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Tópicos em
Ecofisiologia
da Cana-de-Açúcar
Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais
Botucatu
2010
Editores técnicos
Carlos Alexandre Costa Crusciol
Marcelo de Almeida Silva
Raffaella Rossetto
Rogério Peres Soratto
iniciais.indd 1 14/10/10 09:38
Copyright © Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais
1ª edição 2010
Tiragem: 500 exemplares
Capa e Projeto gráfico
Colorau Comunicação e Design
Diagramação
Diagrama Editorial
FEPAF Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais
Unesp Campus de Botucatu Lageado.
Fazenda Experimental Lageado s/nº
18.603-970 Botucatu SP Brasil
Tel.: (14) 3882-7373 fepaf@fca.unesp.br
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA
- LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Tópicos em ecofisiologia da cana-de-açúcar / Editores
T764 técnicos: Carlos Alexandre Costa Crusciol ... [et
al.]. – Botucatu: FEPAF - Fundação de Estudos e Pes-
quisas Agrícolas e Florestais, 2010
111 p. : il., gráfs., tabs., fots. color.
ISBN 978-85-98187-25-9
1. Cana-de-açúcar. 2. Ecofisiologia. I. Crusciol, Car-
los Alexandre Costa. II. Silva, Marcelo de Almeida. III.
Rossetto, Raffaella. IV. Soratto, Rogério Peres. V. Fun-
dação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais. VI.
Título.
CDD 21.ed. (633.61)
iniciais.indd 2 14/10/10 09:38
Índice
Apresentação...............................................................................................................4
Carlos Alexandre Costa Crusciol
Introdução....................................................................................................................5
Paul H. Moore
Fenologia da Cana-de-açúcar......................................................................................8
Marcelo de Almeida Silva, Claudiana Moura dos Santos, Marcel Tomás Arantes, Renata
Passos Pincelli
Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo
para a predição de produtividade em cana-de-açúcar...............................................22
Paulo Eduardo Argenton, Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, Maximiliano Salles Scarpari
Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar
para o Brasil e estimativa da produtividade..............................................................27
Orivaldo Brunini
A interação entre a cana-de-açúcar e ambientes de produção estressantes..............34
Marcos Guimarães de Andrade Landell, Ricardo Silvério Machado, Daniel Nunes da Silva,
Maximiliano Salles Scarpari, Mauro Alexandre Xavier, Silvana Creste, Ivan Antônio dos
Anjos, Hélio do Prado, Luciana Rossini Pinto, Márcio Aurélio Pitta Bidóia
Alterações morfofisiológicas na cana-de-açúcar
em resposta à deficiência hídrica...............................................................................43
Marcelo de Almeida Silva & Renata Passos Pincelli
Interação entre água e nitrogênio na produtividade
de cana-de-açúcar (Saccharum sp.).............................................................................49
Glauber José de Castro Gava, Oriel Tiago Kölln, Raul Andres Martinez Uribe, Paulo Cesar
Ocheuze Trivelin, Heitor Cantarella
Adubação Nitrogenada em Cana-de-Açúcar: Reflexos do Plantio à Colheita...........67
Henrique Coutinho Junqueira Franco & Paulo Cesar Ocheuze Trivelin
Herbicide Effects on Sugarcane..................................................................................85
Edward P. Richard, Jr. & Caleb D. Dalley
Herbicides as Stimulators, Regulators, and Ripeners.................................................89
Ryan P. Viator, Caleb. D. Dalley and Edward P. Richard, Jr.
Uso de maturadores com ou sem misturas................................................................93
Carlos Alexandre Costa Crusciol, Glauber Henrique Pereira Leite,
Gabriela Ferraz de Siqueira
Melhoramento molecular da cana-de-açúcar CTC para eficiência fisiológica..........103
Sabrina Moutinho Chabregas
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O presente livro teve como base as palestras apresentadas no I e II SIMCANA – Simpósio sobre
Ecofisiologia, Maturação e Maturadores em Cana de açúcar, realizados em Botucatu-SP nos anos de
2008 e 2010; “Tópicos em Ecofisiologia da Cana-de-Açúcar” aborda a fisiologia da cana de açúcar.
Segmentado em 12 capítulos, o capítulo de abertura demonstra a relevância do tema e da pequena
quantidade de publicações sobre a ciência da cana-de-açúcar, de autoria do maior fisiologista do
mundo, Dr. Paul Moore, parceiro e colaborador desde a edição de 2008.
Além deste, são amplamente discutidos os temas de fenologia, estudos sobre modelagem e previsão
de produtividade, ambiente de produção e fisiologia do estresse hídrico, seguidos de assuntos sobre
nutrição, adubação, reguladores vegetais e herbicidas. E finalmente, a biologia molecular como fer-
ramenta para melhoramento da eficiência fisiológica da cultura da cana de açúcar.
As edições do SIMCANA são uma realização da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP –
câmpus de Botucatu em conjunto com o APTA – Agência Paulista de Tecnologia no Agronegócio, STAB
- Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil e FEPAF – Fundação de Estudos e Pesquisas
Agrícolas e Florestais, com apoio de instituições como CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico, FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, CAPES
– Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, UDOP – União dos Produtores de
Bioenergia, Portal Dia de Campo e TechField e, patrocinados pela Syngenta, DuPont, Stoller e Ihara.
Agradecemos aos autores, pela paciência em atender nossas solicitações, à comissão organizadora,
pelo dedicado empenho na edição do livro e à Syngenta e à Fapesp pela ajuda financeira para a
publicação deste livro.
Botucatu, 19 de outubro de 2010.
Carlos Alexandre Costa Crusciol
Coordenador Geral do SIMCANA
UNESP/FCA/DPV
Apresentação
Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar4
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 5
Sugarcane is an important food and bioenergy source and a significant component of the economy in
many countries in the tropics and subtropics: nearly 100 countries produce the crop over an area of 22
million hectares--approximately 0.5% of the total world area used for agriculture (FAOSTAT, 2008).
Of the world’s four most productive crops—rice, wheat, maize, and sugarcane—sugarcane produces
the greatest crop tonnage and provides the fourth highest quantity of plant calories in the human
diet (Ross-Ibarra et al., 2007), even though each of the major cereals occupies a several-fold larger
fraction of the world’s arable land. The largest world grower of sugarcane is Brazil with production
of more than 549 million tons of cane or approximately 37% of the total of the top 20 sugarcane
producing countries of the world.
The very high levels of sugarcane biomass production and the efficiency with which ethanol can be
produced from its extracted juice have made sugarcane a leading crop for bioenergy production.
Sugarcane stalks, crushed and extracted for juice, are burned in the sugarcane factories for production
of steam and electrical energy. Sugarcane juice is currently being used as a source for ethanol as a
fuel for replacing gasoline, but once second-generation bioenergy technologies are developed, the
entire sugarcane crop biomass may be used as a lignocellulosic feed stock. The significant potential
for sugarcane as a food and bioenergy crop is currently driving a rapid expansion of sugarcane
production areas throughout the world, especially in Brazil. In short, sugarcane is rapidly becoming
one of the world’s most important crops.
Despite sugarcane’s burgeoning importance, few sugarcane-specific reference books exist. Those ref-
erence books that do exist, although excellent when they were first published, do not include recent
findings in modern plant biology. The lack of reference works specific to sugarcane is particularly
problematic considering that among the world’s most productive crops sugarcane is the only one that
is strictly tropical, perennial, and vegetatively propagated and harvested. Conventional agronomic
wisdom presented in more general plant physiology books does not apply. Sugarcane growers and
researchers world-wide need publication of the proceedings of conferences such as this “Brazilian
Symposium on Ecophysiology, Maturation and Ripeners” for sharing current information on the fun-
damental biology of sugarcane and on practices for improving agronomic production and the yield
potential of crop germplasm.
The most common sugarcane reference books available can be described as industry descriptive texts
for students (Barnes, 1974; Blackburn, 1984; Blume, 1985; James, 2004), or as sugarcane production
manuals focusing on agronomic practices (Bakker, 1999; Clements,1980; Humbert, 1968; King,1965).
These are frequently regionally focused but some present a wider view of their topic. Less common
are the reference books on some specific aspects of the sugarcane plant such as sugarcane pests and
diseases (Rott et al., 2000), germplasm improvement (Heinz,1987), fundamental biology (Alexander,
1973; Dillewijn, 1952), and ethanol production (Cortez, 2010).
Of the texts mentioned, Botany of Sugarcane stands out as not only the first, but also the best sum-
mary account of sugarcane structure (anatomy and morphology). All subsequent books mostly used
the same anatomical and structural figures. This means that there has not been any book containing
Introduction
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar6
new descriptions of sugarcane structure for more than 56 years. In addition, the only book covering
the physiology of sugarcane is more than 35 years old.
During the 36- to 57-year interval since the publication of a significant sugarcane text, the growth
of knowledge regarding plant physiology, based largely on advances in molecular biology, instru-
mentation for data gathering, and information science for storing and analyzing massive amounts of
data has been revolutionary. Although that growth of knowledge has been slower in sugarcane than
in simpler model plants, the information about sugarcane physiology that has accumulated these past
30 years is nevertheless extensive. Considering the growing importance of sugarcane as a food and
energy crop and the failure of extant sugarcane texts to link modern plant physiology to problems
of sugarcane improvement and production, there is a critical need for a new synopsis on sugarcane
physiology that is currently being met through meetings as this.
This symposium and its previous one in 2008 address a wide range of sugarcane ecophysiology is-
sues including growth and development, crop and plant responses to abiotic stresses (primarily those
involving insufficient water, but also inadequate soil nutrients), agronomic practices including the use of
herbicides, growth regulators and ripeners for increasing sucrose yields, and the development of models
for managing the crop, predicting yields and yield potential for new lands coming under cultivation,
and longer term effects of climate change on the sugarcane industry. Publishing these proceedings is
a valuable service to Brazil’s sugarcane research and production community.
The published proceedings of this symposium will be valuable for at least three groups associated
with agriculture and sugarcane. First are the college-trained sugarcane growers, plantation managers,
or sectional managers, such as agriculturalists or crop control superintendents, who need to know the
fundamentals of the crop plant on which their business depends. Second are the plant biology, plant
physiology, and agronomy students with interest in, or need to know, sugarcane biology. Third are
sugarcane research scientists, who require broad knowledge of the sugarcane plant in order to relate
their specific research area to other aspects of crop production. Thanks are due to the organizers of
this meeting for providing valuable research communications to Brazil’s sugarcane community.
Paul H. Moore
Hawaii Agriculture Research Center
Kunia, Hawaii
References
ALEXANDER, A.G. Sugarcane Physiology: A Comprehensive Study of the Saccharum Source-to-Sink
System. Elsevier Scientific Publishing Co. Amsterdam, 1973. 752p.
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 7
BAKKER, H. Sugar Cane Cultivation and Management. Kluwer Academic / Plenum Publishers. New
York,1999. 679p.
BARNES, A.C. The Sugar Cane. Leonard Hill Books. Aylesbury, Bucks, 1974. 572p.
BLACKBURN, F. Sugar-cane. Longman, London, 1984. 414p.
BLUME, H. Geography of Sugar Cane. Verlag Dr. Albert Bartens, Berlin, 1985. 371p.
CLEMENTS, H.F. Sugarcane Crop Logging and Crop Control: Principles and Practices. The University
Press of Hawaii. Honolulu, 1980. 520p.
CORTEZ, L.A.B. Sugarcane Bioethanol: R&D for Productivity and Sustainability. Blucher, São Paulo –
SP – Brazil, 2010. 954p.
DILLEWIJN, C.V. Botany of Sugarcane. The Chronica Botanica Company. Waltham,1952. 371p.
FAOSTAT (United Nations Food and Agricultural Organization). FAO 2008. Available from http://
faostat.fao.org/default.aspx
HEINZ, D.J. (Ed.). Sugarcane Improvement through Breeding. Elsevier, Amsterdam, 1987. 603p.
HUMBERT, R.P. The Growing of Sugar Cane. Elsevier Publishing Company. Amsterdam, 1978. 779p.
JAMES, J. (Ed). Sugarcane. Blackwell Publishing Ltd, 2004. 216p.
KING, N.J., Mungomery, R.W., Hughes, C.G. Manual of Cane-growing. American Elsevier Publishing
Company. Inc. New York, 1965. 375p.
ROSS-IBARRA, J.; MORREL, P.L.; GAUT, B.S. Plant domestication, a unique opportunity to identify the
genetic basis of adaptation. Proceedings of the National Academy of Sciences, sup 1, p.8641-8648,
2007.
ROTT P.; BAILEY R.A.; COMSTOCK J.C.; CROFFT B.J., SAUMTALLY, S. (Eds.). A Guide to Sugarcane
Diseases. CIRAD and ISSCT, 2000. 339p.
_projeto1.indb 7 13/10/10 10:21
Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
8
Fenologia da Cana-de-açúcar
(principalmente nas fases de germinação, perfilhamento
e alongamento dos colmos) e alguma restrição no perío-
do de maturação, para forçar o repouso fisiológico e o
enriquecimento em sacarose. O crescimento é alcançado
quando a temperatura ultrapassa 20°C, há um aumento
na taxa de crescimento da cultura, sendo que a faixa
de 25°C a 33°C é a mais favorável ao desenvolvimento
vegetativo (Liu et al., 1998; Almeida et al., 2008).
O comportamento vegetativo da cana-de-açúcar é al-
tamente dependente de fatores climáticos, as variações
na disponibilidade térmica, pluviosidade, intensidade de
luz exercem grande influência sobre o desenvolvimento
fenológico da cultura afetando sua produtividade (Liu
et al., 1998; Smit; Singels, 2006; Uehara et al., 2009).
A deficiência hídrica, além de temperaturas extremas e
baixa radiação solar são algumas das principais limita-
ções ao seu desenvolvimento (Inman-Bamber et al., 2004;
Smit; Singels, 2006; Mccormick et al., 2008; Heerden
et al., 2010).
A avaliação do comportamento fenológico propicia o
conhecimento e a definição das épocas em que ocorrem
as diversas fases do período vegetativo das plantas, o
que pode auxiliar na escolha das práticas culturais in-
dicando, por exemplo, a melhor época de colheita e de
plantio para cada espécie (Larcher, 2004). Sendo assim,
o conhecimento da dinâmica fenológica é indispensável
para a elaboração de estratégias de conservação e
manejo de uma cultura.
Recentemente pesquisadores têm voltado à atenção
para estudos sobre processos de acúmulo de biomassa
em cana-de-açúcar, buscando desvendar os fenômenos
ambientais subjacentes à redução do crescimento ao
longo das fenofases, além de relacionarem esses fatores
com o desenvolvimento, maturação da cana-de-acúçar e
o tempo de colheita (Inman-Bamber et al., 2009; Heerden
et al., 2010; Uehara et al., 2010).
A cana-de-açúcar, segundo Gascho e Shih (1983),
apresenta quatro diferentes sub-períodos ou estádios
1. Introdução
A cana-de-açúcar é uma planta monocotiledônea, alóga-
ma e perene, provavelmente originária das regiões da
Indonésia e Nova Guiné, pertencente à família Poaceae,
tribo Andropogoneae e gênero Saccharum. Seus atuais
cultivares são híbridos interespecíficos, sendo que nas
constituições genéticas participam as espécies S. offici-
narum, S. spontaneum, S. sinense, S. barberi, S. robustum
e S. edule (Gupta et al., 2010).
Trata-se de uma planta de reprodução sexuada; po-
rém, quando cultivada comercialmente é multiplicada
assexuadamente, por propagação vegetativa (Caieiro
et al., 2010). É caracterizada pela inflorescência do
tipo panícula, flor hermafrodita, caule em crescimento
cilíndrico composto de nós e entrenós, e folhas alternas,
opostas, presas aos nós dos colmos, com lâminas de sílica
em suas bordas, e bainha aberta (Miller; Gilbert, 2009).
É cultivada em regiões tropicais e subtropicais de mais de
90 países, difundida em uma ampla faixa de latitude de
35o
N e 30o
S, adaptando-se a diversas condições de clima
e solo exigindo precipitações pluviométricas entre 1500
a 2500 mm por ciclo vegetativo (Doorembos; Kassam,
1979; Tavares, 2009).
É uma cultura de grande importância econômica no
mundo. É cultivada principalmente como matéria prima
para produção de açúcar e álcool, sendo o Brasil o maior
produtor mundial de açúcar, destacando-se o estado de
São Paulo como o maior produtor nacional e também o
maior exportador do mundo (Waclawovsk et al., 2010).
As principais regiões brasileiras produtoras são Nordeste
e Centro-Sul, o que permite dois períodos de safra, de
setembro a abril e de abril a novembro, respectivamente,
proporcionado o desenvolvimento da cultura canavieira
as mais variadas condições climáticas (Tavares, 2009).
De acordo com Inman-Bamber e Smith (2005), uma
precipitação pluvial anual a partir de 1.000 mm, bem
distribuída, é suficiente para a obtenção de altas pro-
duções na cana-de-açúcar. Isso implica que o manejo
hídrico seja realizado com eficiência, com suprimentos
hídricos adequados durante o desenvolvimento vegetativo
Fenologia da Cana-de-açúcar
Marcelo de Almeida Silva1
, Claudiana Moura dos Santos2
,
Marcel Tomás Arantes3
, Renata Passos Pincelli2
1
Pesquisador Científico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Polo Centro-Oeste, Rodovia SP 304, (Jaú - Bariri), Km 304,
Caixa Postal 66, 17201-970, Jaú (SP). Email: marcelosilva@apta.sp.gov.br 2
Bióloga, Programa de Pós-Graduação em Agricultura, Faculdade de
Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Caixa Postal 237, 18610-307, Botucatu (SP). E-mail: claudianabio@hotmail.com; renatappincelli@fca.unesp.br
3
Engenheiro Agrônomo, Programa de Pós-Graduação em Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Caixa Postal 237, 18610-
307, Botucatu (SP). E-mail: marcel_arantes@fca.unesp.br
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
9
Fenologia da Cana-de-açúcar
mento (do perfilhamento final ao inicio
de acumulação da sacarose), e Matu-
ração (intensa acumulação de sacarose
nos colmos).
em sua fenologia (Figura 1), conhecidos por: Brotação e
Emergência dos brotos (colmos primários); Perfilhamento
e Estabelecimento da cultura (da emergência dos brotos
ao final do perfilhamento); Período do Grande Cresci-
Muitas características morfológicas da cana-de-açúcar
podem ajudar a entender a questão de como a água
é utilizada pela planta e como se comporta sob baixas
temperatura, conseqüentemente, esclarecer certos padrões
fenológicos encontrados em regiões tropicais. Dentre estas
características pode-se destacar área foliar e número de
folhas (Inman-Bamber, 2004; Oliveira et al., 2005), senes-
cência foliar (Smit; Singel, 2006), altura da planta (Almeida
et al., 2008), diâmetro, número de colmos e perfilhamento
(Ramesh; Mahadevaswany, 2000; Silva et al., 2008), flo-
rescimento (Araldi, et al., 2010), sendo essas características
geneticamente variadas entre variedades e largamente
influenciadas pelos fatores climáticos.
Nessa sucessão de eventos, a cana-de-açúcar passa por
estádios fenológicos que determinam fases importantes
na formação da produção das plantas e sendo bem ca-
racterizados, podem auxiliar em pesquisas relativas à es-
timativa de produção, previsão de época de maturação,
controle fitossanitário e programas de melhoramento da
cultura Diante dos fatos supracitados, o objetivo deste ca-
pítulo foi descrever os diferentes padrões fenológicos da
cana-de-açúcar e relacioná-los com os principais fatores
ambientais, buscando compreender o comportamento do
desenvolvimento da cultura diante do estresse abiótico.
2. Interação das principais fenofases da cana-de-
açúcar com os fatores ambientais
2.1. Propagação: germinação de sementes e brotação das
gemas
Na produção de cana-de-açúcar, as sementes têm im-
portância em programas de melhoramento genético, o
sucesso desses programas é dependente da obtenção
de sementes de qualidade fisiológica superior (Caieiro
et al., 2010). A semente botânica de cana-de-açúcar é
na realidade um fruto, do tipo cariopse com coloração
marrom, forma elípitica, com aproximadamente 1,5 mm
de comprimento por 0,5 mm de diâmetro. A cariopse
tem um pericarpo muito reduzido, com duas epidermes
justapostas, seu cotilédone é denominado de escutelo,
intimamente aderido ao seu endosperma (Lucchesi, 2000).
Dentre os fatores ambientais que interferem na ger-
minação destaca-se a água como o principal fator no
início da germinação, uma vez que a semente precisa ser
reidratada o suficiente e atingir um conteúdo de água
para germinar, além da qualidade de luz, durante a
maturação da semente da cana-de-açúcar também é um
importante fator controlador da germinação (Lee, 1984).
Fase de brotação
e estabelecimento
Fase de perfilamento Período de
crescimento dos
colmos
Fase de
maturação
Figura 1. Estádios fenológicos da cana-de-açúcar. Fonte: Gascho e
Shih (1983)
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
10
Fenologia da Cana-de-açúcar
vigorosa (Silva et al., 2004). A brotação das gemas é
afetada por fatores intrínsecos e externos. De acordo com
Casagrande (1991), a falta de umidade do solo pode
prejudicar a brotação dos toletes, assim como o excesso
causado pela irrigação, drenagem irregular e acúmulo
de água de chuva.
Em casos de baixa aeração do solo como solos encharca-
dos ou compactados a brotação das gemas pode ocorrer
antes da emissão dos primórdios radiculares em função
da falta de oxigênio. Se houver condições ambientais
favoráveis, principalmente temperatura e umidade,
ocorrerá a emergência do primeiro perfilho; esta fase
é altamente energética, energia que provém da degra-
dação de substâncias de reserva do tolete (Figura 2).
A temperatura é um fator com influência significativa
na expressão da dormência em sementes de em cana-
de-açúcar, de acordo com Cesnik e Miocque (2004), a
temperatura ideal para a germinação das sementes
encontram-se na faixa de 25 a 32°C, as temperaturas
mais baixas, ao redor de 18,5°C inibem a sua germi-
nação, o que corrobora com Caieiro et al. (2010) que
verificaram a faixa de 20 a 30ºC adequada para a
germinação de sementes.
