1) Marcelo Odebrecht diz em delação premiada que entregou pagamentos em dinheiro vivo ao ex-presidente Lula, que faziam parte de aproximadamente R$8 milhões destinados a Lula pela Odebrecht.
2) Lula é citado várias vezes na delação da Odebrecht por executivos como recebedor de propina e por usar sua influência de forma indevida para beneficiar a empresa.
3) A delação da Odebrecht também implica a ex-presidente Dilma Rousseff em 18 citações como intermediadora de recursos desviados
2. Em delação premiada, Marcelo Odebrecht diz
que fez pagamentos ao ex-presidente Lula em
espécie. Recursos faziam parte do montante
de aproximadamente R$ 8 milhões destinados
ao petista pela empreiteira
Lula
recebeu
propina
em dinheiro
vivo
exclusivo
Débora Bergamasco, Sérgio Pardellas e Mário Simas Filho
fim de linha Lula
foi o principal alvo
da delação de
Marcelo Odebrecht
(acima)
N
os últimos meses, o ex-presidente Lula foi
emparedado pela Lava Jato. Virou réu três
vezes por práticas nada republicanas: obs-
trução de Justiça, ocultação de patrimônio
— ao omitir um tríplex no Guarujá —, lava-
gem de dinheiro, corrupção passiva, organi-
zação criminosa e tráfico de influência no
BNDES, em razão do esquema envolvendo
a contratação de seu sobrinho Taiguara
Rodrigues dos Santos. Ou seja, já há uma fartura de provas contra
o petista, ao contrário do que costuma alardear sua defesa. Nada,
no entanto, pode ser mais categórico e definitivo como conceito
de corrupção, na acepção da palavra, do que o recebimento de
pagamentos de propina em dinheiro vivo. Por isso, o que ISTOÉ
revela agora acrescenta um ingrediente potencialmente devas-
tador para o ex-presidente.
Foto: Luis Ushirobira/Valor
3. 34 iSToÉ 2449 16/11/2016
eles tamBÉm
acusam lula
Brasil/Capa
O presidente do conselho de
administração da Odebrecht,
Emílio Odebrecht afirmou em
delação premiada que o estádio
do Corinthians, o Itaquerão, foi
construído como uma espécie de
presente ao ex-presidente Lula,
torcedor fanático do clube paulista.
O empresário Ricardo Pessoa,
dono da empreiteira UTC, disse em
delação premiada que o consórcio
Quip, do qual a sua empresa fazia
parte, deu R$ 2,4 milhões de caixa
dois para a campanha da reeleição
de Lula em 2006. O empresário
disse que se encontrou sete vezes
com Lula durante o pleito
emÍLioodebrechT
ricardopeSSoa
Num dos 300 anexos da delação da Odebrecht, conside-
rada a mais robusta colaboração premiada do mundo, o
herdeiro e ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, diz
ter entregue a Lula dinheiro em espécie. Nunca uma figura
pública que chegou a ocupar a presidência da República
demonstrou tanta intimidade com a corrupção. Os repasses
foram efetuados, em sua maioria, quando Lula não mais
ocupava o Palácio do Planalto. O maior fluxo ocorreu entre
2012 e 2013. Foram milhões de reais originários do setor de
Operações Estruturadas da Odebrecht – o já conhecido de-
partamento da propina da empresa. Segundo já revelado pela
Polícia Federal, aproximadamente R$ 8 milhões foram trans-
feridos ao petista. Conforme apurou ISTOÉ junto a fontes
que tiveram acesso à delação, o dinheiro repassado a Lula
em espécie derivou desse montante.
