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Edgar Nogueira Lima

De almas
postas
Ensaio de mim
Entre erros e acertos
O que fica, é o que é
O que foi, tornar-se-á
Eu.
Café.......................................12
Vinho.................................... 25
Champagne........................... 38
Chocolate Quente................. 45
Água tônica.......................... 54
Água de coco......................... 63
Ice Tea................................. 66
Refrigerante......................... 71
Sucos.................................... 76
presentação
Aceita uma bebida?
É com imenso prazer que estas palavras chegam ao seu olhar. Anseio também que
cheguem ao seu coração. Ofereço-lhe bebida, pois as páginas deste livro não têm pressa de
serem lidas. Elas são como o café, o chá, ou a bebida que mais lhe for do agrado. Carecem
de ser degustadas.
Encanta-me o hábito dos apreciadores de vinho, que apreciam o aroma da bebida
antes de degustá-la. Convido-lhe a fazer igual. Eu mesmo o fiz durante o processo de
escrita. Deixei que as palavras me alcançassem todos os sentidos, ao seu tempo, para
então, registrá-las no papel.
A proposta deste livro é compartilhar um pouco da minha vida em pequenas doses.
A vida durante o ano de dois mil e doze. Não foi a intenção inicial, mas, ao pedido de
alguns que dizem ter interesse no que escrevo – fato que precisei me acostumar, pois nem
eu cria no interessante de mim mesmo – resolvi colher e registrar aqui.
Fui colhendo pequenos escritos e colecionando, fui compartilhando com uns e
outros e verificando os efeitos que poderiam causar na vida dos que liam. Eu mesmo os
reli em algumas ocasiões e experimentei dos efeitos que podem causar.
Motivado por tudo isto, resolvi colecioná-los e dá-los de presente. Utilizei-me de
papel para tal, um modo mais convencional de compartilhar minha alma - algo nada
convencional.
O título explicita a realidade de pôr à mesa a própria alma. Quando sentamos à
mesa, sempre há mais do que comida e bebida sobre ela. Há vidas dos que se dispõem a
dividir o tempo, o olhar, a companhia. Estar de almas postas é um compromisso que
assumo ao produzir este livro. Me ponho e exponho, na expectativa de que ponhas tua
alma nas palavras que vais encontrar.
III
Espero, portanto, que ao lê-las você perceba que há um contexto por trás de cada
palavra. No entanto, não gaste tempo me procurando nelas. Busque-se! A delícia da
poesia é despertar em você efeitos diferentes do que produziu em mim. Meu paladar é
diferente do seu, e as bebidas que experimentamos trazem conotações diferentes, embora
sejam as mesmas. Lance mão do lúdico, do simbólico. Eles dão mais cores às cenas aqui
escritas.
Por fim, agradeço-lhe a companhia. Sempre que tomar este livro em mãos, sinta-se
sentando à mesa, com um lindo pôr do sol à sua frente, uma bebida agradável e uma
companhia salutar. Eu e você comungaremos sempre, em qualquer lugar em que este livro
venha a ser degustado.
Boa leitura!

