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23A26DE
NOVEMBRODE2021
ANAIS DO II SIMPÓSIO
PINHEIRENSE DE BIOLOGIA
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: BIODIVERSIDADE,
ECONOMIA E BEM-ESTAR HUMANO
Pinheiro-MA
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CAMPUS PINHEIRO
ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACADÊMICA PLANTAE
NOTA
Os resumos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles
contidas não representam, necessariamente, a visão da comissão científica do evento. As
revisões ortográficas e gramaticais dos resumos são de inteira responsabilidade dos respectivos
autores.
ORGANIZAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
CAMPUS PINHEIRO
Rua Jerônimo Ramalho, s/n, Bairro Matriz –Pinheiro - MA
CEP: 65.200-000
CNPJ Nº 10.735.145/0001-94
Fone: (98) 2016-8184
1ª edição
Publicação digitalizada (2022)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Dr. Gilberto Matos Aroucha
Dr. Jaime de Liege Gama Neto
Dra. Catyelle Maria de Arruda Ferreira
Dra. Luciana Alves da Luz Soares
Dra. Mariana Oliveira Arruda
Dra. Suelen Rocha Botão Ferreira
MSc. Danilo Rafael Santos de Brito
MSc. Rafaella Cristine de Souza
MSc. Vagner de Jesus Carneiro Bastos
Esp. Gustavo dos Santos Cotrim
Esp. Maria de Jesus Câmara Mineiro
Esp. Vandeberg Pereira Araújo
COMISSÃO ORGANIZADORA
Vagner de Jesus Carneiro Bastos
Rafaella Cristine de Souza
Saymon D' Lucas Soares Rodrigues
Walison Pereira Moura
Taynara de Jesus Correa Pinheiro
MONITORIA CIENTÍFICA
Acíria Nazaré Leite Sá
Cristine Aparecida Correa Camara
Iasmin Cristina Brito Gomes
Lara Vitória Ribeiro Ferreira
Luckian Emannuel Ferreira Melo
Nayara da Conceição Martins Da Costa
Taynara de Jesus Correia Pinheiro
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos em:
Even3 Eventos
II Simpósio Pinheirense de Biologia
https://www.even3.com.br/anais/iisimphobio2021/
EDITORAÇÃO E REVISÃO
Saymon D' Lucas Soares Rodrigues
Walison Pereira Moura
ANAIS DO II SIMPÓSIO PINHEIRENSE DE BIOLOGIA
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Todos os direitos reservados.
APRESENTAÇÃO
Caros participantes,
O II Simpósio Pinheirense de Biologia (II SIMPHOBIO) teve por objetivo oportunizar um
espaço de reflexão e discussão sobre três eixos temáticos, os quais são a biodiversidade, a
economia e o bem-estar humano. Dentre as linhas de pesquisa abordou-se a educação, o meio
ambiente, as ciências exatas, as ciências da terra, as ciências biológicas, as ciências agrárias, a
economia ecológica, a economia ambiental, a valorização ambiental, a gestão ambiental, a saúde e
a enfermagem. Propondo experiências por meio da socialização dos trabalhos científicos com
defesa pública das pesquisas.
Ademais, o evento contou com a colaboração de profissionais da área, comprometidos com a
ciência e sua divulgação, assim agregando com a rica programação dividida em cerimônias de
abertura e encerramento, palestras, mesas-redondas, concursos (fotografia, ilustração científica,
etc), minicursos, apresentação de trabalhos (na forma oral e banner) e premiações.
Em resumo, uma das principais finalidades do II SIMPHOBIO foi incentivar os
pesquisadores, os cientistas, os biólogos e as mais diferentes comunidades às questões ambientais,
compreendendo como ela trata-se de uma problemática global, ligada aos fatores econômicos,
políticos e sociais, fundamentando-se nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
Ainda, tivemos como foco de realização do evento, oportunizar a participação em evento on-line
no momento de distanciamento social que enfrentamos em decorrência da pandemia do COVID-
19. Sendo assim, é com enorme satisfação que publicamos os anais dos trabalhos científicos
apresentados no II Simpósio Pinheirense de Biologia (II SIMPHOBIO).
COMISSÃO ORGANIZADORA
II SIMPÓSIO PINHEIRENSE DE BIOLOGIA
SUMÁRIO
A INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO URBANA SOBRE O CONFORTO
TÉRMICO.........................................................................................09
Daniela Santos de Almeida; Gustavo Henrique Garcia; Paulo Favaro Pecioli;
Carolina da Silva Souza-Gessner.
AGRICULTURA ORGÂNICA: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA
LEGISLATIVA AMBIENTAL.............................................................15
Necivaldo dos Santos Mendes Maranhão
ANALFABETISMO DIGITAL: DESAFIOS DO SER DOCENTE EM
TEMPOS DE PANDEMIA...................................................................21
Sarah Lorena Silva Santos; Talessa Viegas Araujo; Samara Alves Correa; Maria De
Jesus Câmara Mineiro
ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS DO PROJETO
TELÁRIS DO FUNDAMENTAL II COMO MEDIDA AUXILIADORA NA
FORMAÇÃO DE DISCENTES, COM ENFOQUE NO CAPÍTULO
3.......................................................................................................25
Ronaldo Abreu Pimenta; Wilma Brito Ramos; Marianne Ribeiro Dias; Luane
Soares Oliveira; Laís Gabriely Araújo Garcia; Rafaella Cristine De Souza.
AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE
NASCENTES NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO
CLARO/PR........................................................................................30
Paulo Favaro Pecioli; Carolina da Silva Souza-Gessner.
CARACTERIZAÇÃO PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS (CAPSICUM
BACCATUM) SUBMETIDAS A ANTIMITÓTICOS..............................36
Jardel Da Silva Souza; Laura Monteiro Pedrosa; Priscila Alves Barroso; Mailson
Monteiro do Rêgo; Elizanilda Ramalho do Rêgo
DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO NUMA
ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO.........................................40
Gabrielle Cunha Barros; Acíria Nazaré Leite Sá; Amanda Cristina Sodré Cunha;
Deusinete Lopes; Mylenna Olívia Costa Soares; Josilene Pereira do Nascimento
DOENÇA DE HUNTINGTON: UTILIZAÇÃO DE FOLDER E VÍDEOS
EDUCATIVOS PARA OS ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS....................................................................................45
Acíria Nazaré Leite Sá; Gabrielle Cunha Barros; Amanda Cristina Sodré Cunha;
Deusinete Lopes; Mylenna Olívia Costa Soares; Mariana Oliveira Arruda
ENSINO POR INVESTIGAÇÃO NOS ANOS FINAIS: UMA PROPOSTA
DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS......................................50
Lara Vitória Ribeiro Ferreira; Lucas Silva Moraes; Luckian Emannuel Ferreira
Melo; Ronilson de Jesus dos Santos Alves; Tatiele Gomes; Rafaella Cristine de
Souza
EXTREMÓFILOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A
ASTROBIOLOGIA.............................................................................55
IMPORTÂNCIA DOS COMPONENTES HERBÁCEOS NA
RESTAURAÇÃO DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA
NORDESTINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA.............................58
Aldo José Irineu Filho; José Augusto Ferreira Neto; Bruna Iasmim dos Santos
Pompéia; Karla Morgana Silva Araujo; Tayna Guilherme Santiago Moreira;
Kleber Andrade da Silva
Lucas Gabriel Ferreira Costa da Silva; Emilly Cecília Santos de Souza
MICRODIVERTIDA: PRODUÇÃO DE JOGO DIDÁTICO COMO
ESTRATÉGIA CIENTÍFICA PARA O ENSINO DE MICROBIOLOGIA
.........................................................................................................62
Saymon D’ Lucas Soares Rodrigues; Walison Pereira Moura; Taynara De Jesus
Correa Pinheiro; Tatiele Gomes; Mariana Oliveira Arruda
PRODUÇÃO DE MAPAS MENTAIS COMO ALTERNATIVA PARA
APRENDIZAGEM DA MICROBIOTA HUMANA.................................67
Cristine Aparecida Corrêa Camara; Waldermeson Kilmer de Oliveira Dias; Nayara
da Conceição Martins da Costa; Gilmara Liane Costa; Mariana Oliveira Arruda
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO COMO ALTERNATIVA DE
APRENDIZAGEM SOBRE AS DOENÇAS PARASITÁRIAS, UM
ENFOQUE NA DOENÇA DE CHAGAS................................................72
Ronaldo Abreu Pimenta; Mariane Ribeiro Dias; Wilma Brito Ramos; Luane Soares
Oliveira; Laís Gabriely Araújo Garcia; Mariana Oliveira Arruda
RELATO DE EXPERIÊNCIA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
COMPOSTAGEM NO AMBIENTE FAMILIAR....................................77
Hélison Oliveira de Souza; Eldra Carvalho da Silva
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA
CARTILHA INFORMATIVA ACERCA DOS TIPOS, TRANSMISSÕES E
TRATAMENTOS DA HEMOFILIA.....................................................83
Saymon D’ Lucas Soares Rodrigues; Walison Pereira Moura; Taynara de Jesus
Correa Pinheiro; Acíria Nazaré Leite Sá; Luckian Emannuel Ferreira Melo; Suelen
Rocha Botão Ferreira
RIQUEZAS DO CERRADO.................................................................89
Wermeson Stênio Silva Nunes; Jaqueline Marques Silva Nunes
UMA PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA A ANÁLISE DO LIVRO
“CIÊNCIAS VIDA & UNIVERSO” E SEU DESEMPENHO COMO
FERRAMENTA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM..........................93
Cristine Aparecida Corrêa Camara; Waldermeson Kilmer De Oliveira Dias;
Nayara da Conceição Martins da Costa; Gilmara Liane Costa; Rafaella Cristine
de Souza
USO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE DOENÇAS
PARASITOLÓGICAS: LEISHMANIOSE VISCERAL ..........................98
Lara Vitória Ribeiro Ferreira; Lucas Silva Moraes; Luckian Emannuel Ferreira
Melo; Ronilson de Jesus dos Santos Alves; Mariana Oliveira Arruda
UTILIZAÇÃO DO FILME “O LORAX” COMO RECURSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.......................103
Genilda da Conceição Martins Pereira; Talessa Viegas Araujo; Sarah Lorena Silva
Santos; Samara Alves Correa; Leandro Álvaro de Alcantara Aguiar; Rafaella
Cristine de Souza
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A INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO URBANA SOBRE O CONFORTO TÉRMICO:UM
ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE OURINHOS-SP
Daniela Santos de ALMEIDA1
; Gustavo Henrique GARCIA1
; Paulo Favaro PECIOLI1
; Carolina da Silva
SOUZA-GESSNER2
.
1- Discente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas
de Ourinhos-UNIFIO.
2- Docente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas
de Ourinhos-UNIFIO.
RESUMO
Com o crescimento das cidades o meio ambiente, vem sofrendo também grandes impactos
ambientais, sociais e climáticos. Essa intervenção do homem em áreas verdes por meio de
remoção de áreas arborizadas vem modificando a temperatura local, o microclima e fazendo
com que haja desconforto ambiental para os habitantes da cidade. O objetivo deste trabalho foi
analisar a temperatura e umidade relativa do ar em três pontos diferentes na cidade de Ourinhos
– SP. As coletas dos dados foram nos seguintes locais: área com ocupação mista residual
totalmente arborizada, área residencial com pouca presença de árvores e a área totalmente
residencial sem árvores ou qualquer tipo de cobertura vegetal. Para obtenção dos dados, foi
utilizado um termo higrômetro. Os resultados observados foram que em pontos mais
arborizados, as temperaturas registradas foram amenas e a umidade relativa do ar mais elevada,
mesmo em áreas com poucas árvores. No ponto sem arborização, a temperatura foi mais
elevada e a umidade relativa do ar mais baixa. Os dados obtidos mostram como a arborização
urbana é eficiente em regular o microclima dentro das cidades, além de proporcionar inúmeros
benefícios relacionados a estabilidade climática, conforto ambiental, melhorias na qualidade do
ar, bem-estar físico e mental da população, influenciar na redução da poluição e auxiliar na
conservação do meio ambiente.
Palavras-chave: Bem-estar; Microclima; Ourinhos.
INTRODUÇÃO
Desde o princípio das cidades, o clima é um dos aspectos geoambientais que sofre
influência do processo urbano. A partir da revolução industrial, o processo de urbanização
imprimiu alterações drásticas no meio ambiente tendo como consequência problemas
socioespaciais e ambientais, e o clima é um dos aspectos geoambientais que mais sofreu
alterações (ARAÚJO; CALDAS 2016).
A intervenção do homem no meio ambiente através da remoção de áreas verdes,
aumento da pavimentação do solo, poluição gerada pelo uso de automóveis e por indústrias,
contribuem para aumentar a temperatura local, e alterar o microclima urbano, causando
desconforto ambiental a todos os habitantes da cidade. Esses fatores são agravados quando essa
intervenção se dá de maneira irregular e sem planejamento (BESERRA FILHO, 2015).
Quando o microclima é alterado, gerando condições de altas temperaturas e baixa
umidade relativa do ar, a arborização urbana age de maneira mais perceptível regulando as
condições térmicas do ambiente (LIMA; NUNES; SOARES, 2009).
O sombreamento por meio de vegetações arbóreas torna-se uma boa estratégia a fim de
melhorar os efeitos térmicos nessas regiões, pois por meio dele tem-se uma redução do albedo
nas superfícies do solo (BARBOSA et al., 2020).
A vegetação urbana desempenha um papel importante na atenuação térmica, uma vez
que influencia na radiação solar, temperatura, umidade e vento. Cumpre um papel regulador
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climático, ao dispensar e absorver a radiação solar, impedindo que aqueça o solo
urbano, libera umidade para a atmosfera pelo processo de evapotranspiração e influência na
circulaçãodos ventos nas cidades, assim atenua a temperatura e melhora a umidade. As áreas
verdes, também, são muito importantes ao proporcionar conforto térmico, uma vez que o
controle da radiação solar e a produção de sombreamento levam as condições climáticas
confortáveis (ARAÚJO; CALDAS 2016).
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar as diferenças de temperatura e
umidade relativa do ar em três pontos na área urbana do município de Ourinhos-SP, e a sua
relação com as distintas configurações urbanas destacando-se pela diferença da vegetação
arbórea existente e sua influência sobre o conforto térmico.
METODOLOGIA
Caracterização da área de estudo
O Município de Ourinhos integra a porção sudoeste do Estado de São Paulo e dispõe
de limite territorial equivalente a 282 km², sendo que, destes, 40 Km² correspondem às áreas
urbanas e 242 Km² às rurais. Sua posição geográfica situa-se entre as coordenadas 22°55’ a
22º58'S e 49°52 a 49º55’W, a 483 m de altitude (ZACHARIAS, 2006).
Para o levantamento de dados foram selecionados três pontos no município com
distintas configurações urbanas para análise e comparação da influência da vegetação nos
aspectos de conforto térmico, temperatura e umidade relativa do ar (Figura 1).
Ponto 1: Localizado na rua Jairo Correa Custodio, sob as coordenadas -22°58'27.9"S, -
49°53'22.0"W. caracteriza-se por uma área mista residencial e área verde. Bem arborizada
com várias espécies arbóreas de médio e grande porte em vários estágios de desenvolvimento.O
solo é permeável apresentando áreas com gramíneas, uma trilha pavimentada e uma ciclovia.
Há um fluxo de pessoas que utilizam a área para lazer, não apresenta grande fluxo deveículos.
Ponto 2: Localizado na rua Raul Minucci, sob as coordenadas -22°58'50.4"S -
49°53'13.4"W. Configurado como área residencial, caracteriza-se por baixa taxa de
permeabilidade com pavimentação asfáltica e calçadas totalmente impermeáveis, pouco
arborizada e apresenta grande fluxo de veículos.
Ponto 3: Localizado na rua: Etelvina Gonsalves Pena, sob as coordenadas -
22°58'52.9"S -49°53'06.4"W. Caracteriza-se por área estritamente residencial, ocorre a
presença de árvores de médio a grande porte com espaçamento médio de 15 metros entre as
mesmas. Solo permeável com gramado e trilhas pavimentadas. Grande fluxo de pessoas, que
utilizam a área verde para lazer.
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Figura 1 - Localização dos pontos analisados.
Levantamento de dados
Fonte: GOOGLE EARTH, 2021.
Para realizar a coleta de dados dos parâmetros ambientais de temperatura e umidade
relativa do ar, foi utilizado um Termo higrômetro digital (modelo 1566-1 marca J.Prolab). Os
dados foram coletados à campo no dia 9 de outubro de 2021, final do período de estiagem
para esta região. A coleta de dados teve início a partir das 13h18. O sensor foi posicionado a
uma altura de 1,5 metros do solo para captura das variáveis. Os dados foram registrados a cada
30 segundos durante 5 minutos nos três pontos, com um tempo de deslocamento entre uma área
e outra de aproximadamente 4 minutos, iniciando as medições no ponto 2 às 13:18 horas, no
ponto 1 - 13:30 horas e ponto 03 às 13:41 horas. Para análise dos resultados, os dados foram
sistematizados, sendo confeccionados gráficos com os valores registrados em cada ponto, para
a comparação e análise dos resultados obtidos entre os três pontos estudados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos parâmetros de temperatura e umidade relativa do ar nas áreas
abrangidas por este estudo foram significativos e demonstraram que a arborização existente
no perímetro urbano influencia de forma considerável as variáveis analisadas. A temperatura
medida em graus Celsius (°C) nos pontos 1 e 2 (locais com arborização) apresentaram uma
média de 33,09°C e 32,06ºC respectivamente, enquanto no ponto 2, região não arborizada, a
temperatura apresentou uma média de 34,99°C.
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Figura 2 – Gráfico apresenta os registros da Temperatura em ºC.
Fonte: AUTORES, 2021.
Em relação a umidade relativa do ar, o ponto 1 apresentou média de 42%, o ponto 2,
média de 37,7%, e o ponto 3 com média de 43,7%, a maior entre os 3 pontos.
Figura 3 –Gráfico Apresenta os registros da Umidade relativa do ar.
Fonte: AUTORES, 2021.
Para a temperatura do ar, nota-se que o ponto 2 sem arborização manteve temperaturas
sempre mais altas em relação aos pontos mais arborizados. A tabela 1 auxilia a visualização
destas diferenças.
Como constatado nos estudos de Gonçalves; Camargo e Soares (2012), o sombreamento
promovido pela arborização promove a redução da temperatura de superfície dos objetos
sombreados onde áreas arborizadas favoreceram uma temperatura inferior aos locais sem
arborização.
Com relação ao parâmetro umidade relativa do ar, o ponto 2 sem arborização
apresentou umidade relativa do ar sempre mais baixa que nos pontos mais arborizados.
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Resultados similares foram obtidos por Martelli e Santos Jr. (2015), onde a umidade
relativa do ar apresentou um padrão inverso ao da temperatura; os maiores valores foram
registrados nas áreas com maior nível de arborização. Desta forma, a vegetação tem papel
relevante sobre o conforto térmico dos espaços urbanos, onde interfere diretamente sobre a
temperatura, umidade do ar e na redução da poluição atmosférica.
Os registros dos parâmetros seguiram a tendência esperada, ou seja, os ambientes com
maior presença de arborização e solo com maiores taxas de permeabilidade apresentaram
temperaturas mais amenas e maior umidade relativa do ar diante o ambiente desprovido de
arborização e baixas taxas de permeabilidade do solo.
Tabela 1 – Registros de temperatura e umidade relativa do ar.
Tempo Temperatura (°C) Umidade Relativa do Ar (%)
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
1 33.9 34.6 32.4 40 40 44
2 33.6 34.8 32.3 40 39 44
3 33.2 34.9 32.3 42 36 44
4 33.2 34.9 32.4 44 37 43
5 33.1 34.8 32.1 46 38 43
6 33.1 34.9 32.0 42 37 44
7 33.0 34.9 31.9 41 38 43
8 32.8 35.1 31.8 42 37 44
9 32.7 35.5 31.8 41 37 44
10 32.3 35.5 31.6 42 38 44
Fonte: Elaboração AUTORES (2021).
CONCLUSÃO
A arborização urbana favoreceu o microclima urbano promovendo temperaturas mais
baixas e umidade relativa do ar mais elevada nos pontos analisados. Esses parâmetros
apresentaram uma relação inversa quanto ao nível de vegetação e permeabilidade do solo.
Desta forma, a arborização urbana pode proporcionar inúmeros benefícios a população comoa
redução da temperatura, o aumento da umidade relativa do ar, a redução da poluição. Nesse
sentido, cabe ressaltar a necessidade de melhorias na arborização em bairros e ruas com
arborização precária ou mesmo sem nenhuma cobertura vegetal. Os benefícios da arborização
urbana vão além da temperatura e umidade dor relativa do ar, estes influenciam de forma geral
na qualidade de vida da população.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao prof. Me. Jackson José Ferreira e a equipe dos Laboratórios do Centro
Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO pelo empréstimo de equipamento.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, R. R.; CALDAS, C. S. Clima urbano e vegetação: análise da influência da
vegetação da Apa do Itapiracó no microclima e conforto térmico local em São Luís
ISBN 978-65-5941-592-2
14
(MA). Trabalho apresentado durante o XII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica.
Universidade Federal de Goiás. p. 1247-1259. 2016. Disponível em
<http://www.abclima.ggf.br/sbcg2016/anais/arquivos/eixo_3/trabalho%20(37).pdf>. Acesso
em 11/09/2021.
BARBOSA, R.V. R. et al. Espécies arbóreas em espaços públicos para amenização de efeitos
térmicos do microclima urbano de cidades tropicais de baixa latitude, uma revisão sistemática.
Trabalho apresentado durante o II Congresso Araguaiense de Ciências Exata, Tecnológica E
Social Aplicada. The Journal of Engineering and Exact Sciences. p. 1-11. Santana do
Araguaia-PA. 2020.
BESERRA FILHO, F. Avaliação do Microclima do Parque Massairo Okamura em
Cuiabá/ MT ao Nível do Pedestre. 2015. 69 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Ambientais). Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2015.
GONÇALVES, A.; CAMARGO, L. S.; SOARES, P. F. Influência da vegetação no conforto
térmico urbano: Estudo de caso na cidade de Maringá-Paraná. In: III Simpósio de Pós-
Graduação Em Engenharia Urbana. Anais do III SIMPGEU. Maringá-PR. 2012.
LIMA, D. C. R.; NUNES, L. A.; SOARES, P. F. Avaliação da influência da vegetação
no conforto térmico em espaços livres. In: Simpósio de Pós-Graduação em Engenharia
Urbana. Anais do SIMPGEU. Maringá-PR. 2009.
MARTELLI, A. SANTOS JR, A. R. Arborização Urbana do município de Itapira – SP:
perspectivas para educação ambiental e sua influência no conforto térmico. Revista
Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental. Santa Maria-RS. v. 19, n. 2, mai-
ago. 2015, p. 1018-1031.
ZACHARIAS, A. A. A representação gráfica das unidades de paisagem no
zoneamento ambiental: um estudo de caso no município de Ourinhos-SP. 2006.
209f. Tese (Doutorado em Geografia) - UNESP - Universidade Estadual Paulista,
Rio Claro, SP, 2006.
ISBN 978-65-5941-592-2
15
AGRICULTURA ORGÂNICA: uma análise na perspectiva legislativa e ambiental.
Necivaldo dos Santos Mendes MARANHÃO1
.
1 - Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Pólo Viana; Técnico Agrícola
com habilitação em agricultura pela Escola Agrotécnica Federal – EAF São Luis-Ma.; Email:
necivaldo3@hotmail.com.