Os pagamentos em dinheiro vivo fazem parte do que in-
vestigadores costumam classificar de “método clássico” da
prática corrupta. Em geral, é uma maneira de evitar registros
de entrada, para quem recebe, e de saída, para quem paga,
de dinheiro ilegal. E Lula, como se nota, nunca se recusou a
participar dessas operações nada ortodoxas. O depoimento
agora revelado por ISTOÉ é a prova de que, sim, o petista não
só esteve presente durante as negociatas envolvendo dinhei-
ro sujo como aceitou receber em espécie, talvez acreditando
piamente na impunidade. Se os repasses representavam
meras contrapartidas a “palestras”, como a defesa do ex-
presidente costuma repetir como ladainha em procissão, e
se havia lastro e sustentação legal, por que os pagamentos
em dinheiro vivo?
Na Odebrecht, as entregas de recursos a Lula sempre foram
tratadas sob o mais absoluto sigilo. Não por acaso, segundo
apurou ISTOÉ, logo que Marcelo Odebrecht foi preso, em
Recursos repassados a lula teriam
vindo do setor de operações
estruturadas da odebrecht, o
chamado departamento da propina
a maior delaÇÃo do mundo
R$ 6
bilhões
é o valor total
previsto de multa
no acordo de
leniência negociado
pela empresa com
o Brasil, Estados
Unidos e a Suíça
50
advogados negociam os
últimos detalhes para a
assinatura, ainda neste mês,
dos acordos de colaboração,
que depois serão enviados
ao Supremo Tribunal Federal
para homologação
300
anexos
envolvendo
políticos dos
mais diversos
partidos
50
executivos
fazem delação
e mais 32 são
incluídos como
colaboradores
4. 35
Em seu depoimento, o ex-diretor
da Odebrecht Alexandrino Alencar
revelou que a empresa participou
da reforma do sítio em Atibaia,
no interior de São Paulo, que
pertenceria ao ex-presidente Lula.
Ele contou também detalhes das
viagens que fez com Lula a bordo
de jatinhos da empreiteira.
ALEXANDRINOALENCAR
junho de 2015, a empreiteira presidida por ele, naquele mo-
mento vulnerável a buscas e apreensões da Polícia Federal,
acionou um esquema interno de emergência chamado de
Operação Panamá. Consistia em promover uma varredura
nos computadores, identificar os arquivos mais sensíveis e
enviá-los para a filial da empresa no país caribenho. O obje-
tivo não era outro, senão desaparecer com digitais e quaisquer
informações capazes de comprovar transferências de recursos
financeiros da Odebrecht ao ex-presidente Lula. Àquela al-
tura, a empreiteira ainda resistia a entregar o petista, topo da
hierarquia do esquema do Petrolão. Mudou de planos pre-
mida pelo instinto de sobrevivência.
Investigadores da Lava Jato vão querer saber, num próxi-
mo momento da investigação, se os repasses em dinheiro
vivo ao ex-presidente guardam conexão com a operação
desencadeada na última semana pela PF, sob o epíteto de
Dragão. Na quinta-feira 10, foram presos os operadores Adir
Assad e Rodrigo Tacla Duran, cujo papel era justamente
oferecer dinheiro em espécie para o sistema de corrupção.
Pelo esquema, as empreiteiras contratavam serviços jamais
prestados, efetuavam o pagamento a Duran e, ato contínuo,
recebiam o dinheiro para pagar agentes públicos. A trama só
foi desbaratado graças à colaboração de um delator da Ode-
brecht: Vinícius Veiga Borin. Ele contou à PF e procuradores
como funcionava a engrenagem da lavagem de dinheiro
criada pelas empreiteiras: as contas no exterior sob a batuta
de Marcos Grillo, outro executivo da Odebrecht, alimentavam
o Departamento de Propina da empreiteira. Quando havia
necessidade de entregar valores em espécie no Brasil, eles
recorriam a offshores, controladas por Duran. A Lava Jato
suspeita que o dinheiro repassado a Lula possa ter integrado
esse esquema.