Edgar Nogueira Lima

IV
refácio
Quando convidada para redigir este prefácio tive a impressão de que nenhuma
palavra que escrevesse nestas páginas estaria à altura da grandiosidade da obra. Abrir as
cortinas dos registros que seguem, demanda uma responsabilidade que, a princípio,
provocou-me vários receios. Contudo, entre dúvidas e desconcertos, escolhi amparar-me
nas certezas que confirmaram minha presença e nas verdades de uma história que também
é a minha história.
A honra em compartilhar da construção desse livro não se reduz a assinar meu
nome após um pequeno texto. O privilégio habita, sim, na gratidão por ter compartilhado
da vida que produziu os versos contidos aqui, por ter contemplado a experiência em seu
ato e degustado cada capítulo ainda quando os sabores não estavam definidos. Em ter
admirado a junção das palavras enquanto ainda eram letras dispersas de um mundo não
tão consciente, por vê-las sendo traduzidas em vida, que geram mais vida quando
divididas com outras vidas.
Se me fosse dada a tarefa de adjetivar o autor, sem dúvidas usaria tantas páginas
quanto as que o livro possui. Entretanto, tal necessidade se dissolve, uma vez que ele
mesmo, o autor, o fez, dando-se em retalhos para aqueles que puderem saborear da sua
experiência ao traduzi-la em poesia. Devo advertir que encontrá-lo, muitas vezes, será
sinônimo de encontrar a si mesmo, deparar-se com a própria imagem refletida nas páginas
enquanto vê sua história sendo contada nos versos. Aos que duvidam, sugiro não perder a
oportunidade de experimentar.
Lanço o convite para adentrarem este espaço. Sinto-me como que na portaria,
desejando boas vindas. O formato Sumário - Menu foi escolhido porque o conteúdo deste
livro não foi preparado apenas para ser lido, mas para ser saboreado. Recebê-lo apenas
V
com o olhar, portanto, limitaria o deleite completo das bebidas oferecidas. Aconselho,
inclusive, quem em algumas ocasiões os olhos se fechem, para que seja possível enxergar
aquilo que só o coração pode ver.
Asseguro que os ingredientes de cada receita, listados no decorrer dos capítulos
foram forjados na vida de quem aprendeu abrir as portas da alma. Alguém que, mesmo
diante de muitas surpresas, riscos ou fragilidades, não teve medo de fazer parte do próprio
mundo, e mais, de transformá-lo. E no processo de se assumir humano, de ser gente e ser
sujeito a outros sujeitos e à realidade onde a vida se desenha, viu se delinear os caminhos
escolhidos, desbravou os caminhos escondidos e descobriu que as estrelas do próprio céu
poderiam iluminar noites alheias.
Deste cardápio, há, na composição das bebidas, um teor elevado de amor, doses
altíssimas de acolhimento e diversas diluições em sinceridade. Para comprazer-se do sabor
contido em cada bebida e desfrutar das substâncias dissolvidas em sua fórmula,
recomendo atenção aos detalhes deste encontro. Reconheça o gosto de cada palavra e
inspire o perfume que a mistura de subjetividades pode originar. E o paladar, que seja o
paladar da fantasia a provar cada sabor, e assim dar energia para que as asas da
imaginação alcem voos mais altos, ou mergulhos mais profundos.
Ao experimentar cada bebida perceberá que cada uma possui aspectos peculiares
aos sentimentos que remetem. Perceba as sensações de frio, aconchego, calor, tonicidade, a
precipitação, o adocicado, a energia e tudo aquilo que sua alma for capaz de absorver.
Faça seu pedido, escolha o que deseja para saciar sua sede, sua expectativa, ou, enfim, seu
coração.
O tradicionalismo do Café exala o aroma forte da bebida que há muito tempo
acompanha essa história. Repleto de percepções e significados, o primeiro capítulo
simboliza sentimentos intensos que são produto dos grãos de vida torrados e moídos.
Naturalmente amargo e forte, a forma de preparo do café e os ingredientes a serem
acrescentados modificam a aparência e o gosto, mas não são capazes de ocultar sua
VI
essência. Igualmente, as emoções misturadas também foram se ilustrando nas palavras de
encontros vividos no mundo do lado de dentro. Por vezes o café esteve servido no
contraste do leite, outras vezes, apenas adoçado. Em ocasiões mais nobres vestiu-se de
capuchino, embelezado com chantili e canela. Em dias especiais esteve dentro de uma
xícara pequenina, atento ao calor das mãos que seguravam outra xícara na extremidade
oposta da mesa. Por fim, o café se apresenta ao nos apresentar, entre seus efeitos destacase a energia da cafeína, o cheiro que invade a cozinha e a satisfação do paladar.
Ainda mais histórico e tradicional que o café, o Vinho plantou sua história há
muitos e muitos séculos. Embebido de uma linguagem direta, o segundo capítulo fermenta
os pensamentos que traduziram a presença daqu‟Ele que ocupa o lugar de maior destaque,
a figura central do ser Pai: Deus. Degustar dos poemas selecionados pelo vinho é para
quem deseja sentar-se à mesa e partilhar da companhia e do movimento que o Espírito do
Criador promove. O coração do autor transparece o reflexo do Autor da Vida, tingido pelo
vinho nas cores do amor e da misericórdia, sua experiência indica caminhos para
aproximar-se de Deus. Remonta a importância do ser filho, contida na grandeza de ser
Pai.
Bebida de reis e rainhas e símbolo universal da comemoração, o Champagne
oferecido no capítulo três recorda o gosto da amizade. A espuma confere às palavras o
sabor do encontro, uma vez que para abrir uma garrafa de champagne é quase um prérequisito a companhia com quem brindar. Todavia, o encontro não se refere unicamente
aquele que acontece entre o eu e o outro, mas, principalmente, aquele vivido pelo eu
consigo mesmo. Ser companhia a si mesmo é um desafio superado na convivência, que
merece ser brindado sempre que a vida permitir.
Tanto quanto uma xícara de Chocolate Quente aquece o corpo em um dia frio, o
quarto capítulo faz o coração recordar dos abraços que o envolveram em calor e amor. As
frases são impulso para o aconchego, a doçura que liga palavra com palavra devolve o

