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INFORME MENSAL Zai Gezunt
Ano 3 Junho /Julho /2016 No
25
Editores- Rio de Janeiro: Genni Blank / São Paulo: Samuel Belk
Josef Papiernikof
Nasceu em Varsóvia, Polônia Estudou na Escola Religiosa Judaica, o “Cheider” e no Ginásio
Russo. Durante a primeira guerra mundial foi prisioneiro na Lituânia, em campo de trabalhos
forçados. Trabalhou no início na Polônia em pavimentação de ruas, construção e terraplanagem.
Posteriormente emigrou para Israel. Em sua juventude se ocupou com o sionismo trabalhista sionista.
Seu primeiro poema foi “O Campo” publicado em 1918. Suas obras constam em geral de canções
líricas, revolucionarias, contos e apreciações críticas sobre escritores.
No poema que se segue, De Volta ao Meu Lar, ele demonstra seu amor para com Israel.
Em qualquer lugar é bom, em casa é melhor.
Estamos em agosto. O mar se desenvolve suavemente
E o navio o corta como uma faca na manteiga
Trazendo-me de volta como viajante e estrangeiro .
De volta para meu lar com quem já fechei
Uma ligação eterna de vida ou de morte.
Apesar de ter com ele questões com milhares de perguntas
Que eu consigo resolvê-las sozinho
Minha pátria é pobre e não consegue ainda se alegrar
Em satisfazer a fome de todos que chegam.
Com o escorrer do sangue e um fluxo de lágrimas
Fazem o meu paladar mais salgado e amargo.
Minha pátria é pobre, bonita e exaltada.
Também alegre, porem com carências e faltas.
Alimentada e fortalecida por todas as crenças.
Vamos à luta para solução de suas necessidades.
MEU PRIMEIRO DEPÓSITO
M. Nadir
Eu não sei como isso aconteceu e como me ocorreu este pensamento, pegar meu rico
dinheirinho e confia-lo a um banco! Mas aconteceu. Neste ano eu peguei meu difícil e trabalhoso
dinheiro, meus ricos vinte dólares e os levei para depositar em um banco. Em lugar do dinheiro
vivo, com o qual se pode comprar qualquer coisa eu recebi simplesmente um livreto verde, colocado
dentro de um envelope.
1
Assim que eu recebi o livreto o sangue me subiu à cabeça. O que estaria nele escrito? E
como se sabe que está escrito 20. Isto não me agradou e corri até o guichê, empurrei a pessoa que
estava na minha frente na fila e gritei ao caixa que estava lá dentro. Eu lhe dei recentemente 20
dólares. O caixa respondeu: O que o senhor quer? Caí em mãos suspeitas por isso, devolva-me meu
dinheiro e vamos deixar de ser amigos. Ele respondeu: Impossível! É preciso esperar duas semanas
para recebê-lo conforme reza a legislação existente.
Leia-me então o que está escrito na caderneta se realmente consta que eu fiz um depósito de
20 dólares, pois isso foi feito tão rápido que eu não acredito que se possa registrar tanto dinheiro em
tão pouco tempo. Ele toma a caderneta de minha mão e lê vinte dólares. Muito bem, mas lembre-se
que são vinte dólares e que as pessoas que estão na fila, atrás de mim, sejam testemunhas. E assim
volto para casa com a caderneta.
À noite sonhei que o banco foi assaltado e que levaram todo dinheiro. Muitas vezes eu
acordava e gritava socorro e assim que me levantei me dirigi ao banco. Ao chegar eu percebi que as
grades de proteção do banco são muito fracas e que precisam ser trocadas. Esperei então a chegada
do presidente do banco e lhe falei sobre isto. Ele me agradeceu e disse que iria tomar as devidas
providencias.
Continuei sonhando novamente que o banco foi assaltado e assim fui, de manhã, para
permanecer sempre em sua frente e cuidá-lo. Quando chegou o presidente reforcei, minha sugestão e
falei que o banco deveria ser reformado com paredes de mármore, pois o mármore é uma pedra
resistente e reforço nas grades.
Voltando dois dias depois falei ao presidente que sonhei com novo assalto e verifiquei que ele
até agora não tinha executada a reforma que sugeri. O presidente perdeu a paciência e me convidou
ir ao caixa retirar meus vinte dólares. Saindo do banco fui assaltado e perdi meu rico dinheirinho.