Além de Marcelo Odebrecht, no corpo da delação da em-
preiteira Lula é citado por Emílio Odebrecht, Alexandrino
Alencar, ex-executivo da empresa, e o diretor de América
Latina e Angola, Luiz Antônio Mameri. Faz parte do pacote
de depoimentos relatos sobre uma troca de mensagens ele-
trônicas entre Mameri e Marcelo Odebrecht. Nessas conver-
sas fica clara a participação de Lula para a aprovação de
projetos da empreiteira no BNDES. Em seu depoimento, o
diretor confirmou as mensagens e disse que as influências
de Lula e do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, hoje
preso, foram decisivas para a aprovação de projetos definidos
exatamente como foram concebidos nas salas da Odebrecht,
O ex-presidente recebeu a maior
parte do dinheiro entre 2012 e 2013.
Nada mais definitivo como conceito
de corrupção do que o recebimento
de pagamentos em espécie
100
parlamentares deverão
ser delatados pelo
esquema de propinas
na Petrobras
20
governadores e
ex-governadores
deverão ser
denunciados
a partir das
revelações dos
executivos da
Odebrecht
5. 36 ISTOÉ 2449 16/11/2016
Brasil/Capa
Já afastada do poder por
irregularidades na condução
da economia e suspeita de
tentar atrapalhar as
investigações da Lava Jato, a
ex-presidente Dilma
Rousseff vai ser envolvida
diretamente em negociações
ilícitas na delação dos
executivos da Odebrecht.
Fontes com acesso às
investigações afirmam que
as reuniões e as
negociatas de dilma
A ex-presidente é apontada como intermediária
de recursos desviados da Petrobras. Ela é citada 18
vezes na delação da Odebrecht
sem que fossem submetidos a nenhum tipo de checagem.
Mameri citou obras em Angola e Cuba.
Nos últimos dias, a Procuradoria-Geral da República iniciou
o estágio da validação dos depoimentos, em que os 50 dela-
tores e 32 colaboradores lenientes da Odebrecht passaram a
ler e confirmar o que já escreveram. Tudo será gravado. A
checagem de informações pode durar até o final deste mês,
uma vez que nem todos os executivos foram informados
sobre a data do encontro com os procuradores.
O ALCANCE DA DELAÇÃO
No total, a empreiteira vai reconhecer que pagou algo em
torno de R$ 7 bilhões em propinas no Brasil e no exterior.
Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora do País,
com 200 mil funcionários e um faturamento anual de R$ 135
bilhões, só decidiu fazer delação premiada depois de março
desde ano, após ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a
19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de di-
nheiro e associação criminosa. Aos 48 anos, Marcelo se deu
conta de que poderia envelhecer na cadeia. Como o emprei-
teiro ainda é réu em várias outras ações, seus advogados
calcularam que ele poderia ser condenado a no mínimo 50
anos. Com o acordo, suas penas reduzirão a dez anos de re-
clusão. Como já cumpriu 1 ano e cinco meses, ficará detido
até dezembro do ano que vem. Depois, passará mais dois
anos e meio em prisão domiciliar e outros cinco anos em
regime semi-aberto. As outras condenações que vierem es-
tarão englobadas no acerto.
As negociações se arrastaram por seis longos meses. A
Procuradoria-Geral da República só concordou com a delação
para efeito de abatimento de pena com a condição de que ele
e os 80 executivos da empresa relatassem crimes os quais a
Justiçaaindanãotinhacomprovado.Alémdaresistênciainicial
em implicar Lula, os executivos impuseram outro dificultador:
não admitiam que os repasses eram pagamentos de propina.
Queriam limitar tudo a caixa dois, mesmo diante de provas
inquívocas. A questão, no entanto, foi vencida depois que
O QUE PESA CONTRA LULA
As denúncias:
Obstrução da Lava Jato
Lula é réu na Justiça Federal do DF sob
acusação de comandar a compra do silêncio
do ex-diretor Nestor Cerveró, para evitar
sua delação premiada. Primeiras audiências
do caso já ocorrem este mês.
