1. O documento apresenta os resultados da pesquisa Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil realizada em 2015 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
2. Os brasileiros declaram alto interesse por assuntos de ciência e tecnologia, porém têm pouco acesso à informação científica, principalmente pela TV. O uso da internet para obter informações científicas dobrou desde 2006.
3. A visitação a espa
O Relatório pontua os principais resultados alcançados pelo Insa e parceiros em 2014, por meio de ações de articulação, pesquisa, formação, difusão e subsídio a políticas. A publicação está estruturada em oito áreas de pesquisa científica: biodiversidade e uso sustentável; gestão de recursos hídricos; sistemas de produção; desertificação; desenvolvimento e tecnologias sociais; inovações tecnológicas para convergência do saber popular e acadêmico; gestão da informação e do conhecimento do Semiárido brasileiro; e ações transversais, tecnologia e inovação. Também apresenta informações sobre os projetos de expansão da infraestrutura.
Leia mais em: http://www.insa.gov.br/noticias/insa-lanca-relatorio-de-atividades-em-formato-popularizado/#.VcS9h_lVhBc
Resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Rede Waterlat-Gobacit, a obra analisa questões relativas à compreensão dos desafios que apresenta, na prática, a concretização de políticas públicas orientadas pelo direito humano à água. Os capítulos, com foco em estudos de caso latino-americanos, têm uma abordagem interdisciplinar, integrando perspectivas do direito, da antropologia, da economia, da sociologia, da ciência política, da geografia, das disciplinas técnicas, e das políticas públicas em geral.
Resultados preliminares da pesquisa comprovam o potencial da água de reúso na produção de palma forrageira e de madeira, visto que a composição dessa água tratada é rica em nutrientes, que além de suprir as necessidades das plantas, melhora a fertilidade dos solos. Segundo a pesquisa, podem ser geradas cerca de 63 milhões de toneladas de ração por ano com utilização de água residuária.
A ENCTI 2016-2019 é o documento de orientação estratégica de médio prazo para a implementação de políticas públicas na área de CT&I, bem como servir de subsídio à formulação de outras políticas de interesse. Elaborada a partir de uma consulta pública e amplamente debatida com os atores do setor, essa Estratégia dá continuidade e aperfeiçoa sua antecessora, reforçando pontos de sucesso ainda por avançar, corrigindo rumos e estabelecendo novas ações oportunas para o contexto vigente e para tendências futuras. O documento busca não apenas traçar a estratégia de CT&I, mas demonstrar o estado da arte da política de CT&I promovida no país, justificar as escolhas aqui feitas e sintetizar a diversidade de entendimentos em um vetor coeso para o usufruto de todos os interessados.
O Relatório pontua os principais resultados alcançados pelo Insa e parceiros em 2014, por meio de ações de articulação, pesquisa, formação, difusão e subsídio a políticas. A publicação está estruturada em oito áreas de pesquisa científica: biodiversidade e uso sustentável; gestão de recursos hídricos; sistemas de produção; desertificação; desenvolvimento e tecnologias sociais; inovações tecnológicas para convergência do saber popular e acadêmico; gestão da informação e do conhecimento do Semiárido brasileiro; e ações transversais, tecnologia e inovação. Também apresenta informações sobre os projetos de expansão da infraestrutura.
Leia mais em: http://www.insa.gov.br/noticias/insa-lanca-relatorio-de-atividades-em-formato-popularizado/#.VcS9h_lVhBc
Resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Rede Waterlat-Gobacit, a obra analisa questões relativas à compreensão dos desafios que apresenta, na prática, a concretização de políticas públicas orientadas pelo direito humano à água. Os capítulos, com foco em estudos de caso latino-americanos, têm uma abordagem interdisciplinar, integrando perspectivas do direito, da antropologia, da economia, da sociologia, da ciência política, da geografia, das disciplinas técnicas, e das políticas públicas em geral.
Resultados preliminares da pesquisa comprovam o potencial da água de reúso na produção de palma forrageira e de madeira, visto que a composição dessa água tratada é rica em nutrientes, que além de suprir as necessidades das plantas, melhora a fertilidade dos solos. Segundo a pesquisa, podem ser geradas cerca de 63 milhões de toneladas de ração por ano com utilização de água residuária.
A ENCTI 2016-2019 é o documento de orientação estratégica de médio prazo para a implementação de políticas públicas na área de CT&I, bem como servir de subsídio à formulação de outras políticas de interesse. Elaborada a partir de uma consulta pública e amplamente debatida com os atores do setor, essa Estratégia dá continuidade e aperfeiçoa sua antecessora, reforçando pontos de sucesso ainda por avançar, corrigindo rumos e estabelecendo novas ações oportunas para o contexto vigente e para tendências futuras. O documento busca não apenas traçar a estratégia de CT&I, mas demonstrar o estado da arte da política de CT&I promovida no país, justificar as escolhas aqui feitas e sintetizar a diversidade de entendimentos em um vetor coeso para o usufruto de todos os interessados.
Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico
e institucional às ações governamentais – possibilitando a
formulação de inúmeras políticas públicas e programas
de desenvolvimento brasileiros – e disponibiliza, para a
sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
A publicação traz 32 artigos sobre o plano de superação da extrema pobreza que explicam como ele foi elaborado, implantado, monitorado e avaliado, além de apresentar seus resultados.