RESUMO
Este trabalho faz uma abordagem sobre agricultura orgânica, com ênfase em uma análise na
perspectiva legislativa e ambiental. É importante destacar que estudos sobre essa temática é de
suma importância para sociedade em geral, visto sua atual evidencia em todo território
brasileiro. Diante da necessidade da população em consumir um produto mais saudável e como
crescimento da agricultura orgânica há a necessidade de pesquisas que contemplem essa
abordagem. Sendo assim, este artigo tem como objetivo compreender a dinâmica da agricultura
orgânica no Brasil, considerando a perspectiva legislativa e ambiental. Para tanto, esta
abordagem parte do pressuposto que a agricultura orgânica está cada vez mais em evidência no
Brasil, por isso é importante compreender como se encontra o estágio de regulação da
agricultura orgânica. Para alcançar os objetivos propostos foram realizadas algumas etapas pré-
estabelecidas, a saber; pesquisas em site oficiais como câmara dos deputados, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – MAPA e analise e sistematização dos dados levantados. No percurso desta
pesquisa foi possível identificar que o Brasil demorou muito em iniciar o processo regulatório
da agricultura orgânica. Porém, foi percebido que a partir de 2003 houve grandes avanços na
questão legislativa referente a agricultura orgânica no Brasil. Além dos avanços legislativos, há
algumas políticas públicas voltadas para fomentar o setor de orgânico no tocante a produção e
comercialização. Todavia, percebe-se que mesmo com todos os avanços, o Brasil, ainda precisa
fazer muito para melhorar compatibilidade do setor de orgânicos. Dentre essas necessidades
está o investimento em pesquisa e tecnologias que atendam os princípios basilares da
agricultura orgânica, visto que, as tecnologias de produção existentes, quase todas pensada
numa perspectiva de produção convencional, isso torna inviável usar esses implementos
agrícolas com uma mentalidade de produção orgânica.
Palavras-chave: Legislação; Agricultura Orgânica; Meio Ambiente; Brasil.
INTRODUÇÃO
Este presente trabalho se propõe refletir sobre a agricultura orgânica na perspectiva
legislativa e ambiental. Mas, o que é agricultura orgânica? De modo direto e prático a
agricultura orgânica é compreendida como um modelo de produção agrícola não convencional,
ou seja, não usa em seu processo de produção elementos indispensáveis para produção na
agricultura convencional, tais como: os agroquímicos.
Ao serem analisados os pré-requisitos que caracterizam os produtos orgânicos. Percebe-
se que a agricultura orgânica tratada como algo inovador na ceara da agricultura justa e
sustentável pode ser compreendido como um modo mais refinado da prática de produção
agrícola que antecedeu a revolução verde e que por muito tempo foi visto como algo obsoleto.
Concordando com Landau et al. (2019, p. 01) que mencionam: “A agricultura orgânica é
praticada desde os primórdios da domesticação de espécies vegetais, tendo como fim a
sobrevivência humana”.
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16
Sobre essa questão, é importante mencionar que, em todo o período que o mundo
aplaudia sem ressalva o sistema agrícola convencional, muitas das unidades familiares agrícolas
sem apoio financeiro continuavam promovendo a agricultura de forma tradicional, hoje
conhecida como agricultura orgânica. A persistência desses pequenos agricultores possibilitou
que a pratica sustentável de produção agrícola resiste ao apogeu da agricultura convencional e
deixasse aguçada na mente de algumas pessoas a possibilidade de obtenção de alimento
saudável.
Com o advindo da revolução verde e todos seus aparatos tecnológicos a prática agrícola
tradicional passou a ser visto como algo obsoleto. Porém, com os malefícios a saúde humana
provenientes dos resíduos tóxicos dos alimentos agrícolas produzidos no sistema convencional.
Atualmente, há um nítido esforço no sentido de incentivar a agricultura orgânica no Brasil. Para
isso, foi criado alguns instrumentos jurídicos que estabelece e fomenta a boa prática da
agricultura orgânica no território brasileiro, a exemplo da Lei nº 10.831/2003, que dispõe sobrea
agricultura orgânica no referido país e outros instrumentos jurídicos que serão especificados
posteriormente. Numa perspectiva histórica, somente no final da década de 1970 a questão da
agricultura orgânica passou a ser discutida no Brasil. Contudo, somente em 2003, com a criação
da lei acima supracitada a questão dos orgânicos entrou no campo regulatório no território
brasileiro.
Ressalta-se que, a agricultura orgânica traz em seu bojo uma serie de técnicas e pré-
requisitos que devem serem obedecidos. Conforme Penteado (2001, p. 16): “As técnicas para a
produção orgânica envolvem práticas que favoreçam o equilíbrio entre o solo, as condições
climáticas e a planta”. Nesse caso, os fatores edafoclimáticos devem serem explorados de forma
racional, considerando as características físicas do meio ambiente, sobretudo no planejamento.
Moura et al. (2021, p. 01) destacam que: “A agricultura orgânica representa uma forma
sistêmica de administração da produção que fomenta e melhoria na saúde dos agroecossistemas,
na qualidade de vida dos produtores e principalmente a segurança alimentar dos consumidores”.
Percebe-se que, o sistema orgânico de produção difere diametralmente do sistema
convencional, pois, enquanto o sistema convencional tem como característica produzir e
produzir, o sistema orgânico se preocupa em produzir com responsabilidade ambiental e social.
METODOLOGIA
Para entender a dinâmica da agricultura orgânica no Brasil no tocante a legislação e
sustentabilidade ambiental, foi realizado uma leitura sistemática de leis e artigos que fazem
abordagem sobre o referido tema, sobretudo no território nacional. Como o cerne desse estudo
foi compreender a agricultura orgânica na perspectiva regulatória e ambiental. Durante o
processo de levantamento de dados foi dado ênfase aos sites oficiais dos órgãos da esfera federal
que tem ligação direta com a agricultura orgânica, as buscas tiveram como foco; a legislação,
pesquisa e execução das políticas públicas.
Este estudo foi subsidiado pelo método de pesquisa documental. Em conformidade com
Lakatos e Marconi (2003) a fonte documental usada para subsidiar uma pesquisa é bem
diversificada, indo desde fontes escritas ou não, de fontes primárias ou secundárias, recentes ou
antiga. Ou seja, a várias instâncias de possibilidades para se obter dados na pesquisa
documental. A revisão de literatura visou materiais literários e jurídicos que tratam sobre
agricultura orgânica num contexto sustentabilidade ambiental e arcabouço legislativo no Brasil.
O procedimento para levantamento de dados e informações para subsidiar este trabalho
foi feito em site oficiais, a saber: câmara dos deputados, EMBRAPA e MAPA. Neste processo
foi necessário utilização de algumas ferramentas tecnológicas, tais como: smartfone,
computador e internet.
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A seleção dos dados sucedeu a uma leitura e interpretação de cada artigo e legislação
referente a agricultura orgânica. Durante essa etapa alguns dos dados e artigos que a priori foi
selecionado foram descartados e outros foram incluídos no arquivo da pesquisa. A análise e
sistematização dos dados coletados no percurso da referida pesquisa se deu numa perspectiva
quantitativa e qualitativa. A apuração dos dados sucedeu a uma leitura e interpretação de cada
artigo e legislação referente a agricultura orgânica. No transcorrer da análise foi possível
constatar a importância da agricultura orgânica para sustentabilidade ambiental e que há no
Brasil um importante acervo de legislação que trata sobre o tema em questão. Os dados
coletados, analisados e sistematizados estão expressos em forma textual, figuras, fotos e
quadros.
Durante a revisão literária foi detectado que a maior parte das unidades de produção
orgânica está nas unidades produtivas familiar. Diante disso, e como forma de aguçamento da
ideia sobre a temática ora proposta foi feito uma visita a uma pequena área de cultivo familiar
de hortaliças orgânicas, no município de Viana-Ma. Cabe destacar que a unidade não é
certificada como produtora de produto orgânico. Porém, foi possível perceber vários elementos
contidos no processo de produção orgânico, a exemplo de: composto orgânico resultante da
decomposição de resto de vegetais proveniente de capinas manuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A abordagem e a socialização dos conhecimentos sobre a agricultura orgânica são
oportunas, visto a decadência conceitual do sistema convencional de produção agrícola no
Brasil. A discussão em torno dessa temática no Brasil, vem desde 1970, contudo, somente em
2003 foi aprovação da Lei nº 10.831/2003 (Brasil, 2003), iniciando a regulamentação da
produção orgânica no território brasileiro.
É fundamental pontuar que, a legislação brasileira, estabelece característica para o
produto orgânico. Art. 2º da lei supracitada, menciona que: “Considera-se produto da
agricultura orgânica ou produto orgânico, seja ele in natura ou processado, aquele obtido em
sistema orgânico de produção agropecuário ou oriundo de processo extrativista sustentável e
não prejudicial ao ecossistema local”.
Nessa perspectiva, é válido destacar os dados do MAPA (2021) que quantifica 24.608
produtores orgânicos cadastrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO).
Foto 1- Cultivo de couve orgânico. Viana-MA.
Fonte: Autor, 2021.
Foto 2- Composto orgânico.
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Fonte: Autor, 2021.
A Lei 10.831/2003 (Brasil,2003), trata das especificidades da agricultura orgânica e
concomitantemente trata da sustentabilidade ambiental, da soberania alimentar e da saúde
humana.
Quadro 01 – Finalidades do sistema de produção orgânico.
Legislação Saúde Meio ambiente
Lei nº
10.831/2003
Art. 1º. § 1º.
I – A oferta de produtos
saudáveis isentos de
contaminantes intencionais;
II – A preservação da diversidade
biológica dos ecossistemas naturais e a
recomposição ou incremento da
diversidade biológica dos ecossistemas
modificados em que se insere o sistema
de produção;
VI – A reciclagem de resíduos de origem
orgânica, reduzindo ao mínimo o
emprego de recursos não-renováveis;
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ressalta-se que, a comercialização do produto orgânico tem regra especifica. Art. 3º da
lei acima supracitada, determina que a comercialização de produto orgânico para terceiro, ou
seja, para supermercado e etc. está condicionada a certificação do produto. Todavia, o § 1º do
artigo supramencionado, abre a seguinte exceção.
No caso da comercialização direta aos consumidores, por parte dos agricultores
familiares, inseridos em processos próprios de organização e controle social,
previamente cadastrados junto ao órgão fiscalizador, a certificação será facultativa,
uma vez assegurada aos consumidores e ao órgão fiscalizador a rastreabilidade do
produto e o livre acesso aos locais de produção ou processamento (BRASIL, 2003).
Quando 2- Outras legislações sobre a agricultura orgânica no Brasil.
Itens Legislações Descrição
Decreto
Nº 6.323/2007 Regulamenta a Lei nº 10.831/2003
Nº 7.794/2012 A Política Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica
Nº 50/2009 Selo único oficial dos orgânicos
Nº 18/2009 Processamento, armazenamento e transportes
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Instrução Nº 38/2011 Sementes e mudas orgânicas
normativa
Nº 52/2021 Substâncias e práticas para uso nos Sistemas
Orgânicos de Produção.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
Para fomentar a agricultura orgânica no Brasil, foram criadas algumas políticas voltadas
para os orgânicos, a exemplo da PNAPO, o CNPO, compras institucionais (Programa de
Aquisição de Alimento - PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.
Mesmo diante dos avanços acima mencionados, o Brasil ainda precisa avançar na ceara
dos orgânicos. Pois, a área destinada para o cultivo orgânico ainda está muito aquém.
Figura 1- Área destinada a agricultura orgânica
Fonte: Página Rural, 2019.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto na sistematização deste conhecimento, é nítido os avanços na
legislação sobre a agricultura orgânica no Brasil e que, o arcabouço legislativo sempre trata de
produção orgânica e preservação do meio ambiente de forma concomitante. Constatando-se que
desde de 2003, quando da aprovação da Lei 10.831/2003 conhecida como lei da agricultura
orgânica, já foi criado outros instrumentos jurídicos para regulamentar os estágios da produção
orgânica, tais como; prática de cultivo e manejo, armazenamento, transportes, selo orgânico
oficial, sementes e mudas orgânica, dentre outros.
Mesmo diante dos avanços constatado, percebe-se a necessidade de um esforço coletivo,
entres: produtores, Estado, entidades correlatas. Isso é relevante para que sejam criados
mecanismos que torne o produto orgânico competitivo no mercado, assim como torná-los mais
acessíveis aos consumidores.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei no
10.831, de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá
outras providências. Disponível em;
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm>. Acessado em: 10 de outubro
de 2021.
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20
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de metodologia
cientifica. Disponível em; <http://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-
i/historia-ii/china-e-india/view>. Acessado em: 13 de outubro de 2021.
LANDAU, E. C.; SILVA, G. A. da; MATRANGOLO, W. J;
PEDROSA, M. W. Variação Geográfica do Uso de Agricultura Orgânica. Disponível em;
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/214963/1/Cap53-
AgriculturaOrganica.pdf>. Acessado em: 13 de outubro de 2021.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Regularização da produção
orgânica. Disponível em; <https://www.gov.br/agricultura/pt
br/assuntos/sustentabilidade/organicos/regularizacao-da-producao-organica>. Acessado em:
12 de outubro de 2021.
MOURA, D. A.; SOARES, J. P. G.; REIS, S. A; FARIAS, L. F. Agricultura orgânica:
impactos ambientais, sociais, econômicos e na saúde humana. Disponível em;
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/225668/1/Agricultura-organica-
impactos-ambientais-sociais-Joao-Paulo.pdf> Acessado em: 13 de outubro de 2021.
PAGINARURAL. DF: mercado brasileiro de orgânicos fatura R$ 4 bilhões, diz Mapa.
Disponível em; < https://www.paginarural.com.br/noticia/266637/mercado-brasileiro-de-
organicos-fatura-r-4-bilhoes-diz-mapa > Acessado em: 13 de outubro de 2021.
PENTEADO, Silvio Roberto. Agricultura orgânica. Disponível em;
<https://www.esalq.usp.br/biblioteca/sites/default/files/publicacoes-a
venda/pdf/SPR%20Agricultura%20Organica.pdf>. Acessado em; 09 de outubro de 2021.
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ANALFABETISMO DIGITAL: desafios do ser docente em tempos de pandemia.
Sarah Lorena Silva SANTOS1
, Talessa Viegas ARAUJO1
, Samara Alves CORREA1
, Maria de Jesus Câmara
MINEIRO2
.
1 - Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro;
sara.lorenasilva32@gmail.com.br*;
2 - Docente do Curso de Ciências Biológicas – UEMA Campus Pinheiro (Orientadora).
RESUMO
Com o passar dos anos percebe-se cada vez mais a presença da tecnologia nas atividades
humanas, na sala de aula não é diferente, em tempos anteriores os docentes utilizavam como
ferramenta de ensino um giz e um quadro, hoje utiliza-se diversas ferramentas tecnológicas que
auxiliem no ensino, podemos perceber tal dependência pela tecnologia no momento pandêmico
atual em que estamos vivendo, onde precisou-se haver uma adaptação no modo de ensinar e no
modo de aprender, saindo do presencial e migrando para o ensino remoto, porém, percebe-se
que diversos docentes não conseguiram ou tiveram grandes dificuldades em adaptar-se às
ferramentas tecnológicas propostas, caracterizando assim como havendo a presença de um alto
índice de analfabetismo digital entre esses profissionais. Diante disso, o principal objetivo deste
trabalho foi analisar o quantitativo de educadores que possuem dificuldades no manuseio de
ferramentas digitais utilizadas para o ensino durante a pandemia, utilizando como metodologiao
embasamento teórico e a elaboração de um questionário com perguntas fechadas. A partir da
aplicação e coleta dos dados, percebeu-se que grande maioria dos participantes estão lecionando
de maneira remota e que os mesmos possuem dificuldades com a utilização desses recursos,
caracterizando assim como havendo a presença de analfabetismo digital entre esses
profissionais, necessitando assim que sejam elaborados materiais formativos para esses
docentes, para que auxiliem esses profissionais não só no momento atual, como também em sua
carreira profissional além de favorecer a redução no índice de analfabetismo digital.
Palavras-chave: Educação; Ensino; Tecnologia.
INTRODUÇÃO
É perceptível que grande parte dos docentes apresentam dificuldades com o
manuseamento de plataformas digitais para a realização de aulas síncronas remotamente,
principalmente no momento atual em que estamos vivendo onde a pandemia acelerou a
transformação digital nas instituições de ensino, transparecendo assim, a falta de habilidade de
muitos profissionais para utilizar esses recursos tecnológicos. O âmbito educacional precisou se
reinventar e, sobretudo, se adaptar completamente a essa rotina que modificou a vida de
professores, alunos, gestores, famílias e toda comunidade escolar (VITOR, 2020). A
necessidade do uso de mecanismos digitais na educação mediante ao momento vivenciado, é de
extrema importância, uma vez que priorizar a recuperação da educação é essencial para evitar
uma catástrofe geracional (UNESCO, 2020). A adaptação ao meio tecnológico mostrou grande
carência sobre a educação digital.
O analfabetismo digital é uma realidade no Brasil, que dificulta imensamente o processo
de ensino-aprendizagem entre professor e aluno durante a pandemia e ensino remoto.
Corroborando com a fala de Augusto e Porto (2020), quando argumentam que o uso do recurso
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digital é incontestável, aplicando as tecnologias na educação, constrói-se também um processo
de inclusão social. Pensando nesta problemática, exibiremos estratégias para o docente aprendere
utilizar com mais facilidade e explorar ferramentas, de forma que sirva como um auxílio para
conseguir suprir suas necessidades como educador, servindo também como metodologia
dinâmica para o processo de aprendizagem dos alunos, uma vez que 11,3% dos estudantes não
possuem autonomia para acompanhamento de aulas remotas (GESTRADO, 2020), tornando- se
evidente a desmotivação dos alunos em relação ao novo mecanismo de aprendizagem. Diante
disso, o principal objetivo deste trabalho é analisar as dificuldades enfrentadas pelos docentes
quanto a utilização de ferramentas digitais no ensino.
METODOLOGIA
O trabalho deu-se a partir da pesquisa produzida pelos discentes do Curso de Ciências
Biológicas- Licenciatura da Universidade Estadual do Maranhão-Campus Pinheiro, sendo
elaborada de forma básica através da realização do levantamento de dados bibliográficos dos
seguintes autores: GESTRADO, 2020; NOVA ESCOLA, 2020; com a elaboração de um
questionário com 7 (sete) perguntas curtas e fechadas relacionadas ao apontamento das
facilidades e dificuldades vivenciadas pelos professores entrevistados durante o momento
pandêmico atual na utilização de plataformas digitais, tais como: Canva, PowerPoint, Google
Meet, Google Classroom, Microsoft Teams, Zoom e entre outras que são utilizadas tanto para o
ensino-aprendizagem como também para a produção de conteúdos que auxiliem no processode
ministração do conteúdo, principalmente em tempos de pandemia, realizou-se também a
aplicação do questionário através da plataforma Google Forms que posteriormente foi
divulgada através do link de acesso ao formulário sendo direcionado para 18 (dezoito) docentes
da baixada Maranhense responderem, fazendo assim com que seja perceptível descobrir se há
presença do analfabetismo tecnológico em docentes, uma vez que o período de pandemia não
deu o tempo necessário para os docentes se prepararem para a nova jornada profissional e
consequentemente não terem familiaridade com as ferramentas e recursos tecnológicos capazes
de melhorar a qualidade de ensino diante da situação enfrentada. Sendo assim, os dados
coletados corroboram com GESTRADO, 2020 sobre a importância do fornecimento de
recursos tecnológicos para acessibilidade as aulas remotas, como também a realização de
capacitações para esses profissionais, diminuindo assim o analfabetismo tecnológico, uma vez
que de acordo com a NOVA ESCOLA, 2020 a adaptação a esse novo formato de ensino
apresenta um baixo retorno pelo alunos, para que esse déficit diminua é necessário que os
docentes estejam capacitados para que assim possam auxiliar seusalunos no manuseio dessas
ferramentas digitais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das perguntas realizadas no formulário, das 18 (dezoito) respostas coletadas
obteve-se os seguintes resultados:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante os dados coletados observou-se que os docentes entrevistados pela pesquisa
apresentam grande dificuldade na utilização de ferramentas digitais tais como: Google meet;
Teams, Google sala de aula e Canva na realização do ensino remoto e que as dificuldades aqui
citadas estão apresentado um, maior reflexo no momento pandêmico atual em que estamos
vivendo, uma vez que esses profissionais precisam ter um maior contato com essas ferramentas,
necessitando assim que sejam desenvolvidas atividades voltadas à educação digital no atual
momento em que estamos vivendo para que assim os docentes deem continuidade ao seu
processo de ensino de maneira dinâmica e eficaz.
REFERÊNCIAS
AUGUSTO, Bruna Caroline; PORTO, Humberta Gomes Machado. BARREIRAS DA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE: vencendo o
analfabetismo digital por meio de jogos digitais. Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de
Minas, 24 nov. 2020. Disponível em: http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/1357.
Acesso em: 29 jun. 2021.
GESTRADO. Trabalho docente em tempos de pandemia – relatório técnico.
GESTRADO/UFMG, 2020. Disponível em:
https://www.uncme.org.br/Gerenciador/kcfinder/upload/files/cnte_relatorio_da_pesquisa_covi
d_gestrado_v02.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021.
NOVA ESCOLA. A situação dos professores no Brasil durante a pandemia. Nova escola.
2020. Disponível em: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/MEWKNnJz3TJ8kKd7UhRpCuVcR95vP4VAEk83JtQSe4cfer
z85NnUvehrccET/ne-pesquisa-professor-final-1.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021.
PALUDO, Elias. OS DESAFIOS DA DOCÊNCIA EM TEMPOS DE PANDEMIA.
Desafios, Pandemia , [S. l.], p. 10/10, 20 ago. 2020. DOI https://doi.org/10.5007/1806-
5023.2020v17n2p441. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/1806-5023.2020v17n2p44/44232.
Acesso em: 30 jun. 2020.
RESES, G. D. L. N. Didática e Avaliação no Ensino de Ciências Biológicas. Indaial: Centro
Universitário Leonardo da Vinci I, 2010.
UNESCO – UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL
ORGANIZATION. Educação: da interrupção à recuperação. 2020. Disponível
em: https://pt.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 29 jun. 2021.
ISBN 978-65-5941-592-2
24
VITOR, Alice Correia Gonçalves et al. Análise das principais dificuldades enfrentadas
pelos professores quanto ao ensino de ciências da natureza em meio a pandemia do
covid-19. Anais VII CONEDU - Edição Online. Campina Grande: Realize Editora, 2020.
Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/67942>. Acesso em: 29 jun.
2021.
ISBN 978-65-5941-592-2
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ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS DO PROJETO TELÁRIS DO
FUNDAMENTAL II COMO MEDIDA AUXILIADORA NA FORMAÇÃO DE
DISCENTES, COM ENFOQUE NO CAPÍTULO 3.
Ronaldo Abreu PIMENTA1
, Wilma Brito RAMOS1
, Marianne Ribeiro DIAS1
, Luane Soares OLIVEIRA1
, Laís
Gabriely Araújo GARCIA¹, Rafaella Cristine de SOUZA2
.
1- Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro;
ronaldoabreu3456@gmail.com;
2- Professora (Orientadora) - Centro de Estudo Superiores de Pinheiro- CESPI/ UEMA.
