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Índia 
Bhārat Gaṇarājya 
República da ÍndiaLocalização da Índia (em verde escuro) e reivindicações territoriais na 
disputada região da Caxemira (em verde-claro). 
Capital Nova Deli 
Cidade mais populosa Bombaim 
Língua oficial Hindi, inglês 
e mais 21 línguas nacionais 
Governo República federal4 
Democracia parlamentar5 
- Presidente Pranab Mukherjee 
- Vice-presidente Mohammad Hamid Ansari 
- Primeiro-ministro Narendra Modi 
Independência do Reino Unido 
- Declarada 15 de agosto de 1947 
- República 26 de janeiro de 1950 
Área 
- Total 3 287 590 km² (7.º) 
- Água (%) 9,56 
Fronteira Paquistão, República Popular da China, Nepal, Butão, Myanmar e Bangladesh 
População 
- Estimativa de 2011 1 210 193 4224 hab. (2.º) 
- Censo 2001 1 027 015 248 hab. 
- Densidade 329 hab./km² 
PIB (base PPC) Estimativa de 2014 
- Total US$ 5 425 trilhões * 6 (3.º) 
- Per capita US$ 4 3076 (133.º) 
PIB (nominal) Estimativa de 2014
- Total US$ 1 996 trilhões *6 (10.º) 
- Per capita US$ 1 5846 (143.º) 
IDH (2012) 0,554 (136.º) – médio7 
Gini (2004) 36,8 
Moeda Rupia indiana (Indian Rupee symbol.svg) (INR) 
Fuso horário IST (UTC+5:30) 
Org. internacionais ONU (OMC), G5 
Cód. Internet .in 
Cód. telef. +91 
Website governamentalindia.gov.in
Índia, oficialmente República da Índia, (em hindi: भारत गणराज्य, Bhārat Gaṇarājya), é um país 
da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, sétimo maior em área geográfica e a 
democracia mais populosa do mundo. Delimitada ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia 
a oeste e pela Baía de Bengala a leste, a Índia tem uma costa com 7 517 km de extensão.8 O país 
faz fronteira com Paquistão a oeste;nota 1 República Popular da China, Nepal e Butão ao norte e 
Bangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico — Sri Lanka e Maldivas — 
estão localizados bem próximo da Índia. 
Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de vastos impérios, o 
subcontinente indiano é identificado por sua riqueza comercial e cultural de grande parte da sua 
longa história.9 Quatro grandes religiões — hinduísmo, budismo, jainismo e sikhismo — 
originaram-se no país, enquanto o zoroastrismo, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo 
chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada 
gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e 
colonizada pelo Império Britânico a partir de meados do século XIX, a Índia tornou-se uma nação 
independente em 1947, após uma luta social pela independência que foi marcada pela extensão 
da resistência não violenta.10 
A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da união com um sistema de 
democracia parlamentar. O país é a décima maior economia do mundo em Produto Interno 
Bruto (PIB) nominal, bem como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de 
Poder de Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das 
economias de mais rápido crescimento do mundo;11 no entanto, a Índia ainda sofre com altos 
níveis de pobreza,12 analfabetismo, doenças e desnutrição. Uma sociedade pluralista, 
multilíngue e multiétnica, a Índia também é o lar de uma grande diversidade de animais
selvagens e de habitats 
Etimologia 
O nome Índia é derivado de Indus, que por sua vez é derivado da palavra Hindu, em persa 
antigo. Do sânscrito Sindhu, a denominação local histórica para o rio Indus.13 Os gregos 
clássicos referiam-se aos indianos como Indoi (Ινδοί), povos do Indus14 A Constituição da Índia e 
o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecem Bharat como um nome oficial 
de igual status.15 Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e 
historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo 
para toda a Índia. 
Antiguidade 
Os primeiros restos de humanos anatomicamente modernos encontrados na Ásia Meridional 
datam de aproximadamente 30 mil anos atrás.17 Sítios arqueológicos com arte rupestre do 
período Mesolítico foram encontrados em muitas partes do subcontinente indiano, como nos 
abrigos na Rocha de Bhimbetka, em Madhya Pradesh.18 Por volta de 7 000 a.C., os primeiros 
assentamentos neolíticos conhecidos apareceram no subcontinente em locais como Mehrgarh e 
outros no Paquistão ocidental.19 Estes locais gradualmente desenvolveram a Civilização do Vale 
do Indo,20 a primeira cultura urbana da Ásia Meridional;21 essa civilização floresceu entre 2 500 
e 1 900 a.C. no Paquistão e na região oeste da Índia.22 Centrada em torno de cidades como 
Mohenjo-daro, Harappa, Dholavira e Kalibangan, e contando com variadas formas de 
subsistência, a cultura desenvolveu uma produção robusta de artesanatos e um amplo 
comércio.21 
Durante o período de 2000-500 a.C, culturas de muitas regiões do subcontinente fizeram a 
transição do Calcolítico para a Idade do Ferro.23 Os Vedas, as escrituras mais antigas do 
hinduísmo,24 foram compostas durante esse período25 e os historiadores têm conectado os 
textos à cultura védica, localizada na região do Panjabe e na Planície Indo-Gangética.23 A 
maioria dos historiadores também considera que este período abrangeu várias ondas 
migratórias indo-arianas no subcontinente, de norte a oeste.26 24 27 O sistema de castas, que 
criou uma hierarquia de sacerdotes, guerreiros e camponeses livres, mas excluiu os povos 
indígenas ao rotular suas ocupações como "impuras", surgiu durante este período.28 Sobre o 
planalto do Decão, evidências arqueológicas deste período sugerem a existência de um estágio 
patriarcal de organização política.23 No sul da Índia, uma progressão para a vida sedentária é 
indicada pelo grande número de monumentos megalíticos que datam deste período,29 bem 
como por vestígios de agricultura, tanques de irrigação e de tradições de artesanato.
No período védico, por volta do século V a.C., as pequenas tribos do Planalto do Ganges e de 
regiões do noroeste haviam se consolidado em 16 grandes oligarquias e monarquias que eram 
conhecidas como os mahajanapadas.30 31 A urbanização crescente e as ortodoxias desta época 
também criaram os movimentos de reforma religiosa do budismo e do jainismo,32 sendo que 
ambos se tornaram religiões independentes.33 O budismo, com base nos ensinamentos de 
Gautama Buda, atraiu seguidores de todas as classes sociais, com exceção da classe média; as 
narrações da vida de Buda foram fundamentais para o início do registro da história indiana.32 
34 35 O jainismo entrou em destaque na mesma época durante a vida de seu "Grande Herói", 
Mahavira.36 Em uma época de crescente riqueza urbana, ambas as religiões levantaram a 
renúncia aos bens materiais como um ideal37 e estabeleceram monastérios de longa 
duração.30 Politicamente, por volta do século III a.C., o Reino de Mágada tinha anexado ou 
reduzido outros Estados para emergir como o Império Máuria.30 Já se acreditou que esse 
império controlou a maior parte do subcontinente com exceção do extremo sul, mas agora 
acredita-se que as suas regiões centrais eram separadas por grandes áreas autônomas.38 39 Os 
reis máurias são conhecidos tanto pela construção do seu império e determinação na gestão da 
vida pública, quanto pela renúncia de Asoka do militarismo e de sua promoção do darma 
budista. 
A literatura sangam, escrita em tâmil, revela que entre 200 a.C. e 200 d.C. o sul da península 
estava sendo governado pelas dinastias Cheras, Cholas e Pandyas, que comercializavam 
extensivamente com o Império Romano e com o Sudoeste e o Sudeste da Ásia.42 43 Nesse 
período o território do país também se tornou parte da Rota da Seda, uma rede de rotas 
comerciais que ligava o Extremo Oriente à Europa. Por essas estradas os comerciantes indianos 
vendiam tecidos e especiarias para mercados da Ásia Central, enquanto monges e peregrinos 
budistas vinham da China, até o período das Grandes Navegações, quando ligações comerciais 
marítimas foram criadas entre o Ocidente e o Oriente.44 No norte da Índia, o hinduísmo 
afirmou controle patriarcal familiar, o que levou ao aumento da subordinação das mulheres.45 
30 Até os séculos IV e V, o Império Gupta havia criado um complexo sistema fiscal e de 
administração nos grandes planaltos do Ganges, que se tornou um modelo para reinos indianos 
posteriores.46 47 Sob os governos dos Guptas, um hinduísmo renovado baseado na devoção ao 
invés da gestão ritualística começou a se estabelecer.48 A renovação se refletiu em um 
florescimento da escultura e da arquitetura, que encontrou patronos entre uma elite urbana.47 
A literatura sânscrita clássica floresceu e ciência, astronomia, medicina e matemática indianas 
tiveram avanços significativos. 
