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ANAIS
TEMA
TECNOLOGIAS NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE
De 30 de maio a 02 de junho de 2017
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro
campus Uberlândia
ANAIS
ISSN 2317-8450
http://semanacienciasagrarias.blogspot.com.br/
VI Semana de Ciências Agrárias
Tecnologias no caminho da sustentabilidade
Uberlândia/MG
2017
FICHA TÉCNICA
ROBERTO GIL RODRIGUES ALMEIDA
Reitor
MARCO ANTÔNIO MACIEL PEREIRA
Pró-Reitor de Administração
MAURO BORGES FRANÇA
Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
LUIZ ALBERTO REZENDE
Pró-Reitor de Ensino
EURÍPEDES RONALDO ANANIAS FERREIRA
Pró-Reitor de Extensão
HUMBERTO M. ESTEVAM
Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação
EDNALDO GONÇALVES COUTINHO
Diretor Geral
EDINALVA PONCIANO
Diretora do Departamento de Administração e Planejamento
ARCENIO MENESES DA SILVA
Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão
JULIANA ARAÚJO SANTOS MARTINS
Coordenadora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação
COMISSÃO ORGANIZADORA
Docentes
Coordenação: Dra. Vanessa Cristina Caron
Dr. Igor Souza Pereira (coordenador do Curso de Engenharia Agronômica)
Dr. Sidney Fernandes Bandeira (coordenador do Curso de Tecnologia em Alimentos)
Dra. Angélica Araújo Queiroz
Ms. Arinaldo de Oliveira
Ms. Fernanda Vital Ramos de Almeida
Dr. João Mateus de Amorim
Dra. Letícia Vieira Castejon
Dra. Luciana Santos R. da Silva Pinto
Dr. Reinaldo Silva de Oliveira
Dra. Simone Melo Vieira
Dr. Tiago Taham
Discentes
Coordenação: Mayara Rosa de Carvalho
Tesouraria
Bianca Stéfani A. Leite Juliana Pereira Alves Rosana Aline R. Mota
Marketing
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Bruna Muniz e Souza
Flávia de Oliveira B. Costa Neves
João Victor Naves dos Santos
Jonas Röder
Leopoldo Faria Santana
Matheus Alves Nogueira
Pedro Henrique Moura Souza
Samara Silvestre Caria Alves
Vinícius Sousa Baldoino
Wederson Gutemberg T. Silva
Patrocínio
Maikon Douglas R. Almeida
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Secretaria
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Giulyana Isabele Silva Tavares
Jackeliny Batista Amorim
Leandro José Carvalho
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Roberta Rodrigues Rosa
Monitores
Diego Fernando B. Fagundes
Kamila de Sousa Martins
Karyne Ferreira Babolim
Larissa Silva de Oliveira
Lucimar Gomes Oliveira Duarte
Luíza de Freitas Nehme
Marcos Vinicius S. de Souza
Nielsen Moreira Oliveira
Patrícia Alves de Matos
Patrícia de Paula Martins
Thalita Mariano Borges
5
Corpo editorial
Dr. Sidney Fernandes Bandeira
Dr. Luciana Santos R. da Silva Pinto
Comissão científica
Aline Alves Montenegro Freitas
Antônio de Freitas Neto
Bruna Santos de Oliveira
Dahis Ramalho Moura
Débora Maria Ferreira Canuto
Eliane Lombardi
Flávio Caldeira da Silva
Ingrid Mara Bicalho
Junélia Alves de Souza
Pedro Alves Martins
Raphael Passaglia Azevedo
Vanessa Salomão Borges
Vitor Hugo Pacheco Jardim
Vivian Consuelo Reolon Schmidt
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
SUMÁRIO
RESUMOS SIMPLES
APLICAÇÃO DE PRODUTOS PARA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA NA CULTURA DA
SOJA ............................................................................................................................................ 1
DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM FUNÇÃO DE BIOESTIMULANTES
....................................................................................................................................................... 2
EFEITO DO SOMBREAMENTO DO EUCALIPTO E TECA SOBRE A MORFOLOGIA
DO MILHO EM SISTEMA AGROSILVIPASTORIL............................................................... 3
EFICIÊNCIA DE ADUBOS ORGANOMINERAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
PLANTAS DE MILHO ................................................................................................................ 4
RESUMOS EXPANDIDOS
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE FERRUGEM ASIÁTICA EM
CULTIVARES DE SOJA............................................................................................................ 5
AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO SISTEMA AGROSILVIPASTORIL ...... 8
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO POR
PEG 6000 .................................................................................................................................. 11
AVALIAÇÃO DE MUDAS DE JATOBÁ COM APLICAÇÃO DE BACTÉRIA Azospirillum
E ADUBO DE LIBERAÇÃO CONTROLADA ....................................................................... 14
AVALIAÇÃO DE OÍDIO (Microsphaera difusa) EM DIFERENTES DENSIDADES
POPULACIONAIS EM SOJA.................................................................................................. 17
AVALIAÇÃO DE PÃO DE QUEIJO ELABORADO COM SORO DE LEITE ................... 20
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DITYLENCHUS GALLAEFORMANS SOBRE OS
TEORES DE CLOROFILA EM MICONIA ALBICANS........................................................ 22
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS CONSUMIDORES DE PRODUTOS CÁRNEOS E A
IMPLICAÇÃO NO CONTROLE DA SEGURANÇA ALIMENTAR..................................... 25
CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO A TOLERÂNCIA À
Microsphaera diffusa................................................................................................................ 28
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E RENDIMENTO CORPORAL DO
MATRINXÃ................................................................................................................................ 30
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS PARA QUANTIFICAÇÃO DE COLIFORMES EM
QUEIJOS MINAS FRESCAL.................................................................................................. 33
COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO
INDUZIDO POR CLORETO DE SÓDIO............................................................................... 36
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA GELEIA DE UVA NIÁGARA
ENRIQUECIDA COM CHIA.................................................................................................... 39
DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE QUATORZE
CULTIVARES DE SOJA EM UBERLÂNDIA-MG................................................................ 42
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: AÇÃO DO NÚCLEO DE ESTUDOS PARA
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SEGUROS (NEPAS)......................................................... 45
HERANÇA GENÉTICA DO COMPRIMENTO DO EPICÓTILO EM SOJA ..................... 48
INCIDÊNCIA DE FUNGOS ASSOCIADOS EM SEMENTES DE HÍBRIDOS DE
CANOLA (Brassica napus L.)................................................................................................. 50
LEVANTAMENTO FITOSSOSIOLOGICO DE PLANTAS DANINHAS EM VIDEIRA
‘NIÁGARA ROSADA’ (Vitis labrusca L.) ............................................................................... 53
OBTENÇÃO DE ÓLEO BRUTO DE VÍSCERAS DE TAMBATINGA PELOS
PROCESSOS DE ENSILAGEM ÁCIDA E TERMOMECÂNICO ...................................... 56
PROPRIEDADES FÍSICAS DE BIOMATERIAL PRODUZIDO A BASE DE ZEÍNA COM
INCORPORAÇÃO DE FIBRAS NATURAIS ........................................................................ 59
SUBSTITUIÇÃO DO TRIGO EM QUIBES POR SARRACENO ....................................... 62
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
APLICAÇÃO DE PRODUTOS PARA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA NA
CULTURA DA SOJA
Laís Ferreira, lais.ferreira.agro@gmail.com
1
Luciana Santos Rodrigues Costa Pinto, lucianas@iftm.edu.br
1
Juliana Araújo Santos Martins, julianaaraujo@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N,
Zona Rural, 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil.
A polifenoloxidase está relacionada a capacidade de oxidar compostos fenólicos em quinonas,
substâncias tóxicas aos microrganismos. Diante da importância da cultura da soja para o agronegócio
brasileiro, tendo em vista o desenvolvimento sustentável o objetivo do trabalho foi avaliar o teor de
polifenoloxidase com a aplicação de dois produtos na soja. O experimento foi conduzido em casa de
vegetação, no viveiro localizado no Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia,
Fazenda Sobradinho. As plantas foram conduzidas em vasos de 5 litros, composto por latossolo
vermelho, substrato e esterco, na proporção de 2:1:1, a cultivar de soja que utilizada foi a MG/BR 46
Conquista. Foram testados dois indutores de resistência, o acibenzolar -S- methyl (benzothiadiazole,
nome comercial: Bion 50 WG) e o insumo orgânico Rocksil
®
, utilizando-se para ambos, a dose de
0,15g/500 ml/parcela. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC), com cinco
tratamentos (T1 - Testemunha absoluta; T2 – Aplicação do Rocksil
®
em V7; T3 – Aplicação de
Acibenzolar -S- methyl em V7; T4 – Aplicação do Rocksil
®
em V7 e em Florada; T5 – Aplicação de
Acibenzolar -S- methyl em V7 e em Florada) e quatro repetições, totalizando 20 vasos com duas
plantas cada. A coleta das folhas para análise enzimática ocorreu 72 horas após a aplicação do
produto, foram coletadas três folhas de cada planta, sendo uma do terço inferior, médio e superior,
compondo então, seis folhas por parcela para preparo da amostra. A metodologia adotada para
análise da polifenoloxidase foi proposta pela Embrapa (2003). Os resultados foram submetidos à
análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância, com auxílio
do programa Sisvar. Maior média foi observada no tratamento 5 (Aplicação de Acibenzolar -S- methyl
em V7 e em Florada) com valor de 2,88 UE (unidade enzímica), entretanto não houve diferença
estatística para o T4 (Aplicação do Rocksil
®
em V7 e em Florada), em que a média foi de 2,35 UE. O
tratamento 2 (Aplicação do Rocksil
®
em V7) e o tratamento 3 (Aplicação de Acibenzolar -S- methyl em
V7) não diferiram da testemunha, com médias de 0,97 UE, 0,87 UE e 0,81 UE, respectivamente.
Diante dos valores obtidos conclui-se que, a aplicação de Acibenzolar-S- methyl e do Rocksil
®
em V7
e florada promove um aumento na atividade da enzima polifenoloxidase, ou seja, plantas tratadas
com esses produtos tornam-se mais resistentes ao ataque de patógenos.
Palavras-chave: Acibenzolar -S- methyl; Glycine max; Rocksil
®
.
Área de Concentração: Agronomia.
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM FUNÇÃO DE
BIOESTIMULANTES
Walleska Silva Torsian, walleskatorsian@hotmail.com
1
Ana Lúcia Pereira Kikuti, anakikuti@iftm.edu.br
1
Hamilton Kikuti, kikuti@ufu.br²
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N,
Zona Rural, 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil.
² UFU – Campus Umuarama, Uberlândia/MG Universidade Federal de Uberlândia – campus
Umuarama, Av. Amazonas, S/N, Bairro Umuarama 38400902 - Uberlândia, MG - Brasil
A cana-de-açúcar é uma planta perene com capacidade de perfilhamento, pertencente à família
Poaceae e própria de climas tropicais e subtropicais. Economicamente, seus colmos ricos em
sacarose são as partes mais importantes da planta. Vários fatores afetam o crescimento dos colmos,
sendo água, nutrição, temperatura, luz e área foliar os mais importantes. O manejo adequado da
cana-de-açúcar influencia diretamente na produtividade, qualidade e longevidade dos canaviais.
Desse modo, merece destaque a utilização mais recente de bioestimulantes e a consequente
necessidade de pesquisas para validar sua eficiência ao longo do desenvolvimento inicial da cana-de-
açúcar. Objetivou-se avaliar o desempenho de bioestimulantes ao longo do desenvolvimento inicial
da planta de cana-de-açúcar. A pesquisa foi realizada em área de campo no IFTM, Campus
Uberlândia, Fazenda Sobradinho, safra 2016/2017. Foram utilizados quatro tratamentos (FH cana
tolete, Stimulate, Tradecorp az e Testemunha) com as respectivas doses de acordo com a
recomendação de cada fabricante e cinco repetições, totalizando 20 unidades experimentais em uma
área de aproximadamente 500 m
2
. A unidade experimental foi composta por quatro fileiras de plantas
com cinco metros de comprimento e espaçamento de um metro entre fileiras de plantas. Nas duas
fileiras centrais foram identificadas 10 plantas, que foram avaliadas ao longo do desenvolvimento em
relação à altura de plantas, o diâmetro do caule, número de brotações e número de folhas verdes
(fotossinteticamente ativas), realizadas aos 112, 154, 189, 210, 231, 278 e 296 dias após o plantio. O
FH cana tolete apresentou o melhor desempenho durante o desenvolvimento inicial da cana-de-
açúcar. O comportamento dos bioestimulantes foi similar ao longo do desenvolvimento das plantas de
cana-de-açúcar.
Palavras-chave: biometria, crescimento, estimulantes, Saccharum officinarum.
Área de Concentração: Agronomia.
Agradecemos: à FAPEMIG.
2
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
EFICIÊNCIA DE ADUBOS ORGANOMINERAIS NO
DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MILHO
Luíza de Freitas Nehme, luiza.nehme@hotmail.com
1
Angélica Araujo Queiroz, angelica@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona
Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil
O milho (Zea mays L.), da família Poaceae, é uma espécie alógama e diploide, tem sua origem na
América Central e no México. É uma das plantas cultivadas mais antigas e mais estudadas. O uso de
adubação mineral em dosagens adequadas é considerado viável e pode ser utilizada como
alternativa para a redução de custos com adubação e aumentar a produtividade da cultura do milho.
Assim, o objetivo do presente trabalho será de comparar a eficiência do fertilizante organomineral em
diferentes dosagens aplicado no plantio de milho. O experimento foi instalado e conduzido no Viveiro
de Produção de Mudas Capim Branco, localizado na Fazenda Sobradinho do Instituto Federal do
Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia-MG. O delineamento experimental utilizado foi o de
blocos casualizados, contendo cinco tratamentos com cinco repetições. O experimento foi montado
em vasos com capacidade de 5L de solo. Avaliaram-se os parâmetros: altura total de planta; número
de folhas; altura de inserção da primeira folha; diâmetro do colmo; índice SPAD e teor de fósforo no
solo. De acordo com os resultados, pode-se verificar que houve influência das doses testadas apenas
para os teores de P no solo, sendo sido observado uma tendência linear no aumento do teor de P no
solo em função das doses testadas. Sendo que na maior dose, a correspondente a 100% da dose
recomendada, foi encontrado um teor de 10,6 mg dm
-3
de P no solo. Não sendo observada nenhuma
influencia nos valores de pH no solo, bem como nos índices SPAD avaliados, aos 30 DAP e aos 60
DAP. Pode-se concluir que a altura das plantas avaliadas aos 30 DAP e 60DAP não diferiram
estatisticamente, e que as proporções da formulação aplicadas no solo influenciaram apenas nos
teores de P no solo, porém não interferiram nos valores de pH no solo e índice SPAD.
Palavras-chave: Adubação, Nutrição de plantas, Organomineral.
Área de Concentração: Agronomia.
Agradecemos: à FAPEMIG.
3
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
EFEITO DO SOMBREAMENTO DO EUCALIPTO E TECA SOBRE A
MORFOLOGIA DO MILHO EM SISTEMA AGROSILVIPASTORIL
Lucas Rodrigues Santos, lrs.lucasrodrigues@gmail.com¹
Cristiane Silva Barbosa Araújo, carolstiane@yahoo.com.br¹
Luis Augusto da Silva Domingues, luisaugusto@iftm.edu.br¹
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona
Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil
O sistema agrosilvipastoril busca integrar as atividades agropecuárias com as florestais, buscando
sinergia entre elas. A finalidade do presente trabalho foi o de avaliar a influência do sombreamento
causado pelo Eucalipto e a Teca em algumas características do milho, quando semeado em sistema
agrosilvipastoril. A área avaliada é localizada na fazenda sobradinho do Instituto Federal do Triangulo
Mineiro em Uberlândia. As características morfológicas analisadas foram a altura da planta (AP),
altura de inserção da base da Primeira espiga (AE), diâmetro do colmo (DC), e o teor de clorofila no
2º terço médio da folha inserida junto com a primeira espiga (CL). Foram realizados quatro
repetições, para cada espécie florestal (Eucalipto e Teca), em duas distâncias das plantas: distancias
0 a 3 metros, e 3 a 6 metros da base do caule das espécies florestais, coletando os parâmetros
morfológicos e fisiológicos de 20 plantas para cada repetição e para a cada intervalo de distância. As
plantas de Eucalipto e Teca apresentavam em média a altura de 7,4 e 4,2 m. Foi realizada estatística
descritiva nos dados levantados. As plantas consorciadas ao Eucalipto apresentaram maior altura
para as duas distâncias avaliadas, 2,40 m contra 2,0 m para a Teca. Os resultados para altura de
inserção de espiga também foram maiores na área do eucalipto, 1,2 m, contra 0,8 para a Teca.
Quanto ao diâmetro, as plantas de milho consorciadas com o eucalipto apresentaram maiores
diâmetros, para ambas as distâncias avaliadas, 18 mm contra 15 mm para a Teca. Para a Teca o
diâmetro das plantas mais próximas a linha de plantio foram maiores 3 mm. O teor de clorofila nas
folhas não diferiu entre as espécies florestais, entretanto para ambas ele foi maior nas plantas mais
próximas à linha de plantio das mudas, provavelmente pelo efeito do sombreamento nas folhas do
milho. Assim, conclui-se com o presente trabalho que o sombreamento provocou um aumento na
altura e diâmetro de plantas assim como também um maior teor de clorofila nas folhas.
Palavras-chave: Eucalyptus, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Tectona grandis.
Área de Concentração: Agronomia
Agradecemos: à Syngenta, Seap, Viveiro Mudas Nobres, IFTM.
4
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE FERRUGEM
ASIÁTICA EM CULTIVARES DE SOJA
João Antônio Barbosa Filho, joaofilho.agro@hotmail.com¹
Solange Celestino Costa, scelestinocosta@hotmail.com
2
1
Engenheiro agrônomo
2
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG. Avenida
Amazonas s/no – Bloco 2E, Sala 01 – CEP- 38405-302, Bairro Umuarama Uberlândia/MG.
1. Introdução
No atual cenário agrícola, em específico ao
cultivo da soja, houve um estreitamento nos
fatores sanitários e fisiológicos, em decorrência
do grande aumento de doenças causadas por
fungos [4].
O patógeno Phakopsora pachyrhizi se
destaca por causar injúrias nas plantas
principalmente em estádios reprodutivos,
diminuindo a produtividade da cultura da soja
(Glycine Max, (L.) Merrill). No entanto, para
minimizar o dano decorrente da ação do fungo,
faz-se o controle com pulverizações
agroquímicas sistêmicas e preventivas, é de
fato, sendo essencial a escolha e época de
plantio da cultivar [2].
A quantificação de incidência é definida
como a frequência de plantas doentes, sendo a
severidade a porcentagem da área ou volume
de tecido coberto por sintomas [1]. A análise
visual de imagens pode auxiliar a quantificação
direta da doença “ferrugem asiática”, esta
análise pode ser definida por meio de escala
diagramática em comparação as características
próprias do hospedeiro e do patógeno.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a
porcentagem de incidência e severidade da
ferrugem asiática em diferentes cultivares de
soja.
2. Material e Métodos
O presente trabalho foi realizado numa
fazenda no município de Uberlândia-MG, onde
a cultura da soja foi semeada no dia 10 do mês
de fevereiro de 2017.
O delineamento experimental foi em blocos
casualizados, sendo duas cultivares, com 3
repetições e 10 plantas por cultivar. As
avaliações foram: incidência da ferrugem
asiática nos terços inferior, médio e superior e
porcentagem de severidade (SVE), nos
estádios R5. 1 (início de formação de grãos),
R5. 3 (enchimento de grãos de 26 a 50%), R6
(grãos cheios). As avaliações da ferrugem
foram feitas depois da aplicação dos
defensivos agrícolas, sendo analisadas por
dois indivíduos, baseando na escala
diagramática, e obteve-se as médias, evitando
erros por ser uma análise visual.
O experimento foi feito utilizando duas
cultivares de soja 7166RSF IPRO e M7110
IPRO, com 3 repetições, foram representados
pelos dias avaliados: 29/03, 12/04 e 29/04 e 10
plantas por cultivares selecionadas e
identificadas. Nos dias 07/03 foram feitas
aplicações com o fungicida sistêmico
pertencente ao grupo químico dos triazóis +
estrobitulinas, 15/03 com estrobitulinas +
carboxamidas, e ditiocarbamato, 05/04 com o
protetor e sistêmico estrobirulina +
carboxamidas,e triazol e 25/04 com o fungicida
sistêmico triazol + carboxamida + estrobirulina.
3. Resultados e Discussão
Figura 1- Escala diagramática de severidade de
ferrugem asiática na cultura da soja de 0-100%.
FONTE: Enciclopédia Biosfera.
5
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Figura 2- Folíolo de soja com sintomas de
ferrugem, comparada a escala diagramática
com variação de 1 a 50%.
FONTE: Enciclopédia Biosfera e folhas
coletadas em campo pelos autores.
Figura 3- Planta de soja selecionada e
identificada.
Tabela 1- Incidência e severidade da ferrugem
em duas cultivares.
Cultivar Terços Severidade
Inferior Médio Superior
7166 RSF 6,4 a 10,4 a 8,6 a 11,4 a
M7110 3,4 a 14,0 b 10,3 b 13,6 a
*Médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade.
Os resultados observados no terço inferior e
na severidade não diferiram significativamente
entre as cultivares em estudo. Nos terços
médio e superior houve diferença significativa,
os resultados mostraram que a maior
incidência da doença ocorreu na cultivar M7110
IPRO. A cultivar 7166 RSF IPRO e M7110
IPRO receberam os mesmos tipos de controles
químicos, contudo a 7166 RSF IPRO teve
resultados aceitáveis para melhor definição da
produtividade. Os resultados em destaque
mostram o momento em que algumas folhas do
terço superior já haviam caído devido o
aumento da doença.
Tabela 2- Regressão da doença em diferentes
datas de avaliações.
Avaliações Terços Severidade
Inferior Médio Superior
29/Março 8,1 b 8,1 a 3,1 a 10,2 b
12/Abril 4,5 ab 5,7 a 5,5 a 6,25 a
29/Abril 2,2 a 23 b 19,3 b 21,2 c
*Médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade.
Durante as datas avaliadas os resultados
mostraram que houve diferença significativa
entre elas para os fatores avaliados. O terço
médio apresentou maior incidência devido as
condições mais favoráveis para o
desenvolvimento do patógeno.
No terço inferior teve diferença significativa,
porém na ultima data da avaliação algumas
folhas já não estavam mais presentes nas
plantas, por isso os resultados demonstram
uma baixa incidência da doença. [3], afirmou
que em altos índices de infestação do patógeno
Phakopsora pachyrhizi ocorre a desfolha
antecipada na cultura.
4. Conclusões
Conclui-se que, com o auxílio da escala
diagramática a incidência da ferrugem asiática
nas cultivares 7166 RSF IPRO e M7110 IPRO
variou de 1 a 50% no final do ciclo.
A cultivar 7166 RSF IPRO teve menor
incidência da doença, enquanto que a
severidade não diferiu entre elas.
5. Referências
[1] ALVES, S. A. M; NUNES, C. C.
Metodologia para elaboração de escalas
diagramáticas para avaliação de doenças
em plantas. EMBRAPA Uva e Vinho, Bento
Gonçalves, RS. 6 f, 2012.
[2] GODOY, C. V; FLAUSINO et al. Eficiência
do controle de ferrugem asiática da soja em
função do momento de aplicação sob
condições de epidemia em Londrina, PR.
6
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Tropical Plant Pathology 34 (1) January –
February, 2009.
[3] HIRANO, M et al. Validaçãp de escala
diagramática para estimativa de desfolha
provocada pela ferrugem asiática em soja.
Summa Phytopathol, vol,36. n.3 Botucatu
july/Se pt. 2010.