Tríplex no Guarujá
Em Curitiba, Lula
se tornou réu sob
acusação de corrupção
em duas benesses
ofertadas pela OAS:
a reforma de um
tríplex reservado
ao ex-presidente
e o pagamento da
armazenagem de seu
acervo.
Angola
A última denúncia contra
o petista o acusa de
organização criminosa,
corrupção passiva e tráfico de
influência. A Procuradoria do
DF diz que Lula atuou para o
BNDES liberar recursos para
uma obra da Odebrecht em
Angola, obtendo em troca a
contratação de uma empresa
de seu sobrinho
6. 37
Marcelo Odebrecht
detalhou três encontros
com Dilma. Dois deles
em 2014, ano da
campanha à reeleição
ela foi citada como intermediária direta
de dinheiro oriundo de caixa 2 em ao
menos 18 vezes, por vários diretores da
companhia. Os depoimentos mais
comprometedores seriam do próprio
Marcelo Odebrecht.
Marcelo detalhou três encontros
pessoais com Dilma, todos no Palácio da
Alvorada e sem registro na agenda oficial.
Um deles teria sido logo depois da sua
posse, em 2011. Outros dois, em 2014, ano
da campanha à reeleição. É justamente
em uma dessas ocasiões que Marcelo fala
tráfico de influência junto ao BNDES
para liberar os recursos.
Além desse caso, Dilma já é
investigada no Supremo Tribunal
Federal sob suspeita de tentar
obstruir a Lava Jato por meio da
nomeação do ministro do Superior
Tribunal de Justiça Marcelo Navarro.
O caso tem como base a delação
premiada do ex-senador Delcídio do
Amaral (ex-PT-MS), que afirmou que
o real motivo pela indicação de
Navarro era um compromisso em
soltar os presos da Lava Jato,
principalmente os empreiteiros.
Por último, há ainda um caso na
Procuradoria do DF que investiga se
Dilma cometeu ato de improbidade
administrativa nas pedaladas fiscais.
Enquanto responde a essas
acusações, Dilma tenta retomar sua
vida longe da Presidência, com a ajuda
dos correligionários petistas, os únicos
que têm coragem de lhe dar emprego
atualmente. Na última semana, o
partido aprovou sua indicação para a
presidência do conselho da Fundação
Perseu Abramo, ligada à sigla. O
convite partiu do atual presidente do
PT, Rui Falcão, que procurava algum
cargo para amparar a correligionária.
Nesse, pelo menos, ela não deve
interferir nas finanças e há pouca
margem para a Fundação Perseu
Abramo partir também para as
pedaladas fiscais.
de forma mais comprometedora sobre a
ex-presidente. O empreiteiro conta que
ela negociou pessoalmente pagamentos
via caixa dois para a campanha.
A Lava Jato já investiga a suspeita de
que recursos de caixa dois da
Odebrecht abasteceram a campanha
presidencial petista em 2014 depois de
encontrar uma planilha da empresa que
indicaria repasses ao marqueteiro João
Santana entre 24 de outubro e 7 de
novembro de 2014 no valor de R$ 4
milhões. Santana foi o responsável pela
propaganda da campanha petista
naquele ano e também negocia um
acordo de colaboração premiada.
Marcelo contou que, em um dos
encontros, pediu a intervenção de Dilma
na liberação de repasses do BNDES para
a construção do porto de Mariel, em
Cuba, feito pela Odebrecht com
financiamento de mais de US$ 600
milhões do banco de fomento brasileiro.
Dilma teria lhe prometido resolver o
assunto em 24 horas. O porto já é alvo de
investigações, como da Procuradoria do
Distrito Federal, sob a suspeita de que
Lula teria também atuado por meio de
Frentes de investigação:
Atibaia
Força-tarefa
da Lava Jato
em Curitiba
ainda conduz
inquérito sobre
os benefícios
dados a Lula por
empreiteiras no
sítio de Atibaia
(SP)
Exterior
Além do caso de Angola, os
procuradores do DF investigam
se Lula também cometeu tráfico
de influência para levar obras de
empreiteiras brasileiras a outros
quatro países: Cuba, Equador,
Panamá e Venezuela. A suspeita
é que a propina teria sido paga
por meio da contratação de Lula,
por essas empreiteiras, para dar
palestras.