Idade média 
A idade medieval indiana, de 600 d.C. a 1200 d.C., é definida por reinos regionais e pela 
diversidade cultural.49 Quando o imperador Harsha de Kannauj, que governou grande parte da 
Planície do Ganges de 606 a 647 d.C., tentou expandir seu território para o sul, ele foi derrotado 
pelo governante Chalukya do Decão.50 Seu sucessor, na tentativa de expandir para o leste, foi 
derrotado pelo rei Pala de Bengala.50 Quando os Chalukyas tentaram se expandir para o sul, 
eles foram derrotados pelos Pallavas, que por sua vez se opunham aos Pandyas e aos Cholas, de 
ainda mais ao sul.50 Nenhum governante desse período foi capaz de criar um império unificado 
e os territórios sob seu controle geralmente não passavam muito além de sua região central.49 
Durante este tempo, povos de pastoreio cujas terras tinham sido liberadas para abrir caminho 
para a crescente economia agrícola foram acomodados dentro do sistema de castas, assim 
como as novas classes dominantes não tradicionais.51 O sistema de castas, consequentemente,
começou a mostrar as diferenças regionais.51 
Nos séculos VI e VII, os primeiros hinos devocionais foram criados na língua tâmil.52 Eles foram 
imitados por toda a Índia e levaram ao ressurgimento do hinduísmo e ao desenvolvimento de 
todas as línguas modernas do subcontinente.52 A realeza indiana, grande e pequena, e os 
templos por ela frequentados, atraíram cidadãos em grande número para as principais cidades, 
que tornaram-se também importantes centros econômicos.53 Templos em cidades de vários 
tamanhos começaram a aparecer em todos os lugares ao mesmo tempo que a Índia passava por 
outra era de urbanização.53 Pelos séculos VIII e IX, os efeitos disso foram sentidos no Sudeste 
da Ásia, conforme os sistemas culturais e políticos do sul da Índia eram exportados para terras 
que se tornaram parte dos atuais Myanmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Java 
(Indonésia).54 Comerciantes, estudiosos e às vezes exércitos indianos envolveram-se nesta 
transmissão cultural; os asiáticos do sudeste do continente também tomaram a iniciativa e 
organizaram muitas peregrinações para os seminários indianos, além de terem traduzido os 
textos budistas e hindus para os seus respectivos idiomas.54 
Após o século X, clãs nômades muçulmanos do centro da Ásia usaram cavalaria de guerra e 
organizaram vastos exércitos unidos pela etnia e religião para invadir repetidamente as planícies 
do noroeste da Ásia Austral, levando à criação do islâmico Sultanato de Déli em 1206.55 O 
sultanato controlou grande parte do norte da Índia e fez muitas incursões ao sul do 
subcontinente. Embora tenha sido perturbador para as elites indianas, o sultanato deixou a 
vasta população não muçulmana sujeita às suas próprias leis e costumes.56 57 Ao repelir 
repetidamente os invasores mongóis no século XIII, o sultanato salvou a Índia da devastação 
experimentada pela Ásia Central e Ocidental, criando o cenário para séculos de migração de 
soldados, homens instruídos, místicos, comerciantes, artistas e artesãos que vinham em fuga 
daquelas regiões para o subcontinente indiano, criando assim uma cultura indo-islâmica 
sincrética no norte do país.58 59 A invasão do sultanato e o enfraquecimento dos reinos da 
região do sul da Índia abriram o caminho para o Império Vijayanagara.60 Abraçando uma forte 
tradição xivaísta e construído sobre a tecnologia militar do sultanato, o império passou a 
controlar a maior parte da Índia peninsular61 e foi influente na sociedade do sul do país por 
muito tempo.60 
Era moderna 
No início do século XVI, o norte da Índia, na época sob domínio principalmente muçulmano,62 
caiu novamente para a superioridade da mobilidade e do poder de fogo de uma nova geração 
de guerreiros da Ásia Central.63 O subsequente Império Mogol não erradicou as sociedades 
locais que passou a governar, mas as equilibrou e pacificou através de novas práticas 
administrativas64 65 e de elites dominantes diversas e inclusivas,66 levando a uma lei mais 
sistemática, centralizada e uniforme por todo o império.67 Evitando sua identidade tribal e 
islâmica, especialmente durante o governo de Akbar, os mogóis uniram seus reinos distantes 
através da lealdade, expressa através de uma cultura influenciada pela Pérsia e de um 
imperador que tinha importância quase divina.66 As políticas econômicas do Estado Mogol 
tiravam a maior parte das receitas do império do setor agrícola68 e determinavam que os 
impostos deviam ser pagos em moedas de prata oficiais,69 o que causou a entrada de 
camponeses e artesãos em mercados maiores.67 A relativa paz mantida pelo império durante 
grande parte do século XVII foi um dos fatores que ajudaram na expansão econômica da Índia
nesse período,67 o que resultou em investimentos maiores em pintura, além de obras literárias, 
têxteis e de arquitetura.70 Novos grupos sociais homogêneos no norte e no oeste da Índia, 
como os marathas, os rajputs e os sikhs, ganharam ambições militares e de governo durante o 
domínio mogol, que, através da colaboração ou da adversidade, deu-lhes reconhecimento e 
experiência militar.71 A expansão do comércio durante o governo mogol deu origem à novas 
elites comerciais e políticas ao longo das costas do sul e do leste do país.71 À medida que o 
império se desintegrou, muitas dessas elites foram capazes de manter seus negócios sob 
controle.72 
Em 1498 o navegador português Vasco da Gama chega a Calecute, na costa ocidental do 
subcontinente indiano, o marco inicial de uma relação luso-indiana que duraria cerca de 500 
anos.73 Em 1510, o explorador português Afonso de Albuquerque amplia os territórios 
portugueses com a conquista de Goa, que rapidamente se tornaria a capital do Estado 
Português da Índia (uma entidade política parte do Império Português). A Índia Portuguesa, 
como a colônia lusitana também era conhecida, inicialmente abrangia todos os territórios 
conquistados pelos portugueses no Oceano Índico, mas depois ficou restrita à Costa do Malabar, 
em territórios como Goa, Damão, Diu, Ilha de Angediva, Dadrá e Nagar Haveli, Simbor e 
Gogolá.74 No início do século XVIII, com a linha entre a dominação comercial e política cada vez 
mais tênue, uma série de empresas comerciais europeias, como a Companhia Britânica das 
Índias Orientais, haviam estabelecido postos nas regiões costeiras do país.75 76 O controle dos 
mares, maiores recursos, treinamento militar e tecnologia mais avançados levaram a 
Companhia Britânica das Índias Orientais a flexionar cada vez mais a sua força militar e tornar 
isso atraente para uma parcela da elite indiana; esses dois fatores foram cruciais para permitir 
que a Companhia Britânica ganhasse o controle sobre a região de Bengala em 1765 e 
marginalizasse as outras empresas europeias concorrentes77 75 78 79 O acesso maior às 
riquezas da Bengala e o subsequente aumento da força e do tamanho de seu exército 
permitiram à Companhia das Índias Orientais anexar ou subjugar a maior parte do 
subcontinente indiano durante os anos 1820.80 A Índia então parou de exportar bens 
manufaturados e, em vez disso, passou a abastecer o Império Britânico com matérias-primas. 
Esse momento é considerado por muitos historiadores o início do período colonial no país.75 
Por esta altura, com seu poder econômico severamente restringido pelo parlamento britânico, a 
Companhia começou a entrar mais conscientemente em áreas não econômicas, como educação, 
reforma social e cultura. 
Era contemporânea 
Os historiadores consideram que a era contemporânea da Índia começou em algum momento 
entre 1848 e 1885. A nomeação, em 1848, de James Broun-Ramsay, Lord Dalhousie, como 
governador-geral do Companhia das Índias Orientais preparou o palco para alterações essenciais 
na transição do país para um Estado moderno. Estas mudanças incluíram a consolidação e a 
demarcação da soberania, a vigilância da população e a educação dos cidadãos. Mudanças 
tecnológicas — como as ferrovias, os canais e o telégrafo — foram introduzidas no país não 
muito tempo depois de sua introdução na Europa.82 83 84 85 No entanto, a insatisfação com a 
Companhia também cresceu durante este período e definiu a Revolta dos Sipais, em 1857. 
Alimentada por diversos ressentimentos e percepções entre a população, como as invasivas 
reformas sociais ao estilo britânico, altos impostos sobre propriedades e o tratamento sumário 
de alguns príncipes e fazendeiros ricos, a revolta abalou muitas regiões do norte e do centro da
Índia e sacudiu os alicerces do governo da Companhia.86 87 Embora a rebelião tenha sido 
reprimida em 1858, ela levou à dissolução da Companhia das Índias Orientais e a administração 
da Índia passou a ser exercida diretamente pelo governo britânico. Além de proclamarem um 
Estado unitário e um sistema parlamentarista limitado, inspirado pelo parlamento britânico, os 
novos governantes também protegeram príncipes e aristocratas como uma salvaguarda contra 
uma possível agitação feudal futura.88 89 Nas décadas seguintes, a vida pública emergiu 
gradualmente em toda a Índia, levando à fundação do partido Congresso Nacional Indiano, em 
1885.90 91 92 93 
A corrida tecnológica e a comercialização da agricultura na segunda metade do século XIX foi 
marcada por muitos contratempos econômicos — muitos pequenos produtores tornaram-se 
dependentes dos caprichos de mercados distantes.94 Houve um aumento no número de 
grandes crises de fome95 e, apesar dos riscos do desenvolvimento de uma infraestrutura 
suportada pelos contribuintes indianos, pouco emprego industrial foi gerado para a 
população.96 Houve também efeitos salutares: cultivos comerciais, especialmente na região 
recém-canalizada do Punjabe, levaram a um aumento da produção de comida para o consumo 
interno.97 A rede ferroviária, desde o alívio da crise de fome,98 ajudou a reduzir o custo dos 
bens móveis98 e auxiliou a nascente indústria indiana. 
Após a Primeira Guerra Mundial, onde alguns milhares de indianos serviram,99 um novo 
período começou. Ele foi marcado por reformas britânicas, mas também por uma legislação 
mais repressiva; pelas reivindicações cada vez mais estridentes da população indiana por 
independência e pelo começo de um movimento não violento de não cooperação, do qual 
Mohandas Karamchand Gandhi se tornaria o líder e símbolo de resistência.100 Durante os anos 
1930, uma lenta reforma legislativa foi promulgada pelos britânicos e o Congresso Nacional 
Indiano saiu vitorioso nas eleições seguintes.101 A década posterior foi cheia de crises: a 
participação indiana na Segunda Guerra Mundial, o impulso final do Congresso para a não 
cooperação com os britânicos e uma onda de nacionalismo muçulmano. Todos foram coroados 
com o advento da independência em 1947, mas ao custo de uma sangrenta divisão do 
subcontinente em dois Estados: Índia e Paquistão.102 
Vital para a auto-imagem da Índia como uma nação independente foi a sua constituição, 
concluída em 1950, que colocou no lugar da antiga colônia britânica uma república secular e 
democrática.103 Nos 60 anos seguintes, a Índia teve um resultado misto de sucessos e 
fracassos.104 Manteve-se uma democracia com liberdades civis, uma Suprema Corte ativista e 
uma imprensa, em grande parte, independente.104 A liberalização econômica, que teve início 
na década de 1990, criou uma grande classe média urbana e transformou a Índia em uma das 
economias de mais rápido crescimento no mundo, o que aumentou a influência geopolítica do 
país. Filmes, músicas e ensinamentos espirituais indianos desempenham um papel cada vez 
maior na cultura mundial.104 No entanto, o país também tem sido oprimido por uma pobreza 
aparentemente inflexível, tanto no meio rural quanto no urbano;104 pela violência religiosa e 
entre castas;105 por grupos insurgentes de inspiração maoista chamados naxalitas;106 e pelo 
separatismo em Jammu e Caxemira e no Nordeste da Índia.107 O país tem disputas territoriais 
não resolvidas com a China, que se deterioraram até a guerra sino-indiana de 1962;108 e com o 
vizinho Paquistão, em guerras travadas em 1947, 1965, 1971 e 1999.108 A rivalidade nuclear
entre a Índia e o Paquistão veio à tona em 1998.109 As liberdades democráticas sustentadas da 
Índia são únicas entre as novas nações do mundo; no entanto, apesar de seus sucessos 
econômicos recentes, a liberdade de sua população desfavorecida continua a ser um objetivo a 
ser alcançado. 