[4] KOGA, L. J et al. Relação entre medidas
de refletância e área foliar sadia, severidade
da ferrugem asiática e produtividade da
cultura da soja. Semina: Ciências Agrárias,
Londrina, v. 28, n. 4, p. 571-580, out./dez.
2007.
7
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO SISTEMA
AGROSILVIPASTORIL
Luis Augusto da Silva Domingues, luisaugusto@iftm.edu.br
1
Ernesto José Resende Rodrigues, ernesto.rodrigues@iftm.edu.br
1
Enock Borges Júnior, enock.bjunior@gmail
1
Siro Paulo Moreira, siro-paulo@hotmail.com
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N,
Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil.
1. Introdução
As pastagens brasileiras em sua grande
maioria foram formadas em solos de baixa
fertilidade natural, o que contribuiu para o
avanço do processo de degradação, poucos
anos após o seu estabelecimento, e que é um
problema presente em cerca de 50% dos 105
milhões de hectares com pastagens cultivadas
[4].
As áreas exploradas por culturas anuais na
agricultura que totalizaram 55,5 milhões de
hectares na última safra (2013/14) [2]
permanecem parte do ano em pousio, forçando
a ocupação de novas áreas para pastagem, a
exposição do solo ao sol e chuva e a infestação
por plantas daninhas.
As áreas de floresta plantada com eucalipto
tiveram um crescimento médio anual nos
últimos 5 anos de 7,1% [1] totalizando em 2009
mais de 4,5 milhões de hectares. Entretanto,
estas áreas, que levam até 10 anos para serem
colhidas são exploradas em sua grande maioria
pelo monocultivo.
Neste contexto o estabelecimento do
sistema agrosilvipastoril, que integram as
atividades da pecuária, lavoura e floresta
(ILPF) em uma mesma área podem contribuir
para reduzir os problemas decorrentes do
desmatamento, da degradação dos solos,
baixos índices de produtividade os quais geram
baixa rentabilidade e desestímulo à prática da
atividade agropecuária.
A ILPF constitui um avanço tecnológico que
visa simultaneamente à eficiência econômica e
a proteção ambiental. Trata-se de técnicas que
promovem a criação de animais, o cultivo de
lavouras e a silvicultura em uma mesma área,
promovendo o uso racional dos recursos
disponíveis [3].
2. Material e Métodos
O experimento foi instalado no Centro de
Estudo em Sistema Agrosilvipastoril, na
Fazenda Sobradinho, do IFTM Campus
Uberlândia, em uma área de 5 ha, em solo de
textura argilosa.
Em uma área de pastagem de 20 anos
foram plantadas em fevereiro de 2016 as
seguintes espécies florestais: Baru (Dipteryx
alata); Pequi (Caryocar brasiliense); Mogno
Africano (Khaya ivorensis) muda de estaca;
Mogno Africano (Khaya ivorensis) muda de
semente; Mogno Brasileiro (Swietenia
macrophylla); Teca (Tectona grandis) e
Eucalipto (Eucalyptus), após a calagem e
dessecação da área.
Para cada espécie foram plantadas três
linhas com espaçamento de 15 metros, com 40
plantas espaçadas de dois metros. No período
de plantio das mudas foi semeada a cultura do
milho. Nos meses de maio /2016 e fevereiro de
2017 foram avaliados o diâmetro e altura das
mudas. Foram avaliadas 20 mudas centrais da
linha central.
3. Resultados
Como o eucalipto é a espécie florestal mais
utilizada nos sistemas agrosilvipastoril esta foi
utilizada como padrão, sendo as demais
comparadas com ele.
Foi criado um índice baseado no
crescimento em altura e diâmetro entre o
período avaliado.
Assim, o crescimento em altura e diâmetro
foi 100 para o Eucalipto. O índice 18 para o
Pequi significa que o crescimento do Pequi
para o período foi de apenas 18%.
Conforme mostrado na tabela 1, as
espécies que apresentaram menor índice para
a altura foram Pequi e Baru, 18,27 e 29,19
respectivamente, ou seja, cresceram 18,27 e
29,19% do que cresceu o eucalipto,
considerando o mesmo período. Já o a Teca
apresentou o maior índice, 54,84, ou seja,
cresceu em altura um pouco mais da metade
do que cresceu o eucalipto. O Mogno Africano
tanto em estaca quanto em semente,
apresentaram índices de crescimento
semelhantes e o Mogno Brasileiro.
8
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Tabela 1 - Altura e diâmetro de espécies florestais em sistema agrosilvipastoril, em Uberlândia, 2017
Para o crescimento do diâmetro, foi também
criado um índice tendo o eucalipto como
padrão. Assim como para a altura, no diâmetro
o pequi e o baru foram os que menos
desenvolveram, ficando com os índices de
16,27 e 20,41. O mogno brasileiro apresentou
valores maiores do que o mogno africano. Já a
Teca obteve índice de aproximadamente 62%,
demonstrando assim como na altura um melhor
desempenho que as demais espécies
florestais.
Figura 1. Vista aérea da área do estudo.
Figura 2. Teca consorciada com brachiaria.
Figura 3. Eucalipto consorciada com brachiaria.
Figura 4. Pequi consorciado com brachiaria e
milho.
5. Conclusões
A espécie que apresentou a maior taxa de
crescimento, tanto para altura quanto para o
diâmetro, quando comparado ao Eucalipto foi a
Teca, enquanto o Pequi foi o que apresentou a
menor taxa.
6. Referências
[1] ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2010
ano base 2009/ ABRAF. – Brasília, 2010.140p.
[2] IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Disponível em: <www.ibge. gov.br>.
Acesso em 26 jan. 2011.
Espécie mai/16 fev/17 mai/16 fev/17
Altura
(cm)
Altura
(cm)
Índice
altura
Diâmetro
do caule
(mm)
Diâmetro
do caule
(mm)
Índice
diâmetro
Pequi 50,15 115,8 18,27 9,08 20,09 16,27
Mogno Africano
(semente)
27,8 150,35 34,10 5,26 36,62 46,35
Teca 41,75 238,85 54,84 10,99 52,86 61,88
Mogno Africano
(estaca)
18,5 163,35 40,30 4,6 35,85 46,19
Baru 20,15 125,02 29,18 5,45 19,26 20,41
Mogno
Brasileiro
71,05 217,8 40,83 10,83 47,09 53,59
Eucalipto 67,4 426,8 100,00 7,22 74,88 100,00
9
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
[3] MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. <Disponível em
www.mapa.gov.br>. Acesso em 26 jan. 2011.
[4] MACEDO, M. C. M. Integração lavoura e
pecuária: o estado da arte e inovações
tecnológicas. Revista Brasileira Zootecnia, v.
38, p. 133-146, 2009. Supl. esp.
Agradecimentos
Agradecemos à Syngenta pela
disponibilização das sementes de milho, a
SEAP pela doação dos postes de eucalipto, ao
viveiro Mudas Nobres de Goiânia pela doação
das mudas de mogno africano, ao Grupo de
Estudos em Sistema Agrosilvipastoril do IFTM
pelo auxílio na condução do campo, e ao IFTM
Campus Uberlândia pela disponibilização de
ferramentas e equipamentos quando
necessário.
10
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO
INDUZIDO POR PEG 6000
Isabella de Castro Silveira, isabellacs10@hotmail.com
2
Roberta Siqueira Afonso, robertaufu2010@gmail.com
2
Luiza Amaral Medeiros, luizaamaral.m@gmail.com
2
Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu.br
1
Ana Paula Oliveira Nogueira, anap812004@yahoo.com.br
2
1
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG, Avenida
Amazonas s/no- Bloco 2E Sala 01- Bairro Umuarama, Uberlândia/MG.
2
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Genética e Bioquímica -INGEB, Avenida
Amazonas s/no- Bloco 2E Sala 205 - Bairro Umuarama, Uberlândia/MG.
1. Introdução
A soja (Glycine max [L.] Merrill) é uma
espécie vegetal originária de clima temperado,
com ampla adaptação aos climas subtropicais
e tropicais [1]. No Brasil é a cultura que mais
cresceu nas últimas três décadas e
corresponde a 49% da área plantada em grãos
do país. Dessa forma, a soja se firmou como
um dos produtos mais destacados da
agricultura nacional e na balança comercial [2].
A seca é um estresse abiótico, e como tal
pode diminuir, drasticamente, os rendimentos
em lavouras. De acordo com o Ministério do
Planejamento, a seca é um dos principais
eventos causadores de prejuízos econômicos
para os agricultores [3].
O crescimento da planta e os processos
como a fotossíntese são limitados pela
disponibilidade hídrica. Sendo assim, a água é
essencial para o desenvolvimento e a
sobrevivência da planta e, para completar seu
ciclo, mesmo sob a escassez de água, a soja
acaba sofrendo prejuízos como: diminuição da
matéria vegetal, do número de sementes por
legumes, presença de entrenós curtos;
abortamento de legumes e restrição no peso de
sementes [4].
Com o intuito de minimizar os impactos
causados pelo déficit hídrico o melhoramento
genético apresenta-se como uma ferramenta
essencial, visto que é capaz de desenvolver
cultivares tolerantes a seca ou que apresentem
mecanismos para uso eficiente da agua
disponível [5].
Neste sentido, objetivou-se trabalho avaliar
genótipos de soja quanto a porcentagem de
germinação e matéria seca e fresca, sob
diferentes condições de disponibilidade hídrica
induzidas por PEG 6000.
2. Material e Métodos
O experimento foi realizado no Laboratório
de Tecnologia e Produção de Sementes do
Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Adotou-se o delineamento experimental em
blocos completamente casualizados com
quatro repetições. O esquema fatorial
empregado foi 5X5, perfazendo 25 tratamentos,
de cinco cultivares de soja (UFUS 7415; UFUS
7801; UFUS 8301; CD 2728 IPRO e CD 237
RR) com cinco níveis de potenciais osmóticos
(0; -0,1 MPa; -0,2 MPa; -0,3 MPa e -0,4 MPa).
A quantidade de PEG 6000 solubilizada em
água deionizada foi determinada recorrendo-se
a equação proposta por Michel & Kaufmann
(1973) e as concentrações de Polietileno glicol
6000 utilizadas para atingir os níveis de
potencias osmóticos desejados se encontram
na Tabela 1.
Tabela 1 – Concentração de PEG 6000
estimada para obtenção dos níveis de potencial
osmótico
Potenciais Osmóticos
(MPa)
PEG 6000
(g L
-1
)
0 0
-0,1 195,06
-0,2 297,06
-0,3
-0,4
376,27
443,08
Após o preparo das soluções de PEG 6000,
todas as folhas de papel Germistet foram
embebidas nas suas respectivas soluções.
Cada parcela foi constituída por dois rolos com
50 sementes cada.
Todas as parcelas foram mantidas em
germinador por um período de cinco dias, com
temperatura constante de 25ºC. O espaço
interno do germinador foi dividido de forma a se
obter quatro blocos com distribuição aleatória
dos tratamentos em seu interior.
Após cinco dias foram realizadas as
avaliações de germinação, pela contagem de
plântulas normais e anormais, e de matéria
11
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
fresca de plântulas, pela pesagem de todas as
plântulas (preservando-se apenas os
cotilédones e a parte aérea) utilizando uma
balança de precisão de 4 casas decimais.
Posterior à pesagem as plântulas foram
encaminhadas para uma estufa de circulação
forçada por 24 horas à 80°C e após este
período as mesmas foram pesadas, obtendo-se
assim a matéria seca de plântulas.
Os dados foram submetidos à análise
estatística com auxílio do Programa Genes [6].
3. Resultados
Verificou-se a existência de interação
significativa entre genótipos e potenciais
osmóticos para a porcentagem de germinação
de sementes, indicando que o comportamento
de cada genótipo depende do potencial
osmótico.
Em condições normais, isto é, sem a
restrição hídrica, a cultivar UFUS 7801
apresentou maior porcentagem de germinação,
seguida pela cultivar CD 2728 IPRO RR. Já no
potencial -0,2 MPa a cultivar CD 2728 IPRO
RR apresentou maior capacidade de
germinação (Tabela 2). Estes resultados
corroboram aos obtidos por [7] que também
observaram respostas distintas quanto à
germinação entre três cultivares submetidas ao
estresse hídrico induzido por PEG 6000 com
variação do potencial osmótico de 0 a -0,8MPa.
Tabela 2 – Porcentagem de germinação de
genótipos de soja submetidos a diferentes
potenciais osmóticos com o uso de PEG 6000
Observou-se que a imposição de restrição
hídrica com PEG 6000 promoveu um
decréscimo linear em três cultivares (UFUS
7801, UFUS 8301 e CD 2728 IPRO RR) e para
as cultivares UFUS 7415 e CD 237 RR não foi
possível ajustar uma regressão (Figura 1). Em
estudos com PEG 6000, [8] avaliaram
sementes de três genótipos de soja em cinco
potenciais osmóticos (0,-0,2,-0,4,-0,6,-0,8 Mpa)
e também observaram redução da
porcentagem de germinação com a redução do
potencial do osmótico.
Figura 1. Germinação de cultivares de soja
submetidas a estresse hídrico por PEG 6000.
A concentração de PEG 6000 promoveu
decréscimo da matéria fresca e seca, conforme
apresentado na Figura 2. Isso se justifica pelo
fato de que para a formação de tecidos é
necessária uma quantidade suficiente de água.
Genótipo
Porcentagem de germinação (%)
0,0
MPa
-0,1
MPa
-0,2
MPa
-0,3
MPa
-0,4
MPa
UFUS
7415
28,75c
37,001
33,00ab
34,00a
24,50a
UFUS
7801
74,25a
34,00a
24,00b
16,75a
22,75a
UFUS
8301
43,50bc
42,50a
40,00ab
40,25a
29,50a
CD 2728
IPRO
63,00ab
58,75a
56,75a
34,25a
17,75a
CD 237
RR
45,00a
59,25a
42,75ab
44,50a
40,25a
12
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
[9] também relataram redução da matéria
fresca e seca, ao testarem cinco cultivares em
diferentes potenciais osmóticos.
Figura 2. Matéria fresca e seca de cultivares de
soja submetidas a estresse hídrico por PEG
6000.
4. Conclusões
A cultivar CD 2728 IPRO RR apresentou
maior porcentagem de germinação em
condições de disponibilidade hídrica reduzida.
Todas as cultivares apresentaram redução
de matéria fresca e seca com a redução do
potencial osmótico, indicando assim a
diminuição da formação de tecidos vegetais em
condições de restrição hídrica.
5. Referências
[1] Sarti, D. G. P. et al. Análise genética de
geração F7 de soja com fonte de resistência ao
nematoide de cisto- Raça 3. Melhoramento
Genético,7:.264-267, 2011.
[2] Mapa. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, 2015.
[3] Farias, J.R.B. et al, Caracterização de risco
de déficit hídrico nas regiões produtoras de
soja no Brasil. Revista Brasileira de
Agrometeorologia. 9: 415-421, 2001.
[4] Casteel, S. N. Signs of drought stress in
soybean, 2012.
[5] Fritsche-Neto, R.; Borém, A. Melhoramento
de plantas para condições de estresses
abióticos, 2011.
[6] Cruz, C. D. Programa Genes – Diversidade
Genética, 2013.
[7]Braccini, A. L. el al., Germinação e vigor de
sementes de soja sob estresse hídrico induzido
por soluções de cloreto de sódio, manitol e
polietilenoglicol. Revista Brasileira de
Sementes. 18: 10-16, 1996.
[8] Machado, B. Q. V. et al. Germinação de
Cultivares de Soja Submetidas ao Déficit
Hidrico induzido por Polietilenoglicol. Cultura
Agronômica. 25 :137-146, 2016.
[9] Vieira, F.C.F. et al., Aspectos fisiológicos e
bioquímicos de cultivares de soja submetidos a
déficit hídrico induzido por PEG 6000.
Bioscience Journal. 29: 543-552, 2013.
Agradecimentos
Agradecemos à Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minhas Gerais
(FAPEMIG) pelo suporte material e financeiro,
e ao Professor Carlos Machado dos Santos
pela disponibilização do Laboratório de Análise
de Sementes para a realização do
experimento.
13
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DE MUDAS DE JATOBÁ COM APLICAÇÃO DE
BACTÉRIA Azospirillum E ADUBO DE LIBERAÇÃO CONTROLADA
Laís Ferreira, lais.ferreira.agro@gmail.com
1
Walleska Silva Torsian, walleska.s10torsian@hotmail.com
1
Arinaldo de Oliveira, arinaldo@iftm.edu.br
1
Ernesto José Resende Rodrigues, ernesto.rodrigues@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N,
Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil.
1. Introdução
O jatobá (Hymenaea courbaril L.) é uma
planta que pertence à família Leguminosae,
que pode ser encontrada desde o México até a
América do Sul, em áreas de mata e margens
de rios, sendo que, aqui no Brasil é encontrada
principalmente no Amazonas e Centro-Oeste
[8], entretanto, a espécie Hymenaea sp., pode
estar presente na maioria das matas nativas do
Brasil [3].
Apresenta importância ecológica, pois
possui características adequadas à
recuperação de áreas degradadas, bem como
potencial agronômico e silvicultural, com a
utilização da madeira e dos frutos, que fornece
farinha de alto teor proteico que pode ser
utilizado na alimentação humana e animal [5, 7,
8].
Os adubos de liberação controlada estão
tendo seu uso aumentado na produção de
mudas, tanto em frutíferas quanto em espécies
florestais, isto porque, proporciona um melhor
desenvolvimento da planta e
consequentemente mudas de melhor
qualidade. Estes adubos são constituídos por
macro e micronutrientes que são encapsulados
por uma membrana semipermeável e a medida
que há necessidade, ocorre a liberação dos
nutrientes às plantas [6].
As bactérias promotoras de crescimento de
plantas vêm sendo cada vez mais estudadas,
destacando os gêneros Azospirillum,
Rhizobium, Pseudomonas e Bacillus, isto
porque promovem o crescimento das plantas
direta (crescimento propriamente dito) e
indiretamente (controle de patógenos). Entre os
benefícios das bactérias está a disponibilização
dos nutrientes para as plantas, pois
mineralizam os nutrientes da atmosfera,
tornando-os disponíveis para as plantas [4].
Entretanto, há carência de estudos no que
se refere à inoculação de bactérias promotoras
de crescimento em espécies florestais e para
[4], a inoculação destes microrganismos poderá
potencializar o desenvolvimento das plantas
gerando, consequentemente, mudas mais
vigorosas e de melhor qualidade, pois haverá
melhor utilização dos nutrientes e maior
resistência ao ataque de patógenos.
O interesse referente aos aspectos
produtivos de espécies nativas brasileiras vem
se intensificando com o aumento dos
problemas ambientais e com a necessidade de
recomposição de áreas degradadas. O jatobá é
uma espécie capaz de se adaptar a diversas
condições edafoclimáticas, o que torna uma
espécie de grande atrativo para recuperação
de áreas degradadas [7].
Diante do exposto, o aprimoramento de
técnicas para produção de mudas de jatobá,
justificou a realização do trabalho que teve
como objetivo avaliar o crescimento de mudas
de jatobá com a inoculação de bactérias do
gênero Azospirillum em associação a utilização
de adubos de liberação controlada.
2. Material e Métodos
O experimento foi conduzido no viveiro
CCBE – Consórcio Capim Branco Energia,
localizado no Instituto Federal do Triângulo
Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda
Sobradinho. Está situada entre 18° 55′ 8″ S e
48° 16′ 37″ W, com altitude de
aproximadamente 900 m. A pluviosidade média
da região é de aproximadamente de 1200 mm,
com chuvas concentradas entre os meses de
novembro a março, temperatura média anual
de 25ºC e clima tropical (Aw) de altitude
segundo a classificação de Köpen.
Foi realizado entre os meses de setembro a
novembro de 2014. As mudas de jatobá
(Hymenaea courbaril) foram doadas pelo
viveiro CCBE, com aproximadamente seis
meses de idade. As mesmas estavam em
tubetes de 180 cm³, preenchida com substrato
comercial.
O delineamento experimental utilizado foi
em blocos ao acaso, apresentando cinco
tratamentos e quatro repetições, totalizando
vinte parcelas. A unidade experimental foi de
14
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
nove mudas por parcela, gerando um total de
180 mudas. Os tratamentos foram os
seguintes: Testemunha (T1); Adubo de
liberação controlada (T2); Bactéria do gênero
Azospirillum (T3); Adubo de liberação
controlada e Azospirillum (T4); Aplicação de
Azospirillum em dois momentos (T5).
A dose utilizada de Azospirillum foi de 1
ml/L, para todos os tratamentos que se aplicou
a bactéria. No tratamento cinco (duas
aplicações de Azospirillum), a segunda
aplicação ocorreu quinze dias após a primeira
aplicação. A dose de Osmocote Plus® utilizada
no experimento foi de 5 ml de adubo por
tubete, utilizou-se um copo dosador.
Foram avaliados os seguintes parâmetros
de promoção de crescimento: altura da planta
(centímetros), número de folhas e diâmetro do
caule (milímetros). A altura da planta foi medida
utilizando-se régua graduada, em que se mediu
do caule rente ao substrato à gema apical. O
diâmetro do caule foi dimensionado utilizando
paquímetro digital, em que a mesma foi feita a
uma altura de 2 centímetros do coleto da muda.
Os resultados foram submetidos à análise
de variância, e as médias, quando
significativas, foram comparadas pelo teste de
Tukey a 5% de significância, com auxílio do
programa Sisvar [2].
3. Resultados e Discussão
A técnica de manejo com associação de
adubos de liberação controlada e inoculação de
bactérias do gênero Azospirillum, mostrou-se
viável para a produção de mudas de jatobá,
proporcionando maior crescimento e
desenvolvimento.
Os resultados da análise de variância e o
coeficiente de variação (CV %) dos dados de
altura, diâmetro do colo e número de folhas de
mudas de Hymenaea courbaril L. avaliadas
após trinta dias foram apresentados na Tabela
1.
Tabela 1 – Resultados para altura de planta.
Tratamento Altura (cm)
Testemunha 29,04 b
Adubo de liberação
controlada
29,79 b
Bactéria do gênero
Azospirillum
33,97 b
Adubo de liberação
controlada e bactéria
do gênero Azospirillum
35,70 a
Duas aplicações de
bactéria do gênero
Azospirillum
31,02 b
Total 159,52
CV 11,24
Observou-se que, a aplicação da bactéria
Azospirillum associado ao uso do adubo de
liberação controlada promoveu um maior
crescimento das mudas comparado com os
demais tratamentos nos parâmetros avaliados.
A altura de plantas é um parâmetro de
importância para avaliação do crescimento de
mudas. Não houve diferença entre os
tratamentos de uso do adubo de liberação
controlada (T2), com valor de 29,79 cm e
inoculação de bactéria (T3), com valor de
33,97, da mesma maneira que duas aplicações
de bactéria do gênero Azospirillum (T5) não
diferiu dos outros tratamentos e da testemunha.
A associação do adubo de liberação controlada
e bactéria (T4) foi o que promoveu maior
crescimento da planta, com média de 35,70
cm.
O diâmetro do colo (Tabela 2) é o parâmetro
que melhor indica a qualidade da muda [1],
então pode-se inferir que, o uso de adubo de
liberação controlada associada ao uso de
Azospirillum é indicado quando se deseja
robustez do colo e qualidade de mudas de
Hymenaea courbaril L., pois a maior média foi
obtida utilizando-se esta associação, 5,40 mm.
Em seguida, a maior média obtida foi com duas
aplicações de bactéria do gênero Azospirillum,
5,08 mm, entretanto o mesmo não diferiu dos
outros tratamentos, adubo de liberação
controlada e bactéria do gênero Azospirillum,
4,87 e 5,16 mm, respectivamente, não diferindo
da testemunha, 4,84 mm.
Tabela 2 – Resultados para diâmetro do
colo.