O livro foi organizado em três partes. A primeira é composta de artigos elaborados pela equipe de coordenação do Plano Brasil sem Miséria, começando por dois textos que revisitam os processos de formulação do Plano e de definição da linha da extrema pobreza. A segunda contém artigos feitos por parceiros executores de ações do Plano Brasil sem Miséria. E a terceira parte tem trabalhos de parceiros que ajudaram a disseminar informações sobre o Plano Brasil sem Miséria entre os beneficiários, os governos de outros países, a academia (tanto no Brasil quanto no exterior) e a sociedade civil.
Síntesi de la conferència "Gestores del desconocimiento", per Javier Martínez Aldanondo. Synthesis of the lecture "Business agents of the ignorance", for Javier Martínez Aldanondo. Barcelona, 2 d'abril de 2008.
Pesquisa mostra perfil do Empreendedor IndividualCristiane Thiel
Inédita em escala nacional, pesquisa traça um perfil desse público até então pouco estudado. O estudo mostra que a LC 128/2008 foi acertada em diversas frentes, proporcionando a migração de milhões de empreendedores para a formalidade, promovendo a inclusão produtiva e facilitando o empreendedorismo por oportunidade.
Pesquisa do Instituto JCPM mapeia empreendedorismo na comunidade de Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife.
Saiba mais em http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2015/05/05/empreendedorismo-e-forte-no-pina-e-brasilia-teimosa-179750.php
Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico
e institucional às ações governamentais – possibilitando a
formulação de inúmeras políticas públicas e programas
de desenvolvimento brasileiros – e disponibiliza, para a
sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
A publicação traz 32 artigos sobre o plano de superação da extrema pobreza que explicam como ele foi elaborado, implantado, monitorado e avaliado, além de apresentar seus resultados.
O livro foi organizado em três partes. A primeira é composta de artigos elaborados pela equipe de coordenação do Plano Brasil sem Miséria, começando por dois textos que revisitam os processos de formulação do Plano e de definição da linha da extrema pobreza. A segunda contém artigos feitos por parceiros executores de ações do Plano Brasil sem Miséria. E a terceira parte tem trabalhos de parceiros que ajudaram a disseminar informações sobre o Plano Brasil sem Miséria entre os beneficiários, os governos de outros países, a academia (tanto no Brasil quanto no exterior) e a sociedade civil.
Síntesi de la conferència "Gestores del desconocimiento", per Javier Martínez Aldanondo. Synthesis of the lecture "Business agents of the ignorance", for Javier Martínez Aldanondo. Barcelona, 2 d'abril de 2008.
Pesquisa mostra perfil do Empreendedor IndividualCristiane Thiel
Inédita em escala nacional, pesquisa traça um perfil desse público até então pouco estudado. O estudo mostra que a LC 128/2008 foi acertada em diversas frentes, proporcionando a migração de milhões de empreendedores para a formalidade, promovendo a inclusão produtiva e facilitando o empreendedorismo por oportunidade.
Pesquisa do Instituto JCPM mapeia empreendedorismo na comunidade de Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife.
Saiba mais em http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2015/05/05/empreendedorismo-e-forte-no-pina-e-brasilia-teimosa-179750.php
A importância da rede pessoal de aprendizagem, da aprendizagem informal, dos portefólios e da gestão de carreira na era da Aprendizagem ao Longo da Vida
The Formula for Optimizing the Value-Based Healthcare EquationHealth Catalyst
Two variables are required in the value-based healthcare equation if it is to add up to a profitable contract. One variable, optimizing the care for the patient population, is commonly included and is a focus for most healthcare systems involved in managing population health. However, a second variable, getting the right dollars in order to care for that population, is often overlooked. And yet this variable is easier to attain. It’s a matter of appropriately assessing the risk of the population by addressing inaccurate diagnoses coding. Here, we offer four methods for solving this variable: identifying high-risk gaps over time, persistent diagnosis tracking, identifying code adequacy, and identifying likely diagnoses.
Quadro de Referência Orientador do Diagnóstico da Criança e do Adolescente de...CMDCA Birigui
O quadro orientador do diagnóstico descreve a visão geral do perfil socioeconômico do município de Birigui-SP e de suas fragilidades e potencialidades, com base nos dados censitários e indicadores disponíveis em dados oficiais ou nos dados já organizadas pela rede de proteção da criança e do adolescente (SGDCA). O quadro é a primeira etapa do Projeto Conhecendo a Realidade que realiza de forma participativa o levantamento das necessidades de atenção as crianças e adolescentes no âmbito da educação, saúde, sociocultural, entre outras políticas públicas adjacentes, realizando um diagnóstico da situação atual e, assim, orientar as ações estratégicas transformadoras da realidade por meio de ações educativas.
Seja bem-vind@ ao e-book “Análise de dados educacionais: Aplicando evidências na gestão pública”!
Os esforços atuais de melhoria na aprendizagem dos estudantes brasileiros
envolvem diversos conhecimentos de gestores e profissionais da educação
espalhados pelo país. O uso de evidências para subsidiar ações de formulação,
monitoramento e avaliação de políticas públicas passa, necessariamente, pela
habilidade de se obter e analisar tais dados. As políticas educacionais não
são exceção, pois os dados disponíveis podem auxiliar na tomada de decisão
das equipes de gestão e de atores escolares, ao permitirem a compreensão
das necessidades de aprendizagem dos estudantes por meio da avaliação
educacional. Além disso, a disponibilidade de dados e o acesso às informações pela comunidade educacional são fundamentais para uma gestão democrática efetiva
O Relatório Anual 2013 apresenta as realizações do ILC-BR que consubstanciam quatro vertentes centrais: (1) articulação de pesquisa e políticas públicas; (2) projetos; (3) produção e disseminação de conhecimento; e (4) iniciativas de consolidação institucional.
