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OBRAS DE TERRA
MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO
CURSO: Engenharia Civil
SÉRIE: 10º Semestre
DISCIPLINA: Obras de Terra
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 aulas-hora
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 40 aulas-hora
1.DEFINIÇÕES
MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO
Muro de arrimo são estruturas usadas para prevenir que o solo
assuma sua inclinação natural.
1.DEFINIÇÕES
• MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO
São estruturas corridas de contenção, de parede vertical ou quase vertical,
apoiadas em uma fundação rasa ou profunda.
São estruturas destinadas a conter massas de solo cujos parâmentros se
aproximam da posição vertical.
1.DEFINIÇÕES
• MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO
São estruturas projetadas para suportar pressões laterais
decorrentes de maciços de terra e de água ou de ambos.
• A principal função dos muros de arrimo é conter o solo e como
consequência transmitir esforços ao terreno de sua fundação em sapata
corrida ou bloco sobre estacas.
• As contenções estão presentes em grande parte das obras civis
realizadas, sejam elas utilizadas em caráter provisório ou de forma
definitiva, de acordo com a necessidade de cada obra, objetivando
sempre sua função principal que é a de proporcionar estabilidade e
segurança.
2. NOMEMCLATURA
3 .MATERIAIS
Podem ser construídos em:
• alvenaria de pedras ;
• em concreto (simples ou armado);
• ou ainda, de elementos especiais.
4. TIPOS DE MURO
Os muros de arrimo podem ser de vários tipos:
• Muro de gravidade: construídos de alvenaria de pedra,
concreto, gabiões ou pneus;
• Muros de flexão ou de contraforte: construídos em
concreto armado, com ou sem contraforte e com ou
sem tirantes.
• Terra armada: reforço do terrapleno com tiras de aço,
capazes de suportar forças de tração.
4.1. MURO DE GRAVIDADE
• São estruturas corridas, de grande massa, que resistem aos empuxos
horizontais pelo peso próprio.
• São empregados para conter pequenos e médios desníveis: inferiores
a 6 metros;
• Possuem alto peso;
• Podem ser construídos em alvenaria de pedra, concreto simples ou
armado, gabiões, solo ensacado, pneus usados, etc.
4.1 MUROS DE GRAVIDADE
Tipos:
• 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra;
• 4.1.2 Muros de concreto simples;
• 4.1.3 Muros de gabiões;
• 4.1.4 Muros de solo ensacado;
• 4.1.5 Muros de pneus.
4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade)
4.1.1 Muros de alvenaria de pedra ( muro de gravidade)
Os muros de alvenaria de pedra são os mais antigos e numerosos.
Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente
para a contenção de taludes com alturas de até 2m.
A base do muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser apoiada
em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo a reduzir o risco
de ruptura por deslizamento no contato muro-fundação.
4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade)
Quanto a taludes de maior altura (cerca de 3m), deve-se empregar argamassa de
cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras.
A argamassa provoca uma maior rigidez no muro, porém elimina a sua capacidade
drenante.
É necessário então implementar os dispositivos usuais de drenagem de muros
impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs
para alívio de poropressões na estrutura de contenção.
Muros de alvenaria de pedra
4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade)
H <5,00 m
4.1.2. Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro
de gravidade)
Estes muros são em geral economicamente viáveis apenas
quando a altura não é superior a cerca de 4 metros.
O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante
o preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de
dimensões variadas.
Devido a impermeabilidade deste muro, é imprescindível a
execução de um sistema adequado de drenagem.
Muro de concreto ciclópico
4.1.2 Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro
de gravidade)
Seção trapezoidal, com largura da base da
ordem de 50% da altura do muro
Altura < 4m
Muro de concreto ciclópico ou de gravidade
Altura < 4m
4.1.2 Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro
de gravidade)
4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
São muros de gravidade construídos superpondo-se caixas
de malha de arame galvanizado contendo pedras de
dimensões maiores às da abertura da malha, em fiadas
superpostas, montadas manualmente no local “in loco”.
h = até 6,00m
4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
2,00m1,00m
1,00m
Durante a execução é importante a disposição das pedras, de modo que o arranjo fique
denso.