VII
gosto da infância, a pureza dos sonhos e a necessidade do sono, de dormir no colo, de ser
acolhido e sentir-se amado.
Reavivando as emoções, o quinto capítulo traz um copo de Água Tônica,
energizando e potencializando o significado do que foi experimentado. O vigor dos
poemas brota nos versos incisivos e atravessa pensamentos outrora estagnados. A leitura
gaseificada pelos paradoxos expostos faz pensar, repensar, rever, desconstruir, reconstruir.
Tonifica o que continua sendo certeza e dissolve o que nunca foi tão certo assim.
Na combinação entre céu e mar surge o capítulo seis. O rapaz da barraquinha
anuncia “Água de Coco! Olha água de coco!”. O sabor doce do mar guardado dentro da
fruta verde com casca resistente é poetizado no movimento. Sede saciada pela agitação
das ondas tanto em dias de tempestade como em momentos de calmaria. O mar nunca
para, está sempre fazendo devoluções para a praia, remontando na areia o que um dia foi
nele lançado e reunindo, ainda, o que as correntes marítimas podem trazer do fundo do
oceano. Tomar dessa água de coco é um convite a não só ver o mar, mas a ser mar. Viver a
incontinência e expandir os territórios dentro de si, recolher o que retorna às suas margens
e acolher o que vem das profundezas da sua intimidade.
Refrescando as formas de agir no mundo, uma mistura saudável preparada a partir
de infusões de vida e possibilidades, o Ice Tea é servido no sétimo capítulo. A versão
moderna do clássico chá vem permitir que novas possibilidades sejam saboreadas, olhar
pelas mesmas janelas e encontrar um horizonte diferente. Bem como o preparo básico do
chá quente e gelado é o mesmo, os versos deste capítulo refletem sobre como as receitas
escolhidas para servir a vida vão diferenciar seu sabor.
Uma das bebidas mais consumidas, o Refrigerante traz a energia e atualidade do
capítulo oito. A coletânea de poemas confere vivacidade aos momentos de amizade
degustados em todo momento da vida. Fonte de energia e sustento, a essência do capítulo
refrigerante é amizade concentrada e manifestada em presença, reciprocidade,

VIII
companheirismo, proximidade, cumplicidade e tudo aquilo que já experimentamos com as
pessoas que um dia dividiram conosco uma latinha de „refri‟.
Encerrando o Menu, os Sucos do capítulo nove são variedade e fidelidade ao que
representam. Das as bebidas servidas, os sucos retratam o coração simples e acessível do
autor. Na simplicidade com que foram preparados, os sucos elevam o grau de nobreza da
obra inteira. A receita encerra o livro conferindo originalidade não apenas a este capítulo,
mas autenticando a singularidade de todos os anteriores.
Abram as portas e descortinem o palco! É com grande honra que vos apresento a
concretização de um sonho que também foi meu, o sabor da poesia que brotou de uma
alma cujo valor é, para mim, inestimável. Que os versos não apenas alcancem o vosso
coração, mas que sejam continuados dentro dele. Escolha sua mesa, chegou a hora de
degustar os sabores da vida emoldurada nas páginas deste livro.
Com muito amor,

Fernanda Giasson

IX
ntrodução
Os fins de tarde sempre me reservam gratas surpresas. De forma bem pontual, uma
desponta em minhas lembranças quando começo essas tímidas linhas: o convite de um
grande Amigo.
Não sei o que defino agora. Se o convite ou o grande Amigo. Nem sei se quero, na
verdade, porém, acho que minh‟alma torna-se feliz em ter a oportunidade de escrever-vos.
Seja para você que me lê agora, seja para o autor do livro ou para a Flor que espera no
alto da colina, o Rei e a Rainha despontarem no horizonte, servida de um bom café e
observando a borboleta que rodopia. Devaneios? Utopia? Não. Vida!
A sensação é essa: Vida! E é dela que vou falar. Folhear esses livros dá ao leitor a
sensação (ou as sensações) de que o frescor da bebida que acalma e por vezes aquece, nos
mostra a condição de estarmos vivos.
Sendo assim, não há como permanecer inerte diante de palavras tão certeiras.
Como um suco que foi adoçado no ponto ou aquele café do lanche da tarde que nos faz
viajar no tempo e lembrar-se de quando crianças, éramos presenteados com o bucolismo e,
porque não dizer, o romantismo daquele cafezinho diário. Realidades.
Seria óbvio que o nome do livro fosse alinhado ao seu conteúdo e vice-versa. Mas o
autor prefere escrever do incrível. De detalhes que só as almas mais apuradas (leia-se:
lapidadas), podem perceber e encantar-se diante de tanta riqueza literária expressa nessa
obra.
Adianto-me até em dizer que esta obra requer de corações necessitados. Precisados
do incrível. O cansaço é, senão, reflexo do óbvio nos dias atuais. Permita-se! Prove! Verta
tantos quantos cálices forem necessários. Só assim a lapidação da alma será melhor
vivida. E vivida, tu te tornas reflexo do incrível.
X
Sugiro que antes, durante depois, o leitor possa buscar um verdadeiro abraço após
as leituras que se seguem. É como a colherzinha que apura o sabor da bebida. Faz toda a
diferença. Um abraço que devolva, que aqueça, que restitua e faça, acima de tudo,
resignificar os retalhos que precisam ser banhados, para que a alma daqueles que viverem
esta experiência das mais delicadas, possam ser novas vestes, odres novos. Abraços.
Devoluções. Sabores. Renovações.
Boa leitura! Que, assim como eu pude experimentar da fonte desse amor, você
possa buscar em meio ás palavras, seu melhor. Dessa forma, seremos incríveis. Não mais
óbvios...