Parabenizamos o Laboratório Internet, Saúde e Sociedade - LaiSS da ENSP/FioCruz pela realização dessa análise, contudo o portal aleitamento.com contesta os resultados e sua classificação em 3º. Lugar.
Os sites que foram classificados como os dois primeiros: “Mamãe e bebê” não conseguimos localizar, e o “Guia do Bebê” é um site comercial, repleto de anúncios e que não dão nenhuma ênfase a amamentação.
Temos algumas perguntas aos pesquisadores responsáveis por essa avaliação:
1. Levaram em conta que o aleitamento.com é o primeiro site do mundo em português e que esse ano entramos no 26º ano online?
Publicamos a contestação na íntegra no nosso portal www.aleitamento.com
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Com efeito, a imagem da ciência ainda predominante
no senso comum é a de uma prática capaz de revelar
aspectos ocultos da realidade, inacessíveis aos mortais, a
não ser através da prática científica. Caberia ao método
científico a virtude de desvelar a realidade, de descobrir
suas regularidades e leis. Ou seja, adotar o método científico
seria a melhor forma de se chegar à verdade, de descobrir,
para além das meras opiniões, o que de fato acontece na
realidade.
A internet é a fonte de informação menos confiável de todas para os brasileiros, diz pesquisa:
Na semana passada foi liberado pelo Governo o relatório da pesquisa brasileira de mídia, que reúne os hábitos de consumo de mídia pela população brasileira — que inclui a internet. Você pode encontrar o relatório aqui, mas como ele tem 150 páginas, fizemos um resuminho com as principais informações sobre a internet.
Tivemos alguns dados bem legais. Olha só:
Uso da internet pelos brasileiros
26% dos brasileiros dizem usar a internet todos os dias, enquanto 53% afirmam não usar nunca.
Entre os mais jovens – de 15 a 26 anos – o número de pessoas que usa a web todo dia aumenta bastante: 48%.
A pesquisa por renda comprova: quanto mais salários mínimos por família, maior é o uso da internet. 9% das pessoas que ganham menos de um salário mínimo por mês usam a internet todos os dias, contra 48% dos que ganham mais de 5.
Os números também crescem de forma proporcional em relação a escolaridade: 58% dos que tem curso superior utilizam a internet todos os dias, enquanto apenas 16% dos que não tem completo o ensino fundamental a usam.
Quanto maior a cidade da pessoa, também maior o uso: em municípios com menos de 20 mil habitantes, 17% das pessoas usam a internet cotidianamente. Em cidades com mais de 500 mil, esse número sobe para 34%.
Uso de internet de segunda a sexta-feira
Média do brasil: 3h39 por semana — ganhou da TV, que tem média de 3h29.
O estado que mais usa a internet é… Goiás, com média de 6h14 por semana. O que menos usa é o Piauí, com 2h40. São Paulo tem média de 3h28 e o Rio, 3h56.
O Facebook domina com folgas o ranking de site mais acessado: ele é o preferido de 63,6% pessoas, seguido de Globo.com (7,0%), G1 (5,6%), Yahoo (5%) e YouTube (4,9%).
A rede social de Mark Zuckerberg também ganha como maior fonte de informação: 30,8% das pessoas se informa usando o Facebook. O Globo.com é o segundo colocado, com 6,6% e o G1 vem atrás, com 5%.
47% dos brasileiros afirmaram que tem acesso à internet em casa. Ainda é um número baixo…
O Distrito Federal é onde as pessoas mais tem acesso à internet em casa – 63%. SP e Rio vem logo atrás, com 62 e 63%, respectivamente. O Pará e o Piauí são os que tem menos acesso: 27%.
Apenas 16% das pessoas que tem renda de menos de um salário mínimo tem internet em casa, contra 78% dos que tem mais de 5 salários mínimos.
O computador ainda é o meio preferido pra acessar à internet no Brasil. Mas o telefone celular também mostra força.
Os números comprovam: a internet é considerada pelos brasileiros a fonte de informação menos confiável de todas. 53% dos brasileiros confia poucas vezes em notícias de blogs, sites e redes sociais, enquanto esse número diminui para 39% em notícias de jornais impressos, considerados os mais confiáveis.
http://www.youpix.com.br/trending/pesquisa-consumo-internet/
A Pesquisa Brasileira de Mídia trouxe dados muito interessantes sobre o comportamento dos brasileiros e poder de influência dos veículos de informação. A televisão continua na liderança com a atenção de 76,4% da população. O rádio conta com companhia de 61% e a internet com 47%. Já os jornais tem uma penetração mais restrita e segmentada, com 6%, sendo o caderno de esporte seu diferencial para a metade de seus leitores. As revistam são lidas por 1% dos entrevistados.
Os dados foram coletados de 12 de outubro a 6 de novembro de 2013, nos 26 estados e Distrito Federal. 200 pesquisadores percorreram 848 municípios e entrevistaram
18.312 brasileiros. A coleta de informações resultou em cerca de 2 milhões de células. A pesquisa foi realizada pela Secretaria de Comunicação da Republica (SECOM).