RESUMO
Neste trabalho observamos que o livro didático (LD) é um instrumento importante para o ensino
formal e apesar de não ser o único material que possa ser utilizado em sala de aula, é uma
ferramenta decisiva para a qualidade do aprendizado advindo do ambiente escolar (LAJOLO,
1996). Entende-se então que o livro é uma ferramenta de ensino muito importante para os
alunos, principalmente por ser de fácil acessibilidade e usabilidade, e também para os
professores, pois possuem atividades que auxiliam em sua aula. O objetivo, portanto, é analisara
importância do livro didático, assim como suas unidades de leitura, especificamente o capítulo3,
que se faz ainda mais necessário para o aperfeiçoamento das práticas metodológicas no ensino
fundamental. Durante o desenvolvimento do trabalho os acadêmicos fizeram uma análise da
primeira unidade de leitura do livro, especificamente o capítulo 3°, onde observaram as
ilustrações, tipografia, conteúdo, e também o título do capítulo. Por fim conclui-se que a análise
de livros didáticos apresenta resultados muito satisfatórios, pois o professor poderá atingir os
objetivos em sala de aula com mais precisão, visto que após a análise o mesmo poderáobservar se
o livro está de acordo com a realidade dos alunos, se a linguagem é clara, se há falhas no texto
e entre outros.
Palavras-chave: Docente; Aprendizado; Atividade; Evolução.
INTRODUÇÃO
O livro didático (LD) é um instrumento importante para o ensino formal e apesar de não
ser o único material que possa ser utilizado em sala de aula, é uma ferramenta decisiva paraa
qualidade do aprendizado advindo do ambiente escolar (LAJOLO, 1996). Logo, esta
ferramenta pedagógica é de suma importância para o aluno, devido a sua acessibilidade e
disponibilidade, e para o docente, no auxílio de suas atividades.
Para isso o docente deve possuir afinidade com o livro no intuito de mostrar aos alunoso
domínio do conteúdo, provendo segurança no assunto a ser lecionado na sala de aula, para isso
logo, analisá-lo é essencial para reconhecer suas insuficiências e subsidiar novas práticas
pedagógicas voltadas ao desenvolvimento e ao exercício de uma postura crítica. Dessa forma,
espera-se que o conteúdo a ser ministrado seja previamente analisado e receba um novo
delineamento para que sua abordagem não seja simplista e reducionista, tampouco restrita ao
LD.
De acordo com Lajolo (1996), por mais que o LD seja excelente, ele não é melhor queo
professor que conhece a individualidade da classe e sabe qual conteúdo retrata melhor a
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realidade de seus alunos. Logo, o professor é o construtor de suas práticas em sala de
aula, cabea ele utilizar outros recursos ou estratégias pedagógicas de maneira a complementar
ou superartais insuficiências. Entretanto, é sabido que para que isso ocorra o professor deve ter
em sua formação inicial elementos que propiciem uma leitura criteriosa do LD. Ainda assim,
mesmo quando aprovados pelo PNLD, os LDs apresentam insuficiências e equívocos,
sobretudo conceituais (AZEVEDO, 2005) que podem comprometer o trabalho docente. O
conhecimento escolar presente no LD tornou-se objeto de estudo e discussão devido à
centralidade ocupada no processo de ensino-aprendizagem e a possíveis contribuições para o
trabalho docente, tanto na sua escolha como no seu uso em sala de aula. Tendo em vista a
importância do livro didático,o real objetivo do trabalho que é analisar a importância do livro
didático, assim também comosuas unidades de leitura, especificamente o capítulo 3, que se faz
ainda mais necessário para o aperfeiçoamento das práticas metodológicas no ensino
fundamental.
METODOLOGIA
O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância do livro de didático como
medida auxiliadora na formação de discentes, e também a análise de sua primeira unidade de
leitura especificamente o capítulo 3. A pesquisa realizada enfatizou a utilização desse recurso
didático, servindo como uma importante ferramenta de auxílio para a ação do professor.
Primeiramente este trabalho foi idealizado por acadêmicos do curso de Ciências
Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão com a orientação da Professora Rafaela
Souza com o intuito de ser submetido ao 2° Simpósio de Biologia Pinheirense. Segundamente,o
livro escolhido foi do Projeto Teláris de Fernando Gewandsznader, et al. (FIGURA 1), do
componente curricular de ciências do 9° ano do ensino fundamental; editora: ática; São Paulo,
2018. Durante a análise foi utilizado alguns critérios, entre eles estão, conteúdo, linguagem,
imagens e exercícios.
O livro escolhido também se encontra nas plataformas digitais grátis em formato PDF,o
que o torna acessível a toda comunidade estudantil, visando o maior número de acessos
possíveis.
Figura 1: Capa do livro Projeto Teláris (Ciências 9° ano).
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Fonte: Autores, 2021
Em outro momento foi feita a análise pelos acadêmicos da primeira unidade de leiturado
livro, especificamente o capítulo 3°, onde foram observados as ilustrações, tipografia,
conteúdo, e assim também como o título do capítulo que trata das primeiras ideias
evolucionistas que irá nos remeter sobre as principais teorias evolucionistas como Darwinismoe
Lamarckismo. Tendo em vista todo esse processo de escolha, análise, e resultados obtidos sefaz
necessário a construção deste trabalho para uma maior compreensão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Seguindo os critérios de análise do livro de ciências do 9° ano, Cap. 3. com o título “As
primeiras ideias evolucionistas”, no que se refere a “conteúdo” observou-se que o assunto é
exposto de maneira resumida pelo autor, entretanto os principais pontos do conteúdo são
abordados pelo mesmo. Constatou-se que o livro abrange temas mais “complexos”,
especialmente por preparem os alunos para os conteúdos do ensino médio (EM), já que os
mesmos estão em fase de transição, embora seja exposto assuntos mais complexos, o livro
apresenta uma linguagem clara e resumida, expõe textos leves e de fácil compreensão para
professores e principalmente para os alunos podendo chegar a um nível de entendimento mais
rápido e preciso. No livro é notório caixas com especificações de termos/conceitos (FIGURA
2), conteúdos que foram vistos anteriormente e que são apresentados em livros da mesma
coleção em anos anteriores. Além disso, possui caixas com o título “Para saber mais” (FIGURA
3), onde é mostrado pesquisas complementares, a caixa “Mundo virtual” (FIGURA 4)
disponibiliza links podendo ser acessado pelos alunos deixando a aprendizagem mais dinâmica,
entretanto as novas versões dos livros poderiam fazer uso do QR Code, pois facilita o acesso às
pesquisas complementares.
No que concerne às imagens foi possível visualizar que são de excelente qualidade e são
correlacionadas ao conteúdo, o que facilita o processo de ensino aprendizagem, uma vez que os
recursos visuais prendem a atenção do aluno e deixa o livro mais atrativo.
Ao final do capítulo percebe-se que os exercícios são coerentes com o que estava sendo
exposto e através deste pode-se analisar o que o aluno aprendeu.
Ao final do projeto foi possível verificar que o livro apresenta estrutura, linguagem,
imagens e exercícios coerentes que facilitam no repasse de conteúdo feito pelo professor aos
alunos.
Figura 2: Explicando Termos.
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Figura 3: Para saber mais, " curiosidade".
Fonte: Autores, 2021.
Figura 4: Caixa com Links de acessos, mundo virtual.
Fonte: Autores, 2021.
CONCLUSÃO
Ao final concluiu-se que a análise de livros didáticos é de suma importância para os
docentes, pois a escolha do livro para a ministração de conteúdos em sala de aula deve
primeiramente analisar os critérios desejados, objetivos, a realidade escolar e entre outros
fatores. Tendo como base o fácil acesso aos livros didático essa ferramenta se torna ainda mais
importante porque promove a igualdade entre os discentes, ainda sim é possível notar a riqueza
de conhecimento no capítulo 3 do livro de ciências do 9° ano, onde dá ênfase às primeiras ideias
evolucionistas e suas contradições entre as principais teorias. Por fim ressalta-se que os
objetivos propostos do mesmo foram alcançados, e ainda recomendamos o uso deste livro na
formação de discentes.
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REFERÊNCIAS
AZEVEDO, EM de. Livro didático: uma abordagem histórica e reflexões a respeito de seu
uso em sala de aula. Cadernos da FUCAMP, v. 4, n. 4, p. 1-14, 2005.
GEWANDSZNAJDER, Fernando, Projeto Teláris, Ciências, 9⁰ano: Ensino fundamental,
Anos finais, / Fernando Gewandsznader, Helena Pacca. 3. ed. São Paulo: Ática, 2018.
LAJOLO; Marisa, LIVRO DIDÁTICO: um (quase) manual de usuário Em Aberto, Brasília,
ano 16, n.69, jan./mar. 1996.
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AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE
NASCENTES NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO CLARO/PR
Paulo Favaro PECIOLI1
; Carolina da Silva SOUZA-GESSNER2
.
1- Discente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas
de Ourinhos-UNIFIO.
2- Docente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas de
Ourinhos-UNIFIO.
RESUMO
A exploração inadequada dos recursos naturais de forma desordenada, têm promovido inúmeros
problemas ambientais, sobretudo em áreas de nascentes. Para a recuperação dessas áreas há a
necessidade de se realizar um estudo in loco, a fim de identificar o tipo de impacto causado
naquele local para que se obtenha a eficácia esperada do projeto de recuperação. A análise
macroscópica possibilita identificar o estado de conservação do ambiente onde está situada uma
nascente, e por meio dos resultados obtidos na observação é possível identificar as causas e
possíveis consequências que a degradação pode ocasionar em tal ambiente. O presente estudo
teve como objetivo realizar um diagnóstico do estado de conservação ambiental em três
nascentes, para subsidiar a elaboração de um plano de recuperação e mitigação dos possíveis
impactos ambientais. As nascentes avaliadas neste estudo estão inseridas em três propriedades
rurais (Sítio São Bento, Fazenda Itaguaçu e Chácara São Jorge) localizadas no município de
Ribeirão Claro-PR. A coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2021. Foi elaboradaa
caracterização ambiental das nascentes, através da avaliação de 14 parâmetros macroscópicos.Os
impactos ambientais encontrados neste estudo são comumente relatados por vários autores, o
que revela o descaso com esse recurso de vital importância. A metodologia IIAN provara-se
eficaz na classificação do estado de conservação das nascentes avaliadas que pode favorecer o
planejamento para que sejam retomados o equilíbrio e as funções ecológicas dessas áreas.
Palavras-chave: Recuperação; Impactos; Ambientais; Recursos; Naturais.
INTRODUÇÃO
A exploração inadequada dos recursos naturais de forma cada vez mais desordenada,
através das atividades antrópicas têm promovido inúmeros problemas ambientais, sobretudo em
áreas de nascentes (SANTOS et al., 2021).
As nascentes têm um papel fundamental na dinâmica hidrológica das bacias
hidrográficas, no entanto elas são de fácil alteração. Daí a importância de se promover estudos
para o conhecimento do estado de conservação e grau de degradação das nascentes, buscando
oferecer estas informações aos gestores públicos, para que assim possam ser criadas medidas
protetoras e desenvolvidas ações de políticas públicas, atuando com enfoque na preservação das
nascentes (CUNHA, 2020).
Para a execução da recuperação de uma área degradada há a necessidade de se realizar
estudo in loco, a fim de identificar o tipo de impacto causado naquele local para que se obtenha
eficácia esperada do projeto de recuperação (BUENO, 2021).
Vários autores como Pecioli et al. (2019) consideram o Índice de Impacto Ambiental em
Nascentes (IIAN), uma metodologia de simples de fácil aplicação e utilização, que pode ser
empregada como uma ferramenta rápida, capaz de orientar e auxiliar nos estudos e pesquisas
voltados à recuperação e proteção de nascentes.
ISBN 978-65-5941-592-2
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Através da observação de parâmetros (cor da água; odor; lixo ao redor; materiais
flutuantes; espumas; óleos; esgoto; vegetação; uso por animais; uso por humanos; proteção do
local; proximidade com edificações e tipo de área de inserção) contidos na análise macroscópica
possibilitam identificar o estado de conservação do ambiente onde está situada uma nascente,e
por meio dos resultados obtidos na observação é possível identificar as causas e possíveis
consequências que a degradação pode ocasionar em tal ambiente (RESENDE et al., 2019).
Contudo, considerando a importância da conservação de nascentes e o papel
fundamental que elas exercem na formação e manutenção dos recursos hídricos, o presente
estudo tem como objetivo realizar um diagnóstico do estado de conservação ambiental de
nascentes localizadas na zona rural do município de Ribeirão Claro-PR, para que, a partir deste
seja possível elaborar um plano de recuperação e mitigação dos impactos ambientais
encontrados.
METODOLOGIA
Descrição da área de estudo
As nascentes avaliadas neste estudo estão inseridas em três propriedades rurais (Sítio
São Bento, Fazenda Itaguaçu e Chácara São Jorge) localizadas no município de Ribeirão Claro-
PR, este município está situado sob as coordenadas geográficas 23º11'38" S; 49º45'287" W, a
uma altitude de 690 metros. O clima do município segundo a classificação de Koppen, é
subtropical úmido mesotérmico – Cfa, com verões quentes, com temperatura média superior a
22ºC, e com tendência de concentração de chuvas. Invernos com geadas pouco frequentes, com
temperatura média inferior a 18ºC, sem estação seca definida (RIBEIRÃO CLARO, 2021).
Figura 1 – Localização das nascentes.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2021.
Tabela 1 – Coordenadas geográficas das nascentes.
Coordenadas geográficas das nascentes.
Nascentes Latitude (S) Longitude (W)
N01 -23.19135105, -49.70825583
N02 -23.19801359, -49.71356073
N03 -23.18025347, -49.74636180
Fonte: AUTORES, 2021.
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Figura 2 – Nascente N01, localizada no Sítio São Bento.
Fonte: AUTORES, 2021.
Figura 3 – Nascente N02, localizada na Fazenda Itaguaçu.
Fonte: AUTORES, 2021.
Figura 4 – Nascente N03, localizada na Chácara São Jorge.
Fonte: AUTORES, 2021.
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Avaliação Macroscópica
A coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2021. Foi elaborada a
caracterização ambiental das nascentes, através da avaliação de 14 parâmetros macroscópicos
foi adaptada a metodologia do Índice do Impacto Ambiental em Nascentes – IIAN, proposta
por Gomes et al. (2005). Que confere uma nota que varia de um a três, 1 para o cenário de pior
conservação e 3 para o cenário de melhor conservação (Tabela 2).
Tabela 2 - Quantificação dos parâmetros macroscópicos
Parâmetros Peso 1 Peso 2 Peso 3
Cor da água Escura Clara Transparente
Odor Cheiro forte Cheiro fraco Sem cheiro
Material flutuante Muito Pouco Sem material
Espuma Muita Pouca Sem espuma
Óleo Muito Pouco Sem óleos
Esgoto Esgoto doméstico Fluxo superficial Sem esgoto
Resíduos Sólidos Muito Pouco Ausente
Vegetação Alta degradação Baixa degradação Preservada
Uso por animais Presença Apenas marcas Não detectado
Uso por humanos Presença Apenas marcas Não detectado
Proteção do local Sem proteção Com proteção, (mas
com acesso)
Com proteção, (massem
acesso)
Prox. de estradas Menos de 50 metros Entre 50 e 100m Mais de 100 metros
Prox. de construções Menos de 50 metros Entre 50 e 100m Mais de 100 metros Área de
inserção Ausente Propriedade privada Áreas protegidas
Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2005).
Para determinar o índice de Impacto ambiental as nascentes foram distribuídas em classes
de acordo com grau preservação (Tabela 3) onde a pontuação final é igual ao somatório do valor
atribuído a cada parâmetro observado à campo.
Tabela 3 - Classificação de conservação das nascentes.
Classe Grau de preservação Pontuação Final*
Ótima Entre 40 a 42 pontos
Boa Entre 37 a 39 pontos
Razoável Entre 34 a 36 pontos
Ruim Entre 31 a 33 pontos
E Péssima Abaixo dos 31 pontos
(*) Notas para os 14 parâmetros observados (através da somatória dos pontos obtidos na
quantificação da análise macroscópica).
Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 4 apresenta os resultados obtidos com a aplicação do IIAN.
Tabela 4 - Pontuação do IIAN e o grau de conservação das nascentes.
Parâmetros macroscópicos N01 N02 N03
Cor da água 3 3 3
Odor 3 3 3
Material flutuante 3 3 3
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Espuma 3 3 3
Óleo 3 3 3
Esgoto 3 3 3
Resíduos sólidos 2 3 2
Vegetação (preservação) 1 1 1
Uso por animais 3 2 2
Uso por humanos 1 3 1
Proteção do local 1 1 2
Proximidade de estradas 1 2 3
Proximidades de construções 1 3 3
Tipos da área de inserção 2 2 2
Pontuação total 30 35 34
Grau de conservação P Rz Rz
Grau de conservação: (O) - Ótima; (B) - Boa; (Rz) - Razoável; (R) - Ruim; (P) -Péssima.
Fonte: adaptado de Gomes et al. (2005).
Nascente N01 - Sítio São Bento
A água apresentou coloração transparente, não foi detectado odor, materiais flutuantes,
óleos, espumas ou esgoto, mas foi observada a presença de resíduos sólidos (mangueiras
plásticas e baldes). A vegetação no entorno, apresenta alta degradação com presença de
vegetação exótica principalmente gramíneas. Não foi observada a presença de animais. A
nascente é utilizada por humanos para uso doméstico através de um sistema simples de captação
por gravidade. O local é parcialmente cercado o que não oferece proteção alguma contra a
degradação. Outro fator importante que contribui para a degradação é o fato desta nascente estar
localizada a menos de 50 metros de estradas e construções.
Nascente N02 – Fazenda Itaguaçu
A água apresentou coloração transparente, sem odor, materiais flutuantes, óleos,
espumas, esgoto ou resíduos sólidos. A vegetação no entorno, apresenta alto nível de
degradação, com a presença de vegetação exótica principalmente gramíneas. Foi observada a
presença de animais (bovinos) por meio de pegadas e fezes. Não é utilizada por humanos. O
local não está cercado, portanto o gado tem livre acesso a nascente o que pode promover o
pisoteio, a compactação do solo e a contaminação da água por meio das fezes dos animais. Esta
nascente está localizada a menos de 100 metros de estradas, e sem presença de construções.
Nascente N03 – Chácara São Jorge
A água apresentou coloração transparente, sem odor, materiais flutuantes, óleos,
espumas ou esgoto, mas foram observados resíduos sólidos (tijolos, baldes, mangueiras, sacolas
e lonas plásticas). A vegetação se apresenta altamente degradada, presença de espécies exóticas
comoherbáceas e gramíneas. Foi observada a presença de animais por meio de pegadas. Embora
sejauma área cercada, segundo o relato do proprietário existe uma novilha que força a cerca
para pastar ao redor da nascente. A nascente é utilizada por humanos para uso doméstico
através de
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um sistema simples de captação por bombeamento. Esta nascente não se localiza próximo a
estradas e/ou construções.
CONCLUSÃO
Atualmente atravessamos uma crise hídrica mundial, e por um intenso período de
estiagem. Nesse contexto as nascentes que deveriam ser reconhecidas e protegidas, são
negligenciadas e a forma como são utilizadas contribuem para sua degradação.
A falta de proteção, o livre acesso de humanos e animais, a ausência de vegetação e a
presença de espécies exóticas, foram os fatores que mais contribuíram negativamente com o
grau de conservação das nascentes estudadas. Os impactos ambientais encontrados neste estudo
são comumente relatados por vários autores, o que revela o descaso com esse recurso de vital
importância.
A metodologia IIAN foi eficaz na classificação do estado de conservação de nascentes.
Estes dados servirão de subsídio para a elaboração de um plano de recuperação e mitigação dos
impactos ambientais.
REFERÊNCIAS
BUENO, D. L. Avaliação dos resultados de uma execução de projeto de recuperação da
nascente e área de preservação permanente do corrégo Jucão em Piracanjuba-GO.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia,GO. p. 2-30, 2021.
CUNHA, V. T. Percepção socioambiental e estado de preservação das nascentes do rio a
do rio Apodi-Mossoró. 2020. 94 f. Dissertação (Mestrado em Manejo de Solo e Água) -
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2020.
GOMES, P.M.; MELO, C.; VALE, V.S. Avaliação dos impactos ambientais em nascentes na
cidade de Uberlândia-MG: análise macroscópica. Sociedade & Natureza, Uberlândia, p. 103
-120, 2005.
PECIOLI, P. F. et al. Avaliação preliminar do estado de conservação das nascentes do Parque
Ecológico de Ourinhos. In: XVIII CIC – CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
UNIFIO. 2019. Ourinhos, SP. Anais… Ourinhos, SP. p. 67.
RESENDE, K. M. G. et al. Análise Macroscópica Como Subsídio Para Um Plano De Manejo
De Uma Nascente Urbana No Sul De Minas Gerais. Revista Augustus, v. 24, n. 49, p. 260
277, 2019.
RIBEIRÃO CLARO. 2021. Prefeitura Municipal: Dados gerais de Ribeirão Claro. Disponível
em: https://www.ribeiraoclaro.pr.gov.br/dados-gerais. Acesso em: 01 out. 2021.
SANTOS, A. G. et al. Impactos macroscópicos e qualidade da água das nascentes urbanas do
município de Passos – MG. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research,
Curitiba, v.4, n.2, p. 2083-2098 abr./jun. 2021.
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CARACTERIZAÇÃO PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS (CAPSICUM BACCATUM)
SUBMETIDAS A ANTIMITÓTICOS
Jardel da Silva SOUZA1
, Laura Monteiro PEDROSA2
, Priscila Alves BARROSO3
, Mailson Monteiro doRÊGO4
,
Elizanilda Ramalho do RÊGO4
.
1- Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Planas, Universidade Estadual Paulista – Unesp
Campus Jaboticabal; jardel.souza@unesp.br*;
2- Curso de Agronomia, Universidade Federal da Paraíba–UFPB Campus Areia;
3- Professor, Universidade Federal do Piauí –UFPI Campus Bom Jesus;
4- Professor (Orientador), Universidade Federal da Paraíba – UFPB campus Areia.
RESUMO
Além do uso como condimentos, algumas espécies de pimenteiras do gênero Capsicum são
utilizados como plantas ornamentais por terem características que concedem valor estético.
Objetivou-se avaliar se há diferença entre pimenteiras ornamentais Capsicum baccatum,
submetidas a dois diferentes tratamentos de agentes antimitóticos. Caracterizou-se plantas da
espécie Capsicum baccatum, acesso 72, pertencente ao banco germoplasma da de hortaliças da
UFPB. As sementes foram postas para germinar em bandejas de EPS, e quando apresentaram 2
folhas definitivas receberam tratamentos com Colchicina e Orizalina. O tratamento controle
não recebeu aplicação de antimitóticos. As variáveis analisadas foram: altura da planta, largura
da copa, altura da primeira bifurcação, diâmetro do caule, comprimento da folha, largura da
folha, clorofilaa, clorofilab. Já para fruto foi: Peso do fruto, comprimento do fruto, diâmetro
maior do fruto, diâmetro menor do fruto, comprimento do pedicelo, espessura da parede do
fruto, comprimento da placenta, número de sementes, teor de matéria seca. Foram realizadas
dez repetições de cada tratamento, em que cada planta era uma repetição. Em cada repetição foi
analisado dez folhas e dez frutos, escolhidos aleatoriamente. Os dados foram submetidos a
análise de variância, e as médias foram agrupadas pelo teste de Duncan à 5% de probabilidade.