A cana-de-açúcar se propaga vegetativamente através
da brotação de suas gemas. O plantio é realizado atra-
vés de pedaços de colmo, contendo uma ou mais gemas,
constitui uma fase importante, pois a brotação reflete
um bom começo, que trará a área cultivada plantas
A brotação das gemas também sofre forte influência
com a temperatura ambiente. A temperatura ótima para
brotação das gemas é de 32 a 38°C, e paralisa quando
a temperatura é inferior a 20°C (Barbieri, 1981). Já Liu
et al. (1998), estudando brotação na cana-de-açúcar
verificaram temperatura base 11,6°C como referencial
para o surgimento dos brotos e temperatura ótima entre
28°C e 30°C. Pincelli et al. (2010) verificaram brotação
diferencial entre cultivares de cana-de-açúcar sob baixa
temperatura, entre 16°C e 24°C, onde das 10 cultivares
estudadas, quatro, SP80-1842, SP83-2847, RB855453
e RB867515, mostraram-se mais adaptadas para emer-
gência sob essa condição.
Com boas condições de umidade e temperatura, inicia-
se a brotação das gemas presentes nos toletes e simul-
taneamente ocorre a emissão das raízes de fixação a
partir do tolete. Nesta fase de desenvolvimento inicial, o
broto depende das reservas de carboidratos, lipídeos e
proteínas presentes no tolete (Liu et al., 1998). Após 20
Figura 2. Desenvolvimento do sistema radicular e perfilho primário
em diferentes situações. (a) sistema radicular desenvolvendo-se antes
do perfilho primário, (b) perfilho primário desenvolvendo-se antes do
sistema radicular, “baixa aeração do solo” (c) ambos desenvolvendo-se
ao mesmo tempo. Fonte: Casagrande (1991).
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
11
Fenologia da Cana-de-açúcar
de colmos e na produção de açúcar em
cana-soca, possibilitando aumento na
longevidade do canavial. O tratamen-
to com fungicidas e inseticidas podem
aumentar os índices de brotação devido à proteção dos
toletes contra insetos e fungos presentes no ambiente,
possibilitando obter plantios mais uniformes com alto
vigor e rápido desenvolvimento. Essas técnicas vem a
acrescentar cada dia mais na qualidade de plantio e dar
mais segurança ao produtor em relação a infestação de
pragas e doenças no canavial, podendo assim alcançar
maiores produtividades e lucratividade.
Outros fatores importantes no manejo que aumentam
a porcentagem da brotação como a profundidade de
sulcação, quantidade de terra na cobrição dos toletes,
tempo em que os sulcos ficam abertos, quantidade de
palha sobre o solo entre outros, devem ser avaliados, pois
para se obter bons resultados é importante se atender a
um conjunto de ações de manejo e não a um fator isolado.
2.2. Perfilhamento
Após a emissão do perfilho primário, ou também deno-
minado como perfilho materno, inicia-se o crescimento e
desenvolvimento das raízes dos perfilhos, que tem por
finalidade absorver água e nutrientes do solo, não de-
pendendo mais das reservas do tolete (Figura 3).
Perfilhamento é o processo de emissão de colmos, origi-
nário da base da planta ou da região axilar da folha
basal por uma mesma planta, os quais recebem a de-
nominação de perfilhos (Bezuidenhou et al., 2003). Sob
condições ideais para os acontecimentos desses estádios,
o perfilhamento assume papel principal no processo pro-
dutivo da cana-de-açúcar. Segundo Câmara (1993) é o
segundo estádio fenológico (perfilhamento) que permitirá
o estabelecimento da cultura em condições de campo e
fornecerá às touceiras o número de colmo adequados
a produção.
O processo de perfilhamento é regulado pelo hormônio
de crescimento auxina, o qual exerce dupla função
alongamento do colmo e inibição do desenvolvimento de
gemas laterais. Com o desenvolvimento da brotação, as
auxinas sintetizadas na gema apical, com transporte po-
lar basípeto, induzem a alongação dos tecidos (entrenós),
podendo inibir a emergência das gemas laterais através
da dominância apical, processo pelo qual complexo do
hormônio no ápice promoveria um carregamento prefe-
rencial de carboidratos para essa região em detrimento
as gemas laterais (Miller; Gilbert, 2009).
Cinco diferentes estádios fenológicos da cultura durante
o desenvolvimento dos perfilhos foram identificadas por
a 30 dias se inicia a emergência do perfilho primário na
superfície do solo e, simultaneamente ao seu crescimento,
a partir da base do colmo, observa-se o desenvolvimento
de novas raízes e o desenvolvimento de outros perfilhos
(Segato et al., 2006).
A variabilidade genética pode resultar em comporta-
mentos diferenciados tanto na brotação da cana planta
como na soqueira. Silva et al. (2004) relatam que mesmo
sobre condições ambientais idênticas, a brotação pode
ser diferente entre as variedades. Uma variedade que
vem sendo muito plantada pelos produtores da região
Centro- Sul é a RB855156 devido ao alto potencial
produtivo, elevado teor de sacarose e precocidade de
maturação. Entretanto, esta tem apresentado sérios pro-
blemas de brotação, acarretando em perda de grande
parte de sua produção de cana planta ou má formação
do estande inicial (Silva et al., 2004). Além de conside-
rar os fatores genéticos, outras características devem
ser levadas em consideração para se obter uma boa
brotação, como a idade da muda, umidade do tolete,
posição da gema, concentração de nutrientes e açúcares
como reserva dos toletes.
Na questão do manejo deve-se levar em consideração o
armazenamento e a nutrição das mudas. A preocupação
de se planejar o plantio é de fundamental importância
para o bom rendimento da brotação sendo que os pro-
dutores de cana-de-açúcar precisam estar atentos ao
tempo que sua muda irá ficar armazenada até sua dis-
tribuição no sulco de plantio. Santos (1983) desenvolveu
um trabalho sobre brotação e desenvolvimento inicial da
cana-de-açúcar influenciados pelo ambiente, tempo de
armazenamento e tamanho de toletes. Foi observado que
a resistência das mudas ao armazenamento aumentou
com o tamanho de estaca, enquanto a eficiência da
germinação foi reduzida em razão do tempo em que
permaneceram armazenadas.
Na fase de brotação os aspectos nutricionais dos toletes
são importantes para um bom crescimento e desenvol-
vimento das gemas. Alguns estudos mostram que altas
doses de nutrientes, principalmente o nitrogênio no
plantio das mudas, podem aumentar a porcentagem
e a velocidade de brotação (Camargo, 1970; Rugai;
Orlando Filho, 1971; Machado, 1976). Sendo, portan-
to, ideal a montagem de viveiro de mudas em solos de
alta fertilidade para se atender as melhores condições
nutricionais das mudas.
Hoje existem técnicas usuais como a aplicação de regula-
dores vegetais e estimulantes adicionados a minerais que
auxiliam na fisiologia da brotação. Silva et al. (2010a),
trabalhando com biorreguladores associados a fertili-
zantes líquidos, obtiveram aumento da produtividade
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
12
Fenologia da Cana-de-açúcar
A radiação solar é um fator climático importante na
formação e crescimento dos perfilhos. A variação da
densidade de perfilhos nestas fases varia de acordo
com a intensidade luminosa, sendo que, em condições de
maiores intensidades luminosas a cultura pode promover
a foto-oxidação do ápice, reduzindo o alongamento e
aumentando o número de perfilhos (Bezuidenhou et al.,
2003).
Por outro lado, a baixa luminosidade reduz drastica-
mente a emissão de novos perfilhos (Câmara, 1993), o
auto-sombreamento induz inibição do perfilhamento por
competição intraespecífica e acelera o crescimento do
colmo principal (Rodrigues, 1995).
Dillewjn (1952) explica o mecanismo em que a inten-
sidade luminosa afeta o perfilhamento. Considerando
que as auxinas produzidas no apice da planta é que
são responsáveis pelo perfilhamento e estas descem em
fluxo continuo promovendo o alongamento dos colmos e
impedindo o desenvolvimento das gemas laterais, sendo
que sob alta intensidade luminosa o fluxo de auxinas do
apice para as partes basais diminui, consequentemente
Bezuidenhou et al. (2003), seguindo a ordem sequencial,
fase 1 de pré-germinativo (final da colheita da muda
e início para a germinação do primeiro broto), durante
esta fase as gemas permanecem dormentes; fase 2 de
pré-emergência (germinação de gemas até a emergência
do primeiro perfilho primário); fase 3 de surgimento de
perfilhos primários (primeiros afilhamentos até a emer-
gência do último perfilho primário); fase 4 de surgimento
de perfilhos secundários (aparecimento dos últimos per-
filhos primários à senescência desses perfilhos),e fase 5
de senescência de perfilhos (senescência dos primeiros
perfilhos à colheita).
A fase de perfilhamento intenso das touceiras ocorre
quando atingem o máximo da produção de novos per-
filhos, chegando algumas variedades a produzir 20 ou
mais perfilhos por touceira. A partir do ponto máximo
de perfilhamento, a competição entre perfilhos pelos
fatores de crescimento (luz, espaço, água e nutrientes)
torna-se elevada, de maneira que se constata a redução
do perfilhamento através da diminuição e paralização
desse processo, além de morte dos perfilhos mais jovens
(Castro; Christofoletti, 2005).
Perfilho
primário
Perfilho
secundário
Perfilho
secundário
Raízes dos perfilhos
Tolete
Raízes dos toletes
Figura 3. Tolete de cana-de-açúcar em processo de perfilhamento e forma-
ção do sistema radicular. Fonte: Dillewijn (1952).
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
13
Fenologia da Cana-de-açúcar
os perfilhos que estão mais desenvolvi-
dos continuam o crescimento em altura
e espessura (Bezuidenhou et al., 2003).
Na questão do manejo varietal, o perfilhamento pode
variar de variedade para variedade, dependendo das
características genéticas (Casagrande, 1991). Segundo
Terauchi et al. (1999), o elevado perfilhamento é uma
característica inadequada para a obtenção de cultivares
melhoradas, pois promoveria um gasto energético para
a produção destes perfilhos, não representando uma
correlação positiva com o aumento de produtividade
da cultura. Além do efeito genético, a época de plantio
e a época de corte da cana planta ou das soqueiras,
influem no perfilhamento e no número final de colmos
industrializáveis (Machado et al., 1982; Câmara, 1993).
A prática de espaçamento correto no plantio proporciona
maiores produtividades e a irrigação na cana-de-açúcar
proporciona melhor brotação da cana planta e um melhor
perfilhamento da soqueira nos primeiros seis meses de de-
senvolvimento (Galvani et al., 1997; Soares et al., 2004).
2.3. Crescimento e Desenvolvimento da parte aérea
As relações hídricas desempenham papel importante
na alongação dos perfilhos e no crescimento final dos
colmos da cana-de-açúcar. Ramesh e Mahadevaswamy
(2000) relatam que ainda que em condições de estresse
hídrico, os tecidos de elongamento meristemático, en-
contrados em maior grau nos intrenós em expansão são
os mais severamente afetados. Em estudo realizado em
cana-de-açúcar sob déficit hídrico em condições foram
observaram redução no alongamento do colmo e menor
desenvolvimento foliar (Inman-Bamber, 2004).
Em estudo de diferentes estádios fenológicos da cultura
em condição deficiência hídrica do solo, Machado et al.
(2009) verificaram a redução na matéria seca do colmo
e no conteúdo de sólidos solúveis ocasionada pela re-
dução da fotossíntese, o que causou menor produção de
fotoassimilados necessários para o crescimento do colmo
e produção de sacarose. Inman-Bamber; Smith (2005)
relatam que a suscetibilidade da cana-de-açúcar à de-
ficiência hídrica é maior quando as plantas estão na fase
de alongamento dos colmos, o que causa sérios prejuízos
na produção de fitomassa e no rendimento de sacarose
Sabe-se que a alongação celular e o crescimento da
cultura são intimamente ligados aos níveis de umidade
do solo, quanto maior a disponibilidade hídrica do solo
maior o crescimento da cultura. Por outro lado, quanto
mais prolongado for o período de estiagem, maior será
a formação de nós e entrenós muito curtos e próximos
entre si, diminuindo drasticamente o volume de parênqui-
ma para armazenamento de sacarose (Câmara, 1993).
ocorre o decréscimo no grau de inibição das gemas la-
terais, resultando na formação dos perfilhos.
Ao estudar as características ideais de crescimento de
cultivares de cana-de-açúcar, Terauchi e Matsuoka (2000)
observaram que a taxa de perfilhamento reduziu drasti-
camente com o fechamento do dossel, porém as taxas de
alongamento do colmo mais velho aumentaram quando
perfilhos começaram a experimentar a competição por
luz. Inman-Bamber (1994) também observou que a senes-
cência de perfilhos jovens pode ser esperada quando o
dossel intercepta menos de 70% da radiação recebida.
O perfilhamento, assim como a brotação das gemas, é
fortemente influenciado por variações de temperatura.
A formação e crescimento dos perfilhos, diâmetro e
número de entrenó são favorecidos pelo aumento da
temperatura até o máximo de 30°C (Liu et al., 1998),
temperaturas abaixo de 20C° podem promover a pa-
ralisação do crescimento dos perfilhos (Câmara, 1993).
Efeito similar foi observado por Almeida et al. (2008)
que verificaram temperaturas ótimas de 25,5°C e 27°C
para o desenvolvimento do perfilho, combinados com o
suprimento hídrico adequado. Segundo Camargo (1970),
em condições de baixa temperatura, por ocasião do
perfilhamento, deve-se plantar em profundidades rasas,
para que a luminosidade contrabalance os efeitos da
baixa temperatura.
O estresse hídrico também pode causar redução na
emissão de novos perfilhos, pois a falta de água cessa
a divisão e o alongamento celular impedindo a diferen-
ciação e o crescimento dos tecidos que darão origem
as novas estruturas dos perfilhos. Durante o período de
perfilhamento a cultura exige uma grande quantidade
de água para que ocorra o seu pleno estádio de desen-
volvimento vegetativo (Bezuidenhou et al., 2003). Ramesh
e Mahadevaswany (2000), estudando o efeito da seca
nas diferentes fases do ciclo da cana-de-açúcar, cons-
tataram que os cultivares que perfilham menos, além de
apresentarem menores porcentagens de mortalidade dos
perfilhos, tinham perfilhos com maior estatura, diâmetro
de colmo e maior massa seca, indicando uma correlação
positiva com os cultivares mais produtivos.
O perfilhamento começa a partir de cerca de 40 dias
após o plantio e pode atingir pico em cerca de 3-5 meses
sob condições favoráveis de chuva, como foi constatado
em vários estudos (Oliveira et al., 2004; Silva et al.,
2008; Almeida et al., 2008). De acordo a Silva et al.
(2008), o aumento no perfilhamento pode ocorrer até
seis meses de idade, e posterior redução de cerca de
50%, seguida de estabilização tanto em cana-planta
quanto em cana-soca, a partir dos nove meses (Castro;
Christofoleti, 2005). Com a estabilidade desse estádio,
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
14
Fenologia da Cana-de-açúcar
A eficiência de crescimento da cultura é determinada
pela quantidade de radiação solar interceptada e sua
conversão em matéria seca, sendo a eficiência de seu uso
no processo de fotossíntese o principal motor da acumu-
lação de biomassa (Sinclair et al., 2004; Heerden et al.,
2010). Segundo Singels et al. (2005), o desenvolvimento
do dossel é regulado essencialmente pela temperatura e
radiação, podendo sofrer interferência no seu desenvolvi-
mento pela cultivar, densidade de plantio (espaçamento),
o estado hídrico e nutricional.
A curva de crescimento da cana-de-açúcar em função do
tempo apresenta como característica a forma sigmóide
(Silva et al., 2005). Segundo Machado et al. (1891),
esta pode ser divida em três fases: fase inicial, em que
o crescimento é lento (até 200 dias após o plantio); fase
de crescimento rápido (entre 200 a 400 dias após o
plantio), onde 75% de toda matéria seca é acumulada,
e fase final (entre 400 e 500 dias após o plantio) em
que o crescimento é novamente lento, acumulando 11 %
de toda fitomassa. A produção da cultura da cana-de-
açúcar está diretamente relacionada ao desenvolvimento
da área foliar, altura e quantidade de colmos por uni-
dade de área.
O aumento do índice de área foliar em cana-de-açúcar
é rápido, ocorrendo durante três a cinco meses do seu
cultivo (Inman-Bamber, 2004). Estudos mostram que a
área foliar da cana-de-açúcar aumenta no período de
grande crescimento da cultura, quando verificam-se os
maiores índice de área foliar e números de folhas nesse
período, ou seja, alta eficiência fotossintética (Sinclair
et al., 2004; Silva et al., 2005; Oliveira et al., 2005),
entretanto resultados mostraram que com o passar do
tempo a capacidade fotossintética da cana-de-açúcar
decresce, representada pela diminuição da área foliar
(Silva et al., 2005; Oliveira et al., 2005). Os autores
sugerem que a capacidade fotossintética diminui com o
desenvolvimento da cultura, pois a planta está também
mantendo outros órgãos, que não foliares, que deman-
dam energia, e que são chamados de drenos, como os
colmos, raízes e folhas velhas.
A dependência da emissão de folhas em função da
temperatura foi confirmada por vários estudo (Inman-
Bamber, 1994; Sinclair et al., 2004). Os autores consta-
taram que a temperatura mínima base necessária para
o inicio do desenvolvimento foliar é 10,8°C. Quando a
planta é submitida à temperaturas mais baixas resulta em
restrição sobre a taxa de desenvolvimento da área foliar.
A restrição hídrica também afeta diretamente o desen-
volvimento foliar. Sabe-se que períodos de seca durante
a safra, afeta negativamente o desenvolvimento do
dossel pela desaceleração da produção de novos brotos
Durante a fase adulta dos colmos no período final de
maturação, uma nova fenofase pode ser registrada com
o aparecimento de brotões (chupão), esses são brotos de-
senvolvidos após a estabilização dos colmos principais na
cultura, e cujo comportamento é similar ao de uma cana
jovem (Carlin et al., 2008). Esses brotões diferenciam dos
perfilhos do inicio do crescimento pois apresentam caules
mais grossos e folhas mais largas e curtas do que os dos
colmos principais (Bonnett et al., 2005).
Dentre os fatores externos de estímulo ao aparecimen-
to desses brotões destaca-se os elevados períodos de
precipitações (Berding et al., 2005; Bonnett et al., 2005;
Carlin et al., 2008) que elevam a umidade do solo. Em
adição, o aumento da disponibilidade de nitrogênio no
final do ciclo da cultura, eleva a incidência de luz e vento
sobre as touceiras, que favorecem o tombamento das
plantas adultas, favorecendo o aparecimento dos brotões
(Berding et al., 2005). Ao serem colhidos juntamente com
a cana madura, há uma tendência para diminuição da
qualidade da matéria-prima, devido ao reduzido teor
de sacarose e elevado teor de açúcares redutores nos
mesmos (Berding et al., 2005).
As folhas constituem-se os órgãos assimiladores da cana-
de-açúcar, e surgem a partir do meristema apical de
cada colmo, formada de lâmina e bainha. O número de
folhas por colmo é pequeno em plantas jovens e aumenta
à medida que o colmo cresce, atingindo um número má-
ximo de 10 ou mais folhas por colmo, dependendo da
variedade e condições de crescimento (Miller; Gilbert,
2009).
O estádio de desenvolvimento das folhas ocorrem ao
mesmo tempo que o perfilhamento e alongação do colmo,
coincidindo com o período de maior desenvolvimento da
cultura (Bezuidenhout et al., 2003). O crescimento das
plantas depende da conversão da energia luminosa
e energia química, cuja intensidade é proporcional à
interceptação capturada da luz pelo dossel da cultura
(Smit; Singels, 2006).
Bezuidenhout et al. (2003) sugerem três fases fenológicas
para a parte aérea da cana-de-açúcar em relação ao
desenvolvimento do dossel e densidade do perfilho. Essas
são: fase 1 de emergência da parte aérea primária que
coincide com o período de desenvolvimento de perfilhos
primários, os quais surgem a partir de gemas ou brotos
subterrâneos; a fase 2 de emergência da parte aérea se-
cundária, definida como a continuação do desenvolvimen-
to de perfilhos primário e estabelecimento dos perfilhos
secundários. E por último a fase 3 de senescência foliar
que ocorre devido à competição por luz pelos perfilhos.
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
15
Fenologia da Cana-de-açúcar
param de crescer iniciando a produção
de inflorescência, passa de vegetativo
para reprodutivo (Miller; Gilbert, 2009).
Embora essa seja uma característica
desejável sob o ponto de vista do melhorista, trata-se
de um fenômeno indesejável em áreas comerciais, uma
vez que nos processos de formação e emissão da inflo-
rescência ocorre elevado consumo de sacarose e redução
do volume do caldo resultando no aumento do teor de
fibras (Araldi et al., 2010).
Diversos fatores contribuem para o florescimento de cana
tais como: a pré-disponibilidade da variedade para
florescer, idade mínima, fotoperíodo e intensidade de
luz, temperatura, umidade e fertilidade do solo, estado
nutricional da planta e altitude, sendo o fotoperíodo o
fator crítico que determina o momento da indução (Araldi
et al., 2010).
A indução floral, as hibridações e produção de semen-
tes de cana-de-açúcar ocorrem somente sob condições
específicas de temperatura e fotoperíodo. Nas regiões
tropicais, o florescimento ocorre naturalmente enquanto
nas regiões sub-tropicais e temperadas, o fotoperíodo
deve ser gerado por meio de câmaras de crescimento
(Berding; Hurney, 2005). Aliado ao florescimento ocorre
o processo de isoporização, mais conhecido como cho-
chamento, processo que causa a desidratação do tecido
e consequente perda no peso final; este processo ocorre
de cima para baixo no colmo podendo variar conforme
a variedade (Caputo et al., 2007).