Geografia 
A Índia ocupa a maior parte do subcontinente indiano, encontrando-se por cima da placa 
indiana, uma placa tectônica que faz parte da placa indo-australiana.111 Os processos 
geológicos que definiram a atual situação geográfica da Índia começaram há 75 milhões de 
anos, quando o subcontinente indiano, então parte do sul do supercontinente Gondwana, 
começou a se mover para nordeste através do que posteriormente se converteria no Oceano 
Índico.111 A colisão superior do subcontinente com a placa euro-asiática e a subducção debaixo 
dela deram lugar à cordilheira do Himalaia, o sistema montanhoso mais alto do planeta, que 
atualmente é a fronteira da Índia a norte e a noroeste.111 O antigo leito marinho que emergiu 
imediatamente ao sul do Himalaia fez com que o movimento da placa criasse uma grande 
depressão, que foi sendo levada pouco a pouco por sedimentos propagados por rios,112 o que 
atualmente constitui a Planície Indo-Gangética.113 A oeste desta planície encontra-se o deserto 
do Thar, separado pela cordilheira Avaralli. 
A Índia tem 7 517 quilômetros de litoral; destes, 5 423 pertencem ao subcontinente indiano e 2 
094 pertencem aos arquipélagos de Andamão e Nicobar e Laquedivas. A costa indiana tem 43% 
de praias arenosas, 11% de costas rochosas (incluindo falésias) e 46% de marismas ou costas 
pantanosas.8 Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como o Ganges e o 
Brahmaputra, que desembocam no golfo de Bengala.118 Entre os afluentes mais importantes 
do Ganges encontram-se os rios Yamuna e o Kosi, cuja pendente extremamente baixa provoca 
inundações catastróficas quase todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas 
pendentes evitam inundações são o Godavari, o Mahanadi, o Kaveri e o Krishna, que também 
desembocam no golfo de Bengala;119 e os rios Narmada e Tapti, que desembocam no mar 
Arábico.120 Na costa oeste, encontram-se também os pântanos do Rann de Kutch, enquanto no 
leste há a área protegida de Sundarbans, que a Índia divide com Bangladesh.121 A Índia possui 
dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste indiana, e as ilhas de Andamão 
e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas no mar de Andamão.122
O clima indiano é fortemente influenciado pelo Himalaia e pelo deserto do Thar, os quais 
favorecem o desenvolvimento das monções.123 O Himalaia barra a entrada de ventos 
catabáticos frios, vindos da Ásia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais 
quente do que a maioria das localidades que se localizam em latitudes similares.124 125 O 
deserto do Thar desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados de 
umidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a maioria das 
precipitações do país.123 As zonas climáticas principais que predominam em território indiano 
são o tropical úmido, tropical seco e o subtropical úmido. 
Biodiversidade 
O território indiano se encontra dentro da biorregião himalaia, que apresenta grande 
biodiversidade. Acolhendo 7,6% de todos os mamíferos, 12,6% de todas as aves, 6,2% de todas 
os répteis, 4,4% de todos os anfíbios, 11,7% de todos os peixes e 6% de todas as espermatófitas 
do mundo, a Índia é um dos dezoito países megadiversos.127 Em muitas regiões indianas 
existem altos níveis de endemismo; em geral, 33% das espécies indianas são endêmicas.128 129 
A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais 
antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya 
no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa do mar Arábico, no estado de Gujarat, 
até o planalto de Chota Nagpur, no estado de Jharkhand.115 No sul, o planalto do Decão 
contém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e Orientais;116 o planalto contém as 
formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de um bilhão de anos de 
idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 43' e 39° 26 'de latitude norte[c] e 68°7' e 
89°25' de longitude leste. 
Os bosques da Índia variam de florestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e 
noroeste indiano, até florestas temperadas de coníferas do Himalaia. Entre esses extremos 
encontram-se os bosques caducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o 
bosque xerófito do Decão central e a planície ocidental do Ganges.130 Estima-se que menos de 
12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.131 
Muitas espécies da Índia são descendentes de táxons originários de Gondwana, do qual a placa 
tectônica indiana se separou. O movimento posterior da placa do subcontinente indiano e a sua 
colisão com a massa de terra da Laurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. 
Entretanto, o vulcanismo e as mudanças climáticas registradas há vinte milhões de anos 
provocaram uma extinção em massa de espécies originárias de Gondwana.132 A partir de 
então, mamíferos ingressaram ao subcontinente a partir da Ásia por meio de dois passos 
zoogeográficos em ambos os lados emergentes do Himalaia.130 Em consequência, apenas 
12,6% dos mamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos 
répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos.127 Na Índia existem 172 espécies ameaçadas, ou 
2,9%.133 Entre elas encontram-se o leão-asiático, o tigre-de-bengala e o abutre-indiano-de-dorso- 
branco (Gyps bengalensis), que está quase ameaçado de extinção devido à ingestão de 
carne de gado tratada com diclofenaco.134
Nas últimas décadas, a invasões humanas generalizadas e ecologicamente devastadoras criaram 
uma ameaça crítica à vida silvestre da Índia. Em resposta, o sistema de áreas protegidas e 
parques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, foi ampliado consideravelmente. 
Em 1970, o governo indiano decretou a Lei de Proteção da Vida Silvestre135 e o "Projeto Tigre", 
para proteger o habitat crucial destes animais, além de em 1980 ter sido decretada a Lei de 
Conservação dos Bosques.136 A Índia tem mais de quinhentos santuários de vida selvagem e 
treze reservas da biosfera,137 quatro das quais fazem parte da Rede Mundial de Reservas da 
Biosfera. Vinte e cinco zonas de umidade estão registradas na Convenção sobre as Zonas 
Úmidas.138 
Demografia[editar | editar código-fonte] 
Mapa da densidade populacional e da rede ferroviária da Índia. A já densamente povoada 
Planície Indo-Gangética é o principal motor de crescimento da população do país. 
Ver artigo principal: Demografia da Índia 
Ver também: Religiões e criminalidade na Índia 
Com uma população de mais de um bilhão de habitantes,139 a Índia é o segundo país mais 
populoso do mundo. Desde os anos 1960, o país tem vivido um rápido aumento em sua 
população urbana devido, em grande parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da 
produtividade agrícola devidos à "revolução verde".140 141 A população urbana da Índia no fim 
do século XX era onze vezes superior à do início do século e vem se concentrando cada vez mais 
nas grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinham população igual ou superior a um 
milhão de habitantes. Cada uma das três cidades mais populosas (Bombaim, Déli e Calcutá) 
tinham então mais de dez milhões de habitantes. Porém, nesse mesmo ano, 70% da população 
indiana vivia em áreas rurais.142 143 
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e genética do 
mundo, depois da África.144 O país é o lar de duas grandes famílias linguísticas: a indo-ária 
(falada por aproximadamente 74% da população) e a dravídica (falada por aproximadamente 
24%). Outras línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto-birmanesas. O 
hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes145 e é a língua oficial da república.146 O 
inglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem o status de "idioma oficial 
subsidiário", sendo também importante na educação, especialmente no ensino médio e 
superior.147
Um peregrino siquista com o Harmandir Sahib (Templo Dourado) em Amritsar, ao fundo. 
Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais e a constituição reconhece 
outras 21 línguas, que são faladas por um importante setor da população ou são parte da 
herança histórica indiana, e que são denominadas "línguas clássicas". Enquanto o sânscrito e o 
tâmil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos,148 149 o governo indiano 
também concedeu o estatuto de língua clássica ao kannada e ao telugu.150 O número de 
dialetos na Índia chega a mais de 1 652.151 
Mais de 800 milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus. Outros grupos religiosos 
com presença importante no país são muçulmanos (13,4 %), cristãos (2,3 %), siquistas (1,9 %), 
budistas (0,8 %), jainistas (0,4 %), judeus, zoroastristas (parsis), entre outros.152 Os adivasi 
constituem 8,1 % da população.153 A Índia tem a terceira maior população muçulmana do 
mundo e a maior população muçulmana para um país de maioria não muçulmana.154 
A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens)4 O 
estado com o maior índice de alfabetização é Kerala, com 91%, enquanto Bihar tem a menor 
taxa, com apenas 47%.155 156 A razão sexual é de 944 homens para cada mil mulheres, 
enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%; a cada ano são registrados 
22,01 nascimentos para cada mil pessoas.4 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a 
cada ano morrem novecentos mil indianos por beberem água imprópria e por inalarem ar 
contaminado.157 A malária é endêmica na Índia.158 Existem cerca de 60 médicos para cada 100 
mil pessoas no país. 
ver • editar 
Cidades mais populosas da Índia 
(estimativas de 2009 do World Gazetteer)160 
Worli skyline with BSWL (cropped).jpg 
Bombaim 
Smog in Dehli edited.jpg 
Déli 
Posição Localidade Estado Pop. Posição Localidade Estado Pop. UB City, 
Bangalore.JPG 
Bangalore 
Kolkata South Central CBD (11).jpg 
Calcutá
1 Bombaim Maharashtra 13 922 125 11 Jaipur Rajastão 3 102 
808 
2 Déli Délhi 12 259 230 12 Lucknow Uttar Pradesh 2 685 528 
3 Bangalore Karnataka 5 310 318 13 Nagpur Maharashtra 2 403 
239 
4 Calcutá Bengala Ocidental 5 080 519 14 Patna Bihar 1 814 012 
5 Chennai Tamil Nadu 4 590 267 15 Indore Madhya Pradesh 
1 811 513 
6 Hiderabade Andhra Pradesh3 913 793 16 Bhopal Madhya Pradesh 
1 811 513 
7 Ahmedabad Guzerate 3 913 793 17 Thane Maharashtra 1 739 
697 
8 Pune Maharashtra 3 337 481 18 Ludhiana Punjabe 1 701 
212 
9 Surate Gujarate 3 233 988 19 Agra Uttar Pradesh 1 638 209 
10 Kanpur Uttar Pradesh 3 144 267 20 Pimpri Chinchwad Maharashtra 
1 553 538 
Política
A Índia é a democracia mais 
populosa do mundo.161 O país é uma república parlamentarista com um sistema 
multipartidário162 com seis partidos nacionais credenciados, como o Partido do Congresso 
Nacional Indiano (em inglês: Indian National Congress - INC ou simplesmente Congresso) e o 
Partido do Povo Indiano (Bharatiya Janata Party - BJP), além de mais de 40 partidos 
regionais.163 O Partido do Congresso é considerado de centro-esquerda ou "liberal" dentro da 
cultura política indiana, enquanto o BJP é de centro-direita ou "conservador". Durante a maior 
parte do período compreendido entre 1950 — quando a Índia se tornou uma república pela 
primeira vez — e o final dos anos 1980, o Congresso manteve maioria no parlamento indiano. 