Os tratamentos, 72- Colchicina e 72-Orizalina, foram significativos, pelo teste F, para as
variáveis largura da copa e comprimento da placenta. As demais variáveis não mostraram
valores significativos. Segundo o teste de Duncan a 5% de probabilidade apenas a média da
(LDC) largura da copa do tratamento de Orizalina mostrou-se superior entre as outras médiase
a testemunha apresentou média inferior, e comprimento do pedicelo da média de Orizalina se
mostrou superior e a média da Colchicina apresentou-se inferior. Os antimitóticos, utilizados
foram eficientes em alterar algumas características.
Palavras-chave: Melhoramento; Solanaceae; Genética.
INTRODUÇÃO
Além do uso como condimentos, algumas espécies de pimenteiras do gênero Capsicum
são utilizados como plantas ornamentais, por terem características que concedem valor estético,
como: folhagem variegada, pequeno porte e frutos de coloração forte que contrastam com a
folhagem. Além disto, o fácil cultivo e durabilidade da planta também as tornam atrativas ao
consumidor (Carvalho et al., 2006).
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Frutos maiores são ideais para a produção de molhos, conservas, geleias e produtos
farmacêuticos. (Barroso et al. 2011). Dentro deste contexto, é necessário a obtenção de plantase
frutos mais vistosos ou maiores. Umas das formas para se obter novos tipos é a poliploidização
que ocasiona, geralmente, um aumento em tamanho das estruturas vegetativas e reprodutivas, o
que é chamado por alguns autores "gigantismo" ou "efeito gigas" (Silva et al.,2000).
A poliploidia em plantas é alcançada pelo uso de agentes antimitóticos. Estas
substâncias ligam-se as proteínas que formam as fibras do fuso acromático, denominados
tubulinas, impedindo a sua despolimerização e consequentemente suprimindo a formação das
fibras, ou ainda inativando os fusos já formados (Guerra, 1989). Entre os antimitóticos mais
utilizados encontram-se a orizalina e colchicina. A colchicina é um alcalóide muito tóxico,
extraído principalmente de bulbos de plantas da espécie Colchicum autumnale L. pertencente à
família Liliaceae, que passou a ser utilizada na indução de poliploidia em plantas (Havas, 1937).
É também a substância mais empregada para a indução de poliploidia em programas de
melhoramento genético de culturas agrícolas, espécies florestais e plantas ornamentais (Sharma
& Sharma, 1999; Silva et al., 2000). Devido ao alto custo e à alta toxicidade da colchicina,
vários produtos alternativos têm sido testados e propostos para substituir a colchicina, entre eles
está a orizalina (Mondin & Docha Neto, 2006). A orizalina é uma substância com atividade
herbicida, sendo bastante eficaz no bloqueio de células em metáfase. (Doleželet al., 1994). O
objetivo deste trabalho foi avaliar se há diferença entre pimenteiras ornamentais Capsicum
baccatum, submetidas a dois diferentes tratamentos de agentes antimitóticos.
METODOLOGIA
O experimento foi realizado na casa de vegetação, do Laboratório de Biotecnologia
Vegetal, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA-UFPB).
Caracterizou-se plantas da espécie Capsicum baccatum, acesso 72, pertencente ao banco
germoplasma da de hortaliças da UFPB. As sementes foram postas para germinar em bandejas
de EPS, e quando apresentaram 2 folhas definitivas receberam tratamentos com Colchicina e
Orizalina. O tratamento controle não recebeu aplicação de antimitóticos. Cerca de 1mL de cada
agente mitótico foram aplicados no ápice caulinar. As plântulas, tratadas e não tratadas, foram
transplantadas para vasos de dimensões recomendas para o porte de pimenteiras ornamentais
contendo substrato Plantmax®, quando apresentavam 6 folhas definitivas.
As variáveis analisadas foram: altura da planta (AP), largura da copa (LDC), altura da
primeira bifurcação (APB), diâmetro do caule (DCP), comprimento da folha (CFL), largura da
folha (LDF), clorofila a (CLO A), clorofila b (CLO B). Já para fruto foi: Peso do fruto (PF),
comprimento do fruto (CF), diâmetro maior do fruto (MDF), diâmetro menor do fruto (MDf),
comprimento do pedicelo (CDP), espessura da parede do fruto (EPF), comprimento da placenta
(CP), número de sementes (NS), teor de matéria seca (TMS). Foram realizadas dez repetições
de cada tratamento, em que cada planta era uma repetição. Em cada repetição foi analisado dez
folhas e dez frutos, escolhidos aleatoriamente. Os dados foram submetidos a análise de
variância, e as médias foram agrupadas pelo teste de Duncan à 5% de probabilidade. Todas as
análises foram realizadas com o programa computacional Genes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os tratamentos, 72- Colchicina e 72-Orizalina, foram significativos, pelo teste F, para as
variáveis largura da copa (LDC) e comprimento da placenta (CDP). As demais variáveis não
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mostraram valores significativos (Tabela 1). Isso se deve aos efeitos dos antimitóticos que
causam gigantismo nas plantas (Silva et al.,2000).
Tabela 1. Resumo da análise de variância das caracteristicas morfológica de porte de
planta e fruto de pimenteiras ornamentais (Capsicum baccatum) submetidas a
antimitóticos. (Fonte própria, 2021)
Quadrado médio
F.V
(LDC)- largura da copa, (CDP)- comprimento do pedicelo. **significativo a 1% de
probabilidade pelo teste – F; *significativo a 5% de probabilidade pelo teste -F.
Segundo o teste de Duncan a 5% de probabilidade apenas a média da (LDC) largura da
copa do tratamento de Orizalina mostrou-se superior entre as outras médias e a testemunha
apresentou média inferior, e (CDP) comprimento do pedicelo da média de Orizalina se mostrou
superior e a média da Colchicina apresentou-se inferior (Tabela 2).
Tabela 2. Médias das caracteristicas morfológica de porte de planta e fruto de pimenteiras
ornamentais (C. baccatum) submetidas a antimitóticos. (Fonte própria, 2021)
Tratamento LDC CDP
Testemunha 0,83b 2,47ab
Colchicina 1,06a 2,02b
Orizalina 0,77b 2,70a
(LDC)- largura da copa, (CDP)- comprimento do pedicelo. Médias seguidas das
mesmas letras nas mesmas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de
probabilidade.
É importante ressaltar, que se deve levar em consideração a concentração dos
antimitóticos e o tempo de exposição dos explantes, bem como a interação entre ambos são
informações importantes para garantir o sucesso do processo de indução de poliploidia
(Dhooghe et al., 2011). O emprego de doses muito baixas tem se mostrado pouco eficiente,
enquanto doses excessivamente altas mostram-se letais. A combinação entre doses altas do
antimitótico e tempo de exposição prolongado podem redobrar o conteúdo de DNA, levando as
células a atingir níveis de ploidia mais altos do que o desejado (Allum et al., 2007).
CONCLUSÃO
Houve diferenças significativas entre os tratamentos colchicina e orizalina utilizados.
Foram eficientes em alterar o comprimento do pedicelo e a largura da copa. Desta forma pode-
se supor que ocorreu a poliplodização química. Devido a importância da técnica para o
melhoramento de pimenteiras, outros fatores devem ser estudados como diferentes doses e
tempo de exposição ao antimitótico, além de combinações de antimitóticos. Estudos como estes
são importantes para o melhoramento de plantas, pois a ação de antimitóticos cria variabilidade
GL LDC CDP
Tratamento 2 0,048** 0,239*
Resíduo 27 0,000 0,011
CV (%) - 2,330 4,360
Total 29 - -
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genética. A variabilidade genética é a qualidade mais importante num programa de
melhoramento de plantas. As pimenteiras ornamentais apresentam importante fonte de renda
para os pequenos produtores de plantas ornamentais do Brasil.
AGRADECIMENTOS
Universidade Federal da Paraíba.
REFERÊNCIAS
ALLUM, J.F.; BRINGLOE, A.V.; ROBERTS, A.V. Chromosome doubling in a Rosa rugosa
Thunb. hybrid by exposure of in vitro nodes to oryzalin: the effects of node length, oryzalin
concentration and exposure time. Plant Cell Report, v.26, n.11, p.1977-1984, 2007.
BARROSO, P.A.; RÊGO, M.M.; RÊGO, E.R.; NASCIMENTO, M.F.; SOARES, W.S.;
NASCIMENTO, K.S. Caracterização de frutos F2 de pimenteiras ornamentais. Horticultura
brasileira, n.2, v.29, p.2967-2974, 2011.
CARVALHO S.I.C.; BIANCHETTI, L.B.; RIBEIRO, C.S.C.; LOPES C.A. Pimentas do
gênero Capsicum no Brasil. 1.ed. Brasilia: Embrapa Hortaliças, 2006.
DHOOGHE, E.; VAN LAERE, K.; EECKHAUT, T. Mitotic chromosome doubling of plant
tissues in vitro. Plant Cell Tiss Organ Cult, v.104, n.3, p.359-373, 2011.
DOLEŽEL, J.; DOLEŽELOVÁ, M.; NOVÁK, F. J. Flow cytometric estimation of nuclear
DNA amount in diploid bananas (Musa acuminate and M. balbisiana). Biologia Plantarum, v.
36, n. 3, p. 351-357, 1994.
GUERRA, M. S. Introdução à citogenética geral. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.
HAVAS, L. Effects of colchicine and “vascumálbum” preparationa on germination of seeds
and growth of seedlings. Nature, v. 139, n. 3513, p. 371-372, 1937.
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DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: um estudo de caso numa escola da rede públicade
ensino
Gabrielle Cunha Barros1
, Acíria Nazaré Leite Sá1
, Amanda Cristina Sodré CUNHA1
, Deusinete Lopes1
,Mylenna
Olívia Costa Soares1
, Josilene Pereira do NASCIMENTO2
.
1 – Estudante de Graduação do Curso de Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA,
Campus Pinheiro; gabriellecunhabarros6@gmail.com;
2 – Profa. Mestra Josilene Pereira do Nascimento em Ciências Biológicas, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia; professorajosilenenascimento10@gmail.com.
RESUMO
Atualmente a depressão na adolescência tem se tornado um problema cada vez mais recorrente
entre os jovens. Sendo considerada uma das principais doenças incapacitantes no mundo. Pois,
as pessoas depressivas não sentem motivação para continuarem sua vida como era
normalmente, tal distúrbio psiconeural engloba todas as classes de gênero, sociais e raciais.
Tendo em mente este fato, o trabalho objetivou apresentar para os estudantes do 1º ano da
Unidade Escolar José de Anchieta (Pinheiro – MA), as principais causas e sintomas de
depressão na adolescência, com uso de recursos didáticos, como palestras e exposições de
alterativas que esses adolescentes podem adotar através dos hobbies. Para isso, foram
selecionadas duas turmas do primeiro ano, turno vespertino, com adolescentes entre 14 e 16
anos de idade. O projeto foi aplicado em dois momentos, no primeiro aconteceu uma palestra
sobre depressão, trazendo as possíveis causas da doença e como ajudar um adolescente que está
passando por esse distúrbio. No segundo momento, ocorreu exposição de hobbies para que os
alunos tivessem acesso a atividades prazerosas. As ações mostraram -se exitosas, uma vez que
permitiram que os estudantes sanassem as próprias dúvidas e propiciaram momentos prazerosos
para eles, sendo uma alternativa a momentos dolorosos trazidos pelo transtorno.
Palavras-chave: Depressão na adolescência; Transtorno depressivo; Roda de conversa.
INTRODUÇÃO
A adolescência é um período da vida onde ocorrem profundas transformações, sejam
elas corporais, psicológicas e/ou comportamentais. É nessa fase da vida, que os jovens
começam a ter o maior discernimento daquilo que gostam e não gostam. Sendo um estágio que
traz sentimentos ambíguos, de alegria e tristeza.
Esses sentimentos podem acarretar, em alguns casos, no desenvolvimento da depressão.
Que é um problema de ordem psiconeural e econômico, sendo considerado o segundo maior
problema de saúde no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017). "Em
uma média anual de aproximadamente 9% dos adolescentes entre 12 a 17 anos experimentou
pelo menos um episódio de depressão maior, e apenas cerca de 40% deles tinham sido tratados"
(PAPALIA, 2013, p. 402).
A doença não apresenta distinção entre as pessoas, sendo possível a manifestação em
qualquer fase da vida, desde a infância até a velhice. Mas de acordo com Bahls e Bahls (2002),a
incidência do quadro depressivo na adolescência varia de 3,3 a 12,4%, ocorrendo em grande
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41
parte na passagem da infância para a adolescência, com predomínio do sexo feminino sobre o
masculino.
Muito disso se dá em relação às mudanças marcantes ocorridas no período da
puberdade, como o desenvolvimento físico, emocional, psicológico e social. Além disso, os
adolescentes são bombardeados constantemente com informações que os confundem e causam
estresses. Tornando-os mais vulneráveis ao terem transtornos depressivos.
Podendo ainda ser desencadeada por vários fatores, tais como: violência sexual,
abandono, separação dos pais ou morte e a traumas vívidos na infância. Seus sintomas iniciais
nem sempre são diagnosticados, uma vez que os indivíduos se isolam, mas não deixam de
realizar suas atividades como normalmente, o que impossibilita a observação de mudanças
bruscas no comportamento, ocasionadas por esse distúrbio.
Os pensamentos suicidas também são comuns nesse transtorno. Além dos problemas no
ambiente escolar, social, familiar, por conta do estado de tristeza profunda e pela perda de
interesse do adolescente. Com isso as atividades cotidianas passam a ser desafiadoras e
dolorosas, o que acaba por gerar a evasão escolar.
O aumento de casos de depressão na adolescência nos mostra a importância de trabalhar
esse tema na escola, tendo em vista que os sintomas dessa doença podem ser confundidos com
as fases da adolescência, passando despercebidos pelos pais, pela escola e pela sociedade. Dessa
forma, o trabalho teve o como objetivo apresentar para os estudantes do 1º ano da Unidade
Escolar José de Anchieta (Pinheiro – MA), as principais causas e sintomas de depressão na
adolescência, com uso de recursos didáticos.
METODOLOGIA
Área de estudo
O projeto foi desenvolvido na Unidade Escolar José de Anchieta (Figura 1), localizada
no município de Pinheiro - MA. A escola tem aproximadamente 852 estudantes matriculados,
sendo ofertado o ensino médio. A escolha da instituição de ensino foi em decorrência do fácil
acesso a escola por parte da gestão escolar.
Figura 1 – Unidade Escolar José de Anchieta
Procedimentos metodológicos
Fonte: Google Maps, 2019.
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica por meio das
plataformas de busca: “SCIELO” e “GOOGLE ACADÊMICO”, nos meses de novembro e
dezembro de 2019. Os seguintes descritores foram utilizados para a pesquisa: depressão, escolae
adolescência. Foram selecionados de cinco artigos nas plataformas.
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42
Após as escolhas dos artigos científicos, leituras e reflexões dos mesmos, foi realizada
uma visita a escola e duas turmas do primeiro ano foram selecionadas para aplicação das
atividades do projeto, turmas 100 e 101.
O desenvolvimento das atividades aconteceu em dois momentos, sendo o primeiro no
dia 13 de novembro de 2019 (Figura 2) e o segundo no dia 04 de dezembro do mesmo ano. No
primeiro momento ocorreu a apresentação do projeto para os estudantes e uma palestra sobre
depressão na adolescência. Além disso, os estudantes receberam informações sobre a outra ação
do projeto e quais objetivos se pretendia alcançar.
Figura 2 – Primeiro momento de aplicação do projeto na escola:apresentação
do projeto para os estudantes do 1º ano da UnidadeEscolar José de Anchieta
Fonte: Autoria própria, 2019.
No segundo momento, foram realizadas oficinas didáticas com o intuito dos estudantes
terem algum hobbie que pudesse lhes trazer satisfação pessoal. Dentre as atividades expostas
estavam: os livros, a música, a dança, o esporte e o teatro (Figura 3). Esse método possibilitou
mais engajamento para aprendizagem, troca de experiências e construção de conhecimento.
Figura 3 – Exposição dos hobbies para os estudantes.
Fonte: Autoria próprio, 2019.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ISBN 978-65-5941-592-2
43
A partir das observações feitas durante a execução do projeto, ficou evidente a
importância de se levar para a sala de aula um tema tão importante como a depressão na
adolescência, pois como sugere Ribeiro et al (2012) a adolescência é tida como um período de
transição da fase infantil para a fase adulta, que engloba mudanças psicológicas e sociais. E
esses assuntos muitas das vezes não são debatidas em sala de aula.
Ficou nítido, durante a realização do projeto, que os estudantes do ensino médio tinham
muitas dúvidas em relação a essa depressão, visto que muitos não sabiam como proceder com
as pessoas que estavam acometidos por essa enfermidade. E com a realização da palestra foi
possível informá-los os riscos e formas de abordagens seguras que possibilitassem o tratamento
psicológico do jovem depressivo.
Além disso, esse tema é recorrente na vida dos estudantes, visto que muitos dos que
estavam presentes na palestra relataram já terem tido algum familiar com esse problema
neuropsíquico e comportamental. Muitos relataram não saber como proceder com os
adolescentes acometidos por essa enfermidade. Diante dessas informações, questionamentos
sobre da doença eram constantemente levantados pelos estudantes, dentre eles: “Como ajudar
uma pessoa com depressão?”; “O que fazer quando uma pessoa é diagnosticada com
depressão?’; “Como a família deve agir?”; “Que ajuda devem procurar?”, entre outras.
Perguntas essas que foram respondidas ao longo do desenvolvimento da palestra.
Segundo os estudos já estabelecidos com enfoque em depressão na adolescência, é
possível determinar que em geral o desenvolvimento da doença se dá através de eventos
traumáticos e de grande estresse na vida deles, podendo ser um fator que se desenvolve
progressivamente ou após algum período de tempo. Freud (1971) explica essa relação com as
seguintes palavras: "Mas a melancolia, como vimos, tem algo mais no conteúdo que o luto
normal. Nela a relação com o objeto não é simples, sendo complicada pelo conflito da
ambivalência”.
Sobre os sentimentos de perda, dor e melancolia ocasionados pela depressão, autores
como Benincasa e Rezende (2006) apud Dutra (2001) afirmam, que a depressão é um
sentimento que se manifesta através do tédio, da indiferença, solidão, do abandono, sentimentos
de não ser compreendido, desejado e rejeitado. Além de citarem que ela é uma explicação aos
sentimentos negativos.
E conforme Resende et al (2013) 70% dos jovens em estado de depressão não recebem
qualquer tratamento psicológico, tornando essencial medidas educativas de enfrentamento da
doença. Medidas paliativas devem ser a primeira opção da família, e buscar profissionais que
indiquem o melhor tratamento. Em associação a terapias medicamentosas, nos casos onde existea
necessidade, a adoção de atividades prazerosas também influencia no processo de recuperação
dos adolescentes que estão com o transtorno depressivo. Uma vez que, a depressão é um mal
que prejudica a aprendizagem dos alunos, ação de exposição dos hobbies, que foi realizada pelo
projeto, pode ter efeitos positivos na vida dos estudantes da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma abordagens sobre a depressão auxilia a família, escola e a sociedade nas etapas
de recuperação dos estudantes, e orientar as pessoas que tem contato com esses adolescentes
auxilia a garantia de bem-estar destes. Portanto, conclui-se que é importante o desenvolvimento
de ações desse tipo nas escolas do ensino médio, uma vez os jovens em idade escolar estão
sendo diagnosticados com esse problema de ordem psicológica. E tais ações nos ambientes
educacionais possibilitam levam conhecimentos, permitindo assim a retirada de dúvidas que
ISBN 978-65-5941-592-2
44
vão surgindo ao explanar esse assunto tão sério Além de propiciam momentos prazerosos para
eles, como a apresentação de diferentes tipos de hobbies, que possam ser adotados no dia-a-dia,
fazendo-se uma ferramenta útil em seu processo de recuperação.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Unidade Escolar José de Anchieta por nos disponibilizar o espaço e seus
alunos para aplicação do projeto e a Universidade Estadual do Maranhão - UEMA – Campus
Pinheiro - MA, pela proposta metodológica que possibilitou desenvolver este projeto com
outras instituições de ensino.
REFERÊNCIAS
BAHLS, S. C.; BAHLS, F. R. C. Depressão na adolescência: características clínicas.
Interação em Psicologia. 2002.
BENINCASA, Miria; REZENDE, Manuel Morgado. Tristeza E Suicídio Entre Adolescentes:
Fatores De Risco E Proteção. Boletim De Psicologia, 2006.
FREUD, S. (1917 [1915]). Luto e melancolia. In: Introdução ao narcisismo: ensaios de
metapsicologia e outros textos (1914-1916); tradução e notas Paulo César de Souza. São
Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Com depressão no topo da lista de causas de
problemas de saúde, OMS lança a campanha “Vamos conversar”, 2017. Disponível em:
<http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5385:comdepre
ssao-no-topo-da-lista-de-causas-de-problemas-de-saude-omslanca-a-campanha-
vamosconversar&Itemid=839>. Acesso em 04 out. 2021.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: AMGH, 2013.
RESENDE, Catarina. et al. Depressão nos adolescentes: mito ou realidade? Nascer e Crescer,
Porto, 2013. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087207542013000300003&ln
g=pt&nrm=iso. Acesso em: 04 out. 2021.
RIBEIRO, K. C. S. et al. Representações sociais e sofrimento psíquico de adolescentes com
sintomatologia depressiva. Psicologia: teoria e prática. 2012.
ISBN 978-65-5941-592-2
45
DOENÇA DE HUNTINGTON: utilização de folder e vídeos educativos para os
acadêmicos do curso de Ciências Biológicas
Acíria Nazaré Leite SÁ1
, Gabrielle Cunha BARROS1
, Amanda Cristina Sodré CUNHA1
, Deusinete LOPES1
,
Mylenna Olívia Costa SOARES1
, Mariana Oliveira ARRUDA2
1 - Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, Campus
Pinheiro; aciria.sa@gmail.com
2 – Professora (Orientadora), Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro.
RESUMO
A doença de Huntington (DH) é um distúrbio autossômico dominante que se caracteriza por
sintomas neuropsiquiátricos, com degeneração gradativa da cognição, distúrbios na função
motora e mudanças comportamentais. Em geral, suas primeiras manifestações ocorrem por
volta dos 30 a 40 anos, podendo, no entanto, manifestar-se durante o primeiro ano de vida, ou
tardiamente, acima dos oitenta anos. É considerada uma enfermidade rara e sem tratamento,
com apenas a existência de terapias medicamentosas que possibilitam uma qualidade de vida
aos doentes. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi elaborar um folder e um vídeo
educativo sobre as características clínicas da DH e como ela ocorre, tendo como público-alvo
os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão -
UEMA, utilizando-se de metodologias ativas com auxiliem na aprendizagem. Contando com
uma linguagem clara, de modo a gerar compreensão para todos os que tivessem contato com os
materiais apresentados. Diante disso, foi notório ao término das atividades produzidas, que as
questões relacionadas à doença foram sendo esclarecidas, apesar de ser um tema pouco
abordado, mas que é um distúrbio neurológico que gera grandes impactos na vida dos doentes e
de seus familiares. Portanto, o desenvolvimento de metodologias ativas que visem a explanação
do conteúdo, facilita a aprendizagem de forma interativa e dinâmica, garantindo a assimilação
de temas mais complexos.
Palavras-chave: Doença hereditária; degenerativa; metodologias ativas.
INTRODUÇÃO
A doença de Huntington (DM) é uma doença genética autossômica passada através dos
pais, que causa a degeneração gradual da perda neural. Alguns estudos relatam que a DH tenha
sua incidência reconhecida desde a Idade Média, mas sua origem era incerta, até que em meados
do final do século XIX começou-se a descobrir mais sobre a patologia (GONÇALVES, 2013).