A cana-de-açúcar é considerada termossensível para
a indução floral, sendo necessárias temperaturas ideais
principalmente no período noturno. Dentro desse perí-
odo fotoindutivo, a variação de temperatura é muito
importante no intervalo noite-dia, em que quanto maior o
número de dias com temperaturas mínimas acima de 18°C
e temperaturas máximas abaixo de 31°C, melhor será a
condição de florescimento e quanto menor for a amplitude
de variação térmica, melhor a condição de indução ao
florescimento. Se associado à temperatura houver bom
suprimento de água nas plantas haverá boas condições
para a indução do florescimento (Azevedo, 1981).
Nos locais onde ocorre florescimento profuso, a tempera-
tura mínima raramente fica abaixo de 18°C e a máxima
nunca ultrapassa os 32 a 35°C (Levi, 1983). Em relação
à latitude, Rodrigues (1995) relatam que em latitudes
maiores, o florescimento é sazonal, ocorrendo, principal-
mente, quando o fotoperíodo diminui, isto é, quando as
plantas estão concluindo o período vegetativo. Segundo
Clements e Awada (1965), o florescimento geralmente é
mais profuso em latitudes de 5-15 graus, especificamente
entre 7 e 8 graus.
e folhas e pela acelerada senescência da parte aérea
(Inman-Bamber, 2004).
Smit e Singels (2006), estudando o desenvolvimento fe-
nológico da cana-de-açúcar durante o estresse hídrico,
verificaram o aumento da senescência foliar e redução
da área foliar. Estes resultados estão de acordo com
Machado et al. (2009) que também constataram uma
acentuada senescência foliar e restrição ao surgimento
de novas folhas no período de seca. Colaborando nesse
entendimento, Robertson et al (1999) observaram que
com a suspensão da irrigação ocorreu a queda linear
da produção de folhas e perfilhos, pois ocorre redução
na massa seca das folhas e diminuição da área foliar.
Os fatores genéticos das plantas influenciam no cresci-
mento da parte aérea da cana-de-açúcar, e dependendo
do ciclo de maturação da variedade pode interferir no
acúmulo de matéria seca. Variedades de maturação
precoce acumulam sacarose antecipadamente, podendo
produzir menos biomassa por área comparada a uma
variedade tardia.
Em relação ao manejo da adubação, os picos de absor-
ção de nutrientes acontecem nesta fase, sendo que para
a cana-planta a absorção da maioria dos elementos
minerais ocorre dos nove meses em diante, enquanto para
a cana-soca o pico de absorção processa-se na primeira
metade do ciclo da cultura, ou seja, do zero aos seis me-
ses de idade. Deve-se atender ao equilíbrio nutricional
no período de grande crescimento, pois o excesso de
componentes minerais como o caso do nitrogênio pode
causar um crescimento excessivo da planta atrasando o
período de maturação, prejudicando a qualidade da
matéria-prima, pela diminuição do teor de sacarose dos
colmos (Casagrande, 1991).
2.4. Emergência da inflorescência e florescimento
A cana-de-açúcar forma uma panícula aberta tipo in-
florescência, cuja forma, grau de ramificação e tamanho
são altamente específicos de cada variedade. A inflo-
rescência consiste de um eixo principal com ramificações
primárias e secundárias. Presas as ramificações estão as
espiguetas arranjadas em pares que contêm as flores
individuais (Miller; Gilbert, 2009). As flores hermafroditas
se apresentam numa inflorescência terminal tipo panícula,
bem ramificada e com formato conoidal, o órgão mas-
culino é constituído por três estames que sustentam uma
antera cada um (Mozambani et al., 2006).
O florescimento é uma característica genética da cana-
de-açúcar existindo variedades floríferas e não floríferas.
Ocorre quando a planta atinge uma maturação relativa
de desenvolvimento, nesse momento os primórdios foliares
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
16
Fenologia da Cana-de-açúcar
quando se combinam altas doses de nitrogênio com a sus-
pensão da irrigação, em período adequado. Em relação
ao potássio, o comportamento no florescimento é variável
em função da variedade utilizada. Doses altas de po-
tássio aumentam o índice de florescimento em algumas
variedades, mas diminuiu em outras (Araldi et al., 2010).
2.5. Maturação
Os colmos que sobrevivem à forte competição da fase
de perfilhamento intenso continuam seus processos de
crescimento e desenvolvimento, acumulando cada vez
mais sacarose em seus entrenós, à medida que estes vão
amadurecendo (Inman-Bamber et al., 2009). O colmo é
considerado o fruto agrícola da cana-de-açúcar, constitui-
se num reservatório, órgão de armazenamento dos foto-
assimilados (sacarose) (Rodrigues, 1995; Inman-Bamber,
2004), apresenta uma estrutura cilindrica, é ereto, fibroso
e constituído de nós e entrenós; a altura varia de 1,0 a
5,0m e o diâmetro pode variar desde menos de 1,0 cm
até 5,0 cm (Miller; Gilbert, 2009).
Uma sucessão de entrenós em diferentes estádios fisio-
lógicos compõe o colmo, isto é, entrenós maduros, em
maturação e imaturos. Os entrenós imaturos, localizados
na região do colmo com folhas verdes, são fibrosos, com
alta concentração de hexose e baixa concentração de
sacarose (Inman-Bamber, 2004). À medida que estes
entrenós se desenvolvem sua taxa de crescimento dimi-
nui progressivamente, até ser nula, quando os entrenós
amadurecem (Heerden et al., 2010).
Ocorre nessa fase a perda de umidade do colmo que é
equilibrado por ganho de sacarose e de fibras, o ama-
durecimento prossegue da parte inferior para a parte
superior, portanto, a inferior contém mais açúcares do
que na parte superior (Lisson et al., 2005). As cultivares
modernas de cana-de-açúcar, sob condições ideais, são
capazes de armazenar sacarose nos tecidos do parên-
quima do caule até 62% do peso seco ou 25% do peso
fresco (Moore, 2005).
A cana-de-açúcar em função do seu ciclo perene sofre
influência das variações climáticas durante todo ano. Para
atingir alta produção de sacarose a planta precisa de
temperatura e umidade adequadas para permitir o má-
ximo crescimento na fase vegetativa, seguida de restrição
hídrica ou térmica para favorecer o acúmulo da sacarose
no colmo na época do corte (Inman-Bamber; Smith, 2005).
Por ser uma planta do tipo C4, possui alta eficiência fo-
tossintética a ponto luminoso elevado (Mccormick et al.,
2008). Na realização da fotossíntese ocorre à produção
de carboidratos que será usado primeiramente no de-
A panícula, também chamada de bandeira ou flecha
da cana-de-açúcar, é sensível a diferentes fotoperíodos
desde o período de indução até o inicio do alongamento,
sendo que o estádio inicial de diferenciação do meristema
vegetativo em reprodutivo exige comprimento de dia in-
termediário e o estádio mais avançado da formação da
panícula e da inflorescência necessita que o comprimento
do dia seja curto (Mozambani et al., 2006). A condição
básica para florescer é que o fotoperíodo indutivo ocorre
quando a duração do dia decresce de 12,8 para 12,3
horas de luz. O número de horas de luz/escuro que induz
o florescimento em cana-de-açúcar difere de variedade
para variedade (Clements; Awada, 1965).
Em relação à umidade do solo, Rodrigues (1995) relata
que a deficiência hídrica durante o ciclo indutivo, atrasa
e reduz o florescimento. Logo, uma técnica aplicada em
locais onde há irrigação, é suspender a irrigação (du-
rante os três meses anteriores à indução floral) a fim de
se provocar enorme tensão ou estresse hídrico na planta,
evitando o florescimento. Esta técnica pode apresentar
alguns problemas, como a cana-de-açúcar, mesmo em
déficit hídrico, pode florescer ou florescer mais tarde ou,
ainda, não se recuperar devido ao estresse proporcio-
nado pela seca.
No processo de florescimento da cana-de-açúcar, as
células meristemáticas apicais passam por estímulos de
diferenciação deixando de produzir folhas e colmos
para formar a inflorescência. É importante detectar o
momento desta diferenciação para que se faça o ma-
nejo adequado através de aplicações de reguladores
vegetais e inibidores do florescimento. Caputo et al.
(2007) avaliaram a eficácia de etefon e sulfometuron-
metil na maturação, no florescimento, na isoporização e
na produtividade de sete genótipos de cana-de-açúcar.
Identificaram respostas diferenciadas dos genótipos em
relação aos maturadores, no sentido que, entre aqueles
que floresceram e isoporizaram, apenas houve controle
total desses fatores no SP80-1842, enquanto no IAC87-
3396 houve controle total do florescimento e parcial da
isoporização, com maior eficiência para o sulfometuron-
metil. Por outro lado, houve controle parcial e semelhante
do florescimento pelos dois produtos no genótipo IAC89-
3124, porém a isoporização foi mais bem controlada
pelo etefon.
A nutrição das plantas pode afetar a emissão das inflo-
rescências, principalmente em relação ao nitrogênio. De
acordo com Araldi et al. (2010), altas doses de nitrogê-
nio alteram a relação carbono/nitrogênio, diminuindo o
florescimento, assim como os demais minerais também
têm relações com o florescimento na cana-de-açúcar.
Alexander (1973) observou que há menor florescimento
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
17
Fenologia da Cana-de-açúcar
Os nutrientes minerais influenciam a ma-
turação da cana-de-açúcar de acordo
com a época em que estão disponíveis
às plantas. O excesso de nitrogênio
principalmente em cobertura estimula o crescimento ve-
getativo da planta retardando o processo de maturação.
A aplicação de vinhaça pode interferir no processo de
acúmulo de sacarose, por ser composta de água, matéria
orgânica, nitrogênio e, principalmente, potássio.
Atualmente a utilização de maturadores químicos, defini-
dos como reguladores vegetais, destaca-se como sendo
uma ferramenta importante, visando o manejo da colhei-
ta, antecipação da maturação de certas variedades e
promove melhorias na qualidade da matéria-prima (Leite,
2005; Leite et al., 2009; Silva et al., 2010b). Caputo et
al., (2008) trabalharam com reguladores vegetais em
resposta a genótipos de cana-de-açúcar buscando a
indução da maturação, concluíram que o emprego dos
maturadores antecipou a colheita de cana-de-açúcar em
pelo menos 21 dias, em relação à testemunha.
3. Considerações finais
A cada ciclo de desenvolvimento a cultura da cana-de-
açúcar é submetida a diferentes condições ambientais.
O ambiente em que a cultura está instalada promove
diferentes respostas nas plantas dependendo do seu
estádio fenológico. Pode-se constatar neste estudo a
nítida influência dos fatores ambientais nos diferentes
estádios da cultura, como a restrição hídrica que pode
causar limitação no comprimento dos entrenós do colmo,
a temperatura que é o fator de maior importância para
o acúmulo de sacarose na maturação e na fase inicial
de brotação, e que a radiação solar tem fator de im-
portância no processo de fotossíntese na folha e a baixa
luminosidade reduz drasticamente a emissão de novos
perfilhos. Assim, estudos desta natureza, são fundamentais
para compreender os processos do potencial fotossintéti-
co e de produção de biomassa na cana-de-açúcar e suas
relações com o ambiente em que estão se desenvolvendo,
permitindo a ampliação dos conhecimentos sobre sua
adaptabilidade às condições de cultivo.
4. Referências bibliográficas
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senvolver folhas e raízes, em seguida os carboidratos são
cada vez mais divididos entre matéria seca estrutural e
acúmulo na forma de açúcares no colmo. Portanto, quanto
maior for a saturação luminosa, mais fotossíntese será
realizada contribuindo assim para o aumento na taxa de
sacarose acumulada durante a maturação dos entrenós,
refletindo diretamente em ganho econômico da cultura
(McCormick et al., 2008; Moore, 2005).
De acordo com Inman-Bamber (2009), as taxas fotossin-
téticas das folhas jovens e maduras não podem explicar
as diferenças no armazenamento de sacarose. Isso pode
ser explicado pelas diferenças na fotossíntese em nível
de planta inteira ou pelas diferenças que ocorrem dentro
do colmo ou no sistema de transporte entre a fonte de
fotoassimilados nas folhas e da deposição dos fotoassi-
milados dentro do colmo (Moore, 2005).
A temperatura é talvez o fator mais efetivo para expli-
car o acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar. O tempo
frio retarda o desenvolvimento do colmo e melhora o
teor de sacarose (Yamori et al., 2005). De acordo com
Alexander (1973), o processo de maturidade fisiológica
depende da redução da temperatura do ar, diminuindo
a taxa de desenvolvimento vegetativo, sem, no entanto,
significativamente afetar o processo de fotossíntese, de
modo que uma maior quantidade de produtos fotossin-
tetizados transformados em açúcares estará disponível
para o armazenamento nos tecidos da planta.
Em estudos realizados sobre a influência da baixa
temperatura na maturação por Uehara et al. (2009) foi
verificado que quando a cana-de-açúcar foi aclimatada
em temperaturas baixas de 15,3ºC no periodo da noite
e 26,6ºC durante o dia, essas temperaturas induziram
baixas taxas fotossintéticas durante o dia, e as taxas de
respiração foram maiores durante a noite quando com-
paradas com o controle. Os autores constataram também
que a temperatura baixa diminuiu tanto o comprimento
de caule e matéria fresca, mas aumentou a concentra-
ção de sacarose, apesar da supressão do crescimento
do caule. Portanto, sugerem que desde o crescimento
do caule é suprimido, o caminho da síntese da sacarose
é ativado por uma temperatura baixa se de dia ou de
noite, assim mais fotoassimilados são direcionado para
a produção de sacarose.
Quando as condições ambientais começam a ficar
desfavoráveis ao desenvolvimento vegetativo da cana-
de-açúcar, isto é baixas temperaturas e baixa umidade
do solo, a planta começa a intensificar nesse período o
acúmulo de sacarose, que geralmente ocorre de 11 a 20
meses após o plantio, conforme a época da instalação do
canavial e variedade utilizada (Câmara, 1993).
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
22
Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar
no solo, somatória calórica e produtividade dos cortes
anteriores, estratificadas por ambientes de produção.
2.	Materiais e métodos
O presente estudo foi realizado tomando como base
os dados referentes à produção de todos os cortes das
variedades de cana-de-açúcar RB845210, RB855035
e RB855113 (Tabela 1), cultivadas na região de Pira-
cicaba, SP.
Como fatores de manejo foram considerados os Am-
bientes de produção (Prado, 2005). Assim, foram ob-
tidos modelos matemáticos estratificados separando as
características qualitativas e discretas e, dentro delas,
foram analisadas as qualitativas e contínuas. Para efeito
de análise, foram agrupados os ambientes de produção
A e B (superior), C e D (médio), e E (inferior). Para cada
variedade, buscou-se o maior número possível de repeti-
ções de observações de produção sempre dentro de seus
respectivos grupos de manejo de solos. Cada variedade,
portanto, teve quantidade diferente de dados analisados
como mostra a Tabela 2.
Obtiveram-se dados climáticos decendiais referentes à
temperatura e precipitação pluvial de todos os subperí-
odos considerados juntamente com as datas de plantio
e corte de todas as variedades do estudo, estas, por
sua vez, balizaram os cálculos de somatória calórica e
balanço hídrico de todos os subperíodos.
Com base nos dados das datas de plantio, corte e tem-
peraturas previamente levantadas foram calculadas as
somatórias calóricas (graus-dia) (Vila Nova et al., 1972)
referentes aos subperíodos entre o plantio e o primeiro
corte e, entre todos os cortes de todas as variedades
para as observações (repetições) dentro de seus grupos
de manejo, segundo a fórmula abaixo:
G.D.= Σ (Tmax +Tmin)/2 – Tb		 (1)
onde:
G.D. = graus dia no período considerado;
1.	Introdução
O desenvolvimento e a adoção de ferramentas de gestão
da produção, que necessariamente utilizam modelos de
previsão de produtividade, usados na criação de cená-
rios para planejar e dimensionar a produção de uma
unidade canavieira são fundamentais, uma vez que o
manejo da cultura envolvendo a escolha e alocação de
variedades é uma tarefa que envolve inúmeras variáveis
e, conseqüentemente, várias soluções. Cabe, portanto, aos
modelos, a obtenção de tais soluções, visando sempre
a maximização dos lucros auferidos com a atividade
(Scarpari; Beauclair, 2004).
Os modelos que se encontram neste trabalho podem ser
classificados de acordo com Sadler e Russel (1997) como
modelos de previsão de colheita que visem simulação de
planejamento via vislumbramento de possíveis cenários de
produção. Ainda, de acordo com Baier (1973) são mo-
delos empírico-estatísticos construídos a partir de séries
históricas de dados agrometeorológicos e observações de
dados de produtividade. Um modelo ideal seria aquele
que fornecesse uma resposta quantificável tal como cres-
cimento e produção da planta, baseada nos processos
físicos e fenológicos das mesmas, utilizando para tanto
o efeito de diversas variáveis agrometeorológicas e de
manejo de forma conjunta. Tais modelos seriam uma
evolução em relação aos aqui apresentados.
Portanto, há necessidade irrefutável da utilização de
modelos de previsão de safras, no entanto, estes, só
funcionam adequadamente, se forem alimentados com
dados e estimativas confiáveis (Scarpari et al., 2007).
Uma primeira aproximação se faz necessária através da
alimentação de modelos de avaliação das variáveis de
produção que sejam significativas, com dados oriundos
do campo, ou seja, de bancos de dados referentes aos
rendimentos das variedades utilizadas comercialmente,
face as possíveis interações entre planta, solo, clima e
manejo.
Desta maneira, este trabalho teve como objetivo, a
construção de modelos matemáticos de previsão da pro-
dutividade ao longo do ciclo utilizando três variedades
de cana-de-açúcar cultivadas na região de Piracicaba,
SP em função das variáveis armazenamento de água
Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a
predição de produtividade em cana-de-açúcar
Paulo Eduardo Argenton1
, Edgar Gomes Ferreira de Beauclair1
*, Maximiliano Salles Scarpari2
1
Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Dept. de Produção Vegetal, Avenida Pádua Dias, 11, CP 9, Bairro
Agronomia, CEP 13.418-900, Piracicaba, São Paulo, Brasil. E-mail: egfbeauc@esalq.usp.br (*Autor correspondente) 2
Centro Avançado de Pesquisa
Tecnológica de Agronegócio de Cana, Caixa Postal 206, 14001-970 Ribeirão Preto (SP). E-mail: msscarpa@iac.sp.gov.br
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Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar
Tabela 1. Características das variedades empregadas no estudo.
Variedade RB845210 RB855035 RB855113
Brotação
Cana Planta
Boa Muito boa Muito boa
Brotação
Cana Soca – Colheita Manual
Boa Boa Muito boa
Brotação
Cana Soca – Colheita Mecan.
Boa Boa Muito boa
Perf. Cana Planta Médio Médio Alto
Perf. Cana Soca Médio Médio Alto
Velocidade de Cresc. Regular Rápido Lento
Porte Regular Médio Médio
Hábito de Cresc. Ereto Ereto Ereto
Fechamento Entrelinhas Bom Bom Bom
Tombamento Eventual Raro Raro
Produção Agrícola Alta Média Alta
Maturação Precoce Precoce Média
Teor de Açúcar Alto Alto Alto
Teor de Fibra Médio Médio Baixo
PUI Longo Curto Médio
Floração Ausente Freqüente Raro
Chochamento Ausente Médio Pouco
Adaptabilidade Ampla Ampla Alta
Estabilidade Regular Boa Boa
Resitência a seca Média Média Média
Herbicidas Tolerante Tolerante Sensível
Época de Corte Mai-jun Abr.-maio Jul-ago
Densidade do Colmo alta média alta
Despalha Boa Regular Regular
Ambiente de Produção Média restrição Sem restrição Média restrição
Tabela 2. Número de observações analisadas por variedade, cortes e ambientes de produção.
Variedade Número de observações por ambiente de produção
Ambiente A + B Ambiente C + D Ambiente E
RB85-5035 - 58 233
RB84-5210 21 88 190
RB85-5113 - 220 264
- variedade não cultivada no ambiente de produção correspondente.
Tmax = temperatura máxima diária;
Tmin = temperatura mínima diária;
Tb = temperatura basal da cana-de-açúcar.
Foram calculados os balanços hídricos decendiais da
região de cultivo, via método de Thornthwait e Matter
(1955), considerando diferentes capacidades de água
disponível no solo - CAD de 100, 75 e 50 mm, de acordo
com o grupo de manejo no qual as variedades foram
cultivadas. Ou seja, foi utilizado CAD de
100 mm para os grupos A e B, CAD de
75 mm para os grupos C e D, e, final-
mente, CAD de 50 mm para o grupo E.
De posse desses dados obteve-se o armazenamento de
água no solo compreendido entre o plantio e o primei-
ro corte e entre todos os cortes das variedades e suas
repetições dentro de seus ambientes de produção além
dos dados finais de rendimento em toneladas de colmo
por hectare - TCH para todas as repetições de todos os
cortes e variedades em todos os ambientes de produção.
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Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar
y = toneladas de cana por hectare do corte n;
gd = graus dia do período considerado;
bh = armazenamento de água no solo no período con-
siderado;
corte = produtividade do corte n-1;
corte2
= produtividade do corte n-1 elevado ao qua-
drado;
** = modelo significativo a menos de 1%.
Os dois modelos calculados foram significativos e todas
as variáveis independentes que compõem os mesmos
apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se
que a produtividade dos cortes anteriores foi um fator
que afetou sobremaneira os resultados obtidos, sendo o
armazenamento de água no solo um fator de influência
positiva apenas nos ambientes C e D, possivelmente devi-
do às melhores condições do solo por melhor capacidade
de retenção de água (maior CAD) comparativamente
ao ambiente E.
3.2. Variedade RB845210
Os modelos de previsão de produtividade para a va-
riedade RB845210 encontram-se representados pelas
eq. (5), (6) e (7).