João Henrique Viana
(Alguém que foi devolvido)

XI
Servido
com
Café
A

lguém me disse que olhar-se no espelho da alma é

muito fácil. Ver os reflexos de sua própria personalidade é
coisa simples.
Olhando-a, só pude dizer-lhe:
- Me diga isto após acender a luz!

P

reciso fazer as pazes com o tempo.

E

xpor o outro para esconder-se é como atirar para

cima e esquecer que a bala vai ter que descer.

13
H

á quem queira mudar o mundo. Eu só quero mudar
meu jeito de vê-lo.

R

enunciar ao som do rádio para ouvir o som da alma
é ato de coragem que dá bons frutos.

O

Sr. Ciúme é a Sra. Insegurança travestida de Amor.

Cuide-se, pois quem se traveste também manipula
e sabe controlar.

14
A

gratidão, descobri, é a Sra. Humildade vestida em
trajes de festa.

A

prendo com as ausências a valorizar as presenças.
Ambas me são necessárias.

H

oje foi dia de "re"sentar nas mesas de corações

amigos. Um modo de garantir que minha cadeira ainda
estará ali quando eu quiser voltar. Para mim, isso é viver.

15
Q

uanto mais me aproximo de mim, mais sinto um
perfume parecido com o de Deus.

Q

uando seus fantasmas aparecerem, chame-os para

conversar, sente à mesa com eles e sirva-lhes um café.
Mostre que não precisam ser inimigos.

S

entei à mesa com Deus.

Conversei com Ele muito tempo.
O café foi nossa ampulheta.

16
H

oje eu corri atrás do Sol. Perdi a corrida. Sou um
feliz perdedor!

E

ntão, eu e D. Saudade nos encontramos para mais

um café da tarde. Vamos, enfim, sentarmo-nos e ver
o que trazemos um para o outro.

T

alvez eu ainda me ache muito são para ser poeta.

Alma muito consertada não produz efeitos de um
concerto.
17
E

a D. Saudade chegou em minha casa e já foi logo
comentando:
- Estou vendo que amaram por aqui...

E

xiste conservante para palavras que deveriam ter

sido ditas e não foram? Tenho medo que percam o amor
por ficarem guardadas na espera de ocasião.

D

esculpe as folhas secas. São sinais do descuido,

porta aberta e janelas escancaradas.

18
U

m jardim bem cuidado não comporta lixo de

vizinho. Devolva o que não é seu! Isso não te faz
igual, mas te preserva.

E

scolher o silêncio é ato de coragem. A alma fala
baixo, mas é dura no que diz.

A

simplicidade arcaica deste coração que ama de um

modo tão diferente do meu, me faz ver Deus sorrindo
e dizendo o que é amor, independente do formato e tempo.

19
A

os poucos vou me olhando e lembrando: já passei por
aqui!

I

nvisto sobre mim o dobro do tempo que eu gostaria de

investir para "consertar” os outros. Acredito que dá
mais frutos.

O

processo de vir – a - ser me encanta, renova minhas
energias para começar uma nova jornada.
Poder ser muitos para manter-me um só.
20
C

hega uma hora em que dar o braço a torcer é a

estratégia mais inteligente. Principalmente quando o
oponente é Deus.

S

ra. Expectativa, pode parar de tomar o meu lugar na
fila da serenidade, por favor?

A

saudade é o amor em modo turbo.

21
N

ão me prenda, voarei sempre que for preciso.

Não me esqueça, a saudade me fará voltar sempre que
necessário.

Q

uando o silêncio é apenas a reunião de muitas vozes
decidindo o que irão dizer.

L

er novos textos é fácil. A dificuldade está em ver
novos contextos em textos já lidos.
22
C

riei coragem, encarei a saudade.

Sentamos juntos, olhei em seus olhos e deixei que me
refletissem.
Dei-lhe minhas mãos, frias de receios.
Deixei que ela me conduzisse, me levasse para passear.
Qual foi minha surpresa, levou-me ao meu próprio
quarto.