Tratamento Diâmetro do colo
(cm)
Testemunha 4,84 b
Adubo de liberação
controlada
4,87 b
Bactéria do gênero
Azospirillum
5,16 b
Adubo de liberação
controlada e bactéria
do gênero Azospirillum
5,40 a
Duas aplicações de
bactéria do gênero
Azospirillum
5,08 b
Total 25,35
CV 5,54
Para a variável número de folhas (Tabela 3),
os tratamentos que propiciaram maior
desenvolvimento de área foliar foram os de
aplicação de adubos de liberação controlada
(T2) e associação do adubo de liberação
controlada e bactéria do gênero Azospirillum
(T4), 10,81 e 11,97, respectivamente,
entretanto não diferiram entre si. As menores
15
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
médias foram observadas na testemunha, 7,33,
mas este valor não diferiu das médias dos
tratamentos com inoculação da bactéria (T3) e
com duas aplicações de bactéria (T5).
Tabela 3 – Resultados para número de
folhas.
Tratamento Número de Folhas
Testemunha 7,33 b
Adubo de liberação
controlada
10,81 b
Bactéria do gênero
Azospirillum
7,57 b
Adubo de liberação
controlada e bactéria
do gênero Azospirillum
11,97 a
Duas aplicações de
bactéria do gênero
Azospirillum
7,54 b
Total 45,22
CV 15,6
Os resultados mostram também que, uma
única inoculação com as bactérias (T3) podem
promover um maior crescimento do que
quando se faz duas aplicações (T5). Mesmo
não diferindo estatisticamente entre si, as
médias para todos os parâmetros de
crescimento avaliados do tratamento com
apenas uma aplicação de Azospirillum, foram
maiores do que o tratamento com duas
aplicações (T5).
No presente estudo foi utilizada a técnica de
manejo em que se associa o uso de adubos de
liberação controlada com a inoculação de
bactérias Azospirillum, o qual gerou resultados
positivos. Por conta disso, não se encontrou na
literatura dados que associem esses dois
parâmetros para produção de mudas florestais.
Esta técnica pode-se tornar uma tecnologia
para obtenção de mudas de melhor qualidade e
que se estabeleçam rapidamente no campo.
4. Conclusões
A técnica de manejo com associação de
adubos de liberação controlada e inoculação de
bactérias do gênero Azospirillum, mostrou-se
viável para a produção de mudas de jatobá,
potencializando o crescimento e
desenvolvimento.
Faz-se necessário mais estudo para o
aprimoramento para a produção de mudas de
Hymenaea courbaril L. com a associação de
adubo de liberação controlada e inoculação de
bactéria Azospirillum, para saber o melhor
momento para a inoculação e melhor dose, de
modo que promova um melhor
desenvolvimento das mudas.
5. Referências
[1] BINOTTO, A. F. Relação entre variáveis
de crescimento e o índice de qualidade de
Dickson em mudas de Eucalyptus grandis
W. Hill ex Maid e Pinus elliottii var. elliottii –
Engelm. 2007. 53 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, 2009.
[2] FERREIRA, D.F. SISVAR software: versão
6.0. Lavras: DEX/UFLA, 2013. Software.
[3] LAHR, F. A. R. et al. Avaliação de
propriedades físicas e mecânicas de madeiras
de jatobá (Hymenaea stilbocarpa Hayne) com
diferentes teores de umidade e extraídas de
regiões distintas. Revista Árvore, v. 40, n. 1,
2016.
[4] MOREIRA, A. L. L.; ARAÚJO, F. F.
Bioprospecção de isolados de Bacillus spp.
como potenciais promotores de crescimento de
Eucalyptus urograndis. Revista Árvore, v. 37,
n. 5, 2013.
[5] OLIVEIRA, L. S. B. et al. Substrato e volume
de recipiente na produção de mudas de jatobá
(Hymenaea courbaril L.). Nativa, Sinop, v. 02,
n. 02, p. 103-107, 2014.
[6] ROSSA, U. B. et al. Fertilizante de liberação
lenta no desenvolvimento de mudas de
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (angico-
vermelho) e Schinus terebinthifolius Raddi
(aroeira-vermelha). Ciência Florestal, v. 25, n.
4, 2015
[7] SAMPAIO, M. F. et al. Influência de
diferentes substratos associados a métodos de
superação de dormência na germinação e
emergência de sementes de jatobá (Hymenaea
courbaril L.). Revista Farociência, v. 2, n. 1,
2015.
[8] SOUSA, E. P. et al. Caracterização físico-
química da polpa farinácea e semente do
jatobá. Revista Verde, v. 7, n. 2, p. 117-121,
2012.
16
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DE OÍDIO (Microsphaera difusa) EM DIFERENTES
DENSIDADES POPULACIONAIS EM SOJA
Solange Celestino Costa, scelestinocosta@hotmai.com
1
Marlize Cristina Pinheiro Luiz, marlize.pin@hotmail.com
1
Ivair José de Morais Júnior, ivair.junio@hotmail.com¹
Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu.br¹
Ana Paula Oliveira Nogueira, anap812004@yahoo.com.br
1
1
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG. Avenida
Amazonas s/no – Bloco 2E, Sala 01 – CEP- 38405-302, Bairro Umuarama Uberlândia/MG.
1. Introdução
A soja (Glycinemax (L.) Merril) é uma das
culturas de maior importância econômica no
agronegócio brasileiro e a cada ano, observa-
se o crescente aumento na produção e
demanda. O Brasil se mantém como segundo
maior produtor mundial e figura como um dos
poucos países que tem possibilidade de
expansão da área cultivada.
A prática da monocultura e a abertura de
novas fronteiras cooperam com o surgimento
de novas doenças e controle inadequado de
patógenos chaves da cultura. Uma das
doenças que tem causado prejuízo para a
cultura é o fungo Microsphaera difusa, com
perdas de 26 a 50% em condições de campo
[2].
O oídio forma uma camada pulverulenta
branca de micélio e conídios que alteram o
desenvolvimento. Os sintomas podem ser
identificados de forma visual e em condições
severas, provoca crestamento foliar e desfolha.
Durante todo ciclo da soja pode haver a
infecção da doença. Os estádios R1 a R8
compreendem a fase reprodutiva da soja.
Nessa etapa, a incidência de doenças e pragas
tem reflexo direto no rendimento da cultura.
A doença é favorecida em ambientes onde
a temperatura é próxima de 20 ºC e umidade
relativa entre 50 e 90%. O melhoramento de
plantas busca cultivares que apresentam
resistência ao fungo e características
morfológicas que atraem o interesse do
produtor. O emprego de genótipos que
reduzem o número de aplicações de fungicidas
na lavoura é um dos métodos mais eficiente de
controle da doença [5].
Aliado ao melhoramento vegetal, as
recomendações fitotécnicas devem ser
aprimoradas de acordo com o lançamento de
um novo genótipo. A densidade populacional é
uma característica intrínseca ao genótipo,
portanto tem impacto direto na produtividade do
grão [3].
No Brasil já foram registrados mais de 20
espécies de oídio que acometem as lavouras
de soja. A doença afeta de forma drástica a
área foliar da planta, diminuindo a absorção de
luz e, consequentemente, a fotossíntese. As
plantas com taxa elevada de infecção exigem
uma absorção superior de solutos quando
comparada com as sadias, provocando
estresse no vegetal devido à quantidade da
água perdida [2].
Desta forma, o trabalho teve como objetivo
a avaliação da incidência do patógeno
Microsphaera difusa em cultivares de soja em
diferentes densidades populacionais.
2. Metodologia
O experimento foi conduzido na estação
experimental Fazenda Capim Branco,
pertencente à Universidade Federal de
Uberlândia. As cultivares utilizadas foram
UFUS 7415, UFUS 7401 e UFUS 6901 e a
semeadura ocorreu em outubro de 2016.
Com base nas características químicas
apresentadas na análise de solo, a dose
aplicada foi de 400 kg ha
-1
do formulado 02-28-
18.
No dia da semeadura foi realizado o
tratamento das sementes com fungicida e
inoculação com Bradyrhizobium japonicum.
Foram avaliados 15 tratamentos em esquema
fatorial 3 x 5, constituído por 3 cultivares e 5
densidades populacionais (10, 15, 20, 25 e 30
plantas por metro linear).
Os tratos culturais foram realizados para
controle de plantas daninhas, pragas e
doenças potencializando o desenvolvimento da
lavoura.
O delineamento experimental adotado Foi
blocos completos casualizados, com 5
repetições.
17
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
No campo, as parcelas foram constituídas
por quatro linhas de soja de 5 m e espaçadas
0,50 m. A avaliação da doença foi realizada no
estádio reprodutivo R6 e apenas na área útil,
onde estas foram compostas 2 fileiras centrais
eliminando 0,5 m das extremidades,
perfazendo 4 m
2
.
De acordo com a escala diagramática foram
utilizados os intervalos: 0%, 1 a 25%, 26 a 50%
e 51 a 75%. Com o auxílio de 3 avaliadores as
avaliações ocorreram no terço inferior, médio e
superior das plantas.
Os dados foram submetidos à análise de
variância com o auxílio do programa Sisvar [1],
e as médias comparadas pelo teste de Scott-
Knott a 5% de probabilidade de erro.
3. Resultados e Discussão
Figura 1. Folíolos de soja com sintomas visuais
de oídio.
Observando o comportamento das
cultivares, pode-se afirmar que o terços inferior,
médio e superior das plantas apresentaram
desempenho semelhante para todas as
densidades populacionais empregadas.
Tabela 1- Incidência de oídio nos terços
inferiores, médios e superiores das cultivares
avaliadas.
Cultivares Terço
inferior
Terço
médio
Terço
superior
UFUS 7415 2,00
a
0,0
a
0,08
a
UFUS 6901 10,32
a
3,36
a
0,15
a
UFUS 7401 11.65
a
4,19
a
0,24
a
[4] afirma que a cultura da soja quando
exposta a um grande período de umidade
manifesta lesões provocadas pela doença.
Além disso, quando a cultura se encontra no
final do ciclo há alta severidade nos terços
inferiores confirmando os resultados do
presente trabalho.
A instalação da doença ocorre na base das
plantas com infecção de folhas, hastes e
pecíolos. Com a evolução da doença o terço
superior das plantas é a última parte vegetal a
ser diagnosticada.
A rápida facilidade de disseminação do
fungo atrelado aos fatores climáticos ideais que
a região possui os diferentes estandes de
plantas empregados não apresentou diferença
significativa.
5. Conclusões
A cultivar UFUS 7415, demonstrou menor
suscetibilidade na presença da doença, em
qualquer densidade populacional, quando
comparada aos demais genótipos.
6. Referências
[1] FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por
meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In:
REUNIÃO ANUALDA REGIÃO BRASILEIRA
DA SOCIEDADE INTERNACIAONAL DE
BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais...
São Carlos: UFScar, 2000, p. 255-258.
[2] IGARASHI, S. OLIVEIRA, G. M.
CAMARGO, L. C. M. FALKOSKI FILHO, J.
GARDIANO, C. G. BALAN, N. G. Danos
causados pela infecção de oídio diferentes
estádios fenológicos da soja. 245. Arq. Inst.
Biol. São Paulo, v.77, n.2, p.245-250,
abr./jun.,2010.
[3] PIRES, J.L.; COSTA, J.A.; THOMAS, A. L.
Rendimento de grãos de soja influenciado pelo
arranjo de plantas e níveis de adubação.
Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre,
v.4, n.2, p.183-188, 1998.
[4] SARAN, P. E. Manual de identificação de
percevejos da soja. Bahia: FMC, 2016.
Disponível em:
<http://www.percevejos.com.br/wpcontent/them
es/somax/images/MANUAL_percevejos_2_1.pd
f >. Acesso em : 10 de maio de 2017.
[5] TODESCHINI, M. Assistência Técnica
para a Produção de Soja e Milho na
Cooperativa Cooppibi-(Ibiraiaras) –
RS.Trabalho de Conclusão de Curso.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Agronomia, Porto Alegre. p. 30,
novembro, 2013.
18
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Agradecimentos
Agradecemos ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), à Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e a
Universidade Federal de Uberlândia pelo apoio
no desenvolvimento e divulgação deste
trabalho.
19
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DE PÃO DE QUEIJO ELABORADO COM SORO DE
LEITE
Sirlene Inárcio Ribeiro, sirleneinacio@outlook.com
1
Letícia Vieira Castejon, leticiavieira@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro – campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona
Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil
1. Introdução
O pão de queijo é um produto de
panificação típico do Brasil, reconhecido
internacionalmente e tem grande importância
para a culinária de Minas Gerais, estado de
onde se originou, sendo comercializado de
várias formas [2].
O pão de queijo pode ser definido como o
produto resultante do assamento de uma
massa obtida a partir da mistura de polvilho
doce ou azedo, queijo, água, gordura e sal,
podendo acrescentar outros ingredientes como
soro de leite, principalmente ovos e leite [4].
Com relação ao tipo de polvilho, podem ser
utilizados polvilho azedo ou polvilho doce ou, a
mistura dos dois tipos de amidos de mandioca
[3].
A composição química do soro de leite
depende do método de fabricação do queijo,
dessa forma podem ser classificados em soro
de leite ácido ou soro de leite doce, ou seja,
com baixa acidez.
O soro doce é obtido por coagulação
enzimática do leite, pela adição da enzima
conhecida por renina, que tem a propriedade
de coagular a caseína. É um soro resultante da
produção de queijos, como por exemplo, o
Cheddar ou o emental ou Minas Frescal. O
soro ácido, com pH entre 4,3 a 4,6, é obtido por
coagulação ácida do leite para fabricação de
caseína ou de queijo, como o Cottage, Petit
Suisse ou Ricota, pela adição de ácidos (ácido
lático, acético ou cítrico) ou até de fermento
lácteo [1].
Devido aos ingredientes que compõem o
produto pão de queijo, quitanda mineira
amplamente apreciada, pelos constituintes
nutricionais e diferenças do soro em função do
processo de produção do queijo e
principalmente, por ainda hoje ter-se
agroindústrias ou produtores rurais que
realizam o descarte do soro de leite,
intencionou-se a utilização e incorporação dos
soros de mussarela, minas frescal e artesanal,
na formulação padrão do pão de queijo e
verificar se haveria diferença sensorial no
produto.
2. Metodologia
O soro de queijo da mussarela utilizado na
fabricação do pão de queijo foi procedente da
linha de produção da empresa CALU
(Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia
- MG), cuja produção atende atacado e varejo.
O soro de queijo minas frescal utilizado na
fabricação do pão de queijo foi procedente da
linha de produção da microempresa familiar
localizado na zona rural de Uberlândia – MG,
cuja produção atende pessoas físicas.
O soro de queijo artesanal utilizado na
fabricação do pão de queijo da linha de
produção de uma microempresa familiar
localizado na zona rural de Uberlândia – MG,
cuja produção atende pessoas físicas e
pequenos estabelecimentos da cidade.
Para a formulação do pão de queijo foram
utilizados os ingredientes pertinentes à
formulação padrão do produto tais como:
polvilho doce, queijo curado, ovos, óleo, leite e
sal. Os ingredientes foram fornecidos pelo o
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus
Uberlândia. Exceto o queijo que foi adquirido
na feira livre local, denominado de queijo
curado. Os tratamentos e formulações dos
pães de queijos podem ser verificados na
Tabela 1.
A mistura de cada formulação realizada em
bandejas brancas de PEAD, devidamente
higienizadas e sanitizadas, manualmente até
completa homogeneização das massas. As
massas modeladas de cada formulação forma
levadas ao forno elétrico convectivo, assadas a
180°C por aproximadamente 40 minutos, até
que estivessem com volume e crosta inferior
caramelizada (coloração marrom).
Os testes de avaliação sensorial foram
realizados nos laboratórios de análise sensorial
do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus
Uberlândia. Foi aplicado o teste sensorial de
20
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
ordenação (preferência), no qual os provadores
deveriam ordenar as amostras codificadas, da
que mais gostou (1) para a que menos gostou
(4).
Tabela 1 – Formulações dos pães de queijo.
Ingredientes %
Com
leite (g)
Com soros
dos queijos:
mussarela,
frescal e
artesanal (g)
Polvilho 30 300 300
Leite 21 210 ---
Soro de
queijo
21 --- 210
Óleo 10 100 100
Sal 01 10 10
Queijo 30 300 300
Ovos 8,5 85 85
Outro teste sensorial aplicado foi de
aceitação, pela escala hedônica, de 5 pontos,
verbal estruturada, 5 – gostei muito, 4 – gostei
pouco, 3 – indiferente, 2 – desgostei pouco e 1
– desgostei muito, para os atributos de aroma,
aparência, sabor, textura e impressão global.
Os dados foram tratados e analisados
estatisticamente pela ANOVA (Análise de
Variância) ao nível de significância de ρ 0,05%
(95% de confiança) e havendo diferença entre
as amostras foi utilizado teste de Tukey a 5%.
As codificações utilizadas foram: 201 –
formulação tradicional, 154 – pão de queijo
com soro artesanal 486 – pão de queijo com
soro de minas frescal e 625 – pão de queijo
com soro de mussarela.
3. Resultados
A tabela abaixo expressa os dados obtidos
sobre a composição química dos soros de
queijo. Todas as análises foram realizadas em
triplicata. Na Tabela 2, podem ser observados
os resultados das análises realizadas.
Tabela 2 – Caracterização físico-química dos
soros dos queijos
Variáveis
*soro
mussarela
*soro
Frescal
*soro
artesanal
Acidez
Titulável
(g/mL)
2,576 0,630 3,415
pH 5,97 6,69 4,64
* V.L.M. (%) = Valores Médios Obtidos (%)
Os resultados encontrados para os teores
de acidez titulável mostraram-se de acordo
com a classificação da Normativa n. 53 do
MAPA (2003), sendo o soro frescal, o soro
doce e os soros de mussarela e artesanal,
soros ácidos.
Na avaliação sensorial dos parâmetros de
textura, sabor, aparência, aroma e impressão
global, os resultados foram tratados no
software STATISTICA versão 7.1, pela ANOVA
(Análise de Variância) ao nível de 0,05% e 95%
de confiabilidade. Verificou-se que não existe
diferença significativa entre os tratamentos e os
parâmetros avaliados, ao nível de 0,05% e 95%
de confiabilidade. Como resultado do teste de
ordenação teve-se a preferência pelo pão de
queijo elaborado com soro de queijo
mussarela, soro ácido.
4. Conclusões
A utilização dos soros de queijo, ácidos ou
doces, na fabricação de pão de queijo mostrou-
se como uma alternativa promissora à
destinação de um produto ainda tido como
resíduo agroindustrial, pois nos testes de
aceitação dos pães de queijo, não se tem
diferença significativa para os atributos cor,
sabor, textura, aroma, aparência e impressão
global. Quanto à preferência por ordenação, os
pães de queijo diferiram significativamente
entre si, sendo o produto com soro de
mussarela o mais preferido.
5. Referências
[1] ANTUNES, A. J. Funcionalidade de
proteínas do soro de leite bovino. Barueri:
Manole, 2003, 137p
[2] NAGATA, C. L. P.; PEREIRA, J.
Caracterização físico-química de pré-
misturas comerciais para pão de queijo. XXII
Congresso de pós-graduação da UFLA 14 a 18
de outubro de 2013.
[3] PEREIRA, J. Caracterização química,
física, estrutural e sensorial do pão de
queijo. 2001. 222 p. Tese (Doutorado em
Ciência de Alimentos) - Universidade Federal
de Lavras, Lavras, 2001.
[4] PIZZINATTO, A. Processo de fabricação
de pão de queijo. In: PIZZINATTO, A.;
ORMENESE, R. de C. S. C. (Ed.). Seminário
pão de queijo: ingredientes, formulação e
processo. Campinas: Governo do Estado de
São Paulo-Secretaria de Agricultura e
Abastecimento, 2000. p. 87-101.
Agradecimentos
Agradecemos ao IFTM, campus Uberlândia
pelo suporte material e financeiro, o quão
possibilitou a realização deste trabalho.
21
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DITYLENCHUS GALLAEFORMANS
SOBRE OS TEORES DE CLOROFILA EM MICONIA ALBICANS
Ana Carolina Costa Santos, anacarolinabiocs@gmail.com
1,2
Jean Carlos Santos, jcsantos@gmail.com
2.
Débora Machado Lima, deboramalima@gmail.com
1
Mariana Camilo da Silva, mari_vet20@yahoo.com.br
1
Fernanda Raghiante, fernanda.raghiante@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 -
Uberlândia, MG - Brasil
2
Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará 1720 - Cep 38405-320. Uberlândia, Minas Gerais.
1. Introdução
A história ou desenvolvimento de um
organismo é chamada de ontogenia. Durante
este processo as plantas germinam se
desenvolvem em plântulas, passam pela fase
vegetativa, tornam-se reprodutivas e terminam
em senescência [17].
O estudo da ontogenia é importante uma
vez que as plantas estão suscetíveis a ataques
de inimigos naturais durante todos os estágios
de seu desenvolvimento [8,11]. Desta forma, a
intensidade de ataques pode variar durante o
desenvolvimento das plantas. As mudanças
ontogenéticas que ocorrem durante o
desenvolvimento das plantas podem influenciar
a qualidade da planta como alimento, em
função da produção de metabólitos
secundários, de alterações na disponibilidade
de água, na sua resistência e na concentração
de nutrientes [14].
Herbívoros e patógenos constituem nas
mais importantes interações que determinam a
regulação de espécies vegetais e o padrão de
distribuição destas [10]. A herbivoria e doenças
causadas por patógenos podem ser danosas
para as plantas, afetando o crescimento, a
capacidade competitiva, redução de
sobrevivência, diminuição do potencial
reprodutivo e até mesmo à morte [7,16]. A
existência de galhas pode causar diminuição
da taxa fotossintética, alterações no
metabolismo da planta aumentando a demanda
por assimilados e diminuindo a quantidade de
recursos disponível para as plantas [9, 20, 1].
Uma das variáveis consideradas ao se
determinar o estado fisiológico de plantas é o
teor de clorofila [19], utilizada como indicador
de estresse em plantas [3] e que pode auxiliar
na gestão de nutrientes, aumentando seu
crescimento. Essa taxa pode mudar durante o
desenvolvimento da planta [2] e em resposta a
uma grande variedade de tensões [5, 12, 17].
Este estudo teve como objetivo avaliar os
danos causados pelo nematoide galhadores
Ditylenchus gallaeformans e relacionar estes
danos com o teor de clorofila (como medida de
estresse da planta) existente nas folhas de
plântulas e adultos de Miconia albicans.
A hipótese deste estudo é de que as plantas
“sadias”, sem ataque ou com baixa taxa de
ataque, terão maior teor de clorofila do que as
plantas atacadas devido a um déficit gerado
pelo ataque, o que diminuiria a quantidade de
clorofila nas folhas.
2. Material e Métodos
Este estudo foi realizado na Estação
Ecológica do Panga, situada 30 km ao sul da
cidade de Uberlândia, MG (19º10’S e 48º23’O),
com uma área de 404 ha.
Este estudo foi realizado com a espécie
Miconia albicans (Melastomataceae), uma
espécie arbustiva de até 2,5 metros de altura,
frequentemente atacados por herbívoros,
galhadores e patógenos [18, 21]. É hospedeira
de galhas induzidas pelo nematoide
Ditylenchus gallaeformans (Tylenchida:
Anguinidae) [13] encontrado em vários locais
no Brasil e na Costa Rica atacando diversos
gêneros de Melastomataceae. Essa espécie de
nematoide provoca uma doença severa em
plantas infectadas envolvendo a formação de
estruturas semelhantes a galhas nas folhas,
inflorescências e caules infectados [13].
