamente, como se pode veriÍicar
Esta pequena estátua, com 75 cm de altura,
fl; , : :: - a altura de 1,92 m
apresenta o corpo Íeminino de uma mortal,
na rótula e na arcalura das costelas e, taì
-^.stacam : -'= :e modelação Íina revela a mão tratado de Íorma convencional, com o gesto como acontece com outras estátuas do
- :- =:a habituado ao cinzel.
A estátua,
típico de adoração, da mão diíeita sobre o mesmo período, tem a Perna esquerda
-- nicéni :: -ã: hierática do corPo e dos braços
: peìto. O tratamento do seu rosto revela a avançada sobre a direita - lembrando a lei
- I: : : Pelto e outro ao longo do corPo), completa assimilação dos escultores crelen- da Írontalidade das estátuas egípcìas - e
- a6 e 47Ì.
: :strutura cìlíndrica dos xoanar' ses dos modelos orìentaìizantes. O cabelo é os braços caídos ao ìongo do corpo A ca-
':: ==s:á gÍaciosamente envolvido num convencional, caindo sobre os ombros em beça é simétrica e os traços fisionómicos e
' : - :: cregas se dìspõem com deìica- Íorma de cachos.
o cabelo geometrìzados, Tem um leve sor-
-.: ã parte inÍerior termina em bainha, riso enigmátÌco nos lábios e o desenho dos
r - : .::ntecia com os ídolos antigos. oìhos orientalizante.
dimensão um pouco superior à humana A figura
partìr de um tronco cì1índrìco reto, em madeira, com uma
:::rn. São as primeiras estátuas de deuses, feitas a
se fechados. Eram pìntadas de vermeÌhão e branco
e
:: :::;eìtamente imóveì e hirta com os braços colados ao longo d.o COIpO e, nO losto, oS oÌhos aplesentavam
- :: euarda rouPa comPìeto
3. lllsz
No período arcaico estabili
zou-se o enquadramento d
escultura na arquitetura. Assi
o relevo ficou sujeito às formas
dimensões dos espaços arquit
tónicos a ele destinados. Na
dem dórica distribui-se peI
métopas e pelos tímpanos d
frontões [48 e 50], enquanto que na ordem jónica, para a1ém dos tím
48. Desenho de tímpanos com decoração
esculpida é aplicada nos frisos contínuos [a9 e 51].
O primeiro [A] é uma reconstituição do Íron- "hi
tão oeste do Templo de Apolo que apre- O relevo possuiu, desde cedo, duas funções essenciais: a de contar uma
senta, ao centro, Zeus com a suã quadriga.
tória" mágica ou vitória de um deus, narrando e comemorando o ato que j
a
À esquerda, Alena ataca um gigante e à
direita Poseídon luta com dois gigantes; o fica a edificação do templo; e uma outra mais prática, que é a de preencher
segundo [B] é a reconstituição do Írontão
êste do lernplo dos Alcméonidas. O autor decorar o espaço arquitetónico. Esses relevos eram inicialmente feitos em terr
deste Írontão organizou uma composìção
quase simétrica onde um leão devora um
c'ota, pintados com cores vibrantes; mais tarde, foram executados em má
touro à esquerda e outro leão devora um
veado à direita. Ao centro esÌá representado
É na escultura dos tímpanos que se estabelece uma perfeita harmont
Apolo no seu carro. entre o trabalho do escuÌtor e o do arquiteto. Na forma triangular, é difí
estabelecer uma composição equilibrada, mas os Gregos souberam resoÌver
situação de modo inteligente e singular, colocando diversas figuras, em vari
das posições, de acordo com o espaço a ocupaÍ. A dimensão e posição
figuras tinha a ver com o seu gÍau de importância no acontecimento rep
sentado. Assim, as principais eram colocadas de pé, na máxima aÌtura do tí
Superfície triangular delimitada pano, enquanto as restantes se adaptavam aos lados decrescentes do triê
pelo frontão.
gulo, aparecendo primeiro curvadas, depois sentadas e, por fim, deitadas [50].
Nas métopas colocavam-se cenas míticas com duas ou tïês peÍsonage
Que, no seu conjunto, contavam histórias de heróis, de
gigantes, de centa
ros..., qual banda desenhada em pedra [sl].
