O documento discute a possibilidade do ensino e pesquisa sem animais. Apresenta considerações iniciais sobre o tema e um novo contexto cultural e conceito de animal que questionam o uso de animais. Também mostra pesquisas com estudantes e professores demonstrando abertura às alternativas e preocupação ética com o uso de animais. Defende que o contexto é favorável à educação científica e pesquisa sem animais com o uso de novas tecnologias e abordagens.
4. Um “novo” contexto cultural:
Traduções de obras de ética animal;
Publicações;
Pesquisa;
Sociedade civil;
Legislação;
Um novo conceito de animal
7. Tréz, T.A. & Nakada, J.B. Percepções acerca da experimentação animal
como um indicador do paradigma antropocêntricoespecista entre
professores e estudantes de Ciências Biológicas da UNIFALMG.
Revista Alexandria, 2008 (no prelo)
Feijó, et al. Análise de indicadores éticos do uso de animais na investigação
científica e no ensino em uma amostra universitária da área da Saúde e
das Ciências Biológicas. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p.
1019, jan./mar. 2008.
Souza, A. S. Uso de animais para fins didáticos: percepção dos estudantes
e professores dos cursos da área de saúde da FTC – Salvador.
Monografia, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador, 2007.
Barbudo, C. R.. O uso de animais invertebrados e vertebrados em sala de
aula como recurso didático e pesquisa. Trabalho de Conclusão de Curso
Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, 2006.
MiraultPinto, M.C. & Rímoli, A.O. Vivência dos estudantes das áreas
biológicas, agrárias e da saúde da Universidade Católica Dom Bosco
quanto ao uso de animais em aulas práticas. Biotemas, 18 (1): 193
215, 2005.
Tréz, T.A. O uso de animais vertebrados como recurso didático na
Universidade Federal de Santa Catarina: Panoramas, alternativas e a
educação ética. Monografia, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2000.
8. (Tréz, 2000)
2490 2414
2500
1917
2000 1868
1721
1608 1569
qua a e
ntid d
1500
1000
54.467
500
60000 51.085
45.296
0 50000
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
40000 32.135
u tid e
q an ad
ano
30000 23.659
19.675
14.174
20000
10000
0
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
ano
9. (Tréz, 2000)
- 40,9% dos estudantes entrevistados declararam algum tipo de
incômodo ou mal estar com o uso de animais;
- 68,3% dos estudantes discordam do uso de animais quando
alternativas poderiam ser aplicadas;
- 80,4% dos estudantes afirmaram que as alternativas deveriam ser
aplicadas sempre que possível;
- 86,6% dos estudantes acreditam que alternativas deveriam ser
oferecidas a estudantes que tenham objeções ao uso de animais;
-63,1% dos estudantes acreditam que existe um problema ético com
o uso de animais;
- 9 de 13 professores conhecem alternativas disponíveis no mercado
ou aplicadas em outras universidades que atendem ao mesmo
objetivo da aula com animais;
- 12 de 14 professores tem interesse em substituir os animais por
métodos alternativos de ensino;
- 10 de 13 professores acreditam que a questão da substituição de
animais por métodos alternativos seja necessária;
19. Um olhar históricocrítico do papel dos avanços em saúde e sua
relação com a experimentação animal é necessário!
“A necessidade de um relato claro e documentado das conquistas do
passado provém do costume predominante de autoridades médicas que
apóiam e defendem a prática da experimentação em animais vivos,
distorcendo fatos históricos e criando a impressão no público que cada
diagnóstico médico e tratamento depende da vivissecção… Felizmente,
mesmo a menor leitura cuidadosa das evidências disponíveis mostram a
falsidade destas afirmações e fornecem a prova histórica do valor supremo
da observação e experimentação clínica quando contrastado com a
duvidosa e mesmo distorcida prática da experimentação animal”
Dr. M. Beddow Bayly, em Clinical Medical Discoveries, 1961.
20.
21.
22.
23. Pesquisa sem
animais
Definição
Instrumentos: cultura de células, tecidos e órgãos
humanos ou de outros animais, assim como bactérias e
protozoários (tecnologia in vitro); simulações de
computador e modelagem matemática; farmacologia
quântica; tecnologia DNA recombinante; espectometria
de massas; cromatografia; nanotecnologia.
Abordagens: estudos epidemiológicos e os estudos
clínicos e autópsias. Ressonância magnética (MRI),
tomografia computadorizada (CAT, PETscan,
SPECTscan) e outros.
24. Pesquisa sem
Considerações sobre eficiência e eficácia
animais
Validação
“a discussão sobre a utilização de animais na pesquisa,
a intenção de redução do seu uso e o desenvolvimento
de novas metodologias ainda tem sido timidamente
introduzidos na realidade brasileira”
CAZARIN, K.C.C.; CORRÊA, C.L.; ZAMBRONE, F.A.D. Redução, refinamento e substituição do uso de animais em
estudos toxicológicos: uma abordagem atual. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol.40, n.3, jul/set. 2004.
27. Refinamento
Art. 14. O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos
protocolos dos experimentos que constituem a pesquisa ou programa de
aprendizado quando, antes, durante e após o experimento, receber cuidados
especiais, conforme estabelecido pelo CONCEA. (...)
§ 5º Experimentos que possam causar dor ou angústia desenvolverseão sob
sedação, analgesia ou anestesia adequadas (...)
§ 7º É vedado o uso de bloqueadores neuromusculares ou de relaxantes musculares
em substituição a substâncias sedativas, analgésicas ou anestésicas.
§ 8º É vedada a reutilização do mesmo animal depois de alcançado o objetivo
principal do projeto de pesquisa.
§ 9º Em programa de ensino, sempre que forem empregados procedimentos
traumáticos, vários procedimentos poderão ser realizados num mesmo animal,
desde que todos sejam executados durante a vigência de um único anestésico e que
o animal seja sacrificado antes de recobrar a consciência (...)
Art. 15. O CONCEA, levando em conta a relação entre o nível de sofrimento para o
animal e os resultados práticos que se esperam obter, poderá restringir ou proibir
experimentos que importem em elevado grau de agressão
28. Redução
Art. 14, § 4º: O número de animais a
serem utilizados para a execução de um
projeto e o tempo de duração de cada
experimento será o mínimo indispensável
para produzir o resultado conclusivo,
poupandose, ao máximo, o animal de
sofrimento.
29. Substituição
Art. 14, § 3º: reforço da possibilidade de substituição do
uso de animais no ensino quando houver possibilidade
de registro (fotografia, filme ou outra gravação), “de
forma a permitir sua reprodução para ilustração de
práticas futuras, evitandose a repetição desnecessária
de procedimentos didáticos com animais”
Atribuição do CONCEA:
“monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas
que substituam a utilização de animais em ensino e
pesquisa” (art. 5, par. III)