O assunto foi destaque no Conectado. O quadro vai ao ar, todas às sextas-feiras, às 7h40, na Transamérica (www.transamericafoz.com.br). Envie sua sugestão para o próximo quadro do Conectado.
Cultura Digitaw
culturadigitaw@gmail.com
@culturadigitaw
A fusão do antigo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação com o Ministério
das Comunicações ocorreu em maio de
2016, aperfeiçoando e dinamizando a
atuação do Governo Federal em temas
relacionados a essas áreas. O objetivo
foi, primeiramente, reorganizar os
ministérios e otimizar o uso de seus
recursos. A nova configuração aproximou
áreas com temas conexos, tais como as
Secretarias de Telecomunicações e de
Política de Informática, permitindo maior
sinergia entre as áreas de Tecnologias
da Informação e Comunicação.
Sumário executivo - Percepção Pública da Ciência e Tecnologia 2015
1. Equipe
Mariano Laplane (Presidente do CGEE)
Adriana Badaró (Coordenadora do CGEE)
Douglas Falcão (Diretor do DEPDI/SECIS/MCTI)
Ildeu de Castro Moreira (Consultor do estudo e professor do UFRJ)
Yurij Castelfranchi (Consultor do estudo e professor do InCiTe /UFMG)
Fernando Rizzo (ex-diretor do CGEE)
Ivone de Oliveira (Assistente técnico do CGEE)
Marcelo Paiva (Assistente de pesquisa do CGEE)
Tomáz Carrijo (Estatístico do CGEE)
Execução das entrevistas
CP2 - Consultoria, Pesquisa e Planejamento Ltda.
Ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros
Sumário executivo
2. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
Presidente
Mariano Francisco Laplane
Diretor Executivo
Marcio de Miranda Santos
Diretores
Antonio Carlos Filgueira Galvão
Gerson Gomes
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
SCS Qd 9, Lote C, Torre C, 4º andar, Salas 401 A 405, Ed. Parque Cidade Corporate
Brasília, DF
Telefone: (61) 3424.9600
http://www.cgee.org.br
Esta publicação é parte integrante das atividades desenvolvidas no âmbito do Contrato de Gestão CGEE – 8º Termo
Aditivo/Ação: Foros de Discussão em CT&I /Subação: Percepção pública da CT&I no Brasil - 7.01.53.05.11.
Todos os direitos reservados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Os textos contidos nesta publicação poderão
ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos, desde que citada a fonte.
Percepção pública da ciência e tecnologia 2015 - Ciência e tecnologia no olhar dos
brasileiros. Sumário executivo. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2015.
15 p : il.
1. Percepção Pública. 2. Ciência e Tecnologia. 3. Popularização da ciência. 4. Divulgação
científica. 5.Brasil. I. CGEE. II. Título.
3. 3
Percepção pública da C&T - 2015
Ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros
Introdução
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) realizaram a quarta edição da pesquisa: Percepção Pública da Ciência,
Tecnologia e Inovação no Brasil, 2015.
Este estudo teve como objetivos principais realizar um levantamento atualizado sobre
interesse, grau de informação, atitudes, visões e conhecimento dos brasileiros em relação à
Ciência e Tecnologia (C&T) e produzir uma análise da evolução dessa percepção pública sobre
a área na última década.
Justificativa
Para que as ações de popularização científica e de educação em ciência sejam aprimoradas, é
importante conhecer e analisar o grau de informação, o conhecimento geral, as atitudes e as
visões da população brasileira sobre C&T. Além disso, entender as implicações econômicas,
políticas, educacionais, culturais e éticas da percepção pública da C&T pode contribuir para a
formulação mais adequada de políticas públicas em educação científica e em comunicação
pública da ciência. Tal conhecimento pode favorecer, ainda, a inclusão social e contribuir para
estimular os jovens para as carreiras científicas.
Breve histórico das enquetes de percepção pública da C&T
Em 1979, foi realizada nos Estados Unidos da América (EUA) a primeira enquete sobre
percepção pública da C&T daquele país, uma ação que se repetiu periodicamente ao longo dos
anos seguintes. A Europa, particularmente pela sondagem Eurobarômetro, iniciou pesquisas
de opinião similares em 1977 e prosseguiu com essa rotina em anos subsequentes. Nas duas
décadas seguintes, diversos países do mundo, como Índia, China e Japão realizaram pesquisas
de percepção pública da C&T.
Na América Latina, a partir de meados da década de 1990, algumas nações promoveram
enquetes nacionais de percepção pública da C&T, como Colômbia (1994, 2004, 2012), México
(1999, 2003, 2009, 2011), Panamá (2001, 2009), Argentina (2003, 2006, 2012), Chile (2007),
Venezuela (2007), Uruguai (2008) e Costa Rica (2012).
O Brasil fez sua primeira enquete nacional desse tipo em 1987 (MAST;CNPq;GALLUP) e duas
pesquisas quantitativas mais amplas em 2006 e 2010, coordenadas pelo então Ministério da
Ciência e Tecnologia. Foram realizadas também, em anos recentes, enquetes de percepção
pública da ciência em âmbito estadual ou municipal, em São Paulo, patrocinadas pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e agora, em 2015, em Minas
Gerais, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
4. 4
I. Informações sobre a enquete
Enquete nacional de 2015
Esta pesquisa de opinião quantitativa teve como base um questionário com 105 perguntas
(fechadas e abertas), com amostra probabilística representativa de toda a população brasileira
com 16 anos de idade ou mais, estratificada por gênero, faixa etária, escolaridade, renda
declarada, com cotas proporcionais ao tamanho da população, segundo os dados do IBGE.