Os padrões de ataque de nematoides
galhadores foram determinados coletando-se,
aleatoriamente, folhas em torno da copa de
indivíduos selecionados de M. albicans na
Estação Ecológica do Panga; durante o período
de abril a junho de 2014. Foram utilizados 120
indivíduos com altura média de 2 metros,
dentre eles 60 plantas adultas, que tiveram 10
folhas analisadas, e 60 plântulas de até 0,40
metros, que tiveram cinco folhas analisadas, já
22
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
que plântulas possuíam poucas folhas (<10
folhas por indivíduo).
Estas folhas foram arrancadas, medidas
com auxílio de uma régua, e usadas para
registrar os índices de ataque para galhas de
nematoides (IG), utilizando a metodologia
usada por [4] e [6], que contabiliza seis níveis
de dano foliar: (0) sem danos; (1) 1-5%; (2) 6 -
12%; (3) 13 - 25%; (4) 26 - 50%; (5) 51 - 100%
de área foliar perdida.
O teor de clorofila foi determinado utilizando
o medidor de clorofila SPAD-502 [5]. As plantas
utilizadas para a medida foram as mesmas
utilizadas para se verificar o valor dos índices
de ataque, ao todo foram utilizadas 60
indivíduos adultos (600 folhas) e 60 plântulas
(291 folhas), sendo que nove das plântulas
tinham apenas quatro folhas disponíveis para a
coleta de dados.
A normalidade dos dados foi testada a priori
usando Teste de Shapiro-Wilk W. As diferenças
entre dois grupos foram testadas usando Teste
t quando assumiram distribuição do tipo normal
ou Mann-Whitney quando não possuíram uma
distribuição normal. A relação entre a taxa de
clorofila e os índices de ataque (para cada
agente que atacou a planta e mais índice total)
foi testada usando regressão simples. Todos os
procedimentos foram realizados a partir do
programa Minitab 17.1.
3. Resultados
Folhas de adultos foram duas vezes mais
atacadas galhadores do que as folhas de
plântulas (Test t = -19,64, p < 0,001, gl = 313, n
= 891 folhas; Fig. 1), indicando que a
porcentagem de área foliar atacada em adultos
variou entre 26 e 50% (índice 4) enquanto em
plântulas, essa taxa variou entre 6 e 12 %
(~índice 2).
Figura 1: Relação entre o número de folhas e o
índice de ataque de galhadores encontrados
nas folhas de adultos e plântulas de Miconia
albicans (Melastomataceae).
D. gallaeformans estava presente em
88,17% (n = 529 folhas) das folhas dos adultos
e em 35,05% (n = 102 folhas) das folhas de
plântulas. O índice de galhadores foi maior em
adultos do que em plântulas (IG - Mann-
Whitney = 5361, p < 0,0001; Fig. 2).
Figura 2. Relação do índice de ataque de
galhadores e os grupos de indivíduos de M.
albicans.
Em nível de plantas, uma comparação da
taxa de clorofila (SPAD) entre os estágios
ontogenéticos mostrou que a taxa de clorofila
foi maior nos indivíduos adultos do que em
plântulas [(Teste t = 11,05, gl = 115, p < 0,001;
n = 120 indivíduos (60 adultos e 60 plântulas).
O índice de ataque também foi analisado
dentro dos estágios ontogenéticos. A taxa de
clorofila não variou em relação ao índice
testado para adultos [IG (r
2
= 0,05; p = 0,09, n =
60), e para plântula [IG (r
2
= 0,04; p = 0,11, n =
60).
Figura 03. Relação da Taxa de Clorofila e os
grupos de indivíduos de Miconia albicans
(Melastomataceae.
4. Conclusões
As taxas de clorofila em adultos foram
maiores que em plantas devido ao estágio
ontogenético e isso pode influenciar na
preferência alguns agentes por fases de
desenvolvimento da planta. D. gallaeoformans
demonstrou preferência por formar galhas em
adultos, indicando uma dependência em
relação ao estágio ontogenético da planta.
Miconia albicans não apresentou diminuição na
taxa de clorofila em função da presença de
galhas, pelo contrário, em plantas adultas não
houve alterações nessas taxas sugerindo que
haja compensação dessa clorofila.
23
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
5. Referências
[1]Aldea, M.; Hamilton, J. G.; et al. Comparison
of photosynthetic damage from arthropod
herbivory and pathogen infection in understory
hardwood saplings. Oecologia. v. 149, p. 221–
232, 2006.
[2]Costa, C.; Dwyer, L. M.; et al. Inter-
relationships of applied nitrogen, SPAD, and
yield of leafy and non-leafy maize genotypes.
Journal of Plant Nutrition, v.24, n.8, p.1173-
1194, 2001.
[3]Datt, B. A new reflectance index for remote
sensing of chlorophyll content in higher plants:
tests using Eucalyptus leaves. J. Plant Physiol.
v. 154, p. 30–36, 1999.
[4]Dirzo, R.; Domingues, C. Plant-animal
interactions in mesoamerican tropicaldry forest.
In: Bullock, S. H.;. Money, S. H; Medina, H. A.
(eds). Seasonally dry tropical forests.
Cambridge University Press, Cambridge.1995.
[5]Fanizza, G.; Ricciardi, L.; et al. Leaf
greenness measurements to evaluate water
stressed genotypes in Vitis vinifera. Euphytica.
v. 55, pag. 27-31, 1991.
[6]García-Guzmán G.; Dirzo R. Patterns of leaf-
pathogen infection in the understory of a
Mexican rain forest: incidence, spatiotemporal
variation, and mechanisms of infection.
American Journal of Botany v. 88, p. 634–645,
2001.
[7]García-Guzmán, G.; Benítez- Malvido, B.
Effect of litter on the incidence of leaf-fungal
pathogens and herbivory in seedling of the
tropical tree Nectandra ambigens. Journal of
Tropical Ecology. v. 19, p. 171-177, 2003.
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[9]Heil, M. ;Bostock, R. M. Induced Systemic
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Context of Induced Plant Defences. Annals of
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September 1992.
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Wallingford, UK: CABI Publishing, p. 331–359,
2000.
[12]Lawson, T.; Craigon, J.; et al. Effect of
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growth and yield of potatoes (Solanum
tuberosum L.) grown in open-top chambers.
Environmental Pollution. v. 111, p. 479–491,
2001.
[13]Oliveira, R. D. L.; Santin, A .M.; et al.
Ditylenchus gallaeformans sp. n. (Tylenchida:
Anguinidae) a neotropical nematode with
biocontrol potential against weedy
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196, 2013.
[14]Quintero C, Barton KE, Boege K. The
ontogeny of plant indirect defenses.
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Systematics 15:245–254, 2013.
[15]Raven P.H.; Evert, R.F.; et al. Biologia
Vegetal. 7 ed. Trad. Ana Cláudia de Macedo
Vieira et. al. Rio de Janeiro: Guanabara
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[16]Russell, F.L.; Zippin, D.B.; et al. Effects of
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[17]Samdur, M. Y; Singh, A. L; et al. A. Field
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[18]Santos, J.C. ; Santos, C.I.R. ; et al. Impact
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[19]Steele, M.; Gitelson, A.; et al. A
comparaison of two techniques for
nondestructive measurement of chlorophyll
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[20]Swarbrick, P. J.; Schulze-Lefert, P.; et al.
Metabolic consequences of susceptibility and
resistance (race-specific and broad-spectrum)
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1076, 2006.
[21]Viana, L. R.; Silveira, F. A; O.; et al.
Nematode-induced galls in Miconia albicans:
effect of host plant density and correlations with
performance. Plant Species Biology, v.28, n.1,
p. 63-69, 2013.
24
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS CONSUMIDORES DE PRODUTOS
CÁRNEOS E A IMPLICAÇÃO NO CONTROLE DA SEGURANÇA
ALIMENTAR
Simara L. Fanalli, syfanalli@hotmail.com
1
Letícia P. Soares, leticia.peixoto6@gmai.com
1
Lorrany B. R. Alves, lorranybrunna1@hotmail.com
1
Fernanda Raghiante, fernanda.raghiante@iftm.edu.br
1
1
Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM Fazenda Sobradinho s/nº - Cx. Postal: 1020 -
Bairro: Zona Rural, Uberlândia.
1. Introdução
A carne é a proteína mais consumida pelo
homem, além de uma das mais importantes
fontes de alimentação, porém é um dos
principais alimentos envolvidos em surtos de
toxinfecções alimentares, pois é um excelente
habitat para os micro-organismos, propiciando
seu desenvolvimento. A segurança alimentar
provém da qualidade do alimento, ou seja, uma
combinação de atributos microbiológicos,
nutricionais e sensoriais, e o seu controle em
todas as etapas do processamento
promovendo a saúde do consumidor [7]; [10].
De acordo com a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), as Boas Práticas
de Fabricação (BPF) são medidas necessárias
que devem ser adotadas para evitar não
conformidade dos produtos e garantir
alimentação segura e de qualidade [3].
Os micro-organismos que podem ocasionar
contaminação aos produtos cárneos são
encontrados na natureza, inclusive presentes
na água, solo, ar, trato intestinal dos animais e
do homem, na pele, mãos, unhas, utensílios
utilizados, dentre outros, os microrganismos
que se desenvolvem na carne dependerão das
condições de abate, estresse do animal,
evisceração correta, atmosfera, temperatura
entre outros [11].
Em açougues, nem sempre as condições
higiênico-sanitárias são satisfatórias,
principalmente causadas pela mão-de-obra
desqualificada e falta de informações, podendo
apresentar contaminações por coliformes e
outros patógenos devido ao manuseio
constante, limpeza ineficiente dos
equipamentos ou pela falta de controle da
matéria-prima [8]. Técnicas de higiene e
sanitização, se aplicadas corretamente durante
manuseio e transporte, principalmente de
alimentos perecíveis, permite a obtenção de
produtos de excelente qualidade [1].
Devido à falta de informação e
conhecimento de uma parcela da população
em relação às fontes de contaminação e à
fatores que poderiam ser facilmente
eliminados, a cadeia consumidora de carne é
diretamente atingida, implicando na segurança
dos alimentos consumidos. Através da
aplicação de questionários, foram avaliadas as
opiniões de determinada população, sendo
assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar
a percepção do consumidor com relação à
segurança alimentar e às condições
microbiológicas da carne e higiênico-sanitárias
dos estabelecimentos comercializadores.
2. Material e Métodos
Foi aplicado um questionário em abril de
2017, estruturado em questões fechadas,
abertas e dicotômicas a pessoas residentes no
município de Uberlândia, Minas Gerais.
O teste foi aplicado por meio eletrônico,
utilizando a técnica de pesquisa survey, o filtro
da pesquisa foi sua resposta afirmativa do
questionamento sobre a compra e o consumo
de produtos cárneos.
Formulado em 20 questões, o questionário
aborda os seguintes aspectos:
• Possibilidade de transmissão de
doenças através do consumo de carne e quais
as principais;
• Higiene e controle sanitário;
• Observações de pontos importantes
durante a compra de produtos cárneos.
Os dados encontrados foram tabulados e
submetidos à análise estatística descritiva, com
ênfase na distribuição de frequências relativas
das respostas, por meio do programa Excel
versão Office 2013. Foi definida uma
amostragem de 76 elementos e os resultados
de algumas questões de maior relevância
foram submetidos ao teste de qui-quadrado (χ²)
adotando-se o nível de significância p = 0,05
[4].
25
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
3. Resultados
Fatores como sexo, renda familiar,
escolaridade não foram fatores que
apresentaram distinção entre as pessoas
questionadas, quando comparados com o
conhecimento acerca do selo de Inspeção
Federal.
A inspeção das carcaças é realizada
através do sistema de inspeção que pode ser o
Serviço de Inspeção Municipal (SIM), Serviço
de Inspeção Estadual (SIE) ou Serviço de
Inspeção Federal (SIF), que é vinculado ao
Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal – DIPOA. Esta etapa é
realizada com o objetivo de se condenar
carcaças com contaminações, qualidade e
aparência do produto ou doenças, evitando que
elas sigam ao longo do processo [5].
Os dados obtidos em relação ao
conhecimento acerca selo do S.I.F. foram que
75% dos entrevistados reconhecem o
significado da sigla quando está presente no
produto.
Normalmente os produtos de origem animal
são comercializados na sua forma in natura,
podendo estar ou não resfriados, o que eleva
as chances de se haver contaminação. Sendo
assim, toda sua qualidade e segurança irão
depender do tipo de controle que será aplicado
durante sua produção, preparo e nas suas
formas de armazenagem [2]. Em relação a
encontrar carne em açougues armazenados na
temperatura ambiente 39,47% dos
entrevistados afirmaram já terem observado tal
condição, quando questionados sobre a
presença de alimentos deteriorados em
açougues, 35,5% afirmaram positivamente.
Isso implica na melhoraria dos sistemas de
fiscalização, principalmente nesses tipos de
estabelecimentos, oferecendo as condições
necessárias para as equipes de Vigilância
Sanitária exercerem seu papel.
Desde a origem ou produção primária até as
fases de transformação, armazenagem,
transporte e distribuição para o consumo,
carnes e seus derivados constituem veículo
potencial de contaminantes de natureza
biológica, física ou química [11].
Dentre as doenças mais comuns causadas
por carnes contaminadas, estão a Salmonelose
que é causada pela bactéria Salmonela spp., e
também a Clostridiose que é causada pela
bactéria Clostridium perfringens, em carnes
enlatadas e carnes conservadas na banha. Em
tofu em conserva e pescados a vácuo tem-se o
risco de Botulismo que é causado pelo micro-
organismo Clostridium botulinum [3].
Quando questionados sobre conhecer
alguma doença relacionada ao consumo de
carne, há evidências de associação com a
variável escolaridade (p<0,05), em que
somente 61,84% afirmam ter conhecimento,
destes, a maior parcela tem formação superior
ao 2º grau completo. As principais doenças
listadas estavam “vaca louca”, verminoses e as
bacterianas (Figura 1). Isso demonstra a
precariedade de informações dos níveis
básicos de ensino.
Figura 1. Principais doenças relacionadas a
produtos cárneos segundo moradores do
município de Uberlândia, MG.
A população em sua maioria desconhece o
meio de transmissão através de carnes crua ou
cozida, fator preocupante, levando em
consideração uma população
predominantemente carnívora [9].
Os alimentos são qualificados como
próprios ou impróprios ao consumo humano
através de critérios microbiológicos que são
estabelecidos pela legislação de cada país ou
definidos, em nível internacional, pelo Codex
Alimentarius e pelos programas Food and
Agriculture Organization e World Health
Organization (FAO/WHO) [11].
Constatou-se através do questionário que
apenas 34,21% procuram o proprietário ou o
funcionário do estabelecimento caso encontrem
alguma anormalidade no produto ou algum
problema ao consumi-lo, e uma parcela ínfima
entra em contato com algum órgão fiscalizador,
a maior parcela simplesmente não volta a
comprar no mesmo local, ignorando o fato. Isso
influi negativamente em questões de melhorias
aos estabelecimentos. Segundo a ANVISA [3],
qualquer doença transmitida por alimentos
deve ser comunicada à Secretaria de Saúde.
Em relação aos aspectos observados
durante a compra, a maioria concorda que os
principais são os atributos físicos da carne
(Figura 2), poucos consideram o selo de
Inspeção um aspecto importante e decisivo
durante a compra, mesmo com 75% afirmando
ter conhecimento sobre sua importância.
26
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Figura 2. Aspectos observados em produtos
cárneos durante a compra por moradores do
município de Uberlândia, MG.
Alguns estudos [12] determinam que os
fatores decisivos para a escolha do consumidor
na aquisição da carne in natura foram sua
aparência (44,4%), o sabor (28,2%), custo
(13,7%) e frescor do produto (12,5%). As
decisões dos consumidores para a aquisição e
o consumo da carne estão se tornando, mais
influenciadas pelas questões relacionadas à
nutrição e à saúde do que pela segurança
alimentar [6].
Medidas são necessárias para conter e para
que se evite a contaminação. O manipulador
deve prezar pela higiene pessoal e dos
utensílios, obedecer ao tempo adequado de
cozimento, não utilizar os mesmos utensílios
para manipular alimentos cru e cozido, guardar
o alimento obedecendo à temperatura
adequada e adquirir alimentos de qualidade.
Atentar a esses cuidados devem ser tanto
preocupação na indústria quanto na
comercialização e durante o preparo doméstico
[3].
4. Conclusões
A falta de conhecimento é um fator de risco
que precisa ser melhorado, pois medidas
simples podem ser consideradas grandes
ferramentas no controle da qualidade sanitária
dos alimentos e de higiene dos
estabelecimentos, assim como as instalações,
equipamentos, utensílios, do manipulador, além
de cuidados no armazenamento e transporte.
Tais fatores são decisivos no auxílio ao
controle da segurança alimentar e na
prevenção de riscos à saúde pública.
5. Referências
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Industrial (Análises físico-químicas da água,
detergentes e sanitizantes). Viçosa: UFV,
1992, 42p.
[2] Borges, J. T. S.; Freitas, A. S. Aplicação do
Sistema Hazard Analysis and Critical
Control Points (HACCP) no Processamento
de Carne Bovina Fresca. Boletim do Centro
de Pesquisa e Processamento de
Alimentos. Universidade Federal do Paraná.
Curitiba; v. 20, n. 2, p. 1-174, jan/jun.. 2002.
[3] Brasil. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Resolução - RDC nº 216 de 15 de
setembro de 2004. Regulamento técnico de
boas práticas para serviços de alimentação.
Diário Oficial da União, de 16 de setembro
de 2004, Brasília (DF), p. 25-27, 2004.
[4] Callegari-Jacques, S. M. Bioestatística,
princípios e aplicações. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
[5] Figueiredo, E. A. P.; et al., Recomendações
técnicas para a produção e abate,
processamento e comercialização de
frangos de corte coloniais. Embrapa Suínos
e Aves. Concórdia. 2007.
[6] Fonseca, M. C. P.; SALAY, E. Beef, chicken
and pork consumption and consumer safety
and nutritional concerns. Food Control, v.
19, n. 11, p. 1051-1058, 2008.
[7] Germano PML, Germano MIS. Higiene e
vigilância sanitária de alimentos. São Paulo:
Varela. 629p, 2001.
[8] Mendonça, C. R; Granada, G. G. Coliformes
em açougues de Pelotas/RS - Revista
Brasileira de Agro ciência, v.5, n. 1, p. 75-
76, 1999.
[9] Rodrigues, D.N.J. Avaliação do
conhecimento da população sobre as
formas da transmissão e medidas
preventivas da toxoplasmose em Mossoró –
RN/Trabalho de conclusão de curso –
UFERSA 2015.
[10] Rosina, A. Avaliação microbiológica da
carne bovina moída nas redes de
supermercados de canoinhas/sc – Revista
interdisciplinar Saúde Meio Ambiente v. 2, n.
2, p. 55-64, dez. 2013 ISSN 2316-347X.
[11] Tavares, T. M; Serafini, A. B. Carnes
hambúrgueres prontas para consumo:
Aspectos legais e riscos bacterianos.
Revista de Patologia Tropical. v. 35, n.1,
p.1-21, jan-abr 2006.
[12] Thoms, E. Rossa, L. S. Stahlke, E. V. R.
Ferro, I. D. Perfil de consumo e percepção
da qualidade da carne suína por estudantes
de nível médio da cidade de Irati, PR. Rev.
Acad., Ciênc. Agrár. Ambient., Curitiba, v. 8,
n. 4, p. 449-459, out./dez. 2010
27
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO A
TOLERÂNCIA À Microsphaera diffusa
Alex Junio de O. Santana, alexjunio315@gmil.com
1
;
Thulio P. Mattos, thuliomattos@hotmail.com
2
;
Carolina O. da Silva, caroll_meyreles@hotmail.com
2
;
Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu
2
;
Ana Paula O. Nogueira, ana.paula@ufu.br
2
.
1
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Genética e Bioquímica. Av. Pará, 1720,
Umuarama, 38400-902 - Uberlândia, MG.
2
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias. Av. Amazonas, s/n
Umuarama, 38400-902- Uberlândia, MG – Brasil.
1. Introdução
Os estresses bióticos são um dos principais
fatores responsáveis pela redução da
produtividade na cultura da soja (Glycine max)
[1].
O fungo Microsphaera diffusa, causador do
oídio na soja, quando se encontra em ambiente
favorável para o seu desenvolvimento provoca
a perda de cerca de 40% na produtividade. Isso
acontece devido à redução da área foliar e
consequentemente diminuição da taxa
fotossintética, provocada pela presença da
camada esbranquiçada de micélio e esporos na
face adaxial do trifólio [2].
Além das condições climáticas e controle
fitossanitário a identidade genética da cultivar é
um fator que afeta diretamente o rendimento do
produto.
Um dos principais focos dos programas de
melhoramento genético de soja é a busca por
tolerância aos estresses bióticos [3]. O uso de
cultivares potencialmente resistente às
doenças possibilita redução dos custos do
produtor com agrotóxicos e consequentemente
favorece o meio ambiente.
O primeiro passo para iniciar um programa
e obter variedades tolerantes é a obtenção de
um germoplasma diversificado e localizar as
variedades com fonte de resistência [3]. Desta
forma, este trabalho tem como objetivo
identificar e selecionar variedades que
apresentem tolerância ao fugo Microsphaera
diffusa.
2. Material e Métodos
O trabalho foi realizado na Fazenda Capim
Branco, da Universidade Federal de Uberlândia
- UFU, na safra 2016/2017. Avaliaram-se 12
cultivares em delineamento de blocos
completos casualizados com quatro repetições,
totalizando 48 unidades experimentais.
Dois avaliadores determinaram a
severidade do oídio nas plantas em estágio de
desenvolvimento R5-R6 [4], em que devido ao
enchimento de grãos, é um dos estádios mais
importantes que irá refletir diretamente na
produtividade com ocorrência do estresse
biótico.
A avaliação foi feita coletando um trifólio do
terço inferior (TI), um do terço médio (TM) e um
do terço superior (TS) por cada avaliador. Em
seguida foi mensurada a porcentagem da área
coberta pelo fungo na face adaxial do trifólio,
de acordo com a escala diagramática de [5],
como observado na Figura 1.
Figura 1. Presença fungo Microsphaera diffusa
na superfície foliar.
Os dados obtidos foram submetidos a
análise de variância (ANOVA), e ao teste de
Scott-Knott a 5% de probabilidade, por meio do
programa estatístico SISVAR.
3. Resultados
As médias de severidade do oídio nas 12
cultivares no terço inferior, médio e superior da
planta estão apresentadas na Tabela 1. Notou-
se separação dos genótipos em três grupos
para avaliação no TI e quatro grupos para TM e
TS.
28
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Tabela 1 – Média da severidade do fungo
Microsphaera diffusa em 12 cultivares de soja,
no município de Uberlândia – MG.
Cultivares
Severidade Oídio
TI (%) TM(%) TS(%)
Vencedora 09,00 a 05,00 a 03,50 a
TMG 801 15,25 a 07,00 a 02,25 a
UFUS 7415 16,75 a 04,75 a 01,25 a
P98Y30 25,50 b 11,75 b 03,50 a
TMG 7062
CD 2737
NS 6909
UFUS 6901
25,50 b
28,75 b
29,25 b
30,00 b
13,75 b
14,25 b
21,50 c
19,00 c
08,25 b
07,00 b
10,00 b
07,25 b
Desafio 34,75 b 17,50 c 06,25 b
NS5909 36,25 b 25,50 c 15,75 c
TMG 2158 58,25 c 33,75 d 25,00 d
TI: terço inferior; TM: terço médio; TS: terço superior.
Médias seguidas de letras semelhantes pertencem
ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 1% de
probabilidade.
O material TMG 2158 apresentou maior
susceptibilidade ao oídio, demostrando alta
incidência da doença. Foi o material com maior
porção foliar esbranquiçada, devido presença
do micélio de Microsphaera diffusa, em todos
os terços inferior, médio e superior da planta.