O físico norueguês Johan Christian Luand, intrigado com a doença começou seus estudos, e em
1860 a descreveu e nomeou de Chorea St. Vitus (BARSOTTINI, 2007).
Embora muitos outros pesquisadores tenham contribuído com estudos nessa temática,
ainda não se tinha uma explicação clara de como era possível adquirir a DH. Mas, somente em
1872 quando o pesquisador George Huntington uma descrição mais detalhada sobre a doença,
baseado nos seus experimentos com famílias que possuíam histórico da enfermidade, foi
possível saber sua origem. A partir disso, ele pode publicar seu trabalho onde explicava com
precisão que o distúrbio neurológico era de ordem familiar, ou seja, um membro da família que
possuísse tal gene alterado poderia transmitir aos seus futuros descendentes. Tal descrição de
herança autossômica dominante, veio antes mesmo que os estudos sobre a herança Mendeliana
fossem explicados (LANSKA, 2000).
A influência da vegetação urbana sobre o conforto térmico
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  • 2. ANAIS DO II SIMPÓSIO PINHEIRENSE DE BIOLOGIA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: BIODIVERSIDADE, ECONOMIA E BEM-ESTAR HUMANO Pinheiro-MA 2022 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CAMPUS PINHEIRO ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACADÊMICA PLANTAE
  • 3. NOTA Os resumos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles contidas não representam, necessariamente, a visão da comissão científica do evento. As revisões ortográficas e gramaticais dos resumos são de inteira responsabilidade dos respectivos autores. ORGANIZAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CAMPUS PINHEIRO Rua Jerônimo Ramalho, s/n, Bairro Matriz –Pinheiro - MA CEP: 65.200-000 CNPJ Nº 10.735.145/0001-94 Fone: (98) 2016-8184 1ª edição Publicação digitalizada (2022) COMISSÃO CIENTÍFICA Dr. Gilberto Matos Aroucha Dr. Jaime de Liege Gama Neto Dra. Catyelle Maria de Arruda Ferreira Dra. Luciana Alves da Luz Soares Dra. Mariana Oliveira Arruda Dra. Suelen Rocha Botão Ferreira MSc. Danilo Rafael Santos de Brito MSc. Rafaella Cristine de Souza MSc. Vagner de Jesus Carneiro Bastos Esp. Gustavo dos Santos Cotrim Esp. Maria de Jesus Câmara Mineiro Esp. Vandeberg Pereira Araújo COMISSÃO ORGANIZADORA Vagner de Jesus Carneiro Bastos Rafaella Cristine de Souza Saymon D' Lucas Soares Rodrigues Walison Pereira Moura Taynara de Jesus Correa Pinheiro MONITORIA CIENTÍFICA Acíria Nazaré Leite Sá Cristine Aparecida Correa Camara Iasmin Cristina Brito Gomes Lara Vitória Ribeiro Ferreira Luckian Emannuel Ferreira Melo Nayara da Conceição Martins Da Costa Taynara de Jesus Correia Pinheiro
  • 4. Exemplares desta publicação podem ser adquiridos em: Even3 Eventos II Simpósio Pinheirense de Biologia https://www.even3.com.br/anais/iisimphobio2021/ EDITORAÇÃO E REVISÃO Saymon D' Lucas Soares Rodrigues Walison Pereira Moura ANAIS DO II SIMPÓSIO PINHEIRENSE DE BIOLOGIA A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Todos os direitos reservados.
  • 5. APRESENTAÇÃO Caros participantes, O II Simpósio Pinheirense de Biologia (II SIMPHOBIO) teve por objetivo oportunizar um espaço de reflexão e discussão sobre três eixos temáticos, os quais são a biodiversidade, a economia e o bem-estar humano. Dentre as linhas de pesquisa abordou-se a educação, o meio ambiente, as ciências exatas, as ciências da terra, as ciências biológicas, as ciências agrárias, a economia ecológica, a economia ambiental, a valorização ambiental, a gestão ambiental, a saúde e a enfermagem. Propondo experiências por meio da socialização dos trabalhos científicos com defesa pública das pesquisas. Ademais, o evento contou com a colaboração de profissionais da área, comprometidos com a ciência e sua divulgação, assim agregando com a rica programação dividida em cerimônias de abertura e encerramento, palestras, mesas-redondas, concursos (fotografia, ilustração científica, etc), minicursos, apresentação de trabalhos (na forma oral e banner) e premiações. Em resumo, uma das principais finalidades do II SIMPHOBIO foi incentivar os pesquisadores, os cientistas, os biólogos e as mais diferentes comunidades às questões ambientais, compreendendo como ela trata-se de uma problemática global, ligada aos fatores econômicos, políticos e sociais, fundamentando-se nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Ainda, tivemos como foco de realização do evento, oportunizar a participação em evento on-line no momento de distanciamento social que enfrentamos em decorrência da pandemia do COVID- 19. Sendo assim, é com enorme satisfação que publicamos os anais dos trabalhos científicos apresentados no II Simpósio Pinheirense de Biologia (II SIMPHOBIO). COMISSÃO ORGANIZADORA II SIMPÓSIO PINHEIRENSE DE BIOLOGIA
  • 6. SUMÁRIO A INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO URBANA SOBRE O CONFORTO TÉRMICO.........................................................................................09 Daniela Santos de Almeida; Gustavo Henrique Garcia; Paulo Favaro Pecioli; Carolina da Silva Souza-Gessner. AGRICULTURA ORGÂNICA: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA LEGISLATIVA AMBIENTAL.............................................................15 Necivaldo dos Santos Mendes Maranhão ANALFABETISMO DIGITAL: DESAFIOS DO SER DOCENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA...................................................................21 Sarah Lorena Silva Santos; Talessa Viegas Araujo; Samara Alves Correa; Maria De Jesus Câmara Mineiro ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS DO PROJETO TELÁRIS DO FUNDAMENTAL II COMO MEDIDA AUXILIADORA NA FORMAÇÃO DE DISCENTES, COM ENFOQUE NO CAPÍTULO 3.......................................................................................................25 Ronaldo Abreu Pimenta; Wilma Brito Ramos; Marianne Ribeiro Dias; Luane Soares Oliveira; Laís Gabriely Araújo Garcia; Rafaella Cristine De Souza. AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE NASCENTES NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO CLARO/PR........................................................................................30 Paulo Favaro Pecioli; Carolina da Silva Souza-Gessner. CARACTERIZAÇÃO PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS (CAPSICUM BACCATUM) SUBMETIDAS A ANTIMITÓTICOS..............................36 Jardel Da Silva Souza; Laura Monteiro Pedrosa; Priscila Alves Barroso; Mailson Monteiro do Rêgo; Elizanilda Ramalho do Rêgo DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO NUMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO.........................................40 Gabrielle Cunha Barros; Acíria Nazaré Leite Sá; Amanda Cristina Sodré Cunha; Deusinete Lopes; Mylenna Olívia Costa Soares; Josilene Pereira do Nascimento DOENÇA DE HUNTINGTON: UTILIZAÇÃO DE FOLDER E VÍDEOS EDUCATIVOS PARA OS ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS....................................................................................45 Acíria Nazaré Leite Sá; Gabrielle Cunha Barros; Amanda Cristina Sodré Cunha; Deusinete Lopes; Mylenna Olívia Costa Soares; Mariana Oliveira Arruda
  • 7. ENSINO POR INVESTIGAÇÃO NOS ANOS FINAIS: UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS......................................50 Lara Vitória Ribeiro Ferreira; Lucas Silva Moraes; Luckian Emannuel Ferreira Melo; Ronilson de Jesus dos Santos Alves; Tatiele Gomes; Rafaella Cristine de Souza EXTREMÓFILOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ASTROBIOLOGIA.............................................................................55 IMPORTÂNCIA DOS COMPONENTES HERBÁCEOS NA RESTAURAÇÃO DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA NORDESTINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA.............................58 Aldo José Irineu Filho; José Augusto Ferreira Neto; Bruna Iasmim dos Santos Pompéia; Karla Morgana Silva Araujo; Tayna Guilherme Santiago Moreira; Kleber Andrade da Silva Lucas Gabriel Ferreira Costa da Silva; Emilly Cecília Santos de Souza MICRODIVERTIDA: PRODUÇÃO DE JOGO DIDÁTICO COMO ESTRATÉGIA CIENTÍFICA PARA O ENSINO DE MICROBIOLOGIA .........................................................................................................62 Saymon D’ Lucas Soares Rodrigues; Walison Pereira Moura; Taynara De Jesus Correa Pinheiro; Tatiele Gomes; Mariana Oliveira Arruda PRODUÇÃO DE MAPAS MENTAIS COMO ALTERNATIVA PARA APRENDIZAGEM DA MICROBIOTA HUMANA.................................67 Cristine Aparecida Corrêa Camara; Waldermeson Kilmer de Oliveira Dias; Nayara da Conceição Martins da Costa; Gilmara Liane Costa; Mariana Oliveira Arruda PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO COMO ALTERNATIVA DE APRENDIZAGEM SOBRE AS DOENÇAS PARASITÁRIAS, UM ENFOQUE NA DOENÇA DE CHAGAS................................................72 Ronaldo Abreu Pimenta; Mariane Ribeiro Dias; Wilma Brito Ramos; Luane Soares Oliveira; Laís Gabriely Araújo Garcia; Mariana Oliveira Arruda RELATO DE EXPERIÊNCIA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMPOSTAGEM NO AMBIENTE FAMILIAR....................................77 Hélison Oliveira de Souza; Eldra Carvalho da Silva RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA CARTILHA INFORMATIVA ACERCA DOS TIPOS, TRANSMISSÕES E TRATAMENTOS DA HEMOFILIA.....................................................83 Saymon D’ Lucas Soares Rodrigues; Walison Pereira Moura; Taynara de Jesus Correa Pinheiro; Acíria Nazaré Leite Sá; Luckian Emannuel Ferreira Melo; Suelen Rocha Botão Ferreira
  • 8. RIQUEZAS DO CERRADO.................................................................89 Wermeson Stênio Silva Nunes; Jaqueline Marques Silva Nunes UMA PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA A ANÁLISE DO LIVRO “CIÊNCIAS VIDA & UNIVERSO” E SEU DESEMPENHO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM..........................93 Cristine Aparecida Corrêa Camara; Waldermeson Kilmer De Oliveira Dias; Nayara da Conceição Martins da Costa; Gilmara Liane Costa; Rafaella Cristine de Souza USO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE DOENÇAS PARASITOLÓGICAS: LEISHMANIOSE VISCERAL ..........................98 Lara Vitória Ribeiro Ferreira; Lucas Silva Moraes; Luckian Emannuel Ferreira Melo; Ronilson de Jesus dos Santos Alves; Mariana Oliveira Arruda UTILIZAÇÃO DO FILME “O LORAX” COMO RECURSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.......................103 Genilda da Conceição Martins Pereira; Talessa Viegas Araujo; Sarah Lorena Silva Santos; Samara Alves Correa; Leandro Álvaro de Alcantara Aguiar; Rafaella Cristine de Souza
  • 9. ISBN 978-65-5941-592-2 9 A INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO URBANA SOBRE O CONFORTO TÉRMICO:UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE OURINHOS-SP Daniela Santos de ALMEIDA1 ; Gustavo Henrique GARCIA1 ; Paulo Favaro PECIOLI1 ; Carolina da Silva SOUZA-GESSNER2 . 1- Discente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO. 2- Docente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO. RESUMO Com o crescimento das cidades o meio ambiente, vem sofrendo também grandes impactos ambientais, sociais e climáticos. Essa intervenção do homem em áreas verdes por meio de remoção de áreas arborizadas vem modificando a temperatura local, o microclima e fazendo com que haja desconforto ambiental para os habitantes da cidade. O objetivo deste trabalho foi analisar a temperatura e umidade relativa do ar em três pontos diferentes na cidade de Ourinhos – SP. As coletas dos dados foram nos seguintes locais: área com ocupação mista residual totalmente arborizada, área residencial com pouca presença de árvores e a área totalmente residencial sem árvores ou qualquer tipo de cobertura vegetal. Para obtenção dos dados, foi utilizado um termo higrômetro. Os resultados observados foram que em pontos mais arborizados, as temperaturas registradas foram amenas e a umidade relativa do ar mais elevada, mesmo em áreas com poucas árvores. No ponto sem arborização, a temperatura foi mais elevada e a umidade relativa do ar mais baixa. Os dados obtidos mostram como a arborização urbana é eficiente em regular o microclima dentro das cidades, além de proporcionar inúmeros benefícios relacionados a estabilidade climática, conforto ambiental, melhorias na qualidade do ar, bem-estar físico e mental da população, influenciar na redução da poluição e auxiliar na conservação do meio ambiente. Palavras-chave: Bem-estar; Microclima; Ourinhos. INTRODUÇÃO Desde o princípio das cidades, o clima é um dos aspectos geoambientais que sofre influência do processo urbano. A partir da revolução industrial, o processo de urbanização imprimiu alterações drásticas no meio ambiente tendo como consequência problemas socioespaciais e ambientais, e o clima é um dos aspectos geoambientais que mais sofreu alterações (ARAÚJO; CALDAS 2016). A intervenção do homem no meio ambiente através da remoção de áreas verdes, aumento da pavimentação do solo, poluição gerada pelo uso de automóveis e por indústrias, contribuem para aumentar a temperatura local, e alterar o microclima urbano, causando desconforto ambiental a todos os habitantes da cidade. Esses fatores são agravados quando essa intervenção se dá de maneira irregular e sem planejamento (BESERRA FILHO, 2015). Quando o microclima é alterado, gerando condições de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, a arborização urbana age de maneira mais perceptível regulando as condições térmicas do ambiente (LIMA; NUNES; SOARES, 2009). O sombreamento por meio de vegetações arbóreas torna-se uma boa estratégia a fim de melhorar os efeitos térmicos nessas regiões, pois por meio dele tem-se uma redução do albedo nas superfícies do solo (BARBOSA et al., 2020). A vegetação urbana desempenha um papel importante na atenuação térmica, uma vez que influencia na radiação solar, temperatura, umidade e vento. Cumpre um papel regulador
  • 10. ISBN 978-65-5941-592-2 10 climático, ao dispensar e absorver a radiação solar, impedindo que aqueça o solo urbano, libera umidade para a atmosfera pelo processo de evapotranspiração e influência na circulaçãodos ventos nas cidades, assim atenua a temperatura e melhora a umidade. As áreas verdes, também, são muito importantes ao proporcionar conforto térmico, uma vez que o controle da radiação solar e a produção de sombreamento levam as condições climáticas confortáveis (ARAÚJO; CALDAS 2016). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar as diferenças de temperatura e umidade relativa do ar em três pontos na área urbana do município de Ourinhos-SP, e a sua relação com as distintas configurações urbanas destacando-se pela diferença da vegetação arbórea existente e sua influência sobre o conforto térmico. METODOLOGIA Caracterização da área de estudo O Município de Ourinhos integra a porção sudoeste do Estado de São Paulo e dispõe de limite territorial equivalente a 282 km², sendo que, destes, 40 Km² correspondem às áreas urbanas e 242 Km² às rurais. Sua posição geográfica situa-se entre as coordenadas 22°55’ a 22º58'S e 49°52 a 49º55’W, a 483 m de altitude (ZACHARIAS, 2006). Para o levantamento de dados foram selecionados três pontos no município com distintas configurações urbanas para análise e comparação da influência da vegetação nos aspectos de conforto térmico, temperatura e umidade relativa do ar (Figura 1). Ponto 1: Localizado na rua Jairo Correa Custodio, sob as coordenadas -22°58'27.9"S, - 49°53'22.0"W. caracteriza-se por uma área mista residencial e área verde. Bem arborizada com várias espécies arbóreas de médio e grande porte em vários estágios de desenvolvimento.O solo é permeável apresentando áreas com gramíneas, uma trilha pavimentada e uma ciclovia. Há um fluxo de pessoas que utilizam a área para lazer, não apresenta grande fluxo deveículos. Ponto 2: Localizado na rua Raul Minucci, sob as coordenadas -22°58'50.4"S - 49°53'13.4"W. Configurado como área residencial, caracteriza-se por baixa taxa de permeabilidade com pavimentação asfáltica e calçadas totalmente impermeáveis, pouco arborizada e apresenta grande fluxo de veículos. Ponto 3: Localizado na rua: Etelvina Gonsalves Pena, sob as coordenadas - 22°58'52.9"S -49°53'06.4"W. Caracteriza-se por área estritamente residencial, ocorre a presença de árvores de médio a grande porte com espaçamento médio de 15 metros entre as mesmas. Solo permeável com gramado e trilhas pavimentadas. Grande fluxo de pessoas, que utilizam a área verde para lazer.
  • 11. ISBN 978-65-5941-592-2 11 Figura 1 - Localização dos pontos analisados. Levantamento de dados Fonte: GOOGLE EARTH, 2021. Para realizar a coleta de dados dos parâmetros ambientais de temperatura e umidade relativa do ar, foi utilizado um Termo higrômetro digital (modelo 1566-1 marca J.Prolab). Os dados foram coletados à campo no dia 9 de outubro de 2021, final do período de estiagem para esta região. A coleta de dados teve início a partir das 13h18. O sensor foi posicionado a uma altura de 1,5 metros do solo para captura das variáveis. Os dados foram registrados a cada 30 segundos durante 5 minutos nos três pontos, com um tempo de deslocamento entre uma área e outra de aproximadamente 4 minutos, iniciando as medições no ponto 2 às 13:18 horas, no ponto 1 - 13:30 horas e ponto 03 às 13:41 horas. Para análise dos resultados, os dados foram sistematizados, sendo confeccionados gráficos com os valores registrados em cada ponto, para a comparação e análise dos resultados obtidos entre os três pontos estudados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos parâmetros de temperatura e umidade relativa do ar nas áreas abrangidas por este estudo foram significativos e demonstraram que a arborização existente no perímetro urbano influencia de forma considerável as variáveis analisadas. A temperatura medida em graus Celsius (°C) nos pontos 1 e 2 (locais com arborização) apresentaram uma média de 33,09°C e 32,06ºC respectivamente, enquanto no ponto 2, região não arborizada, a temperatura apresentou uma média de 34,99°C.
  • 12. ISBN 978-65-5941-592-2 12 Figura 2 – Gráfico apresenta os registros da Temperatura em ºC. Fonte: AUTORES, 2021. Em relação a umidade relativa do ar, o ponto 1 apresentou média de 42%, o ponto 2, média de 37,7%, e o ponto 3 com média de 43,7%, a maior entre os 3 pontos. Figura 3 –Gráfico Apresenta os registros da Umidade relativa do ar. Fonte: AUTORES, 2021. Para a temperatura do ar, nota-se que o ponto 2 sem arborização manteve temperaturas sempre mais altas em relação aos pontos mais arborizados. A tabela 1 auxilia a visualização destas diferenças. Como constatado nos estudos de Gonçalves; Camargo e Soares (2012), o sombreamento promovido pela arborização promove a redução da temperatura de superfície dos objetos sombreados onde áreas arborizadas favoreceram uma temperatura inferior aos locais sem arborização. Com relação ao parâmetro umidade relativa do ar, o ponto 2 sem arborização apresentou umidade relativa do ar sempre mais baixa que nos pontos mais arborizados.
  • 13. ISBN 978-65-5941-592-2 13 Resultados similares foram obtidos por Martelli e Santos Jr. (2015), onde a umidade relativa do ar apresentou um padrão inverso ao da temperatura; os maiores valores foram registrados nas áreas com maior nível de arborização. Desta forma, a vegetação tem papel relevante sobre o conforto térmico dos espaços urbanos, onde interfere diretamente sobre a temperatura, umidade do ar e na redução da poluição atmosférica. Os registros dos parâmetros seguiram a tendência esperada, ou seja, os ambientes com maior presença de arborização e solo com maiores taxas de permeabilidade apresentaram temperaturas mais amenas e maior umidade relativa do ar diante o ambiente desprovido de arborização e baixas taxas de permeabilidade do solo. Tabela 1 – Registros de temperatura e umidade relativa do ar. Tempo Temperatura (°C) Umidade Relativa do Ar (%) Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 1 33.9 34.6 32.4 40 40 44 2 33.6 34.8 32.3 40 39 44 3 33.2 34.9 32.3 42 36 44 4 33.2 34.9 32.4 44 37 43 5 33.1 34.8 32.1 46 38 43 6 33.1 34.9 32.0 42 37 44 7 33.0 34.9 31.9 41 38 43 8 32.8 35.1 31.8 42 37 44 9 32.7 35.5 31.8 41 37 44 10 32.3 35.5 31.6 42 38 44 Fonte: Elaboração AUTORES (2021). CONCLUSÃO A arborização urbana favoreceu o microclima urbano promovendo temperaturas mais baixas e umidade relativa do ar mais elevada nos pontos analisados. Esses parâmetros apresentaram uma relação inversa quanto ao nível de vegetação e permeabilidade do solo. Desta forma, a arborização urbana pode proporcionar inúmeros benefícios a população comoa redução da temperatura, o aumento da umidade relativa do ar, a redução da poluição. Nesse sentido, cabe ressaltar a necessidade de melhorias na arborização em bairros e ruas com arborização precária ou mesmo sem nenhuma cobertura vegetal. Os benefícios da arborização urbana vão além da temperatura e umidade dor relativa do ar, estes influenciam de forma geral na qualidade de vida da população. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao prof. Me. Jackson José Ferreira e a equipe dos Laboratórios do Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO pelo empréstimo de equipamento. REFERÊNCIAS ARAÚJO, R. R.; CALDAS, C. S. Clima urbano e vegetação: análise da influência da vegetação da Apa do Itapiracó no microclima e conforto térmico local em São Luís
  • 14. ISBN 978-65-5941-592-2 14 (MA). Trabalho apresentado durante o XII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. Universidade Federal de Goiás. p. 1247-1259. 2016. Disponível em <http://www.abclima.ggf.br/sbcg2016/anais/arquivos/eixo_3/trabalho%20(37).pdf>. Acesso em 11/09/2021. BARBOSA, R.V. R. et al. Espécies arbóreas em espaços públicos para amenização de efeitos térmicos do microclima urbano de cidades tropicais de baixa latitude, uma revisão sistemática. Trabalho apresentado durante o II Congresso Araguaiense de Ciências Exata, Tecnológica E Social Aplicada. The Journal of Engineering and Exact Sciences. p. 1-11. Santana do Araguaia-PA. 2020. BESERRA FILHO, F. Avaliação do Microclima do Parque Massairo Okamura em Cuiabá/ MT ao Nível do Pedestre. 2015. 69 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2015. GONÇALVES, A.; CAMARGO, L. S.; SOARES, P. F. Influência da vegetação no conforto térmico urbano: Estudo de caso na cidade de Maringá-Paraná. In: III Simpósio de Pós- Graduação Em Engenharia Urbana. Anais do III SIMPGEU. Maringá-PR. 2012. LIMA, D. C. R.; NUNES, L. A.; SOARES, P. F. Avaliação da influência da vegetação no conforto térmico em espaços livres. In: Simpósio de Pós-Graduação em Engenharia Urbana. Anais do SIMPGEU. Maringá-PR. 2009. MARTELLI, A. SANTOS JR, A. R. Arborização Urbana do município de Itapira – SP: perspectivas para educação ambiental e sua influência no conforto térmico. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental. Santa Maria-RS. v. 19, n. 2, mai- ago. 2015, p. 1018-1031. ZACHARIAS, A. A. A representação gráfica das unidades de paisagem no zoneamento ambiental: um estudo de caso no município de Ourinhos-SP. 2006. 209f. Tese (Doutorado em Geografia) - UNESP - Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, 2006.