A coleta de dados primários foi feita com a utilização da técnica Computer Assisted Telephone
Interviewing (CATI). Os dados foram coletados entre os dias 22/12/2014 e 16/3/2015, em 1962
entrevistas realizadas em todas as regiões do Brasil. A caracterização dos entrevistados foi
feita por meio do levantamento do perfil sociodemográfico e de (auto) avaliação das condições
de vida e moradia.
O questionário da de 2015 está baseado, em grande parte, nas perguntas das enquetes
nacionais de 2006 e 2010, com a finalidade de garantir a comparabilidade entre as edições e
possibilitar a análise da evolução histórica da percepção púbica sobre C&T no Brasil.
Inovações metodológicas da enquete 2015
Um estudo preliminar das pesquisas anteriores feitas no País e das principais enquetes
internacionais [EUA, União Europeia (EU), Argentina, Espanha, China, Índia] examinou tanto a
formulação das perguntas das enquetes quanto as escalas de resposta e a organização dos
dados (estrutura fatorial, variáveis latentes, entre outros). Isto permitiu a construção de um
questionário que possibilitou o aprimoramento do instrumento de consulta, por meio da
presença de um número significativo de perguntas em comum com as pesquisas nacionais
anteriores, favorecendo a comparação histórica, bem como a comparabilidade com
indicadores mensurados internacionalmente. Assim essa enquete permitiu, ainda, que os
dados sejam usados para análises longitudinais, identificação de tendências e variáveis
latentes e para o estudo da evolução das atitudes e opiniões dos brasileiros ao longo do
tempo.
Além das dimensões investigadas mundialmente nas enquetes sobre percepção pública da
ciência, como interesse sobre C&T, grau de acesso à informação, avaliação da cobertura da
mídia sobre C&T, opinião sobre cientistas, papel da C&T na sociedade, percepção sobre os
riscos e benefícios da ciência e atitudes diante de aspectos éticos e políticos da C&T, a enquete
inova ao acrescentar um leque mais amplo de variáveis relativas ao contexto de vida e moradia
dos entrevistados.
Também são investigadas as percepções dos brasileiros sobre temas candentes em C&T, que
têm relevância e impacto nacional, e outras atitudes e escolhas individuais relativas à
componente religiosa e à participação social e política. Tais indicadores novos possibilitam
discernir correlações importantes entre as atitudes sobre C&T e a trajetória de vida das
pessoas.
Algumas conclusões relevantes da enquete emergiram pela construção de modelos preditivos,
da análise de variáveis latentes e de indicadores. Essas análises evidenciaram que:
5. 5
Educação, acesso à informação, renda e interesse por C&T não são, em geral,
suficientes para explicar as atitudes das pessoas sobre C&T.
Algumas atitudes sobre C&T se tornam mais críticas ou cautelosas com o crescimento
do grau de informação e da escolaridade das pessoas; outras atitudes, ao contrário,
são mais positivas entre pessoas de alta escolaridade.
Alguns aspectos da vida social, das escolhas religiosas, do contexto de moradia das
pessoas podem influenciar as atitudes sobre C&T tanto quanto, ou até mais em alguns
casos, o grau de escolaridade, a renda, o interesse e a informação em C&T.
II. Principais resultados da enquete
1. Interesse e grau de informação sobre C&T
O interesse declarado dos brasileiros sobre assuntos de C&T é bastante elevado, mas, apesar
disso, eles continuam tendo escasso acesso à informação científica e tecnológica,
especialmente nas camadas sociais de menor escolaridade e renda:
Os brasileiros declaram ter bastante interesse por assuntos de C&T: 61% deles dizem
ser interessados ou muito interessados em C&T, uma média maior que para o tema
Esportes (56%) e bem maior que para Moda (34%) ou Política (28%). O interesse por
temas correlacionados com a C&T, como Meio Ambiente e Medicina e Saúde, é muito
elevado, com 78% para ambos, comparável ao interesse por Religião (75%) (Gráfico 1).
Gráfico 1. Percentual dos entrevistados segundo o interesse declarado em ciência e tecnologia
e outros temas, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
6. 6
Entre a enquete de 2010 e a de 2015, o interesse declarado caiu ligeiramente para a
maioria dos assuntos, inclusive para C&T (de 65 para 61%). Os interesses declarados
em Política e Religião permaneceram iguais e o interesse por Moda caiu
significativamente.
Os níveis médios de interesse declarados pelos brasileiros são comparáveis ou
superiores às médias da maioria dos países nos quais tais enquetes foram efetuadas.
Por exemplo, 61% dos brasileiros se declaram muito interessados ou interessados em
C&T, percentual maior que os 53% registrados na União Europeia (EU) em 2013.
Gráfico 2. Comparação sobre o interesse declarado em ciência e tecnologia (BRASIL, 2015;
EUROBRARÔMETRO, 2013).