Mas, é no friso jónico, contínuo, que o artista tinha maior liberdade
dora, aí desenvoÌvendo uma ação sequenciada, numa sucessão de ritmos
rativos, sem interrupção e sem monotonia. Os temas mais utilizados eram
procissões, os desfiles, as corridas de carros, etc. [52].
Estética e estilisticamente, os relevos possuem características idênticas
da estatuária, tendo as figuras uma anatomia esquemática e moviment
algo rígidos. Os rostos são orientalizantes, com olhos oblíquos e a
maçãs do rosto salientes e barba e cabelos simplificados e geometrizados
Da estatuária chegaram até nós dois tipos básicos de figuras: uma m
Iina que é a representação de um jovem nu ou kouros; e a de uma rapariga
tida, designa da korá147 ,56 e 571. O kouros, singuÌar de kouroi, simboliza o de
da juventude e da plenitude, ao qual também se iria chamar Apolo ou He
Mas há ainda quem considere que pode Íepïesentar o jovem Zeus ou atÌe
-heróis. Foi em particular nestas estátuas que os Gregos ensaiaram as pri
/t9, Friso jónico com decoração escul-
pida do templo de Atena Niké ras representações anatómicas e o movimento corporal.
4. Hrsróen ons Anlrs Vrsults I 53
r -stab11Ì
:-- - nto d;
:.. Assim
. -f fmaS t
. arquite
.. Na or
-.e pe1a,
..ros do,
:-rnpanos
rr : :: :rstituição dos Írontões do Templo de Zeus,em Olímpia' cerca de 450 a. C.
: :- - or ental está representada uma corrida de carros regulada por Zeus, ao centro: no frontão ocidental é Apolo
que preside à luta enÌre Ceniauros e Lápitas
r :::s do Tesouro dos Atenienses em DelÍos - período arcaico 52. Pormenor do friso norte do Tesouro
de Sífnos, que representa Hera, datado
. : :stá representado o duelo entre Teseu e AntÍope, rainha das Amazonas; na segunda, estão de c. 525 a. C.
- ::: s os trabalhos de Héracles.
-:ìOnagen: Como se pode observar. a figura e esque-
-.= Centau mática, com a anatomìa apenas apontada.
O rosÌo orienÌalizante possui olhos amen-
doados.
: -:.de cria-
:-rnos nal'
. : eÍam a:
i ; iii'2,
- -..nticas . fi .'16'.r :-;
"ii'ft{1
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--,mento. ;i",1j,
--rdoados "#.
- .dos [53.
.:: ÌnASCL.
.::"riga ves
, :a o deu.
-- Ìferme:
-: atletas : : :'Êntal do Tesouro de Sifnos, c.525 a, C.
- ,.s prime, : ::':s:.ìiada a assembleia dos deuses. Na imagem, Ares, Afrodite, AÌlemisa, Apolo e Zeus.Tal como nas métopas, o trabalho escultórico é algo
: - :-::faL. As pregas dos mantos são esquemáÌicas, estilizadas e as figuras dos deuses possuem ainda um carácter impessoal, de caracÌerísÌicas
.: - ::
5. Illsa
IniciaÌmente, eram mais rígidas, de corpos hirtos, ombros largos e an
estreita, braços esticados ao longo do corpo; a barba e o cabelo eram simpli
cados e convencionais -
em caÍacóis, tranças ou ondas; e o rosto, mui
esquemático, desenhava um soffiso enigmático nos lábios. Gradualmen
estas estátuas-heróis adquiriram alguma flexibilidade e movimento, d
dendo os braços do corpo e ganhando, também, expÍessão facial [58].
plurai de koré, são jovens virgens, grac
O equivalente feminino , as korai,
sas e encantadoras, que se apresentam vestidas com longas túnicas p
das que eram pintadas de coïes luminosas, vivas e cintilantes. Os seus
simétricos, com "meios-sorrisos" e cabelos longos, ondulados e por
entrançados, são de uma imobiÌidade serena 1571.
A transição para o período cIássico, que se situa entre os séculos V e IV a.
inaugura-se com duas obras em estilo severo, feitas em bronze e com cará
imponente: O Auriga de Delfos e Poseidon [54 e 55].
No período clássico, a escultura grega tem perfeitamente definidas
regras canónicas pelas quais se iria reger. A primeira obra deste período q
atinge maior expressão foi O Discíbolo de };{írot representação do atleta
çador do disco. Aqui, o escultor abandonou as regras canónicas arcai
(quanto à postura e ao hieratismo da expressão), introduzindo a noção
movimento eminente [59].