Desde então, no entanto, o partido cada vez mais divide o palco político com o BJP164 e com 
poderosos partidos regionais que muitas vezes forçam a criação de coalizões 
multipartidárias.165 
Interior do Sansad Bhavan durante uma sessão parlamentar em 2010 
Nas três primeiras eleições gerais da República da Índia — em 1951, 1957 e 1962 — o 
Congresso, liderado por Jawaharlal Nehru, teve uma série de vitórias fáceis. Com a morte de 
Nehru em 1964, Lal Bahadur Shastri tornou-se rapidamente o primeiro-ministro; ele foi
sucedido, após a sua morte inesperada em 1966, por Indira Gandhi, que levou o Partido do 
Congresso a vitórias eleitorais em 1967 e 1971. Após o descontentamento público causado pela 
declaração de estado de exceção em 1975 pela primeira-ministra, o Congresso perdeu as 
eleições em 1977; o então novo Partido Janata, que se opôs ao estado de exceção, ganhou e seu 
governo durou pouco mais de três anos. Ao voltar ao poder em 1980, o Congresso viu uma 
mudança em sua liderança em 1984, quando Indira Gandhi foi assassinada e então foi sucedida 
por seu filho, Rajiv Gandhi, que conquistou uma vitória fácil nas eleições gerais no final daquele 
mesmo ano. O Congresso foi eleito novamente em 1989, quando a coalizão Frente Nacional, 
liderada pelo Janata Dal (um partido recém-criado), em aliança com a Frente de Esquerda, 
venceu as eleições; esse governo também foi relativamente curto: durou pouco menos de dois 
anos.166 Novas eleições foram realizadas em 1991, mas nenhum partido obteve a maioria 
absoluta no parlamento. O Congresso, no entanto, por ser o maior partido único do país, 
conseguiu formar um governo de minoria liderado por P. V. Narasimha Rao.167 
Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças 
de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, 
seguido por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP 
formou com outros partidos menores a Aliança Democrática Nacional, que obteve vitória e se 
converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.168 
Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no Lok Sabha (câmara baixa do 
parlamento) e formou um governo de coalização denominada de Aliança Progressista Unida 
(UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou 
novamente ao poder nas eleições gerais de 2009, entretanto, a representação dos partidos de 
esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,169 Manmohan Singh foi convertido 
em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as 
eleições de 1962, onde Jawaharlal Nehru foi eleito no seu cargo.170 
Governo 
O Rashtrapati Bhavan, em Nova Deli, a residência oficial do presidente do país. 
A constituição indiana, maior do que a de qualquer outra nação do mundo, entrou em vigor em 
26 de janeiro de 1950.171 O seu preâmbulo define a Índia como uma república soberana, 
secular e democrática.172 O parlamento indiano é bicameral, regido pelo sistema Westminster. 
Sua forma de governo foi tradicionalmente descrita como "quase federalista", com uma forte 
tendência à centralização, tendo os estados relativamente pouco poder.173 Desde finais da 
década de 1990, o federalismo tem crescido cada vez mais, como resultado de mudanças 
políticas, sociais e econômicas.174 175 
O presidente da Índia é o chefe de estado176 e é eleito indiretamente por um colégio
eleitoral177 para um mandato de cinco anos.178 179 O primeiro-ministro é o chefe do governo 
e exerce a maioria das funções do poder executivo.176 Nomeado pelo presidente,180 o 
primeiro-ministro é geralmente próximo do partido ou aliança política que conta com a maioria 
das cadeiras da câmara baixa do parlamento.176 O poder executivo consiste no presidente, o 
vice-presidente, o conselho de ministros (sendo o gabinete seu comitê executivo), encabeçado 
pelo primeiro-ministro. Qualquer ministro do conselho deve ser membro de qualquer câmara 
parlamentar. No sistema parlamentarista indiano, o poder executivo está subordinado ao poder 
legislativo, o primeiro-ministro e seu conselho são diretamente vigiados pela câmara baixa do 
parlamento.181 
Edifício-sede do Supremo Tribunal da Índia, em Nova Déli 
O poder legislativo da Índia está representado pelo parlamento bicameral, que consiste na 
câmara alta, chamada Rajya Sabha (conselho dos estados) e a câmara baixa, chamada Lok Sabha 
(conselho do povo).182 A "Rajya Sabha" é um órgão permanente, que conta com duzentos e 
quarenta e cinco membros que servem por um período de seis anos.183 A maioria deles é eleita 
indiretamente pelas legislaturas estatais e territoriais, mediante representação 
proporcional.183 Dos 545 membros do Lok Sabha, 543 são eleitos diretamente pelo voto 
popular para representarem determinados grupos sociais por um período de cinco anos.183 Os 
outros dois membros são nomeados pelo presidente entre a comunidade anglo-indiana.183 
A Índia conta com um poder judiciário de três níveis, que consistem na Suprema Corte de 
Justiça, encabeçada pelo chefe de justiça, vinte e um tribunais superiores e um grande número 
de tribunais de primeira instância.184 A suprema corte é um tribunal de primeira instância para 
casos relacionados com os direitos humanos fundamentais e um tribunal de apelação acima dos 
tribunais superiores.185 É judicialmente independente,184 tendo o poder de declarar e 
elaborar leis e revogar leis nacionais ou estaduais que violem a constituição.186 A função de 
intérprete último da constituição é uma das funções mais importantes da suprema corte.187 
Relações internacionais[editar | editar código-fonte] 
Ver página anexa: Missões diplomáticas da Índia 
Índia e Rússia compartilham amplas relações econômicas e tecnológicas.188 Na imagem, o ex-primeiro- 
ministro indiano, Manmohan Singh, com o ex-presidente russo, Dmitry Medvedev. 
Desde a sua independência, em 1947, a Índia mantém relações cordiais com a maioria das
nações. Na década de 1950, apoiou fortemente a descolonização da África e da Ásia e 
desempenhou um papel de liderança no Movimento Não Alinhado.189 No final da década de 
1980, o exército indiano interveio duas vezes no exterior, a convite de países vizinhos: uma 
operação de manutenção da paz no Sri Lanka entre 1987 e 1990 e uma intervenção armada para 
impedir uma tentativa de golpe de Estado nas Maldivas. A Índia tem relações muito tensas com 
o vizinho Paquistão; as duas nações já entraram em guerra quatro vezes: em 1947, 1965, 1971 e 
1999. Três dessas guerras foram travadas no território disputado da Caxemira, enquanto a 
quarta, em 1971, começou depois do apoio da Índia à independência de Bangladesh.190 Depois 
de travar a guerra sino-indiana em 1962 e a guerra com o Paquistão em 1965, a Índia estreitou 
seus laços militares e econômicos com a União Soviética; no final dos anos 1960, os soviéticos 
eram os maiores fornecedores de armas dos indianos.191 
Além das atuais relações estratégicas com a Rússia, a Índia tem relações de defesa de grande 
alcance com Israel e França. Nos últimos anos, tem desempenhado um papel-chave na 
Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) e na Organização Mundial do 
Comércio. A nação indiana disponibilizou 100 mil militares e policiais para servir em 35 
operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em quatro continentes. O país 
participa da Cúpula do Leste Asiático, do G8+5 e de outros fóruns multilaterais.192 A Índia tem 
estreitos laços econômicos com América do Sul, Ásia e África; desde 1991 que prossegue a 
política "Look East" ("olhar para oriente"), que visa a fortalecer parcerias com os países da 
Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Japão e Coreia do Sul, e que gira em torno 
de muitas questões, mas especialmente aquelas que envolvem investimento econômico e 
segurança regional.193 194 
Forças armadas[editar | editar código-fonte] 
Ver artigo principal: Forças armadas da Índia 
O HAL Tejas, um caça supersônico desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Aeronáutico 
da Índia e produzido pela Hindustan Aeronautics Limited, sediada na cidade de Bangalore. 
O teste nuclear de 1964, feito pela China, e as repetidas ameaças do governo chinês de intervir 
em apoio ao Paquistão na guerra de 1965, convenceram a Índia a desenvolver armas 
nucleares.195 O país realizou seu primeiro teste nuclear em 1974 e realizou mais testes 
subterrâneos em 1998. Apesar das críticas e sanções militares, a Índia não assinou o Tratado de 
Interdição Completa de Ensaios Nucleares, nem o Tratado de Não Proliferação de Armas 
Nucleares, por considerar os acordos falhos e discriminatórios.196 O país mantém a política 
nuclear de "não usar primeiro" (em inglês: no first use) e está desenvolvendo uma capacidade 
tríade nuclear, como parte de sua doutrina de "dissuasão credível mínima".197 198 O governo 
indiano está desenvolvendo um escudo de mísseis balísticos de defesa e, com colaboração da 
Rússia, de um avião caça de quinta geração.199 Outros projetos militares indianos envolvem a 
concepção e implementação dos porta-aviões da classe Vikrant e dos submarinos nucleares da
classe Arihant.199 
Desde o fim da Guerra Fria, a Índia tem aumentado a sua cooperação econômica, estratégica e 
militar com os Estados Unidos e a União Europeia.200 Em 2008, um pacto nuclear foi assinado 
entre a Índia e os Estados Unidos. Embora a Índia já possuísse armas nucleares na época e não 
fosse um membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o acordo recebeu isenção da 
Agência Internacional de Energia Atômica e do Grupo de Fornecedores Nucleares, acabando 
com as restrições anteriores sobre tecnologia e o comércio nuclear do país. Como consequência, 
a Índia se tornou o sexto Estado com armas nucleares de facto do mundo.201 Posteriormente o 
país assinou acordos de cooperação em energia nuclear civil com Rússia,202 França,203 Reino 
Unido204 e Canadá.205 
O Presidente da Índia é o comandante supremo das forças armadas do país; com 1,6 milhão de 
soldados ativos, eles compõem o terceiro maior exército do mundo.206 As forças armadas 
compreendem o exército, a marinha e a força aérea; organizações auxiliares incluem o Comando 
de Forças Estratégicas e três grupos paramilitares: os Assam Rifles, a Força Especial de Fronteira 
e a Guarda Costeira.207 O orçamento de defesa oficial indiano para 2011 foi de 36,03 bilhões * 
de dólares, ou 1,83% do seu PIB.208 Para o ano fiscal que abrange 2012-2013 foram orçados 
para essa área 40,44 bilhões de dólares.209 De acordo com um relatório de 2008 do SIPRI, a 
despesa militar anual da Índia em termos de poder de compra foi de 72,7 bilhões de dólares.210 
Em 2011, o orçamento anual de defesa do país teve um aumento de 11,6%,211 embora isso não 
inclua os fundos que chegam aos militares através de outros ramos do governo.212 Em 2012, o 
país era o maior importador de armas do mundo; entre 2007 e 2011, a Índia foi responsável por 
10% dos fundos gastos em compras internacionais de armas.213 Grande parte das despesas 
militares é voltada para a defesa contra o Paquistão e para combater a crescente influência 
chinesa no Oceano Índico.211 
Subdivisões 
A Índia se subdivide em vinte e oito estados e sete "territórios da União".144 Todos os estados e 
os dois territórios da União de Pondicherry e o território da capital nacional elegem suas 
legislaturas e governos por meio do modelo de Westminster. Os outros cinco territórios união 
são regidos de forma direta pelo governo federal, através de várias administrações designadas. 