  • 15. ISBN 978-65-5941-592-2 15 AGRICULTURA ORGÂNICA: uma análise na perspectiva legislativa e ambiental. Necivaldo dos Santos Mendes MARANHÃO1 . 1 - Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Pólo Viana; Técnico Agrícola com habilitação em agricultura pela Escola Agrotécnica Federal – EAF São Luis-Ma.; Email: necivaldo3@hotmail.com. RESUMO Este trabalho faz uma abordagem sobre agricultura orgânica, com ênfase em uma análise na perspectiva legislativa e ambiental. É importante destacar que estudos sobre essa temática é de suma importância para sociedade em geral, visto sua atual evidencia em todo território brasileiro. Diante da necessidade da população em consumir um produto mais saudável e como crescimento da agricultura orgânica há a necessidade de pesquisas que contemplem essa abordagem. Sendo assim, este artigo tem como objetivo compreender a dinâmica da agricultura orgânica no Brasil, considerando a perspectiva legislativa e ambiental. Para tanto, esta abordagem parte do pressuposto que a agricultura orgânica está cada vez mais em evidência no Brasil, por isso é importante compreender como se encontra o estágio de regulação da agricultura orgânica. Para alcançar os objetivos propostos foram realizadas algumas etapas pré- estabelecidas, a saber; pesquisas em site oficiais como câmara dos deputados, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e analise e sistematização dos dados levantados. No percurso desta pesquisa foi possível identificar que o Brasil demorou muito em iniciar o processo regulatório da agricultura orgânica. Porém, foi percebido que a partir de 2003 houve grandes avanços na questão legislativa referente a agricultura orgânica no Brasil. Além dos avanços legislativos, há algumas políticas públicas voltadas para fomentar o setor de orgânico no tocante a produção e comercialização. Todavia, percebe-se que mesmo com todos os avanços, o Brasil, ainda precisa fazer muito para melhorar compatibilidade do setor de orgânicos. Dentre essas necessidades está o investimento em pesquisa e tecnologias que atendam os princípios basilares da agricultura orgânica, visto que, as tecnologias de produção existentes, quase todas pensada numa perspectiva de produção convencional, isso torna inviável usar esses implementos agrícolas com uma mentalidade de produção orgânica. Palavras-chave: Legislação; Agricultura Orgânica; Meio Ambiente; Brasil. INTRODUÇÃO Este presente trabalho se propõe refletir sobre a agricultura orgânica na perspectiva legislativa e ambiental. Mas, o que é agricultura orgânica? De modo direto e prático a agricultura orgânica é compreendida como um modelo de produção agrícola não convencional, ou seja, não usa em seu processo de produção elementos indispensáveis para produção na agricultura convencional, tais como: os agroquímicos. Ao serem analisados os pré-requisitos que caracterizam os produtos orgânicos. Percebe- se que a agricultura orgânica tratada como algo inovador na ceara da agricultura justa e sustentável pode ser compreendido como um modo mais refinado da prática de produção agrícola que antecedeu a revolução verde e que por muito tempo foi visto como algo obsoleto. Concordando com Landau et al. (2019, p. 01) que mencionam: “A agricultura orgânica é praticada desde os primórdios da domesticação de espécies vegetais, tendo como fim a sobrevivência humana”.
  • 16. ISBN 978-65-5941-592-2 16 Sobre essa questão, é importante mencionar que, em todo o período que o mundo aplaudia sem ressalva o sistema agrícola convencional, muitas das unidades familiares agrícolas sem apoio financeiro continuavam promovendo a agricultura de forma tradicional, hoje conhecida como agricultura orgânica. A persistência desses pequenos agricultores possibilitou que a pratica sustentável de produção agrícola resiste ao apogeu da agricultura convencional e deixasse aguçada na mente de algumas pessoas a possibilidade de obtenção de alimento saudável. Com o advindo da revolução verde e todos seus aparatos tecnológicos a prática agrícola tradicional passou a ser visto como algo obsoleto. Porém, com os malefícios a saúde humana provenientes dos resíduos tóxicos dos alimentos agrícolas produzidos no sistema convencional. Atualmente, há um nítido esforço no sentido de incentivar a agricultura orgânica no Brasil. Para isso, foi criado alguns instrumentos jurídicos que estabelece e fomenta a boa prática da agricultura orgânica no território brasileiro, a exemplo da Lei nº 10.831/2003, que dispõe sobrea agricultura orgânica no referido país e outros instrumentos jurídicos que serão especificados posteriormente. Numa perspectiva histórica, somente no final da década de 1970 a questão da agricultura orgânica passou a ser discutida no Brasil. Contudo, somente em 2003, com a criação da lei acima supracitada a questão dos orgânicos entrou no campo regulatório no território brasileiro. Ressalta-se que, a agricultura orgânica traz em seu bojo uma serie de técnicas e pré- requisitos que devem serem obedecidos. Conforme Penteado (2001, p. 16): “As técnicas para a produção orgânica envolvem práticas que favoreçam o equilíbrio entre o solo, as condições climáticas e a planta”. Nesse caso, os fatores edafoclimáticos devem serem explorados de forma racional, considerando as características físicas do meio ambiente, sobretudo no planejamento. Moura et al. (2021, p. 01) destacam que: “A agricultura orgânica representa uma forma sistêmica de administração da produção que fomenta e melhoria na saúde dos agroecossistemas, na qualidade de vida dos produtores e principalmente a segurança alimentar dos consumidores”. Percebe-se que, o sistema orgânico de produção difere diametralmente do sistema convencional, pois, enquanto o sistema convencional tem como característica produzir e produzir, o sistema orgânico se preocupa em produzir com responsabilidade ambiental e social. METODOLOGIA Para entender a dinâmica da agricultura orgânica no Brasil no tocante a legislação e sustentabilidade ambiental, foi realizado uma leitura sistemática de leis e artigos que fazem abordagem sobre o referido tema, sobretudo no território nacional. Como o cerne desse estudo foi compreender a agricultura orgânica na perspectiva regulatória e ambiental. Durante o processo de levantamento de dados foi dado ênfase aos sites oficiais dos órgãos da esfera federal que tem ligação direta com a agricultura orgânica, as buscas tiveram como foco; a legislação, pesquisa e execução das políticas públicas. Este estudo foi subsidiado pelo método de pesquisa documental. Em conformidade com Lakatos e Marconi (2003) a fonte documental usada para subsidiar uma pesquisa é bem diversificada, indo desde fontes escritas ou não, de fontes primárias ou secundárias, recentes ou antiga. Ou seja, a várias instâncias de possibilidades para se obter dados na pesquisa documental. A revisão de literatura visou materiais literários e jurídicos que tratam sobre agricultura orgânica num contexto sustentabilidade ambiental e arcabouço legislativo no Brasil. O procedimento para levantamento de dados e informações para subsidiar este trabalho foi feito em site oficiais, a saber: câmara dos deputados, EMBRAPA e MAPA. Neste processo foi necessário utilização de algumas ferramentas tecnológicas, tais como: smartfone, computador e internet.
  • 17. ISBN 978-65-5941-592-2 17 A seleção dos dados sucedeu a uma leitura e interpretação de cada artigo e legislação referente a agricultura orgânica. Durante essa etapa alguns dos dados e artigos que a priori foi selecionado foram descartados e outros foram incluídos no arquivo da pesquisa. A análise e sistematização dos dados coletados no percurso da referida pesquisa se deu numa perspectiva quantitativa e qualitativa. A apuração dos dados sucedeu a uma leitura e interpretação de cada artigo e legislação referente a agricultura orgânica. No transcorrer da análise foi possível constatar a importância da agricultura orgânica para sustentabilidade ambiental e que há no Brasil um importante acervo de legislação que trata sobre o tema em questão. Os dados coletados, analisados e sistematizados estão expressos em forma textual, figuras, fotos e quadros. Durante a revisão literária foi detectado que a maior parte das unidades de produção orgânica está nas unidades produtivas familiar. Diante disso, e como forma de aguçamento da ideia sobre a temática ora proposta foi feito uma visita a uma pequena área de cultivo familiar de hortaliças orgânicas, no município de Viana-Ma. Cabe destacar que a unidade não é certificada como produtora de produto orgânico. Porém, foi possível perceber vários elementos contidos no processo de produção orgânico, a exemplo de: composto orgânico resultante da decomposição de resto de vegetais proveniente de capinas manuais. RESULTADOS E DISCUSSÃO A abordagem e a socialização dos conhecimentos sobre a agricultura orgânica são oportunas, visto a decadência conceitual do sistema convencional de produção agrícola no Brasil. A discussão em torno dessa temática no Brasil, vem desde 1970, contudo, somente em 2003 foi aprovação da Lei nº 10.831/2003 (Brasil, 2003), iniciando a regulamentação da produção orgânica no território brasileiro. É fundamental pontuar que, a legislação brasileira, estabelece característica para o produto orgânico. Art. 2º da lei supracitada, menciona que: “Considera-se produto da agricultura orgânica ou produto orgânico, seja ele in natura ou processado, aquele obtido em sistema orgânico de produção agropecuário ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local”. Nessa perspectiva, é válido destacar os dados do MAPA (2021) que quantifica 24.608 produtores orgânicos cadastrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Foto 1- Cultivo de couve orgânico. Viana-MA. Fonte: Autor, 2021. Foto 2- Composto orgânico.
  • 18. ISBN 978-65-5941-592-2 18 Fonte: Autor, 2021. A Lei 10.831/2003 (Brasil,2003), trata das especificidades da agricultura orgânica e concomitantemente trata da sustentabilidade ambiental, da soberania alimentar e da saúde humana. Quadro 01 – Finalidades do sistema de produção orgânico. Legislação Saúde Meio ambiente Lei nº 10.831/2003 Art. 1º. § 1º. I – A oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais; II – A preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção; VI – A reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis; Fonte: Elaborado pelo autor. Ressalta-se que, a comercialização do produto orgânico tem regra especifica. Art. 3º da lei acima supracitada, determina que a comercialização de produto orgânico para terceiro, ou seja, para supermercado e etc. está condicionada a certificação do produto. Todavia, o § 1º do artigo supramencionado, abre a seguinte exceção. No caso da comercialização direta aos consumidores, por parte dos agricultores familiares, inseridos em processos próprios de organização e controle social, previamente cadastrados junto ao órgão fiscalizador, a certificação será facultativa, uma vez assegurada aos consumidores e ao órgão fiscalizador a rastreabilidade do produto e o livre acesso aos locais de produção ou processamento (BRASIL, 2003). Quando 2- Outras legislações sobre a agricultura orgânica no Brasil. Itens Legislações Descrição Decreto Nº 6.323/2007 Regulamenta a Lei nº 10.831/2003 Nº 7.794/2012 A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica Nº 50/2009 Selo único oficial dos orgânicos Nº 18/2009 Processamento, armazenamento e transportes
  • 19. ISBN 978-65-5941-592-2 19 Instrução Nº 38/2011 Sementes e mudas orgânicas normativa Nº 52/2021 Substâncias e práticas para uso nos Sistemas Orgânicos de Produção. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Para fomentar a agricultura orgânica no Brasil, foram criadas algumas políticas voltadas para os orgânicos, a exemplo da PNAPO, o CNPO, compras institucionais (Programa de Aquisição de Alimento - PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Mesmo diante dos avanços acima mencionados, o Brasil ainda precisa avançar na ceara dos orgânicos. Pois, a área destinada para o cultivo orgânico ainda está muito aquém. Figura 1- Área destinada a agricultura orgânica Fonte: Página Rural, 2019. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto na sistematização deste conhecimento, é nítido os avanços na legislação sobre a agricultura orgânica no Brasil e que, o arcabouço legislativo sempre trata de produção orgânica e preservação do meio ambiente de forma concomitante. Constatando-se que desde de 2003, quando da aprovação da Lei 10.831/2003 conhecida como lei da agricultura orgânica, já foi criado outros instrumentos jurídicos para regulamentar os estágios da produção orgânica, tais como; prática de cultivo e manejo, armazenamento, transportes, selo orgânico oficial, sementes e mudas orgânica, dentre outros. Mesmo diante dos avanços constatado, percebe-se a necessidade de um esforço coletivo, entres: produtores, Estado, entidades correlatas. Isso é relevante para que sejam criados mecanismos que torne o produto orgânico competitivo no mercado, assim como torná-los mais acessíveis aos consumidores. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. Disponível em; <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm>. Acessado em: 10 de outubro de 2021.
  • 20. ISBN 978-65-5941-592-2 20 LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de metodologia cientifica. Disponível em; <http://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia- i/historia-ii/china-e-india/view>. Acessado em: 13 de outubro de 2021. LANDAU, E. C.; SILVA, G. A. da; MATRANGOLO, W. J; PEDROSA, M. W. Variação Geográfica do Uso de Agricultura Orgânica. Disponível em; <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/214963/1/Cap53- AgriculturaOrganica.pdf>. Acessado em: 13 de outubro de 2021. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Regularização da produção orgânica. Disponível em; <https://www.gov.br/agricultura/pt br/assuntos/sustentabilidade/organicos/regularizacao-da-producao-organica>. Acessado em: 12 de outubro de 2021. MOURA, D. A.; SOARES, J. P. G.; REIS, S. A; FARIAS, L. F. Agricultura orgânica: impactos ambientais, sociais, econômicos e na saúde humana. Disponível em; <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/225668/1/Agricultura-organica- impactos-ambientais-sociais-Joao-Paulo.pdf> Acessado em: 13 de outubro de 2021. PAGINARURAL. DF: mercado brasileiro de orgânicos fatura R$ 4 bilhões, diz Mapa. Disponível em; < https://www.paginarural.com.br/noticia/266637/mercado-brasileiro-de- organicos-fatura-r-4-bilhoes-diz-mapa > Acessado em: 13 de outubro de 2021. PENTEADO, Silvio Roberto. Agricultura orgânica. Disponível em; <https://www.esalq.usp.br/biblioteca/sites/default/files/publicacoes-a venda/pdf/SPR%20Agricultura%20Organica.pdf>. Acessado em; 09 de outubro de 2021.
  • 21. ISBN 978-65-5941-592-2 21 ANALFABETISMO DIGITAL: desafios do ser docente em tempos de pandemia. Sarah Lorena Silva SANTOS1 , Talessa Viegas ARAUJO1 , Samara Alves CORREA1 , Maria de Jesus Câmara MINEIRO2 . 1 - Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro; sara.lorenasilva32@gmail.com.br*; 2 - Docente do Curso de Ciências Biológicas – UEMA Campus Pinheiro (Orientadora). RESUMO Com o passar dos anos percebe-se cada vez mais a presença da tecnologia nas atividades humanas, na sala de aula não é diferente, em tempos anteriores os docentes utilizavam como ferramenta de ensino um giz e um quadro, hoje utiliza-se diversas ferramentas tecnológicas que auxiliem no ensino, podemos perceber tal dependência pela tecnologia no momento pandêmico atual em que estamos vivendo, onde precisou-se haver uma adaptação no modo de ensinar e no modo de aprender, saindo do presencial e migrando para o ensino remoto, porém, percebe-se que diversos docentes não conseguiram ou tiveram grandes dificuldades em adaptar-se às ferramentas tecnológicas propostas, caracterizando assim como havendo a presença de um alto índice de analfabetismo digital entre esses profissionais. Diante disso, o principal objetivo deste trabalho foi analisar o quantitativo de educadores que possuem dificuldades no manuseio de ferramentas digitais utilizadas para o ensino durante a pandemia, utilizando como metodologiao embasamento teórico e a elaboração de um questionário com perguntas fechadas. A partir da aplicação e coleta dos dados, percebeu-se que grande maioria dos participantes estão lecionando de maneira remota e que os mesmos possuem dificuldades com a utilização desses recursos, caracterizando assim como havendo a presença de analfabetismo digital entre esses profissionais, necessitando assim que sejam elaborados materiais formativos para esses docentes, para que auxiliem esses profissionais não só no momento atual, como também em sua carreira profissional além de favorecer a redução no índice de analfabetismo digital. Palavras-chave: Educação; Ensino; Tecnologia. INTRODUÇÃO É perceptível que grande parte dos docentes apresentam dificuldades com o manuseamento de plataformas digitais para a realização de aulas síncronas remotamente, principalmente no momento atual em que estamos vivendo onde a pandemia acelerou a transformação digital nas instituições de ensino, transparecendo assim, a falta de habilidade de muitos profissionais para utilizar esses recursos tecnológicos. O âmbito educacional precisou se reinventar e, sobretudo, se adaptar completamente a essa rotina que modificou a vida de professores, alunos, gestores, famílias e toda comunidade escolar (VITOR, 2020). A necessidade do uso de mecanismos digitais na educação mediante ao momento vivenciado, é de extrema importância, uma vez que priorizar a recuperação da educação é essencial para evitar uma catástrofe geracional (UNESCO, 2020). A adaptação ao meio tecnológico mostrou grande carência sobre a educação digital. O analfabetismo digital é uma realidade no Brasil, que dificulta imensamente o processo de ensino-aprendizagem entre professor e aluno durante a pandemia e ensino remoto. Corroborando com a fala de Augusto e Porto (2020), quando argumentam que o uso do recurso
  • 22. ISBN 978-65-5941-592-2 22 digital é incontestável, aplicando as tecnologias na educação, constrói-se também um processo de inclusão social. Pensando nesta problemática, exibiremos estratégias para o docente aprendere utilizar com mais facilidade e explorar ferramentas, de forma que sirva como um auxílio para conseguir suprir suas necessidades como educador, servindo também como metodologia dinâmica para o processo de aprendizagem dos alunos, uma vez que 11,3% dos estudantes não possuem autonomia para acompanhamento de aulas remotas (GESTRADO, 2020), tornando- se evidente a desmotivação dos alunos em relação ao novo mecanismo de aprendizagem. Diante disso, o principal objetivo deste trabalho é analisar as dificuldades enfrentadas pelos docentes quanto a utilização de ferramentas digitais no ensino. METODOLOGIA O trabalho deu-se a partir da pesquisa produzida pelos discentes do Curso de Ciências Biológicas- Licenciatura da Universidade Estadual do Maranhão-Campus Pinheiro, sendo elaborada de forma básica através da realização do levantamento de dados bibliográficos dos seguintes autores: GESTRADO, 2020; NOVA ESCOLA, 2020; com a elaboração de um questionário com 7 (sete) perguntas curtas e fechadas relacionadas ao apontamento das facilidades e dificuldades vivenciadas pelos professores entrevistados durante o momento pandêmico atual na utilização de plataformas digitais, tais como: Canva, PowerPoint, Google Meet, Google Classroom, Microsoft Teams, Zoom e entre outras que são utilizadas tanto para o ensino-aprendizagem como também para a produção de conteúdos que auxiliem no processode ministração do conteúdo, principalmente em tempos de pandemia, realizou-se também a aplicação do questionário através da plataforma Google Forms que posteriormente foi divulgada através do link de acesso ao formulário sendo direcionado para 18 (dezoito) docentes da baixada Maranhense responderem, fazendo assim com que seja perceptível descobrir se há presença do analfabetismo tecnológico em docentes, uma vez que o período de pandemia não deu o tempo necessário para os docentes se prepararem para a nova jornada profissional e consequentemente não terem familiaridade com as ferramentas e recursos tecnológicos capazes de melhorar a qualidade de ensino diante da situação enfrentada. Sendo assim, os dados coletados corroboram com GESTRADO, 2020 sobre a importância do fornecimento de recursos tecnológicos para acessibilidade as aulas remotas, como também a realização de capacitações para esses profissionais, diminuindo assim o analfabetismo tecnológico, uma vez que de acordo com a NOVA ESCOLA, 2020 a adaptação a esse novo formato de ensino apresenta um baixo retorno pelo alunos, para que esse déficit diminua é necessário que os docentes estejam capacitados para que assim possam auxiliar seusalunos no manuseio dessas ferramentas digitais. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir das perguntas realizadas no formulário, das 18 (dezoito) respostas coletadas obteve-se os seguintes resultados:
  • 23. ISBN 978-65-5941-592-2 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante os dados coletados observou-se que os docentes entrevistados pela pesquisa apresentam grande dificuldade na utilização de ferramentas digitais tais como: Google meet; Teams, Google sala de aula e Canva na realização do ensino remoto e que as dificuldades aqui citadas estão apresentado um, maior reflexo no momento pandêmico atual em que estamos vivendo, uma vez que esses profissionais precisam ter um maior contato com essas ferramentas, necessitando assim que sejam desenvolvidas atividades voltadas à educação digital no atual momento em que estamos vivendo para que assim os docentes deem continuidade ao seu processo de ensino de maneira dinâmica e eficaz. REFERÊNCIAS AUGUSTO, Bruna Caroline; PORTO, Humberta Gomes Machado. BARREIRAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE: vencendo o analfabetismo digital por meio de jogos digitais. Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, 24 nov. 2020. Disponível em: http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/1357. Acesso em: 29 jun. 2021. GESTRADO. Trabalho docente em tempos de pandemia – relatório técnico. GESTRADO/UFMG, 2020. Disponível em: https://www.uncme.org.br/Gerenciador/kcfinder/upload/files/cnte_relatorio_da_pesquisa_covi d_gestrado_v02.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021. NOVA ESCOLA. A situação dos professores no Brasil durante a pandemia. Nova escola. 2020. Disponível em: https://nova-escola- producao.s3.amazonaws.com/MEWKNnJz3TJ8kKd7UhRpCuVcR95vP4VAEk83JtQSe4cfer z85NnUvehrccET/ne-pesquisa-professor-final-1.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021. PALUDO, Elias. OS DESAFIOS DA DOCÊNCIA EM TEMPOS DE PANDEMIA. Desafios, Pandemia , [S. l.], p. 10/10, 20 ago. 2020. DOI https://doi.org/10.5007/1806- 5023.2020v17n2p441. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/1806-5023.2020v17n2p44/44232. Acesso em: 30 jun. 2020. RESES, G. D. L. N. Didática e Avaliação no Ensino de Ciências Biológicas. Indaial: Centro Universitário Leonardo da Vinci I, 2010. UNESCO – UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION. Educação: da interrupção à recuperação. 2020. Disponível em: https://pt.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 29 jun. 2021.
  • 24. ISBN 978-65-5941-592-2 24 VITOR, Alice Correia Gonçalves et al. Análise das principais dificuldades enfrentadas pelos professores quanto ao ensino de ciências da natureza em meio a pandemia do covid-19. Anais VII CONEDU - Edição Online. Campina Grande: Realize Editora, 2020. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/67942>. Acesso em: 29 jun. 2021.