Policleto, outÍo autor deste período, estudou as proporções do cor
humano e estabeleceu e redigiu o primeiro tratado de proporções na
54, O Auriga de Delfos
E a representação realista de um jovem tura, a que deu o nome de Cânone, que iria ser seguido durante um sécu
vitorioso, de pé, pegando nas rédeas com
a mão direita, conduzindo a sua quadriga.
A figura de atleta que o corporiza chama,se O Dor{fur0, do qual apenas con
O seu olhar é atento, Íixo e dirigido para a cemos cópias romanas do bronze inicial [ver Descubra].
frente. Veste uma longa túnica pregueada
que lhe deixa ver os pés descalços. Mas foi com Fídias, o artista mais geniaÌ de todo o século V a. C., que
Refere-se à esÌatuária daÌada do escultura grega atingiu a absoÌuta perfeição. Nas obras deste escultor re
século V a. C. que Íaz a kansìção
lam a perfeição anatómica, a robustez e a serenidade, a força e a maj
entre o estilo arcaico e o estilo
clássìc0 e caÍacteriza-se pela se- que deram à escultura cÌássica gÍega o carácter idealista e divinizado que Ì
veridade e sobriedade no trata-
mento dos corpos e dos rostos.
conhecemos. As suas peças, de incomparável mestria, são conhecidas a
pelas descrições de Pausânias (historiador romano), pois os seus originais
chegaram até nós. Restam-nos, para confirmar as suas quaÌidades técnicas
artísticas, os relevos e algümas estátuas mutiladas dos frisos, métopas e f
tões do Pártenon, obra maior do tempo de Péricles, e a répÌica da fam
Atena Parteno feita em marfim, ouro e pedras preciosas. No dizer de At
(historiador grego da atualidade), a obra de Fídias no Pártenon chega a u
perícia tal que, na sua opinião, constitui "a maís espantosa representação da
ria atenìense, onde os deuses e os homens têm ao mesml templ um aspeto familiar
sobre-humano; a ígualdade democrrítica que reina entre tldas asfguras submete-se
harmonia polifínica do conjunto, sem, n0 entantl, as prívar da sua personali
55, Poseídon é uma maiestosa estátua
masculina, de proporçóes harmoniosas, índividual" lver r.' caso práticol.
possuindo o braço direito erguido como
quem lança o tridente
6. HrsróRr DAS Anrrs Vrsulrs I 55 il
il! {trÉ dos o/t os de amêndoa 59. O Discóbolo - cópia romana de um oÍi-
ginal de Míron, datado de cerca de 450 a. C'
!ÍììË :Ëa Íigura, encontrada na acrópole de
rm*= : assim chamada devido ao seu en- Esta obra ïeita em tamanho natural é clássica
uu,rrm :renÌal, de sedutor sorriso nos lábios. e plena de maturidade, cheia de Íluidez e equi-
líbrio, apesar da Íorte torsáo do corpo que im-
prime à Íigura a ideia de movimento iminente.
rma
T. Koré de Chios, datada de cerca de 58. Adolescente semelhante a um koutos. 60. O Moscóforo,570 a. C., 1,65 m de altura
:'0 a. C, É um bronze clássico seveÍo, dalado de cerca E um grupo escultórico dos mais antigos. A
i -.1a das mais encantadoras Íiguras feminì- de 480 a, C,, com a altura de 2 m figura carrega aos ombros um vìteìo que vai
MT
-- Jo período arcaico. Mantém as caracterís- A figura, embora se assemelhe às estáÌuas arcai- sacriÍicar à deusa Atena.
se a :rrcs peculiares comuns a todas as koraiaües- cas pela posiÇão Írontal e pela perna avançada,
:=s aquì de um bom estado de conservação mostra já, na posição da cabeça e na dimensão,
dade próxima do natural, características do período
m:s apontamentos de cor empregues na deco-
-aão dos drapeados. A cabeça é coroada por clássico. A posição dos braços, numa atitude
r- belo toucado e os cabelos caem gra- mais natural e solta do corpo, reveìa uma perícia
::samente sobre os ombros e o peito. técnìca que os kouros não possuíam.