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015)
O acesso à informação sobre C&T é pequeno para a grande maioria dos brasileiros, sendo a TV
o meio mais utilizado. Há um crescimento expressivo do uso da internet e das redes sociais:
A TV é o meio mais usado para adquirir informações sobre C&T: 21% dos brasileiros
fazem isso com muita frequência e 49% com pouca frequência. A maioria deles declara
informar-se “nunca, ou quase nunca” sobre C&T nos outros meios de comunicação
investigados (jornais, revistas, livros, rádio e conversas com amigos), como
demonstrado no Gráfico 3. O nível declarado de consumo de informação científica na
TV e no rádio se manteve estável nos últimos anos, enquanto o acesso à informação
científica em jornais, livros e revistas, que já era reduzido em 2010 (em torno de 12%
declararam que os utilizavam com frequência), diminuiu ainda mais em 2015.
7. 7
Gráfico 3. Percentual dos entrevistados segundo a frequência declarada de informação sobre
C&T, por meios de divulgação, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
No entanto, aumentou de forma marcante, tendo dobrado entre 2006 e 2015 (de 23%
para 48%), o uso da internet e das redes sociais como fonte de informação sobre C&T.
Sua utilização com muita frequência (18%) já se aproxima da TV. Previsivelmente, tal
uso é muito maior entre os jovens. Muitas pessoas declaram utilizar, como fonte para
acessar informação de C&T na internet, sites de instituições de pesquisa, seguidos de
sites de jornais e revistas, Facebook, Wikipedia e blogs.
Cerca da metade dos brasileiros avalia que os meios de comunicação noticiam de
maneira satisfatória as descobertas científicas e tecnológicas; 20% acham que essa
divulgação é feita de forma parcialmente satisfatória e, em igual proporção,
consideram que a informação não é satisfatória, tanto no que se refere ao número de
matérias quanto à qualidade do conteúdo divulgado.
Gráfico 4. Distribuição dos entrevistados segundo a opinião declarada sobre a divulgação de
C&T pela mídia, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
8. 8
Quadro 1. Distribuição dos entrevistados segundo a opinião declarada sobre a divulgação
de C&T pela mídia, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
A visitação a espaços científico-culturais (museus e centros de C&T, museus de arte,
bibliotecas, jardins botânicos, zoológicos e parques ambientais) e a participação em atividades
públicas de popularização da ciência (feiras e olimpíadas científicas, Semana Nacional de C&T)
aumentaram no Brasil ao longo da última década. Contudo, a visitação a museus e centros de
C&T continua ainda muito baixa, se comparada com padrões europeus, e é extremamente
desigual: o acesso é muito menor em camadas de renda e escolaridade mais baixas:
Cresceu significativamente, de 2006 a 2015, a participação em feiras e olimpíadas de
ciências (de 13 % para 21%), na Semana Nacional de C&T (de 3% para 8%) e a visitação
a museus ou centros de C&T (de 4% para 12%), como exposto no Gráfico 5. O
crescimento foi mais forte em regiões que eram menos favorecidas em termos de
infraestrutura de C&T e de divulgação científica. O crescimento da visitação em
museus e centros de C&T foi mais intenso entre os jovens (Gráfico 6).
O número de matérias é insuficiente 35,7% 22,5% 37,4%
As fontes geralmente não são confiáveis 22,5% 32,1% 23,5%
O conteúdo é de má qualidade 20,7% 18,3% 21,4%
As matérias são tendenciosas 20,7% 18,3% 17,2%
São ignorados os riscos e os problemas que a aplicação da
ciência e tecnologia pode causar
19,2% 12,4% 12,2%
Em geral, é difícil entender as matérias 12,6% 11,2% 11,3%
Jornais
impressos
Principais motivos para a mídia não apresentar descobertas tecnológicas de
maneira satisfatória
TV Internet
9. 9
Gráfico 5. Percentual dos entrevistados segundo a declaração de visitação a espaços de difusão
científico-cultural, segundo as enquetes 2006, 2010 e 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
Gráfico 6. Percentual dos entrevistados segundo a declaração de visitação a espaços de
difusão científico-cultural, por região, segundo as enquetes 2006, 2010 e 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
Em termos de comparação com outros países, mencionamos as taxas de visitação
anuais a museus de C&T: 36% (Suécia, 2005); 27% (China, 2010); 25% (EUA, 2012); 20%
(Alemanha e Reino Unido, 2005); 16% (média da Europa, 2005); 12% (Índia, 2004).
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No caso de espaços científico-culturais ligados à natureza, como jardins botânicos,
zoológicos e parques ambientais, a visitação anual é significativa, alcançando cerca de
30% dos brasileiros.
As dificuldades de acesso aos espaços científico-culturais, incluindo a não existência
deles na região, são as principais razões declaradas por metade dos brasileiros para
que esses espaços não sejam visitados.
2. Atitudes e visões sobre C&T
As atitudes dos brasileiros sobre C&T são, em geral, muito positivas, prevalecendo a percepção
sobre seus benefícios, a confiança grande nos cientistas e nas suas motivações, bem como o
reconhecimento da importância do investimento público em C&T. O otimismo quanto aos
impactos da C&T vem crescendo desde 1987:
O número de pessoas que acreditam que a C&T está associada “só a benefícios” para a
humanidade, continuou crescendo de forma expressiva, desde 1987, e hoje tal opinião
é a da maioria dos brasileiros. Isto ocorreu mesmo que, em 2015, tenha havido uma
retração na porcentagem de pessoas que acreditam que a C&T traz “mais benefícios
que malefícios”. A grande maioria dos brasileiros (73%) declara acreditar que C&T traz
“só benefícios” ou “mais benefícios do que malefícios” para a humanidade (em 2010
este número alcançava 81%). Só uma minoria muito reduzida (4%) acredita que os
malefícios sejam preponderantes. Tal opinião otimista prevalece em todas as faixas de
renda e escolaridade e em todas as regiões do Brasil, sendo um pouco maior na região
Sul.