Os materiais UFUS 7415, Vencedora e
TMG 801 apresentaram menores médias de
severidade do fungo Microsphaera diffusa. Isso
indica maior tolerância e superioridade destes
materiais ao oídio, quando comparados com as
outras cultivares avaliadas.
Este resultado foi importante para
compreendermos as diferentes respostas das
cultivares à Microsphaera difusa. Entretanto
novos estudos são necessários a fim de
elucidar os parâmetros genéticos que
governam essa característica.
4. Conclusões
O material TMG 2158 apresentou maior
susceptibilidade ao oídio. Enquanto que os
materiais UFUS 7415, Vencedora e TMG 801
apresentaram maior tolerância ao patógeno.
5. Referências
[1]. HIRAKURI, M. H.; Impactos econômicos de
estresses bióticos e abióticos na produção de
soja. Londrina, PR, Out. 2014.
[2]. SARTORATO, A.; YORINORI, J. T.; Oídios
de leguminosas: feijoeiro e soja. In: STADNIK,
M. J.; RIVERA, M. C. Oídios. Jaguariúna:
Embrapa Meio Ambiente, 2001. P. 255-284.
[3]. BESPALHOK F., J.C.; GUERRA, E.P.;
OLIVEIRA, R. Introdução ao Melhoramento de
Plantas. In: BESPALHOK F., J.C.; GUERRA,
E.P.; OLIVEIRA, R. Melhoramento de Plantas.,
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[4]. FEHR, W. R.; CAVINESS, C. E. Stages of
soybean development. Ames: Iowa State
University of Science and Technology, 1977.
11p. (Special report, 80).
[5]. GODOY, Cláudia V.; KOGA, Lucimara J.
and CANTERI, Marcelo G. Diagrammatic scale
for assessment of soybean rust severity.
Fitopatol. Bras. [online]. 2006, vol.31, n.1,
pp.63-68. ISSN 0100-4158.
Agradecimentos
Agradecemos à Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), ao
Conselho Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e à
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de nível Superior (Capes) pela concessão de
bolsas e auxílio financeiro. A todos do
Programa de Melhoramento de Soja da UFU
que contribuíram para a realização do trabalho.
29
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Anais SECIAG 2017

  • 1. ANAIS TEMA TECNOLOGIAS NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE De 30 de maio a 02 de junho de 2017 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro campus Uberlândia
  • 2. ANAIS ISSN 2317-8450 http://semanacienciasagrarias.blogspot.com.br/ VI Semana de Ciências Agrárias Tecnologias no caminho da sustentabilidade Uberlândia/MG 2017
  • 3. FICHA TÉCNICA ROBERTO GIL RODRIGUES ALMEIDA Reitor MARCO ANTÔNIO MACIEL PEREIRA Pró-Reitor de Administração MAURO BORGES FRANÇA Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional LUIZ ALBERTO REZENDE Pró-Reitor de Ensino EURÍPEDES RONALDO ANANIAS FERREIRA Pró-Reitor de Extensão HUMBERTO M. ESTEVAM Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação EDNALDO GONÇALVES COUTINHO Diretor Geral EDINALVA PONCIANO Diretora do Departamento de Administração e Planejamento ARCENIO MENESES DA SILVA Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão JULIANA ARAÚJO SANTOS MARTINS Coordenadora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação
  • 4. COMISSÃO ORGANIZADORA Docentes Coordenação: Dra. Vanessa Cristina Caron Dr. Igor Souza Pereira (coordenador do Curso de Engenharia Agronômica) Dr. Sidney Fernandes Bandeira (coordenador do Curso de Tecnologia em Alimentos) Dra. Angélica Araújo Queiroz Ms. Arinaldo de Oliveira Ms. Fernanda Vital Ramos de Almeida Dr. João Mateus de Amorim Dra. Letícia Vieira Castejon Dra. Luciana Santos R. da Silva Pinto Dr. Reinaldo Silva de Oliveira Dra. Simone Melo Vieira Dr. Tiago Taham Discentes Coordenação: Mayara Rosa de Carvalho Tesouraria Bianca Stéfani A. Leite Juliana Pereira Alves Rosana Aline R. Mota Marketing Breno Soares Gomes Bruna Muniz e Souza Flávia de Oliveira B. Costa Neves João Victor Naves dos Santos Jonas Röder Leopoldo Faria Santana Matheus Alves Nogueira Pedro Henrique Moura Souza Samara Silvestre Caria Alves Vinícius Sousa Baldoino Wederson Gutemberg T. Silva Patrocínio Maikon Douglas R. Almeida Felype de Castro Dias Igor Gabriel de Paulo Rayssa M. Dias Secretaria Amanda Cristina A. Maniezo Gabriel Felipe Souza Silva Giulyana Isabele Silva Tavares Jackeliny Batista Amorim Leandro José Carvalho Lucas Rodrigues Martins Mateus de Souza Mendes Monique Freitas de Almeida Roberta Rodrigues Rosa Monitores Diego Fernando B. Fagundes Kamila de Sousa Martins Karyne Ferreira Babolim Larissa Silva de Oliveira Lucimar Gomes Oliveira Duarte Luíza de Freitas Nehme Marcos Vinicius S. de Souza Nielsen Moreira Oliveira Patrícia Alves de Matos Patrícia de Paula Martins Thalita Mariano Borges
  • 5. 5 Corpo editorial Dr. Sidney Fernandes Bandeira Dr. Luciana Santos R. da Silva Pinto Comissão científica Aline Alves Montenegro Freitas Antônio de Freitas Neto Bruna Santos de Oliveira Dahis Ramalho Moura Débora Maria Ferreira Canuto Eliane Lombardi Flávio Caldeira da Silva Ingrid Mara Bicalho Junélia Alves de Souza Pedro Alves Martins Raphael Passaglia Azevedo Vanessa Salomão Borges Vitor Hugo Pacheco Jardim Vivian Consuelo Reolon Schmidt
  • 6. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia SUMÁRIO RESUMOS SIMPLES APLICAÇÃO DE PRODUTOS PARA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA NA CULTURA DA SOJA ............................................................................................................................................ 1 DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM FUNÇÃO DE BIOESTIMULANTES ....................................................................................................................................................... 2 EFEITO DO SOMBREAMENTO DO EUCALIPTO E TECA SOBRE A MORFOLOGIA DO MILHO EM SISTEMA AGROSILVIPASTORIL............................................................... 3 EFICIÊNCIA DE ADUBOS ORGANOMINERAIS NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MILHO ................................................................................................................ 4 RESUMOS EXPANDIDOS AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE FERRUGEM ASIÁTICA EM CULTIVARES DE SOJA............................................................................................................ 5 AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO SISTEMA AGROSILVIPASTORIL ...... 8 AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO POR PEG 6000 .................................................................................................................................. 11 AVALIAÇÃO DE MUDAS DE JATOBÁ COM APLICAÇÃO DE BACTÉRIA Azospirillum E ADUBO DE LIBERAÇÃO CONTROLADA ....................................................................... 14 AVALIAÇÃO DE OÍDIO (Microsphaera difusa) EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS EM SOJA.................................................................................................. 17 AVALIAÇÃO DE PÃO DE QUEIJO ELABORADO COM SORO DE LEITE ................... 20 AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DITYLENCHUS GALLAEFORMANS SOBRE OS TEORES DE CLOROFILA EM MICONIA ALBICANS........................................................ 22 AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS CONSUMIDORES DE PRODUTOS CÁRNEOS E A IMPLICAÇÃO NO CONTROLE DA SEGURANÇA ALIMENTAR..................................... 25 CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO A TOLERÂNCIA À Microsphaera diffusa................................................................................................................ 28 CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA E RENDIMENTO CORPORAL DO MATRINXÃ................................................................................................................................ 30 COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS PARA QUANTIFICAÇÃO DE COLIFORMES EM QUEIJOS MINAS FRESCAL.................................................................................................. 33 COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO POR CLORETO DE SÓDIO............................................................................... 36 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA GELEIA DE UVA NIÁGARA ENRIQUECIDA COM CHIA.................................................................................................... 39 DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE QUATORZE CULTIVARES DE SOJA EM UBERLÂNDIA-MG................................................................ 42
  • 7. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: AÇÃO DO NÚCLEO DE ESTUDOS PARA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SEGUROS (NEPAS)......................................................... 45 HERANÇA GENÉTICA DO COMPRIMENTO DO EPICÓTILO EM SOJA ..................... 48 INCIDÊNCIA DE FUNGOS ASSOCIADOS EM SEMENTES DE HÍBRIDOS DE CANOLA (Brassica napus L.)................................................................................................. 50 LEVANTAMENTO FITOSSOSIOLOGICO DE PLANTAS DANINHAS EM VIDEIRA ‘NIÁGARA ROSADA’ (Vitis labrusca L.) ............................................................................... 53 OBTENÇÃO DE ÓLEO BRUTO DE VÍSCERAS DE TAMBATINGA PELOS PROCESSOS DE ENSILAGEM ÁCIDA E TERMOMECÂNICO ...................................... 56 PROPRIEDADES FÍSICAS DE BIOMATERIAL PRODUZIDO A BASE DE ZEÍNA COM INCORPORAÇÃO DE FIBRAS NATURAIS ........................................................................ 59 SUBSTITUIÇÃO DO TRIGO EM QUIBES POR SARRACENO ....................................... 62
  • 8. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia APLICAÇÃO DE PRODUTOS PARA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA NA CULTURA DA SOJA Laís Ferreira, lais.ferreira.agro@gmail.com 1 Luciana Santos Rodrigues Costa Pinto, lucianas@iftm.edu.br 1 Juliana Araújo Santos Martins, julianaaraujo@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural, 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil. A polifenoloxidase está relacionada a capacidade de oxidar compostos fenólicos em quinonas, substâncias tóxicas aos microrganismos. Diante da importância da cultura da soja para o agronegócio brasileiro, tendo em vista o desenvolvimento sustentável o objetivo do trabalho foi avaliar o teor de polifenoloxidase com a aplicação de dois produtos na soja. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no viveiro localizado no Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho. As plantas foram conduzidas em vasos de 5 litros, composto por latossolo vermelho, substrato e esterco, na proporção de 2:1:1, a cultivar de soja que utilizada foi a MG/BR 46 Conquista. Foram testados dois indutores de resistência, o acibenzolar -S- methyl (benzothiadiazole, nome comercial: Bion 50 WG) e o insumo orgânico Rocksil ® , utilizando-se para ambos, a dose de 0,15g/500 ml/parcela. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC), com cinco tratamentos (T1 - Testemunha absoluta; T2 – Aplicação do Rocksil ® em V7; T3 – Aplicação de Acibenzolar -S- methyl em V7; T4 – Aplicação do Rocksil ® em V7 e em Florada; T5 – Aplicação de Acibenzolar -S- methyl em V7 e em Florada) e quatro repetições, totalizando 20 vasos com duas plantas cada. A coleta das folhas para análise enzimática ocorreu 72 horas após a aplicação do produto, foram coletadas três folhas de cada planta, sendo uma do terço inferior, médio e superior, compondo então, seis folhas por parcela para preparo da amostra. A metodologia adotada para análise da polifenoloxidase foi proposta pela Embrapa (2003). Os resultados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância, com auxílio do programa Sisvar. Maior média foi observada no tratamento 5 (Aplicação de Acibenzolar -S- methyl em V7 e em Florada) com valor de 2,88 UE (unidade enzímica), entretanto não houve diferença estatística para o T4 (Aplicação do Rocksil ® em V7 e em Florada), em que a média foi de 2,35 UE. O tratamento 2 (Aplicação do Rocksil ® em V7) e o tratamento 3 (Aplicação de Acibenzolar -S- methyl em V7) não diferiram da testemunha, com médias de 0,97 UE, 0,87 UE e 0,81 UE, respectivamente. Diante dos valores obtidos conclui-se que, a aplicação de Acibenzolar-S- methyl e do Rocksil ® em V7 e florada promove um aumento na atividade da enzima polifenoloxidase, ou seja, plantas tratadas com esses produtos tornam-se mais resistentes ao ataque de patógenos. Palavras-chave: Acibenzolar -S- methyl; Glycine max; Rocksil ® . Área de Concentração: Agronomia. 1
  • 9. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM FUNÇÃO DE BIOESTIMULANTES Walleska Silva Torsian, walleskatorsian@hotmail.com 1 Ana Lúcia Pereira Kikuti, anakikuti@iftm.edu.br 1 Hamilton Kikuti, kikuti@ufu.br² 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural, 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil. ² UFU – Campus Umuarama, Uberlândia/MG Universidade Federal de Uberlândia – campus Umuarama, Av. Amazonas, S/N, Bairro Umuarama 38400902 - Uberlândia, MG - Brasil A cana-de-açúcar é uma planta perene com capacidade de perfilhamento, pertencente à família Poaceae e própria de climas tropicais e subtropicais. Economicamente, seus colmos ricos em sacarose são as partes mais importantes da planta. Vários fatores afetam o crescimento dos colmos, sendo água, nutrição, temperatura, luz e área foliar os mais importantes. O manejo adequado da cana-de-açúcar influencia diretamente na produtividade, qualidade e longevidade dos canaviais. Desse modo, merece destaque a utilização mais recente de bioestimulantes e a consequente necessidade de pesquisas para validar sua eficiência ao longo do desenvolvimento inicial da cana-de- açúcar. Objetivou-se avaliar o desempenho de bioestimulantes ao longo do desenvolvimento inicial da planta de cana-de-açúcar. A pesquisa foi realizada em área de campo no IFTM, Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho, safra 2016/2017. Foram utilizados quatro tratamentos (FH cana tolete, Stimulate, Tradecorp az e Testemunha) com as respectivas doses de acordo com a recomendação de cada fabricante e cinco repetições, totalizando 20 unidades experimentais em uma área de aproximadamente 500 m 2 . A unidade experimental foi composta por quatro fileiras de plantas com cinco metros de comprimento e espaçamento de um metro entre fileiras de plantas. Nas duas fileiras centrais foram identificadas 10 plantas, que foram avaliadas ao longo do desenvolvimento em relação à altura de plantas, o diâmetro do caule, número de brotações e número de folhas verdes (fotossinteticamente ativas), realizadas aos 112, 154, 189, 210, 231, 278 e 296 dias após o plantio. O FH cana tolete apresentou o melhor desempenho durante o desenvolvimento inicial da cana-de- açúcar. O comportamento dos bioestimulantes foi similar ao longo do desenvolvimento das plantas de cana-de-açúcar. Palavras-chave: biometria, crescimento, estimulantes, Saccharum officinarum. Área de Concentração: Agronomia. Agradecemos: à FAPEMIG. 2
  • 10. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia EFICIÊNCIA DE ADUBOS ORGANOMINERAIS NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MILHO Luíza de Freitas Nehme, luiza.nehme@hotmail.com 1 Angélica Araujo Queiroz, angelica@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil O milho (Zea mays L.), da família Poaceae, é uma espécie alógama e diploide, tem sua origem na América Central e no México. É uma das plantas cultivadas mais antigas e mais estudadas. O uso de adubação mineral em dosagens adequadas é considerado viável e pode ser utilizada como alternativa para a redução de custos com adubação e aumentar a produtividade da cultura do milho. Assim, o objetivo do presente trabalho será de comparar a eficiência do fertilizante organomineral em diferentes dosagens aplicado no plantio de milho. O experimento foi instalado e conduzido no Viveiro de Produção de Mudas Capim Branco, localizado na Fazenda Sobradinho do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia-MG. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, contendo cinco tratamentos com cinco repetições. O experimento foi montado em vasos com capacidade de 5L de solo. Avaliaram-se os parâmetros: altura total de planta; número de folhas; altura de inserção da primeira folha; diâmetro do colmo; índice SPAD e teor de fósforo no solo. De acordo com os resultados, pode-se verificar que houve influência das doses testadas apenas para os teores de P no solo, sendo sido observado uma tendência linear no aumento do teor de P no solo em função das doses testadas. Sendo que na maior dose, a correspondente a 100% da dose recomendada, foi encontrado um teor de 10,6 mg dm -3 de P no solo. Não sendo observada nenhuma influencia nos valores de pH no solo, bem como nos índices SPAD avaliados, aos 30 DAP e aos 60 DAP. Pode-se concluir que a altura das plantas avaliadas aos 30 DAP e 60DAP não diferiram estatisticamente, e que as proporções da formulação aplicadas no solo influenciaram apenas nos teores de P no solo, porém não interferiram nos valores de pH no solo e índice SPAD. Palavras-chave: Adubação, Nutrição de plantas, Organomineral. Área de Concentração: Agronomia. Agradecemos: à FAPEMIG. 3
  • 11. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia EFEITO DO SOMBREAMENTO DO EUCALIPTO E TECA SOBRE A MORFOLOGIA DO MILHO EM SISTEMA AGROSILVIPASTORIL Lucas Rodrigues Santos, lrs.lucasrodrigues@gmail.com¹ Cristiane Silva Barbosa Araújo, carolstiane@yahoo.com.br¹ Luis Augusto da Silva Domingues, luisaugusto@iftm.edu.br¹ 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil O sistema agrosilvipastoril busca integrar as atividades agropecuárias com as florestais, buscando sinergia entre elas. A finalidade do presente trabalho foi o de avaliar a influência do sombreamento causado pelo Eucalipto e a Teca em algumas características do milho, quando semeado em sistema agrosilvipastoril. A área avaliada é localizada na fazenda sobradinho do Instituto Federal do Triangulo Mineiro em Uberlândia. As características morfológicas analisadas foram a altura da planta (AP), altura de inserção da base da Primeira espiga (AE), diâmetro do colmo (DC), e o teor de clorofila no 2º terço médio da folha inserida junto com a primeira espiga (CL). Foram realizados quatro repetições, para cada espécie florestal (Eucalipto e Teca), em duas distâncias das plantas: distancias 0 a 3 metros, e 3 a 6 metros da base do caule das espécies florestais, coletando os parâmetros morfológicos e fisiológicos de 20 plantas para cada repetição e para a cada intervalo de distância. As plantas de Eucalipto e Teca apresentavam em média a altura de 7,4 e 4,2 m. Foi realizada estatística descritiva nos dados levantados. As plantas consorciadas ao Eucalipto apresentaram maior altura para as duas distâncias avaliadas, 2,40 m contra 2,0 m para a Teca. Os resultados para altura de inserção de espiga também foram maiores na área do eucalipto, 1,2 m, contra 0,8 para a Teca. Quanto ao diâmetro, as plantas de milho consorciadas com o eucalipto apresentaram maiores diâmetros, para ambas as distâncias avaliadas, 18 mm contra 15 mm para a Teca. Para a Teca o diâmetro das plantas mais próximas a linha de plantio foram maiores 3 mm. O teor de clorofila nas folhas não diferiu entre as espécies florestais, entretanto para ambas ele foi maior nas plantas mais próximas à linha de plantio das mudas, provavelmente pelo efeito do sombreamento nas folhas do milho. Assim, conclui-se com o presente trabalho que o sombreamento provocou um aumento na altura e diâmetro de plantas assim como também um maior teor de clorofila nas folhas. Palavras-chave: Eucalyptus, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Tectona grandis. Área de Concentração: Agronomia Agradecemos: à Syngenta, Seap, Viveiro Mudas Nobres, IFTM. 4
  • 12. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE FERRUGEM ASIÁTICA EM CULTIVARES DE SOJA João Antônio Barbosa Filho, joaofilho.agro@hotmail.com¹ Solange Celestino Costa, scelestinocosta@hotmail.com 2 1 Engenheiro agrônomo 2 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG. Avenida Amazonas s/no – Bloco 2E, Sala 01 – CEP- 38405-302, Bairro Umuarama Uberlândia/MG. 1. Introdução No atual cenário agrícola, em específico ao cultivo da soja, houve um estreitamento nos fatores sanitários e fisiológicos, em decorrência do grande aumento de doenças causadas por fungos [4]. O patógeno Phakopsora pachyrhizi se destaca por causar injúrias nas plantas principalmente em estádios reprodutivos, diminuindo a produtividade da cultura da soja (Glycine Max, (L.) Merrill). No entanto, para minimizar o dano decorrente da ação do fungo, faz-se o controle com pulverizações agroquímicas sistêmicas e preventivas, é de fato, sendo essencial a escolha e época de plantio da cultivar [2]. A quantificação de incidência é definida como a frequência de plantas doentes, sendo a severidade a porcentagem da área ou volume de tecido coberto por sintomas [1]. A análise visual de imagens pode auxiliar a quantificação direta da doença “ferrugem asiática”, esta análise pode ser definida por meio de escala diagramática em comparação as características próprias do hospedeiro e do patógeno. O objetivo deste trabalho foi avaliar a porcentagem de incidência e severidade da ferrugem asiática em diferentes cultivares de soja. 2. Material e Métodos O presente trabalho foi realizado numa fazenda no município de Uberlândia-MG, onde a cultura da soja foi semeada no dia 10 do mês de fevereiro de 2017. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, sendo duas cultivares, com 3 repetições e 10 plantas por cultivar. As avaliações foram: incidência da ferrugem asiática nos terços inferior, médio e superior e porcentagem de severidade (SVE), nos estádios R5. 1 (início de formação de grãos), R5. 3 (enchimento de grãos de 26 a 50%), R6 (grãos cheios). As avaliações da ferrugem foram feitas depois da aplicação dos defensivos agrícolas, sendo analisadas por dois indivíduos, baseando na escala diagramática, e obteve-se as médias, evitando erros por ser uma análise visual. O experimento foi feito utilizando duas cultivares de soja 7166RSF IPRO e M7110 IPRO, com 3 repetições, foram representados pelos dias avaliados: 29/03, 12/04 e 29/04 e 10 plantas por cultivares selecionadas e identificadas. Nos dias 07/03 foram feitas aplicações com o fungicida sistêmico pertencente ao grupo químico dos triazóis + estrobitulinas, 15/03 com estrobitulinas + carboxamidas, e ditiocarbamato, 05/04 com o protetor e sistêmico estrobirulina + carboxamidas,e triazol e 25/04 com o fungicida sistêmico triazol + carboxamida + estrobirulina. 3. Resultados e Discussão Figura 1- Escala diagramática de severidade de ferrugem asiática na cultura da soja de 0-100%. FONTE: Enciclopédia Biosfera. 5
