O documento discute como o teletrabalho permite que as pessoas trabalhem de casa, evitando o trânsito e tendo mais tempo com a família. O teletrabalho beneficia a produtividade e qualidade de vida dos funcionários, embora exija boa gestão e estrutura. O modelo desafia as empresas a mudarem sua cultura e relação com os empregados.
1. A Era dos Teletrabalhadores
Wellington Moreira aborda neste artigo porque o teletrabalho está cada vez mais presente
nas organizações.
Já pensou em iniciar o seu período normal de trabalho
pouco tempo depois de ter acordado, não precisar
passar pela penosa travessia das filas intermináveis de
trânsito e, ao mesmo tempo, dispensar mais atenção à
sua família?
Teletrabalho (telework), trabalho a distância ou
telecommuting são termos utilizados para designar o
exercício funcional daqueles que estão equipados com
tecnologias de transmissão de dados, voz e imagem e,
fazendo parte ou não do quadro de empregados de
uma empresa, não precisam comparecer às instalações da mesma para desempenhar suas atividades.
Portanto, pode-se entender o teletrabalho como uma alternativa de atuação profissional oriunda
principalmente das novas tecnologias de acesso à informação e comunicação que minimizaram a
importância do local onde o trabalho é prestado, algo inimaginável para várias profissões até então.
Pode-se afirmar, assim, que se trata da filosofia de levar o trabalho até as pessoas em vez do inverso.
Quanto aos benefícios desta modalidade de atuação, as organizações têm percebido que, em vários
casos, se consegue um considerável ganho de produtividade a partir da rentabilização do tempo
geralmente gasto em deslocamentos quando as pessoas se mantém trabalhando – mesmo que distantes
de seus colegas de equipe –, além de oportunizar qualidade de vida aos funcionários decorrente da
maior convivência familiar.
É claro que o teletrabalho não servirá para todas as ocupações existentes, nem tampouco será
indicado às situações nas quais se requer o desempenho de atividades complexas, mas tornou-se nos
últimos tempos uma alternativa viável para contextos organizacionais dos mais diversos.
Todavia, várias questões ainda preocupam a comunidade empresarial. Como garantir que as pessoas
realmente estejam trabalhando se elas efetivamente permanecem o dia todo em suas residências?
Como avaliar o desempenho dos colaboradores se não há convivência diária com os mesmos? Como
possibilitar que se sintam integrantes do time ao desempenharem suas funções praticamente sós?
É por isto que tal modalidade de trabalho exige um plano adequado e muito bem estruturado por
métodos, disciplina e uma boa gestão do tempo, tanto por parte da organização quanto do
colaborador. Por exemplo, é imprescindível que o profissional, mesmo atuando em sua casa, vista-se
como se fosse sair para trabalhar e que a companhia estabeleça indicadores de desempenho individual
facilmente mensuráveis.
A conservação de rotinas, como o horário de início do expediente, intervalo para almoço e
encerramento da jornada também são medidas relevantes. Caso contrário, as atividades particulares
poderão ocupar o precioso tempo que deve ser dedicado ao trabalho ou vice-versa. Aliás, isto explica
porque muita gente permanece com a sensação de que pouco produziu quando se encontra em
teletrabalho.
Boas experiências demonstram ainda que um local privativo transformado em escritório particular faz
toda a diferença. Algumas organizações não cuidaram deste aspecto e vários profissionais começaram
2. a desenvolver suas atividades na sala de estar, na cozinha e até mesmo no quarto de dormir,
ambientes totalmente desconectados com o ritmo necessário à alta performance desejada.
Quer seja encarado como moda, nova ordem empresarial ou apenas uma forma diferente de trabalhar,
a verdade é que o teletrabalho se tornou uma realidade em várias instituições modificando de
imediato a sua cultura e derrubando inúmeros paradigmas que pareciam ser intocáveis.
Por conseguinte, trata-se de um modelo desafiador e revolucionário. Desafiador para as empresas, que
precisam reorientar sua relação com muitos dos colaboradores e revolucionário para os profissionais
que percebem a reinvenção do seu trabalho.
O teletrabalho até pode não ter chegado à sua organização, mas esteja preparado porque, cedo ou
tarde, suas escolhas poderão levá-lo a uma trajetória de carreira na qual você também atuará como
um teletrabalhador.
* Por Wellington Moreira
Palestrante e consultor empresarial
wellington@caputconsultoria.com.br