7. Illso
As obras de Fídias, definidas pela inigualável "calma olímpica", influe
ram outÍos artistas do seu tempo, como Policleto que, depois de ter conc
zado o seu cânone em O DoífoÍo [ver Descubra], fez uma réplica deste, com car
terísticas menos severas e mais depuradas, O Diadúmeno162l.
Relevo magistral deste período é a famosa representação da NÌki que
perta a sandílía, do friso do templo de Atena Niké lver r." caso práticol, Q
sobressai pelo seu realismo e graciosidade.
A escultura do século IV a. C. conheceu novos desenvolvimentos que
trariaram a grandeza severa e impessoal do século V. Este novo período
marcado pelo aspeto mais sedutor e gracioso das estátuas e pelo apa
mento do nu feminino, nunca até aí inteiramente revelado. Relevos e es
tuas tornaram-se mais naturalistas, trabalhadas ao estilo dos seus autoÍes.
caso do escultor Scopas, que produziu obras de características mais ex
vas, e de Praxíteles, que executou corpos mais esbeltos e efeminados,
selu Hermes [61 e 63]. Foi este que assumiu, pela primerrayez, a nudez
nina na estatuária [64ì. Lisipo, poÍ seu turno, estabeleceu ottlro cânone
proporções criaram um novo tipo de atleta mais esbelto, de que é exemp
seu Apoxiomenl lver Descubral. Introduziu na escultura a verdadeira noção
vulto redondo, só experimentada
Fídias, e marcou esta etapa evolutiva
fiI I liB{illnil escultura grega com o mais elevado nat
No cânone de Policleto, século V a. C., a altura da cabeça corresponde à sétima Iismo. Assim, Íompeu com o rigor da
parte da altura total do corpo, criando um ideal de atleta robusto e harmonioso.
talidade, podendo as estátuas ser vistas
Lisipo, no século lV a. C., estabeleceu uma nova proporção dando à cabeça
somente l/8 da altura toïal da Íigura, criando um novo tipo de atleta grego e
todos os ângulos e nào como se fosse
consequentemente um n0v0 ideal de Íigura masculina mais esbelta e elegante. altos-relevos destacados do fundo, com
ponto de vista principai [ver Descubra].
No período helenístico - séculos IiI,
I -, a escultura evoluiu num senti
a. C.
diferente dos séculos anteriores. O "real
idealista" do século V foi substituído pe
"naturalismo" do século I[ que agora
o lugar a um realismo expressivo, dra
tico e livre, de efeito teatral. O sofrimento
as paixões apoderam-se dos corpos e dos
tos, abandonando a serenidade tão carac
rística da arte grega. Os grupos escultóri
suscetíveis de composições mais dinâ
sucedem-se às estátuas individuaiizadas,
crevendo acontecimentos e narrando hi
rias, como no caso do grupo Laocoontee de
O DoríÍoro, da autoria de Policlêto, O Apoxiomeno, da autoria de Lisipo,
c.450 a. C. c.320 a. C.
Lutadores [65 e 66]. Mèsmo as figuras indi
O escultor concebeu esta estátua para ilus- Representa um jovem atleta que limpa os dualizadas parecem ter sido extraídas
trar o seu livro sobre a proporção humana braços do pó e do azeite com que se unlara:
O corpo é flexível e a cabeça, menor que a
uma naÍrativa, como no caso de O Ga
- O Cânone.
do Doríforo é, no entanto, mais expressiva. Moribundo16gl.
8. HrsróRrn ors Anrrs Vtsurts I 57
:cia-
creti-
:ATAC.
desa-
.que
I COn-
io foi
]TCC]
está-
:s.Éo
lressi-
)mo o
iemi
cujas
:plo o
;ão de
i S':opas, Ménade, cerca de 340 ã. C. 62. O Díadúmeno, cópia de um original de 63, Praxíteles, Hemes e Dionísio, original
a por Policleto, datado de cerca de 450 a. C' do século lV a. C.