  • 13. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Figura 2- Folíolo de soja com sintomas de ferrugem, comparada a escala diagramática com variação de 1 a 50%. FONTE: Enciclopédia Biosfera e folhas coletadas em campo pelos autores. Figura 3- Planta de soja selecionada e identificada. Tabela 1- Incidência e severidade da ferrugem em duas cultivares. Cultivar Terços Severidade Inferior Médio Superior 7166 RSF 6,4 a 10,4 a 8,6 a 11,4 a M7110 3,4 a 14,0 b 10,3 b 13,6 a *Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados observados no terço inferior e na severidade não diferiram significativamente entre as cultivares em estudo. Nos terços médio e superior houve diferença significativa, os resultados mostraram que a maior incidência da doença ocorreu na cultivar M7110 IPRO. A cultivar 7166 RSF IPRO e M7110 IPRO receberam os mesmos tipos de controles químicos, contudo a 7166 RSF IPRO teve resultados aceitáveis para melhor definição da produtividade. Os resultados em destaque mostram o momento em que algumas folhas do terço superior já haviam caído devido o aumento da doença. Tabela 2- Regressão da doença em diferentes datas de avaliações. Avaliações Terços Severidade Inferior Médio Superior 29/Março 8,1 b 8,1 a 3,1 a 10,2 b 12/Abril 4,5 ab 5,7 a 5,5 a 6,25 a 29/Abril 2,2 a 23 b 19,3 b 21,2 c *Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Durante as datas avaliadas os resultados mostraram que houve diferença significativa entre elas para os fatores avaliados. O terço médio apresentou maior incidência devido as condições mais favoráveis para o desenvolvimento do patógeno. No terço inferior teve diferença significativa, porém na ultima data da avaliação algumas folhas já não estavam mais presentes nas plantas, por isso os resultados demonstram uma baixa incidência da doença. [3], afirmou que em altos índices de infestação do patógeno Phakopsora pachyrhizi ocorre a desfolha antecipada na cultura. 4. Conclusões Conclui-se que, com o auxílio da escala diagramática a incidência da ferrugem asiática nas cultivares 7166 RSF IPRO e M7110 IPRO variou de 1 a 50% no final do ciclo. A cultivar 7166 RSF IPRO teve menor incidência da doença, enquanto que a severidade não diferiu entre elas. 5. Referências [1] ALVES, S. A. M; NUNES, C. C. Metodologia para elaboração de escalas diagramáticas para avaliação de doenças em plantas. EMBRAPA Uva e Vinho, Bento Gonçalves, RS. 6 f, 2012. [2] GODOY, C. V; FLAUSINO et al. Eficiência do controle de ferrugem asiática da soja em função do momento de aplicação sob condições de epidemia em Londrina, PR. 6
  • 14. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Tropical Plant Pathology 34 (1) January – February, 2009. [3] HIRANO, M et al. Validaçãp de escala diagramática para estimativa de desfolha provocada pela ferrugem asiática em soja. Summa Phytopathol, vol,36. n.3 Botucatu july/Se pt. 2010. [4] KOGA, L. J et al. Relação entre medidas de refletância e área foliar sadia, severidade da ferrugem asiática e produtividade da cultura da soja. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 4, p. 571-580, out./dez. 2007. 7
  • 15. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO SISTEMA AGROSILVIPASTORIL Luis Augusto da Silva Domingues, luisaugusto@iftm.edu.br 1 Ernesto José Resende Rodrigues, ernesto.rodrigues@iftm.edu.br 1 Enock Borges Júnior, enock.bjunior@gmail 1 Siro Paulo Moreira, siro-paulo@hotmail.com 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil. 1. Introdução As pastagens brasileiras em sua grande maioria foram formadas em solos de baixa fertilidade natural, o que contribuiu para o avanço do processo de degradação, poucos anos após o seu estabelecimento, e que é um problema presente em cerca de 50% dos 105 milhões de hectares com pastagens cultivadas [4]. As áreas exploradas por culturas anuais na agricultura que totalizaram 55,5 milhões de hectares na última safra (2013/14) [2] permanecem parte do ano em pousio, forçando a ocupação de novas áreas para pastagem, a exposição do solo ao sol e chuva e a infestação por plantas daninhas. As áreas de floresta plantada com eucalipto tiveram um crescimento médio anual nos últimos 5 anos de 7,1% [1] totalizando em 2009 mais de 4,5 milhões de hectares. Entretanto, estas áreas, que levam até 10 anos para serem colhidas são exploradas em sua grande maioria pelo monocultivo. Neste contexto o estabelecimento do sistema agrosilvipastoril, que integram as atividades da pecuária, lavoura e floresta (ILPF) em uma mesma área podem contribuir para reduzir os problemas decorrentes do desmatamento, da degradação dos solos, baixos índices de produtividade os quais geram baixa rentabilidade e desestímulo à prática da atividade agropecuária. A ILPF constitui um avanço tecnológico que visa simultaneamente à eficiência econômica e a proteção ambiental. Trata-se de técnicas que promovem a criação de animais, o cultivo de lavouras e a silvicultura em uma mesma área, promovendo o uso racional dos recursos disponíveis [3]. 2. Material e Métodos O experimento foi instalado no Centro de Estudo em Sistema Agrosilvipastoril, na Fazenda Sobradinho, do IFTM Campus Uberlândia, em uma área de 5 ha, em solo de textura argilosa. Em uma área de pastagem de 20 anos foram plantadas em fevereiro de 2016 as seguintes espécies florestais: Baru (Dipteryx alata); Pequi (Caryocar brasiliense); Mogno Africano (Khaya ivorensis) muda de estaca; Mogno Africano (Khaya ivorensis) muda de semente; Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla); Teca (Tectona grandis) e Eucalipto (Eucalyptus), após a calagem e dessecação da área. Para cada espécie foram plantadas três linhas com espaçamento de 15 metros, com 40 plantas espaçadas de dois metros. No período de plantio das mudas foi semeada a cultura do milho. Nos meses de maio /2016 e fevereiro de 2017 foram avaliados o diâmetro e altura das mudas. Foram avaliadas 20 mudas centrais da linha central. 3. Resultados Como o eucalipto é a espécie florestal mais utilizada nos sistemas agrosilvipastoril esta foi utilizada como padrão, sendo as demais comparadas com ele. Foi criado um índice baseado no crescimento em altura e diâmetro entre o período avaliado. Assim, o crescimento em altura e diâmetro foi 100 para o Eucalipto. O índice 18 para o Pequi significa que o crescimento do Pequi para o período foi de apenas 18%. Conforme mostrado na tabela 1, as espécies que apresentaram menor índice para a altura foram Pequi e Baru, 18,27 e 29,19 respectivamente, ou seja, cresceram 18,27 e 29,19% do que cresceu o eucalipto, considerando o mesmo período. Já o a Teca apresentou o maior índice, 54,84, ou seja, cresceu em altura um pouco mais da metade do que cresceu o eucalipto. O Mogno Africano tanto em estaca quanto em semente, apresentaram índices de crescimento semelhantes e o Mogno Brasileiro. 8
  • 16. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Tabela 1 - Altura e diâmetro de espécies florestais em sistema agrosilvipastoril, em Uberlândia, 2017 Para o crescimento do diâmetro, foi também criado um índice tendo o eucalipto como padrão. Assim como para a altura, no diâmetro o pequi e o baru foram os que menos desenvolveram, ficando com os índices de 16,27 e 20,41. O mogno brasileiro apresentou valores maiores do que o mogno africano. Já a Teca obteve índice de aproximadamente 62%, demonstrando assim como na altura um melhor desempenho que as demais espécies florestais. Figura 1. Vista aérea da área do estudo. Figura 2. Teca consorciada com brachiaria. Figura 3. Eucalipto consorciada com brachiaria. Figura 4. Pequi consorciado com brachiaria e milho. 5. Conclusões A espécie que apresentou a maior taxa de crescimento, tanto para altura quanto para o diâmetro, quando comparado ao Eucalipto foi a Teca, enquanto o Pequi foi o que apresentou a menor taxa. 6. Referências [1] ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2010 ano base 2009/ ABRAF. – Brasília, 2010.140p. [2] IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge. gov.br>. Acesso em 26 jan. 2011. Espécie mai/16 fev/17 mai/16 fev/17 Altura (cm) Altura (cm) Índice altura Diâmetro do caule (mm) Diâmetro do caule (mm) Índice diâmetro Pequi 50,15 115,8 18,27 9,08 20,09 16,27 Mogno Africano (semente) 27,8 150,35 34,10 5,26 36,62 46,35 Teca 41,75 238,85 54,84 10,99 52,86 61,88 Mogno Africano (estaca) 18,5 163,35 40,30 4,6 35,85 46,19 Baru 20,15 125,02 29,18 5,45 19,26 20,41 Mogno Brasileiro 71,05 217,8 40,83 10,83 47,09 53,59 Eucalipto 67,4 426,8 100,00 7,22 74,88 100,00 9
  • 17. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia [3] MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. <Disponível em www.mapa.gov.br>. Acesso em 26 jan. 2011. [4] MACEDO, M. C. M. Integração lavoura e pecuária: o estado da arte e inovações tecnológicas. Revista Brasileira Zootecnia, v. 38, p. 133-146, 2009. Supl. esp. Agradecimentos Agradecemos à Syngenta pela disponibilização das sementes de milho, a SEAP pela doação dos postes de eucalipto, ao viveiro Mudas Nobres de Goiânia pela doação das mudas de mogno africano, ao Grupo de Estudos em Sistema Agrosilvipastoril do IFTM pelo auxílio na condução do campo, e ao IFTM Campus Uberlândia pela disponibilização de ferramentas e equipamentos quando necessário. 10
  • 18. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO POR PEG 6000 Isabella de Castro Silveira, isabellacs10@hotmail.com 2 Roberta Siqueira Afonso, robertaufu2010@gmail.com 2 Luiza Amaral Medeiros, luizaamaral.m@gmail.com 2 Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu.br 1 Ana Paula Oliveira Nogueira, anap812004@yahoo.com.br 2 1 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG, Avenida Amazonas s/no- Bloco 2E Sala 01- Bairro Umuarama, Uberlândia/MG. 2 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Genética e Bioquímica -INGEB, Avenida Amazonas s/no- Bloco 2E Sala 205 - Bairro Umuarama, Uberlândia/MG. 1. Introdução A soja (Glycine max [L.] Merrill) é uma espécie vegetal originária de clima temperado, com ampla adaptação aos climas subtropicais e tropicais [1]. No Brasil é a cultura que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área plantada em grãos do país. Dessa forma, a soja se firmou como um dos produtos mais destacados da agricultura nacional e na balança comercial [2]. A seca é um estresse abiótico, e como tal pode diminuir, drasticamente, os rendimentos em lavouras. De acordo com o Ministério do Planejamento, a seca é um dos principais eventos causadores de prejuízos econômicos para os agricultores [3]. O crescimento da planta e os processos como a fotossíntese são limitados pela disponibilidade hídrica. Sendo assim, a água é essencial para o desenvolvimento e a sobrevivência da planta e, para completar seu ciclo, mesmo sob a escassez de água, a soja acaba sofrendo prejuízos como: diminuição da matéria vegetal, do número de sementes por legumes, presença de entrenós curtos; abortamento de legumes e restrição no peso de sementes [4]. Com o intuito de minimizar os impactos causados pelo déficit hídrico o melhoramento genético apresenta-se como uma ferramenta essencial, visto que é capaz de desenvolver cultivares tolerantes a seca ou que apresentem mecanismos para uso eficiente da agua disponível [5]. Neste sentido, objetivou-se trabalho avaliar genótipos de soja quanto a porcentagem de germinação e matéria seca e fresca, sob diferentes condições de disponibilidade hídrica induzidas por PEG 6000. 2. Material e Métodos O experimento foi realizado no Laboratório de Tecnologia e Produção de Sementes do Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Adotou-se o delineamento experimental em blocos completamente casualizados com quatro repetições. O esquema fatorial empregado foi 5X5, perfazendo 25 tratamentos, de cinco cultivares de soja (UFUS 7415; UFUS 7801; UFUS 8301; CD 2728 IPRO e CD 237 RR) com cinco níveis de potenciais osmóticos (0; -0,1 MPa; -0,2 MPa; -0,3 MPa e -0,4 MPa). A quantidade de PEG 6000 solubilizada em água deionizada foi determinada recorrendo-se a equação proposta por Michel & Kaufmann (1973) e as concentrações de Polietileno glicol 6000 utilizadas para atingir os níveis de potencias osmóticos desejados se encontram na Tabela 1. Tabela 1 – Concentração de PEG 6000 estimada para obtenção dos níveis de potencial osmótico Potenciais Osmóticos (MPa) PEG 6000 (g L -1 ) 0 0 -0,1 195,06 -0,2 297,06 -0,3 -0,4 376,27 443,08 Após o preparo das soluções de PEG 6000, todas as folhas de papel Germistet foram embebidas nas suas respectivas soluções. Cada parcela foi constituída por dois rolos com 50 sementes cada. Todas as parcelas foram mantidas em germinador por um período de cinco dias, com temperatura constante de 25ºC. O espaço interno do germinador foi dividido de forma a se obter quatro blocos com distribuição aleatória dos tratamentos em seu interior. Após cinco dias foram realizadas as avaliações de germinação, pela contagem de plântulas normais e anormais, e de matéria 11
  • 19. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia fresca de plântulas, pela pesagem de todas as plântulas (preservando-se apenas os cotilédones e a parte aérea) utilizando uma balança de precisão de 4 casas decimais. Posterior à pesagem as plântulas foram encaminhadas para uma estufa de circulação forçada por 24 horas à 80°C e após este período as mesmas foram pesadas, obtendo-se assim a matéria seca de plântulas. Os dados foram submetidos à análise estatística com auxílio do Programa Genes [6]. 3. Resultados Verificou-se a existência de interação significativa entre genótipos e potenciais osmóticos para a porcentagem de germinação de sementes, indicando que o comportamento de cada genótipo depende do potencial osmótico. Em condições normais, isto é, sem a restrição hídrica, a cultivar UFUS 7801 apresentou maior porcentagem de germinação, seguida pela cultivar CD 2728 IPRO RR. Já no potencial -0,2 MPa a cultivar CD 2728 IPRO RR apresentou maior capacidade de germinação (Tabela 2). Estes resultados corroboram aos obtidos por [7] que também observaram respostas distintas quanto à germinação entre três cultivares submetidas ao estresse hídrico induzido por PEG 6000 com variação do potencial osmótico de 0 a -0,8MPa. Tabela 2 – Porcentagem de germinação de genótipos de soja submetidos a diferentes potenciais osmóticos com o uso de PEG 6000 Observou-se que a imposição de restrição hídrica com PEG 6000 promoveu um decréscimo linear em três cultivares (UFUS 7801, UFUS 8301 e CD 2728 IPRO RR) e para as cultivares UFUS 7415 e CD 237 RR não foi possível ajustar uma regressão (Figura 1). Em estudos com PEG 6000, [8] avaliaram sementes de três genótipos de soja em cinco potenciais osmóticos (0,-0,2,-0,4,-0,6,-0,8 Mpa) e também observaram redução da porcentagem de germinação com a redução do potencial do osmótico. Figura 1. Germinação de cultivares de soja submetidas a estresse hídrico por PEG 6000. A concentração de PEG 6000 promoveu decréscimo da matéria fresca e seca, conforme apresentado na Figura 2. Isso se justifica pelo fato de que para a formação de tecidos é necessária uma quantidade suficiente de água. Genótipo Porcentagem de germinação (%) 0,0 MPa -0,1 MPa -0,2 MPa -0,3 MPa -0,4 MPa UFUS 7415 28,75c 37,001 33,00ab 34,00a 24,50a UFUS 7801 74,25a 34,00a 24,00b 16,75a 22,75a UFUS 8301 43,50bc 42,50a 40,00ab 40,25a 29,50a CD 2728 IPRO 63,00ab 58,75a 56,75a 34,25a 17,75a CD 237 RR 45,00a 59,25a 42,75ab 44,50a 40,25a 12
  • 20. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia [9] também relataram redução da matéria fresca e seca, ao testarem cinco cultivares em diferentes potenciais osmóticos. Figura 2. Matéria fresca e seca de cultivares de soja submetidas a estresse hídrico por PEG 6000. 4. Conclusões A cultivar CD 2728 IPRO RR apresentou maior porcentagem de germinação em condições de disponibilidade hídrica reduzida. Todas as cultivares apresentaram redução de matéria fresca e seca com a redução do potencial osmótico, indicando assim a diminuição da formação de tecidos vegetais em condições de restrição hídrica. 5. Referências [1] Sarti, D. G. P. et al. Análise genética de geração F7 de soja com fonte de resistência ao nematoide de cisto- Raça 3. Melhoramento Genético,7:.264-267, 2011. [2] Mapa. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2015. [3] Farias, J.R.B. et al, Caracterização de risco de déficit hídrico nas regiões produtoras de soja no Brasil. Revista Brasileira de Agrometeorologia. 9: 415-421, 2001. [4] Casteel, S. N. Signs of drought stress in soybean, 2012. [5] Fritsche-Neto, R.; Borém, A. Melhoramento de plantas para condições de estresses abióticos, 2011. [6] Cruz, C. D. Programa Genes – Diversidade Genética, 2013. [7]Braccini, A. L. el al., Germinação e vigor de sementes de soja sob estresse hídrico induzido por soluções de cloreto de sódio, manitol e polietilenoglicol. Revista Brasileira de Sementes. 18: 10-16, 1996. [8] Machado, B. Q. V. et al. Germinação de Cultivares de Soja Submetidas ao Déficit Hidrico induzido por Polietilenoglicol. Cultura Agronômica. 25 :137-146, 2016. [9] Vieira, F.C.F. et al., Aspectos fisiológicos e bioquímicos de cultivares de soja submetidos a déficit hídrico induzido por PEG 6000. Bioscience Journal. 29: 543-552, 2013. Agradecimentos Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minhas Gerais (FAPEMIG) pelo suporte material e financeiro, e ao Professor Carlos Machado dos Santos pela disponibilização do Laboratório de Análise de Sementes para a realização do experimento. 13
  • 21. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DE MUDAS DE JATOBÁ COM APLICAÇÃO DE BACTÉRIA Azospirillum E ADUBO DE LIBERAÇÃO CONTROLADA Laís Ferreira, lais.ferreira.agro@gmail.com 1 Walleska Silva Torsian, walleska.s10torsian@hotmail.com 1 Arinaldo de Oliveira, arinaldo@iftm.edu.br 1 Ernesto José Resende Rodrigues, ernesto.rodrigues@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM, campus Uberlândia. Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG – Brasil. 1. Introdução O jatobá (Hymenaea courbaril L.) é uma planta que pertence à família Leguminosae, que pode ser encontrada desde o México até a América do Sul, em áreas de mata e margens de rios, sendo que, aqui no Brasil é encontrada principalmente no Amazonas e Centro-Oeste [8], entretanto, a espécie Hymenaea sp., pode estar presente na maioria das matas nativas do Brasil [3]. Apresenta importância ecológica, pois possui características adequadas à recuperação de áreas degradadas, bem como potencial agronômico e silvicultural, com a utilização da madeira e dos frutos, que fornece farinha de alto teor proteico que pode ser utilizado na alimentação humana e animal [5, 7, 8]. Os adubos de liberação controlada estão tendo seu uso aumentado na produção de mudas, tanto em frutíferas quanto em espécies florestais, isto porque, proporciona um melhor desenvolvimento da planta e consequentemente mudas de melhor qualidade. Estes adubos são constituídos por macro e micronutrientes que são encapsulados por uma membrana semipermeável e a medida que há necessidade, ocorre a liberação dos nutrientes às plantas [6]. As bactérias promotoras de crescimento de plantas vêm sendo cada vez mais estudadas, destacando os gêneros Azospirillum, Rhizobium, Pseudomonas e Bacillus, isto porque promovem o crescimento das plantas direta (crescimento propriamente dito) e indiretamente (controle de patógenos). Entre os benefícios das bactérias está a disponibilização dos nutrientes para as plantas, pois mineralizam os nutrientes da atmosfera, tornando-os disponíveis para as plantas [4]. Entretanto, há carência de estudos no que se refere à inoculação de bactérias promotoras de crescimento em espécies florestais e para [4], a inoculação destes microrganismos poderá potencializar o desenvolvimento das plantas gerando, consequentemente, mudas mais vigorosas e de melhor qualidade, pois haverá melhor utilização dos nutrientes e maior resistência ao ataque de patógenos. O interesse referente aos aspectos produtivos de espécies nativas brasileiras vem se intensificando com o aumento dos problemas ambientais e com a necessidade de recomposição de áreas degradadas. O jatobá é uma espécie capaz de se adaptar a diversas condições edafoclimáticas, o que torna uma espécie de grande atrativo para recuperação de áreas degradadas [7]. Diante do exposto, o aprimoramento de técnicas para produção de mudas de jatobá, justificou a realização do trabalho que teve como objetivo avaliar o crescimento de mudas de jatobá com a inoculação de bactérias do gênero Azospirillum em associação a utilização de adubos de liberação controlada. 2. Material e Métodos O experimento foi conduzido no viveiro CCBE – Consórcio Capim Branco Energia, localizado no Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho. Está situada entre 18° 55′ 8″ S e 48° 16′ 37″ W, com altitude de aproximadamente 900 m. A pluviosidade média da região é de aproximadamente de 1200 mm, com chuvas concentradas entre os meses de novembro a março, temperatura média anual de 25ºC e clima tropical (Aw) de altitude segundo a classificação de Köpen. Foi realizado entre os meses de setembro a novembro de 2014. As mudas de jatobá (Hymenaea courbaril) foram doadas pelo viveiro CCBE, com aproximadamente seis meses de idade. As mesmas estavam em tubetes de 180 cm³, preenchida com substrato comercial. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, apresentando cinco tratamentos e quatro repetições, totalizando vinte parcelas. A unidade experimental foi de 14
  • 22. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia nove mudas por parcela, gerando um total de 180 mudas. Os tratamentos foram os seguintes: Testemunha (T1); Adubo de liberação controlada (T2); Bactéria do gênero Azospirillum (T3); Adubo de liberação controlada e Azospirillum (T4); Aplicação de Azospirillum em dois momentos (T5). A dose utilizada de Azospirillum foi de 1 ml/L, para todos os tratamentos que se aplicou a bactéria. No tratamento cinco (duas aplicações de Azospirillum), a segunda aplicação ocorreu quinze dias após a primeira aplicação. A dose de Osmocote Plus® utilizada no experimento foi de 5 ml de adubo por tubete, utilizou-se um copo dosador. Foram avaliados os seguintes parâmetros de promoção de crescimento: altura da planta (centímetros), número de folhas e diâmetro do caule (milímetros). A altura da planta foi medida utilizando-se régua graduada, em que se mediu do caule rente ao substrato à gema apical. O diâmetro do caule foi dimensionado utilizando paquímetro digital, em que a mesma foi feita a uma altura de 2 centímetros do coleto da muda. Os resultados foram submetidos à análise de variância, e as médias, quando significativas, foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância, com auxílio do programa Sisvar [2]. 3. Resultados e Discussão A técnica de manejo com associação de adubos de liberação controlada e inoculação de bactérias do gênero Azospirillum, mostrou-se viável para a produção de mudas de jatobá, proporcionando maior crescimento e desenvolvimento. Os resultados da análise de variância e o coeficiente de variação (CV %) dos dados de altura, diâmetro do colo e número de folhas de mudas de Hymenaea courbaril L. avaliadas após trinta dias foram apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Resultados para altura de planta. Tratamento Altura (cm) Testemunha 29,04 b Adubo de liberação controlada 29,79 b Bactéria do gênero Azospirillum 33,97 b Adubo de liberação controlada e bactéria do gênero Azospirillum 35,70 a Duas aplicações de bactéria do gênero Azospirillum 31,02 b Total 159,52 CV 11,24 Observou-se que, a aplicação da bactéria Azospirillum associado ao uso do adubo de liberação controlada promoveu um maior crescimento das mudas comparado com os demais tratamentos nos parâmetros avaliados. A altura de plantas é um parâmetro de importância para avaliação do crescimento de mudas. Não houve diferença entre os tratamentos de uso do adubo de liberação controlada (T2), com valor de 29,79 cm e inoculação de bactéria (T3), com valor de 33,97, da mesma maneira que duas aplicações de bactéria do gênero Azospirillum (T5) não diferiu dos outros tratamentos e da testemunha. A associação do adubo de liberação controlada e bactéria (T4) foi o que promoveu maior crescimento da planta, com média de 35,70 cm. O diâmetro do colo (Tabela 2) é o parâmetro que melhor indica a qualidade da muda [1], então pode-se inferir que, o uso de adubo de liberação controlada associada ao uso de Azospirillum é indicado quando se deseja robustez do colo e qualidade de mudas de Hymenaea courbaril L., pois a maior média foi obtida utilizando-se esta associação, 5,40 mm. Em seguida, a maior média obtida foi com duas aplicações de bactéria do gênero Azospirillum, 5,08 mm, entretanto o mesmo não diferiu dos outros tratamentos, adubo de liberação controlada e bactéria do gênero Azospirillum, 4,87 e 5,16 mm, respectivamente, não diferindo da testemunha, 4,84 mm. Tabela 2 – Resultados para diâmetro do colo. Tratamento Diâmetro do colo (cm) Testemunha 4,84 b Adubo de liberação controlada 4,87 b Bactéria do gênero Azospirillum 5,16 b Adubo de liberação controlada e bactéria do gênero Azospirillum 5,40 a Duas aplicações de bactéria do gênero Azospirillum 5,08 b Total 25,35 CV 5,54 Para a variável número de folhas (Tabela 3), os tratamentos que propiciaram maior desenvolvimento de área foliar foram os de aplicação de adubos de liberação controlada (T2) e associação do adubo de liberação controlada e bactéria do gênero Azospirillum (T4), 10,81 e 11,97, respectivamente, entretanto não diferiram entre si. As menores 15