Gráfico 7. Comparação entre percepção sobre benefícios e malefícios da C&T, por enquete nacional
(1987, 2006, 2010 e 2015).
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
As enquetes internacionais mostram que a maioria das pessoas, em todo o mundo,
pensa que os resultados benéficos do desenvolvimento científico e tecnológico são
maiores que os malefícios. O Brasil se destaca como um dos países mais otimistas do
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mundo, com índice similar ao da China, quanto aos benefícios da C&T: 73% dos
cidadãos do País em comparação com 63% nos EUA e porcentagens menores na
Argentina e nos países europeus. Nos EUA, a porcentagem dos que percebem só
malefícios na C&T é, embora muito pequena, maior que no Brasil (8% contra 4%).
Gráfico 8. Comparação entre a percepção sobre benefícios e malefícios da C&T, por país. 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
Os brasileiros, em sua maioria, confiam muito nos cientistas como fonte de informação.
Se computarmos um Índice de Confiança (IC), que engloba os graus declarados de mais
ou menos confiança nos diversos profissionais, como fonte de informação em assuntos
importantes, os cientistas ligados a instituições públicas têm o nível mais alto de
confiança entre os atores sociais pesquisados (desde 2006), acima de jornalistas e
médicos. O IC dos jornalistas subiu paulatinamente, desde 2006, e superou
ligeiramente o dos médicos em 2015. O nível de confiança em políticos permaneceu
extremamente baixo em todas as enquetes.
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Quadro 2. Índice de confiança (IC) nos diversos profissionais, por ano de enquete (2006, 2010 e
2015).
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
Atitudes positivas sobre a importância da C&T:
Os brasileiros concordam, em sua maioria, com as seguintes afirmações: a pesquisa
científica é essencial para indústria; a C&T está tornando nossas vidas mais
confortáveis; os governantes devem seguir, pelo menos em parte, as orientações dos
cientistas; a experimentação animal deve ser permitida dependendo do caso; e a C&T
poderá contribuir para a redução das desigualdades sociais no País.
As atitudes positivas em relação à C&T, no entanto, não são acríticas nem ingênuas. A maioria
dos brasileiros expressa coletivamente uma preocupação com riscos decorrentes do
desenvolvimento científico e tecnológico e não ignora limitações na C&T:
Mais da metade dos brasileiros vê a C&T como responsável pela maior parte dos
problemas ambientais e acha que os cientistas têm conhecimentos que os tornam
perigosos. Em algumas questões complexas, os brasileiros se mostram mais divididos:
a metade dos brasileiros discorda que a C&T ajuda a eliminar pobreza e fome no
mundo e concorda que o uso dos computadores e a automação geram perda de
emprego; e defende que uma nova tecnologia não deve ser usada caso suas
consequências não sejam bem conhecidas. Os brasileiros estão também divididos
quanto à ampla liberdade de pesquisa por parte dos cientistas e quanto à
responsabilidade destes em relação ao mau uso que outros fazem de suas
descobertas.
A maioria dos brasileiros considera que: é necessário o estabelecimento de padrões
éticos sobre o trabalho dos cientistas; estes profissionais devem expor publicamente
os riscos decorrentes da C&T; as pessoas são capazes de entender o conhecimento
científico se este for bem explicado; e deveria haver participação da população nas
grandes decisões sobre os rumos da C&T.
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Ao contrário do interesse e do acesso à informação, fortemente influenciados pela
escolaridade e renda, as atitudes sobre C&T não são explicáveis a partir destes fatores, a não
ser de forma fraca e não homogênea. As atitudes sobre C&T não podem ser entendidas de
maneira linear a partir apenas de variáveis sociodemográficas: as pessoas mais informadas não
necessariamente possuem visões mais positivas e as pessoas com visões mais cautelosas ou
críticas não necessariamente possuem menor grau de escolaridade. As trajetórias de vida e o
contexto de moradia, capital social, valores, participação em atividades de sociabilidade e
políticas, têm um peso importante na forma como as pessoas se apropriam da informação
científica e formam suas atitudes sobre os cientistas e sobre a ciência e tecnologia.
3. Avaliação sobre a C&T no Brasil
A avaliação positiva dos brasileiros sobre o grau de avanço da ciência brasileira cresceu
significativamente de 1987 a 2010, sofrendo uma retração em 2015:
A tendência, desde 1987, foi a de uma redução expressiva da parcela da população
que aponta que a ciência brasileira está atrasada no campo das pesquisas científicas e
tecnológicas: 59% (1987), 35% (2006) e 28% (2010). Em 2015, no entanto, pela
primeira vez, aumentou a porcentagem dos brasileiros que considera a situação do
País em pesquisa como atrasada: 43%.
Os brasileiros apoiam, em sua grande maioria, o aumento do investimento público em C&T:
A grande maioria da população (78%) apoia a ideia de que devem ser feitos maiores
investimentos de recursos públicos em C&T.