  • 25. ISBN 978-65-5941-592-2 25 ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS DO PROJETO TELÁRIS DO FUNDAMENTAL II COMO MEDIDA AUXILIADORA NA FORMAÇÃO DE DISCENTES, COM ENFOQUE NO CAPÍTULO 3. Ronaldo Abreu PIMENTA1 , Wilma Brito RAMOS1 , Marianne Ribeiro DIAS1 , Luane Soares OLIVEIRA1 , Laís Gabriely Araújo GARCIA¹, Rafaella Cristine de SOUZA2 . 1- Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro; ronaldoabreu3456@gmail.com; 2- Professora (Orientadora) - Centro de Estudo Superiores de Pinheiro- CESPI/ UEMA. RESUMO Neste trabalho observamos que o livro didático (LD) é um instrumento importante para o ensino formal e apesar de não ser o único material que possa ser utilizado em sala de aula, é uma ferramenta decisiva para a qualidade do aprendizado advindo do ambiente escolar (LAJOLO, 1996). Entende-se então que o livro é uma ferramenta de ensino muito importante para os alunos, principalmente por ser de fácil acessibilidade e usabilidade, e também para os professores, pois possuem atividades que auxiliam em sua aula. O objetivo, portanto, é analisara importância do livro didático, assim como suas unidades de leitura, especificamente o capítulo3, que se faz ainda mais necessário para o aperfeiçoamento das práticas metodológicas no ensino fundamental. Durante o desenvolvimento do trabalho os acadêmicos fizeram uma análise da primeira unidade de leitura do livro, especificamente o capítulo 3°, onde observaram as ilustrações, tipografia, conteúdo, e também o título do capítulo. Por fim conclui-se que a análise de livros didáticos apresenta resultados muito satisfatórios, pois o professor poderá atingir os objetivos em sala de aula com mais precisão, visto que após a análise o mesmo poderáobservar se o livro está de acordo com a realidade dos alunos, se a linguagem é clara, se há falhas no texto e entre outros. Palavras-chave: Docente; Aprendizado; Atividade; Evolução. INTRODUÇÃO O livro didático (LD) é um instrumento importante para o ensino formal e apesar de não ser o único material que possa ser utilizado em sala de aula, é uma ferramenta decisiva paraa qualidade do aprendizado advindo do ambiente escolar (LAJOLO, 1996). Logo, esta ferramenta pedagógica é de suma importância para o aluno, devido a sua acessibilidade e disponibilidade, e para o docente, no auxílio de suas atividades. Para isso o docente deve possuir afinidade com o livro no intuito de mostrar aos alunoso domínio do conteúdo, provendo segurança no assunto a ser lecionado na sala de aula, para isso logo, analisá-lo é essencial para reconhecer suas insuficiências e subsidiar novas práticas pedagógicas voltadas ao desenvolvimento e ao exercício de uma postura crítica. Dessa forma, espera-se que o conteúdo a ser ministrado seja previamente analisado e receba um novo delineamento para que sua abordagem não seja simplista e reducionista, tampouco restrita ao LD. De acordo com Lajolo (1996), por mais que o LD seja excelente, ele não é melhor queo professor que conhece a individualidade da classe e sabe qual conteúdo retrata melhor a
  • 26. ISBN 978-65-5941-592-2 26 realidade de seus alunos. Logo, o professor é o construtor de suas práticas em sala de aula, cabea ele utilizar outros recursos ou estratégias pedagógicas de maneira a complementar ou superartais insuficiências. Entretanto, é sabido que para que isso ocorra o professor deve ter em sua formação inicial elementos que propiciem uma leitura criteriosa do LD. Ainda assim, mesmo quando aprovados pelo PNLD, os LDs apresentam insuficiências e equívocos, sobretudo conceituais (AZEVEDO, 2005) que podem comprometer o trabalho docente. O conhecimento escolar presente no LD tornou-se objeto de estudo e discussão devido à centralidade ocupada no processo de ensino-aprendizagem e a possíveis contribuições para o trabalho docente, tanto na sua escolha como no seu uso em sala de aula. Tendo em vista a importância do livro didático,o real objetivo do trabalho que é analisar a importância do livro didático, assim também comosuas unidades de leitura, especificamente o capítulo 3, que se faz ainda mais necessário para o aperfeiçoamento das práticas metodológicas no ensino fundamental. METODOLOGIA O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância do livro de didático como medida auxiliadora na formação de discentes, e também a análise de sua primeira unidade de leitura especificamente o capítulo 3. A pesquisa realizada enfatizou a utilização desse recurso didático, servindo como uma importante ferramenta de auxílio para a ação do professor. Primeiramente este trabalho foi idealizado por acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão com a orientação da Professora Rafaela Souza com o intuito de ser submetido ao 2° Simpósio de Biologia Pinheirense. Segundamente,o livro escolhido foi do Projeto Teláris de Fernando Gewandsznader, et al. (FIGURA 1), do componente curricular de ciências do 9° ano do ensino fundamental; editora: ática; São Paulo, 2018. Durante a análise foi utilizado alguns critérios, entre eles estão, conteúdo, linguagem, imagens e exercícios. O livro escolhido também se encontra nas plataformas digitais grátis em formato PDF,o que o torna acessível a toda comunidade estudantil, visando o maior número de acessos possíveis. Figura 1: Capa do livro Projeto Teláris (Ciências 9° ano).
  • 27. ISBN 978-65-5941-592-2 27 Fonte: Autores, 2021 Em outro momento foi feita a análise pelos acadêmicos da primeira unidade de leiturado livro, especificamente o capítulo 3°, onde foram observados as ilustrações, tipografia, conteúdo, e assim também como o título do capítulo que trata das primeiras ideias evolucionistas que irá nos remeter sobre as principais teorias evolucionistas como Darwinismoe Lamarckismo. Tendo em vista todo esse processo de escolha, análise, e resultados obtidos sefaz necessário a construção deste trabalho para uma maior compreensão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Seguindo os critérios de análise do livro de ciências do 9° ano, Cap. 3. com o título “As primeiras ideias evolucionistas”, no que se refere a “conteúdo” observou-se que o assunto é exposto de maneira resumida pelo autor, entretanto os principais pontos do conteúdo são abordados pelo mesmo. Constatou-se que o livro abrange temas mais “complexos”, especialmente por preparem os alunos para os conteúdos do ensino médio (EM), já que os mesmos estão em fase de transição, embora seja exposto assuntos mais complexos, o livro apresenta uma linguagem clara e resumida, expõe textos leves e de fácil compreensão para professores e principalmente para os alunos podendo chegar a um nível de entendimento mais rápido e preciso. No livro é notório caixas com especificações de termos/conceitos (FIGURA 2), conteúdos que foram vistos anteriormente e que são apresentados em livros da mesma coleção em anos anteriores. Além disso, possui caixas com o título “Para saber mais” (FIGURA 3), onde é mostrado pesquisas complementares, a caixa “Mundo virtual” (FIGURA 4) disponibiliza links podendo ser acessado pelos alunos deixando a aprendizagem mais dinâmica, entretanto as novas versões dos livros poderiam fazer uso do QR Code, pois facilita o acesso às pesquisas complementares. No que concerne às imagens foi possível visualizar que são de excelente qualidade e são correlacionadas ao conteúdo, o que facilita o processo de ensino aprendizagem, uma vez que os recursos visuais prendem a atenção do aluno e deixa o livro mais atrativo. Ao final do capítulo percebe-se que os exercícios são coerentes com o que estava sendo exposto e através deste pode-se analisar o que o aluno aprendeu. Ao final do projeto foi possível verificar que o livro apresenta estrutura, linguagem, imagens e exercícios coerentes que facilitam no repasse de conteúdo feito pelo professor aos alunos. Figura 2: Explicando Termos.
  • 28. ISBN 978-65-5941-592-2 28 Figura 3: Para saber mais, " curiosidade". Fonte: Autores, 2021. Figura 4: Caixa com Links de acessos, mundo virtual. Fonte: Autores, 2021. CONCLUSÃO Ao final concluiu-se que a análise de livros didáticos é de suma importância para os docentes, pois a escolha do livro para a ministração de conteúdos em sala de aula deve primeiramente analisar os critérios desejados, objetivos, a realidade escolar e entre outros fatores. Tendo como base o fácil acesso aos livros didático essa ferramenta se torna ainda mais importante porque promove a igualdade entre os discentes, ainda sim é possível notar a riqueza de conhecimento no capítulo 3 do livro de ciências do 9° ano, onde dá ênfase às primeiras ideias evolucionistas e suas contradições entre as principais teorias. Por fim ressalta-se que os objetivos propostos do mesmo foram alcançados, e ainda recomendamos o uso deste livro na formação de discentes.
  • 29. ISBN 978-65-5941-592-2 29 REFERÊNCIAS AZEVEDO, EM de. Livro didático: uma abordagem histórica e reflexões a respeito de seu uso em sala de aula. Cadernos da FUCAMP, v. 4, n. 4, p. 1-14, 2005. GEWANDSZNAJDER, Fernando, Projeto Teláris, Ciências, 9⁰ano: Ensino fundamental, Anos finais, / Fernando Gewandsznader, Helena Pacca. 3. ed. São Paulo: Ática, 2018. LAJOLO; Marisa, LIVRO DIDÁTICO: um (quase) manual de usuário Em Aberto, Brasília, ano 16, n.69, jan./mar. 1996.
  • 30. ISBN 978-65-5941-592-2 30 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE NASCENTES NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO CLARO/PR Paulo Favaro PECIOLI1 ; Carolina da Silva SOUZA-GESSNER2 . 1- Discente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO. 2- Docente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos-UNIFIO. RESUMO A exploração inadequada dos recursos naturais de forma desordenada, têm promovido inúmeros problemas ambientais, sobretudo em áreas de nascentes. Para a recuperação dessas áreas há a necessidade de se realizar um estudo in loco, a fim de identificar o tipo de impacto causado naquele local para que se obtenha a eficácia esperada do projeto de recuperação. A análise macroscópica possibilita identificar o estado de conservação do ambiente onde está situada uma nascente, e por meio dos resultados obtidos na observação é possível identificar as causas e possíveis consequências que a degradação pode ocasionar em tal ambiente. O presente estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico do estado de conservação ambiental em três nascentes, para subsidiar a elaboração de um plano de recuperação e mitigação dos possíveis impactos ambientais. As nascentes avaliadas neste estudo estão inseridas em três propriedades rurais (Sítio São Bento, Fazenda Itaguaçu e Chácara São Jorge) localizadas no município de Ribeirão Claro-PR. A coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2021. Foi elaboradaa caracterização ambiental das nascentes, através da avaliação de 14 parâmetros macroscópicos.Os impactos ambientais encontrados neste estudo são comumente relatados por vários autores, o que revela o descaso com esse recurso de vital importância. A metodologia IIAN provara-se eficaz na classificação do estado de conservação das nascentes avaliadas que pode favorecer o planejamento para que sejam retomados o equilíbrio e as funções ecológicas dessas áreas. Palavras-chave: Recuperação; Impactos; Ambientais; Recursos; Naturais. INTRODUÇÃO A exploração inadequada dos recursos naturais de forma cada vez mais desordenada, através das atividades antrópicas têm promovido inúmeros problemas ambientais, sobretudo em áreas de nascentes (SANTOS et al., 2021). As nascentes têm um papel fundamental na dinâmica hidrológica das bacias hidrográficas, no entanto elas são de fácil alteração. Daí a importância de se promover estudos para o conhecimento do estado de conservação e grau de degradação das nascentes, buscando oferecer estas informações aos gestores públicos, para que assim possam ser criadas medidas protetoras e desenvolvidas ações de políticas públicas, atuando com enfoque na preservação das nascentes (CUNHA, 2020). Para a execução da recuperação de uma área degradada há a necessidade de se realizar estudo in loco, a fim de identificar o tipo de impacto causado naquele local para que se obtenha eficácia esperada do projeto de recuperação (BUENO, 2021). Vários autores como Pecioli et al. (2019) consideram o Índice de Impacto Ambiental em Nascentes (IIAN), uma metodologia de simples de fácil aplicação e utilização, que pode ser empregada como uma ferramenta rápida, capaz de orientar e auxiliar nos estudos e pesquisas voltados à recuperação e proteção de nascentes.
  • 31. ISBN 978-65-5941-592-2 31 Através da observação de parâmetros (cor da água; odor; lixo ao redor; materiais flutuantes; espumas; óleos; esgoto; vegetação; uso por animais; uso por humanos; proteção do local; proximidade com edificações e tipo de área de inserção) contidos na análise macroscópica possibilitam identificar o estado de conservação do ambiente onde está situada uma nascente,e por meio dos resultados obtidos na observação é possível identificar as causas e possíveis consequências que a degradação pode ocasionar em tal ambiente (RESENDE et al., 2019). Contudo, considerando a importância da conservação de nascentes e o papel fundamental que elas exercem na formação e manutenção dos recursos hídricos, o presente estudo tem como objetivo realizar um diagnóstico do estado de conservação ambiental de nascentes localizadas na zona rural do município de Ribeirão Claro-PR, para que, a partir deste seja possível elaborar um plano de recuperação e mitigação dos impactos ambientais encontrados. METODOLOGIA Descrição da área de estudo As nascentes avaliadas neste estudo estão inseridas em três propriedades rurais (Sítio São Bento, Fazenda Itaguaçu e Chácara São Jorge) localizadas no município de Ribeirão Claro- PR, este município está situado sob as coordenadas geográficas 23º11'38" S; 49º45'287" W, a uma altitude de 690 metros. O clima do município segundo a classificação de Koppen, é subtropical úmido mesotérmico – Cfa, com verões quentes, com temperatura média superior a 22ºC, e com tendência de concentração de chuvas. Invernos com geadas pouco frequentes, com temperatura média inferior a 18ºC, sem estação seca definida (RIBEIRÃO CLARO, 2021). Figura 1 – Localização das nascentes. Fonte: GOOGLE EARTH, 2021. Tabela 1 – Coordenadas geográficas das nascentes. Coordenadas geográficas das nascentes. Nascentes Latitude (S) Longitude (W) N01 -23.19135105, -49.70825583 N02 -23.19801359, -49.71356073 N03 -23.18025347, -49.74636180 Fonte: AUTORES, 2021.
  • 32. ISBN 978-65-5941-592-2 32 Figura 2 – Nascente N01, localizada no Sítio São Bento. Fonte: AUTORES, 2021. Figura 3 – Nascente N02, localizada na Fazenda Itaguaçu. Fonte: AUTORES, 2021. Figura 4 – Nascente N03, localizada na Chácara São Jorge. Fonte: AUTORES, 2021.
  • 33. ISBN 978-65-5941-592-2 33 Avaliação Macroscópica A coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2021. Foi elaborada a caracterização ambiental das nascentes, através da avaliação de 14 parâmetros macroscópicos foi adaptada a metodologia do Índice do Impacto Ambiental em Nascentes – IIAN, proposta por Gomes et al. (2005). Que confere uma nota que varia de um a três, 1 para o cenário de pior conservação e 3 para o cenário de melhor conservação (Tabela 2). Tabela 2 - Quantificação dos parâmetros macroscópicos Parâmetros Peso 1 Peso 2 Peso 3 Cor da água Escura Clara Transparente Odor Cheiro forte Cheiro fraco Sem cheiro Material flutuante Muito Pouco Sem material Espuma Muita Pouca Sem espuma Óleo Muito Pouco Sem óleos Esgoto Esgoto doméstico Fluxo superficial Sem esgoto Resíduos Sólidos Muito Pouco Ausente Vegetação Alta degradação Baixa degradação Preservada Uso por animais Presença Apenas marcas Não detectado Uso por humanos Presença Apenas marcas Não detectado Proteção do local Sem proteção Com proteção, (mas com acesso) Com proteção, (massem acesso) Prox. de estradas Menos de 50 metros Entre 50 e 100m Mais de 100 metros Prox. de construções Menos de 50 metros Entre 50 e 100m Mais de 100 metros Área de inserção Ausente Propriedade privada Áreas protegidas Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2005). Para determinar o índice de Impacto ambiental as nascentes foram distribuídas em classes de acordo com grau preservação (Tabela 3) onde a pontuação final é igual ao somatório do valor atribuído a cada parâmetro observado à campo. Tabela 3 - Classificação de conservação das nascentes. Classe Grau de preservação Pontuação Final* Ótima Entre 40 a 42 pontos Boa Entre 37 a 39 pontos Razoável Entre 34 a 36 pontos Ruim Entre 31 a 33 pontos E Péssima Abaixo dos 31 pontos (*) Notas para os 14 parâmetros observados (através da somatória dos pontos obtidos na quantificação da análise macroscópica). Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2005). RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 4 apresenta os resultados obtidos com a aplicação do IIAN. Tabela 4 - Pontuação do IIAN e o grau de conservação das nascentes. Parâmetros macroscópicos N01 N02 N03 Cor da água 3 3 3 Odor 3 3 3 Material flutuante 3 3 3
  • 34. ISBN 978-65-5941-592-2 34 Espuma 3 3 3 Óleo 3 3 3 Esgoto 3 3 3 Resíduos sólidos 2 3 2 Vegetação (preservação) 1 1 1 Uso por animais 3 2 2 Uso por humanos 1 3 1 Proteção do local 1 1 2 Proximidade de estradas 1 2 3 Proximidades de construções 1 3 3 Tipos da área de inserção 2 2 2 Pontuação total 30 35 34 Grau de conservação P Rz Rz Grau de conservação: (O) - Ótima; (B) - Boa; (Rz) - Razoável; (R) - Ruim; (P) -Péssima. Fonte: adaptado de Gomes et al. (2005). Nascente N01 - Sítio São Bento A água apresentou coloração transparente, não foi detectado odor, materiais flutuantes, óleos, espumas ou esgoto, mas foi observada a presença de resíduos sólidos (mangueiras plásticas e baldes). A vegetação no entorno, apresenta alta degradação com presença de vegetação exótica principalmente gramíneas. Não foi observada a presença de animais. A nascente é utilizada por humanos para uso doméstico através de um sistema simples de captação por gravidade. O local é parcialmente cercado o que não oferece proteção alguma contra a degradação. Outro fator importante que contribui para a degradação é o fato desta nascente estar localizada a menos de 50 metros de estradas e construções. Nascente N02 – Fazenda Itaguaçu A água apresentou coloração transparente, sem odor, materiais flutuantes, óleos, espumas, esgoto ou resíduos sólidos. A vegetação no entorno, apresenta alto nível de degradação, com a presença de vegetação exótica principalmente gramíneas. Foi observada a presença de animais (bovinos) por meio de pegadas e fezes. Não é utilizada por humanos. O local não está cercado, portanto o gado tem livre acesso a nascente o que pode promover o pisoteio, a compactação do solo e a contaminação da água por meio das fezes dos animais. Esta nascente está localizada a menos de 100 metros de estradas, e sem presença de construções. Nascente N03 – Chácara São Jorge A água apresentou coloração transparente, sem odor, materiais flutuantes, óleos, espumas ou esgoto, mas foram observados resíduos sólidos (tijolos, baldes, mangueiras, sacolas e lonas plásticas). A vegetação se apresenta altamente degradada, presença de espécies exóticas comoherbáceas e gramíneas. Foi observada a presença de animais por meio de pegadas. Embora sejauma área cercada, segundo o relato do proprietário existe uma novilha que força a cerca para pastar ao redor da nascente. A nascente é utilizada por humanos para uso doméstico através de
  • 35. ISBN 978-65-5941-592-2 35 um sistema simples de captação por bombeamento. Esta nascente não se localiza próximo a estradas e/ou construções. CONCLUSÃO Atualmente atravessamos uma crise hídrica mundial, e por um intenso período de estiagem. Nesse contexto as nascentes que deveriam ser reconhecidas e protegidas, são negligenciadas e a forma como são utilizadas contribuem para sua degradação. A falta de proteção, o livre acesso de humanos e animais, a ausência de vegetação e a presença de espécies exóticas, foram os fatores que mais contribuíram negativamente com o grau de conservação das nascentes estudadas. Os impactos ambientais encontrados neste estudo são comumente relatados por vários autores, o que revela o descaso com esse recurso de vital importância. A metodologia IIAN foi eficaz na classificação do estado de conservação de nascentes. Estes dados servirão de subsídio para a elaboração de um plano de recuperação e mitigação dos impactos ambientais. REFERÊNCIAS BUENO, D. L. Avaliação dos resultados de uma execução de projeto de recuperação da nascente e área de preservação permanente do corrégo Jucão em Piracanjuba-GO. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia,GO. p. 2-30, 2021. CUNHA, V. T. Percepção socioambiental e estado de preservação das nascentes do rio a do rio Apodi-Mossoró. 2020. 94 f. Dissertação (Mestrado em Manejo de Solo e Água) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2020. GOMES, P.M.; MELO, C.; VALE, V.S. Avaliação dos impactos ambientais em nascentes na cidade de Uberlândia-MG: análise macroscópica. Sociedade & Natureza, Uberlândia, p. 103 -120, 2005. PECIOLI, P. F. et al. Avaliação preliminar do estado de conservação das nascentes do Parque Ecológico de Ourinhos. In: XVIII CIC – CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA UNIFIO. 2019. Ourinhos, SP. Anais… Ourinhos, SP. p. 67. RESENDE, K. M. G. et al. Análise Macroscópica Como Subsídio Para Um Plano De Manejo De Uma Nascente Urbana No Sul De Minas Gerais. Revista Augustus, v. 24, n. 49, p. 260 277, 2019. RIBEIRÃO CLARO. 2021. Prefeitura Municipal: Dados gerais de Ribeirão Claro. Disponível em: https://www.ribeiraoclaro.pr.gov.br/dados-gerais. Acesso em: 01 out. 2021. SANTOS, A. G. et al. Impactos macroscópicos e qualidade da água das nascentes urbanas do município de Passos – MG. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, Curitiba, v.4, n.2, p. 2083-2098 abr./jun. 2021.
  • 36. ISBN 978-65-5941-592-2 36 CARACTERIZAÇÃO PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS (CAPSICUM BACCATUM) SUBMETIDAS A ANTIMITÓTICOS Jardel da Silva SOUZA1 , Laura Monteiro PEDROSA2 , Priscila Alves BARROSO3 , Mailson Monteiro doRÊGO4 , Elizanilda Ramalho do RÊGO4 . 1- Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Planas, Universidade Estadual Paulista – Unesp Campus Jaboticabal; jardel.souza@unesp.br*; 2- Curso de Agronomia, Universidade Federal da Paraíba–UFPB Campus Areia; 3- Professor, Universidade Federal do Piauí –UFPI Campus Bom Jesus; 4- Professor (Orientador), Universidade Federal da Paraíba – UFPB campus Areia. RESUMO Além do uso como condimentos, algumas espécies de pimenteiras do gênero Capsicum são utilizados como plantas ornamentais por terem características que concedem valor estético. Objetivou-se avaliar se há diferença entre pimenteiras ornamentais Capsicum baccatum, submetidas a dois diferentes tratamentos de agentes antimitóticos. Caracterizou-se plantas da espécie Capsicum baccatum, acesso 72, pertencente ao banco germoplasma da de hortaliças da UFPB. As sementes foram postas para germinar em bandejas de EPS, e quando apresentaram 2 folhas definitivas receberam tratamentos com Colchicina e Orizalina. O tratamento controle não recebeu aplicação de antimitóticos. As variáveis analisadas foram: altura da planta, largura da copa, altura da primeira bifurcação, diâmetro do caule, comprimento da folha, largura da folha, clorofilaa, clorofilab. Já para fruto foi: Peso do fruto, comprimento do fruto, diâmetro maior do fruto, diâmetro menor do fruto, comprimento do pedicelo, espessura da parede do fruto, comprimento da placenta, número de sementes, teor de matéria seca. Foram realizadas dez repetições de cada tratamento, em que cada planta era uma repetição. Em cada repetição foi analisado dez folhas e dez frutos, escolhidos aleatoriamente. Os dados foram submetidos a análise de variância, e as médias foram agrupadas pelo teste de Duncan à 5% de probabilidade. Os tratamentos, 72- Colchicina e 72-Orizalina, foram significativos, pelo teste F, para as variáveis largura da copa e comprimento da placenta. As demais variáveis não mostraram valores significativos. Segundo o teste de Duncan a 5% de probabilidade apenas a média da (LDC) largura da copa do tratamento de Orizalina mostrou-se superior entre as outras médiase a testemunha apresentou média inferior, e comprimento do pedicelo da média de Orizalina se mostrou superior e a média da Colchicina apresentou-se inferior. Os antimitóticos, utilizados foram eficientes em alterar algumas características. Palavras-chave: Melhoramento; Solanaceae; Genética. INTRODUÇÃO Além do uso como condimentos, algumas espécies de pimenteiras do gênero Capsicum são utilizados como plantas ornamentais, por terem características que concedem valor estético, como: folhagem variegada, pequeno porte e frutos de coloração forte que contrastam com a folhagem. Além disto, o fácil cultivo e durabilidade da planta também as tornam atrativas ao consumidor (Carvalho et al., 2006).