•	 Ambientes de produção A e B:
y 0,5
= 390,35144– 0,04323gd – 15,48670corte	 (5)
R2
= 0,7699**
•	 Ambientes de produção C e D:
y 0,5
= 360,89887 – 33,19894corte + 2,85392 corte2
	(6)
R2
= 0,4487**
•	 Ambiente de produção E:
y 0,5
= 363,45616– 43,67745 corte + 4,05331 corte2 	
(7)
R2
= 0,4505**
Os três modelos calculados foram significativos, e todas
as variáveis independentes que compõem os mesmos
apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se
nos modelos que a variável corte novamente explicou
Construíram-se modelos matemáticos de previsão de
produtividade via regressão linear múltipla por método
“Stepwise” com auxílio do Software “Statistical Analisys
System” – SAS, versão 6.11 (SAS INSTITUTE, 1989),
referentes à interação das variáveis graus dia - GD,
armazenamento de água no solo - BH e produtividade
dos cortes anteriores, segundo a equação abaixo:
y j, k, l
= a + jbh + kgd + lcorte + mcorte2
	 (2)
onde:
y = produção de cana-de-açúcar (em toneladas por
hectare);
a = intercepto (corte 1);
bh = armazenamento de água no solo;
gd = graus dia;
corte = corte da cana-de-açúcar;
corte2
= corte da cana-de-açúcar elevado ao quadrado;
j, k, l, m = coeficientes calculados.
3.	Resultados e discussão
Segue abaixo os modelos de previsão de produtividade
das três variedades de cana-de-açúcar obtidos neste
trabalho. Vale lembrar que tais modelos, de acordo com
USDA (1978) encontram-se no primeiro estágio da mode-
lagem, ou seja, estão com nível de precisão aproximado
e não testado, assim, ainda há espaço para evolução
para um segundo nível, ou seja, de validação e predição.
3.1. Variedade RB855035
Os modelos de previsão de produtividade para a va-
riedade RB855035 encontram-se representados pelas
eq. (3) e (4).
•	 Ambientes de produção C e D:
y 0,5
= 196,590 + 0,05658bh – 5,49947corte R2
=
0,1592 		 (3)
•	 Ambiente de produção E:
y 0,5
= 453,60234 – 0,01058gd– 89,57240corte +
10,47776 corte2
R2
= 0,5595**		 (4)
onde:
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Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar
efeito sobre a produtividade e precisam
ser modelados. Apesar do agrupamento
das áreas produtivas em ambientes de
produção, há ainda, outros fatores de
manejo, que não foram contemplados nessa pesquisa,
portanto, são causas de variações não explicadas pelos
modelos desenvolvidos neste trabalho, como por exemplo,
a utilização de irrigação com vinhaça, a compactação
causada pelo maquinário agrícola, a época da colheita
(se úmida ou seca), o tipo de colheita (se manual ou me-
cânica), o uso de fogo para despalha, a presença e o
controle de plantas daninhas, a ocorrência e o controle de
pragas de solo, fertilidade do solo, bem como adubação
e correção do solo, a quantidade de palha presente
após a colheita, a relação entre diâmetro dos colmos e
brotação e o perfilhamento. Portanto, são grandes áreas
de oportunidade que poderão e deverão ser abordadas
em outros estudos dessa natureza.
Santos (1981) estudou os principais fatores que causam
flutuações na produtividade da cana-de-açúcar e ob-
servou que existe uma correlação positiva entre dispo-
nibilidade hídrica e produtividade, sendo que o efeito
positivo dos anos úmidos foi de 56% e o coeficiente de
determinação foi de 0,8315, ou seja, 0,8315 das causas
de variação foram explicadas pela água, da mesma
maneira, Álvares (1975) também encontrou correlação
entre produtividade e precipitação pluvial, sendo que
51% das causas de variação foram explicadas exclusi-
vamente pela chuva. Beauclair (1991, 1994) encontrou
relações entre a produtividade da cana e alguns atributos
químicos do solo, adubação e nutrição das plantas. Tra-
balhos realizados pelo PLANALSUCAR (1986) mostram
o efeito inegável da temperatura no aumento do número
de internódios, no diâmetro e comprimento dos colmos.
Pode-se concluir que a disponibilidade hídrica e a tem-
peratura (somatória calórica) influenciam positivamente
na produção da cana-de-açúcar, no entanto, há outros
componentes da produção, que se mal manejados podem
interferir negativamente na produção final, no entanto,
se estes estiverem adequados contribuem em larga
escala para o aumento da produção, assim, os mesmos
devem ser incorporados aos modelos, para que o maior
número possível de causas de variação seja explicado.
De maneira geral, os estudos envolvendo predição da
produtividade da cana-de-açúcar, não consideram as
variáveis clima, solo, manejo, variedades e produtividade
dos cortes anteriores de forma conjunta, como foi abor-
dado neste trabalho, mas sim as analisam isoladamente,
isso logicamente, obtém-se constantemente modelos
com elevados coeficientes de determinação e com alta
correlação entre as variáveis estudadas que geralmente
são poucas, a exemplo dos resultados obtidos por Santos
grande parte das causas de variação da produtividade
da cana-de-açúcar.
3.3 Variedade RB855113
Os modelos de previsão de produtividade para a va-
riedade RB855113 encontram-se representados pelas
eq. (8) e (9).
•	 Ambientes de produção C e D:
y 0,5
= 366,70163 – 0,00628bh - 33,59112corte +
2,86554 corte2
		 (8)
R2
= 0,2608**
•	 Ambiente de produção E:
y 0,5
= 384,58735– 0,00689gd - 43,78228 corte +
3,61876 corte2
		 (9)
R2
= 0,5488**
Os dois modelos calculados foram significativos e todas
as variáveis independentes que compõem os mesmos,
apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se
nos modelos, que a variável corte novamente explicou
grande parte das causas de variação da produtividade
da cana-de-açúcar.
Os cortes, por vezes, apresentaram maior importância na
explicação das causas da variação de produtividade da
cana do que as variáveis edafoclimáticas, isso pode ser
explicado pela grande heterogeneidade das condições
de cultivo e pelos fatores externos. Beauclair (1994), em
seu trabalho, também detectou que o número de cortes
tem um grande efeito depressivo sobre a produtividade
agrícola da cana-de-açúcar, sendo responsável por uma
redução média de 26 toneladas para cada corte, assim,
somente este efeito explica quase a metade da variação
da produtividade (r2
= 0,499) de todos os dados por
ele utilizados, desta maneira, as informações obtidas
neste trabalho de pesquisa corroboram as obtidas pelo
autor acima citado.
A grande importância de se obter coeficientes de de-
terminação estatisticamente significativos, é que, inde-
pendentemente de seus valores ou ordem de grandeza,
as variáveis independentes têm influência comprovada
sobre a variável dependente. Mesmo que os valores
não sejam altos as variáveis estudadas têm efeito real
sobre a produtividade da cana-de-açúcar. Por outro
lado, nos casos em que os coeficientes de determinação
são baixos, há uma nítida indicação de que há outras
variáveis não incluídas na modelagem que também têm
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
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Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar
PLANALSUCAR-PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMEN-
TO DA CANA DE AÇÚCAR. Cultura da cana-de-açúcar:
manual de orientação. Piracicaba: IAA, Coordenadoria
Regional Sul, 1986. 56 p.
PRADO, H. Ambientes de produção de cana-de-açúcar
na região Centro-Sul do Brasil. Piracicaba: Potafós.
Informações Agronômicas, v.110, p.13-17, 2005.
SAS INSTITUTE. SAS language and procedures: usage;
version 6. Cary, 1989. 638 p.
SADLER, E.J.; RUSSELL, G. Modeling crop yield for specific
site management. In: USA. The site specific management
for agricultural systems. Madison: ASA; CSSA; SSSA,
1997. p.69-79.
SANTOS, M.J.Z. Influências climáticas associadas às
pedológicas e econômicas na produção de cana-de-
açúcar nos núcleos canavieiros do Estado de São
Paulo. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas/USP, 1981. 411p. Tese (Doutorado
em Geografia).
SCARPARI, M.S.; BEAUCLAIR, E.G.F. de Sugarcane maturity
estimation through edaphic-climatic parameters. Scientia
Agricola, v.61, n.5, p.486-491, 2004.
SCARPARI, M.S.; LANDELL, M.G.A.; BEAUCLAIR, E.G.F.
Optimised agricultural planning of sugarcane using linear
programming. In: XXVI CONGRESS OF INTERNATIONAL
SOCIETY OF SUGAR CANE TECHNOLOGISTS, 2007,
Durban. 2007. p.185-189.
USDA. United States Department of Agriculture. Technical
manual 520: Modeling. Washington, 1978. p. 1- 11.
VILLA NOVA, N.A.; PEDRO JÚNIOR, M.J.; PEREIRA, A.R.;
OMETTO, J.C. Estimativa de graus-dia acumulados acima
de qualquer temperatura base, em função das tempera-
turas máxima e mínima. Caderno de Ciência da Terra,
v.30, n.2, p.1-8, 1972.
(1981) e Álvares (1975) resultados estes que podem não
ser adequados para predizer a produtividade de uma
situação real de campo, onde há inúmeras variáveis que
influenciam no resultado final.
4.	Conclusões
1. As análises foram feitas com dados oriundos de di-
versas condições edafoclimáticas, ou seja, tiveram uma
boa variabilidade espacial, fato que confere robustez
e credibilidade aos modelos;
2. Os dados, na grande maioria dos casos, tiveram bons
ajustes aos modelos, fato comprovado pelos bons R2
encontrados para condições de produção comercial no
campo e pela boa significância em todos os modelos, no
entanto, os modelos não conseguiram explicar a totali-
dade das causas de variação da produtividade;
3. A produtividade dos cortes anteriores explica grande
parte das causas de variação dos dados nos modelos
encontrados, e, reduz, nos modelos, a influência de fatores
como o armazenamento de água no solo e somatória
calórica.
5.	Referências
ALVAREZ, F.G. Cana-de-acúcar. Caracas: Fundo Nacional
de Investigaciones Agropecuárias, 1975. 667 p.
BAIER, W. Crop-weather analysis model. 1. Summary.
International Journal of Biometeorology, Leiden, v. 20,
n. 2, p. 313-20, 1973.
BEAUCLAIR, E.G.F. Produtividade da cana-de-açúcar em
função de alguns macronutrientes presentes no caldo
e no solo. Piracicaba: ESALQ/USP, 1994. 98p. Tese
(Doutorado em Agronomia).
BEAUCLAIR, E.G.F. Relações entre algumas propriedades
químicas do solo e a produtividade da cana-de-açúcar
(Saccharum spp.), através de regressão linear múltipla.
Piracicaba: ESALQ/USP,1991. 90p. Dissertação (Mestra-
do em Agronomia).
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Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar
27
Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar para o Brasil e estimativa da produtividade
especialistas do Painel estimam que a temperatura média
global aumentará entre 1,1ºC (limite inferior do cenário
mais otimista) e 6,4ºC (limite superior do cenário mais
pessimista). O nível dos oceanos poderá subir de 0,18m
(limite inferior do cenário mais otimista) a 0,59m (limite
superior do cenário mais pessimista
O Relatório Mudança do Clima 2007: Impactos, Adap-
tação e Vulnerabilidade à Mudança do Clima, publicado
em abril de 2007 pelo IPCC, indica que “as evidências
obtidas por meio de observações de todos os continen-
tes e da maior parte dos oceanos mostram que muitos
sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças
climáticas regionais, principalmente pelos aumentos de
temperatura”.
Embora algumas publicações e reuniões técnicas, colocam
em dúvida o limite máximo das alterações climáticas
previstas, é contundente que alguma coisa realmente
esta acontecendo nos padrões climáticos, e uma grande
variabilidade inter-anual e inter –espacial esta ocorren-
do. Se isto, faz parte de uma oscilação cíclica, ou se é
um padrão a que virá a ser estabelecido, não podemos
nos omitir, e mesmo se entrarmos em uma fase de aqueci-
mento, ou mesmo de resfriamento como alguns predizem
(Molion, 2009-comunicação pessoal), as instituições de
desenvolvimento tecnológico devem se preparar e de-
senvolver técnicas adaptativas às culturas.
O aquecimento global terá reflexos em setores e sistemas
diversos, como, por exemplo, os recursos hídricos (inclusive
a geração de energia), os ecossistemas, as florestas, a
produção de alimentos, os sistemas costeiros, a indús-
tria, as populações humanas e a saúde. Nesse cenário,
os países em desenvolvimento são mais vulneráveis à
mudança do clima, em função de que (i) os efeitos das
mudanças climáticas serão mais intensos no hemisfério sul,
onde se concentram as nações menos desenvolvidas e (ii)
eles têm menor capacidade – tecnológica e financeira,
por exemplo – de responder à variabilidade climática
A vulnerabilidade do Brasil manifesta-se sob diversos
aspectos, como, por exemplo: aumento da freqüência e
intensidade de eventos climáticos extremos (enchentes e
secas), com perdas na agricultura e ameaça à biodiver-
1.	Introdução
O aspectos das mudanças climáticas globais vem sido
alvo de intenso estudo desde a década de 1980, assim
como os estudos e os efeitos que esta anomalia ocasiona
no planeta e as implicações para a economia e a vida
em sociedade. A Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC), aprovada em
1992, define mudança climática global como a “mu-
dança que possa ser direta ou indiretamente atribuída
à atividade humana, que altere a composição da at-
mosfera mundial e que se some àquela provocada pela
variabilidade climática natural observada ao longo de
períodos comparáveis”. “mercado de carbono” já se
encontrava em operação de fato, a partir de iniciativas
piloto que pretendiam ser reconhecidas com a oficiali-
zação do mercado.
De acordo com o Relatório Mudança do Clima 2007: a
Base das Ciências Físicas, publicado em fevereiro de 2007
pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima
(IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), “os
aumentos globais da concentração de dióxido de car-
bono se devem principalmente ao uso de combustíveis
fósseis e à mudança no uso da terra. Já os aumentos
da concentração de metano e óxido nitroso são devidos
principalmente à agricultura”.
Com base nisso, os especialistas do IPCC afirmam com
uma confiança muito grande – o que, na linguagem do
relatório indica uma certeza superior a 90% – que “o
efeito líquido global das atividades humanas, em média,
desde 1750 foi de aquecimento”. Esse fenômeno mostra-
se evidente “nas observações dos aumentos das tempera-
turas médias globais do ar e do oceano, do derretimento
generalizado da neve e do gelo e da elevação do nível
global médio do mar.”
De acordo com o IPCC, é muito provável – certeza supe-
rior a 90% – “que a maior parte do aumento observado
nas temperaturas médias globais desde meados do século
XX se deva ao aumento observado nas concentrações
antrópicas de gases de efeito estufa”. Desse modo, o
IPCC reconhece que o aquecimento do sistema climático
é inequívoco e que as atividades humanas contribuem
sobremaneira para o agravamento desse processo. Os
Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar para o
Brasil e estimativa da produtividade
Orivaldo Brunini
Engenheiro Agrônomo – PhD Agrometeorologia, Pesquisador – Instituto Agronômico de Campinas - APTA - SAA, Presidente Fundação de Apoio à
Pesquisa Agrícola
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  • 1. Tópicos em Ecofisiologia da Cana-de-Açúcar Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais Botucatu 2010 Editores técnicos Carlos Alexandre Costa Crusciol Marcelo de Almeida Silva Raffaella Rossetto Rogério Peres Soratto iniciais.indd 1 14/10/10 09:38
  • 2. Copyright © Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais 1ª edição 2010 Tiragem: 500 exemplares Capa e Projeto gráfico Colorau Comunicação e Design Diagramação Diagrama Editorial FEPAF Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais Unesp Campus de Botucatu Lageado. Fazenda Experimental Lageado s/nº 18.603-970 Botucatu SP Brasil Tel.: (14) 3882-7373 fepaf@fca.unesp.br www.fepaf.org.br FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP) Tópicos em ecofisiologia da cana-de-açúcar / Editores T764 técnicos: Carlos Alexandre Costa Crusciol ... [et al.]. – Botucatu: FEPAF - Fundação de Estudos e Pes- quisas Agrícolas e Florestais, 2010 111 p. : il., gráfs., tabs., fots. color. ISBN 978-85-98187-25-9 1. Cana-de-açúcar. 2. Ecofisiologia. I. Crusciol, Car- los Alexandre Costa. II. Silva, Marcelo de Almeida. III. Rossetto, Raffaella. IV. Soratto, Rogério Peres. V. Fun- dação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais. VI. Título. CDD 21.ed. (633.61) iniciais.indd 2 14/10/10 09:38
  • 3. Índice Apresentação...............................................................................................................4 Carlos Alexandre Costa Crusciol Introdução....................................................................................................................5 Paul H. Moore Fenologia da Cana-de-açúcar......................................................................................8 Marcelo de Almeida Silva, Claudiana Moura dos Santos, Marcel Tomás Arantes, Renata Passos Pincelli Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar...............................................22 Paulo Eduardo Argenton, Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, Maximiliano Salles Scarpari Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar para o Brasil e estimativa da produtividade..............................................................27 Orivaldo Brunini A interação entre a cana-de-açúcar e ambientes de produção estressantes..............34 Marcos Guimarães de Andrade Landell, Ricardo Silvério Machado, Daniel Nunes da Silva, Maximiliano Salles Scarpari, Mauro Alexandre Xavier, Silvana Creste, Ivan Antônio dos Anjos, Hélio do Prado, Luciana Rossini Pinto, Márcio Aurélio Pitta Bidóia Alterações morfofisiológicas na cana-de-açúcar em resposta à deficiência hídrica...............................................................................43 Marcelo de Almeida Silva & Renata Passos Pincelli Interação entre água e nitrogênio na produtividade de cana-de-açúcar (Saccharum sp.).............................................................................49 Glauber José de Castro Gava, Oriel Tiago Kölln, Raul Andres Martinez Uribe, Paulo Cesar Ocheuze Trivelin, Heitor Cantarella Adubação Nitrogenada em Cana-de-Açúcar: Reflexos do Plantio à Colheita...........67 Henrique Coutinho Junqueira Franco & Paulo Cesar Ocheuze Trivelin Herbicide Effects on Sugarcane..................................................................................85 Edward P. Richard, Jr. & Caleb D. Dalley Herbicides as Stimulators, Regulators, and Ripeners.................................................89 Ryan P. Viator, Caleb. D. Dalley and Edward P. Richard, Jr. Uso de maturadores com ou sem misturas................................................................93 Carlos Alexandre Costa Crusciol, Glauber Henrique Pereira Leite, Gabriela Ferraz de Siqueira Melhoramento molecular da cana-de-açúcar CTC para eficiência fisiológica..........103 Sabrina Moutinho Chabregas _projeto1.indb 3 13/10/10 10:21
  • 4. O presente livro teve como base as palestras apresentadas no I e II SIMCANA – Simpósio sobre Ecofisiologia, Maturação e Maturadores em Cana de açúcar, realizados em Botucatu-SP nos anos de 2008 e 2010; “Tópicos em Ecofisiologia da Cana-de-Açúcar” aborda a fisiologia da cana de açúcar. Segmentado em 12 capítulos, o capítulo de abertura demonstra a relevância do tema e da pequena quantidade de publicações sobre a ciência da cana-de-açúcar, de autoria do maior fisiologista do mundo, Dr. Paul Moore, parceiro e colaborador desde a edição de 2008. Além deste, são amplamente discutidos os temas de fenologia, estudos sobre modelagem e previsão de produtividade, ambiente de produção e fisiologia do estresse hídrico, seguidos de assuntos sobre nutrição, adubação, reguladores vegetais e herbicidas. E finalmente, a biologia molecular como fer- ramenta para melhoramento da eficiência fisiológica da cultura da cana de açúcar. As edições do SIMCANA são uma realização da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – câmpus de Botucatu em conjunto com o APTA – Agência Paulista de Tecnologia no Agronegócio, STAB - Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil e FEPAF – Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, com apoio de instituições como CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, UDOP – União dos Produtores de Bioenergia, Portal Dia de Campo e TechField e, patrocinados pela Syngenta, DuPont, Stoller e Ihara. Agradecemos aos autores, pela paciência em atender nossas solicitações, à comissão organizadora, pelo dedicado empenho na edição do livro e à Syngenta e à Fapesp pela ajuda financeira para a publicação deste livro. Botucatu, 19 de outubro de 2010. Carlos Alexandre Costa Crusciol Coordenador Geral do SIMCANA UNESP/FCA/DPV Apresentação Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar4 _projeto1.indb 4 13/10/10 10:21
