O documento descreve um estudo sobre o ciclo de vida de nuvens convectivas na Amazônia central. Revisa conceitos sobre a formação de nuvens e estudos anteriores sobre a convecção na região. Apresenta dados de dois dias com diferentes regimes de convecção coletados durante a campanha GoAmazon, mostrando como variáveis como calor sensível, umidade e vento diferiram entre os dias. Conclui que no dia de convecção profunda houve início mais cedo da camada limite convectiva, maiores valores de calor sensível e umid
1. Ciclo de vida de nuvens convectivas na Amazônia
central
Vinicius Roggério da Rocha
Exame de Qualificação - Doutorado
Pós-graduação em Meteorologia - PGMET/INPE
Maio 2022
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 1 / 26
2. Motivação e objetivo
Motivação
As nuvens têm uma participação fundamental no ciclo hidrológico e no
balanço radiativo atmosférico. Seu formato revela muito da estrutura
vertical da atmosfera e da possibilidade e intensidade da ocorrência de
outros fenômenos, como precipitação, vento forte e descargas atmosféricas.
Objetivo
Revisar estudos que explicam o ciclo de desenvolvimento de nuvens,
particularmente na região da Amazônia central, e ilustrar esses conceitos
com dados obtidos no projeto GoAmazon em duas datas com regimes de
convecção diferentes (convecção rasa e profunda durante o perı́odo seco
de 2014).
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 2 / 26
3. Introdução
Transporte de energia na atmosfera
Adaptado de Asimakopoulos (2001)
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 3 / 26
7. Revisão Bibliográfica
Climatologia da Amazônia Central
1 Convecção diurna
2 Linhas de instabilidade
3 Aglomerados convectivos meso/larga escala
4 Friagens
5 Brisa fluvial
6 Alta da Bolı́via, Madden-Julian, ENSO
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 7 / 26
8. Revisão Bibliográfica
Convecção na Amazônia
1 Manhã (estação chuvosa): inı́cio com sistemas propagados longe da
região (raros na estação seca) e forte movimento ascendente em toda
a troposfera (restrita a nı́veis baixos na seca) [Tang et al., 2016]
2 Duas escalas de tempo de convergência do vapor d’água: 8h (fraca) e
4h (rasa para profunda) [Adams et al., 2013]
3 Cinco regimes termodinâmicos, conforme umidade e desenvolvimento
vertical das nuvens [Giangrande et al., 2020]
4 Duração do estágio de transição matutina da CLA é menor nos dias
com transição de nuvens cumulus rasas para profundas (mais umidade
e cisalhamento nas primeiras horas); desenvolvimento da CLA e
formação de nuvens rasas são modulados pela instabilidade e energia
total disponı́vel [Henkes, 2021]
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 8 / 26
9. Revisão Bibliográfica
Convecção na Amazônia
5 Maiores valores de CAPE associados à convecção profunda [Adams e
Souza, 2009]
6 Para transição da convecção rasa para profunda: estações seca e de
transição requerem uma camada úmida mais profunda; CAPE maior
na estação de transição, mas menos importante; cisalhamento maior
com importância durante estaçao seca [Zhuang et al., 2017]
7 Quando o ar da superfı́cie é levantado de uma camada úmida e quente
para uma camada seca acima de 700 hPa, o entranhamento provoca
forte evaporação e intensifica as correntes descendentes [Dias, 2000]
8 Até três horas separam o máximo de cobertura de nuvens frias e o
máximo de precipitação/divergência do vento em altos nı́veis [Lima,
Machado e Laurent, 2000]
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 9 / 26
10. Revisão Bibliográfica
Convecção na Amazônia
9 Principal padrão convectivo: correntes ascendentes e descendentes
crescem em magnitude com altura até o nı́vel médio; correntes
descendentes são as mais frequentes em nı́veis baixos e diminuem
com a altura [Giangrande et al., 2017]
10 Durante a estação seca de 2015 (El Niño), houve um aumento de
15% a fase de crescimento da CLA (comparando com 2014) e fluxo
de calor sensı́vel superior aos valores padrão, resultando em convecção
mais intensa [Carneiro e Fisch, 2020]
11 Brisa fluvial é mais frequente durante a estação seca, quando há
menos cobertura de nuvens e mais radiação solar incidente, causando
maior gradiente de temperatura, principalmente com ventos calmos
em grande escala [Dos Santos et al., 2014, Dias et al., 2004]
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 10 / 26
11. Estudo de caso
Campanha GoAmazon (2014-15), estação T3 (Manacapuru/AM)
Carneiro et al. (2020)
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 11 / 26
12. Estudo de caso
Simulação usando modelo LES sobre o T3 do fluxo de calor sensı́vel (W/m²)
em função da altura (m) e do tempo (horas) para os dias 03/10/2014 (A,
convecção profunda) e 05/10/2014 (B, convecção rasa) (gráficos gerados e
cedidos por Rayonil Carneiro)
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 12 / 26
13. Estudo de caso - ECOR - Figuras 7 e 8
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 13 / 26
14. Estudo de caso - ECOR - Figuras 9 e 10
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 14 / 26
15. Estudo de caso - ECOR - Figuras 11 e 12
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 15 / 26
16. Estudo de caso - ECOR - Figuras 13 e 14
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 16 / 26
17. Estudo de caso - CEIL - Figuras 15 e 16
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 17 / 26
18. Estudo de caso - CEIL - Figuras 17 e 18
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 18 / 26
19. Estudo de caso - MET - Figuras 19 e 20
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 19 / 26
20. Estudo de caso - MET - Figuras do vento
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 20 / 26
21. Estudo de caso - MET - Figuras do vento
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 21 / 26
22. Estudo de caso - MFRSR - Figuras 21 e 22
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 22 / 26
23. Estudo de caso - TSI - Figuras 23 e 24
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 23 / 26
24. Estudo de caso - SONDE - Figuras 25 e 26
Sondagem dias 3 e 5 aproximadamente 10h30 HL
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 24 / 26
25. Estudo de caso - SONDE - Figuras 27 e 28
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 25 / 26
26. Conclusões
No dia de convecção profunda (comparado ao dia de convecção rasa):
1 Inı́cio mais cedo da camada limite convectiva e maiores valores de
calor sensı́vel a tarde
2 Maior razão de mistura para a madrugada e inı́cio da manhã
antecedente ao evento de convecção profunda
3 Turbulência (proporcional à variância do vento médio) cresce
conforme tarde avança e reduz a noite
4 Pico de velocidade vertical ascendente próximo às 14 HL, com
aumento da nebulosidade
5 Camada de ar mais marcadamente seco entre 500-400 hPa e ar mais
úmido abaixo até a superfı́cie
6 Maiores valores de CAPE mais cedo
7 Pico estreito de velocidade do vento 21h UTC com virada no vento
Vinicius Roggério da Rocha Ciclo de vida de nuvens convectivas Exame de Qualificação 26 / 26