23
A

manheSendo,

EntardeSendo,
AnoiteSendo.
Não há preferência, desde que eu permaneça sendo.
Ser em qualquer hora.
O sol é quem define meu status, mas sou eu quem sofre sua
ação.
A Lua me define também, noutras horas. Ela, igualmente, não
é tão majoritária, careço de estar sendo, sempre.
EntarDescendo, por vezes é minha condição.
Nestas horas, preciso respeitar o movimento.
EntarDescer faz parte do caminho de estar sendo.
Se não desço, como experimento o subir?
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De_almas_postas_Edgar_Nogueira_1ºCap_Café

  • 1. Edgar Nogueira Lima De almas postas
  • 2. Ensaio de mim Entre erros e acertos O que fica, é o que é O que foi, tornar-se-á Eu.
  • 3. Café.......................................12 Vinho.................................... 25 Champagne........................... 38 Chocolate Quente................. 45 Água tônica.......................... 54 Água de coco......................... 63 Ice Tea................................. 66 Refrigerante......................... 71 Sucos.................................... 76
  • 4. presentação Aceita uma bebida? É com imenso prazer que estas palavras chegam ao seu olhar. Anseio também que cheguem ao seu coração. Ofereço-lhe bebida, pois as páginas deste livro não têm pressa de serem lidas. Elas são como o café, o chá, ou a bebida que mais lhe for do agrado. Carecem de ser degustadas. Encanta-me o hábito dos apreciadores de vinho, que apreciam o aroma da bebida antes de degustá-la. Convido-lhe a fazer igual. Eu mesmo o fiz durante o processo de escrita. Deixei que as palavras me alcançassem todos os sentidos, ao seu tempo, para então, registrá-las no papel. A proposta deste livro é compartilhar um pouco da minha vida em pequenas doses. A vida durante o ano de dois mil e doze. Não foi a intenção inicial, mas, ao pedido de alguns que dizem ter interesse no que escrevo – fato que precisei me acostumar, pois nem eu cria no interessante de mim mesmo – resolvi colher e registrar aqui. Fui colhendo pequenos escritos e colecionando, fui compartilhando com uns e outros e verificando os efeitos que poderiam causar na vida dos que liam. Eu mesmo os reli em algumas ocasiões e experimentei dos efeitos que podem causar. Motivado por tudo isto, resolvi colecioná-los e dá-los de presente. Utilizei-me de papel para tal, um modo mais convencional de compartilhar minha alma - algo nada convencional. O título explicita a realidade de pôr à mesa a própria alma. Quando sentamos à mesa, sempre há mais do que comida e bebida sobre ela. Há vidas dos que se dispõem a dividir o tempo, o olhar, a companhia. Estar de almas postas é um compromisso que assumo ao produzir este livro. Me ponho e exponho, na expectativa de que ponhas tua alma nas palavras que vais encontrar. III
  • 5. Espero, portanto, que ao lê-las você perceba que há um contexto por trás de cada palavra. No entanto, não gaste tempo me procurando nelas. Busque-se! A delícia da poesia é despertar em você efeitos diferentes do que produziu em mim. Meu paladar é diferente do seu, e as bebidas que experimentamos trazem conotações diferentes, embora sejam as mesmas. Lance mão do lúdico, do simbólico. Eles dão mais cores às cenas aqui escritas. Por fim, agradeço-lhe a companhia. Sempre que tomar este livro em mãos, sinta-se sentando à mesa, com um lindo pôr do sol à sua frente, uma bebida agradável e uma companhia salutar. Eu e você comungaremos sempre, em qualquer lugar em que este livro venha a ser degustado. Boa leitura! Edgar Nogueira Lima IV
  • 6. refácio Quando convidada para redigir este prefácio tive a impressão de que nenhuma palavra que escrevesse nestas páginas estaria à altura da grandiosidade da obra. Abrir as cortinas dos registros que seguem, demanda uma responsabilidade que, a princípio, provocou-me vários receios. Contudo, entre dúvidas e desconcertos, escolhi amparar-me nas certezas que confirmaram minha presença e nas verdades de uma história que também é a minha história. A honra em compartilhar da construção desse livro não se reduz a assinar meu nome após um pequeno texto. O privilégio habita, sim, na gratidão por ter compartilhado da vida que produziu os versos contidos aqui, por ter contemplado a experiência em seu ato e degustado cada capítulo ainda quando os sabores não estavam definidos. Em ter admirado a junção das palavras enquanto ainda eram letras dispersas de um mundo não tão consciente, por vê-las sendo traduzidas em vida, que geram mais vida quando divididas com outras vidas. Se me fosse dada a tarefa de adjetivar o autor, sem dúvidas usaria tantas páginas quanto as que o livro possui. Entretanto, tal necessidade se dissolve, uma vez que ele mesmo, o autor, o fez, dando-se em retalhos para aqueles que puderem saborear da sua experiência ao traduzi-la em poesia. Devo advertir que encontrá-lo, muitas vezes, será sinônimo de encontrar a si mesmo, deparar-se com a própria imagem refletida nas páginas enquanto vê sua história sendo contada nos versos. Aos que duvidam, sugiro não perder a oportunidade de experimentar. Lanço o convite para adentrarem este espaço. Sinto-me como que na portaria, desejando boas vindas. O formato Sumário - Menu foi escolhido porque o conteúdo deste livro não foi preparado apenas para ser lido, mas para ser saboreado. Recebê-lo apenas V