  • 5. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 5 Sugarcane is an important food and bioenergy source and a significant component of the economy in many countries in the tropics and subtropics: nearly 100 countries produce the crop over an area of 22 million hectares--approximately 0.5% of the total world area used for agriculture (FAOSTAT, 2008). Of the world’s four most productive crops—rice, wheat, maize, and sugarcane—sugarcane produces the greatest crop tonnage and provides the fourth highest quantity of plant calories in the human diet (Ross-Ibarra et al., 2007), even though each of the major cereals occupies a several-fold larger fraction of the world’s arable land. The largest world grower of sugarcane is Brazil with production of more than 549 million tons of cane or approximately 37% of the total of the top 20 sugarcane producing countries of the world. The very high levels of sugarcane biomass production and the efficiency with which ethanol can be produced from its extracted juice have made sugarcane a leading crop for bioenergy production. Sugarcane stalks, crushed and extracted for juice, are burned in the sugarcane factories for production of steam and electrical energy. Sugarcane juice is currently being used as a source for ethanol as a fuel for replacing gasoline, but once second-generation bioenergy technologies are developed, the entire sugarcane crop biomass may be used as a lignocellulosic feed stock. The significant potential for sugarcane as a food and bioenergy crop is currently driving a rapid expansion of sugarcane production areas throughout the world, especially in Brazil. In short, sugarcane is rapidly becoming one of the world’s most important crops. Despite sugarcane’s burgeoning importance, few sugarcane-specific reference books exist. Those ref- erence books that do exist, although excellent when they were first published, do not include recent findings in modern plant biology. The lack of reference works specific to sugarcane is particularly problematic considering that among the world’s most productive crops sugarcane is the only one that is strictly tropical, perennial, and vegetatively propagated and harvested. Conventional agronomic wisdom presented in more general plant physiology books does not apply. Sugarcane growers and researchers world-wide need publication of the proceedings of conferences such as this “Brazilian Symposium on Ecophysiology, Maturation and Ripeners” for sharing current information on the fun- damental biology of sugarcane and on practices for improving agronomic production and the yield potential of crop germplasm. The most common sugarcane reference books available can be described as industry descriptive texts for students (Barnes, 1974; Blackburn, 1984; Blume, 1985; James, 2004), or as sugarcane production manuals focusing on agronomic practices (Bakker, 1999; Clements,1980; Humbert, 1968; King,1965). These are frequently regionally focused but some present a wider view of their topic. Less common are the reference books on some specific aspects of the sugarcane plant such as sugarcane pests and diseases (Rott et al., 2000), germplasm improvement (Heinz,1987), fundamental biology (Alexander, 1973; Dillewijn, 1952), and ethanol production (Cortez, 2010). Of the texts mentioned, Botany of Sugarcane stands out as not only the first, but also the best sum- mary account of sugarcane structure (anatomy and morphology). All subsequent books mostly used the same anatomical and structural figures. This means that there has not been any book containing Introduction _projeto1.indb 5 13/10/10 10:21
  • 6. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar6 new descriptions of sugarcane structure for more than 56 years. In addition, the only book covering the physiology of sugarcane is more than 35 years old. During the 36- to 57-year interval since the publication of a significant sugarcane text, the growth of knowledge regarding plant physiology, based largely on advances in molecular biology, instru- mentation for data gathering, and information science for storing and analyzing massive amounts of data has been revolutionary. Although that growth of knowledge has been slower in sugarcane than in simpler model plants, the information about sugarcane physiology that has accumulated these past 30 years is nevertheless extensive. Considering the growing importance of sugarcane as a food and energy crop and the failure of extant sugarcane texts to link modern plant physiology to problems of sugarcane improvement and production, there is a critical need for a new synopsis on sugarcane physiology that is currently being met through meetings as this. This symposium and its previous one in 2008 address a wide range of sugarcane ecophysiology is- sues including growth and development, crop and plant responses to abiotic stresses (primarily those involving insufficient water, but also inadequate soil nutrients), agronomic practices including the use of herbicides, growth regulators and ripeners for increasing sucrose yields, and the development of models for managing the crop, predicting yields and yield potential for new lands coming under cultivation, and longer term effects of climate change on the sugarcane industry. Publishing these proceedings is a valuable service to Brazil’s sugarcane research and production community. The published proceedings of this symposium will be valuable for at least three groups associated with agriculture and sugarcane. First are the college-trained sugarcane growers, plantation managers, or sectional managers, such as agriculturalists or crop control superintendents, who need to know the fundamentals of the crop plant on which their business depends. Second are the plant biology, plant physiology, and agronomy students with interest in, or need to know, sugarcane biology. Third are sugarcane research scientists, who require broad knowledge of the sugarcane plant in order to relate their specific research area to other aspects of crop production. Thanks are due to the organizers of this meeting for providing valuable research communications to Brazil’s sugarcane community. Paul H. Moore Hawaii Agriculture Research Center Kunia, Hawaii References ALEXANDER, A.G. Sugarcane Physiology: A Comprehensive Study of the Saccharum Source-to-Sink System. Elsevier Scientific Publishing Co. Amsterdam, 1973. 752p. _projeto1.indb 6 13/10/10 10:21
  • 7. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 7 BAKKER, H. Sugar Cane Cultivation and Management. Kluwer Academic / Plenum Publishers. New York,1999. 679p. BARNES, A.C. The Sugar Cane. Leonard Hill Books. Aylesbury, Bucks, 1974. 572p. BLACKBURN, F. Sugar-cane. Longman, London, 1984. 414p. BLUME, H. Geography of Sugar Cane. Verlag Dr. Albert Bartens, Berlin, 1985. 371p. CLEMENTS, H.F. Sugarcane Crop Logging and Crop Control: Principles and Practices. The University Press of Hawaii. Honolulu, 1980. 520p. CORTEZ, L.A.B. Sugarcane Bioethanol: R&D for Productivity and Sustainability. Blucher, São Paulo – SP – Brazil, 2010. 954p. DILLEWIJN, C.V. Botany of Sugarcane. The Chronica Botanica Company. Waltham,1952. 371p. FAOSTAT (United Nations Food and Agricultural Organization). FAO 2008. Available from http:// faostat.fao.org/default.aspx HEINZ, D.J. (Ed.). Sugarcane Improvement through Breeding. Elsevier, Amsterdam, 1987. 603p. HUMBERT, R.P. The Growing of Sugar Cane. Elsevier Publishing Company. Amsterdam, 1978. 779p. JAMES, J. (Ed). Sugarcane. Blackwell Publishing Ltd, 2004. 216p. KING, N.J., Mungomery, R.W., Hughes, C.G. Manual of Cane-growing. American Elsevier Publishing Company. Inc. New York, 1965. 375p. ROSS-IBARRA, J.; MORREL, P.L.; GAUT, B.S. Plant domestication, a unique opportunity to identify the genetic basis of adaptation. Proceedings of the National Academy of Sciences, sup 1, p.8641-8648, 2007. ROTT P.; BAILEY R.A.; COMSTOCK J.C.; CROFFT B.J., SAUMTALLY, S. (Eds.). A Guide to Sugarcane Diseases. CIRAD and ISSCT, 2000. 339p. _projeto1.indb 7 13/10/10 10:21
  • 8. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 8 Fenologia da Cana-de-açúcar (principalmente nas fases de germinação, perfilhamento e alongamento dos colmos) e alguma restrição no perío- do de maturação, para forçar o repouso fisiológico e o enriquecimento em sacarose. O crescimento é alcançado quando a temperatura ultrapassa 20°C, há um aumento na taxa de crescimento da cultura, sendo que a faixa de 25°C a 33°C é a mais favorável ao desenvolvimento vegetativo (Liu et al., 1998; Almeida et al., 2008). O comportamento vegetativo da cana-de-açúcar é al- tamente dependente de fatores climáticos, as variações na disponibilidade térmica, pluviosidade, intensidade de luz exercem grande influência sobre o desenvolvimento fenológico da cultura afetando sua produtividade (Liu et al., 1998; Smit; Singels, 2006; Uehara et al., 2009). A deficiência hídrica, além de temperaturas extremas e baixa radiação solar são algumas das principais limita- ções ao seu desenvolvimento (Inman-Bamber et al., 2004; Smit; Singels, 2006; Mccormick et al., 2008; Heerden et al., 2010). A avaliação do comportamento fenológico propicia o conhecimento e a definição das épocas em que ocorrem as diversas fases do período vegetativo das plantas, o que pode auxiliar na escolha das práticas culturais in- dicando, por exemplo, a melhor época de colheita e de plantio para cada espécie (Larcher, 2004). Sendo assim, o conhecimento da dinâmica fenológica é indispensável para a elaboração de estratégias de conservação e manejo de uma cultura. Recentemente pesquisadores têm voltado à atenção para estudos sobre processos de acúmulo de biomassa em cana-de-açúcar, buscando desvendar os fenômenos ambientais subjacentes à redução do crescimento ao longo das fenofases, além de relacionarem esses fatores com o desenvolvimento, maturação da cana-de-acúçar e o tempo de colheita (Inman-Bamber et al., 2009; Heerden et al., 2010; Uehara et al., 2010). A cana-de-açúcar, segundo Gascho e Shih (1983), apresenta quatro diferentes sub-períodos ou estádios 1. Introdução A cana-de-açúcar é uma planta monocotiledônea, alóga- ma e perene, provavelmente originária das regiões da Indonésia e Nova Guiné, pertencente à família Poaceae, tribo Andropogoneae e gênero Saccharum. Seus atuais cultivares são híbridos interespecíficos, sendo que nas constituições genéticas participam as espécies S. offici- narum, S. spontaneum, S. sinense, S. barberi, S. robustum e S. edule (Gupta et al., 2010). Trata-se de uma planta de reprodução sexuada; po- rém, quando cultivada comercialmente é multiplicada assexuadamente, por propagação vegetativa (Caieiro et al., 2010). É caracterizada pela inflorescência do tipo panícula, flor hermafrodita, caule em crescimento cilíndrico composto de nós e entrenós, e folhas alternas, opostas, presas aos nós dos colmos, com lâminas de sílica em suas bordas, e bainha aberta (Miller; Gilbert, 2009). É cultivada em regiões tropicais e subtropicais de mais de 90 países, difundida em uma ampla faixa de latitude de 35o N e 30o S, adaptando-se a diversas condições de clima e solo exigindo precipitações pluviométricas entre 1500 a 2500 mm por ciclo vegetativo (Doorembos; Kassam, 1979; Tavares, 2009). É uma cultura de grande importância econômica no mundo. É cultivada principalmente como matéria prima para produção de açúcar e álcool, sendo o Brasil o maior produtor mundial de açúcar, destacando-se o estado de São Paulo como o maior produtor nacional e também o maior exportador do mundo (Waclawovsk et al., 2010). As principais regiões brasileiras produtoras são Nordeste e Centro-Sul, o que permite dois períodos de safra, de setembro a abril e de abril a novembro, respectivamente, proporcionado o desenvolvimento da cultura canavieira as mais variadas condições climáticas (Tavares, 2009). De acordo com Inman-Bamber e Smith (2005), uma precipitação pluvial anual a partir de 1.000 mm, bem distribuída, é suficiente para a obtenção de altas pro- duções na cana-de-açúcar. Isso implica que o manejo hídrico seja realizado com eficiência, com suprimentos hídricos adequados durante o desenvolvimento vegetativo Fenologia da Cana-de-açúcar Marcelo de Almeida Silva1 , Claudiana Moura dos Santos2 , Marcel Tomás Arantes3 , Renata Passos Pincelli2 1 Pesquisador Científico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Polo Centro-Oeste, Rodovia SP 304, (Jaú - Bariri), Km 304, Caixa Postal 66, 17201-970, Jaú (SP). Email: marcelosilva@apta.sp.gov.br 2 Bióloga, Programa de Pós-Graduação em Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Caixa Postal 237, 18610-307, Botucatu (SP). E-mail: claudianabio@hotmail.com; renatappincelli@fca.unesp.br 3 Engenheiro Agrônomo, Programa de Pós-Graduação em Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Caixa Postal 237, 18610- 307, Botucatu (SP). E-mail: marcel_arantes@fca.unesp.br _projeto1.indb 8 13/10/10 10:21
  • 9. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 9 Fenologia da Cana-de-açúcar mento (do perfilhamento final ao inicio de acumulação da sacarose), e Matu- ração (intensa acumulação de sacarose nos colmos). em sua fenologia (Figura 1), conhecidos por: Brotação e Emergência dos brotos (colmos primários); Perfilhamento e Estabelecimento da cultura (da emergência dos brotos ao final do perfilhamento); Período do Grande Cresci- Muitas características morfológicas da cana-de-açúcar podem ajudar a entender a questão de como a água é utilizada pela planta e como se comporta sob baixas temperatura, conseqüentemente, esclarecer certos padrões fenológicos encontrados em regiões tropicais. Dentre estas características pode-se destacar área foliar e número de folhas (Inman-Bamber, 2004; Oliveira et al., 2005), senes- cência foliar (Smit; Singel, 2006), altura da planta (Almeida et al., 2008), diâmetro, número de colmos e perfilhamento (Ramesh; Mahadevaswany, 2000; Silva et al., 2008), flo- rescimento (Araldi, et al., 2010), sendo essas características geneticamente variadas entre variedades e largamente influenciadas pelos fatores climáticos. Nessa sucessão de eventos, a cana-de-açúcar passa por estádios fenológicos que determinam fases importantes na formação da produção das plantas e sendo bem ca- racterizados, podem auxiliar em pesquisas relativas à es- timativa de produção, previsão de época de maturação, controle fitossanitário e programas de melhoramento da cultura Diante dos fatos supracitados, o objetivo deste ca- pítulo foi descrever os diferentes padrões fenológicos da cana-de-açúcar e relacioná-los com os principais fatores ambientais, buscando compreender o comportamento do desenvolvimento da cultura diante do estresse abiótico. 2. Interação das principais fenofases da cana-de- açúcar com os fatores ambientais 2.1. Propagação: germinação de sementes e brotação das gemas Na produção de cana-de-açúcar, as sementes têm im- portância em programas de melhoramento genético, o sucesso desses programas é dependente da obtenção de sementes de qualidade fisiológica superior (Caieiro et al., 2010). A semente botânica de cana-de-açúcar é na realidade um fruto, do tipo cariopse com coloração marrom, forma elípitica, com aproximadamente 1,5 mm de comprimento por 0,5 mm de diâmetro. A cariopse tem um pericarpo muito reduzido, com duas epidermes justapostas, seu cotilédone é denominado de escutelo, intimamente aderido ao seu endosperma (Lucchesi, 2000). Dentre os fatores ambientais que interferem na ger- minação destaca-se a água como o principal fator no início da germinação, uma vez que a semente precisa ser reidratada o suficiente e atingir um conteúdo de água para germinar, além da qualidade de luz, durante a maturação da semente da cana-de-açúcar também é um importante fator controlador da germinação (Lee, 1984). Fase de brotação e estabelecimento Fase de perfilamento Período de crescimento dos colmos Fase de maturação Figura 1. Estádios fenológicos da cana-de-açúcar. Fonte: Gascho e Shih (1983) _projeto1.indb 9 13/10/10 10:21
  • 10. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 10 Fenologia da Cana-de-açúcar vigorosa (Silva et al., 2004). A brotação das gemas é afetada por fatores intrínsecos e externos. De acordo com Casagrande (1991), a falta de umidade do solo pode prejudicar a brotação dos toletes, assim como o excesso causado pela irrigação, drenagem irregular e acúmulo de água de chuva. Em casos de baixa aeração do solo como solos encharca- dos ou compactados a brotação das gemas pode ocorrer antes da emissão dos primórdios radiculares em função da falta de oxigênio. Se houver condições ambientais favoráveis, principalmente temperatura e umidade, ocorrerá a emergência do primeiro perfilho; esta fase é altamente energética, energia que provém da degra- dação de substâncias de reserva do tolete (Figura 2). A temperatura é um fator com influência significativa na expressão da dormência em sementes de em cana- de-açúcar, de acordo com Cesnik e Miocque (2004), a temperatura ideal para a germinação das sementes encontram-se na faixa de 25 a 32°C, as temperaturas mais baixas, ao redor de 18,5°C inibem a sua germi- nação, o que corrobora com Caieiro et al. (2010) que verificaram a faixa de 20 a 30ºC adequada para a germinação de sementes. A cana-de-açúcar se propaga vegetativamente através da brotação de suas gemas. O plantio é realizado atra- vés de pedaços de colmo, contendo uma ou mais gemas, constitui uma fase importante, pois a brotação reflete um bom começo, que trará a área cultivada plantas A brotação das gemas também sofre forte influência com a temperatura ambiente. A temperatura ótima para brotação das gemas é de 32 a 38°C, e paralisa quando a temperatura é inferior a 20°C (Barbieri, 1981). Já Liu et al. (1998), estudando brotação na cana-de-açúcar verificaram temperatura base 11,6°C como referencial para o surgimento dos brotos e temperatura ótima entre 28°C e 30°C. Pincelli et al. (2010) verificaram brotação diferencial entre cultivares de cana-de-açúcar sob baixa temperatura, entre 16°C e 24°C, onde das 10 cultivares estudadas, quatro, SP80-1842, SP83-2847, RB855453 e RB867515, mostraram-se mais adaptadas para emer- gência sob essa condição. Com boas condições de umidade e temperatura, inicia- se a brotação das gemas presentes nos toletes e simul- taneamente ocorre a emissão das raízes de fixação a partir do tolete. Nesta fase de desenvolvimento inicial, o broto depende das reservas de carboidratos, lipídeos e proteínas presentes no tolete (Liu et al., 1998). Após 20 Figura 2. Desenvolvimento do sistema radicular e perfilho primário em diferentes situações. (a) sistema radicular desenvolvendo-se antes do perfilho primário, (b) perfilho primário desenvolvendo-se antes do sistema radicular, “baixa aeração do solo” (c) ambos desenvolvendo-se ao mesmo tempo. Fonte: Casagrande (1991). _projeto1.indb 10 13/10/10 10:21
  • 11. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 11 Fenologia da Cana-de-açúcar de colmos e na produção de açúcar em cana-soca, possibilitando aumento na longevidade do canavial. O tratamen- to com fungicidas e inseticidas podem aumentar os índices de brotação devido à proteção dos toletes contra insetos e fungos presentes no ambiente, possibilitando obter plantios mais uniformes com alto vigor e rápido desenvolvimento. Essas técnicas vem a acrescentar cada dia mais na qualidade de plantio e dar mais segurança ao produtor em relação a infestação de pragas e doenças no canavial, podendo assim alcançar maiores produtividades e lucratividade. Outros fatores importantes no manejo que aumentam a porcentagem da brotação como a profundidade de sulcação, quantidade de terra na cobrição dos toletes, tempo em que os sulcos ficam abertos, quantidade de palha sobre o solo entre outros, devem ser avaliados, pois para se obter bons resultados é importante se atender a um conjunto de ações de manejo e não a um fator isolado. 2.2. Perfilhamento Após a emissão do perfilho primário, ou também deno- minado como perfilho materno, inicia-se o crescimento e desenvolvimento das raízes dos perfilhos, que tem por finalidade absorver água e nutrientes do solo, não de- pendendo mais das reservas do tolete (Figura 3). Perfilhamento é o processo de emissão de colmos, origi- nário da base da planta ou da região axilar da folha basal por uma mesma planta, os quais recebem a de- nominação de perfilhos (Bezuidenhou et al., 2003). Sob condições ideais para os acontecimentos desses estádios, o perfilhamento assume papel principal no processo pro- dutivo da cana-de-açúcar. Segundo Câmara (1993) é o segundo estádio fenológico (perfilhamento) que permitirá o estabelecimento da cultura em condições de campo e fornecerá às touceiras o número de colmo adequados a produção. O processo de perfilhamento é regulado pelo hormônio de crescimento auxina, o qual exerce dupla função alongamento do colmo e inibição do desenvolvimento de gemas laterais. Com o desenvolvimento da brotação, as auxinas sintetizadas na gema apical, com transporte po- lar basípeto, induzem a alongação dos tecidos (entrenós), podendo inibir a emergência das gemas laterais através da dominância apical, processo pelo qual complexo do hormônio no ápice promoveria um carregamento prefe- rencial de carboidratos para essa região em detrimento as gemas laterais (Miller; Gilbert, 2009). Cinco diferentes estádios fenológicos da cultura durante o desenvolvimento dos perfilhos foram identificadas por a 30 dias se inicia a emergência do perfilho primário na superfície do solo e, simultaneamente ao seu crescimento, a partir da base do colmo, observa-se o desenvolvimento de novas raízes e o desenvolvimento de outros perfilhos (Segato et al., 2006). A variabilidade genética pode resultar em comporta- mentos diferenciados tanto na brotação da cana planta como na soqueira. Silva et al. (2004) relatam que mesmo sobre condições ambientais idênticas, a brotação pode ser diferente entre as variedades. Uma variedade que vem sendo muito plantada pelos produtores da região Centro- Sul é a RB855156 devido ao alto potencial produtivo, elevado teor de sacarose e precocidade de maturação. Entretanto, esta tem apresentado sérios pro- blemas de brotação, acarretando em perda de grande parte de sua produção de cana planta ou má formação do estande inicial (Silva et al., 2004). Além de conside- rar os fatores genéticos, outras características devem ser levadas em consideração para se obter uma boa brotação, como a idade da muda, umidade do tolete, posição da gema, concentração de nutrientes e açúcares como reserva dos toletes. Na questão do manejo deve-se levar em consideração o armazenamento e a nutrição das mudas. A preocupação de se planejar o plantio é de fundamental importância para o bom rendimento da brotação sendo que os pro- dutores de cana-de-açúcar precisam estar atentos ao tempo que sua muda irá ficar armazenada até sua dis- tribuição no sulco de plantio. Santos (1983) desenvolveu um trabalho sobre brotação e desenvolvimento inicial da cana-de-açúcar influenciados pelo ambiente, tempo de armazenamento e tamanho de toletes. Foi observado que a resistência das mudas ao armazenamento aumentou com o tamanho de estaca, enquanto a eficiência da germinação foi reduzida em razão do tempo em que permaneceram armazenadas. Na fase de brotação os aspectos nutricionais dos toletes são importantes para um bom crescimento e desenvol- vimento das gemas. Alguns estudos mostram que altas doses de nutrientes, principalmente o nitrogênio no plantio das mudas, podem aumentar a porcentagem e a velocidade de brotação (Camargo, 1970; Rugai; Orlando Filho, 1971; Machado, 1976). Sendo, portan- to, ideal a montagem de viveiro de mudas em solos de alta fertilidade para se atender as melhores condições nutricionais das mudas. Hoje existem técnicas usuais como a aplicação de regula- dores vegetais e estimulantes adicionados a minerais que auxiliam na fisiologia da brotação. Silva et al. (2010a), trabalhando com biorreguladores associados a fertili- zantes líquidos, obtiveram aumento da produtividade _projeto1.indb 11 13/10/10 10:21