Em 1956, em virtude da Lei de Reorganização dos Estados, o território indiano foi dividido 
baseando-se em aspectos linguísticos.214 A partir de então, esta estrutura permaneceu sem 
mudanças. Cada estado ou território da união se divide em distritos administrativos.215 Por sua 
vez, os distritos se dividem em tehsils e finalmente em aldeias. 
Estados 
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia

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  • 1. Índia Bhārat Gaṇarājya República da ÍndiaLocalização da Índia (em verde escuro) e reivindicações territoriais na disputada região da Caxemira (em verde-claro). Capital Nova Deli Cidade mais populosa Bombaim Língua oficial Hindi, inglês e mais 21 línguas nacionais Governo República federal4 Democracia parlamentar5 - Presidente Pranab Mukherjee - Vice-presidente Mohammad Hamid Ansari - Primeiro-ministro Narendra Modi Independência do Reino Unido - Declarada 15 de agosto de 1947 - República 26 de janeiro de 1950 Área - Total 3 287 590 km² (7.º) - Água (%) 9,56 Fronteira Paquistão, República Popular da China, Nepal, Butão, Myanmar e Bangladesh População - Estimativa de 2011 1 210 193 4224 hab. (2.º) - Censo 2001 1 027 015 248 hab. - Densidade 329 hab./km² PIB (base PPC) Estimativa de 2014 - Total US$ 5 425 trilhões * 6 (3.º) - Per capita US$ 4 3076 (133.º) PIB (nominal) Estimativa de 2014
  • 2. - Total US$ 1 996 trilhões *6 (10.º) - Per capita US$ 1 5846 (143.º) IDH (2012) 0,554 (136.º) – médio7 Gini (2004) 36,8 Moeda Rupia indiana (Indian Rupee symbol.svg) (INR) Fuso horário IST (UTC+5:30) Org. internacionais ONU (OMC), G5 Cód. Internet .in Cód. telef. +91 Website governamentalindia.gov.in
  • 3. Índia, oficialmente República da Índia, (em hindi: भारत गणराज्य, Bhārat Gaṇarājya), é um país da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, sétimo maior em área geográfica e a democracia mais populosa do mundo. Delimitada ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pela Baía de Bengala a leste, a Índia tem uma costa com 7 517 km de extensão.8 O país faz fronteira com Paquistão a oeste;nota 1 República Popular da China, Nepal e Butão ao norte e Bangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico — Sri Lanka e Maldivas — estão localizados bem próximo da Índia. Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de vastos impérios, o subcontinente indiano é identificado por sua riqueza comercial e cultural de grande parte da sua longa história.9 Quatro grandes religiões — hinduísmo, budismo, jainismo e sikhismo — originaram-se no país, enquanto o zoroastrismo, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e colonizada pelo Império Britânico a partir de meados do século XIX, a Índia tornou-se uma nação independente em 1947, após uma luta social pela independência que foi marcada pela extensão da resistência não violenta.10 A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da união com um sistema de democracia parlamentar. O país é a décima maior economia do mundo em Produto Interno Bruto (PIB) nominal, bem como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de Poder de Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo;11 no entanto, a Índia ainda sofre com altos níveis de pobreza,12 analfabetismo, doenças e desnutrição. Uma sociedade pluralista, multilíngue e multiétnica, a Índia também é o lar de uma grande diversidade de animais
  • 4. selvagens e de habitats Etimologia O nome Índia é derivado de Indus, que por sua vez é derivado da palavra Hindu, em persa antigo. Do sânscrito Sindhu, a denominação local histórica para o rio Indus.13 Os gregos clássicos referiam-se aos indianos como Indoi (Ινδοί), povos do Indus14 A Constituição da Índia e o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecem Bharat como um nome oficial de igual status.15 Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo para toda a Índia. Antiguidade Os primeiros restos de humanos anatomicamente modernos encontrados na Ásia Meridional datam de aproximadamente 30 mil anos atrás.17 Sítios arqueológicos com arte rupestre do período Mesolítico foram encontrados em muitas partes do subcontinente indiano, como nos abrigos na Rocha de Bhimbetka, em Madhya Pradesh.18 Por volta de 7 000 a.C., os primeiros assentamentos neolíticos conhecidos apareceram no subcontinente em locais como Mehrgarh e outros no Paquistão ocidental.19 Estes locais gradualmente desenvolveram a Civilização do Vale do Indo,20 a primeira cultura urbana da Ásia Meridional;21 essa civilização floresceu entre 2 500 e 1 900 a.C. no Paquistão e na região oeste da Índia.22 Centrada em torno de cidades como Mohenjo-daro, Harappa, Dholavira e Kalibangan, e contando com variadas formas de subsistência, a cultura desenvolveu uma produção robusta de artesanatos e um amplo comércio.21 Durante o período de 2000-500 a.C, culturas de muitas regiões do subcontinente fizeram a transição do Calcolítico para a Idade do Ferro.23 Os Vedas, as escrituras mais antigas do hinduísmo,24 foram compostas durante esse período25 e os historiadores têm conectado os textos à cultura védica, localizada na região do Panjabe e na Planície Indo-Gangética.23 A maioria dos historiadores também considera que este período abrangeu várias ondas migratórias indo-arianas no subcontinente, de norte a oeste.26 24 27 O sistema de castas, que criou uma hierarquia de sacerdotes, guerreiros e camponeses livres, mas excluiu os povos indígenas ao rotular suas ocupações como "impuras", surgiu durante este período.28 Sobre o planalto do Decão, evidências arqueológicas deste período sugerem a existência de um estágio patriarcal de organização política.23 No sul da Índia, uma progressão para a vida sedentária é indicada pelo grande número de monumentos megalíticos que datam deste período,29 bem como por vestígios de agricultura, tanques de irrigação e de tradições de artesanato.
  • 5. No período védico, por volta do século V a.C., as pequenas tribos do Planalto do Ganges e de regiões do noroeste haviam se consolidado em 16 grandes oligarquias e monarquias que eram conhecidas como os mahajanapadas.30 31 A urbanização crescente e as ortodoxias desta época também criaram os movimentos de reforma religiosa do budismo e do jainismo,32 sendo que ambos se tornaram religiões independentes.33 O budismo, com base nos ensinamentos de Gautama Buda, atraiu seguidores de todas as classes sociais, com exceção da classe média; as narrações da vida de Buda foram fundamentais para o início do registro da história indiana.32 34 35 O jainismo entrou em destaque na mesma época durante a vida de seu "Grande Herói", Mahavira.36 Em uma época de crescente riqueza urbana, ambas as religiões levantaram a renúncia aos bens materiais como um ideal37 e estabeleceram monastérios de longa duração.30 Politicamente, por volta do século III a.C., o Reino de Mágada tinha anexado ou reduzido outros Estados para emergir como o Império Máuria.30 Já se acreditou que esse império controlou a maior parte do subcontinente com exceção do extremo sul, mas agora acredita-se que as suas regiões centrais eram separadas por grandes áreas autônomas.38 39 Os reis máurias são conhecidos tanto pela construção do seu império e determinação na gestão da vida pública, quanto pela renúncia de Asoka do militarismo e de sua promoção do darma budista. A literatura sangam, escrita em tâmil, revela que entre 200 a.C. e 200 d.C. o sul da península estava sendo governado pelas dinastias Cheras, Cholas e Pandyas, que comercializavam extensivamente com o Império Romano e com o Sudoeste e o Sudeste da Ásia.42 43 Nesse período o território do país também se tornou parte da Rota da Seda, uma rede de rotas comerciais que ligava o Extremo Oriente à Europa. Por essas estradas os comerciantes indianos vendiam tecidos e especiarias para mercados da Ásia Central, enquanto monges e peregrinos budistas vinham da China, até o período das Grandes Navegações, quando ligações comerciais marítimas foram criadas entre o Ocidente e o Oriente.44 No norte da Índia, o hinduísmo afirmou controle patriarcal familiar, o que levou ao aumento da subordinação das mulheres.45 30 Até os séculos IV e V, o Império Gupta havia criado um complexo sistema fiscal e de administração nos grandes planaltos do Ganges, que se tornou um modelo para reinos indianos posteriores.46 47 Sob os governos dos Guptas, um hinduísmo renovado baseado na devoção ao invés da gestão ritualística começou a se estabelecer.48 A renovação se refletiu em um florescimento da escultura e da arquitetura, que encontrou patronos entre uma elite urbana.47 A literatura sânscrita clássica floresceu e ciência, astronomia, medicina e matemática indianas tiveram avanços significativos. Idade média A idade medieval indiana, de 600 d.C. a 1200 d.C., é definida por reinos regionais e pela diversidade cultural.49 Quando o imperador Harsha de Kannauj, que governou grande parte da Planície do Ganges de 606 a 647 d.C., tentou expandir seu território para o sul, ele foi derrotado pelo governante Chalukya do Decão.50 Seu sucessor, na tentativa de expandir para o leste, foi derrotado pelo rei Pala de Bengala.50 Quando os Chalukyas tentaram se expandir para o sul, eles foram derrotados pelos Pallavas, que por sua vez se opunham aos Pandyas e aos Cholas, de ainda mais ao sul.50 Nenhum governante desse período foi capaz de criar um império unificado e os territórios sob seu controle geralmente não passavam muito além de sua região central.49 Durante este tempo, povos de pastoreio cujas terras tinham sido liberadas para abrir caminho para a crescente economia agrícola foram acomodados dentro do sistema de castas, assim como as novas classes dominantes não tradicionais.51 O sistema de castas, consequentemente,