As gaiolas são preenchidas com pedra britada. Isso garante que a estrutura seja drenada.
• Estes tipos de contenção, devido sua concepção estrutural,
dispensam a utilização de escoramentos.
• Têm sido utilizados como estruturas definitivas em
contenções com alturas até 6m.
• As dimensões usuais dos gabiões são:
• comprimento de 2m, e
• seção transversal quadrada com 1m de aresta
4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
A mistura de solo-cimento, em formato de uma “farofa úmida”, é colocada
em sacos que funcionam como formas.
Os sacos têm a boca costurada, depois são colocados na posição de uso,
onde são imediatamente compactados, um a um.
O resultado é similar à construção de muros de arrimo com matacões, isto
é, como grandes blocos de pedra.
4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
• O processo consiste no empilhamento do solo ensacado em alturas que
chegam a 6 metros podendo ser maiores em alguns casos.
• A base respeita uma proporção com a altura que varia entre 0,4 e 0,7 da
altura.
• Faz-se indispensável o uso de drenos e barbacãs para o recolhimento de
água
4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
• O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo,
obtido pela mistura de solo, água e um pouco de cimento.
• A massa compactada endurece com o tempo, em poucos
dias ganha consistência e durabilidade suficientes para
diversas aplicações na construção civil.
4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
MURO DE SOLO ENSACADO
MURO DE SOLO ENSACADO
MURO DE SOLO ENSACADO
MURO DE SOLO ENSACADO
Os muros de pneus são construídos a partir do lançamento de camadas
horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e preenchidos
com solo compactado.
Funcionam como muros de gravidade e apresentam com vantagens o reuso
de pneus descartados e a flexibilidade.
A utilização de pneus usados em obras geotécnicas apresenta-se como uma
solução que combina a elevada resistência mecânica do material com o
baixo custo, comparativamente aos materiais convencionais.
4.1.5 Muros de pneus (muro de gravidade)
• O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus
deve ser descasado, de forma a minimizar os espaços vazios entre
pneus.
• A face externa do muro de pneus deve ser revestida, para evitar
não só o carreamento ou erosão do solo de enchimento dos pneus,
como também o vandalismo ou a possibilidade de incêndios.
• O revestimento da face do muro deverá ser suficientemente
resistente e flexível, ter boa aparência e ser de fácil construção.
• As principais opções de revestimento do muro são alvenaria em
blocos de concreto, concreto projetado sobre tela metálica, placas
pré-moldadas ou vegetação.
4.1.5 Muros de pneus (muro de gravidade)
Muros de pneus
São estruturas mais esbeltas, com seção transversal em forma de “L”,
que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso
próprio do maciço, que se apoia sobre a base do “L”, para manter-se
em equilíbrio.
4.1. MURO DE FLEXÃO
Em geral, são construídos em concreto armado;
• Alturas de 5 a 7m
• Base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro.
• A face trabalha à flexão e se necessário pode empregar vigas de
enrijecimento, no caso alturas maiores.
4.2. MURO DE FLEXÃO
H= 5 a 7m
Base= 0,5 a 0,7 da altura
4.2. MURO DE FLEXÃO
MURO DE FLEXÃO
Necessitam ser implantados em terrenos com boas características de
fundação ou sobre fundações profundas.
Agem como os muros convencionais, apresentando a mesma proporção
entre base e altura.
Geralmente são aplicados em aterros ou reaterros, pois necessitam de peso
extra.
O muro de flexão conta com uma laje de fundo e outra vertical.
Para alturas maiores usam-se contrafortes de tração.