  • 12. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 12 Fenologia da Cana-de-açúcar A radiação solar é um fator climático importante na formação e crescimento dos perfilhos. A variação da densidade de perfilhos nestas fases varia de acordo com a intensidade luminosa, sendo que, em condições de maiores intensidades luminosas a cultura pode promover a foto-oxidação do ápice, reduzindo o alongamento e aumentando o número de perfilhos (Bezuidenhou et al., 2003). Por outro lado, a baixa luminosidade reduz drastica- mente a emissão de novos perfilhos (Câmara, 1993), o auto-sombreamento induz inibição do perfilhamento por competição intraespecífica e acelera o crescimento do colmo principal (Rodrigues, 1995). Dillewjn (1952) explica o mecanismo em que a inten- sidade luminosa afeta o perfilhamento. Considerando que as auxinas produzidas no apice da planta é que são responsáveis pelo perfilhamento e estas descem em fluxo continuo promovendo o alongamento dos colmos e impedindo o desenvolvimento das gemas laterais, sendo que sob alta intensidade luminosa o fluxo de auxinas do apice para as partes basais diminui, consequentemente Bezuidenhou et al. (2003), seguindo a ordem sequencial, fase 1 de pré-germinativo (final da colheita da muda e início para a germinação do primeiro broto), durante esta fase as gemas permanecem dormentes; fase 2 de pré-emergência (germinação de gemas até a emergência do primeiro perfilho primário); fase 3 de surgimento de perfilhos primários (primeiros afilhamentos até a emer- gência do último perfilho primário); fase 4 de surgimento de perfilhos secundários (aparecimento dos últimos per- filhos primários à senescência desses perfilhos),e fase 5 de senescência de perfilhos (senescência dos primeiros perfilhos à colheita). A fase de perfilhamento intenso das touceiras ocorre quando atingem o máximo da produção de novos per- filhos, chegando algumas variedades a produzir 20 ou mais perfilhos por touceira. A partir do ponto máximo de perfilhamento, a competição entre perfilhos pelos fatores de crescimento (luz, espaço, água e nutrientes) torna-se elevada, de maneira que se constata a redução do perfilhamento através da diminuição e paralização desse processo, além de morte dos perfilhos mais jovens (Castro; Christofoletti, 2005). Perfilho primário Perfilho secundário Perfilho secundário Raízes dos perfilhos Tolete Raízes dos toletes Figura 3. Tolete de cana-de-açúcar em processo de perfilhamento e forma- ção do sistema radicular. Fonte: Dillewijn (1952). _projeto1.indb 12 13/10/10 10:21
  • 13. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 13 Fenologia da Cana-de-açúcar os perfilhos que estão mais desenvolvi- dos continuam o crescimento em altura e espessura (Bezuidenhou et al., 2003). Na questão do manejo varietal, o perfilhamento pode variar de variedade para variedade, dependendo das características genéticas (Casagrande, 1991). Segundo Terauchi et al. (1999), o elevado perfilhamento é uma característica inadequada para a obtenção de cultivares melhoradas, pois promoveria um gasto energético para a produção destes perfilhos, não representando uma correlação positiva com o aumento de produtividade da cultura. Além do efeito genético, a época de plantio e a época de corte da cana planta ou das soqueiras, influem no perfilhamento e no número final de colmos industrializáveis (Machado et al., 1982; Câmara, 1993). A prática de espaçamento correto no plantio proporciona maiores produtividades e a irrigação na cana-de-açúcar proporciona melhor brotação da cana planta e um melhor perfilhamento da soqueira nos primeiros seis meses de de- senvolvimento (Galvani et al., 1997; Soares et al., 2004). 2.3. Crescimento e Desenvolvimento da parte aérea As relações hídricas desempenham papel importante na alongação dos perfilhos e no crescimento final dos colmos da cana-de-açúcar. Ramesh e Mahadevaswamy (2000) relatam que ainda que em condições de estresse hídrico, os tecidos de elongamento meristemático, en- contrados em maior grau nos intrenós em expansão são os mais severamente afetados. Em estudo realizado em cana-de-açúcar sob déficit hídrico em condições foram observaram redução no alongamento do colmo e menor desenvolvimento foliar (Inman-Bamber, 2004). Em estudo de diferentes estádios fenológicos da cultura em condição deficiência hídrica do solo, Machado et al. (2009) verificaram a redução na matéria seca do colmo e no conteúdo de sólidos solúveis ocasionada pela re- dução da fotossíntese, o que causou menor produção de fotoassimilados necessários para o crescimento do colmo e produção de sacarose. Inman-Bamber; Smith (2005) relatam que a suscetibilidade da cana-de-açúcar à de- ficiência hídrica é maior quando as plantas estão na fase de alongamento dos colmos, o que causa sérios prejuízos na produção de fitomassa e no rendimento de sacarose Sabe-se que a alongação celular e o crescimento da cultura são intimamente ligados aos níveis de umidade do solo, quanto maior a disponibilidade hídrica do solo maior o crescimento da cultura. Por outro lado, quanto mais prolongado for o período de estiagem, maior será a formação de nós e entrenós muito curtos e próximos entre si, diminuindo drasticamente o volume de parênqui- ma para armazenamento de sacarose (Câmara, 1993). ocorre o decréscimo no grau de inibição das gemas la- terais, resultando na formação dos perfilhos. Ao estudar as características ideais de crescimento de cultivares de cana-de-açúcar, Terauchi e Matsuoka (2000) observaram que a taxa de perfilhamento reduziu drasti- camente com o fechamento do dossel, porém as taxas de alongamento do colmo mais velho aumentaram quando perfilhos começaram a experimentar a competição por luz. Inman-Bamber (1994) também observou que a senes- cência de perfilhos jovens pode ser esperada quando o dossel intercepta menos de 70% da radiação recebida. O perfilhamento, assim como a brotação das gemas, é fortemente influenciado por variações de temperatura. A formação e crescimento dos perfilhos, diâmetro e número de entrenó são favorecidos pelo aumento da temperatura até o máximo de 30°C (Liu et al., 1998), temperaturas abaixo de 20C° podem promover a pa- ralisação do crescimento dos perfilhos (Câmara, 1993). Efeito similar foi observado por Almeida et al. (2008) que verificaram temperaturas ótimas de 25,5°C e 27°C para o desenvolvimento do perfilho, combinados com o suprimento hídrico adequado. Segundo Camargo (1970), em condições de baixa temperatura, por ocasião do perfilhamento, deve-se plantar em profundidades rasas, para que a luminosidade contrabalance os efeitos da baixa temperatura. O estresse hídrico também pode causar redução na emissão de novos perfilhos, pois a falta de água cessa a divisão e o alongamento celular impedindo a diferen- ciação e o crescimento dos tecidos que darão origem as novas estruturas dos perfilhos. Durante o período de perfilhamento a cultura exige uma grande quantidade de água para que ocorra o seu pleno estádio de desen- volvimento vegetativo (Bezuidenhou et al., 2003). Ramesh e Mahadevaswany (2000), estudando o efeito da seca nas diferentes fases do ciclo da cana-de-açúcar, cons- tataram que os cultivares que perfilham menos, além de apresentarem menores porcentagens de mortalidade dos perfilhos, tinham perfilhos com maior estatura, diâmetro de colmo e maior massa seca, indicando uma correlação positiva com os cultivares mais produtivos. O perfilhamento começa a partir de cerca de 40 dias após o plantio e pode atingir pico em cerca de 3-5 meses sob condições favoráveis de chuva, como foi constatado em vários estudos (Oliveira et al., 2004; Silva et al., 2008; Almeida et al., 2008). De acordo a Silva et al. (2008), o aumento no perfilhamento pode ocorrer até seis meses de idade, e posterior redução de cerca de 50%, seguida de estabilização tanto em cana-planta quanto em cana-soca, a partir dos nove meses (Castro; Christofoleti, 2005). Com a estabilidade desse estádio, _projeto1.indb 13 13/10/10 10:21
  • 14. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 14 Fenologia da Cana-de-açúcar A eficiência de crescimento da cultura é determinada pela quantidade de radiação solar interceptada e sua conversão em matéria seca, sendo a eficiência de seu uso no processo de fotossíntese o principal motor da acumu- lação de biomassa (Sinclair et al., 2004; Heerden et al., 2010). Segundo Singels et al. (2005), o desenvolvimento do dossel é regulado essencialmente pela temperatura e radiação, podendo sofrer interferência no seu desenvolvi- mento pela cultivar, densidade de plantio (espaçamento), o estado hídrico e nutricional. A curva de crescimento da cana-de-açúcar em função do tempo apresenta como característica a forma sigmóide (Silva et al., 2005). Segundo Machado et al. (1891), esta pode ser divida em três fases: fase inicial, em que o crescimento é lento (até 200 dias após o plantio); fase de crescimento rápido (entre 200 a 400 dias após o plantio), onde 75% de toda matéria seca é acumulada, e fase final (entre 400 e 500 dias após o plantio) em que o crescimento é novamente lento, acumulando 11 % de toda fitomassa. A produção da cultura da cana-de- açúcar está diretamente relacionada ao desenvolvimento da área foliar, altura e quantidade de colmos por uni- dade de área. O aumento do índice de área foliar em cana-de-açúcar é rápido, ocorrendo durante três a cinco meses do seu cultivo (Inman-Bamber, 2004). Estudos mostram que a área foliar da cana-de-açúcar aumenta no período de grande crescimento da cultura, quando verificam-se os maiores índice de área foliar e números de folhas nesse período, ou seja, alta eficiência fotossintética (Sinclair et al., 2004; Silva et al., 2005; Oliveira et al., 2005), entretanto resultados mostraram que com o passar do tempo a capacidade fotossintética da cana-de-açúcar decresce, representada pela diminuição da área foliar (Silva et al., 2005; Oliveira et al., 2005). Os autores sugerem que a capacidade fotossintética diminui com o desenvolvimento da cultura, pois a planta está também mantendo outros órgãos, que não foliares, que deman- dam energia, e que são chamados de drenos, como os colmos, raízes e folhas velhas. A dependência da emissão de folhas em função da temperatura foi confirmada por vários estudo (Inman- Bamber, 1994; Sinclair et al., 2004). Os autores consta- taram que a temperatura mínima base necessária para o inicio do desenvolvimento foliar é 10,8°C. Quando a planta é submitida à temperaturas mais baixas resulta em restrição sobre a taxa de desenvolvimento da área foliar. A restrição hídrica também afeta diretamente o desen- volvimento foliar. Sabe-se que períodos de seca durante a safra, afeta negativamente o desenvolvimento do dossel pela desaceleração da produção de novos brotos Durante a fase adulta dos colmos no período final de maturação, uma nova fenofase pode ser registrada com o aparecimento de brotões (chupão), esses são brotos de- senvolvidos após a estabilização dos colmos principais na cultura, e cujo comportamento é similar ao de uma cana jovem (Carlin et al., 2008). Esses brotões diferenciam dos perfilhos do inicio do crescimento pois apresentam caules mais grossos e folhas mais largas e curtas do que os dos colmos principais (Bonnett et al., 2005). Dentre os fatores externos de estímulo ao aparecimen- to desses brotões destaca-se os elevados períodos de precipitações (Berding et al., 2005; Bonnett et al., 2005; Carlin et al., 2008) que elevam a umidade do solo. Em adição, o aumento da disponibilidade de nitrogênio no final do ciclo da cultura, eleva a incidência de luz e vento sobre as touceiras, que favorecem o tombamento das plantas adultas, favorecendo o aparecimento dos brotões (Berding et al., 2005). Ao serem colhidos juntamente com a cana madura, há uma tendência para diminuição da qualidade da matéria-prima, devido ao reduzido teor de sacarose e elevado teor de açúcares redutores nos mesmos (Berding et al., 2005). As folhas constituem-se os órgãos assimiladores da cana- de-açúcar, e surgem a partir do meristema apical de cada colmo, formada de lâmina e bainha. O número de folhas por colmo é pequeno em plantas jovens e aumenta à medida que o colmo cresce, atingindo um número má- ximo de 10 ou mais folhas por colmo, dependendo da variedade e condições de crescimento (Miller; Gilbert, 2009). O estádio de desenvolvimento das folhas ocorrem ao mesmo tempo que o perfilhamento e alongação do colmo, coincidindo com o período de maior desenvolvimento da cultura (Bezuidenhout et al., 2003). O crescimento das plantas depende da conversão da energia luminosa e energia química, cuja intensidade é proporcional à interceptação capturada da luz pelo dossel da cultura (Smit; Singels, 2006). Bezuidenhout et al. (2003) sugerem três fases fenológicas para a parte aérea da cana-de-açúcar em relação ao desenvolvimento do dossel e densidade do perfilho. Essas são: fase 1 de emergência da parte aérea primária que coincide com o período de desenvolvimento de perfilhos primários, os quais surgem a partir de gemas ou brotos subterrâneos; a fase 2 de emergência da parte aérea se- cundária, definida como a continuação do desenvolvimen- to de perfilhos primário e estabelecimento dos perfilhos secundários. E por último a fase 3 de senescência foliar que ocorre devido à competição por luz pelos perfilhos. _projeto1.indb 14 13/10/10 10:21
  • 15. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 15 Fenologia da Cana-de-açúcar param de crescer iniciando a produção de inflorescência, passa de vegetativo para reprodutivo (Miller; Gilbert, 2009). Embora essa seja uma característica desejável sob o ponto de vista do melhorista, trata-se de um fenômeno indesejável em áreas comerciais, uma vez que nos processos de formação e emissão da inflo- rescência ocorre elevado consumo de sacarose e redução do volume do caldo resultando no aumento do teor de fibras (Araldi et al., 2010). Diversos fatores contribuem para o florescimento de cana tais como: a pré-disponibilidade da variedade para florescer, idade mínima, fotoperíodo e intensidade de luz, temperatura, umidade e fertilidade do solo, estado nutricional da planta e altitude, sendo o fotoperíodo o fator crítico que determina o momento da indução (Araldi et al., 2010). A indução floral, as hibridações e produção de semen- tes de cana-de-açúcar ocorrem somente sob condições específicas de temperatura e fotoperíodo. Nas regiões tropicais, o florescimento ocorre naturalmente enquanto nas regiões sub-tropicais e temperadas, o fotoperíodo deve ser gerado por meio de câmaras de crescimento (Berding; Hurney, 2005). Aliado ao florescimento ocorre o processo de isoporização, mais conhecido como cho- chamento, processo que causa a desidratação do tecido e consequente perda no peso final; este processo ocorre de cima para baixo no colmo podendo variar conforme a variedade (Caputo et al., 2007). A cana-de-açúcar é considerada termossensível para a indução floral, sendo necessárias temperaturas ideais principalmente no período noturno. Dentro desse perí- odo fotoindutivo, a variação de temperatura é muito importante no intervalo noite-dia, em que quanto maior o número de dias com temperaturas mínimas acima de 18°C e temperaturas máximas abaixo de 31°C, melhor será a condição de florescimento e quanto menor for a amplitude de variação térmica, melhor a condição de indução ao florescimento. Se associado à temperatura houver bom suprimento de água nas plantas haverá boas condições para a indução do florescimento (Azevedo, 1981). Nos locais onde ocorre florescimento profuso, a tempera- tura mínima raramente fica abaixo de 18°C e a máxima nunca ultrapassa os 32 a 35°C (Levi, 1983). Em relação à latitude, Rodrigues (1995) relatam que em latitudes maiores, o florescimento é sazonal, ocorrendo, principal- mente, quando o fotoperíodo diminui, isto é, quando as plantas estão concluindo o período vegetativo. Segundo Clements e Awada (1965), o florescimento geralmente é mais profuso em latitudes de 5-15 graus, especificamente entre 7 e 8 graus. e folhas e pela acelerada senescência da parte aérea (Inman-Bamber, 2004). Smit e Singels (2006), estudando o desenvolvimento fe- nológico da cana-de-açúcar durante o estresse hídrico, verificaram o aumento da senescência foliar e redução da área foliar. Estes resultados estão de acordo com Machado et al. (2009) que também constataram uma acentuada senescência foliar e restrição ao surgimento de novas folhas no período de seca. Colaborando nesse entendimento, Robertson et al (1999) observaram que com a suspensão da irrigação ocorreu a queda linear da produção de folhas e perfilhos, pois ocorre redução na massa seca das folhas e diminuição da área foliar. Os fatores genéticos das plantas influenciam no cresci- mento da parte aérea da cana-de-açúcar, e dependendo do ciclo de maturação da variedade pode interferir no acúmulo de matéria seca. Variedades de maturação precoce acumulam sacarose antecipadamente, podendo produzir menos biomassa por área comparada a uma variedade tardia. Em relação ao manejo da adubação, os picos de absor- ção de nutrientes acontecem nesta fase, sendo que para a cana-planta a absorção da maioria dos elementos minerais ocorre dos nove meses em diante, enquanto para a cana-soca o pico de absorção processa-se na primeira metade do ciclo da cultura, ou seja, do zero aos seis me- ses de idade. Deve-se atender ao equilíbrio nutricional no período de grande crescimento, pois o excesso de componentes minerais como o caso do nitrogênio pode causar um crescimento excessivo da planta atrasando o período de maturação, prejudicando a qualidade da matéria-prima, pela diminuição do teor de sacarose dos colmos (Casagrande, 1991). 2.4. Emergência da inflorescência e florescimento A cana-de-açúcar forma uma panícula aberta tipo in- florescência, cuja forma, grau de ramificação e tamanho são altamente específicos de cada variedade. A inflo- rescência consiste de um eixo principal com ramificações primárias e secundárias. Presas as ramificações estão as espiguetas arranjadas em pares que contêm as flores individuais (Miller; Gilbert, 2009). As flores hermafroditas se apresentam numa inflorescência terminal tipo panícula, bem ramificada e com formato conoidal, o órgão mas- culino é constituído por três estames que sustentam uma antera cada um (Mozambani et al., 2006). O florescimento é uma característica genética da cana- de-açúcar existindo variedades floríferas e não floríferas. Ocorre quando a planta atinge uma maturação relativa de desenvolvimento, nesse momento os primórdios foliares _projeto1.indb 15 13/10/10 10:21