  • 7. com o olhar, portanto, limitaria o deleite completo das bebidas oferecidas. Aconselho, inclusive, quem em algumas ocasiões os olhos se fechem, para que seja possível enxergar aquilo que só o coração pode ver. Asseguro que os ingredientes de cada receita, listados no decorrer dos capítulos foram forjados na vida de quem aprendeu abrir as portas da alma. Alguém que, mesmo diante de muitas surpresas, riscos ou fragilidades, não teve medo de fazer parte do próprio mundo, e mais, de transformá-lo. E no processo de se assumir humano, de ser gente e ser sujeito a outros sujeitos e à realidade onde a vida se desenha, viu se delinear os caminhos escolhidos, desbravou os caminhos escondidos e descobriu que as estrelas do próprio céu poderiam iluminar noites alheias. Deste cardápio, há, na composição das bebidas, um teor elevado de amor, doses altíssimas de acolhimento e diversas diluições em sinceridade. Para comprazer-se do sabor contido em cada bebida e desfrutar das substâncias dissolvidas em sua fórmula, recomendo atenção aos detalhes deste encontro. Reconheça o gosto de cada palavra e inspire o perfume que a mistura de subjetividades pode originar. E o paladar, que seja o paladar da fantasia a provar cada sabor, e assim dar energia para que as asas da imaginação alcem voos mais altos, ou mergulhos mais profundos. Ao experimentar cada bebida perceberá que cada uma possui aspectos peculiares aos sentimentos que remetem. Perceba as sensações de frio, aconchego, calor, tonicidade, a precipitação, o adocicado, a energia e tudo aquilo que sua alma for capaz de absorver. Faça seu pedido, escolha o que deseja para saciar sua sede, sua expectativa, ou, enfim, seu coração. O tradicionalismo do Café exala o aroma forte da bebida que há muito tempo acompanha essa história. Repleto de percepções e significados, o primeiro capítulo simboliza sentimentos intensos que são produto dos grãos de vida torrados e moídos. Naturalmente amargo e forte, a forma de preparo do café e os ingredientes a serem acrescentados modificam a aparência e o gosto, mas não são capazes de ocultar sua VI
  • 8. essência. Igualmente, as emoções misturadas também foram se ilustrando nas palavras de encontros vividos no mundo do lado de dentro. Por vezes o café esteve servido no contraste do leite, outras vezes, apenas adoçado. Em ocasiões mais nobres vestiu-se de capuchino, embelezado com chantili e canela. Em dias especiais esteve dentro de uma xícara pequenina, atento ao calor das mãos que seguravam outra xícara na extremidade oposta da mesa. Por fim, o café se apresenta ao nos apresentar, entre seus efeitos destacase a energia da cafeína, o cheiro que invade a cozinha e a satisfação do paladar. Ainda mais histórico e tradicional que o café, o Vinho plantou sua história há muitos e muitos séculos. Embebido de uma linguagem direta, o segundo capítulo fermenta os pensamentos que traduziram a presença daqu‟Ele que ocupa o lugar de maior destaque, a figura central do ser Pai: Deus. Degustar dos poemas selecionados pelo vinho é para quem deseja sentar-se à mesa e partilhar da companhia e do movimento que o Espírito do Criador promove. O coração do autor transparece o reflexo do Autor da Vida, tingido pelo vinho nas cores do amor e da misericórdia, sua experiência indica caminhos para aproximar-se de Deus. Remonta a importância do ser filho, contida na grandeza de ser Pai. Bebida de reis e rainhas e símbolo universal da comemoração, o Champagne oferecido no capítulo três recorda o gosto da amizade. A espuma confere às palavras o sabor do encontro, uma vez que para abrir uma garrafa de champagne é quase um prérequisito a companhia com quem brindar. Todavia, o encontro não se refere unicamente aquele que acontece entre o eu e o outro, mas, principalmente, aquele vivido pelo eu consigo mesmo. Ser companhia a si mesmo é um desafio superado na convivência, que merece ser brindado sempre que a vida permitir. Tanto quanto uma xícara de Chocolate Quente aquece o corpo em um dia frio, o quarto capítulo faz o coração recordar dos abraços que o envolveram em calor e amor. As frases são impulso para o aconchego, a doçura que liga palavra com palavra devolve o VII