4.2. MURO DE FLEXÃO
MURO DE FLEXÃO
Figura 3- Muro de concreto ciclópico ou de gRavidade
MURO DE FLEXÃO
Muros de flexão podem também ser
ancorados na base com tirantes ou
chumbadores (rocha) para melhorar sua
condição de estabilidade.
Esta solução de projeto pode ser aplicada:
• quando na fundação do muro ocorre
material competente (rocha sã ou
alterada), e
• quando há limitação de espaço
disponível para que a base do muro
apresente as dimensões necessárias para
a estabilidade.
Muro de concreto ancorado na base
seção transversal
MURO DE FLEXÃO
Tirante com chumbador
Muro de arrimo de flexão Muro de arrimo de gravidade
TERRA ARMADA
Método que permite vencer alturas de até 20 metros.
Ao processo somam-se três componentes principais:
• o maciço de solo;
• as armaduras, e a
• pele.
O solo envolve as armaduras e deve ser compactado.
As armaduras são fitas metálicas flexíveis e lineares com tratamento especial anti
corrosão as quais são fixadas as peles por parafusos.
A pele, ou seja, a face externa é na maioria dos casos vertical e pode ser constituída
de escamas metálicas ou placas de concreto armado. esta face não tem função
estrutura.
TERRA ARMADA
TERRA ARMADA
PROJETO DE MURO DE ARRIMO
Observações
A determinação do valor do empuxo é fundamental na análise e
projeto de muros de arrimo.
Para projetar e dimensionar muros de arrimo deve-se considerar que
os muros são estruturas que :
• permitem uma mudança de nível – para reforçar um talude ou
suportar um corte;
• suportam empuxos de terra que é a ação produzida pelo maciço
terroso sobre as obras com ele em contato.
PROJETO DE MURO DE ARRIMO
1ª. Etapa
Pré-dimensionamento.
O projeto é conduzido assumindo-se um pré-dimensionamento
2ª. Etapa
Definição dos esforços atuantes.
(Cálculo do empuxo de terra)
3ª. Etapa
Verificação das condições de estabilidade
Deslizamento da base - Escorregamento
Tombamento
Capacidade de carga do solo
Ruptura do terreno de fundação
Verificação de condições de estabilidade

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  • 1. OBRAS DE TERRA MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO CURSO: Engenharia Civil SÉRIE: 10º Semestre DISCIPLINA: Obras de Terra CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 aulas-hora CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 40 aulas-hora
  • 2. 1.DEFINIÇÕES MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO Muro de arrimo são estruturas usadas para prevenir que o solo assuma sua inclinação natural.
  • 3. 1.DEFINIÇÕES • MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO São estruturas corridas de contenção, de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma fundação rasa ou profunda. São estruturas destinadas a conter massas de solo cujos parâmentros se aproximam da posição vertical.
  • 4. 1.DEFINIÇÕES • MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO São estruturas projetadas para suportar pressões laterais decorrentes de maciços de terra e de água ou de ambos.
  • 5. • A principal função dos muros de arrimo é conter o solo e como consequência transmitir esforços ao terreno de sua fundação em sapata corrida ou bloco sobre estacas. • As contenções estão presentes em grande parte das obras civis realizadas, sejam elas utilizadas em caráter provisório ou de forma definitiva, de acordo com a necessidade de cada obra, objetivando sempre sua função principal que é a de proporcionar estabilidade e segurança.
  • 7. 3 .MATERIAIS Podem ser construídos em: • alvenaria de pedras ; • em concreto (simples ou armado); • ou ainda, de elementos especiais.
  • 8. 4. TIPOS DE MURO Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: • Muro de gravidade: construídos de alvenaria de pedra, concreto, gabiões ou pneus; • Muros de flexão ou de contraforte: construídos em concreto armado, com ou sem contraforte e com ou sem tirantes. • Terra armada: reforço do terrapleno com tiras de aço, capazes de suportar forças de tração.