  • 16. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 16 Fenologia da Cana-de-açúcar quando se combinam altas doses de nitrogênio com a sus- pensão da irrigação, em período adequado. Em relação ao potássio, o comportamento no florescimento é variável em função da variedade utilizada. Doses altas de po- tássio aumentam o índice de florescimento em algumas variedades, mas diminuiu em outras (Araldi et al., 2010). 2.5. Maturação Os colmos que sobrevivem à forte competição da fase de perfilhamento intenso continuam seus processos de crescimento e desenvolvimento, acumulando cada vez mais sacarose em seus entrenós, à medida que estes vão amadurecendo (Inman-Bamber et al., 2009). O colmo é considerado o fruto agrícola da cana-de-açúcar, constitui- se num reservatório, órgão de armazenamento dos foto- assimilados (sacarose) (Rodrigues, 1995; Inman-Bamber, 2004), apresenta uma estrutura cilindrica, é ereto, fibroso e constituído de nós e entrenós; a altura varia de 1,0 a 5,0m e o diâmetro pode variar desde menos de 1,0 cm até 5,0 cm (Miller; Gilbert, 2009). Uma sucessão de entrenós em diferentes estádios fisio- lógicos compõe o colmo, isto é, entrenós maduros, em maturação e imaturos. Os entrenós imaturos, localizados na região do colmo com folhas verdes, são fibrosos, com alta concentração de hexose e baixa concentração de sacarose (Inman-Bamber, 2004). À medida que estes entrenós se desenvolvem sua taxa de crescimento dimi- nui progressivamente, até ser nula, quando os entrenós amadurecem (Heerden et al., 2010). Ocorre nessa fase a perda de umidade do colmo que é equilibrado por ganho de sacarose e de fibras, o ama- durecimento prossegue da parte inferior para a parte superior, portanto, a inferior contém mais açúcares do que na parte superior (Lisson et al., 2005). As cultivares modernas de cana-de-açúcar, sob condições ideais, são capazes de armazenar sacarose nos tecidos do parên- quima do caule até 62% do peso seco ou 25% do peso fresco (Moore, 2005). A cana-de-açúcar em função do seu ciclo perene sofre influência das variações climáticas durante todo ano. Para atingir alta produção de sacarose a planta precisa de temperatura e umidade adequadas para permitir o má- ximo crescimento na fase vegetativa, seguida de restrição hídrica ou térmica para favorecer o acúmulo da sacarose no colmo na época do corte (Inman-Bamber; Smith, 2005). Por ser uma planta do tipo C4, possui alta eficiência fo- tossintética a ponto luminoso elevado (Mccormick et al., 2008). Na realização da fotossíntese ocorre à produção de carboidratos que será usado primeiramente no de- A panícula, também chamada de bandeira ou flecha da cana-de-açúcar, é sensível a diferentes fotoperíodos desde o período de indução até o inicio do alongamento, sendo que o estádio inicial de diferenciação do meristema vegetativo em reprodutivo exige comprimento de dia in- termediário e o estádio mais avançado da formação da panícula e da inflorescência necessita que o comprimento do dia seja curto (Mozambani et al., 2006). A condição básica para florescer é que o fotoperíodo indutivo ocorre quando a duração do dia decresce de 12,8 para 12,3 horas de luz. O número de horas de luz/escuro que induz o florescimento em cana-de-açúcar difere de variedade para variedade (Clements; Awada, 1965). Em relação à umidade do solo, Rodrigues (1995) relata que a deficiência hídrica durante o ciclo indutivo, atrasa e reduz o florescimento. Logo, uma técnica aplicada em locais onde há irrigação, é suspender a irrigação (du- rante os três meses anteriores à indução floral) a fim de se provocar enorme tensão ou estresse hídrico na planta, evitando o florescimento. Esta técnica pode apresentar alguns problemas, como a cana-de-açúcar, mesmo em déficit hídrico, pode florescer ou florescer mais tarde ou, ainda, não se recuperar devido ao estresse proporcio- nado pela seca. No processo de florescimento da cana-de-açúcar, as células meristemáticas apicais passam por estímulos de diferenciação deixando de produzir folhas e colmos para formar a inflorescência. É importante detectar o momento desta diferenciação para que se faça o ma- nejo adequado através de aplicações de reguladores vegetais e inibidores do florescimento. Caputo et al. (2007) avaliaram a eficácia de etefon e sulfometuron- metil na maturação, no florescimento, na isoporização e na produtividade de sete genótipos de cana-de-açúcar. Identificaram respostas diferenciadas dos genótipos em relação aos maturadores, no sentido que, entre aqueles que floresceram e isoporizaram, apenas houve controle total desses fatores no SP80-1842, enquanto no IAC87- 3396 houve controle total do florescimento e parcial da isoporização, com maior eficiência para o sulfometuron- metil. Por outro lado, houve controle parcial e semelhante do florescimento pelos dois produtos no genótipo IAC89- 3124, porém a isoporização foi mais bem controlada pelo etefon. A nutrição das plantas pode afetar a emissão das inflo- rescências, principalmente em relação ao nitrogênio. De acordo com Araldi et al. (2010), altas doses de nitrogê- nio alteram a relação carbono/nitrogênio, diminuindo o florescimento, assim como os demais minerais também têm relações com o florescimento na cana-de-açúcar. Alexander (1973) observou que há menor florescimento _projeto1.indb 16 13/10/10 10:21
  • 17. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 17 Fenologia da Cana-de-açúcar Os nutrientes minerais influenciam a ma- turação da cana-de-açúcar de acordo com a época em que estão disponíveis às plantas. O excesso de nitrogênio principalmente em cobertura estimula o crescimento ve- getativo da planta retardando o processo de maturação. A aplicação de vinhaça pode interferir no processo de acúmulo de sacarose, por ser composta de água, matéria orgânica, nitrogênio e, principalmente, potássio. Atualmente a utilização de maturadores químicos, defini- dos como reguladores vegetais, destaca-se como sendo uma ferramenta importante, visando o manejo da colhei- ta, antecipação da maturação de certas variedades e promove melhorias na qualidade da matéria-prima (Leite, 2005; Leite et al., 2009; Silva et al., 2010b). Caputo et al., (2008) trabalharam com reguladores vegetais em resposta a genótipos de cana-de-açúcar buscando a indução da maturação, concluíram que o emprego dos maturadores antecipou a colheita de cana-de-açúcar em pelo menos 21 dias, em relação à testemunha. 3. Considerações finais A cada ciclo de desenvolvimento a cultura da cana-de- açúcar é submetida a diferentes condições ambientais. O ambiente em que a cultura está instalada promove diferentes respostas nas plantas dependendo do seu estádio fenológico. Pode-se constatar neste estudo a nítida influência dos fatores ambientais nos diferentes estádios da cultura, como a restrição hídrica que pode causar limitação no comprimento dos entrenós do colmo, a temperatura que é o fator de maior importância para o acúmulo de sacarose na maturação e na fase inicial de brotação, e que a radiação solar tem fator de im- portância no processo de fotossíntese na folha e a baixa luminosidade reduz drasticamente a emissão de novos perfilhos. Assim, estudos desta natureza, são fundamentais para compreender os processos do potencial fotossintéti- co e de produção de biomassa na cana-de-açúcar e suas relações com o ambiente em que estão se desenvolvendo, permitindo a ampliação dos conhecimentos sobre sua adaptabilidade às condições de cultivo. 4. Referências bibliográficas ALMEIDA, A.C.S.; SOUZA, J.L.; TEODORO, I.; BARBOSA, G.V.S.B.; MOURA FILHO, G.; FERREIRA JÚNIOR, R.A.F. Desenvolvimento vegetativo e produção de variedades de cana-de-açucar em relação a disponibilidade hídrica e unidades térmicas. Ciência e Agrotecnologia, v.32, n.5, p.1441-1448, 2008. senvolver folhas e raízes, em seguida os carboidratos são cada vez mais divididos entre matéria seca estrutural e acúmulo na forma de açúcares no colmo. Portanto, quanto maior for a saturação luminosa, mais fotossíntese será realizada contribuindo assim para o aumento na taxa de sacarose acumulada durante a maturação dos entrenós, refletindo diretamente em ganho econômico da cultura (McCormick et al., 2008; Moore, 2005). De acordo com Inman-Bamber (2009), as taxas fotossin- téticas das folhas jovens e maduras não podem explicar as diferenças no armazenamento de sacarose. Isso pode ser explicado pelas diferenças na fotossíntese em nível de planta inteira ou pelas diferenças que ocorrem dentro do colmo ou no sistema de transporte entre a fonte de fotoassimilados nas folhas e da deposição dos fotoassi- milados dentro do colmo (Moore, 2005). A temperatura é talvez o fator mais efetivo para expli- car o acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar. O tempo frio retarda o desenvolvimento do colmo e melhora o teor de sacarose (Yamori et al., 2005). De acordo com Alexander (1973), o processo de maturidade fisiológica depende da redução da temperatura do ar, diminuindo a taxa de desenvolvimento vegetativo, sem, no entanto, significativamente afetar o processo de fotossíntese, de modo que uma maior quantidade de produtos fotossin- tetizados transformados em açúcares estará disponível para o armazenamento nos tecidos da planta. Em estudos realizados sobre a influência da baixa temperatura na maturação por Uehara et al. (2009) foi verificado que quando a cana-de-açúcar foi aclimatada em temperaturas baixas de 15,3ºC no periodo da noite e 26,6ºC durante o dia, essas temperaturas induziram baixas taxas fotossintéticas durante o dia, e as taxas de respiração foram maiores durante a noite quando com- paradas com o controle. Os autores constataram também que a temperatura baixa diminuiu tanto o comprimento de caule e matéria fresca, mas aumentou a concentra- ção de sacarose, apesar da supressão do crescimento do caule. Portanto, sugerem que desde o crescimento do caule é suprimido, o caminho da síntese da sacarose é ativado por uma temperatura baixa se de dia ou de noite, assim mais fotoassimilados são direcionado para a produção de sacarose. Quando as condições ambientais começam a ficar desfavoráveis ao desenvolvimento vegetativo da cana- de-açúcar, isto é baixas temperaturas e baixa umidade do solo, a planta começa a intensificar nesse período o acúmulo de sacarose, que geralmente ocorre de 11 a 20 meses após o plantio, conforme a época da instalação do canavial e variedade utilizada (Câmara, 1993). _projeto1.indb 17 13/10/10 10:22
  • 18. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 18 Fenologia da Cana-de-açúcar CARLIN, S.D.; SILVA, M.A.; ROSSETTO, R. Parâmetros biométricos e produtividade da cana-de-açúcar após tombamento dos colmos. Bragantia, v.67, n.4, p.845- 853, 2008. CASAGRANDE, A.A. Tópicos de morfologia e fisiologia da cana-de-açúcar. Jaboticabal: Funep, 1991. 157p. CASTRO, P.R.C.; CHRISTOFFOLETI, P.J. Fisiologia da cana-de-açúcar. In: MENDONÇA, A.F. Cigarrinhas da cana-de-açúcar: Controle biológico. 1.ed. Maceió: In- secta, 2005. p.3-48. CAPUTO, M.M.; SILVA, M.A.; GOMES, E.G.F.B.; CASTRO, G.J.G. Acúmulo de sacarose, produtividade e floresci- mento de cana-de-açúcar sob reguladores vegetais, Interciencia, v.32, n.12, 2007. CAPUTO, M.M.; GOMES, E.G.F.B.; SILVA, M.A.; PIEDADE, S.M.S. Resposta de genótipos de cana-de-açúcar à aplicação de indutores de maturação. Bragantia, v.67, n.1, p.15-23, 2008. CESNIK, R.; MIOCQUE, J. Melhoramento da cana-de- açúcar. Brasília: Embrapa, 2004. 307p. CLEMENTS, H.F.; AWADA, M. Experiments on the artificial induction of flowering in sugarcane. In: International So- ciety of Sugar Cane Technologists Congress, 12., San Juan. Proceedings…San Juan: ISSCT, 1965. p.795-812. DILLEWIJN, C. Van. Botany of sugarcane. Walthham: Chonica Botanica, 1952. 371p. DOOREMBOS, J.; KASSAM, A.H. Yield response to wa- ter. Rome: FAO, 1979. 193p. Irrigation and Drainage Paper 33. GALVANI, E.; BARBIERI, V.; PEREIRA, A.B.; VILLA NOVA, N.A. Efeitos de diferentes espaçamentos entre sulcos na produtividade agrícola da cana-de-açúcar (Saccharum spp.). Scientia Agricola, Piracicaba, v.54, n.1/2, p.62- 68, 1997. GASCHO, G.J.; SHIH, S.F. Sugarcane. In: TEARE, I.D.; PEET, M.M. (Ed.). Crop-water relations. New York: Wiley- Interscience, 1983. p.445-479. GUPTA, V.; RAGHUVANSHI, S.; GUPTA, A.; SAINI, N.; GAUR, A.; KHAN, M.N.; GUPTA, R.S.; SINGH, J.; DUTTA- MAJUMDER, S.K.; SUMAN, A.; KHURANA, J.P.; KAPUR, R.; TYAGI, A.K. The water-deficit stress- and red-rot-related genes in sugarcane. Functional Integrative Genomics, v.10, n.2, p.207-214, 2010. ALEXANDER, A.G. Sugarcane physiology. A comprehen- sive study of the Saccharum source-to-sink system. Amsterdam: Elsevier, 1973. 725p. AZEVEDO, H.J. Fisiologia da cana-de-açúcar. Araras: Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de- açúcar, 1981. 108p. (Apostila). ARALDI, R.; SILVA, F.M.L.; ONO, E.O.; RODRIGUES, J.D. Florescimento em cana-de-açúcar. Ciência Rural, v.40, n.3, 2010. BACCHI, O.O.S. Ecofisiologia da cana-de-açúcar. Pira- cicaba, IAA/Planalsucar, 1985. 20p. BARBIERI, V. Medidas e estimativas de consumo hídrico em cana de açúcar (Saccharum spp.). Piracicaba: ESALQ/ USP 1981. 142p. Dissertação (Mestrado) BERDING, N.; HURNEY, A.P. Flowering and lodging, physiological-based trats affecting cane and sugar yield what do we know of their control mechanisms and how do we mange them. Field Crops Research, v.92, p.261- 275, 2005. BERDING, N.; HURNEY, A.P.; SALTER, B.; BONNETT, G.D. Agronomic impact of sucker development in sugarcane under different environmental conditions. Field Crops Research, v.92, n.1, p.203-217, 2005. BONNETT, G.D.; SALTER, B.; BERDING, N.; HURNEY, A.P. Environmental stimuli promoting sucker initiation in sugar- cane. Field Crops Research, v.92, n.1, p.219-230, 2005. BEZUIDENHOUT, C.N.; OLEARY, G.J.; SINGELS, A.; BAJIC, V.B. A process-based model to simulate changes in tiller density and light interception of sugarcane, Crops and Agricultural Systems, v.76, p.589-599, 2003. CÂMARA, G.M.S. Ecofisiologia da cultura da cana-de- açúcar. In: CÂMARA, G. M. S., OLIVEIRA, E. A. M. (Eds.). Produção da cana-de-açucar. Piracicaba: FEALQ, 1993, p.31-64. CAMARGO, P.N. Fisiologia da cana-de-açúcar. ESALQ, Departamento de Agricultura e Horticultura, Piracicaba, 1970. 38p. CAIEIRO, J.T.; PANOBIANCO, M.; BESPALHOK FILHO, J.C.; OHLSON, O.C. Physical purity and germination of sugarcane seeds (Caryopses) (Saccharum spp.). Revista Brasileira de Sementes, v.32, n.2, p. 140-145, 2010. _projeto1.indb 18 13/10/10 10:22
  • 19. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 19 Fenologia da Cana-de-açúcar development in sugarcane, including sub optimum and supra-optimum tempera- ture regimes. Agricultural and Forest Meteorology, v.90, p.119-139, 1998. LUCCHESI, A.A. Cana-de-açucar. In. Castro. P. R. C. Kluge R. A. (Ed). Ecofisiologia de culturas extrativas: Cana- de-açúcar, Seringueira, Coqueira, Dendezeiro e Oliva. Cosmópolis: Stoller do Brasil, 2000. p. 13-46. MACHADO, J.R. Efeito da pré-fertilização nitrogenada na brotação e no desenvolvimento inicial da muda de cana-de-açúcar (Saccharum spp.). Piracicaba, ESALQ- USP, 1976. 117p. (Dissertação de Mestrado). MACHADO, E. C. Um modelo matemático-fisiológico para simular o acúmulo de matéria seca na cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp.). Campinas: UNICAMP, 1981. 115p. (Mestrado - Instituto de Biologia). MACHADO, R.S.; RIBEIRO, V.; MARCHIORI, P.E.R.; MACHA- DO D.F.S.P.; MACHADO, E.C.; LANDELL, M.G.A. Respostas biométricas e fisiológicas ao deficit hídrico em cana-de- açúcar em diferentes fases fenológicas. Pesquisa Agro- pecuária Brasileira, v.44, n.12, p.1575-1582, 2009. MCCORMICK A.J.; CRAMER M.D.; WATT D.A. Culm sucrose accumulation promotes physiological decline of mature leaves in ripening sugarcane. Field Crops Research, v.108, p. 250-258, 2008. MILLER, J.D.; GILBERT, R.A. Sugarcane Botany: A Brief View. University of Florida IFAS extension. http://edis. ifas.ufl.edu/SC034. 2009. MOORE, P.H. Integration of sucrose accumulation pro- cesses across hierarchical scales: towards developing an understanding of the genetic-crop continuum. Field Crops Research, v.92, p.119-135, 2005. MOZAMBANI, A.E.; PINTO, A.S.; SEGATO, S.V.; MATTIUZ, C.F.M. História e morfologia da cana-de-açúcar. In: SEGATO, S.V.; PINTO, A.S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.C.M. Atualização em produção de cana-de-açúcar. 1.ed. Piracicaba: Livroceres, 2006. p.11-18. OLIVEIRA, R.A.; DAROS, E.; ZAMBON, J.L.C.; WEBER, H.; IDO, O.T.; ZUFELLATO-RIBAS, K.C.; KOEHLER, H.S.; SILVA, D.K.T. Crescimento e desenvolvimento de três cultivares de cana-de-açúcar, em cana-planta, no estado do Paraná. Scientia Agraria, v.5, n.1/2, p.87-94, 2004. OLIVEIRA, R.A.; DAROS, E.; ZAMBON, J.L.C.; WEBER, H.; IDO, O.T.; ZUFELLATO-RIBAS, K.C.; KOEHLER, H.S.; SILVA, D.K.T. Crescimento e desenvolvimento de três cultivares HEERDEN, P.D.R.Van; DONALDSON, R.A.; WATT, D.A.; SIN- GELS, A. Biomass accumulation in sugarcane: unravelling the factors underpinning reduced growth phenomena. Journal of Experimental Botany, v.61, n.11, p.2877- 2887, 2010. INMAN-BAMBER, N.G. Temperature and seasonal effects on canopy development and light interception of sugar- cane. Field Crops Research, v.36, p.41-51, 1994. INMAN-BAMBER, N.G. Sugarcane water stress criteria for irrigation and drying off. Field Crops Research, v. 89, p.107-122, 2004. INMAN-BAMBER, N.G.; SMITH, D.M. Water relations in sugarcane and response to water deficits. Field Crops Research, v.92, p.185-202, 2005. INMAN-BAMBER, N.G.; BONNETT, G.D.; SPILLMAN, M.F.; HEWITT, M.L.; JINGSHENG X. Source–sink differences in genotypes and water regimes influencing sucrose accumu- lation in sugarcane stalks. Crop & Pasture Science, v.60, n.4, p.316-327, 2009. LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Carlos: Rima artes, 2004. 531p. LEE, T.S.G. Efeito do plantio de cana inteira na germi- nação, no desenvolvimento e na produção da cana-de- açúcar. Cadernos Planalsucar, v.3, n.1, p.13-18, 1984. LEITE, G.H.P. Maturação induzida, alterações fisiológi- cas, produtividade e qualidade tecnológica da cana- de-açúcar (Saccharum officinarum L.). Botucatu: FCA/ UNESP, 2005. 141p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) LEITE, G.H.P.; CRUSCIOL, C.A.C.; SILVA, M.A.; FILHO, W.G.V. Maturadores e qualidade tecnológica da cana- de-açúcar variedade RB855453 em início de safra. Bragantia, v.68, n.3, p.781-787, 2009. LEVI, C.A. Froracion de cana de azucar, determinacion de requerimentos indutivos. Revista Industrial de Tucuman, v.60, n.1, p.1-15, 1983. LISSON, S. N.; INMAN-BAMBER, N. G.; ROBERTSON, M. J.; KEATING, B. A. The historical and future contribution of crop physiology and modeling research to sugarcane production systems. Field Crops Research, v.92, p.321- 335, 2005. LIU, D. L.; KINGSTON, G.; BULL, T.A. A new technique for determining the thermal parameters of phonological _projeto1.indb 19 13/10/10 10:22
  • 20. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 20 Fenologia da Cana-de-açúcar SILVA, M.A.; CARLIN, S.D.; PERECIN, D. Fatores que afetam a brotação inicial da cana-de-açúcar. Revista Ceres, v.51, n.296, p.457-466, 2004. SILVA, M.A; JERONIMO, E.M.; LÚCIO, A.D. Perfilhamento e produtividade de cana-de-açúcar com diferentes alturas de corte e épocas de colheita. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, n.8, p.979-986, 2008. SILVA, M.A.; CATO, S.C.; COSTA, A.G.F. Produtividade e qualidade tecnológica da soqueira de cana-de-açúcar submetida à aplicação de biorregulador e fertilizantes líquidos. Ciência Rural, v.40, n.4, p.774-780, 2010a. SILVA, M.A.; GAVA, G.J.C.; CAPUTO, M.M.; SORRILA, P.F.; BASSETTO, S.C. Produtividade de colmos e sacarose em cana-de-açúcar em função de interação entre cultivares e maturadores. Scientia Agraria, v.11, n.4, p.323-329, 2010b. SEGATO, S.V.; MATTIUZ, C.F.M.; MOZAMBANI, A.E. As- pectos fenológicos da cana-de-açúcar. In: SEGATO, S.V.; PINTO, A.S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.C.M. Atualiza- ção em produção de cana-de-açúcar. 1.ed. Piracicaba: Livroceres, 2006. p. 19-36. SOARES, R.A.B.; OLIVEIRA, P.F.M.; CARDOSO, H.R.; VAS- CONCELOS, A.C.M.; LANDELL, M.G.A.; ROSENFELD, J. Efeito da irrigação sobre o desenvolvimento e a produti- vidade de duas variedades de cana-de-açúcar colhidas em início de safra. STAB Açúcar, Álcool e Subprodutos, v.22, n.4, p.38-41, 2004. TAVARES, A.C.S. Sensibilidade da cana-de-açucar (Sac- charum spp.) ao execesso de água no solo. Piracicaba: ESALQ/USP, 2009, 220p. Tese (Doutorado) TERAUCHI, T.; NAKAGAWA, H.; MATSUOKA, M.; NAKA- NO, H. Comparison of the early growth between sugar- cane and sweet sorghum. Japanese Journal of Crop Science, v.68 n.3, p. 414-418, 1999. TERAUCHI, T.; MATSUOKA, M. Ideal characteristics for the early growth of sugarcane. Japanese Journal of Crop Science, v.69, n.3, p.286-292, 2000. UEHARA, N.; SASAKI, N.; AOKI, N.; OHSUG, R. Effects of the temperature lowered in the daytime and night-time on sugar accumulation in sugarcane. Plant Production Science, v.12, n.4, 420-427, 2009. WACLAWOVSKY, A.J.; SATO, P.M.; LEMBKE, C.G.; MO- ORE, P.H.; SOUZA, G.M. Sugarcane for bioenergy pro- duction: an assessment of yield and regulation of sucrose content. Plant Biotechnology Journal, v.8, n.1-14, 2010. de cana-de-açúcar, em cana-planta, no estado do Pa- raná: taxas de crescimento. Scientia Agraria, v.6, n.1/2, p.85-89, 2005. PINCELLI, R.P.; SILVA, M.A.; SORRILLA, P.F.; RHEIN, A.F.L.; BASSETTO, S.C.; ARANTES, M.T. Brotação de cultivares de cana-de-açúcar sob baixa temperatura. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 61., 2010, Manaus. Resu- mos….Manaus: Studio M Design, 2010. RAMESH, P.; MAHADEVASWAMY, M. Effect of formative phase drought on different classes of shoots, shoot morta- lity, cane attributes, yield and quality of four sugarcane cultivars. Journal of Agronomy and Crop Science, v.185, n.4, p.249-258, 2000. ROBERTSON, M.J.; INMAN-BAMBER, N.G.; MUCHOWA, R.C.; WOOD, A.W. Physiology and productivity of su- garcane with early and mid-season water. Field Crops Research, v.64, p.211-227, 1999. RODRIGUES, J. D. Fisiologia da cana-de-açúcar. Botu- catu: Unesp, 1995. 75p. RUGAI, S.; ORLANDO FILHO, J. Cana-de-açúcar – pla- nejamento na formação de viveiros. Brasil Açucareiro, v.6, p.29-40, 1971. SANTOS, A.M.C. Emergência, perfilhamento e pro- dução de colmos de cana-de-açúcar (Saccharum sp.), em função das épocas de plantio no Estado de São Paulo. Piracicaba: ESALQ/USP, 1983. 154p. Dissertação (Mestrado). SINCLAIR, T.R.; GILBERT, R.A.; PERDOMO, R.E.; SHINE JR., J.M.; POWELL, G.; MONTES, G. Sugarcane leaf area development under field conditions in Florida, USA. Field Crops Research, v.88, p.171-178, 2004. SMIT, M.A.; SINGELS, A. The response of sugarcane ca- nopy development to water stress. Field Crops Research, v.98, p.91-97, 2006. SINGELS, A., SMIT, M.A.; REDSHAW, K.A.; DONALDSON, R.A. The effect of crop start date, crop class and cultivar on sugarcane canopy development and radiation inter- ception. Field Crops Research, v.92, p.249-260, 2005. SILVA, D.K.T.; DAROS, E.; ZAMBON, J.L.C.; WEBER, H.; TERUYO I.O.T.; ZUFFELLATO-RIBAS, K.C.; KOEHLER, H.S.; OLIVEIRA, R. Análise de crescimento em cultivares de cana–de–açúcar em cana–soca no noroeste do paraná na safra de 2002/2003. Scientia Agraria, v.6, n.1/2, p.47-53, 2005. _projeto1.indb 20 13/10/10 10:22
  • 21. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 21 Fenologia da Cana-de-açúcar dependencies of photosynthetic partial reactions. Plant Cell Environmental, v.28 p.536-547, 2005. YAMORI, W.; NOGUCHI, K.; TERASHIMA, I. Tempera- ture acclimation of photosynthesis in spinach leaves: analyses of photosynthetic components and temperature _projeto1.indb 21 13/10/10 10:22