  • 6. começou a mostrar as diferenças regionais.51 Nos séculos VI e VII, os primeiros hinos devocionais foram criados na língua tâmil.52 Eles foram imitados por toda a Índia e levaram ao ressurgimento do hinduísmo e ao desenvolvimento de todas as línguas modernas do subcontinente.52 A realeza indiana, grande e pequena, e os templos por ela frequentados, atraíram cidadãos em grande número para as principais cidades, que tornaram-se também importantes centros econômicos.53 Templos em cidades de vários tamanhos começaram a aparecer em todos os lugares ao mesmo tempo que a Índia passava por outra era de urbanização.53 Pelos séculos VIII e IX, os efeitos disso foram sentidos no Sudeste da Ásia, conforme os sistemas culturais e políticos do sul da Índia eram exportados para terras que se tornaram parte dos atuais Myanmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Java (Indonésia).54 Comerciantes, estudiosos e às vezes exércitos indianos envolveram-se nesta transmissão cultural; os asiáticos do sudeste do continente também tomaram a iniciativa e organizaram muitas peregrinações para os seminários indianos, além de terem traduzido os textos budistas e hindus para os seus respectivos idiomas.54 Após o século X, clãs nômades muçulmanos do centro da Ásia usaram cavalaria de guerra e organizaram vastos exércitos unidos pela etnia e religião para invadir repetidamente as planícies do noroeste da Ásia Austral, levando à criação do islâmico Sultanato de Déli em 1206.55 O sultanato controlou grande parte do norte da Índia e fez muitas incursões ao sul do subcontinente. Embora tenha sido perturbador para as elites indianas, o sultanato deixou a vasta população não muçulmana sujeita às suas próprias leis e costumes.56 57 Ao repelir repetidamente os invasores mongóis no século XIII, o sultanato salvou a Índia da devastação experimentada pela Ásia Central e Ocidental, criando o cenário para séculos de migração de soldados, homens instruídos, místicos, comerciantes, artistas e artesãos que vinham em fuga daquelas regiões para o subcontinente indiano, criando assim uma cultura indo-islâmica sincrética no norte do país.58 59 A invasão do sultanato e o enfraquecimento dos reinos da região do sul da Índia abriram o caminho para o Império Vijayanagara.60 Abraçando uma forte tradição xivaísta e construído sobre a tecnologia militar do sultanato, o império passou a controlar a maior parte da Índia peninsular61 e foi influente na sociedade do sul do país por muito tempo.60 Era moderna No início do século XVI, o norte da Índia, na época sob domínio principalmente muçulmano,62 caiu novamente para a superioridade da mobilidade e do poder de fogo de uma nova geração de guerreiros da Ásia Central.63 O subsequente Império Mogol não erradicou as sociedades locais que passou a governar, mas as equilibrou e pacificou através de novas práticas administrativas64 65 e de elites dominantes diversas e inclusivas,66 levando a uma lei mais sistemática, centralizada e uniforme por todo o império.67 Evitando sua identidade tribal e islâmica, especialmente durante o governo de Akbar, os mogóis uniram seus reinos distantes através da lealdade, expressa através de uma cultura influenciada pela Pérsia e de um imperador que tinha importância quase divina.66 As políticas econômicas do Estado Mogol tiravam a maior parte das receitas do império do setor agrícola68 e determinavam que os impostos deviam ser pagos em moedas de prata oficiais,69 o que causou a entrada de camponeses e artesãos em mercados maiores.67 A relativa paz mantida pelo império durante grande parte do século XVII foi um dos fatores que ajudaram na expansão econômica da Índia
  • 7. nesse período,67 o que resultou em investimentos maiores em pintura, além de obras literárias, têxteis e de arquitetura.70 Novos grupos sociais homogêneos no norte e no oeste da Índia, como os marathas, os rajputs e os sikhs, ganharam ambições militares e de governo durante o domínio mogol, que, através da colaboração ou da adversidade, deu-lhes reconhecimento e experiência militar.71 A expansão do comércio durante o governo mogol deu origem à novas elites comerciais e políticas ao longo das costas do sul e do leste do país.71 À medida que o império se desintegrou, muitas dessas elites foram capazes de manter seus negócios sob controle.72 Em 1498 o navegador português Vasco da Gama chega a Calecute, na costa ocidental do subcontinente indiano, o marco inicial de uma relação luso-indiana que duraria cerca de 500 anos.73 Em 1510, o explorador português Afonso de Albuquerque amplia os territórios portugueses com a conquista de Goa, que rapidamente se tornaria a capital do Estado Português da Índia (uma entidade política parte do Império Português). A Índia Portuguesa, como a colônia lusitana também era conhecida, inicialmente abrangia todos os territórios conquistados pelos portugueses no Oceano Índico, mas depois ficou restrita à Costa do Malabar, em territórios como Goa, Damão, Diu, Ilha de Angediva, Dadrá e Nagar Haveli, Simbor e Gogolá.74 No início do século XVIII, com a linha entre a dominação comercial e política cada vez mais tênue, uma série de empresas comerciais europeias, como a Companhia Britânica das Índias Orientais, haviam estabelecido postos nas regiões costeiras do país.75 76 O controle dos mares, maiores recursos, treinamento militar e tecnologia mais avançados levaram a Companhia Britânica das Índias Orientais a flexionar cada vez mais a sua força militar e tornar isso atraente para uma parcela da elite indiana; esses dois fatores foram cruciais para permitir que a Companhia Britânica ganhasse o controle sobre a região de Bengala em 1765 e marginalizasse as outras empresas europeias concorrentes77 75 78 79 O acesso maior às riquezas da Bengala e o subsequente aumento da força e do tamanho de seu exército permitiram à Companhia das Índias Orientais anexar ou subjugar a maior parte do subcontinente indiano durante os anos 1820.80 A Índia então parou de exportar bens manufaturados e, em vez disso, passou a abastecer o Império Britânico com matérias-primas. Esse momento é considerado por muitos historiadores o início do período colonial no país.75 Por esta altura, com seu poder econômico severamente restringido pelo parlamento britânico, a Companhia começou a entrar mais conscientemente em áreas não econômicas, como educação, reforma social e cultura. Era contemporânea Os historiadores consideram que a era contemporânea da Índia começou em algum momento entre 1848 e 1885. A nomeação, em 1848, de James Broun-Ramsay, Lord Dalhousie, como governador-geral do Companhia das Índias Orientais preparou o palco para alterações essenciais na transição do país para um Estado moderno. Estas mudanças incluíram a consolidação e a demarcação da soberania, a vigilância da população e a educação dos cidadãos. Mudanças tecnológicas — como as ferrovias, os canais e o telégrafo — foram introduzidas no país não muito tempo depois de sua introdução na Europa.82 83 84 85 No entanto, a insatisfação com a Companhia também cresceu durante este período e definiu a Revolta dos Sipais, em 1857. Alimentada por diversos ressentimentos e percepções entre a população, como as invasivas reformas sociais ao estilo britânico, altos impostos sobre propriedades e o tratamento sumário de alguns príncipes e fazendeiros ricos, a revolta abalou muitas regiões do norte e do centro da
  • 8. Índia e sacudiu os alicerces do governo da Companhia.86 87 Embora a rebelião tenha sido reprimida em 1858, ela levou à dissolução da Companhia das Índias Orientais e a administração da Índia passou a ser exercida diretamente pelo governo britânico. Além de proclamarem um Estado unitário e um sistema parlamentarista limitado, inspirado pelo parlamento britânico, os novos governantes também protegeram príncipes e aristocratas como uma salvaguarda contra uma possível agitação feudal futura.88 89 Nas décadas seguintes, a vida pública emergiu gradualmente em toda a Índia, levando à fundação do partido Congresso Nacional Indiano, em 1885.90 91 92 93 A corrida tecnológica e a comercialização da agricultura na segunda metade do século XIX foi marcada por muitos contratempos econômicos — muitos pequenos produtores tornaram-se dependentes dos caprichos de mercados distantes.94 Houve um aumento no número de grandes crises de fome95 e, apesar dos riscos do desenvolvimento de uma infraestrutura suportada pelos contribuintes indianos, pouco emprego industrial foi gerado para a população.96 Houve também efeitos salutares: cultivos comerciais, especialmente na região recém-canalizada do Punjabe, levaram a um aumento da produção de comida para o consumo interno.97 A rede ferroviária, desde o alívio da crise de fome,98 ajudou a reduzir o custo dos bens móveis98 e auxiliou a nascente indústria indiana. Após a Primeira Guerra Mundial, onde alguns milhares de indianos serviram,99 um novo período começou. Ele foi marcado por reformas britânicas, mas também por uma legislação mais repressiva; pelas reivindicações cada vez mais estridentes da população indiana por independência e pelo começo de um movimento não violento de não cooperação, do qual Mohandas Karamchand Gandhi se tornaria o líder e símbolo de resistência.100 Durante os anos 1930, uma lenta reforma legislativa foi promulgada pelos britânicos e o Congresso Nacional Indiano saiu vitorioso nas eleições seguintes.101 A década posterior foi cheia de crises: a participação indiana na Segunda Guerra Mundial, o impulso final do Congresso para a não cooperação com os britânicos e uma onda de nacionalismo muçulmano. Todos foram coroados com o advento da independência em 1947, mas ao custo de uma sangrenta divisão do subcontinente em dois Estados: Índia e Paquistão.102 Vital para a auto-imagem da Índia como uma nação independente foi a sua constituição, concluída em 1950, que colocou no lugar da antiga colônia britânica uma república secular e democrática.103 Nos 60 anos seguintes, a Índia teve um resultado misto de sucessos e fracassos.104 Manteve-se uma democracia com liberdades civis, uma Suprema Corte ativista e uma imprensa, em grande parte, independente.104 A liberalização econômica, que teve início na década de 1990, criou uma grande classe média urbana e transformou a Índia em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, o que aumentou a influência geopolítica do país. Filmes, músicas e ensinamentos espirituais indianos desempenham um papel cada vez maior na cultura mundial.104 No entanto, o país também tem sido oprimido por uma pobreza aparentemente inflexível, tanto no meio rural quanto no urbano;104 pela violência religiosa e entre castas;105 por grupos insurgentes de inspiração maoista chamados naxalitas;106 e pelo separatismo em Jammu e Caxemira e no Nordeste da Índia.107 O país tem disputas territoriais não resolvidas com a China, que se deterioraram até a guerra sino-indiana de 1962;108 e com o vizinho Paquistão, em guerras travadas em 1947, 1965, 1971 e 1999.108 A rivalidade nuclear