  • 9. 4.1. MURO DE GRAVIDADE • São estruturas corridas, de grande massa, que resistem aos empuxos horizontais pelo peso próprio. • São empregados para conter pequenos e médios desníveis: inferiores a 6 metros; • Possuem alto peso; • Podem ser construídos em alvenaria de pedra, concreto simples ou armado, gabiões, solo ensacado, pneus usados, etc.
  • 10. 4.1 MUROS DE GRAVIDADE Tipos: • 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra; • 4.1.2 Muros de concreto simples; • 4.1.3 Muros de gabiões; • 4.1.4 Muros de solo ensacado; • 4.1.5 Muros de pneus.
  • 11. 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade)
  • 12. 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra ( muro de gravidade) Os muros de alvenaria de pedra são os mais antigos e numerosos. Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente para a contenção de taludes com alturas de até 2m. A base do muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser apoiada em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo a reduzir o risco de ruptura por deslizamento no contato muro-fundação.
  • 13. 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade) Quanto a taludes de maior altura (cerca de 3m), deve-se empregar argamassa de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras. A argamassa provoca uma maior rigidez no muro, porém elimina a sua capacidade drenante. É necessário então implementar os dispositivos usuais de drenagem de muros impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs para alívio de poropressões na estrutura de contenção.
  • 14. Muros de alvenaria de pedra 4.1.1 Muros de alvenaria de pedra (muro de gravidade) H <5,00 m
  • 15. 4.1.2. Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro de gravidade) Estes muros são em geral economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a cerca de 4 metros. O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante o preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Devido a impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um sistema adequado de drenagem.
  • 16. Muro de concreto ciclópico 4.1.2 Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro de gravidade) Seção trapezoidal, com largura da base da ordem de 50% da altura do muro Altura < 4m
  • 17. Muro de concreto ciclópico ou de gravidade Altura < 4m 4.1.2 Muros de concreto ciclópico ou concreto (muro de gravidade)
  • 18. 4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade) São muros de gravidade construídos superpondo-se caixas de malha de arame galvanizado contendo pedras de dimensões maiores às da abertura da malha, em fiadas superpostas, montadas manualmente no local “in loco”. h = até 6,00m
  • 19. 4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade) 2,00m1,00m 1,00m Durante a execução é importante a disposição das pedras, de modo que o arranjo fique denso. As gaiolas são preenchidas com pedra britada. Isso garante que a estrutura seja drenada.
  • 20. • Estes tipos de contenção, devido sua concepção estrutural, dispensam a utilização de escoramentos. • Têm sido utilizados como estruturas definitivas em contenções com alturas até 6m. • As dimensões usuais dos gabiões são: • comprimento de 2m, e • seção transversal quadrada com 1m de aresta 4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
  • 21. 4.1.3 Muros de gabiões (muro de gravidade)
  • 22. A mistura de solo-cimento, em formato de uma “farofa úmida”, é colocada em sacos que funcionam como formas. Os sacos têm a boca costurada, depois são colocados na posição de uso, onde são imediatamente compactados, um a um. O resultado é similar à construção de muros de arrimo com matacões, isto é, como grandes blocos de pedra. 4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
  • 23. • O processo consiste no empilhamento do solo ensacado em alturas que chegam a 6 metros podendo ser maiores em alguns casos. • A base respeita uma proporção com a altura que varia entre 0,4 e 0,7 da altura. • Faz-se indispensável o uso de drenos e barbacãs para o recolhimento de água 4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
  • 24. • O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, água e um pouco de cimento. • A massa compactada endurece com o tempo, em poucos dias ganha consistência e durabilidade suficientes para diversas aplicações na construção civil. 4.1.4 Muros de solo ensacado (muro de gravidade)