Casa Civil
Supremo investiga o
petista e a ex-presidente
Dilma em uma trama
para obstruir a Lava Jato
que incluiria a nomeação
de Lula para o cargo
de ministro da Casa
Civil, com o objetivo de
ganhar foro privilegiado
e escapar do juiz Sérgio
Moro.
Marcos Valério
Nova frente de
investigação na Justiça
Federal do DF é para
investigar se Lula atuou
para comprar o silêncio
do publicitário
Marcos Valério,
condenado no
mensalão
foto: AP Photo/Eraldo Peres
7. 38 ISTOÉ 2449 16/11/2016
Brasil/Capa
procuradores e agentes federais endureceram o jogo. Sem as
confissões de propina o acordo voltaria à estaca zero, adverti-
ram. Foi o suficiente para imprimir velocidade às tratativas.
Todas as pessoas envolvidas no acordo ouvidas por ISTOÉ
são unânimes em afirmar que Lula é a estrela principal da
delação. Recentemente, a Polícia Federal associou os codi-
nomes “amigo”, “amigo de meu pai” e “amigo de EO” (Emílio
Odebrecht) – que aparecem em planilhas de pagamentos
ilícitos apreendidas durante a Operação Lava Jato – ao ex-
presidente. Foi assim que a PF conseguiu rastrear o repasse
de aproximadamente R$ 8 milhões a Lula. Os pagamentos
foram coordenados por Marcelo Odebrecht e por Antonio
Palocci. De acordo com o delegado Filipe Pace, o dinheiro
saía de uma conta corrente mantida pela Odebrecht para
pagamento de vantagens indevidas. O que Pace não sabia, e
a delação de Odebrecht conseguiu elucidar, era sobre os
pagamentos em espécie ao petista.
Evidentemente que os depoimentos dos executivos da
empreiteira não vão abarcar apenas os crimes praticados pelo
ex-presidente Lula. Envolverá também Dilma Rousseff (leia
mais na pág. 36), integrantes do governo do presidente Michel
Temer, mais de 100 parlamentares e 20 governadores e ex-
governadores. Os principais partidos atingidos pelas delações
da Odebrecht serão o PT e PMDB. É certo, no entanto, que
integrantes do PSDB também serão implicados pelos execu-
tivos da empreiteira.
Para viabilizar os depoimentos, a Odebrecht utilizou ser-
viços de 50 escritórios de advocacia de Brasília, São Paulo, Rio
e Salvador, onde depôs o empreiteiro Emílio Odebrecht, pai
de Marcelo. Ao todo 400 advogados acompanharam os de-
poimentos. Como envolve políticos com foro privilegiado, o
acordo será assinado pelo ministro do STF, Teori Zavascki. A
expectativa é de que a homologação saia até o dia 21. Parale-
lamente às delações premiadas, a Odebrecht fará um acordo
de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU), que
deverá ser o maior do mundo. O campeão até aqui era o da
Siemens, celebrado com autoridades dos Estados Unidos e
vários países europeus em 2008. A empresa alemã pagou US$
1,6 bilhão em multas. Já no acordo de leniência da
Odebrecht com o governo brasileiro, a empreiteira
poderá pagar uma multa de R$ 6 bilhões. Com isso,
a empreiteira poderá voltar a realizar obras para o
governo federal, hoje proibidas.
Dinheiro era remetido às empreiteiras
pelos operadores para, em seguida, ser
distribuído para os agentes públicos
OPERAÇÃO
DRAGÃO Esquema
de lavagem de
dinheiro foi
desbaratado graças
à delação de
executivo da
Odebrecht