, - : 'ivre e agìtada. possui uma acen-
r-a da ::::rcão do tronco, acompanhada Peìo Esta peça é a representação ideal e belíssima Pausânias, viajante do século ll d. C. - tempo
de um jovem atìeta que ostenta à volta da ca- de Marco Aurélio - assinalou que existìa no
atura- -:nto da cabeça Para trás. A túnica
: : corpo parcialmente a descoberto, beça a Íita-símbolo da vitória. A inclinação da templo de Hera, em Olímpia, 'um Hermes de
L fron- : :.Co a atìtude da Íigura. cabeça e a atitude mais natural do corpo mármore que segura nos braços um Dionísio
acentuam a vivacidade da fìgura. criânÇa, obra de Praxíteles". A elasticidade, a
-as de elegância do corpo esbelto, a beleza da pose
e a harmonia das proporções fazem desta es-
]SSCì-Ì.Ì
Ìátua um dos modeìos da escultura grega do
Ìn um século lV a. C.. Hermes segura o seu peque-
no irmão que estende os braços para o cacho
de uvas (hoje desaparecido) que ele segura
na mão direita.
[I,II C
:ntido
alismo
c pelo
:edeu
:ramá-
r-'nto e
I.,:s ros'
aracte-
,óricos,
i:nicas.
:s, des-
- histó-
iilr :'ax-teles, Afrodite de Cnido 65. O grupo Laocoonte, cerca de 50 a, C. 66, Os Lutadores, peça do período helenís-
: de O-.
tico
: :: - que pela prìmeira vez é introduzido o A grande Íorça expressiva da composiçào é
rndivi- Os dois corpos contorcionados, Íeitos em
:- 'ìino na ade grega. A deusa do amor é dada pelas diagonais que se cruzam. Os cor-
pos possuem Íormas musculares muito acen- mármore, possuem uma musculaÌura acen-
iias de : :=:niada como uma mulher adulta que
- : : -: Jas Íormas sensuais simboliza o amor. tuadas e nos rostos espelham-se a agonia o tuada denotando o esforço dos atletas.
Gaulês , i-:- o roslo é lmpassível. desespero e a morte, o que contribuì para o
sentido meìodramáÌico do conjunto
9. lllse
relevo'
são igualmente evidentes no
N
Os efeitos teatrais e dramáticos
a tensão dinâmica substitui
a clateza'
caso do Altar d,e Zeus, emPergamo'
o comedimento das obras
cIássicas [72]'
serenidade e
gÍegas e pa
É neste período que se
produzem e vendem' paÍa as colónias
que chegar""'t *t-ló^t
Roma, cópias de estátuas clássicas :^:::"U:t::
;;;;itJ'i'o g"go' Duas dessas peças são Avit6n6
de sa
Ï"ú:;:'il;
Mílo [70 e 71 ]'
trãcia e a Vínus de
desenvoive-se' também n
A par das representações monumentais' e -elrc ct
pelas cer
;"rato com repÍesenrações mais realistas
n.;;;'" *r;;* quotiÁana' tin*
de género retiradas da vida ï:r:t::tÏil*ï
e às representações
uf,ril; ,r'urri"r-tdades físicas do ser humano
67. Criança que tira um Pico do Pé
241 a'c'
ís, òauurc" Moribundo,datado de
68, Figuras de Tanagra,
período helenís-
Gregos contra os Gauleses; * é aqui
Esta obra comemora a vitÓria dos "l"i]"-.?^1Ysário
guerrelro'
toto o Oltonltra a atitude curvada e exausta do
pitorescas dignidade e compaixão, lllr! rmilíüüüil
São pequenas estatuetas, obras {tlilliour'
que Íaziam parte das cole-
" "n"unì"dot"" e representavam
privadas persona-
ções
gens observadas ao vivo'
10. HrsTóRrA oAs ARïES Vrsuus I 59 I
paÌ
lm
T !/âtus de Milo, datada do final do século ll a. C. 71, Vitória de Samottácia, cerca de 200 a 190 a. C.
{ oüJ-a ergue-se Feita em mármoie com cerca de2,41 m de altura, é considerada uma das obras-primas desta época.
sobre a perna direita, pousando o
)* squerdo numa espécie de degrau. Nas mãos A atitude da personagem e os drapeados esvoaçantes, colados ao corpo, são de uma irresistível e
]]lr,Ee'}-se que segurava as pregas do manto que triunÍante agitação.
the rbre as pernas.
.?",
Relevo do Árfal de Zeus, em Pérgamo
i::e foi o maior altar da Antiguidade e é a apoteose da arquitetura
e escullura helenísticas. O movimenlo da composição, os drapeados das túnicas leves e
E€,oaçantes, os corpos contorcidos e os rostos dramáticos, quase patéticos, são bem o retrato da arte desse período.