E assim concluiu meu amigo sua triste história:
Jurei então que nunca mais entraria em um banco e soltei novamente uma praga: os
banqueiros são bandidos e ladrões; que o banco pegue fogo...
Resumido e traduzido do livro: De Nossa Literatura Ídish—Tel Aviv-1980
HUMOR JUDAICO
Um senhor viúvo decidiu casar novamente e chamou um casamenteiro para lhe arrumar uma
esposa. O casamenteiro lhe traz uma senhora jovem. O viúvo chama o casamenteiro de lado e lhe
fala baixinho. Mas que moça você me trouxe? Ela pisca com os olhos, anda com o pescoço torto e
não é bonita. Você não deve falar tão baixinho, diz o casamenteiro, pois ela também é surda...
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Zai Gezunt-Edição do Grupo Amigos do Ídiche Site:
www.facebook.com/groups/amigosdoidiche; Email: amigos@amigosdoidiche.com.br e
belk@uol.com.br Esta edição é remetida para 900 EMails
2

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  • 2. Assim que eu recebi o livreto o sangue me subiu à cabeça. O que estaria nele escrito? E como se sabe que está escrito 20. Isto não me agradou e corri até o guichê, empurrei a pessoa que estava na minha frente na fila e gritei ao caixa que estava lá dentro. Eu lhe dei recentemente 20 dólares. O caixa respondeu: O que o senhor quer? Caí em mãos suspeitas por isso, devolva-me meu dinheiro e vamos deixar de ser amigos. Ele respondeu: Impossível! É preciso esperar duas semanas para recebê-lo conforme reza a legislação existente. Leia-me então o que está escrito na caderneta se realmente consta que eu fiz um depósito de 20 dólares, pois isso foi feito tão rápido que eu não acredito que se possa registrar tanto dinheiro em tão pouco tempo. Ele toma a caderneta de minha mão e lê vinte dólares. Muito bem, mas lembre-se que são vinte dólares e que as pessoas que estão na fila, atrás de mim, sejam testemunhas. E assim volto para casa com a caderneta. À noite sonhei que o banco foi assaltado e que levaram todo dinheiro. Muitas vezes eu acordava e gritava socorro e assim que me levantei me dirigi ao banco. Ao chegar eu percebi que as grades de proteção do banco são muito fracas e que precisam ser trocadas. Esperei então a chegada do presidente do banco e lhe falei sobre isto. Ele me agradeceu e disse que iria tomar as devidas providencias. Continuei sonhando novamente que o banco foi assaltado e assim fui, de manhã, para permanecer sempre em sua frente e cuidá-lo. Quando chegou o presidente reforcei, minha sugestão e falei que o banco deveria ser reformado com paredes de mármore, pois o mármore é uma pedra resistente e reforço nas grades. Voltando dois dias depois falei ao presidente que sonhei com novo assalto e verifiquei que ele até agora não tinha executada a reforma que sugeri. O presidente perdeu a paciência e me convidou ir ao caixa retirar meus vinte dólares. Saindo do banco fui assaltado e perdi meu rico dinheirinho. E assim concluiu meu amigo sua triste história: Jurei então que nunca mais entraria em um banco e soltei novamente uma praga: os banqueiros são bandidos e ladrões; que o banco pegue fogo... Resumido e traduzido do livro: De Nossa Literatura Ídish—Tel Aviv-1980 HUMOR JUDAICO Um senhor viúvo decidiu casar novamente e chamou um casamenteiro para lhe arrumar uma esposa. O casamenteiro lhe traz uma senhora jovem. O viúvo chama o casamenteiro de lado e lhe fala baixinho. Mas que moça você me trouxe? Ela pisca com os olhos, anda com o pescoço torto e não é bonita. Você não deve falar tão baixinho, diz o casamenteiro, pois ela também é surda... ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Zai Gezunt-Edição do Grupo Amigos do Ídiche Site: www.facebook.com/groups/amigosdoidiche; Email: amigos@amigosdoidiche.com.br e belk@uol.com.br Esta edição é remetida para 900 EMails 2