1. 12 de março, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
Website pessoal: http://tbbatista.pt
Sexting cada vez mais presente entre os
jovens
A moda parece ter vindo para ficar. A partilha de conteúdos sexuais via
telemóvel está cada vez mais presente nos hábitos dos jovens.
Sexting é o nome dado à partilha de conteúdos (mensagens escritas, imagens ou vídeos) de teor erótico,
através de telemóvel ou da internet, e está cada vez mais presente entre os jovens.
O Centro de Investigação de Crimes Contra Menores da Universidade de New Hampshire, que publicou o
primeiro estudo nacional dos EUA sobre o sexting, avisa que “autoridades públicas, legisladores e
educadores enfrentam um aumento do número de jovens que se autoretratam durante as relações sexuais
e ainda uma minoria que grava essas imagens e depois as divulga, tanto pelo telemóvel como pela Internet”.
A possibilidade desses conteúdos chegarem às mãos de desconhecidos é um facto que não pode ser
esquecido, sendo a privacidade dos adolescentes colocada em causa e, de acordo com especialistas,
ficando estes vulneráveis a perseguições e chantagens.
A revista Pediatrics publicou um estudo que abrangeu 1500 adolescentes com idades compreendidas entre
os 10 e os 17 anos. Estes, para além de um questionário generalista, responderam a cinco questões
relacionadas com sexting: “Alguma vez te enviaram fotos e vídeos de menores de 18 anos nus, ou
seminus?”, “Já reenviaste alguma imagem de um menor?”, “Já foste fotografado sem roupa?”, “Alguém te
fotografou?” e “Alguma vez tiraste uma foto de menores nus?”.
2. 12 de março, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
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Foi possível observar que 10% dos inquiridos
admitiram ter fotos suas sem roupa, terem
contribuído para a sua realização e terem
recebido fotos de outros menores, no último
ano. Pelo menos 39 jovens revelaram ter-se
fotografado a si próprios nus e enviado as
imagens, tratando-se, na sua maioria, de
raparigas entre os 16 e os 17 anos de idade.
Os investigadores explicam que, de acordo
com os adolescentes, o principal motivo de tais ações prende-se com a curiosidade. Uma das jovens
afirmou “não tinha namorado e sentia curiosidade de saber o que outras pessoas achariam do meu corpo”,
no entanto, “a maioria reconhece que o fez como parte de uma relação amorosa”. Foi ainda possível
observar que 30% dos jovens inquiridos tirou ou enviou fotos suas sem roupa sob o efeito de álcool e/ou
drogas.
Um outro estudo, publicado no Cyberpsychology, Behavior and Social Networking, centrou-se nos hábitos
de sexting de 1034 estudantes do 10º ano. Este concluiu que mais de 20% dos inquiridos já tinham enviado
algum tipo de conteúdo que envolvesse nudez e mais de 30% admitiu já ter recebido.
Outros estudos já revelaram também que as mulheres são as que mais enviam “sexts”.
Os investigadores asseguram que é fundamental uma compreensão do fenómeno de sexting para que se
tenha uma melhor visão dos adolescentes, tanto relativamente ao seu comportamento sexual, como à sua
saúde no geral.
No passado mês de Fevereiro, a deputada britânica Claire Perry, especialista em assuntos relacionados
com crianças, alertou para o facto de que jovens de apenas 11 e 12 anos já praticavam sexting, recorrendo
às redes sociais para enviar mensagens de conteúdo sexualmente explícito, divulgando ainda que é cada
vez mais comum os jovens dessas faixas etárias fotografarem os seus órgãos sexuais e enviarem as
respetivas imagens às raparigas. Claire revelou que o sexting está bastante presente no Facebook e que
este lançou recentemente uma app que facilita a prática, permitindo aos utilizadores do iPhone o envio de
mensagens que se autodestroem em dez segundos.
De acordo com um outro estudo publicado na Pediatrics, em 2012, o sexting não é visto pelos adolescentes
como uma alternativa ao “sexo real”. Eric Rice, principal autor do estudo, afirma que “Os adolescentes que
se arriscam no sexo digital, através da prática de sexting, são os mesmos que se arriscam sexualmente com
os seus corpos, sendo sexualmente ativos e não usando preservativos”. Eric acrescentou ainda que os
jovens que admitiram praticar sexting tinham sete vezes mais probabilidade de ser sexualmente ativos que
os que não o praticavam. O investigador afirma ainda que, segundo o estudo, se um jovem descobre que
os amigos enviam sexts, é 17 vezes mais provável que também o venha fazer.
É importante estar alerta para os perigos do sexting, não apenas por este estar associado a práticas sexuais
de risco, mas também devido ao facto de o conteúdo poder sempre chegar à mão de pessoas indesejadas.
Fontes:
Expresso – “Aumenta o número de adolescentes que fazem sexting”
Scientific American – “Sexting Habits of Teens”
Diário Digital – “Sexting: Deputada alerta que crianças de 11 anos já trocam mensagens de conteúdo sexual”
CNN – “Teens who ‘sext’ more likely to be sexually active”
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