  • 23. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia médias foram observadas na testemunha, 7,33, mas este valor não diferiu das médias dos tratamentos com inoculação da bactéria (T3) e com duas aplicações de bactéria (T5). Tabela 3 – Resultados para número de folhas. Tratamento Número de Folhas Testemunha 7,33 b Adubo de liberação controlada 10,81 b Bactéria do gênero Azospirillum 7,57 b Adubo de liberação controlada e bactéria do gênero Azospirillum 11,97 a Duas aplicações de bactéria do gênero Azospirillum 7,54 b Total 45,22 CV 15,6 Os resultados mostram também que, uma única inoculação com as bactérias (T3) podem promover um maior crescimento do que quando se faz duas aplicações (T5). Mesmo não diferindo estatisticamente entre si, as médias para todos os parâmetros de crescimento avaliados do tratamento com apenas uma aplicação de Azospirillum, foram maiores do que o tratamento com duas aplicações (T5). No presente estudo foi utilizada a técnica de manejo em que se associa o uso de adubos de liberação controlada com a inoculação de bactérias Azospirillum, o qual gerou resultados positivos. Por conta disso, não se encontrou na literatura dados que associem esses dois parâmetros para produção de mudas florestais. Esta técnica pode-se tornar uma tecnologia para obtenção de mudas de melhor qualidade e que se estabeleçam rapidamente no campo. 4. Conclusões A técnica de manejo com associação de adubos de liberação controlada e inoculação de bactérias do gênero Azospirillum, mostrou-se viável para a produção de mudas de jatobá, potencializando o crescimento e desenvolvimento. Faz-se necessário mais estudo para o aprimoramento para a produção de mudas de Hymenaea courbaril L. com a associação de adubo de liberação controlada e inoculação de bactéria Azospirillum, para saber o melhor momento para a inoculação e melhor dose, de modo que promova um melhor desenvolvimento das mudas. 5. Referências [1] BINOTTO, A. F. Relação entre variáveis de crescimento e o índice de qualidade de Dickson em mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maid e Pinus elliottii var. elliottii – Engelm. 2007. 53 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009. [2] FERREIRA, D.F. SISVAR software: versão 6.0. Lavras: DEX/UFLA, 2013. Software. [3] LAHR, F. A. R. et al. Avaliação de propriedades físicas e mecânicas de madeiras de jatobá (Hymenaea stilbocarpa Hayne) com diferentes teores de umidade e extraídas de regiões distintas. Revista Árvore, v. 40, n. 1, 2016. [4] MOREIRA, A. L. L.; ARAÚJO, F. F. Bioprospecção de isolados de Bacillus spp. como potenciais promotores de crescimento de Eucalyptus urograndis. Revista Árvore, v. 37, n. 5, 2013. [5] OLIVEIRA, L. S. B. et al. Substrato e volume de recipiente na produção de mudas de jatobá (Hymenaea courbaril L.). Nativa, Sinop, v. 02, n. 02, p. 103-107, 2014. [6] ROSSA, U. B. et al. Fertilizante de liberação lenta no desenvolvimento de mudas de Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (angico- vermelho) e Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-vermelha). Ciência Florestal, v. 25, n. 4, 2015 [7] SAMPAIO, M. F. et al. Influência de diferentes substratos associados a métodos de superação de dormência na germinação e emergência de sementes de jatobá (Hymenaea courbaril L.). Revista Farociência, v. 2, n. 1, 2015. [8] SOUSA, E. P. et al. Caracterização físico- química da polpa farinácea e semente do jatobá. Revista Verde, v. 7, n. 2, p. 117-121, 2012. 16
  • 24. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DE OÍDIO (Microsphaera difusa) EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS EM SOJA Solange Celestino Costa, scelestinocosta@hotmai.com 1 Marlize Cristina Pinheiro Luiz, marlize.pin@hotmail.com 1 Ivair José de Morais Júnior, ivair.junio@hotmail.com¹ Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu.br¹ Ana Paula Oliveira Nogueira, anap812004@yahoo.com.br 1 1 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias – ICIAG. Avenida Amazonas s/no – Bloco 2E, Sala 01 – CEP- 38405-302, Bairro Umuarama Uberlândia/MG. 1. Introdução A soja (Glycinemax (L.) Merril) é uma das culturas de maior importância econômica no agronegócio brasileiro e a cada ano, observa- se o crescente aumento na produção e demanda. O Brasil se mantém como segundo maior produtor mundial e figura como um dos poucos países que tem possibilidade de expansão da área cultivada. A prática da monocultura e a abertura de novas fronteiras cooperam com o surgimento de novas doenças e controle inadequado de patógenos chaves da cultura. Uma das doenças que tem causado prejuízo para a cultura é o fungo Microsphaera difusa, com perdas de 26 a 50% em condições de campo [2]. O oídio forma uma camada pulverulenta branca de micélio e conídios que alteram o desenvolvimento. Os sintomas podem ser identificados de forma visual e em condições severas, provoca crestamento foliar e desfolha. Durante todo ciclo da soja pode haver a infecção da doença. Os estádios R1 a R8 compreendem a fase reprodutiva da soja. Nessa etapa, a incidência de doenças e pragas tem reflexo direto no rendimento da cultura. A doença é favorecida em ambientes onde a temperatura é próxima de 20 ºC e umidade relativa entre 50 e 90%. O melhoramento de plantas busca cultivares que apresentam resistência ao fungo e características morfológicas que atraem o interesse do produtor. O emprego de genótipos que reduzem o número de aplicações de fungicidas na lavoura é um dos métodos mais eficiente de controle da doença [5]. Aliado ao melhoramento vegetal, as recomendações fitotécnicas devem ser aprimoradas de acordo com o lançamento de um novo genótipo. A densidade populacional é uma característica intrínseca ao genótipo, portanto tem impacto direto na produtividade do grão [3]. No Brasil já foram registrados mais de 20 espécies de oídio que acometem as lavouras de soja. A doença afeta de forma drástica a área foliar da planta, diminuindo a absorção de luz e, consequentemente, a fotossíntese. As plantas com taxa elevada de infecção exigem uma absorção superior de solutos quando comparada com as sadias, provocando estresse no vegetal devido à quantidade da água perdida [2]. Desta forma, o trabalho teve como objetivo a avaliação da incidência do patógeno Microsphaera difusa em cultivares de soja em diferentes densidades populacionais. 2. Metodologia O experimento foi conduzido na estação experimental Fazenda Capim Branco, pertencente à Universidade Federal de Uberlândia. As cultivares utilizadas foram UFUS 7415, UFUS 7401 e UFUS 6901 e a semeadura ocorreu em outubro de 2016. Com base nas características químicas apresentadas na análise de solo, a dose aplicada foi de 400 kg ha -1 do formulado 02-28- 18. No dia da semeadura foi realizado o tratamento das sementes com fungicida e inoculação com Bradyrhizobium japonicum. Foram avaliados 15 tratamentos em esquema fatorial 3 x 5, constituído por 3 cultivares e 5 densidades populacionais (10, 15, 20, 25 e 30 plantas por metro linear). Os tratos culturais foram realizados para controle de plantas daninhas, pragas e doenças potencializando o desenvolvimento da lavoura. O delineamento experimental adotado Foi blocos completos casualizados, com 5 repetições. 17
  • 25. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia No campo, as parcelas foram constituídas por quatro linhas de soja de 5 m e espaçadas 0,50 m. A avaliação da doença foi realizada no estádio reprodutivo R6 e apenas na área útil, onde estas foram compostas 2 fileiras centrais eliminando 0,5 m das extremidades, perfazendo 4 m 2 . De acordo com a escala diagramática foram utilizados os intervalos: 0%, 1 a 25%, 26 a 50% e 51 a 75%. Com o auxílio de 3 avaliadores as avaliações ocorreram no terço inferior, médio e superior das plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância com o auxílio do programa Sisvar [1], e as médias comparadas pelo teste de Scott- Knott a 5% de probabilidade de erro. 3. Resultados e Discussão Figura 1. Folíolos de soja com sintomas visuais de oídio. Observando o comportamento das cultivares, pode-se afirmar que o terços inferior, médio e superior das plantas apresentaram desempenho semelhante para todas as densidades populacionais empregadas. Tabela 1- Incidência de oídio nos terços inferiores, médios e superiores das cultivares avaliadas. Cultivares Terço inferior Terço médio Terço superior UFUS 7415 2,00 a 0,0 a 0,08 a UFUS 6901 10,32 a 3,36 a 0,15 a UFUS 7401 11.65 a 4,19 a 0,24 a [4] afirma que a cultura da soja quando exposta a um grande período de umidade manifesta lesões provocadas pela doença. Além disso, quando a cultura se encontra no final do ciclo há alta severidade nos terços inferiores confirmando os resultados do presente trabalho. A instalação da doença ocorre na base das plantas com infecção de folhas, hastes e pecíolos. Com a evolução da doença o terço superior das plantas é a última parte vegetal a ser diagnosticada. A rápida facilidade de disseminação do fungo atrelado aos fatores climáticos ideais que a região possui os diferentes estandes de plantas empregados não apresentou diferença significativa. 5. Conclusões A cultivar UFUS 7415, demonstrou menor suscetibilidade na presença da doença, em qualquer densidade populacional, quando comparada aos demais genótipos. 6. Referências [1] FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUALDA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIAONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFScar, 2000, p. 255-258. [2] IGARASHI, S. OLIVEIRA, G. M. CAMARGO, L. C. M. FALKOSKI FILHO, J. GARDIANO, C. G. BALAN, N. G. Danos causados pela infecção de oídio diferentes estádios fenológicos da soja. 245. Arq. Inst. Biol. São Paulo, v.77, n.2, p.245-250, abr./jun.,2010. [3] PIRES, J.L.; COSTA, J.A.; THOMAS, A. L. Rendimento de grãos de soja influenciado pelo arranjo de plantas e níveis de adubação. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.4, n.2, p.183-188, 1998. [4] SARAN, P. E. Manual de identificação de percevejos da soja. Bahia: FMC, 2016. Disponível em: <http://www.percevejos.com.br/wpcontent/them es/somax/images/MANUAL_percevejos_2_1.pd f >. Acesso em : 10 de maio de 2017. [5] TODESCHINI, M. Assistência Técnica para a Produção de Soja e Milho na Cooperativa Cooppibi-(Ibiraiaras) – RS.Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Agronomia, Porto Alegre. p. 30, novembro, 2013. 18
  • 26. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Agradecimentos Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e a Universidade Federal de Uberlândia pelo apoio no desenvolvimento e divulgação deste trabalho. 19
  • 27. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DE PÃO DE QUEIJO ELABORADO COM SORO DE LEITE Sirlene Inárcio Ribeiro, sirleneinacio@outlook.com 1 Letícia Vieira Castejon, leticiavieira@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – campus Uberlândia, Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil 1. Introdução O pão de queijo é um produto de panificação típico do Brasil, reconhecido internacionalmente e tem grande importância para a culinária de Minas Gerais, estado de onde se originou, sendo comercializado de várias formas [2]. O pão de queijo pode ser definido como o produto resultante do assamento de uma massa obtida a partir da mistura de polvilho doce ou azedo, queijo, água, gordura e sal, podendo acrescentar outros ingredientes como soro de leite, principalmente ovos e leite [4]. Com relação ao tipo de polvilho, podem ser utilizados polvilho azedo ou polvilho doce ou, a mistura dos dois tipos de amidos de mandioca [3]. A composição química do soro de leite depende do método de fabricação do queijo, dessa forma podem ser classificados em soro de leite ácido ou soro de leite doce, ou seja, com baixa acidez. O soro doce é obtido por coagulação enzimática do leite, pela adição da enzima conhecida por renina, que tem a propriedade de coagular a caseína. É um soro resultante da produção de queijos, como por exemplo, o Cheddar ou o emental ou Minas Frescal. O soro ácido, com pH entre 4,3 a 4,6, é obtido por coagulação ácida do leite para fabricação de caseína ou de queijo, como o Cottage, Petit Suisse ou Ricota, pela adição de ácidos (ácido lático, acético ou cítrico) ou até de fermento lácteo [1]. Devido aos ingredientes que compõem o produto pão de queijo, quitanda mineira amplamente apreciada, pelos constituintes nutricionais e diferenças do soro em função do processo de produção do queijo e principalmente, por ainda hoje ter-se agroindústrias ou produtores rurais que realizam o descarte do soro de leite, intencionou-se a utilização e incorporação dos soros de mussarela, minas frescal e artesanal, na formulação padrão do pão de queijo e verificar se haveria diferença sensorial no produto. 2. Metodologia O soro de queijo da mussarela utilizado na fabricação do pão de queijo foi procedente da linha de produção da empresa CALU (Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia - MG), cuja produção atende atacado e varejo. O soro de queijo minas frescal utilizado na fabricação do pão de queijo foi procedente da linha de produção da microempresa familiar localizado na zona rural de Uberlândia – MG, cuja produção atende pessoas físicas. O soro de queijo artesanal utilizado na fabricação do pão de queijo da linha de produção de uma microempresa familiar localizado na zona rural de Uberlândia – MG, cuja produção atende pessoas físicas e pequenos estabelecimentos da cidade. Para a formulação do pão de queijo foram utilizados os ingredientes pertinentes à formulação padrão do produto tais como: polvilho doce, queijo curado, ovos, óleo, leite e sal. Os ingredientes foram fornecidos pelo o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia. Exceto o queijo que foi adquirido na feira livre local, denominado de queijo curado. Os tratamentos e formulações dos pães de queijos podem ser verificados na Tabela 1. A mistura de cada formulação realizada em bandejas brancas de PEAD, devidamente higienizadas e sanitizadas, manualmente até completa homogeneização das massas. As massas modeladas de cada formulação forma levadas ao forno elétrico convectivo, assadas a 180°C por aproximadamente 40 minutos, até que estivessem com volume e crosta inferior caramelizada (coloração marrom). Os testes de avaliação sensorial foram realizados nos laboratórios de análise sensorial do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia. Foi aplicado o teste sensorial de 20
  • 28. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia ordenação (preferência), no qual os provadores deveriam ordenar as amostras codificadas, da que mais gostou (1) para a que menos gostou (4). Tabela 1 – Formulações dos pães de queijo. Ingredientes % Com leite (g) Com soros dos queijos: mussarela, frescal e artesanal (g) Polvilho 30 300 300 Leite 21 210 --- Soro de queijo 21 --- 210 Óleo 10 100 100 Sal 01 10 10 Queijo 30 300 300 Ovos 8,5 85 85 Outro teste sensorial aplicado foi de aceitação, pela escala hedônica, de 5 pontos, verbal estruturada, 5 – gostei muito, 4 – gostei pouco, 3 – indiferente, 2 – desgostei pouco e 1 – desgostei muito, para os atributos de aroma, aparência, sabor, textura e impressão global. Os dados foram tratados e analisados estatisticamente pela ANOVA (Análise de Variância) ao nível de significância de ρ 0,05% (95% de confiança) e havendo diferença entre as amostras foi utilizado teste de Tukey a 5%. As codificações utilizadas foram: 201 – formulação tradicional, 154 – pão de queijo com soro artesanal 486 – pão de queijo com soro de minas frescal e 625 – pão de queijo com soro de mussarela. 3. Resultados A tabela abaixo expressa os dados obtidos sobre a composição química dos soros de queijo. Todas as análises foram realizadas em triplicata. Na Tabela 2, podem ser observados os resultados das análises realizadas. Tabela 2 – Caracterização físico-química dos soros dos queijos Variáveis *soro mussarela *soro Frescal *soro artesanal Acidez Titulável (g/mL) 2,576 0,630 3,415 pH 5,97 6,69 4,64 * V.L.M. (%) = Valores Médios Obtidos (%) Os resultados encontrados para os teores de acidez titulável mostraram-se de acordo com a classificação da Normativa n. 53 do MAPA (2003), sendo o soro frescal, o soro doce e os soros de mussarela e artesanal, soros ácidos. Na avaliação sensorial dos parâmetros de textura, sabor, aparência, aroma e impressão global, os resultados foram tratados no software STATISTICA versão 7.1, pela ANOVA (Análise de Variância) ao nível de 0,05% e 95% de confiabilidade. Verificou-se que não existe diferença significativa entre os tratamentos e os parâmetros avaliados, ao nível de 0,05% e 95% de confiabilidade. Como resultado do teste de ordenação teve-se a preferência pelo pão de queijo elaborado com soro de queijo mussarela, soro ácido. 4. Conclusões A utilização dos soros de queijo, ácidos ou doces, na fabricação de pão de queijo mostrou- se como uma alternativa promissora à destinação de um produto ainda tido como resíduo agroindustrial, pois nos testes de aceitação dos pães de queijo, não se tem diferença significativa para os atributos cor, sabor, textura, aroma, aparência e impressão global. Quanto à preferência por ordenação, os pães de queijo diferiram significativamente entre si, sendo o produto com soro de mussarela o mais preferido. 5. Referências [1] ANTUNES, A. J. Funcionalidade de proteínas do soro de leite bovino. Barueri: Manole, 2003, 137p [2] NAGATA, C. L. P.; PEREIRA, J. Caracterização físico-química de pré- misturas comerciais para pão de queijo. XXII Congresso de pós-graduação da UFLA 14 a 18 de outubro de 2013. [3] PEREIRA, J. Caracterização química, física, estrutural e sensorial do pão de queijo. 2001. 222 p. Tese (Doutorado em Ciência de Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2001. [4] PIZZINATTO, A. Processo de fabricação de pão de queijo. In: PIZZINATTO, A.; ORMENESE, R. de C. S. C. (Ed.). Seminário pão de queijo: ingredientes, formulação e processo. Campinas: Governo do Estado de São Paulo-Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 2000. p. 87-101. Agradecimentos Agradecemos ao IFTM, campus Uberlândia pelo suporte material e financeiro, o quão possibilitou a realização deste trabalho. 21
  • 29. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DITYLENCHUS GALLAEFORMANS SOBRE OS TEORES DE CLOROFILA EM MICONIA ALBICANS Ana Carolina Costa Santos, anacarolinabiocs@gmail.com 1,2 Jean Carlos Santos, jcsantos@gmail.com 2. Débora Machado Lima, deboramalima@gmail.com 1 Mariana Camilo da Silva, mari_vet20@yahoo.com.br 1 Fernanda Raghiante, fernanda.raghiante@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Fazenda Sobradinho S/N, Zona Rural 38400974 - Uberlândia, MG - Brasil 2 Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará 1720 - Cep 38405-320. Uberlândia, Minas Gerais. 1. Introdução A história ou desenvolvimento de um organismo é chamada de ontogenia. Durante este processo as plantas germinam se desenvolvem em plântulas, passam pela fase vegetativa, tornam-se reprodutivas e terminam em senescência [17]. O estudo da ontogenia é importante uma vez que as plantas estão suscetíveis a ataques de inimigos naturais durante todos os estágios de seu desenvolvimento [8,11]. Desta forma, a intensidade de ataques pode variar durante o desenvolvimento das plantas. As mudanças ontogenéticas que ocorrem durante o desenvolvimento das plantas podem influenciar a qualidade da planta como alimento, em função da produção de metabólitos secundários, de alterações na disponibilidade de água, na sua resistência e na concentração de nutrientes [14]. Herbívoros e patógenos constituem nas mais importantes interações que determinam a regulação de espécies vegetais e o padrão de distribuição destas [10]. A herbivoria e doenças causadas por patógenos podem ser danosas para as plantas, afetando o crescimento, a capacidade competitiva, redução de sobrevivência, diminuição do potencial reprodutivo e até mesmo à morte [7,16]. A existência de galhas pode causar diminuição da taxa fotossintética, alterações no metabolismo da planta aumentando a demanda por assimilados e diminuindo a quantidade de recursos disponível para as plantas [9, 20, 1]. Uma das variáveis consideradas ao se determinar o estado fisiológico de plantas é o teor de clorofila [19], utilizada como indicador de estresse em plantas [3] e que pode auxiliar na gestão de nutrientes, aumentando seu crescimento. Essa taxa pode mudar durante o desenvolvimento da planta [2] e em resposta a uma grande variedade de tensões [5, 12, 17]. Este estudo teve como objetivo avaliar os danos causados pelo nematoide galhadores Ditylenchus gallaeformans e relacionar estes danos com o teor de clorofila (como medida de estresse da planta) existente nas folhas de plântulas e adultos de Miconia albicans. A hipótese deste estudo é de que as plantas “sadias”, sem ataque ou com baixa taxa de ataque, terão maior teor de clorofila do que as plantas atacadas devido a um déficit gerado pelo ataque, o que diminuiria a quantidade de clorofila nas folhas. 2. Material e Métodos Este estudo foi realizado na Estação Ecológica do Panga, situada 30 km ao sul da cidade de Uberlândia, MG (19º10’S e 48º23’O), com uma área de 404 ha. Este estudo foi realizado com a espécie Miconia albicans (Melastomataceae), uma espécie arbustiva de até 2,5 metros de altura, frequentemente atacados por herbívoros, galhadores e patógenos [18, 21]. É hospedeira de galhas induzidas pelo nematoide Ditylenchus gallaeformans (Tylenchida: Anguinidae) [13] encontrado em vários locais no Brasil e na Costa Rica atacando diversos gêneros de Melastomataceae. Essa espécie de nematoide provoca uma doença severa em plantas infectadas envolvendo a formação de estruturas semelhantes a galhas nas folhas, inflorescências e caules infectados [13]. Os padrões de ataque de nematoides galhadores foram determinados coletando-se, aleatoriamente, folhas em torno da copa de indivíduos selecionados de M. albicans na Estação Ecológica do Panga; durante o período de abril a junho de 2014. Foram utilizados 120 indivíduos com altura média de 2 metros, dentre eles 60 plantas adultas, que tiveram 10 folhas analisadas, e 60 plântulas de até 0,40 metros, que tiveram cinco folhas analisadas, já 22