  • 37. ISBN 978-65-5941-592-2 37 Frutos maiores são ideais para a produção de molhos, conservas, geleias e produtos farmacêuticos. (Barroso et al. 2011). Dentro deste contexto, é necessário a obtenção de plantase frutos mais vistosos ou maiores. Umas das formas para se obter novos tipos é a poliploidização que ocasiona, geralmente, um aumento em tamanho das estruturas vegetativas e reprodutivas, o que é chamado por alguns autores "gigantismo" ou "efeito gigas" (Silva et al.,2000). A poliploidia em plantas é alcançada pelo uso de agentes antimitóticos. Estas substâncias ligam-se as proteínas que formam as fibras do fuso acromático, denominados tubulinas, impedindo a sua despolimerização e consequentemente suprimindo a formação das fibras, ou ainda inativando os fusos já formados (Guerra, 1989). Entre os antimitóticos mais utilizados encontram-se a orizalina e colchicina. A colchicina é um alcalóide muito tóxico, extraído principalmente de bulbos de plantas da espécie Colchicum autumnale L. pertencente à família Liliaceae, que passou a ser utilizada na indução de poliploidia em plantas (Havas, 1937). É também a substância mais empregada para a indução de poliploidia em programas de melhoramento genético de culturas agrícolas, espécies florestais e plantas ornamentais (Sharma & Sharma, 1999; Silva et al., 2000). Devido ao alto custo e à alta toxicidade da colchicina, vários produtos alternativos têm sido testados e propostos para substituir a colchicina, entre eles está a orizalina (Mondin & Docha Neto, 2006). A orizalina é uma substância com atividade herbicida, sendo bastante eficaz no bloqueio de células em metáfase. (Doleželet al., 1994). O objetivo deste trabalho foi avaliar se há diferença entre pimenteiras ornamentais Capsicum baccatum, submetidas a dois diferentes tratamentos de agentes antimitóticos. METODOLOGIA O experimento foi realizado na casa de vegetação, do Laboratório de Biotecnologia Vegetal, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA-UFPB). Caracterizou-se plantas da espécie Capsicum baccatum, acesso 72, pertencente ao banco germoplasma da de hortaliças da UFPB. As sementes foram postas para germinar em bandejas de EPS, e quando apresentaram 2 folhas definitivas receberam tratamentos com Colchicina e Orizalina. O tratamento controle não recebeu aplicação de antimitóticos. Cerca de 1mL de cada agente mitótico foram aplicados no ápice caulinar. As plântulas, tratadas e não tratadas, foram transplantadas para vasos de dimensões recomendas para o porte de pimenteiras ornamentais contendo substrato Plantmax®, quando apresentavam 6 folhas definitivas. As variáveis analisadas foram: altura da planta (AP), largura da copa (LDC), altura da primeira bifurcação (APB), diâmetro do caule (DCP), comprimento da folha (CFL), largura da folha (LDF), clorofila a (CLO A), clorofila b (CLO B). Já para fruto foi: Peso do fruto (PF), comprimento do fruto (CF), diâmetro maior do fruto (MDF), diâmetro menor do fruto (MDf), comprimento do pedicelo (CDP), espessura da parede do fruto (EPF), comprimento da placenta (CP), número de sementes (NS), teor de matéria seca (TMS). Foram realizadas dez repetições de cada tratamento, em que cada planta era uma repetição. Em cada repetição foi analisado dez folhas e dez frutos, escolhidos aleatoriamente. Os dados foram submetidos a análise de variância, e as médias foram agrupadas pelo teste de Duncan à 5% de probabilidade. Todas as análises foram realizadas com o programa computacional Genes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os tratamentos, 72- Colchicina e 72-Orizalina, foram significativos, pelo teste F, para as variáveis largura da copa (LDC) e comprimento da placenta (CDP). As demais variáveis não
  • 38. ISBN 978-65-5941-592-2 38 mostraram valores significativos (Tabela 1). Isso se deve aos efeitos dos antimitóticos que causam gigantismo nas plantas (Silva et al.,2000). Tabela 1. Resumo da análise de variância das caracteristicas morfológica de porte de planta e fruto de pimenteiras ornamentais (Capsicum baccatum) submetidas a antimitóticos. (Fonte própria, 2021) Quadrado médio F.V (LDC)- largura da copa, (CDP)- comprimento do pedicelo. **significativo a 1% de probabilidade pelo teste – F; *significativo a 5% de probabilidade pelo teste -F. Segundo o teste de Duncan a 5% de probabilidade apenas a média da (LDC) largura da copa do tratamento de Orizalina mostrou-se superior entre as outras médias e a testemunha apresentou média inferior, e (CDP) comprimento do pedicelo da média de Orizalina se mostrou superior e a média da Colchicina apresentou-se inferior (Tabela 2). Tabela 2. Médias das caracteristicas morfológica de porte de planta e fruto de pimenteiras ornamentais (C. baccatum) submetidas a antimitóticos. (Fonte própria, 2021) Tratamento LDC CDP Testemunha 0,83b 2,47ab Colchicina 1,06a 2,02b Orizalina 0,77b 2,70a (LDC)- largura da copa, (CDP)- comprimento do pedicelo. Médias seguidas das mesmas letras nas mesmas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. É importante ressaltar, que se deve levar em consideração a concentração dos antimitóticos e o tempo de exposição dos explantes, bem como a interação entre ambos são informações importantes para garantir o sucesso do processo de indução de poliploidia (Dhooghe et al., 2011). O emprego de doses muito baixas tem se mostrado pouco eficiente, enquanto doses excessivamente altas mostram-se letais. A combinação entre doses altas do antimitótico e tempo de exposição prolongado podem redobrar o conteúdo de DNA, levando as células a atingir níveis de ploidia mais altos do que o desejado (Allum et al., 2007). CONCLUSÃO Houve diferenças significativas entre os tratamentos colchicina e orizalina utilizados. Foram eficientes em alterar o comprimento do pedicelo e a largura da copa. Desta forma pode- se supor que ocorreu a poliplodização química. Devido a importância da técnica para o melhoramento de pimenteiras, outros fatores devem ser estudados como diferentes doses e tempo de exposição ao antimitótico, além de combinações de antimitóticos. Estudos como estes são importantes para o melhoramento de plantas, pois a ação de antimitóticos cria variabilidade GL LDC CDP Tratamento 2 0,048** 0,239* Resíduo 27 0,000 0,011 CV (%) - 2,330 4,360 Total 29 - -
  • 39. ISBN 978-65-5941-592-2 39 genética. A variabilidade genética é a qualidade mais importante num programa de melhoramento de plantas. As pimenteiras ornamentais apresentam importante fonte de renda para os pequenos produtores de plantas ornamentais do Brasil. AGRADECIMENTOS Universidade Federal da Paraíba. REFERÊNCIAS ALLUM, J.F.; BRINGLOE, A.V.; ROBERTS, A.V. Chromosome doubling in a Rosa rugosa Thunb. hybrid by exposure of in vitro nodes to oryzalin: the effects of node length, oryzalin concentration and exposure time. Plant Cell Report, v.26, n.11, p.1977-1984, 2007. BARROSO, P.A.; RÊGO, M.M.; RÊGO, E.R.; NASCIMENTO, M.F.; SOARES, W.S.; NASCIMENTO, K.S. Caracterização de frutos F2 de pimenteiras ornamentais. Horticultura brasileira, n.2, v.29, p.2967-2974, 2011. CARVALHO S.I.C.; BIANCHETTI, L.B.; RIBEIRO, C.S.C.; LOPES C.A. Pimentas do gênero Capsicum no Brasil. 1.ed. Brasilia: Embrapa Hortaliças, 2006. DHOOGHE, E.; VAN LAERE, K.; EECKHAUT, T. Mitotic chromosome doubling of plant tissues in vitro. Plant Cell Tiss Organ Cult, v.104, n.3, p.359-373, 2011. DOLEŽEL, J.; DOLEŽELOVÁ, M.; NOVÁK, F. J. Flow cytometric estimation of nuclear DNA amount in diploid bananas (Musa acuminate and M. balbisiana). Biologia Plantarum, v. 36, n. 3, p. 351-357, 1994. GUERRA, M. S. Introdução à citogenética geral. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989. HAVAS, L. Effects of colchicine and “vascumálbum” preparationa on germination of seeds and growth of seedlings. Nature, v. 139, n. 3513, p. 371-372, 1937.
  • 40. ISBN 978-65-5941-592-2 40 DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: um estudo de caso numa escola da rede públicade ensino Gabrielle Cunha Barros1 , Acíria Nazaré Leite Sá1 , Amanda Cristina Sodré CUNHA1 , Deusinete Lopes1 ,Mylenna Olívia Costa Soares1 , Josilene Pereira do NASCIMENTO2 . 1 – Estudante de Graduação do Curso de Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, Campus Pinheiro; gabriellecunhabarros6@gmail.com; 2 – Profa. Mestra Josilene Pereira do Nascimento em Ciências Biológicas, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; professorajosilenenascimento10@gmail.com. RESUMO Atualmente a depressão na adolescência tem se tornado um problema cada vez mais recorrente entre os jovens. Sendo considerada uma das principais doenças incapacitantes no mundo. Pois, as pessoas depressivas não sentem motivação para continuarem sua vida como era normalmente, tal distúrbio psiconeural engloba todas as classes de gênero, sociais e raciais. Tendo em mente este fato, o trabalho objetivou apresentar para os estudantes do 1º ano da Unidade Escolar José de Anchieta (Pinheiro – MA), as principais causas e sintomas de depressão na adolescência, com uso de recursos didáticos, como palestras e exposições de alterativas que esses adolescentes podem adotar através dos hobbies. Para isso, foram selecionadas duas turmas do primeiro ano, turno vespertino, com adolescentes entre 14 e 16 anos de idade. O projeto foi aplicado em dois momentos, no primeiro aconteceu uma palestra sobre depressão, trazendo as possíveis causas da doença e como ajudar um adolescente que está passando por esse distúrbio. No segundo momento, ocorreu exposição de hobbies para que os alunos tivessem acesso a atividades prazerosas. As ações mostraram -se exitosas, uma vez que permitiram que os estudantes sanassem as próprias dúvidas e propiciaram momentos prazerosos para eles, sendo uma alternativa a momentos dolorosos trazidos pelo transtorno. Palavras-chave: Depressão na adolescência; Transtorno depressivo; Roda de conversa. INTRODUÇÃO A adolescência é um período da vida onde ocorrem profundas transformações, sejam elas corporais, psicológicas e/ou comportamentais. É nessa fase da vida, que os jovens começam a ter o maior discernimento daquilo que gostam e não gostam. Sendo um estágio que traz sentimentos ambíguos, de alegria e tristeza. Esses sentimentos podem acarretar, em alguns casos, no desenvolvimento da depressão. Que é um problema de ordem psiconeural e econômico, sendo considerado o segundo maior problema de saúde no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017). "Em uma média anual de aproximadamente 9% dos adolescentes entre 12 a 17 anos experimentou pelo menos um episódio de depressão maior, e apenas cerca de 40% deles tinham sido tratados" (PAPALIA, 2013, p. 402). A doença não apresenta distinção entre as pessoas, sendo possível a manifestação em qualquer fase da vida, desde a infância até a velhice. Mas de acordo com Bahls e Bahls (2002),a incidência do quadro depressivo na adolescência varia de 3,3 a 12,4%, ocorrendo em grande
  • 41. ISBN 978-65-5941-592-2 41 parte na passagem da infância para a adolescência, com predomínio do sexo feminino sobre o masculino. Muito disso se dá em relação às mudanças marcantes ocorridas no período da puberdade, como o desenvolvimento físico, emocional, psicológico e social. Além disso, os adolescentes são bombardeados constantemente com informações que os confundem e causam estresses. Tornando-os mais vulneráveis ao terem transtornos depressivos. Podendo ainda ser desencadeada por vários fatores, tais como: violência sexual, abandono, separação dos pais ou morte e a traumas vívidos na infância. Seus sintomas iniciais nem sempre são diagnosticados, uma vez que os indivíduos se isolam, mas não deixam de realizar suas atividades como normalmente, o que impossibilita a observação de mudanças bruscas no comportamento, ocasionadas por esse distúrbio. Os pensamentos suicidas também são comuns nesse transtorno. Além dos problemas no ambiente escolar, social, familiar, por conta do estado de tristeza profunda e pela perda de interesse do adolescente. Com isso as atividades cotidianas passam a ser desafiadoras e dolorosas, o que acaba por gerar a evasão escolar. O aumento de casos de depressão na adolescência nos mostra a importância de trabalhar esse tema na escola, tendo em vista que os sintomas dessa doença podem ser confundidos com as fases da adolescência, passando despercebidos pelos pais, pela escola e pela sociedade. Dessa forma, o trabalho teve o como objetivo apresentar para os estudantes do 1º ano da Unidade Escolar José de Anchieta (Pinheiro – MA), as principais causas e sintomas de depressão na adolescência, com uso de recursos didáticos. METODOLOGIA Área de estudo O projeto foi desenvolvido na Unidade Escolar José de Anchieta (Figura 1), localizada no município de Pinheiro - MA. A escola tem aproximadamente 852 estudantes matriculados, sendo ofertado o ensino médio. A escolha da instituição de ensino foi em decorrência do fácil acesso a escola por parte da gestão escolar. Figura 1 – Unidade Escolar José de Anchieta Procedimentos metodológicos Fonte: Google Maps, 2019. O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica por meio das plataformas de busca: “SCIELO” e “GOOGLE ACADÊMICO”, nos meses de novembro e dezembro de 2019. Os seguintes descritores foram utilizados para a pesquisa: depressão, escolae adolescência. Foram selecionados de cinco artigos nas plataformas.
  • 42. ISBN 978-65-5941-592-2 42 Após as escolhas dos artigos científicos, leituras e reflexões dos mesmos, foi realizada uma visita a escola e duas turmas do primeiro ano foram selecionadas para aplicação das atividades do projeto, turmas 100 e 101. O desenvolvimento das atividades aconteceu em dois momentos, sendo o primeiro no dia 13 de novembro de 2019 (Figura 2) e o segundo no dia 04 de dezembro do mesmo ano. No primeiro momento ocorreu a apresentação do projeto para os estudantes e uma palestra sobre depressão na adolescência. Além disso, os estudantes receberam informações sobre a outra ação do projeto e quais objetivos se pretendia alcançar. Figura 2 – Primeiro momento de aplicação do projeto na escola:apresentação do projeto para os estudantes do 1º ano da UnidadeEscolar José de Anchieta Fonte: Autoria própria, 2019. No segundo momento, foram realizadas oficinas didáticas com o intuito dos estudantes terem algum hobbie que pudesse lhes trazer satisfação pessoal. Dentre as atividades expostas estavam: os livros, a música, a dança, o esporte e o teatro (Figura 3). Esse método possibilitou mais engajamento para aprendizagem, troca de experiências e construção de conhecimento. Figura 3 – Exposição dos hobbies para os estudantes. Fonte: Autoria próprio, 2019. RESULTADOS E DISCUSSÃO
  • 43. ISBN 978-65-5941-592-2 43 A partir das observações feitas durante a execução do projeto, ficou evidente a importância de se levar para a sala de aula um tema tão importante como a depressão na adolescência, pois como sugere Ribeiro et al (2012) a adolescência é tida como um período de transição da fase infantil para a fase adulta, que engloba mudanças psicológicas e sociais. E esses assuntos muitas das vezes não são debatidas em sala de aula. Ficou nítido, durante a realização do projeto, que os estudantes do ensino médio tinham muitas dúvidas em relação a essa depressão, visto que muitos não sabiam como proceder com as pessoas que estavam acometidos por essa enfermidade. E com a realização da palestra foi possível informá-los os riscos e formas de abordagens seguras que possibilitassem o tratamento psicológico do jovem depressivo. Além disso, esse tema é recorrente na vida dos estudantes, visto que muitos dos que estavam presentes na palestra relataram já terem tido algum familiar com esse problema neuropsíquico e comportamental. Muitos relataram não saber como proceder com os adolescentes acometidos por essa enfermidade. Diante dessas informações, questionamentos sobre da doença eram constantemente levantados pelos estudantes, dentre eles: “Como ajudar uma pessoa com depressão?”; “O que fazer quando uma pessoa é diagnosticada com depressão?’; “Como a família deve agir?”; “Que ajuda devem procurar?”, entre outras. Perguntas essas que foram respondidas ao longo do desenvolvimento da palestra. Segundo os estudos já estabelecidos com enfoque em depressão na adolescência, é possível determinar que em geral o desenvolvimento da doença se dá através de eventos traumáticos e de grande estresse na vida deles, podendo ser um fator que se desenvolve progressivamente ou após algum período de tempo. Freud (1971) explica essa relação com as seguintes palavras: "Mas a melancolia, como vimos, tem algo mais no conteúdo que o luto normal. Nela a relação com o objeto não é simples, sendo complicada pelo conflito da ambivalência”. Sobre os sentimentos de perda, dor e melancolia ocasionados pela depressão, autores como Benincasa e Rezende (2006) apud Dutra (2001) afirmam, que a depressão é um sentimento que se manifesta através do tédio, da indiferença, solidão, do abandono, sentimentos de não ser compreendido, desejado e rejeitado. Além de citarem que ela é uma explicação aos sentimentos negativos. E conforme Resende et al (2013) 70% dos jovens em estado de depressão não recebem qualquer tratamento psicológico, tornando essencial medidas educativas de enfrentamento da doença. Medidas paliativas devem ser a primeira opção da família, e buscar profissionais que indiquem o melhor tratamento. Em associação a terapias medicamentosas, nos casos onde existea necessidade, a adoção de atividades prazerosas também influencia no processo de recuperação dos adolescentes que estão com o transtorno depressivo. Uma vez que, a depressão é um mal que prejudica a aprendizagem dos alunos, ação de exposição dos hobbies, que foi realizada pelo projeto, pode ter efeitos positivos na vida dos estudantes da escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma abordagens sobre a depressão auxilia a família, escola e a sociedade nas etapas de recuperação dos estudantes, e orientar as pessoas que tem contato com esses adolescentes auxilia a garantia de bem-estar destes. Portanto, conclui-se que é importante o desenvolvimento de ações desse tipo nas escolas do ensino médio, uma vez os jovens em idade escolar estão sendo diagnosticados com esse problema de ordem psicológica. E tais ações nos ambientes educacionais possibilitam levam conhecimentos, permitindo assim a retirada de dúvidas que
  • 44. ISBN 978-65-5941-592-2 44 vão surgindo ao explanar esse assunto tão sério Além de propiciam momentos prazerosos para eles, como a apresentação de diferentes tipos de hobbies, que possam ser adotados no dia-a-dia, fazendo-se uma ferramenta útil em seu processo de recuperação. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Unidade Escolar José de Anchieta por nos disponibilizar o espaço e seus alunos para aplicação do projeto e a Universidade Estadual do Maranhão - UEMA – Campus Pinheiro - MA, pela proposta metodológica que possibilitou desenvolver este projeto com outras instituições de ensino. REFERÊNCIAS BAHLS, S. C.; BAHLS, F. R. C. Depressão na adolescência: características clínicas. Interação em Psicologia. 2002. BENINCASA, Miria; REZENDE, Manuel Morgado. Tristeza E Suicídio Entre Adolescentes: Fatores De Risco E Proteção. Boletim De Psicologia, 2006. FREUD, S. (1917 [1915]). Luto e melancolia. In: Introdução ao narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916); tradução e notas Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Com depressão no topo da lista de causas de problemas de saúde, OMS lança a campanha “Vamos conversar”, 2017. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5385:comdepre ssao-no-topo-da-lista-de-causas-de-problemas-de-saude-omslanca-a-campanha- vamosconversar&Itemid=839>. Acesso em 04 out. 2021. PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: AMGH, 2013. RESENDE, Catarina. et al. Depressão nos adolescentes: mito ou realidade? Nascer e Crescer, Porto, 2013. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087207542013000300003&ln g=pt&nrm=iso. Acesso em: 04 out. 2021. RIBEIRO, K. C. S. et al. Representações sociais e sofrimento psíquico de adolescentes com sintomatologia depressiva. Psicologia: teoria e prática. 2012.
  • 45. ISBN 978-65-5941-592-2 45 DOENÇA DE HUNTINGTON: utilização de folder e vídeos educativos para os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas Acíria Nazaré Leite SÁ1 , Gabrielle Cunha BARROS1 , Amanda Cristina Sodré CUNHA1 , Deusinete LOPES1 , Mylenna Olívia Costa SOARES1 , Mariana Oliveira ARRUDA2 1 - Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, Campus Pinheiro; aciria.sa@gmail.com 2 – Professora (Orientadora), Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pinheiro. RESUMO A doença de Huntington (DH) é um distúrbio autossômico dominante que se caracteriza por sintomas neuropsiquiátricos, com degeneração gradativa da cognição, distúrbios na função motora e mudanças comportamentais. Em geral, suas primeiras manifestações ocorrem por volta dos 30 a 40 anos, podendo, no entanto, manifestar-se durante o primeiro ano de vida, ou tardiamente, acima dos oitenta anos. É considerada uma enfermidade rara e sem tratamento, com apenas a existência de terapias medicamentosas que possibilitam uma qualidade de vida aos doentes. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi elaborar um folder e um vídeo educativo sobre as características clínicas da DH e como ela ocorre, tendo como público-alvo os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, utilizando-se de metodologias ativas com auxiliem na aprendizagem. Contando com uma linguagem clara, de modo a gerar compreensão para todos os que tivessem contato com os materiais apresentados. Diante disso, foi notório ao término das atividades produzidas, que as questões relacionadas à doença foram sendo esclarecidas, apesar de ser um tema pouco abordado, mas que é um distúrbio neurológico que gera grandes impactos na vida dos doentes e de seus familiares. Portanto, o desenvolvimento de metodologias ativas que visem a explanação do conteúdo, facilita a aprendizagem de forma interativa e dinâmica, garantindo a assimilação de temas mais complexos. Palavras-chave: Doença hereditária; degenerativa; metodologias ativas. INTRODUÇÃO A doença de Huntington (DM) é uma doença genética autossômica passada através dos pais, que causa a degeneração gradual da perda neural. Alguns estudos relatam que a DH tenha sua incidência reconhecida desde a Idade Média, mas sua origem era incerta, até que em meados do final do século XIX começou-se a descobrir mais sobre a patologia (GONÇALVES, 2013). O físico norueguês Johan Christian Luand, intrigado com a doença começou seus estudos, e em 1860 a descreveu e nomeou de Chorea St. Vitus (BARSOTTINI, 2007). Embora muitos outros pesquisadores tenham contribuído com estudos nessa temática, ainda não se tinha uma explicação clara de como era possível adquirir a DH. Mas, somente em 1872 quando o pesquisador George Huntington uma descrição mais detalhada sobre a doença, baseado nos seus experimentos com famílias que possuíam histórico da enfermidade, foi possível saber sua origem. A partir disso, ele pode publicar seu trabalho onde explicava com precisão que o distúrbio neurológico era de ordem familiar, ou seja, um membro da família que possuísse tal gene alterado poderia transmitir aos seus futuros descendentes. Tal descrição de herança autossômica dominante, veio antes mesmo que os estudos sobre a herança Mendeliana fossem explicados (LANSKA, 2000).