Gráfico 9. Percentual dos entrevistados segundo a opinião
declarada sobre o aumento dos investimentos em C&T nos
próximos anos, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
Se comparada esta posição com a dos norte-americanos, obtida em enquete similar, a
diferença de visão entre os cidadãos dos dois países é marcante: 78% dos brasileiros
declarou acreditar que os investimentos deveriam aumentar (o dobro que nos EUA), e
só 3% considera que deveriam diminuir, contra 12% nos EUA. Na Argentina a
porcentagem dos que defendem mais recursos para a C&T alcança 63%, na Suécia,
Espanha e França fica em torno de 40%, enquanto cai para cerca de 25% na Alemanha
14. 14
e no Reino Unido. Uma parcela significativa da população de todos esses países acha
que os investimentos em pesquisa devem ser mantidos como estão.
Gráfico 10. Comparação sobre a opinião a respeito dos investimentos em C&T, 2015.
Fonte: Pesquisa sobre percepção pública da C&T no Brasil (CGEE, 2015).
A maioria dos brasileiros aponta que a principal razão para não haver um
desenvolvimento maior em C&T no País é a insuficiência de recursos. Para eles, a área
prioritária para investimento, similar ao que ocorre em outros países, é a dos
medicamentos e tecnologias médicas. Os brasileiros colocam como opções
predominantes, após esta, o investimento em energias alternativas, agricultura e, em
proporção menor, mudanças climáticas e exploração dos recursos da Amazônia.
Os brasileiros se mostram bastante preocupados com algumas questões local e globalmente
relevantes nas quais a C&T está envolvida. Neste caso, o grau de preocupação foi mensurado
em uma escala de 1 a 10:
O maior grau de preocupação surge com o Desmatamento da Amazônia, com índice
9,2, seguido por Efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global (9), Uso de
pesticidas na agricultura (8,4), Uso da energia nuclear (8,1) e Plantas transgênicas ou
comida com ingredientes transgênicos como possíveis causadoras de doenças (7,9).
Ao se analisar este índice de preocupação, percebe-se que ele está associado, com
maior intensidade, a pessoas que demostram maior interesse por C&T e maior
consumo de informação científica e tecnológica.
O conhecimento dos brasileiros sobre instituições do País que se dedicam a fazer pesquisa
científica e sobre cientistas brasileiros importantes é muito baixo:
Uma parcela muito pequena da população consegue lembrar o nome de algum
cientista brasileiro importante ou de alguma instituição de pesquisa. Em 2015, apenas
12% dos brasileiros se lembraram de alguma instituição que faça pesquisa no País e só
6% lembraram o nome de um cientista brasileiro. Esses números são menores que os
da enquete de 2010 (18% e 12%, respectivamente). O desconhecimento entre os
jovens é particularmente significativo. Mesmo entre pessoas com título superior, a
porcentagem de pessoas que dizem saber mencionar um cientista brasileiro é muito
15. 15
baixa. Como comparação, registre-se que, na Argentina, a última enquete (2012)
apontou que 25% das pessoas conseguem mencionar uma instituição científica local.
Esse índice fica em torno de 30% para outros países da América Latina, como Chile e
Venezuela.
Enquetes tomadas como base para as comparações nacionais e internacionais
O que o brasileiro pensa da ciência e da tecnologia? (CNPq/GALLUP, 1987)
Disponível em:
http://www.museudavida.fiocruz.br/media/1987_O_que_o_Brasileiro_Pensa_da_CT.pdf
Enquete Nacional de Percepção Pública da Ciência (MCTI, Museu da Vida, ABC, LabJor,
2006)
Disponível em:
http://www.museudavida.fiocruz.br/media/2007_Percepcao_Publica_da_CT_Brasil.pdf
Enquete Nacional de Percepção Pública da Ciência (MCTI, Museu da Vida, Unesco,
2010)
Disponível em:
http://www.recyt.mincyt.gov.ar/files/ActasComisionCyT/Acta2011_01/Anexo_VII_Public_Surv
ey_2010_Portuguese.pdf
Segunda Encuesta Nacional de Percepción Pública de la Ciencia, Cultura Científica y
Participación Ciudadana, MCYT (Venezuela, 2007)
Tercera Encuesta Nacional de Percepción Pública de la Ciencia, Cultura Científica y
Participación Ciudadana, MCYT (Venezuela, 2009)
Disponível em:
http://pt.slideshare.net/Mariosamuelcamacho16/resentacionterceraencuestadepercepcionpu
blicadelacienciamariosamuelcamachorodriguez
Chinese public understanding of science and attitudes towards science and
technology, (China Research Institute for Science Popularization, Beijing, China: CRISP
2010)
Disponível em: http://www.crisp.org.cn/csi.pdf
Percepción social de la ciencia y la tecnología (Espanha, Fecyt, 2010)
Disponível em:
http://icono.fecyt.es/informesypublicaciones/Documents/Publicacion_PSC2010.pdf
Tercera Encuesta Nacional de Percepción Pública de la Ciencia (Argentina, Ministerio
de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva, 2012).
Disponível em:
http://www.mincyt.gob.ar/tag/Tercera+Encuesta+Nacional+de+Percepci%C3%B3n
Public perceptions of science, research and innovation (Eurobarometer, 2014)
Disponível em:
http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_419_en.pdf