  • 30. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia que plântulas possuíam poucas folhas (<10 folhas por indivíduo). Estas folhas foram arrancadas, medidas com auxílio de uma régua, e usadas para registrar os índices de ataque para galhas de nematoides (IG), utilizando a metodologia usada por [4] e [6], que contabiliza seis níveis de dano foliar: (0) sem danos; (1) 1-5%; (2) 6 - 12%; (3) 13 - 25%; (4) 26 - 50%; (5) 51 - 100% de área foliar perdida. O teor de clorofila foi determinado utilizando o medidor de clorofila SPAD-502 [5]. As plantas utilizadas para a medida foram as mesmas utilizadas para se verificar o valor dos índices de ataque, ao todo foram utilizadas 60 indivíduos adultos (600 folhas) e 60 plântulas (291 folhas), sendo que nove das plântulas tinham apenas quatro folhas disponíveis para a coleta de dados. A normalidade dos dados foi testada a priori usando Teste de Shapiro-Wilk W. As diferenças entre dois grupos foram testadas usando Teste t quando assumiram distribuição do tipo normal ou Mann-Whitney quando não possuíram uma distribuição normal. A relação entre a taxa de clorofila e os índices de ataque (para cada agente que atacou a planta e mais índice total) foi testada usando regressão simples. Todos os procedimentos foram realizados a partir do programa Minitab 17.1. 3. Resultados Folhas de adultos foram duas vezes mais atacadas galhadores do que as folhas de plântulas (Test t = -19,64, p < 0,001, gl = 313, n = 891 folhas; Fig. 1), indicando que a porcentagem de área foliar atacada em adultos variou entre 26 e 50% (índice 4) enquanto em plântulas, essa taxa variou entre 6 e 12 % (~índice 2). Figura 1: Relação entre o número de folhas e o índice de ataque de galhadores encontrados nas folhas de adultos e plântulas de Miconia albicans (Melastomataceae). D. gallaeformans estava presente em 88,17% (n = 529 folhas) das folhas dos adultos e em 35,05% (n = 102 folhas) das folhas de plântulas. O índice de galhadores foi maior em adultos do que em plântulas (IG - Mann- Whitney = 5361, p < 0,0001; Fig. 2). Figura 2. Relação do índice de ataque de galhadores e os grupos de indivíduos de M. albicans. Em nível de plantas, uma comparação da taxa de clorofila (SPAD) entre os estágios ontogenéticos mostrou que a taxa de clorofila foi maior nos indivíduos adultos do que em plântulas [(Teste t = 11,05, gl = 115, p < 0,001; n = 120 indivíduos (60 adultos e 60 plântulas). O índice de ataque também foi analisado dentro dos estágios ontogenéticos. A taxa de clorofila não variou em relação ao índice testado para adultos [IG (r 2 = 0,05; p = 0,09, n = 60), e para plântula [IG (r 2 = 0,04; p = 0,11, n = 60). Figura 03. Relação da Taxa de Clorofila e os grupos de indivíduos de Miconia albicans (Melastomataceae. 4. Conclusões As taxas de clorofila em adultos foram maiores que em plantas devido ao estágio ontogenético e isso pode influenciar na preferência alguns agentes por fases de desenvolvimento da planta. D. gallaeoformans demonstrou preferência por formar galhas em adultos, indicando uma dependência em relação ao estágio ontogenético da planta. Miconia albicans não apresentou diminuição na taxa de clorofila em função da presença de galhas, pelo contrário, em plantas adultas não houve alterações nessas taxas sugerindo que haja compensação dessa clorofila. 23
  • 31. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia 5. Referências [1]Aldea, M.; Hamilton, J. G.; et al. Comparison of photosynthetic damage from arthropod herbivory and pathogen infection in understory hardwood saplings. Oecologia. v. 149, p. 221– 232, 2006. [2]Costa, C.; Dwyer, L. M.; et al. Inter- relationships of applied nitrogen, SPAD, and yield of leafy and non-leafy maize genotypes. Journal of Plant Nutrition, v.24, n.8, p.1173- 1194, 2001. [3]Datt, B. A new reflectance index for remote sensing of chlorophyll content in higher plants: tests using Eucalyptus leaves. J. Plant Physiol. v. 154, p. 30–36, 1999. [4]Dirzo, R.; Domingues, C. Plant-animal interactions in mesoamerican tropicaldry forest. In: Bullock, S. H.;. Money, S. H; Medina, H. A. (eds). Seasonally dry tropical forests. Cambridge University Press, Cambridge.1995. [5]Fanizza, G.; Ricciardi, L.; et al. Leaf greenness measurements to evaluate water stressed genotypes in Vitis vinifera. Euphytica. v. 55, pag. 27-31, 1991. [6]García-Guzmán G.; Dirzo R. Patterns of leaf- pathogen infection in the understory of a Mexican rain forest: incidence, spatiotemporal variation, and mechanisms of infection. American Journal of Botany v. 88, p. 634–645, 2001. [7]García-Guzmán, G.; Benítez- Malvido, B. Effect of litter on the incidence of leaf-fungal pathogens and herbivory in seedling of the tropical tree Nectandra ambigens. Journal of Tropical Ecology. v. 19, p. 171-177, 2003. [8]Grime J. 2001. Plant strategies, vegetation processes and ecosystem properties. 2 º EDN. Chichester, UK- Wiley and Sons. [9]Heil, M. ;Bostock, R. M. Induced Systemic Resistance (ISR) Against Pathogens in the Context of Induced Plant Defences. Annals of Botany. v. 89, n. 5, p.503-512, 2002. [10]Herms, D. A.; Mattson, W. J. The dilemma of plants: to grow or defend. The Quarterly Review of Biology, v. 67, n. 3, p. 283–335, September 1992. [11]Kitajima K.; Fenner M. Ecology of seedling regeneration. In: Fenner, M, ed. Seeds: the ecology of regeneration in plant communities. Wallingford, UK: CABI Publishing, p. 331–359, 2000. [12]Lawson, T.; Craigon, J.; et al. Effect of elevated carbon dioxide and ozone on the growth and yield of potatoes (Solanum tuberosum L.) grown in open-top chambers. Environmental Pollution. v. 111, p. 479–491, 2001. [13]Oliveira, R. D. L.; Santin, A .M.; et al. Ditylenchus gallaeformans sp. n. (Tylenchida: Anguinidae) a neotropical nematode with biocontrol potential against weedy Melastomataceae. Nematology, v.15, p.179- 196, 2013. [14]Quintero C, Barton KE, Boege K. The ontogeny of plant indirect defenses. Perspectives in Plant Ecology Evolution and Systematics 15:245–254, 2013. [15]Raven P.H.; Evert, R.F.; et al. Biologia Vegetal. 7 ed. Trad. Ana Cláudia de Macedo Vieira et. al. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. [16]Russell, F.L.; Zippin, D.B.; et al. Effects of white-tailed deer (Odocoileus virginianus) on plants, plant populations and communities: A review. American Midland Naturalist, v.146, n.1, p.1–26, 2001. [17]Samdur, M. Y; Singh, A. L; et al. A. Field evaluation of chlorophyll meter for screening groundnut (Arachis hypogaea L.) genotypes tolerant to iron-deficiency chlorosis. Current Science Bangalore. v. 7, p. 211–214, 2000. [18]Santos, J.C. ; Santos, C.I.R. ; et al. Impact of nematode-induced galls on Miconia prasina (Sw.) DC (Melastomataceae) traits in the Atlantic forest of northeastern Brazil. Journal of Plant Interactions, v.7, n.3, p.197-203, 2012. [19]Steele, M.; Gitelson, A.; et al. A comparaison of two techniques for nondestructive measurement of chlorophyll content in grapevine leaves. Agronomy Journal. v. 100, n. 3, p. 779-782, 2008. [20]Swarbrick, P. J.; Schulze-Lefert, P.; et al. Metabolic consequences of susceptibility and resistance (race-specific and broad-spectrum) in barley leaves challenged with powdery mildew. Plant Cell Environ. v. 29, p. 1061– 1076, 2006. [21]Viana, L. R.; Silveira, F. A; O.; et al. Nematode-induced galls in Miconia albicans: effect of host plant density and correlations with performance. Plant Species Biology, v.28, n.1, p. 63-69, 2013. 24
  • 32. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS CONSUMIDORES DE PRODUTOS CÁRNEOS E A IMPLICAÇÃO NO CONTROLE DA SEGURANÇA ALIMENTAR Simara L. Fanalli, syfanalli@hotmail.com 1 Letícia P. Soares, leticia.peixoto6@gmai.com 1 Lorrany B. R. Alves, lorranybrunna1@hotmail.com 1 Fernanda Raghiante, fernanda.raghiante@iftm.edu.br 1 1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM Fazenda Sobradinho s/nº - Cx. Postal: 1020 - Bairro: Zona Rural, Uberlândia. 1. Introdução A carne é a proteína mais consumida pelo homem, além de uma das mais importantes fontes de alimentação, porém é um dos principais alimentos envolvidos em surtos de toxinfecções alimentares, pois é um excelente habitat para os micro-organismos, propiciando seu desenvolvimento. A segurança alimentar provém da qualidade do alimento, ou seja, uma combinação de atributos microbiológicos, nutricionais e sensoriais, e o seu controle em todas as etapas do processamento promovendo a saúde do consumidor [7]; [10]. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as Boas Práticas de Fabricação (BPF) são medidas necessárias que devem ser adotadas para evitar não conformidade dos produtos e garantir alimentação segura e de qualidade [3]. Os micro-organismos que podem ocasionar contaminação aos produtos cárneos são encontrados na natureza, inclusive presentes na água, solo, ar, trato intestinal dos animais e do homem, na pele, mãos, unhas, utensílios utilizados, dentre outros, os microrganismos que se desenvolvem na carne dependerão das condições de abate, estresse do animal, evisceração correta, atmosfera, temperatura entre outros [11]. Em açougues, nem sempre as condições higiênico-sanitárias são satisfatórias, principalmente causadas pela mão-de-obra desqualificada e falta de informações, podendo apresentar contaminações por coliformes e outros patógenos devido ao manuseio constante, limpeza ineficiente dos equipamentos ou pela falta de controle da matéria-prima [8]. Técnicas de higiene e sanitização, se aplicadas corretamente durante manuseio e transporte, principalmente de alimentos perecíveis, permite a obtenção de produtos de excelente qualidade [1]. Devido à falta de informação e conhecimento de uma parcela da população em relação às fontes de contaminação e à fatores que poderiam ser facilmente eliminados, a cadeia consumidora de carne é diretamente atingida, implicando na segurança dos alimentos consumidos. Através da aplicação de questionários, foram avaliadas as opiniões de determinada população, sendo assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar a percepção do consumidor com relação à segurança alimentar e às condições microbiológicas da carne e higiênico-sanitárias dos estabelecimentos comercializadores. 2. Material e Métodos Foi aplicado um questionário em abril de 2017, estruturado em questões fechadas, abertas e dicotômicas a pessoas residentes no município de Uberlândia, Minas Gerais. O teste foi aplicado por meio eletrônico, utilizando a técnica de pesquisa survey, o filtro da pesquisa foi sua resposta afirmativa do questionamento sobre a compra e o consumo de produtos cárneos. Formulado em 20 questões, o questionário aborda os seguintes aspectos: • Possibilidade de transmissão de doenças através do consumo de carne e quais as principais; • Higiene e controle sanitário; • Observações de pontos importantes durante a compra de produtos cárneos. Os dados encontrados foram tabulados e submetidos à análise estatística descritiva, com ênfase na distribuição de frequências relativas das respostas, por meio do programa Excel versão Office 2013. Foi definida uma amostragem de 76 elementos e os resultados de algumas questões de maior relevância foram submetidos ao teste de qui-quadrado (χ²) adotando-se o nível de significância p = 0,05 [4]. 25
  • 33. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia 3. Resultados Fatores como sexo, renda familiar, escolaridade não foram fatores que apresentaram distinção entre as pessoas questionadas, quando comparados com o conhecimento acerca do selo de Inspeção Federal. A inspeção das carcaças é realizada através do sistema de inspeção que pode ser o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ou Serviço de Inspeção Federal (SIF), que é vinculado ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA. Esta etapa é realizada com o objetivo de se condenar carcaças com contaminações, qualidade e aparência do produto ou doenças, evitando que elas sigam ao longo do processo [5]. Os dados obtidos em relação ao conhecimento acerca selo do S.I.F. foram que 75% dos entrevistados reconhecem o significado da sigla quando está presente no produto. Normalmente os produtos de origem animal são comercializados na sua forma in natura, podendo estar ou não resfriados, o que eleva as chances de se haver contaminação. Sendo assim, toda sua qualidade e segurança irão depender do tipo de controle que será aplicado durante sua produção, preparo e nas suas formas de armazenagem [2]. Em relação a encontrar carne em açougues armazenados na temperatura ambiente 39,47% dos entrevistados afirmaram já terem observado tal condição, quando questionados sobre a presença de alimentos deteriorados em açougues, 35,5% afirmaram positivamente. Isso implica na melhoraria dos sistemas de fiscalização, principalmente nesses tipos de estabelecimentos, oferecendo as condições necessárias para as equipes de Vigilância Sanitária exercerem seu papel. Desde a origem ou produção primária até as fases de transformação, armazenagem, transporte e distribuição para o consumo, carnes e seus derivados constituem veículo potencial de contaminantes de natureza biológica, física ou química [11]. Dentre as doenças mais comuns causadas por carnes contaminadas, estão a Salmonelose que é causada pela bactéria Salmonela spp., e também a Clostridiose que é causada pela bactéria Clostridium perfringens, em carnes enlatadas e carnes conservadas na banha. Em tofu em conserva e pescados a vácuo tem-se o risco de Botulismo que é causado pelo micro- organismo Clostridium botulinum [3]. Quando questionados sobre conhecer alguma doença relacionada ao consumo de carne, há evidências de associação com a variável escolaridade (p<0,05), em que somente 61,84% afirmam ter conhecimento, destes, a maior parcela tem formação superior ao 2º grau completo. As principais doenças listadas estavam “vaca louca”, verminoses e as bacterianas (Figura 1). Isso demonstra a precariedade de informações dos níveis básicos de ensino. Figura 1. Principais doenças relacionadas a produtos cárneos segundo moradores do município de Uberlândia, MG. A população em sua maioria desconhece o meio de transmissão através de carnes crua ou cozida, fator preocupante, levando em consideração uma população predominantemente carnívora [9]. Os alimentos são qualificados como próprios ou impróprios ao consumo humano através de critérios microbiológicos que são estabelecidos pela legislação de cada país ou definidos, em nível internacional, pelo Codex Alimentarius e pelos programas Food and Agriculture Organization e World Health Organization (FAO/WHO) [11]. Constatou-se através do questionário que apenas 34,21% procuram o proprietário ou o funcionário do estabelecimento caso encontrem alguma anormalidade no produto ou algum problema ao consumi-lo, e uma parcela ínfima entra em contato com algum órgão fiscalizador, a maior parcela simplesmente não volta a comprar no mesmo local, ignorando o fato. Isso influi negativamente em questões de melhorias aos estabelecimentos. Segundo a ANVISA [3], qualquer doença transmitida por alimentos deve ser comunicada à Secretaria de Saúde. Em relação aos aspectos observados durante a compra, a maioria concorda que os principais são os atributos físicos da carne (Figura 2), poucos consideram o selo de Inspeção um aspecto importante e decisivo durante a compra, mesmo com 75% afirmando ter conhecimento sobre sua importância. 26
  • 34. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Figura 2. Aspectos observados em produtos cárneos durante a compra por moradores do município de Uberlândia, MG. Alguns estudos [12] determinam que os fatores decisivos para a escolha do consumidor na aquisição da carne in natura foram sua aparência (44,4%), o sabor (28,2%), custo (13,7%) e frescor do produto (12,5%). As decisões dos consumidores para a aquisição e o consumo da carne estão se tornando, mais influenciadas pelas questões relacionadas à nutrição e à saúde do que pela segurança alimentar [6]. Medidas são necessárias para conter e para que se evite a contaminação. O manipulador deve prezar pela higiene pessoal e dos utensílios, obedecer ao tempo adequado de cozimento, não utilizar os mesmos utensílios para manipular alimentos cru e cozido, guardar o alimento obedecendo à temperatura adequada e adquirir alimentos de qualidade. Atentar a esses cuidados devem ser tanto preocupação na indústria quanto na comercialização e durante o preparo doméstico [3]. 4. Conclusões A falta de conhecimento é um fator de risco que precisa ser melhorado, pois medidas simples podem ser consideradas grandes ferramentas no controle da qualidade sanitária dos alimentos e de higiene dos estabelecimentos, assim como as instalações, equipamentos, utensílios, do manipulador, além de cuidados no armazenamento e transporte. Tais fatores são decisivos no auxílio ao controle da segurança alimentar e na prevenção de riscos à saúde pública. 5. Referências [1] Andrade, N. J.; Martyn, M. E. Higiene Industrial (Análises físico-químicas da água, detergentes e sanitizantes). Viçosa: UFV, 1992, 42p. [2] Borges, J. T. S.; Freitas, A. S. Aplicação do Sistema Hazard Analysis and Critical Control Points (HACCP) no Processamento de Carne Bovina Fresca. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos. Universidade Federal do Paraná. Curitiba; v. 20, n. 2, p. 1-174, jan/jun.. 2002. [3] Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 216 de 15 de setembro de 2004. Regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Diário Oficial da União, de 16 de setembro de 2004, Brasília (DF), p. 25-27, 2004. [4] Callegari-Jacques, S. M. Bioestatística, princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2003. [5] Figueiredo, E. A. P.; et al., Recomendações técnicas para a produção e abate, processamento e comercialização de frangos de corte coloniais. Embrapa Suínos e Aves. Concórdia. 2007. [6] Fonseca, M. C. P.; SALAY, E. Beef, chicken and pork consumption and consumer safety and nutritional concerns. Food Control, v. 19, n. 11, p. 1051-1058, 2008. [7] Germano PML, Germano MIS. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. São Paulo: Varela. 629p, 2001. [8] Mendonça, C. R; Granada, G. G. Coliformes em açougues de Pelotas/RS - Revista Brasileira de Agro ciência, v.5, n. 1, p. 75- 76, 1999. [9] Rodrigues, D.N.J. Avaliação do conhecimento da população sobre as formas da transmissão e medidas preventivas da toxoplasmose em Mossoró – RN/Trabalho de conclusão de curso – UFERSA 2015. [10] Rosina, A. Avaliação microbiológica da carne bovina moída nas redes de supermercados de canoinhas/sc – Revista interdisciplinar Saúde Meio Ambiente v. 2, n. 2, p. 55-64, dez. 2013 ISSN 2316-347X. [11] Tavares, T. M; Serafini, A. B. Carnes hambúrgueres prontas para consumo: Aspectos legais e riscos bacterianos. Revista de Patologia Tropical. v. 35, n.1, p.1-21, jan-abr 2006. [12] Thoms, E. Rossa, L. S. Stahlke, E. V. R. Ferro, I. D. Perfil de consumo e percepção da qualidade da carne suína por estudantes de nível médio da cidade de Irati, PR. Rev. Acad., Ciênc. Agrár. Ambient., Curitiba, v. 8, n. 4, p. 449-459, out./dez. 2010 27
  • 35. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO A TOLERÂNCIA À Microsphaera diffusa Alex Junio de O. Santana, alexjunio315@gmil.com 1 ; Thulio P. Mattos, thuliomattos@hotmail.com 2 ; Carolina O. da Silva, caroll_meyreles@hotmail.com 2 ; Osvaldo Toshiyuki Hamawaki, hamawaki@umuarama.ufu 2 ; Ana Paula O. Nogueira, ana.paula@ufu.br 2 . 1 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Genética e Bioquímica. Av. Pará, 1720, Umuarama, 38400-902 - Uberlândia, MG. 2 Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências Agrárias. Av. Amazonas, s/n Umuarama, 38400-902- Uberlândia, MG – Brasil. 1. Introdução Os estresses bióticos são um dos principais fatores responsáveis pela redução da produtividade na cultura da soja (Glycine max) [1]. O fungo Microsphaera diffusa, causador do oídio na soja, quando se encontra em ambiente favorável para o seu desenvolvimento provoca a perda de cerca de 40% na produtividade. Isso acontece devido à redução da área foliar e consequentemente diminuição da taxa fotossintética, provocada pela presença da camada esbranquiçada de micélio e esporos na face adaxial do trifólio [2]. Além das condições climáticas e controle fitossanitário a identidade genética da cultivar é um fator que afeta diretamente o rendimento do produto. Um dos principais focos dos programas de melhoramento genético de soja é a busca por tolerância aos estresses bióticos [3]. O uso de cultivares potencialmente resistente às doenças possibilita redução dos custos do produtor com agrotóxicos e consequentemente favorece o meio ambiente. O primeiro passo para iniciar um programa e obter variedades tolerantes é a obtenção de um germoplasma diversificado e localizar as variedades com fonte de resistência [3]. Desta forma, este trabalho tem como objetivo identificar e selecionar variedades que apresentem tolerância ao fugo Microsphaera diffusa. 2. Material e Métodos O trabalho foi realizado na Fazenda Capim Branco, da Universidade Federal de Uberlândia - UFU, na safra 2016/2017. Avaliaram-se 12 cultivares em delineamento de blocos completos casualizados com quatro repetições, totalizando 48 unidades experimentais. Dois avaliadores determinaram a severidade do oídio nas plantas em estágio de desenvolvimento R5-R6 [4], em que devido ao enchimento de grãos, é um dos estádios mais importantes que irá refletir diretamente na produtividade com ocorrência do estresse biótico. A avaliação foi feita coletando um trifólio do terço inferior (TI), um do terço médio (TM) e um do terço superior (TS) por cada avaliador. Em seguida foi mensurada a porcentagem da área coberta pelo fungo na face adaxial do trifólio, de acordo com a escala diagramática de [5], como observado na Figura 1. Figura 1. Presença fungo Microsphaera diffusa na superfície foliar. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA), e ao teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico SISVAR. 3. Resultados As médias de severidade do oídio nas 12 cultivares no terço inferior, médio e superior da planta estão apresentadas na Tabela 1. Notou- se separação dos genótipos em três grupos para avaliação no TI e quatro grupos para TM e TS. 28
  • 36. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia Tabela 1 – Média da severidade do fungo Microsphaera diffusa em 12 cultivares de soja, no município de Uberlândia – MG. Cultivares Severidade Oídio TI (%) TM(%) TS(%) Vencedora 09,00 a 05,00 a 03,50 a TMG 801 15,25 a 07,00 a 02,25 a UFUS 7415 16,75 a 04,75 a 01,25 a P98Y30 25,50 b 11,75 b 03,50 a TMG 7062 CD 2737 NS 6909 UFUS 6901 25,50 b 28,75 b 29,25 b 30,00 b 13,75 b 14,25 b 21,50 c 19,00 c 08,25 b 07,00 b 10,00 b 07,25 b Desafio 34,75 b 17,50 c 06,25 b NS5909 36,25 b 25,50 c 15,75 c TMG 2158 58,25 c 33,75 d 25,00 d TI: terço inferior; TM: terço médio; TS: terço superior. Médias seguidas de letras semelhantes pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 1% de probabilidade. O material TMG 2158 apresentou maior susceptibilidade ao oídio, demostrando alta incidência da doença. Foi o material com maior porção foliar esbranquiçada, devido presença do micélio de Microsphaera diffusa, em todos os terços inferior, médio e superior da planta. Os materiais UFUS 7415, Vencedora e TMG 801 apresentaram menores médias de severidade do fungo Microsphaera diffusa. Isso indica maior tolerância e superioridade destes materiais ao oídio, quando comparados com as outras cultivares avaliadas. Este resultado foi importante para compreendermos as diferentes respostas das cultivares à Microsphaera difusa. Entretanto novos estudos são necessários a fim de elucidar os parâmetros genéticos que governam essa característica. 4. Conclusões O material TMG 2158 apresentou maior susceptibilidade ao oídio. Enquanto que os materiais UFUS 7415, Vencedora e TMG 801 apresentaram maior tolerância ao patógeno. 5. Referências [1]. HIRAKURI, M. H.; Impactos econômicos de estresses bióticos e abióticos na produção de soja. Londrina, PR, Out. 2014. [2]. SARTORATO, A.; YORINORI, J. T.; Oídios de leguminosas: feijoeiro e soja. In: STADNIK, M. J.; RIVERA, M. C. Oídios. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2001. P. 255-284. [3]. BESPALHOK F., J.C.; GUERRA, E.P.; OLIVEIRA, R. Introdução ao Melhoramento de Plantas. In: BESPALHOK F., J.C.; GUERRA, E.P.; OLIVEIRA, R. Melhoramento de Plantas., p.11-18. [4]. FEHR, W. R.; CAVINESS, C. E. Stages of soybean development. Ames: Iowa State University of Science and Technology, 1977. 11p. (Special report, 80). [5]. GODOY, Cláudia V.; KOGA, Lucimara J. and CANTERI, Marcelo G. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatol. Bras. [online]. 2006, vol.31, n.1, pp.63-68. ISSN 0100-4158. Agradecimentos Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (Capes) pela concessão de bolsas e auxílio financeiro. A todos do Programa de Melhoramento de Soja da UFU que contribuíram para a realização do trabalho. 29