1. MANIFESTANTES, MANIFESTAÇÕES E ANARQUISTAS
PROFISSIONAIS
Os manifestantes autênticos são, na maioria todos quantos não têm
emprego ou têm salários insuficientes para fazer face aos encargos
indispensáveis para manter a Família, com o mínimo necessário para viver.
São os desempregados que querem na realidade trabalhar e não
viver do subsídio de desemprego.
Estes têm todo o direito de se manifestar, de serem apoiados e de
reclamar perante a indiferença de quem “pode” e as leis injustas.
Mas, infelizmente, são “manobrados e arrastados” para
manifestações organizadas pelos profissionais que vivem do sistema
“manifesteiro”, os que alugam os autocarros para deslocar para Lisboa
dezenas de pacatos, honestos e pobres cidadãos, que desfilam sobre o
comando, as ordens e a batuta dos profissionais que ganham muito bem,
que vivem “à grande e à francesa”, cujo emprego é isso mesmo …
reclamar, aparecer na Televisão e… viver bem, gritando que com estas
marchas resolvem os problemas dos que realmente precisam.
Se alguém atentar verificará que, muitas das vezes, é mais uma
marcha folclórica musicada e que grande parte dos participantes no norte
são os mesmos do sul ou do centro.
Há claramente um projecto para anarquizar, servindo-se e
utilizando, quem pela boa fé, não percebe que está a ser empurrado para
actos e situações que nada resolvem, só prejudicam e podem agravar os
problemas efectivamente existentes,
Quando os líderes da CGTP ou Fenprof, acenam com soluções e
gritam, alto, muito alto, se lhe perguntarem o que uns ou outros ou ainda
outros se propõem fazer, verificarão que É NADA, porque “casa onde não
há pão”…
Porém, o seu tacho, quanto maior forem as manifestações mais
seguro fica e mais proventos dá.
Vamos reclamar o que for justo, e principalmente, o que for
possível, pensando sempre que mais vale ter pouco do que não ter nada,
situação para onde nos podem conduzir os anarquistas que se querem
fazer passar por … bonzinhos, patriotas e com a magia para tudo
resolver, com um “simples estalar dos dedos”.
Joaquim Baraona