11. llloo
Conjunto de Íormas desenha-
das, pintadas, esculpidas, cons-
I A CerâmiCa e a pintura: arquivos de imagens da civitização grega
truídas ou modeladas. Derrva do
vocábulo grego p/asÍlké que sig- A cerâmica, pela sua decoração - sobretudo a partir dafase arcaica rece
niÍica "relativo às obras de
t, barro".
em que as figuras negras eram pintadas sobre fundo claro, e do estílo ckí:
de figuras claras sobre fundo negro -, com relatos de cenas míticas,
tação de reis e atletas, de cenas do quotidiano, etc., constitui um reposi
Arte ou técnica de produzir pe- fidedigno de imagens da arte e da cultura gregas. Na falta de outros docu
ças fabricadas a partir de maté-
rias-primas inorgânicas, não
tos históricos, como o da pintura mural que desapareceu quase toda, é à
meÌálicas, moldadas a frio e en- mica que vamos colher as informações necessárias para o entendimento
durecidas ao calor. Consoante
a qualidade da matéria-prima cultura, da civilização e da plástica gÍegas.
utilizada e a manipulação que
dela se Íaz, assim se obÌêm di-
De entre o aÍtesanato artrstico deixado pelos Greeos. a cerâmica toma
versas pastas (coradas, bran- Iugar de destaque. Mercadoria de primeira necessidade pois servia para m
cas, porosas, compactas..,) e
diversas espécies de cerâmica, tipios usos, a cerâmica teve grande produção, proliferando em inúmeras
As princjpais são a terracota,
cinas que geÍaram estilos regionais ainda hoje reconhecíveis. Entre os q
pasta corada, sem revestimen-
Io; a faiança, pasta corada, po- possível referenciar (o da Beócia, o das cíclades, o de creta, o de Rodes...),
rosa e com revestimento (en-
gobado, vidrado ou esmaltado);
tacam-se o coríntio e o rítíco, onde sobressaem as oficinas ìtenienses, dete
o grés, pasta compacta, com ras das peças mais significativas e variadas, bem como dos autores de
ou sem revestimenlo; a por-
celana, pasla branca, compacta,
qualidade. Â sua superioridade é comprovada pela grande procura dos
com ou sem revestimento; o produtos em todo o mundo antigo.
barro, pasla branca, porosa,
com ou sem revestimento. Na Levada pelos mercadores (Gregos, Fenícios ou outros), a cerâmica es
Antiguidade grega, os Ììpos mais
usados foram a terracota e a
thou-se por todo o Mediterrâneo, mesmo fora do mundo helénico, sendo
Íaiança.
sível encontrar-lhe vestígios na Península Ibérica, na ltália, na Gália, na
mânia, no Egito, na Síria, na Mesopotâmia e até nas áreas mais remotas
Matéfl as-primas minerais, utili- lmpério Persa.
zadas para a moldagem, na ce-
râmica. A perfeição alcançada mede-se quer pela qualidade técnica eviden
bos utilizados), quer pela simplicidade,
gância e funcionalidade das formas produzidas. Estas obedecem a rigor
Tipo de revestimento cerâmico
que consiste em cobrir a peça pesquisas forrnais que, aliando forma e função, pÍocuÍaram satisfazer
modelada com uma camada de
necessidades práticas para que as peças eram criadas: seryiço domésti
ïerra (lodo) que disfarça a cor
natural do barro. usos artesanais e comerciais, apoio às cerimónias religiosas e aos ritu
fúnebres.
As tipologias [z+] conhecidas encontram-se definidas desde os séculos
e vII c. (período arcaico) e foram norteadas por conceções estéticas e est
a.
turais que tinham por base a geometria [70]. Nos períodos seguintes, a va
ção formai registou apenas alterações de tamanho e de proporção entre
diferentes partes do vaso: o pé oubase, o coÍpo ou bojo, o colarinho ou ga
abocaotabertura, as asasou alças.
Mais longa é a história dos seus estilos decorativos. o seu estudo é. ent
de todas as outras artes helénicas, aquele que melhor permite conhecer a
Iução da pkístícagrega, dado o quase total desaparecimento da grande pin
mural e a escassez de originais na escuÌtura. E, também, aquele que mel
73, Composição geométrica de uma ân- acompanha e documenta a evoÌução social, cultural e política da História
Íora grega: simetria, eluilíbrio e ordem
como regras primordiais de conceção Grécia.
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[s Íormas da cerâmica grega
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