  • 9. gosto da infância, a pureza dos sonhos e a necessidade do sono, de dormir no colo, de ser acolhido e sentir-se amado. Reavivando as emoções, o quinto capítulo traz um copo de Água Tônica, energizando e potencializando o significado do que foi experimentado. O vigor dos poemas brota nos versos incisivos e atravessa pensamentos outrora estagnados. A leitura gaseificada pelos paradoxos expostos faz pensar, repensar, rever, desconstruir, reconstruir. Tonifica o que continua sendo certeza e dissolve o que nunca foi tão certo assim. Na combinação entre céu e mar surge o capítulo seis. O rapaz da barraquinha anuncia “Água de Coco! Olha água de coco!”. O sabor doce do mar guardado dentro da fruta verde com casca resistente é poetizado no movimento. Sede saciada pela agitação das ondas tanto em dias de tempestade como em momentos de calmaria. O mar nunca para, está sempre fazendo devoluções para a praia, remontando na areia o que um dia foi nele lançado e reunindo, ainda, o que as correntes marítimas podem trazer do fundo do oceano. Tomar dessa água de coco é um convite a não só ver o mar, mas a ser mar. Viver a incontinência e expandir os territórios dentro de si, recolher o que retorna às suas margens e acolher o que vem das profundezas da sua intimidade. Refrescando as formas de agir no mundo, uma mistura saudável preparada a partir de infusões de vida e possibilidades, o Ice Tea é servido no sétimo capítulo. A versão moderna do clássico chá vem permitir que novas possibilidades sejam saboreadas, olhar pelas mesmas janelas e encontrar um horizonte diferente. Bem como o preparo básico do chá quente e gelado é o mesmo, os versos deste capítulo refletem sobre como as receitas escolhidas para servir a vida vão diferenciar seu sabor. Uma das bebidas mais consumidas, o Refrigerante traz a energia e atualidade do capítulo oito. A coletânea de poemas confere vivacidade aos momentos de amizade degustados em todo momento da vida. Fonte de energia e sustento, a essência do capítulo refrigerante é amizade concentrada e manifestada em presença, reciprocidade, VIII
  • 10. companheirismo, proximidade, cumplicidade e tudo aquilo que já experimentamos com as pessoas que um dia dividiram conosco uma latinha de „refri‟. Encerrando o Menu, os Sucos do capítulo nove são variedade e fidelidade ao que representam. Das as bebidas servidas, os sucos retratam o coração simples e acessível do autor. Na simplicidade com que foram preparados, os sucos elevam o grau de nobreza da obra inteira. A receita encerra o livro conferindo originalidade não apenas a este capítulo, mas autenticando a singularidade de todos os anteriores. Abram as portas e descortinem o palco! É com grande honra que vos apresento a concretização de um sonho que também foi meu, o sabor da poesia que brotou de uma alma cujo valor é, para mim, inestimável. Que os versos não apenas alcancem o vosso coração, mas que sejam continuados dentro dele. Escolha sua mesa, chegou a hora de degustar os sabores da vida emoldurada nas páginas deste livro. Com muito amor, Fernanda Giasson IX
  • 11. ntrodução Os fins de tarde sempre me reservam gratas surpresas. De forma bem pontual, uma desponta em minhas lembranças quando começo essas tímidas linhas: o convite de um grande Amigo. Não sei o que defino agora. Se o convite ou o grande Amigo. Nem sei se quero, na verdade, porém, acho que minh‟alma torna-se feliz em ter a oportunidade de escrever-vos. Seja para você que me lê agora, seja para o autor do livro ou para a Flor que espera no alto da colina, o Rei e a Rainha despontarem no horizonte, servida de um bom café e observando a borboleta que rodopia. Devaneios? Utopia? Não. Vida! A sensação é essa: Vida! E é dela que vou falar. Folhear esses livros dá ao leitor a sensação (ou as sensações) de que o frescor da bebida que acalma e por vezes aquece, nos mostra a condição de estarmos vivos. Sendo assim, não há como permanecer inerte diante de palavras tão certeiras. Como um suco que foi adoçado no ponto ou aquele café do lanche da tarde que nos faz viajar no tempo e lembrar-se de quando crianças, éramos presenteados com o bucolismo e, porque não dizer, o romantismo daquele cafezinho diário. Realidades. Seria óbvio que o nome do livro fosse alinhado ao seu conteúdo e vice-versa. Mas o autor prefere escrever do incrível. De detalhes que só as almas mais apuradas (leia-se: lapidadas), podem perceber e encantar-se diante de tanta riqueza literária expressa nessa obra. Adianto-me até em dizer que esta obra requer de corações necessitados. Precisados do incrível. O cansaço é, senão, reflexo do óbvio nos dias atuais. Permita-se! Prove! Verta tantos quantos cálices forem necessários. Só assim a lapidação da alma será melhor vivida. E vivida, tu te tornas reflexo do incrível. X