  • 9. entre a Índia e o Paquistão veio à tona em 1998.109 As liberdades democráticas sustentadas da Índia são únicas entre as novas nações do mundo; no entanto, apesar de seus sucessos econômicos recentes, a liberdade de sua população desfavorecida continua a ser um objetivo a ser alcançado. Geografia A Índia ocupa a maior parte do subcontinente indiano, encontrando-se por cima da placa indiana, uma placa tectônica que faz parte da placa indo-australiana.111 Os processos geológicos que definiram a atual situação geográfica da Índia começaram há 75 milhões de anos, quando o subcontinente indiano, então parte do sul do supercontinente Gondwana, começou a se mover para nordeste através do que posteriormente se converteria no Oceano Índico.111 A colisão superior do subcontinente com a placa euro-asiática e a subducção debaixo dela deram lugar à cordilheira do Himalaia, o sistema montanhoso mais alto do planeta, que atualmente é a fronteira da Índia a norte e a noroeste.111 O antigo leito marinho que emergiu imediatamente ao sul do Himalaia fez com que o movimento da placa criasse uma grande depressão, que foi sendo levada pouco a pouco por sedimentos propagados por rios,112 o que atualmente constitui a Planície Indo-Gangética.113 A oeste desta planície encontra-se o deserto do Thar, separado pela cordilheira Avaralli. A Índia tem 7 517 quilômetros de litoral; destes, 5 423 pertencem ao subcontinente indiano e 2 094 pertencem aos arquipélagos de Andamão e Nicobar e Laquedivas. A costa indiana tem 43% de praias arenosas, 11% de costas rochosas (incluindo falésias) e 46% de marismas ou costas pantanosas.8 Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como o Ganges e o Brahmaputra, que desembocam no golfo de Bengala.118 Entre os afluentes mais importantes do Ganges encontram-se os rios Yamuna e o Kosi, cuja pendente extremamente baixa provoca inundações catastróficas quase todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas pendentes evitam inundações são o Godavari, o Mahanadi, o Kaveri e o Krishna, que também desembocam no golfo de Bengala;119 e os rios Narmada e Tapti, que desembocam no mar Arábico.120 Na costa oeste, encontram-se também os pântanos do Rann de Kutch, enquanto no leste há a área protegida de Sundarbans, que a Índia divide com Bangladesh.121 A Índia possui dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste indiana, e as ilhas de Andamão e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas no mar de Andamão.122
  • 10. O clima indiano é fortemente influenciado pelo Himalaia e pelo deserto do Thar, os quais favorecem o desenvolvimento das monções.123 O Himalaia barra a entrada de ventos catabáticos frios, vindos da Ásia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria das localidades que se localizam em latitudes similares.124 125 O deserto do Thar desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados de umidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a maioria das precipitações do país.123 As zonas climáticas principais que predominam em território indiano são o tropical úmido, tropical seco e o subtropical úmido. Biodiversidade O território indiano se encontra dentro da biorregião himalaia, que apresenta grande biodiversidade. Acolhendo 7,6% de todos os mamíferos, 12,6% de todas as aves, 6,2% de todas os répteis, 4,4% de todos os anfíbios, 11,7% de todos os peixes e 6% de todas as espermatófitas do mundo, a Índia é um dos dezoito países megadiversos.127 Em muitas regiões indianas existem altos níveis de endemismo; em geral, 33% das espécies indianas são endêmicas.128 129 A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa do mar Arábico, no estado de Gujarat, até o planalto de Chota Nagpur, no estado de Jharkhand.115 No sul, o planalto do Decão contém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e Orientais;116 o planalto contém as formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de um bilhão de anos de idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 43' e 39° 26 'de latitude norte[c] e 68°7' e 89°25' de longitude leste. Os bosques da Índia variam de florestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e noroeste indiano, até florestas temperadas de coníferas do Himalaia. Entre esses extremos encontram-se os bosques caducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o bosque xerófito do Decão central e a planície ocidental do Ganges.130 Estima-se que menos de 12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.131 Muitas espécies da Índia são descendentes de táxons originários de Gondwana, do qual a placa tectônica indiana se separou. O movimento posterior da placa do subcontinente indiano e a sua colisão com a massa de terra da Laurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. Entretanto, o vulcanismo e as mudanças climáticas registradas há vinte milhões de anos provocaram uma extinção em massa de espécies originárias de Gondwana.132 A partir de então, mamíferos ingressaram ao subcontinente a partir da Ásia por meio de dois passos zoogeográficos em ambos os lados emergentes do Himalaia.130 Em consequência, apenas 12,6% dos mamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos.127 Na Índia existem 172 espécies ameaçadas, ou 2,9%.133 Entre elas encontram-se o leão-asiático, o tigre-de-bengala e o abutre-indiano-de-dorso- branco (Gyps bengalensis), que está quase ameaçado de extinção devido à ingestão de carne de gado tratada com diclofenaco.134
  • 11. Nas últimas décadas, a invasões humanas generalizadas e ecologicamente devastadoras criaram uma ameaça crítica à vida silvestre da Índia. Em resposta, o sistema de áreas protegidas e parques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, foi ampliado consideravelmente. Em 1970, o governo indiano decretou a Lei de Proteção da Vida Silvestre135 e o "Projeto Tigre", para proteger o habitat crucial destes animais, além de em 1980 ter sido decretada a Lei de Conservação dos Bosques.136 A Índia tem mais de quinhentos santuários de vida selvagem e treze reservas da biosfera,137 quatro das quais fazem parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Vinte e cinco zonas de umidade estão registradas na Convenção sobre as Zonas Úmidas.138 Demografia[editar | editar código-fonte] Mapa da densidade populacional e da rede ferroviária da Índia. A já densamente povoada Planície Indo-Gangética é o principal motor de crescimento da população do país. Ver artigo principal: Demografia da Índia Ver também: Religiões e criminalidade na Índia Com uma população de mais de um bilhão de habitantes,139 a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. Desde os anos 1960, o país tem vivido um rápido aumento em sua população urbana devido, em grande parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da produtividade agrícola devidos à "revolução verde".140 141 A população urbana da Índia no fim do século XX era onze vezes superior à do início do século e vem se concentrando cada vez mais nas grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinham população igual ou superior a um milhão de habitantes. Cada uma das três cidades mais populosas (Bombaim, Déli e Calcutá) tinham então mais de dez milhões de habitantes. Porém, nesse mesmo ano, 70% da população indiana vivia em áreas rurais.142 143 A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e genética do mundo, depois da África.144 O país é o lar de duas grandes famílias linguísticas: a indo-ária (falada por aproximadamente 74% da população) e a dravídica (falada por aproximadamente 24%). Outras línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto-birmanesas. O hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes145 e é a língua oficial da república.146 O inglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem o status de "idioma oficial subsidiário", sendo também importante na educação, especialmente no ensino médio e superior.147
  • 12. Um peregrino siquista com o Harmandir Sahib (Templo Dourado) em Amritsar, ao fundo. Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais e a constituição reconhece outras 21 línguas, que são faladas por um importante setor da população ou são parte da herança histórica indiana, e que são denominadas "línguas clássicas". Enquanto o sânscrito e o tâmil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos,148 149 o governo indiano também concedeu o estatuto de língua clássica ao kannada e ao telugu.150 O número de dialetos na Índia chega a mais de 1 652.151 Mais de 800 milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus. Outros grupos religiosos com presença importante no país são muçulmanos (13,4 %), cristãos (2,3 %), siquistas (1,9 %), budistas (0,8 %), jainistas (0,4 %), judeus, zoroastristas (parsis), entre outros.152 Os adivasi constituem 8,1 % da população.153 A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo e a maior população muçulmana para um país de maioria não muçulmana.154 A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens)4 O estado com o maior índice de alfabetização é Kerala, com 91%, enquanto Bihar tem a menor taxa, com apenas 47%.155 156 A razão sexual é de 944 homens para cada mil mulheres, enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%; a cada ano são registrados 22,01 nascimentos para cada mil pessoas.4 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano morrem novecentos mil indianos por beberem água imprópria e por inalarem ar contaminado.157 A malária é endêmica na Índia.158 Existem cerca de 60 médicos para cada 100 mil pessoas no país. ver • editar Cidades mais populosas da Índia (estimativas de 2009 do World Gazetteer)160 Worli skyline with BSWL (cropped).jpg Bombaim Smog in Dehli edited.jpg Déli Posição Localidade Estado Pop. Posição Localidade Estado Pop. UB City, Bangalore.JPG Bangalore Kolkata South Central CBD (11).jpg Calcutá
  • 13. 1 Bombaim Maharashtra 13 922 125 11 Jaipur Rajastão 3 102 808 2 Déli Délhi 12 259 230 12 Lucknow Uttar Pradesh 2 685 528 3 Bangalore Karnataka 5 310 318 13 Nagpur Maharashtra 2 403 239 4 Calcutá Bengala Ocidental 5 080 519 14 Patna Bihar 1 814 012 5 Chennai Tamil Nadu 4 590 267 15 Indore Madhya Pradesh 1 811 513 6 Hiderabade Andhra Pradesh3 913 793 16 Bhopal Madhya Pradesh 1 811 513 7 Ahmedabad Guzerate 3 913 793 17 Thane Maharashtra 1 739 697 8 Pune Maharashtra 3 337 481 18 Ludhiana Punjabe 1 701 212 9 Surate Gujarate 3 233 988 19 Agra Uttar Pradesh 1 638 209 10 Kanpur Uttar Pradesh 3 144 267 20 Pimpri Chinchwad Maharashtra 1 553 538 Política
  • 14. A Índia é a democracia mais populosa do mundo.161 O país é uma república parlamentarista com um sistema multipartidário162 com seis partidos nacionais credenciados, como o Partido do Congresso Nacional Indiano (em inglês: Indian National Congress - INC ou simplesmente Congresso) e o Partido do Povo Indiano (Bharatiya Janata Party - BJP), além de mais de 40 partidos regionais.163 O Partido do Congresso é considerado de centro-esquerda ou "liberal" dentro da cultura política indiana, enquanto o BJP é de centro-direita ou "conservador". Durante a maior parte do período compreendido entre 1950 — quando a Índia se tornou uma república pela primeira vez — e o final dos anos 1980, o Congresso manteve maioria no parlamento indiano. Desde então, no entanto, o partido cada vez mais divide o palco político com o BJP164 e com poderosos partidos regionais que muitas vezes forçam a criação de coalizões multipartidárias.165 Interior do Sansad Bhavan durante uma sessão parlamentar em 2010 Nas três primeiras eleições gerais da República da Índia — em 1951, 1957 e 1962 — o Congresso, liderado por Jawaharlal Nehru, teve uma série de vitórias fáceis. Com a morte de Nehru em 1964, Lal Bahadur Shastri tornou-se rapidamente o primeiro-ministro; ele foi