  • 22. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 22 Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar no solo, somatória calórica e produtividade dos cortes anteriores, estratificadas por ambientes de produção. 2. Materiais e métodos O presente estudo foi realizado tomando como base os dados referentes à produção de todos os cortes das variedades de cana-de-açúcar RB845210, RB855035 e RB855113 (Tabela 1), cultivadas na região de Pira- cicaba, SP. Como fatores de manejo foram considerados os Am- bientes de produção (Prado, 2005). Assim, foram ob- tidos modelos matemáticos estratificados separando as características qualitativas e discretas e, dentro delas, foram analisadas as qualitativas e contínuas. Para efeito de análise, foram agrupados os ambientes de produção A e B (superior), C e D (médio), e E (inferior). Para cada variedade, buscou-se o maior número possível de repeti- ções de observações de produção sempre dentro de seus respectivos grupos de manejo de solos. Cada variedade, portanto, teve quantidade diferente de dados analisados como mostra a Tabela 2. Obtiveram-se dados climáticos decendiais referentes à temperatura e precipitação pluvial de todos os subperí- odos considerados juntamente com as datas de plantio e corte de todas as variedades do estudo, estas, por sua vez, balizaram os cálculos de somatória calórica e balanço hídrico de todos os subperíodos. Com base nos dados das datas de plantio, corte e tem- peraturas previamente levantadas foram calculadas as somatórias calóricas (graus-dia) (Vila Nova et al., 1972) referentes aos subperíodos entre o plantio e o primeiro corte e, entre todos os cortes de todas as variedades para as observações (repetições) dentro de seus grupos de manejo, segundo a fórmula abaixo: G.D.= Σ (Tmax +Tmin)/2 – Tb (1) onde: G.D. = graus dia no período considerado; 1. Introdução O desenvolvimento e a adoção de ferramentas de gestão da produção, que necessariamente utilizam modelos de previsão de produtividade, usados na criação de cená- rios para planejar e dimensionar a produção de uma unidade canavieira são fundamentais, uma vez que o manejo da cultura envolvendo a escolha e alocação de variedades é uma tarefa que envolve inúmeras variáveis e, conseqüentemente, várias soluções. Cabe, portanto, aos modelos, a obtenção de tais soluções, visando sempre a maximização dos lucros auferidos com a atividade (Scarpari; Beauclair, 2004). Os modelos que se encontram neste trabalho podem ser classificados de acordo com Sadler e Russel (1997) como modelos de previsão de colheita que visem simulação de planejamento via vislumbramento de possíveis cenários de produção. Ainda, de acordo com Baier (1973) são mo- delos empírico-estatísticos construídos a partir de séries históricas de dados agrometeorológicos e observações de dados de produtividade. Um modelo ideal seria aquele que fornecesse uma resposta quantificável tal como cres- cimento e produção da planta, baseada nos processos físicos e fenológicos das mesmas, utilizando para tanto o efeito de diversas variáveis agrometeorológicas e de manejo de forma conjunta. Tais modelos seriam uma evolução em relação aos aqui apresentados. Portanto, há necessidade irrefutável da utilização de modelos de previsão de safras, no entanto, estes, só funcionam adequadamente, se forem alimentados com dados e estimativas confiáveis (Scarpari et al., 2007). Uma primeira aproximação se faz necessária através da alimentação de modelos de avaliação das variáveis de produção que sejam significativas, com dados oriundos do campo, ou seja, de bancos de dados referentes aos rendimentos das variedades utilizadas comercialmente, face as possíveis interações entre planta, solo, clima e manejo. Desta maneira, este trabalho teve como objetivo, a construção de modelos matemáticos de previsão da pro- dutividade ao longo do ciclo utilizando três variedades de cana-de-açúcar cultivadas na região de Piracicaba, SP em função das variáveis armazenamento de água Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar Paulo Eduardo Argenton1 , Edgar Gomes Ferreira de Beauclair1 *, Maximiliano Salles Scarpari2 1 Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Dept. de Produção Vegetal, Avenida Pádua Dias, 11, CP 9, Bairro Agronomia, CEP 13.418-900, Piracicaba, São Paulo, Brasil. E-mail: egfbeauc@esalq.usp.br (*Autor correspondente) 2 Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica de Agronegócio de Cana, Caixa Postal 206, 14001-970 Ribeirão Preto (SP). E-mail: msscarpa@iac.sp.gov.br _projeto1.indb 22 13/10/10 10:22
  • 23. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 23 Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar Tabela 1. Características das variedades empregadas no estudo. Variedade RB845210 RB855035 RB855113 Brotação Cana Planta Boa Muito boa Muito boa Brotação Cana Soca – Colheita Manual Boa Boa Muito boa Brotação Cana Soca – Colheita Mecan. Boa Boa Muito boa Perf. Cana Planta Médio Médio Alto Perf. Cana Soca Médio Médio Alto Velocidade de Cresc. Regular Rápido Lento Porte Regular Médio Médio Hábito de Cresc. Ereto Ereto Ereto Fechamento Entrelinhas Bom Bom Bom Tombamento Eventual Raro Raro Produção Agrícola Alta Média Alta Maturação Precoce Precoce Média Teor de Açúcar Alto Alto Alto Teor de Fibra Médio Médio Baixo PUI Longo Curto Médio Floração Ausente Freqüente Raro Chochamento Ausente Médio Pouco Adaptabilidade Ampla Ampla Alta Estabilidade Regular Boa Boa Resitência a seca Média Média Média Herbicidas Tolerante Tolerante Sensível Época de Corte Mai-jun Abr.-maio Jul-ago Densidade do Colmo alta média alta Despalha Boa Regular Regular Ambiente de Produção Média restrição Sem restrição Média restrição Tabela 2. Número de observações analisadas por variedade, cortes e ambientes de produção. Variedade Número de observações por ambiente de produção Ambiente A + B Ambiente C + D Ambiente E RB85-5035 - 58 233 RB84-5210 21 88 190 RB85-5113 - 220 264 - variedade não cultivada no ambiente de produção correspondente. Tmax = temperatura máxima diária; Tmin = temperatura mínima diária; Tb = temperatura basal da cana-de-açúcar. Foram calculados os balanços hídricos decendiais da região de cultivo, via método de Thornthwait e Matter (1955), considerando diferentes capacidades de água disponível no solo - CAD de 100, 75 e 50 mm, de acordo com o grupo de manejo no qual as variedades foram cultivadas. Ou seja, foi utilizado CAD de 100 mm para os grupos A e B, CAD de 75 mm para os grupos C e D, e, final- mente, CAD de 50 mm para o grupo E. De posse desses dados obteve-se o armazenamento de água no solo compreendido entre o plantio e o primei- ro corte e entre todos os cortes das variedades e suas repetições dentro de seus ambientes de produção além dos dados finais de rendimento em toneladas de colmo por hectare - TCH para todas as repetições de todos os cortes e variedades em todos os ambientes de produção. _projeto1.indb 23 13/10/10 10:22
  • 24. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 24 Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar y = toneladas de cana por hectare do corte n; gd = graus dia do período considerado; bh = armazenamento de água no solo no período con- siderado; corte = produtividade do corte n-1; corte2 = produtividade do corte n-1 elevado ao qua- drado; ** = modelo significativo a menos de 1%. Os dois modelos calculados foram significativos e todas as variáveis independentes que compõem os mesmos apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se que a produtividade dos cortes anteriores foi um fator que afetou sobremaneira os resultados obtidos, sendo o armazenamento de água no solo um fator de influência positiva apenas nos ambientes C e D, possivelmente devi- do às melhores condições do solo por melhor capacidade de retenção de água (maior CAD) comparativamente ao ambiente E. 3.2. Variedade RB845210 Os modelos de previsão de produtividade para a va- riedade RB845210 encontram-se representados pelas eq. (5), (6) e (7). • Ambientes de produção A e B: y 0,5 = 390,35144– 0,04323gd – 15,48670corte (5) R2 = 0,7699** • Ambientes de produção C e D: y 0,5 = 360,89887 – 33,19894corte + 2,85392 corte2 (6) R2 = 0,4487** • Ambiente de produção E: y 0,5 = 363,45616– 43,67745 corte + 4,05331 corte2 (7) R2 = 0,4505** Os três modelos calculados foram significativos, e todas as variáveis independentes que compõem os mesmos apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se nos modelos que a variável corte novamente explicou Construíram-se modelos matemáticos de previsão de produtividade via regressão linear múltipla por método “Stepwise” com auxílio do Software “Statistical Analisys System” – SAS, versão 6.11 (SAS INSTITUTE, 1989), referentes à interação das variáveis graus dia - GD, armazenamento de água no solo - BH e produtividade dos cortes anteriores, segundo a equação abaixo: y j, k, l = a + jbh + kgd + lcorte + mcorte2 (2) onde: y = produção de cana-de-açúcar (em toneladas por hectare); a = intercepto (corte 1); bh = armazenamento de água no solo; gd = graus dia; corte = corte da cana-de-açúcar; corte2 = corte da cana-de-açúcar elevado ao quadrado; j, k, l, m = coeficientes calculados. 3. Resultados e discussão Segue abaixo os modelos de previsão de produtividade das três variedades de cana-de-açúcar obtidos neste trabalho. Vale lembrar que tais modelos, de acordo com USDA (1978) encontram-se no primeiro estágio da mode- lagem, ou seja, estão com nível de precisão aproximado e não testado, assim, ainda há espaço para evolução para um segundo nível, ou seja, de validação e predição. 3.1. Variedade RB855035 Os modelos de previsão de produtividade para a va- riedade RB855035 encontram-se representados pelas eq. (3) e (4). • Ambientes de produção C e D: y 0,5 = 196,590 + 0,05658bh – 5,49947corte R2 = 0,1592 (3) • Ambiente de produção E: y 0,5 = 453,60234 – 0,01058gd– 89,57240corte + 10,47776 corte2 R2 = 0,5595** (4) onde: _projeto1.indb 24 13/10/10 10:22
  • 25. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 25 Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar efeito sobre a produtividade e precisam ser modelados. Apesar do agrupamento das áreas produtivas em ambientes de produção, há ainda, outros fatores de manejo, que não foram contemplados nessa pesquisa, portanto, são causas de variações não explicadas pelos modelos desenvolvidos neste trabalho, como por exemplo, a utilização de irrigação com vinhaça, a compactação causada pelo maquinário agrícola, a época da colheita (se úmida ou seca), o tipo de colheita (se manual ou me- cânica), o uso de fogo para despalha, a presença e o controle de plantas daninhas, a ocorrência e o controle de pragas de solo, fertilidade do solo, bem como adubação e correção do solo, a quantidade de palha presente após a colheita, a relação entre diâmetro dos colmos e brotação e o perfilhamento. Portanto, são grandes áreas de oportunidade que poderão e deverão ser abordadas em outros estudos dessa natureza. Santos (1981) estudou os principais fatores que causam flutuações na produtividade da cana-de-açúcar e ob- servou que existe uma correlação positiva entre dispo- nibilidade hídrica e produtividade, sendo que o efeito positivo dos anos úmidos foi de 56% e o coeficiente de determinação foi de 0,8315, ou seja, 0,8315 das causas de variação foram explicadas pela água, da mesma maneira, Álvares (1975) também encontrou correlação entre produtividade e precipitação pluvial, sendo que 51% das causas de variação foram explicadas exclusi- vamente pela chuva. Beauclair (1991, 1994) encontrou relações entre a produtividade da cana e alguns atributos químicos do solo, adubação e nutrição das plantas. Tra- balhos realizados pelo PLANALSUCAR (1986) mostram o efeito inegável da temperatura no aumento do número de internódios, no diâmetro e comprimento dos colmos. Pode-se concluir que a disponibilidade hídrica e a tem- peratura (somatória calórica) influenciam positivamente na produção da cana-de-açúcar, no entanto, há outros componentes da produção, que se mal manejados podem interferir negativamente na produção final, no entanto, se estes estiverem adequados contribuem em larga escala para o aumento da produção, assim, os mesmos devem ser incorporados aos modelos, para que o maior número possível de causas de variação seja explicado. De maneira geral, os estudos envolvendo predição da produtividade da cana-de-açúcar, não consideram as variáveis clima, solo, manejo, variedades e produtividade dos cortes anteriores de forma conjunta, como foi abor- dado neste trabalho, mas sim as analisam isoladamente, isso logicamente, obtém-se constantemente modelos com elevados coeficientes de determinação e com alta correlação entre as variáveis estudadas que geralmente são poucas, a exemplo dos resultados obtidos por Santos grande parte das causas de variação da produtividade da cana-de-açúcar. 3.3 Variedade RB855113 Os modelos de previsão de produtividade para a va- riedade RB855113 encontram-se representados pelas eq. (8) e (9). • Ambientes de produção C e D: y 0,5 = 366,70163 – 0,00628bh - 33,59112corte + 2,86554 corte2 (8) R2 = 0,2608** • Ambiente de produção E: y 0,5 = 384,58735– 0,00689gd - 43,78228 corte + 3,61876 corte2 (9) R2 = 0,5488** Os dois modelos calculados foram significativos e todas as variáveis independentes que compõem os mesmos, apresentaram significância a menos de 15%. Nota-se nos modelos, que a variável corte novamente explicou grande parte das causas de variação da produtividade da cana-de-açúcar. Os cortes, por vezes, apresentaram maior importância na explicação das causas da variação de produtividade da cana do que as variáveis edafoclimáticas, isso pode ser explicado pela grande heterogeneidade das condições de cultivo e pelos fatores externos. Beauclair (1994), em seu trabalho, também detectou que o número de cortes tem um grande efeito depressivo sobre a produtividade agrícola da cana-de-açúcar, sendo responsável por uma redução média de 26 toneladas para cada corte, assim, somente este efeito explica quase a metade da variação da produtividade (r2 = 0,499) de todos os dados por ele utilizados, desta maneira, as informações obtidas neste trabalho de pesquisa corroboram as obtidas pelo autor acima citado. A grande importância de se obter coeficientes de de- terminação estatisticamente significativos, é que, inde- pendentemente de seus valores ou ordem de grandeza, as variáveis independentes têm influência comprovada sobre a variável dependente. Mesmo que os valores não sejam altos as variáveis estudadas têm efeito real sobre a produtividade da cana-de-açúcar. Por outro lado, nos casos em que os coeficientes de determinação são baixos, há uma nítida indicação de que há outras variáveis não incluídas na modelagem que também têm _projeto1.indb 25 13/10/10 10:22
  • 26. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 26 Modelagem de variáveis climáticas, edáficas e de manejo para a predição de produtividade em cana-de-açúcar PLANALSUCAR-PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMEN- TO DA CANA DE AÇÚCAR. Cultura da cana-de-açúcar: manual de orientação. Piracicaba: IAA, Coordenadoria Regional Sul, 1986. 56 p. PRADO, H. Ambientes de produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil. Piracicaba: Potafós. Informações Agronômicas, v.110, p.13-17, 2005. SAS INSTITUTE. SAS language and procedures: usage; version 6. Cary, 1989. 638 p. SADLER, E.J.; RUSSELL, G. Modeling crop yield for specific site management. In: USA. The site specific management for agricultural systems. Madison: ASA; CSSA; SSSA, 1997. p.69-79. SANTOS, M.J.Z. Influências climáticas associadas às pedológicas e econômicas na produção de cana-de- açúcar nos núcleos canavieiros do Estado de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/USP, 1981. 411p. Tese (Doutorado em Geografia). SCARPARI, M.S.; BEAUCLAIR, E.G.F. de Sugarcane maturity estimation through edaphic-climatic parameters. Scientia Agricola, v.61, n.5, p.486-491, 2004. SCARPARI, M.S.; LANDELL, M.G.A.; BEAUCLAIR, E.G.F. Optimised agricultural planning of sugarcane using linear programming. In: XXVI CONGRESS OF INTERNATIONAL SOCIETY OF SUGAR CANE TECHNOLOGISTS, 2007, Durban. 2007. p.185-189. USDA. United States Department of Agriculture. Technical manual 520: Modeling. Washington, 1978. p. 1- 11. VILLA NOVA, N.A.; PEDRO JÚNIOR, M.J.; PEREIRA, A.R.; OMETTO, J.C. Estimativa de graus-dia acumulados acima de qualquer temperatura base, em função das tempera- turas máxima e mínima. Caderno de Ciência da Terra, v.30, n.2, p.1-8, 1972. (1981) e Álvares (1975) resultados estes que podem não ser adequados para predizer a produtividade de uma situação real de campo, onde há inúmeras variáveis que influenciam no resultado final. 4. Conclusões 1. As análises foram feitas com dados oriundos de di- versas condições edafoclimáticas, ou seja, tiveram uma boa variabilidade espacial, fato que confere robustez e credibilidade aos modelos; 2. Os dados, na grande maioria dos casos, tiveram bons ajustes aos modelos, fato comprovado pelos bons R2 encontrados para condições de produção comercial no campo e pela boa significância em todos os modelos, no entanto, os modelos não conseguiram explicar a totali- dade das causas de variação da produtividade; 3. A produtividade dos cortes anteriores explica grande parte das causas de variação dos dados nos modelos encontrados, e, reduz, nos modelos, a influência de fatores como o armazenamento de água no solo e somatória calórica. 5. Referências ALVAREZ, F.G. Cana-de-acúcar. Caracas: Fundo Nacional de Investigaciones Agropecuárias, 1975. 667 p. BAIER, W. Crop-weather analysis model. 1. Summary. International Journal of Biometeorology, Leiden, v. 20, n. 2, p. 313-20, 1973. BEAUCLAIR, E.G.F. Produtividade da cana-de-açúcar em função de alguns macronutrientes presentes no caldo e no solo. Piracicaba: ESALQ/USP, 1994. 98p. Tese (Doutorado em Agronomia). BEAUCLAIR, E.G.F. Relações entre algumas propriedades químicas do solo e a produtividade da cana-de-açúcar (Saccharum spp.), através de regressão linear múltipla. Piracicaba: ESALQ/USP,1991. 90p. Dissertação (Mestra- do em Agronomia). _projeto1.indb 26 13/10/10 10:22
  • 27. Tópicos em Ecofisiologia da Cana de Açúcar 27 Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar para o Brasil e estimativa da produtividade especialistas do Painel estimam que a temperatura média global aumentará entre 1,1ºC (limite inferior do cenário mais otimista) e 6,4ºC (limite superior do cenário mais pessimista). O nível dos oceanos poderá subir de 0,18m (limite inferior do cenário mais otimista) a 0,59m (limite superior do cenário mais pessimista O Relatório Mudança do Clima 2007: Impactos, Adap- tação e Vulnerabilidade à Mudança do Clima, publicado em abril de 2007 pelo IPCC, indica que “as evidências obtidas por meio de observações de todos os continen- tes e da maior parte dos oceanos mostram que muitos sistemas naturais estão sendo afetados pelas mudanças climáticas regionais, principalmente pelos aumentos de temperatura”. Embora algumas publicações e reuniões técnicas, colocam em dúvida o limite máximo das alterações climáticas previstas, é contundente que alguma coisa realmente esta acontecendo nos padrões climáticos, e uma grande variabilidade inter-anual e inter –espacial esta ocorren- do. Se isto, faz parte de uma oscilação cíclica, ou se é um padrão a que virá a ser estabelecido, não podemos nos omitir, e mesmo se entrarmos em uma fase de aqueci- mento, ou mesmo de resfriamento como alguns predizem (Molion, 2009-comunicação pessoal), as instituições de desenvolvimento tecnológico devem se preparar e de- senvolver técnicas adaptativas às culturas. O aquecimento global terá reflexos em setores e sistemas diversos, como, por exemplo, os recursos hídricos (inclusive a geração de energia), os ecossistemas, as florestas, a produção de alimentos, os sistemas costeiros, a indús- tria, as populações humanas e a saúde. Nesse cenário, os países em desenvolvimento são mais vulneráveis à mudança do clima, em função de que (i) os efeitos das mudanças climáticas serão mais intensos no hemisfério sul, onde se concentram as nações menos desenvolvidas e (ii) eles têm menor capacidade – tecnológica e financeira, por exemplo – de responder à variabilidade climática A vulnerabilidade do Brasil manifesta-se sob diversos aspectos, como, por exemplo: aumento da freqüência e intensidade de eventos climáticos extremos (enchentes e secas), com perdas na agricultura e ameaça à biodiver- 1. Introdução O aspectos das mudanças climáticas globais vem sido alvo de intenso estudo desde a década de 1980, assim como os estudos e os efeitos que esta anomalia ocasiona no planeta e as implicações para a economia e a vida em sociedade. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC), aprovada em 1992, define mudança climática global como a “mu- dança que possa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade humana, que altere a composição da at- mosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis”. “mercado de carbono” já se encontrava em operação de fato, a partir de iniciativas piloto que pretendiam ser reconhecidas com a oficiali- zação do mercado. De acordo com o Relatório Mudança do Clima 2007: a Base das Ciências Físicas, publicado em fevereiro de 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), “os aumentos globais da concentração de dióxido de car- bono se devem principalmente ao uso de combustíveis fósseis e à mudança no uso da terra. Já os aumentos da concentração de metano e óxido nitroso são devidos principalmente à agricultura”. Com base nisso, os especialistas do IPCC afirmam com uma confiança muito grande – o que, na linguagem do relatório indica uma certeza superior a 90% – que “o efeito líquido global das atividades humanas, em média, desde 1750 foi de aquecimento”. Esse fenômeno mostra- se evidente “nas observações dos aumentos das tempera- turas médias globais do ar e do oceano, do derretimento generalizado da neve e do gelo e da elevação do nível global médio do mar.” De acordo com o IPCC, é muito provável – certeza supe- rior a 90% – “que a maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do século XX se deva ao aumento observado nas concentrações antrópicas de gases de efeito estufa”. Desse modo, o IPCC reconhece que o aquecimento do sistema climático é inequívoco e que as atividades humanas contribuem sobremaneira para o agravamento desse processo. Os Zoneamento agrícola da cultura da cana de açucar para o Brasil e estimativa da produtividade Orivaldo Brunini Engenheiro Agrônomo – PhD Agrometeorologia, Pesquisador – Instituto Agronômico de Campinas - APTA - SAA, Presidente Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola _projeto1.indb 27 13/10/10 10:22