  • 25. MURO DE SOLO ENSACADO
  • 26. MURO DE SOLO ENSACADO
  • 27. MURO DE SOLO ENSACADO
  • 28. MURO DE SOLO ENSACADO
  • 29. Os muros de pneus são construídos a partir do lançamento de camadas horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e preenchidos com solo compactado. Funcionam como muros de gravidade e apresentam com vantagens o reuso de pneus descartados e a flexibilidade. A utilização de pneus usados em obras geotécnicas apresenta-se como uma solução que combina a elevada resistência mecânica do material com o baixo custo, comparativamente aos materiais convencionais. 4.1.5 Muros de pneus (muro de gravidade)
  • 30. • O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus deve ser descasado, de forma a minimizar os espaços vazios entre pneus. • A face externa do muro de pneus deve ser revestida, para evitar não só o carreamento ou erosão do solo de enchimento dos pneus, como também o vandalismo ou a possibilidade de incêndios. • O revestimento da face do muro deverá ser suficientemente resistente e flexível, ter boa aparência e ser de fácil construção. • As principais opções de revestimento do muro são alvenaria em blocos de concreto, concreto projetado sobre tela metálica, placas pré-moldadas ou vegetação. 4.1.5 Muros de pneus (muro de gravidade)
  • 32. São estruturas mais esbeltas, com seção transversal em forma de “L”, que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base do “L”, para manter-se em equilíbrio. 4.1. MURO DE FLEXÃO
  • 33. Em geral, são construídos em concreto armado; • Alturas de 5 a 7m • Base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro. • A face trabalha à flexão e se necessário pode empregar vigas de enrijecimento, no caso alturas maiores. 4.2. MURO DE FLEXÃO
  • 34. H= 5 a 7m Base= 0,5 a 0,7 da altura 4.2. MURO DE FLEXÃO
  • 36. Necessitam ser implantados em terrenos com boas características de fundação ou sobre fundações profundas. Agem como os muros convencionais, apresentando a mesma proporção entre base e altura. Geralmente são aplicados em aterros ou reaterros, pois necessitam de peso extra. O muro de flexão conta com uma laje de fundo e outra vertical. Para alturas maiores usam-se contrafortes de tração. 4.2. MURO DE FLEXÃO
  • 37. MURO DE FLEXÃO Figura 3- Muro de concreto ciclópico ou de gRavidade
  • 39. Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores (rocha) para melhorar sua condição de estabilidade. Esta solução de projeto pode ser aplicada: • quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha sã ou alterada), e • quando há limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões necessárias para a estabilidade. Muro de concreto ancorado na base seção transversal MURO DE FLEXÃO Tirante com chumbador
  • 40. Muro de arrimo de flexão Muro de arrimo de gravidade
  • 41. TERRA ARMADA Método que permite vencer alturas de até 20 metros. Ao processo somam-se três componentes principais: • o maciço de solo; • as armaduras, e a • pele. O solo envolve as armaduras e deve ser compactado. As armaduras são fitas metálicas flexíveis e lineares com tratamento especial anti corrosão as quais são fixadas as peles por parafusos. A pele, ou seja, a face externa é na maioria dos casos vertical e pode ser constituída de escamas metálicas ou placas de concreto armado. esta face não tem função estrutura.
  • 44. PROJETO DE MURO DE ARRIMO Observações A determinação do valor do empuxo é fundamental na análise e projeto de muros de arrimo. Para projetar e dimensionar muros de arrimo deve-se considerar que os muros são estruturas que : • permitem uma mudança de nível – para reforçar um talude ou suportar um corte; • suportam empuxos de terra que é a ação produzida pelo maciço terroso sobre as obras com ele em contato.
  • 45. PROJETO DE MURO DE ARRIMO 1ª. Etapa Pré-dimensionamento. O projeto é conduzido assumindo-se um pré-dimensionamento 2ª. Etapa Definição dos esforços atuantes. (Cálculo do empuxo de terra) 3ª. Etapa Verificação das condições de estabilidade Deslizamento da base - Escorregamento Tombamento Capacidade de carga do solo Ruptura do terreno de fundação
  • 46. Verificação de condições de estabilidade