11 de março, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
Website pessoal: http://tbbatista.pt
A dieta da caverna
Este é um tema controverso! Uma dieta que reúne argumentos a favor e
contra, mas já recomendado por diversos especialistas…apesar de muitos
também mostrarem o seu desagrado.
Será que para nos mantermos saudáveis e evitarmos a obesidade e as doenças que lhe estão associadas
devemos regressar ao passado, a uma dieta da idade da pedra e baixa em hidratos de carbono? A verdade
é que os adeptos da paleodieta são cada vez mais…
O que é a paleodieta?
A paleodieta (também conhecida por dieta paleolítica, da caverna ou da idade da pedra) baseia-se no
consumo de plantas e animais selvagens, semelhante ao que terá sido a dieta dos nossos antepassados,
há cerca de 10.000 anos atrás. Quem segue esta dieta acredita que o nosso organismo está geneticamente
programado para seguir uma alimentação semelhante à dos nossos antepassados paleolíticos.
Os defensores dizem que esta é a dieta biologicamente apropriada e a mais adequada, com o equilíbrio
adequado de nutrientes para promover a saúde e reduzir o risco de doenças crónicas.
Esta dieta é baseada em alimentos que podem ser caçados, pescados e que podiam ser adquiridos na era
do Paleolítico – carne, peixe, marisco, ovos, frutos secos, vegetais raízes, frutas e frutos vermelhos.
Contudo, é impossível seguir uma dieta paleolítica à regra, visto que a caça selvagem não está disponível
como antigamente, os alimentos vegetais dos dias de hoje são cultivados e as carnes são domesticadas.
Assim sendo, na melhor das hipóteses, consumimos uma versão modificada da dieta original – que não
contém glúten e inclui carnes magras, carnes biológicas, peixe, aves, ovos, legumes, fruta e frutos secos.
Não existem produtos lácteos, cereais, açúcar, leguminosas, batatas, óleos processados, sal, bebidas que
não a água ou chá verde biológico ou qualquer alimento que tenha surgido depois da agricultura se iniciar.
11 de março, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
Website pessoal: http://tbbatista.pt
Os pilares da paleodieta
Deve ser consumida uma maior quantidade de proteínas animais do que a aconselhada noutras dietas,
principalmente carne magra, vísceras, peixe, marisco e aves;
Não consumir hidratos de carbono provenientes de cereais, batata, açúcares refinados e lacticínios;
Consumir muita fibra proveniente de frutas e verduras (que não sejam ricas em hidratos de carbono);
Ingerir uma quantidade moderada de gorduras (monoinsaturadas e poliinsaturadas);
Consumir alimentos com elevado teor de potássio e pobres em sódio;
Eliminar o sal da alimentação – umas gotas de limão são suficientes para dar sabor;
Consumir alimentos riscos em vitaminas, minerais e antioxidantes
O que dizem os seus defensores
Loren Cordain, doutorada, professora na Universidade do Estado do Colorado e autora do The Paleo Diet,
afirma que esta é uma dieta bastante saudável e que “os ensaios clínicos têm demonstrado que a dieta
Paleo é a dieta ideal, que pode diminuir o risco de doenças cardiovasculares, de pressão arterial,
marcadores de inflamação, ajuda na perda de peso, a reduzir o acne, a promover a saúde e no desempenho
atlético”.
Têm sido publicados vários livros e artigos pelos defensores desta dieta e já foram criados vários sites para
a promover que argumentam que a típica dieta ocidental de hoje é responsável pelos níveis epidémicos de
obesidade, doenças do coração, diabetes, e muito mais.
Alguns especialistas defendem que o ser humano se terá adaptado a uma dieta mais ampla, incluindo
alimentos lácteos, cereais integrais e leguminosas. Apesar de serem alimentos saudáveis, Loren Cordain
afirma que “o genoma não se adaptou realmente a estes alimentos, podendo causar inflamação a nível
celular e promover a doença”.
O que dizem os especialistas
Há muito que os especialistas em nutrição pedem que se siga uma dieta mais limpa e baseada em alimentos
integrais, carnes magras, frutas e legumes e com menos açúcar, sódio e alimentos processados. No
entanto, também pedem que se inclua alimentos lácteos com baixo teor de gordura, leguminosas e cereais
integrais, devido à importância que estes alimentos têm numa dieta saudável e equilibrada.
Keith Ayoob, professor assistente na Albert Einstien School of Medicine, em Nova Iorque, afirma que “as
pessoas que seguem dietas ricas em cereais integrais, feijão e baixo teor de gordura tendem a ser mais
saudáveis porque esses alimentos são ricos em nutrientes e há imensas pesquisas sobre os benefícios que
as dietas que os incluem (e não excluem) trazem para a saúde”.
A porta-voz da American Dietetic Association, Heather Mangieri, revela que “esta dieta tem alguns pontos que
são ótimos, mas as limitações tornam-na uma dieta que as pessoas seguem, mas não podem manter, por
11 de março, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
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várias razões, incluindo a falta de variedade e uma potencial inadequação de nutrientes” – devido à
exclusão de certos grupos de alimentos.
David Katz, autor de Way to Eat, revelou à WebMD que “consumir mais alimentos naturais é muito melhor
do que a típica dieta americana, mas não sabemos as consequências a longo prazo da paleodieta,
comparativamente com uma dieta Asiática, Mediterrânea, Vegetariana ou qualquer outra”.
Consumir alimentos que não sejam processados está presente na maioria das recomendações de qualquer
dieta saudável…tal como cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura e leguminosas, pois
contêm nutrientes que contribuem para uma dieta equilibrada. É verdade que é possível seguir a paleodieta
e as suas regras, não ingerindo estes alimentos, mas isso requer um cuidadoso planeamento e
suplementos, como cálcio e vitamina D. Contudo, não o faça sem primeiro consultar o seu nutricionista.
Fontes:
WebMD – “Diet Review: The Caveman (Paleo) Diet”
Super Interessante – “A dieta da caverna”
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