  • 12. Sugiro que antes, durante depois, o leitor possa buscar um verdadeiro abraço após as leituras que se seguem. É como a colherzinha que apura o sabor da bebida. Faz toda a diferença. Um abraço que devolva, que aqueça, que restitua e faça, acima de tudo, resignificar os retalhos que precisam ser banhados, para que a alma daqueles que viverem esta experiência das mais delicadas, possam ser novas vestes, odres novos. Abraços. Devoluções. Sabores. Renovações. Boa leitura! Que, assim como eu pude experimentar da fonte desse amor, você possa buscar em meio ás palavras, seu melhor. Dessa forma, seremos incríveis. Não mais óbvios... João Henrique Viana (Alguém que foi devolvido) XI
  • 14. A lguém me disse que olhar-se no espelho da alma é muito fácil. Ver os reflexos de sua própria personalidade é coisa simples. Olhando-a, só pude dizer-lhe: - Me diga isto após acender a luz! P reciso fazer as pazes com o tempo. E xpor o outro para esconder-se é como atirar para cima e esquecer que a bala vai ter que descer. 13
  • 15. H á quem queira mudar o mundo. Eu só quero mudar meu jeito de vê-lo. R enunciar ao som do rádio para ouvir o som da alma é ato de coragem que dá bons frutos. O Sr. Ciúme é a Sra. Insegurança travestida de Amor. Cuide-se, pois quem se traveste também manipula e sabe controlar. 14
  • 16. A gratidão, descobri, é a Sra. Humildade vestida em trajes de festa. A prendo com as ausências a valorizar as presenças. Ambas me são necessárias. H oje foi dia de "re"sentar nas mesas de corações amigos. Um modo de garantir que minha cadeira ainda estará ali quando eu quiser voltar. Para mim, isso é viver. 15
  • 17. Q uanto mais me aproximo de mim, mais sinto um perfume parecido com o de Deus. Q uando seus fantasmas aparecerem, chame-os para conversar, sente à mesa com eles e sirva-lhes um café. Mostre que não precisam ser inimigos. S entei à mesa com Deus. Conversei com Ele muito tempo. O café foi nossa ampulheta. 16
  • 18. H oje eu corri atrás do Sol. Perdi a corrida. Sou um feliz perdedor! E ntão, eu e D. Saudade nos encontramos para mais um café da tarde. Vamos, enfim, sentarmo-nos e ver o que trazemos um para o outro. T alvez eu ainda me ache muito são para ser poeta. Alma muito consertada não produz efeitos de um concerto. 17
  • 19. E a D. Saudade chegou em minha casa e já foi logo comentando: - Estou vendo que amaram por aqui... E xiste conservante para palavras que deveriam ter sido ditas e não foram? Tenho medo que percam o amor por ficarem guardadas na espera de ocasião. D esculpe as folhas secas. São sinais do descuido, porta aberta e janelas escancaradas. 18
  • 20. U m jardim bem cuidado não comporta lixo de vizinho. Devolva o que não é seu! Isso não te faz igual, mas te preserva. E scolher o silêncio é ato de coragem. A alma fala baixo, mas é dura no que diz. A simplicidade arcaica deste coração que ama de um modo tão diferente do meu, me faz ver Deus sorrindo e dizendo o que é amor, independente do formato e tempo. 19
  • 21. A os poucos vou me olhando e lembrando: já passei por aqui! I nvisto sobre mim o dobro do tempo que eu gostaria de investir para "consertar” os outros. Acredito que dá mais frutos. O processo de vir – a - ser me encanta, renova minhas energias para começar uma nova jornada. Poder ser muitos para manter-me um só. 20
  • 22. C hega uma hora em que dar o braço a torcer é a estratégia mais inteligente. Principalmente quando o oponente é Deus. S ra. Expectativa, pode parar de tomar o meu lugar na fila da serenidade, por favor? A saudade é o amor em modo turbo. 21
  • 23. N ão me prenda, voarei sempre que for preciso. Não me esqueça, a saudade me fará voltar sempre que necessário. Q uando o silêncio é apenas a reunião de muitas vozes decidindo o que irão dizer. L er novos textos é fácil. A dificuldade está em ver novos contextos em textos já lidos. 22
  • 24. C riei coragem, encarei a saudade. Sentamos juntos, olhei em seus olhos e deixei que me refletissem. Dei-lhe minhas mãos, frias de receios. Deixei que ela me conduzisse, me levasse para passear. Qual foi minha surpresa, levou-me ao meu próprio quarto. 23
  • 25. A manheSendo, EntardeSendo, AnoiteSendo. Não há preferência, desde que eu permaneça sendo. Ser em qualquer hora. O sol é quem define meu status, mas sou eu quem sofre sua ação. A Lua me define também, noutras horas. Ela, igualmente, não é tão majoritária, careço de estar sendo, sempre. EntarDescendo, por vezes é minha condição. Nestas horas, preciso respeitar o movimento. EntarDescer faz parte do caminho de estar sendo. Se não desço, como experimento o subir? E se estou a descer, decerto já subi, ora essa! E assim vou segundo, girando, naSendo, a cada ciclo, a cada passo. 24