  • 15. sucedido, após a sua morte inesperada em 1966, por Indira Gandhi, que levou o Partido do Congresso a vitórias eleitorais em 1967 e 1971. Após o descontentamento público causado pela declaração de estado de exceção em 1975 pela primeira-ministra, o Congresso perdeu as eleições em 1977; o então novo Partido Janata, que se opôs ao estado de exceção, ganhou e seu governo durou pouco mais de três anos. Ao voltar ao poder em 1980, o Congresso viu uma mudança em sua liderança em 1984, quando Indira Gandhi foi assassinada e então foi sucedida por seu filho, Rajiv Gandhi, que conquistou uma vitória fácil nas eleições gerais no final daquele mesmo ano. O Congresso foi eleito novamente em 1989, quando a coalizão Frente Nacional, liderada pelo Janata Dal (um partido recém-criado), em aliança com a Frente de Esquerda, venceu as eleições; esse governo também foi relativamente curto: durou pouco menos de dois anos.166 Novas eleições foram realizadas em 1991, mas nenhum partido obteve a maioria absoluta no parlamento. O Congresso, no entanto, por ser o maior partido único do país, conseguiu formar um governo de minoria liderado por P. V. Narasimha Rao.167 Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguido por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a Aliança Democrática Nacional, que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.168 Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no Lok Sabha (câmara baixa do parlamento) e formou um governo de coalização denominada de Aliança Progressista Unida (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder nas eleições gerais de 2009, entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,169 Manmohan Singh foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde Jawaharlal Nehru foi eleito no seu cargo.170 Governo O Rashtrapati Bhavan, em Nova Deli, a residência oficial do presidente do país. A constituição indiana, maior do que a de qualquer outra nação do mundo, entrou em vigor em 26 de janeiro de 1950.171 O seu preâmbulo define a Índia como uma república soberana, secular e democrática.172 O parlamento indiano é bicameral, regido pelo sistema Westminster. Sua forma de governo foi tradicionalmente descrita como "quase federalista", com uma forte tendência à centralização, tendo os estados relativamente pouco poder.173 Desde finais da década de 1990, o federalismo tem crescido cada vez mais, como resultado de mudanças políticas, sociais e econômicas.174 175 O presidente da Índia é o chefe de estado176 e é eleito indiretamente por um colégio
  • 16. eleitoral177 para um mandato de cinco anos.178 179 O primeiro-ministro é o chefe do governo e exerce a maioria das funções do poder executivo.176 Nomeado pelo presidente,180 o primeiro-ministro é geralmente próximo do partido ou aliança política que conta com a maioria das cadeiras da câmara baixa do parlamento.176 O poder executivo consiste no presidente, o vice-presidente, o conselho de ministros (sendo o gabinete seu comitê executivo), encabeçado pelo primeiro-ministro. Qualquer ministro do conselho deve ser membro de qualquer câmara parlamentar. No sistema parlamentarista indiano, o poder executivo está subordinado ao poder legislativo, o primeiro-ministro e seu conselho são diretamente vigiados pela câmara baixa do parlamento.181 Edifício-sede do Supremo Tribunal da Índia, em Nova Déli O poder legislativo da Índia está representado pelo parlamento bicameral, que consiste na câmara alta, chamada Rajya Sabha (conselho dos estados) e a câmara baixa, chamada Lok Sabha (conselho do povo).182 A "Rajya Sabha" é um órgão permanente, que conta com duzentos e quarenta e cinco membros que servem por um período de seis anos.183 A maioria deles é eleita indiretamente pelas legislaturas estatais e territoriais, mediante representação proporcional.183 Dos 545 membros do Lok Sabha, 543 são eleitos diretamente pelo voto popular para representarem determinados grupos sociais por um período de cinco anos.183 Os outros dois membros são nomeados pelo presidente entre a comunidade anglo-indiana.183 A Índia conta com um poder judiciário de três níveis, que consistem na Suprema Corte de Justiça, encabeçada pelo chefe de justiça, vinte e um tribunais superiores e um grande número de tribunais de primeira instância.184 A suprema corte é um tribunal de primeira instância para casos relacionados com os direitos humanos fundamentais e um tribunal de apelação acima dos tribunais superiores.185 É judicialmente independente,184 tendo o poder de declarar e elaborar leis e revogar leis nacionais ou estaduais que violem a constituição.186 A função de intérprete último da constituição é uma das funções mais importantes da suprema corte.187 Relações internacionais[editar | editar código-fonte] Ver página anexa: Missões diplomáticas da Índia Índia e Rússia compartilham amplas relações econômicas e tecnológicas.188 Na imagem, o ex-primeiro- ministro indiano, Manmohan Singh, com o ex-presidente russo, Dmitry Medvedev. Desde a sua independência, em 1947, a Índia mantém relações cordiais com a maioria das
  • 17. nações. Na década de 1950, apoiou fortemente a descolonização da África e da Ásia e desempenhou um papel de liderança no Movimento Não Alinhado.189 No final da década de 1980, o exército indiano interveio duas vezes no exterior, a convite de países vizinhos: uma operação de manutenção da paz no Sri Lanka entre 1987 e 1990 e uma intervenção armada para impedir uma tentativa de golpe de Estado nas Maldivas. A Índia tem relações muito tensas com o vizinho Paquistão; as duas nações já entraram em guerra quatro vezes: em 1947, 1965, 1971 e 1999. Três dessas guerras foram travadas no território disputado da Caxemira, enquanto a quarta, em 1971, começou depois do apoio da Índia à independência de Bangladesh.190 Depois de travar a guerra sino-indiana em 1962 e a guerra com o Paquistão em 1965, a Índia estreitou seus laços militares e econômicos com a União Soviética; no final dos anos 1960, os soviéticos eram os maiores fornecedores de armas dos indianos.191 Além das atuais relações estratégicas com a Rússia, a Índia tem relações de defesa de grande alcance com Israel e França. Nos últimos anos, tem desempenhado um papel-chave na Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) e na Organização Mundial do Comércio. A nação indiana disponibilizou 100 mil militares e policiais para servir em 35 operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em quatro continentes. O país participa da Cúpula do Leste Asiático, do G8+5 e de outros fóruns multilaterais.192 A Índia tem estreitos laços econômicos com América do Sul, Ásia e África; desde 1991 que prossegue a política "Look East" ("olhar para oriente"), que visa a fortalecer parcerias com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Japão e Coreia do Sul, e que gira em torno de muitas questões, mas especialmente aquelas que envolvem investimento econômico e segurança regional.193 194 Forças armadas[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Forças armadas da Índia O HAL Tejas, um caça supersônico desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Aeronáutico da Índia e produzido pela Hindustan Aeronautics Limited, sediada na cidade de Bangalore. O teste nuclear de 1964, feito pela China, e as repetidas ameaças do governo chinês de intervir em apoio ao Paquistão na guerra de 1965, convenceram a Índia a desenvolver armas nucleares.195 O país realizou seu primeiro teste nuclear em 1974 e realizou mais testes subterrâneos em 1998. Apesar das críticas e sanções militares, a Índia não assinou o Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares, nem o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, por considerar os acordos falhos e discriminatórios.196 O país mantém a política nuclear de "não usar primeiro" (em inglês: no first use) e está desenvolvendo uma capacidade tríade nuclear, como parte de sua doutrina de "dissuasão credível mínima".197 198 O governo indiano está desenvolvendo um escudo de mísseis balísticos de defesa e, com colaboração da Rússia, de um avião caça de quinta geração.199 Outros projetos militares indianos envolvem a concepção e implementação dos porta-aviões da classe Vikrant e dos submarinos nucleares da
  • 18. classe Arihant.199 Desde o fim da Guerra Fria, a Índia tem aumentado a sua cooperação econômica, estratégica e militar com os Estados Unidos e a União Europeia.200 Em 2008, um pacto nuclear foi assinado entre a Índia e os Estados Unidos. Embora a Índia já possuísse armas nucleares na época e não fosse um membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o acordo recebeu isenção da Agência Internacional de Energia Atômica e do Grupo de Fornecedores Nucleares, acabando com as restrições anteriores sobre tecnologia e o comércio nuclear do país. Como consequência, a Índia se tornou o sexto Estado com armas nucleares de facto do mundo.201 Posteriormente o país assinou acordos de cooperação em energia nuclear civil com Rússia,202 França,203 Reino Unido204 e Canadá.205 O Presidente da Índia é o comandante supremo das forças armadas do país; com 1,6 milhão de soldados ativos, eles compõem o terceiro maior exército do mundo.206 As forças armadas compreendem o exército, a marinha e a força aérea; organizações auxiliares incluem o Comando de Forças Estratégicas e três grupos paramilitares: os Assam Rifles, a Força Especial de Fronteira e a Guarda Costeira.207 O orçamento de defesa oficial indiano para 2011 foi de 36,03 bilhões * de dólares, ou 1,83% do seu PIB.208 Para o ano fiscal que abrange 2012-2013 foram orçados para essa área 40,44 bilhões de dólares.209 De acordo com um relatório de 2008 do SIPRI, a despesa militar anual da Índia em termos de poder de compra foi de 72,7 bilhões de dólares.210 Em 2011, o orçamento anual de defesa do país teve um aumento de 11,6%,211 embora isso não inclua os fundos que chegam aos militares através de outros ramos do governo.212 Em 2012, o país era o maior importador de armas do mundo; entre 2007 e 2011, a Índia foi responsável por 10% dos fundos gastos em compras internacionais de armas.213 Grande parte das despesas militares é voltada para a defesa contra o Paquistão e para combater a crescente influência chinesa no Oceano Índico.211 Subdivisões A Índia se subdivide em vinte e oito estados e sete "territórios da União".144 Todos os estados e os dois territórios da União de Pondicherry e o território da capital nacional elegem suas legislaturas e governos por meio do modelo de Westminster. Os outros cinco territórios união são regidos de forma direta pelo governo federal, através de várias administrações designadas. Em 1956, em virtude da Lei de Reorganização dos Estados, o território indiano foi dividido baseando-se em aspectos linguísticos.214 A partir de então, esta estrutura permaneceu sem mudanças. Cada estado ou território da união se divide em distritos administrativos.215 Por sua vez, os distritos se dividem em tehsils e finalmente em aldeias. Estados http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia