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Motores Alternativos 
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA 
ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA MECÂNICA 
SISTEMAS DE INJECÇÃO 
DIESEL 
ELABORADO POR 
ENG. MANUEL MARTINS 
Reprodução proibida 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 1
Motores Alternativos 
ÍNDICE 
0. Introdução ....................................................................................................... 4 
1. Funcionamento do motor Diesel ..................................................................... 5 
1.1. Sistema de alimentação do Motor Diesel ................................................. 5 
2. Bombas injectoras .......................................................................................... 6 
2.1. Bomba em linha ....................................................................................... 7 
2.2. Bomba distribuidora rotativa VE .............................................................. 7 
2.2.1. Filtro de combustível separador de água .......................................... 8 
2.2.2. Bomba de alimentação ...................................................................... 8 
2.2.3. Bomba manual .................................................................................. 9 
2.2.4. Filtro de combustível Primário e secundário ..................................... 9 
2.2.5. Conjunto Porta injector ...................................................................... 9 
2.2.6. Elemento ......................................................................................... 10 
2.2.7. Válvula ............................................................................................ 10 
2.2.8. Tubos de pressão............................................................................ 10 
2.2.9. Bico dos injectores .......................................................................... 11 
2.2.10. Bomba alimentadora de palhetas .................................................. 11 
3. Vela incandescente ...................................................................................... 12 
3.1.1. Filamentos com sistema patenteado Bosch Duraterm .................... 12 
3.1.2. Dupla vedação aumenta a durabilidade .......................................... 12 
3.1.3. Ligações precisas............................................................................ 12 
3.1.4. Camada isolante mais segura ......................................................... 12 
3.2. Processo de combustão mais estável e seguro ..................................... 13 
3.3. Arranques mais rápidos e melhor desempenho do motor ..................... 13 
4. Processo de injecção ................................................................................... 13 
4.1. Ignição ................................................................................................... 14 
4.2. Atraso da Injecção ................................................................................. 15 
5. Tipos de Injecção ......................................................................................... 15 
5.1. Injecção indirecta ................................................................................... 16 
5.2. Injecção Directa ..................................................................................... 17 
5.2.1. Sistemas de injecção directa ........................................................... 18 
5.3. Sistema bomba injecção+tubos+injectores ............................................ 19 
5.3.1. Sistema injector ............................................................................... 19 
6. Sistema de injecção ..................................................................................... 20 
6.1. Bomba injectora: .................................................................................... 23 
7. Regulação da velocidade ............................................................................. 24 
7.1. Governadores mecânicos ...................................................................... 25 
7.2. Governadores hidráulicos ...................................................................... 26 
7.3. Governadores electrónicos .................................................................... 27 
7.4. Governadores Digitais ........................................................................... 27 
8. Sistema Common Rail .................................................................................. 28 
8.1. O Circuito de combustível Common Rail ............................................... 29 
8.2. Variação de pressão no sistema Common Rail ..................................... 31 
8.2.1. Princípio básico de controlo ............................................................ 32 
8.3. Componentes do Common Rail ............................................................. 33 
8.3.1. Medidor de massa de ar .................................................................. 33 
8.3.2. Unidade de comando electrónico (ECU) ......................................... 33 
8.3.3. Bomba de alta pressão ................................................................... 33 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 2
Motores Alternativos 
8.3.4. Common Rail .................................................................................. 34 
8.3.5. Injectores ......................................................................................... 34 
8.3.6. Sensor de velocidade do motor ....................................................... 34 
8.3.7. Sensor de temperatura do líquido refrigerante ................................ 35 
8.3.8. Filtro de combustível ....................................................................... 35 
8.3.9. Sensor do pedal de acelerador ....................................................... 35 
9. Funcionamento ............................................................................................. 36 
9.1. Estrutura do sistema common-rail. ........................................................ 38 
9.2. Circuito baixa pressão ........................................................................... 39 
9.3. Circuito alta pressão .............................................................................. 40 
9.4. Sistema electrónico ............................................................................... 46 
10. Bibliografia .................................................................................................. 47 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 3
Motores Alternativos 
0. Introdução 
A história do motor a Diesel - encontrar um motor que utilizasse totalmente a 
energia do combustível consumido, tema proposto pelo físico francês Sadi 
Carnot, era a ideia de Rudolf Diesel, criador do motor que leva seu nome. 
Rudolf Diesel, cujo nome completo era Rudolf Christian Karl Diesel, nasceu 
em Paris, no dia 18 de Março de 1858, numa família de imigrantes alemães, e 
ali viveu até 1870. Aos 12 anos, foi deportado para o Reino Unido, devido à 
eclosão da guerra franco-prussiana. A partir de Londres, Diesel viajou para 
Augsburgo na Alemanha, onde prosseguiu os seus estudos na Universidade 
Técnica de Munique. Depois de desenvolver vários projectos, Diesel conseguiu 
patentear a sua ideia em 23 de Fevereiro de 1893. Após correcções e ajustes, 
o motor foi oficialmente apresentado ao mercado em 1898 com 10cv de 
potência, com uma eficiência de 26,2%, com base no seu consumo específico, 
contra 16,6% alcançados na primeira versão. O motor foi denominado 
carinhosamente de MINHA PRETINHA pelo seu inventor. 
Rapidamente esse motor ficou conhecido e começou a ser fabricado em toda a 
Alemanha. As primeiras aplicações desses motores ficaram restritas às 
centrais geradoras de energia eléctrica. 
Uma das primeiras empresas a produzir motores Diesel estacionários foi a 
Benz & Cia, que anos mais tarde viria a dividir-se em duas, formando a MWM 
(Motoren Werke Manheim AG), que ficou com a produção de motores 
estacionários de grande porte, e a Daimler-Benz AG, que passou a produzir 
motores de pequeno porte e também automóveis. 
Os sistemas de injecção Diesel têm como objectivo proporcionar uma boa 
mistura ar/combustível de forma a optimizar a combustão, para tal devem 
satisfazer várias condições. Uma boa pulverização é uma das condições mais 
importantes, uma vez que quanto mais pequenas forem as gotas mais 
facilmente estas se misturam com o ar, e quanto melhor for a mistura melhor 
será a combustão. Uma boa pulverização depende da pressão de injecção e da 
dimensão dos orifícios dos injectores. A penetração do combustível na câmara 
de combustão também é um factor muito importante, o combustível deve ter 
uma boa distribuição para chegar a todas as zonas da câmara de combustão, 
de forma a aproveitar todo o ar disponível para poder reagir. Assim convém 
que algumas gotas sejam maiores que outras, porque as gotas mais pequenas 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 4
Motores Alternativos 
vaporizam perto do bico injector e as gotas maiores vaporizam mais junto às 
paredes câmara de combustão. 
Os sistemas de injecção Diesel podem-se dividir, primeiramente, em dois tipos 
de sistemas, injecção directa e injecção indirecta. 
1. Funcionamento do motor Diesel 
Os motores ciclo Diesel de quatro tempos possuem uma forma de 
funcionamento até certo ponto parecida com a dos motores a explosão. 
Primeiro, o ar é aspirado pelo turbo compressor. Após ser comprimido, o ar é 
direccionado para o intercooler, para ser arrefecido e adquirir a densidade 
correcta. Posteriormente, o ar encaminha-se para o colector de admissão e 
entra para o interior das câmaras, conforme o tempo de abertura das válvulas 
de admissão. O sistema Diesel utiliza os quatro tempos à semelhança do ciclo 
Otto (Admissão – Compressão – Combustão – Escape). A maior diferença 
ocorre no terceiro tempo, o de combustão. Nos motores de ciclo Otto é 
necessária a presença de uma faísca para inflamar a mistura ar/combustível, 
pronta e comprimida. Já no Diesel, a compressão não é de uma mistura pronta, 
mas sim de ar puro, que se torna altamente aquecido pela elevada compressão 
que sofre dentro do cilindro. A inflamação ocorre pela injecção de combustível 
sobre o ar aquecido. 
1.1. Sistema de alimentação do Motor Diesel 
O combustível é aspirado do depósito até a bomba injectora pela acção 
positiva de uma bomba de transferência (Alimentação). Em seguida, passa por 
um pré-filtro para remover as partículas contaminantes. A bomba de 
transferência fornece, então, à bomba injectora o combustível em baixa 
pressão. O gasóleo passa pelo filtro de combustível antes de chegar à bomba 
que comprime o combustível, enviando-o por linhas individuais a cada injector 
onde se atingem altas pressões, necessárias à atomização e queima nas 
câmaras de combustão. Ao alcançar o injector, o combustível comprimido 
provoca o accionamento da agulha que veda os orifícios do injector com a 
câmara de combustão, vencendo a carga de uma mola e calços que 
determinam a pressão de abertura e possibilita a entrada do gasóleo de forma 
optimizada. A fuga de combustível em redor da agulha para refrigeração é 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 5
Motores Alternativos 
recolhida pelo colector de retorno, que o envia por uma ligação e pela tubagem 
de retorno ao depósito. 
2. Bombas injectoras 
A bomba injectora é um dos componentes mais importantes do sistema de 
alimentação dos veículos Diesel. Ela é responsável por injectar o combustível 
no motor para que ocorra a combustão. Esse trabalho é realizado em conjunto 
com o regulador de rotação, que controla todas as faixas de rotação de acordo 
com a carga aplicada ao motor e o seu funcionamento, doseando a quantidade 
de gasóleo injectado e o início de injecção correcto para a melhor combustão. 
Nos motores electrónicos esse processo é gerido pelas unidades electrónicas 
de comando. Mas, nos modelos mecânicos, a bomba é regulada manualmente 
por profissionais especializados com o auxílio de ferramentas específicas, além 
de diversos testes realizados em equipamento apropriado. Quando a bomba 
está regulada e o motor em bom estado, o funcionamento é perfeito e respeita 
as leis de emissão de poluentes, proporcionando desempenho e consumo 
estabelecidos pela montadora. 
Apesar das diferenças entre fabricantes e sistemas de bombas injectoras, a 
alimentação dos motores movidos a Diesel é praticamente a mesma para todos 
os veículos. 
Existem inúmeros modelos e tipos de bombas injectoras. A diferença entre elas 
está na aplicação quanto à potência do motor que vai equipar. Algumas 
aplicações foram projectadas para ser instaladas na parte traseira do motor, 
com o objectivo de reduzir ruídos, devido à maior carga aplicada nos motores 
modernos. 
As bombas podem ser classificadas nos modelos em linha ou rotativas 
(distribuidora), sendo que os portes são divididos por potência de saída, da 
seguinte maneira: M, A, MW, P, R, H e VE. A bomba em linha possui as saídas 
dispostas em linha e a colocação dos tubos de pressão é sequencial. Nas 
bombas rotativas há que ter atenção, no momento de encaixar os tubos de 
pressão, pois deve-se verificar a saída que vai para o primeiro cilindro do 
motor, e depois, identificar o sentido de rotação da bomba. Os tubos devem ser 
encaixados nessa ordem. É importante lembrar que cada motor tem a sua 
sequência. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 6
Motores Alternativos 
2.1. Bomba em linha 
O bombeamento é accionado por cames de um comando. Equipam grandes e 
pequenos motores de baixa rotação. A sua lubrificação é executada pelo 
mesmo óleo do motor, o que garante sua confiança. 
Figura 1 – Bomba injectora em linha 
2.2. Bomba distribuidora rotativa VE 
Como o nome indica o seu bombeamento é feito de forma rotativa. Essa 
característica é importante, pois os motores Diesel tiveram grandes evoluções 
e, à medida que houve um aumento da tecnologia aplicada na sua construção, 
as rotações do motor subiram e praticamente igualaram as rotações dos 
motores a gasolina. 
Cumulativamente, as bombas rotativas são mais apelativas em termos 
tecnológicos, mostrando eficiência e economia, sendo mais compactas que as 
bombas em linha o que facilita a aplicação de motores maiores em pequenos 
utilitários. 
A sua lubrificação é feita pelo próprio combustível o que a torna um tanto 
vulnerável, pois a contaminação do combustível com água pode comprometer 
a sua durabilidade. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 7
Motores Alternativos 
Figura 2 – Bomba injectora rotativa 
Para além das bombas injectoras, o sistema é composto de uma série de 
elementos, sem os quais o sistema não funciona. 
2.2.1. Filtro de combustível separador de água 
Os filtros separadores de água além de eliminar impurezas contidas no 
combustível, também são responsáveis pela separação da água que poderia 
comprometer os componentes do sistema de injecção. Por ser mais pesada 
que o combustível Diesel, a água fica acumulada na cavidade inferior existente 
no filtro, devendo ser drenada periodicamente 
Figura 3 – Filtro de combustível 
2.2.2. Bomba de alimentação 
Accionada pelo eixo de comando da bomba injectora, a sua função é aspirar o 
combustível do depósito e enviá-lo sob pressão através do filtro de combustível 
para o interior da câmara de aspiração da bomba injectora. 
Figura 4 - Bomba de alimentação 
A bomba de alimentação, juntamente com a bomba injectora, trabalha durante 
todo o tempo de funcionamento do motor Diesel. Isso significa que os seus 
componentes sofrem desgaste e precisam de substituição. 
Componentes submetidos a desgaste: 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 8
Motores Alternativos 
Rolete; 
Pistão; 
Mola do pistão; 
Válvulas; 
Filtro 
2.2.3. Bomba manual 
Integrada na bomba de alimentação, a bomba manual serve para bombear o 
combustível para os sistemas após uma desmontagem da bomba injectora ou 
troca de filtro de combustível, para realizar a sangria do sistema, eliminando 
possíveis bolhas de ar. 
Figura 5 - Bomba manual 
2.2.4. Filtro de combustível Primário e secundário 
Retêm as impurezas menores contidas no combustível, impedindo que os 
componentes do sistema de injecção sejam danificados. 
Figura 6 – Filtro de combustível primário 
2.2.5. Conjunto Porta injector 
O conjunto porta injector forma o elo de ligação entre a bomba injectora e o 
motor. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 9
Motores Alternativos 
Figura 7 – Conjunto Porta injector 
2.2.6. Elemento 
Por cada cilindro do motor existe um elemento que é formado por um pistão e 
um cilindro dispostos em linha. A sua função é dosear, para os diversos 
regimes de funcionamento do motor, o correcto volume de combustível. 
Figura 8 – Elemento 
2.2.7. Válvula 
Localizada entre a câmara de alta pressão da bomba e o início do tubo de 
pressão, a válvula tem como função evitar o descarregamento do tubo de 
pressão após a injecção do combustível mantendo-o sempre cheio 
Figura 9 – Válvula 
2.2.8. Tubos de pressão 
Responsável pela condução do combustível sob alta pressão da bomba 
injectora para os bicos dos injectores. Os tubos de alta pressão são fabricados 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 10
Motores Alternativos 
em aço e recebem tratamento superficial especial para assegurar maior 
resistência à corrosão, além de minimizar o efeito de cavitação gerado pelo 
fluxo de combustível, impedindo a entrada de possíveis partículas de metal nos 
bicos dos injectores. 
Figura 10 – Tubos de pressão 
2.2.9. Bico dos injectores 
Os bicos injectores estão alojados na cabeça do motor e são fundamentais 
para concluir o processo de alimentação de um motor a Diesel. A sua 
construção é precisa e rigorosamente calibrada, para que aconteça a 
inflamação correcta do combustível dentro da câmara no cilindro dos motores 
térmicos. Tem a sua abertura calibrada com pressões que variam em torno de 
200 bar, dependendo do projecto do motor. 
Pulverizam o combustível, que é doseado sob alta pressão pela bomba 
injectora, na câmara de combustão do motor. É fundamental a utilização de 
combustível não adulterado, pois as impurezas diminuem sensivelmente a vida 
dos bicos dos injectores. 
Figura 11 – Bico dos injectores 
2.2.10. Bomba alimentadora de palhetas 
A sua função é aspirar o combustível do depósito, produzindo uma pressão 
suficiente na câmara interna da bomba alimentadora 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 11
Motores Alternativos 
Figura 12 – Bomba alimentadora de palhetas 
3. Vela incandescente 
Componente que embora não faça parte do sistema de injecção, funciona 
como sistema auxiliar de arranque do motor, assegurando uma temperatura 
limite na câmara de combustão, necessária de acordo com as características 
do motor. 
Figura 14 – Vela incandescente 
3.1.1. Filamentos com sistema patenteado Bosch Duraterm 
Rápido aquecimento reduz em 50% o tempo de arranque do motor. Após o 
arranque, os filamentos têm a capacidade de regular e manter a temperatura 
ideal na câmara de combustão, optimizado o funcionamento do motor, 
reduzindo os ruídos e a emissão de gases poluentes. 
3.1.2. Dupla vedação aumenta a durabilidade 
Vedação de material especial (Viton) protege os filamentos contra danos 
causados por gases, prolongando ainda mais a vida útil da Vela Incandescente. 
3.1.3. Ligações precisas 
Desenho e acabamento dos conectores tornam a instalação simples e o ajuste 
perfeito. 
3.1.4. Camada isolante mais segura 
Pó cerâmico compactado garante alta condutividade térmica e ao mesmo 
tempo segurança total no isolamento 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 12
Motores Alternativos 
3.2. Processo de combustão mais estável e seguro 
Nos motores Diesel a ignição espontânea acontece quando o combustível é 
pulverizado dentro da câmara de combustão e se auto-inflama, ao entrar em 
contacto com o ar que foi super aquecido pela compressão dos pistões. 
É nesse momento que a Vela Aquecedora é essencial: garante que a 
temperatura dentro da câmara de combustão atinja cerca de 850°C com total 
segurança, mesmo em circunstâncias críticas como motor em marcha lenta, 
temperatura externa baixa e motor frio. 
Isso acontece porque os filamentos da Vela Aquecedora são fabricados com 
uma liga especial de cobalto ferro, patenteada pela Bosch. 
Esses filamentos são fixados com pó compactado de óxido de magnésio, 
electricamente isolante e resistente a vibrações, eliminando a possibilidade de 
curtos circuitos que poderiam destruir a vela. 
Após o arranque, as Velas Aquecedoras continuam a regular a temperatura, 
permitindo o funcionamento óptimo do motor e diminuindo a emissão de 
substâncias contaminantes procedentes dos gases de escape. 
Motor com antecâmara 
Motor com câmara de 
turbilhonamento 
Motor de injecção 
directa 
Figura 15 – Vários tipos de câmaras de combustão 
3.3. Arranques mais rápidos e melhor desempenho do motor 
Com velas de incandescência a temperatura na câmara de combustão atinge 
850 °C em menos de quatro segundos. Como resultado, o tempo da partida é 
reduzido a metade. Devido à tecnologia que mantém a temperatura correcta 
após a partida, a Vela incandescente reduz os ruídos e a emissão de 
substâncias nocivas pelo motor. 
4. Processo de injecção 
O gás de combustão aspirado (ar) ou induzido sob pressão é tão comprimido 
(temperatura entre 550 e 600° C), que se dá a auto- ignição. Uma parte do 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 13
Motores Alternativos 
combustível, injectado em primeiro lugar, queima rapidamente e o que é 
injectado em seguida, em maior quantidade, queima a pressão 
aproximadamente constante. 
A combustão não ocorre inteiramente, caso não se sucedam no tempo certo o 
aquecimento do combustível e a ignição. A injecção começa antes do pistão 
atingir o PMS, no tempo de compressão. Só se consegue uma boa combustão, 
quando há a melhor mistura possível entre as gotículas de combustível e o ar 
necessário à combustão. Para tanto, torna-se necessário, entre outras coisas, 
a adequação do jacto de combustível à forma da câmara de combustão (com 
ou sem repartições). Outras possibilidades: um ou mais jactos; disposição dos 
jactos; comprimento dos jactos; sua força; tamanho das gotículas, turbilhão 
mais intenso do ar de combustão. Forma do pistão; câmara de combustão 
repartida, com câmaras-de-ar, pré-câmaras, ou câmaras de turbilhão e também 
fluxo de ar tangencial. 
4.1. Ignição 
Pode não se dar uma sensível vaporização do combustível Diesel, de elevado 
ponto de ebulição, devido à rapidez do processo. As gotículas de combustível 
que são injectadas inflamam-se após terem sido levadas à temperatura de 
auto-ignição, pelo ar pré-aquecido e comprimido, no cilindro. O intervalo de 
tempo entre a injecção e a ignição deve estar sincronizado com a rotação da 
cambota, correspondente à elevação adequada de pressão. O atraso da 
ignição deve ser o mínimo possível; caso contrário, chega à câmara de 
combustão, uma quantidade excessiva de combustível não queimado, que irá 
produzir aumento de pressão no próximo tempo de compressão e reduzir a 
lubrificação entre as camisas dos cilindros e os segmentos, resultando, com a 
continuidade do processo, em desgaste, que num primeiro momento, é 
conhecido como "Vidrado" das camisas dos cilindros. Combustíveis Diesel com 
boa ignição, têm um pequeno atraso; proporcionam compressão uniforme para 
a combustão e operação suave do motor. O atraso da ignição depende do tipo 
de combustível, pressão e temperatura na câmara de combustão. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 14
Motores Alternativos 
4.2. Atraso da Injecção 
Medido pelo ângulo da cambota, é o intervalo de tempo necessário ao pistão 
da bomba de injecção, para levar a quantidade de combustível situada entre a 
tubagem da bomba e o assento da válvula de injecção (bico injector), à pressão 
de injecção. Infelizmente é quase impossível, especialmente nos motores de 
funcionamento rápido, controlar de maneira satisfatória o programa de 
combustão ("Lei de aquecimento") e a variação da pressão durante a 
combustão mediante o início e o desenvolvimento da injecção, a não ser com 
baixa compressão, que por outro lado diminui o rendimento e se opõe 
frontalmente ao princípio do motor Diesel. No tempo de alguns centésimos de 
segundo entre o começo da injecção e a ignição, uma parte importante da 
quantidade injectada penetra na câmara de combustão e inflama-se rápida e 
simultaneamente com o imprevisto aumento de pressão. Além disto, durante a 
ignição na fase fluida formam-se peróxidos com um indesejável carácter 
explosivo. Estas "batidas" dão aos carburantes um maior atraso de ignição 
impróprio para motores Diesel. 
A temperatura dos gases tem como limite superior a resistência das peças à 
alta temperatura e a qualidade do lubrificante e como limite inferior, a 
temperatura da atmosfera. O limite superior de pressão é dado pelo facto de 
que um aumento de compressão, mesmo que pequeno, acarreta um aumento 
nas forças do motor e no seu peso. O limite inferior é o da pressão atmosférica. 
As limitações de volume são consequência da necessidade de se evitar 
expansões demasiado grandes, pois só se consegue uma pequena vantagem 
de potência com a desvantagem de um motor muito grande. 
Para avaliar o nível de conversão de energia no motor, há processos de cálculo 
que permitem determinar as limitações acima descritas. 
5. Tipos de Injecção 
O ponto mais importante é a formação da mistura mediante a injecção do 
combustível directamente antes e durante a auto-ignição e combustão na carga 
de ar fortemente comprimida. Durante o desenvolvimento do motor Diesel 
foram encontradas várias soluções que em parte coexistem ainda hoje. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 15
Motores Alternativos 
5.1. Injecção indirecta 
Nos sistemas de injecção indirecta a câmara de combustão é constituída por 
duas partes distintas. A parte principal é o espaço entre a cabeça do motor e o 
topo do pistão quando este se encontra no PMS, e a auxiliar é uma pequena 
câmara na cabeça do motor. As duas câmaras estão ligadas através de um 
orifício de grande dimensão com uma forma aerodinâmica. O combustível é 
injectado directamente na câmara auxiliar através de um injector com um único 
orifício. Durante a compressão, o ar produz na câmara auxiliar um turbilhão, 
que facilita a dispersão do combustível, aumentando assim a homogeneidade 
da mistura. Quando se dá a combustão, cria-se um aumento de pressão na 
câmara auxiliar que expulsa a mistura para a câmara principal, onde acaba de 
ser queimada e realiza trabalho. Este sistema funciona com pressões mais 
baixas que o sistema de injecção directa, tendo como consequência um 
funcionamento mais suave, mas um rendimento mais baixo com maiores 
consumos e maiores emissões de gases poluentes, actualmente, é um 
processo pouco utilizado nos motores modernos. 
Figura 16 – Injecção indirecta 
A parte inferior da antecâmara a é quente, porque se encontra separada das 
paredes refrigeradas pelo entre ferro. Descontinuidade da pressão na 
antecâmara e insuflação na parte principal da câmara de combustão mediante 
um canal injector. b = tubulação de combustível; c = ignição auxiliar para 
partidas a frio; d = passagem da água de refrigeração para a cabeça. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 16
Motores Alternativos 
A câmara de turbulência a contém 
quase toda a carga de ar que, no 
percurso de compressão, penetra 
tangencialmente pelo canal b 
começando um movimento circular; c 
= tubulação de combustível 
Figura 17 – Antecâmara tipo esférica 
5.2. Injecção Directa 
Nos sistemas de injecção directa ao contrário dos sistemas de injecção 
indirecta, a câmara de combustão é constituída por uma única parte, sendo 
este o espaço entre a cabeça do motor e o topo do pistão quando este se 
encontra no PMS. A injecção do combustível é efectuada directamente no 
cilindro através de um injector com vários orifícios, permitindo assim uma 
melhor pulverização do combustível e consequentemente uma melhor mistura 
com o ar. Este sistema funciona com pressões mais elevadas do que o sistema 
de injecção indirecta, sendo estas pressões aplicadas directamente no pistão, o 
que proporciona um melhor rendimento com consumos mais baixos e menores 
emissões de gases poluentes. 
O combustível é injectado directamente sobre a cabeça do pistão mediante um 
bico injector, com um ou vários pequenos furos (diâmetros de 0,1 a 0,3 mm) 
direccionados segundo um ângulo apropriado. Funciona com pressões muito 
elevadas (até 400 atm) para conseguir uma pulverização muito fina e uma 
distribuição adequada do combustível no ar de carburação. O jacto único forma 
uma neblina composta de gotas minúsculas que costumam inflamar-se em 
primeiro lugar na proximidade de entrada. A formação da mistura é acelerada e 
melhorada quando o ar de carburação executa um movimento rápido em 
relação à névoa do combustível. Com isto o movimento circular e turbulento do 
ar produz-se de várias formas já com o processo de sucção ou com a 
compressão. A maioria dos motores modernos utiliza o processo de injecção 
directa de combustível, em virtude do seu melhor rendimento térmico. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 17
Motores Alternativos 
a = injecção directa no ar parado 
(Cummins); b = jacto sobre a cabeça 
do pistão com câmara de mistura 
térmica (processo MAN-M) 
Figura 18 – Processos de injecção directa. 
Figura 19 – Processos de injecção directa. 
Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas sobre o processo da combustão em 
motores Diesel. Inicialmente acreditava-se que ocorria uma explosão no interior 
do cilindro, razão pela qual, os motores de combustão interna eram também 
chamados de motor a explosão. Por meio de observações, testes diversos, 
tentativas, erros e acertos, os componentes do sistema de injecção vêm sendo 
aperfeiçoados nos seus desenhos, preservando, no entanto, o que de melhor 
se alcançou, em termos de resultados com o processo de injecção directa. 
Recentemente descobriu-se mais detalhes do processo de combustão e isto, 
certamente, trará novos desenvolvimentos. Com o auxílio de um equipamento 
de raios x de alta velocidade, foi possível registar os diversos instantes em que 
a combustão se processa. Até então, todas as observações feitas eram por 
meio de iluminação estroboscópica, que permitia visualizar uma fracção de 
cada tempo de combustão e, formando uma sequência de imagens, tinha-se 
uma ideia do processo. 
5.2.1. Sistemas de injecção directa 
Actualmente existem três sistemas: 
O sistema bomba de injecção; 
O sistema injector; 
O sistema “common rail” 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 18
Motores Alternativos 
5.3. Sistema bomba injecção+tubos+injectores 
Este é o sistema convencional utilizado há já muito tempo nos motores Diesel, 
tanto nos de injecção directa como nos de injecção indirecta. 
É um sistema barato e de fácil implementação, os injectores estão ligados 
directamente à bomba injectora através de tubos metálicos. Todos os tubos 
têm o mesmo comprimento, pois as ondas de pressão que evoluem dentro dos 
tubos vão variando ao longo dos tubos, ou seja, para que os tempos e 
pressões de injecção sejam sensivelmente iguais em cada injector o 
comprimentos dos tubos também têm que ser iguais. Ora, a disposição dos 
injectores ao longo do motor faz com que existam injectores mais próximos da 
bomba e outros mais afastados, como todos os tubos têm que ter o mesmo 
comprimento, os que estão mais próximos têm uma configuração com algumas 
curvas para poderem compensar a menor distância a que se encontram da 
bomba. 
A geração de pressão é totalmente dependente da rotação do motor, visto que 
a bomba é accionada directamente pela distribuição. Este sistema apresenta 
várias limitações, não conseguindo dar resposta ao controlo exigido nos 
motores actuais, que usam pré e pós injecção, modulação da injecção principal 
e elevadíssimas pressões de injecção. Por todas estas razões este sistema 
tem vindo a ser preterido em relação a outros sistemas, nomeadamente pelo 
sistema common rail. 
Figura 20 - Sistema bomba injecção+tubos+injectores 
5.3.1. Sistema injector 
O sistema injector bomba foi desenvolvido com o objectivo de se conseguir 
elevar as pressões de injecção muito acima dos 1500 bar, em motores de 
injecção directa. Neste sistema a bomba e o injector formam um único corpo, 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 19
Motores Alternativos 
ora, rapidamente se pode concluir que é eliminada a desvantagem dos tubos 
longos utilizados no sistema anterior, o que provocava grandes perdas de 
pressão. Neste caso essa desvantagem foi eliminada, daí a razão de se 
conseguirem elevadas pressões neste sistema, neste momento 
aproximadamente 2200 bar. 
Cada cilindro tem um injector que é actuado pela árvore de cames. Foi neste 
sistema que foi introduzido pela primeira vez o controlo electrónico de injecção, 
tendo sido possível melhorar consideravelmente alguns aspectos, 
nomeadamente na emissão de gases poluentes. Este sistema consegue 
pressões muito elevadas de injecção, o que significa gotas mais finas e uma 
melhor preparação da mistura, logo, também uma melhor combustão, e 
consequentemente um menor consumo e menores emissões de gases 
poluentes. 
Figura 21 – Sistema injector bomba 
6. Sistema de injecção 
Desde a construção do primeiro motor Diesel, o principal problema tem sido o 
processo de injecção do combustível para a combustão ideal. Os sistemas 
existentes não sofreram grandes modificações no correr dos anos. As 
principais alterações, que resultaram em evolução significativa, foram, 
primeiramente o advento da bomba rotativa em linha, desenvolvida por Robert 
Bosch em 1927, que permitiu aos motores alcançarem rotações mais elevadas 
e, consequentemente, mais potência. Depois, no decorrer da década de 80, 
surgiram os primeiros sistemas de gestão electrónicos (EDC, de Electronic 
Diesel Control). O desenvolvimento dos sistemas EDC, embora trazendo 
consideráveis resultados, esbarrava na limitação mecânica dos sistemas em 
uso que não podiam prescindir de um meio de comprimir o combustível pela 
acção de um pistão comandado no instante adequado. Assim, mantinham-se 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 20
Motores Alternativos 
os componentes básicos dos sistemas de injecção, utilizando-se os recursos 
electrónicos para monitorização e controlo, sem possibilidade de intervenções 
importantes no processo de injecção. O início, duração e término da injecção 
permaneciam acoplados à posição da cambota, uma vez que as bombas 
injectoras não permitiam variações, por serem accionadas por engrenagens 
conduzidas pela rotação do motor. Diferentemente dos motores do ciclo Otto, 
que já utilizavam a injecção electrónica de combustível e sistema de ignição 
transistorizado independentes, os motores Diesel ainda esperavam por novas 
tecnologias. 
Em 1997, a Alfa Romeu lançou o seu modelo 156 equipado com um motor 
Diesel dotado de um sistema de injecção revolucionário, que ela denominou de 
JTD. Tal sistema aumentava a potência e o binário com redução do consumo 
e, por consequência, os níveis de emissões e abriu novas perspectivas para o 
futuro dos motores Diesel. Posteriormente, os direitos de fabricação deste 
sistema foram cedidos à Robert Bosch, que começou a equipar motores para a 
Mercedes Benz, BMW, Audi, Peugeot e Citroën (estes últimos denominam o 
sistema de HDI). A Fiat, a Ford e a Volkswagen estão equipados com o novo 
sistema. No segmento de motores mais pesados, as fábricas Mercedes, Scania 
e Volvo já lançaram os novos motores equipados com este sistema, que 
ganhou a denominação de Common Rail. 
O Sistema Common Rail Bosch é um moderno e inovador sistema de injecção 
Diesel. Ele foi desenvolvido para atender à actual procura do mercado em 
relação à diminuição do consumo de combustível, da emissão de poluentes e 
maior rendimento do motor exigidos pelo mercado. Para isto são necessárias 
altas pressões de injecção, curvas de injecção exactas e dosagem 
extremamente precisa do volume do combustível. 
Com a introdução da primeira bomba injectora em linha fabricada em série no 
ano de 1927, estavam criadas as condições para o emprego do motor Diesel 
de alta rotação em veículos automóveis. O emprego da bomba injectora em 
linha ainda hoje está em diversos veículos utilitários e motores estacionários, 
chegando até a locomotivas e navios com pressões de injecção para motores 
de até cerca de 160 kW por cilindro. Os diferentes requisitos para a utilização 
dos motores Diesel levaram ao desenvolvimento de diversos sistemas de 
injecção, adequados às respectivas exigências. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 21
Motores Alternativos 
O sistema de injecção de pressão modulada "Common Rail" para motores de 
injecção directa abre perspectivas completamente novas: 
Ampla área de aplicação (para veículos de passeio e utilitários leves com 
potência de até 30 kW / cilindro, para utilitários pesados chegando até a 
locomotivas e navios com potência de até 200 kW / cilindro): 
Alta pressão de injecção de até cerca de 2600 bar; 
Início de injecção variável; 
Possibilidade de pré-injecção, injecção principal e pós-injecção; 
Volume de injecção, pressão no "Rail" e início da injecção adaptados a 
cada regime de funcionamento, assim como, 
Pequenas tolerâncias e alta precisão durante toda a vida útil. 
O sistema de injecção de pressão modulada "Common Rail", produção de 
pressão e injecção são acoplados. A pressão de injecção é produzida 
independente da rotação do motor e do volume de injecção e está no "Rail" 
(acumulador de combustível de alta pressão) pronta para a injecção. Momento 
e qualidade de injecção são calculados na unidade de comando electrónico e 
transportados pelo injector (unidade de injecção) em cada cilindro do motor 
através de uma válvula magnética activada. Com o injector e a alta pressão 
sempre iminente, obtém-se uma curva de injecção muito precisa. 
Com a ajuda dos sensores a unidade de comando pode captar a condição 
actual de funcionamento do motor e do veículo em geral. Ela processa os 
sinais gerados pelos sensores e recebidos através de cabos de dados. Com as 
informações obtidas ela tem condição de exercer comando e regulação sobre o 
veículo e, principalmente, sobre o motor. O sensor de rotação do eixo de 
comando determina, com o auxílio do efeito "Hall", se o cilindro se encontra no 
PMS da combustão ou da troca de gás. Um potenciómetro na função de sensor 
do pedal do acelerador informa através de um sinal eléctrico à unidade de 
comando, com que força o condutor accionou o pedal (aceleração). O medidor 
de massa de ar informa à unidade de comando qual a massa de ar 
actualmente disponível para assegurar uma combustão possivelmente 
completa. Havendo um turbo compressor, actua ainda o sensor que regista a 
pressão de carga. Com base nos valores dos sensores de temperatura do 
agente de refrigeração e de temperatura do ar. De acordo com os veículos são 
conduzidos ainda outros sensores e cabos de dados até a unidade de 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 22
Motores Alternativos 
comando para fazer cumprir as crescentes exigências de segurança e de 
conforto. 
6.1. Bomba injectora: 
A injecção do combustível Diesel é controlada por uma bomba de pistões 
responsável pela pressão e dosagem para cada cilindro, nos tempos correctos. 
Na maioria dos motores Diesel, utiliza-se uma bomba em linha dotada de um 
pistão para cada cilindro e accionada por uma árvore de cames que impulsiona 
o combustível quando o êmbolo motor (pistão) atinge o ponto de início de 
injecção, no final do tempo de compressão. Alguns motores utilizam bombas 
individuais para cada cilindro e há outros que utilizam uma bomba de pressão e 
caudal variáveis, fazendo a injecção directamente pelo bico injector accionado 
pela árvore de cames. Há ainda aqueles que utilizam bombas rotativas, que 
distribuem o combustível para os cilindros num processo semelhante ao do 
distribuidor de corrente para as velas utilizado nos motores de automóveis. 
As bombas injectoras, rotativas ou em linha, para que funcionem, são 
instaladas no motor sincronizadas com os movimentos da cambota. Ao 
processo de instalação da bomba injectora no motor dá-se o nome de calagem 
da bomba. Cada fabricante de motor adopta, segundo o projecto de cada 
modelo que produz, um processo para a calagem da bomba injectora. Na 
maioria dos casos, a coincidência de marcas existentes na engrenagem de 
accionamento da bomba com as marcas existentes na engrenagem 
accionadora é suficiente para que a bomba funcione correctamente. Em 
qualquer caso, porém, é absolutamente necessário consultar a documentação 
técnica fornecida pelo fabricante, sempre que se for instalar uma bomba 
injectora, pois os procedimentos são diferentes para cada caso. 
Figura 22 – Controlador de dosagem 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 23
Motores Alternativos 
A dosagem do combustível é feita pela posição da cremalheira, ligada ao 
acelerador por meio do governador de rotações. 
Figura 23 – Controlador de débito 
Dosagem do combustível. Com o mesmo deslocamento vertical, o pistão 
injecta mais ou menos combustível em função da sua posição. O que muda é o 
tempo final de débito 
Figura 24 – Controlador de débito 
7. Regulação da velocidade 
A rotação de trabalho do motor Diesel depende da quantidade de combustível 
injectada e da carga aplicada à cambota (potência fornecida à máquina 
accionada). Também é necessário limitar a rotação máxima de trabalho do 
motor, em função da velocidade média do pistão (cm= s n / 30), que não deve 
induzir esforços que superem os limites de resistência dos materiais, bem 
como da velocidade de abertura e fecho das válvulas de admissão e escape, 
que a partir de determinados valores de rotação do motor, começam a produzir 
efeitos indesejáveis. Nas altas velocidades, começa haver dificuldade no 
enchimento dos cilindros, devido ao aumento das perdas de carga e a inércia 
da massa de ar, fazendo cair o rendimento volumétrico. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 24
Motores Alternativos 
Como a quantidade de combustível injectada é doseada pela bomba injectora, 
por meio da variação de débito controlada pelo mecanismo de aceleração, 
limita-se a quantidade máxima de combustível que pode ser injectada. 
Dependendo do tipo de motor, essa limitação é feita por um batente do 
acelerador, que não permite acelerar o motor além daquele ponto. O 
mecanismo de aceleração, por si só, não é capaz de controlar a rotação do 
motor quando ela tende a cair com o aumento da carga ou a aumentar com a 
redução da mesma carga. É necessário então outro dispositivo que assegure 
controlo da dosagem de combustível em função das solicitações da carga. Na 
maioria dos motores, este dispositivo é constituído por um conjunto de 
contrapesos que rodam, que por acção da força centrífuga, actua no 
mecanismo de aceleração de modo a permitir o fornecimento de combustível 
sem variações bruscas e respondendo de forma suave às solicitações da 
carga. Conhecidos como reguladores ou governadores de rotações, são 
utilizados em todos os motores Diesel e, dependendo da aplicação, como visto 
no início deste trabalho, tem características distintas e bem definidas. No caso 
específico dos motores para grupos Diesel geradores, a regulação da 
velocidade é um item particularmente crítico, uma vez que a frequência da 
tensão gerada no alternador necessita ser mantida constante, ou seja, o motor 
Diesel deve operar em rotação constante, independente das solicitações da 
carga. Isto significa que a cada aparelho eléctrico que se liga ou desliga, o 
governador deve corrigir a quantidade de combustível injectada, sem permitir 
variações da RPM, o que é quase impossível, dado o tempo necessário para 
que as correcções se efectivem. Para solucionar o problema, existem três tipos 
básicos de governadores isócronos, que são: 
7.1. Governadores mecânicos 
Constituídos por um sistema de contrapesos, molas e articulações, actuam no 
mecanismo de aceleração aumentando ou diminuindo o débito de combustível 
sempre que a rotação se afasta do valor regulado, em geral, 1800 RPM. Tem 
tempo de resposta considerado longo e permitem oscilações em torno do valor 
regulado. Dependendo da carga que for aplicada bruscamente, permitem 
quedas acentuadas da RPM e, na recuperação, permitem ultrapassar o valor 
regulado para, em seguida, efectuar nova correcção de menor grau. São mais 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 25
Motores Alternativos 
baratos e utilizados em grupos Diesel geradores que alimentam equipamentos 
pouco sensíveis às variações de frequência. Tem precisão de regulação em 
torno de 3%, podendo chegar até 1,5%. O tipo mais comum, utilizado em 
grande número de motores equipados com bombas injectores Bosch em linha, 
é o governador Bosch modelo RSV. 
Figura 25 – Governadores mecânicos 
7.2. Governadores hidráulicos 
De maior precisão que os governadores mecânicos, podem ser accionados 
pelo motor Diesel independentemente da bomba injectora e actuam sobre a 
alavanca de aceleração da bomba, exercendo a função que seria do pedal do 
acelerador do veículo. São constituídos por um sistema de contrapesos que 
rodam, fazem o papel de sensor de rotação e uma pequena bomba hidráulica 
para produzir a pressão de óleo necessária ao accionamento. As variações de 
rotação "sentidas" pelos contrapesos são transformadas em caudal e pressão 
de óleo para alimentar um pequeno cilindro ligado à haste de aceleração da 
bomba. Por serem caros e necessitarem de um arranjo especial para 
montagem no motor, são pouco utilizados. 
Figura 26 – Governador Hidráulico WOODWARD modelo PSG 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 26
Motores Alternativos 
7.3. Governadores electrónicos 
Actualmente são utilizados em maior escala, dado o custo, que vem reduzindo 
nos últimos anos. Oferecem a melhor precisão de regulação que se pode 
conseguir e são constituídos por três elementos básicos: 
1. Pick-up magnético, que exerce a função de sensor de RPM; 
2. Regulador electrónico, propriamente dito (ou unidade de controlo); 
3. Actuador. 
A construção pode variar, conforme o fabricante, mas todos funcionam 
segundo os mesmos princípios. O pick-up magnético é uma bobina enrolada 
sobre um núcleo ferro magnético e instalado na carcaça do volante, com a 
proximidade adequada dos dentes da cremalheira. Com o motor em 
funcionamento, cada dente da cremalheira, ao passar próximo ao pick-up 
magnético, induz um impulso de corrente eléctrica que é captado pelo 
regulador. A quantidade de impulsos por segundo (frequência) é comparada, 
pelo regulador, com o valor padrão ajustado. Se houver diferença, o regulador 
altera o fluxo de corrente enviada para o actuador, que efectua as correcções 
do débito de combustível, para mais ou para menos, conforme a necessidade. 
Há actuadores que trabalham ligados à haste de aceleração da bomba 
injectora, como nos governadores hidráulicos e outros que são instalados no 
interior da bomba e actuam directamente sobre o fluxo de combustível. Os 
actuadores externos mais conhecidos são os fabricados pela Woodward, 
(governadores modelo EPG) e os internos são os utilizados nos motores 
Cummins (governador EFC). 
Figura 27 – Governador Electrónico WOODWARD modelo EPG - 12 ou 24 V 
7.4. Governadores Digitais 
Os governadores digitais utilizados actualmente, embora possam oferecer 
recurso de comunicação via porta série e funções de controlo PID (Proportional 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 27
Motores Alternativos 
Integral Derivative), dependem de um actuador analógico para comandar as 
correcções de RPM do motor, o que os torna iguais, em termos de resultados, 
aos governadores electrónicos analógicos. 
Figura 28 – Governador Electronic Digital Woodward 2301D - Load Sharing 
and Speed Control 
8. Sistema Common Rail 
O protótipo do sistema Common Rail foi desenvolvido em finais dos anos 60 
pelo Suíço Robert Huber. Depois disso, Ganser do "Swiss Federal Institute of 
Technology" desenvolveu a tecnologia Common Rail futura. A meio dos anos 
90, Dr. Shohei Itoh e Masahiko Miyaki, da "Denso Corporation", uma empresa 
Japonesa de fabrico de componentes para automóveis, desenvolveu o sistema 
de combustível Common Rail para veículos pesados, tornando-se assim no 
primeiro caso prático do uso no seu sistema ECD-U2 Common Rail, que foi 
montado num camião da Hino Raising Ranger, vendido para uso geral em 
1995. O actual sistema Common Rail controlado por uma unidade electrónica 
de comando (ECU) trabalha segundo o mesmo princípio i.e. cada injector é 
controlado electronicamente, em vez de mecanicamente. Isto foi alvo de muitos 
protótipos nos anos 90, com a colaboração entre a Magneti Marelli, Centro 
Ricerche Fiat e Elasis. Depois da investigação e desenvolvimento inicial por 
parte do grupo Fiat, o design foi adquirido pela empresa alemã Robert Bosch 
GmbH para completar o desenvolvimento e torná-lo apto à produção em 
massa. 
Consiste numa bomba de alta pressão que fornece a pressão através de uma 
rampa comum a todos os injectores, o que permite fornecer uma pressão 
constante de injecção, independentemente da rotação do motor. A sua 
vantagem é um menor ruído de funcionamento, arranque a frio quase 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 28
Motores Alternativos 
instantâneo, e uma clara melhoria de prestações e diminuição da poluição e de 
consumo. Actualmente é o sistema usado em quase todos os Diesel. 
Há diferentes sistemas usados por diferentes fabricantes, mas foram todos 
criados pela Bosch e são equivalentes em termos de qualidade e eficácia: o 
"Unit Injector System" (UIS), mais conhecido entre nós como Injector bomba, e 
o "Common Rail System" (CRS). 
Em ambos os sistemas, o combustível é injectado nos cilindros sob pressão 
muito alta. O próprio processo de injecção é controlado electronicamente, para 
que seja sempre injectado o volume ideal de combustível, exactamente no 
momento certo, garantindo rendimento máximo com o mínimo consumo e 
níveis de emissão baixos. 
No entanto, o sistema injector bomba está a desaparecer, apesar de se 
conseguirem pressões mais elevadas (acima dos 2000 bar) do que no 
Common Rail, por ser um sistema mais dispendioso. 
Figura 29 Sistema “Common Rail” para automóveis 
de passageiros 
1 Medidor de massa de 
ar 
2 ECU Controlo do Motor 
3 Bomba de alta pressão 
4 Common Rail 
5 Injectores 
6 Sensor de velocidade 
7 Sensor de temperatura 
de refrigeração 
8 Filtro de combustível 
9 Sensor do pedal de 
acelerador 
8.1. O Circuito de combustível Common Rail 
Uma das maiores diferenças entre o Common Rail e os outros sistemas de 
injecção Diesel está no circuito de combustível. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 29
Motores Alternativos 
Figura 30 Principais componentes do circuito de combustível de um sistema 
Common Rail 
1- Tanque (Depósito) de combustível: Tem como função armazenar o 
combustível, 2- Filtro de combustível: Retira as impurezas existentes no 
combustível evitando o desgaste prematuro dos componentes (bomba de baixa 
pressão, bomba de alta pressão, injectores etc.), 3- Bomba de baixa pressão: 
Aspira o combustível do tanque e envia-o à bomba de alta pressão. A bomba 
de baixa pressão pode ser eléctrica ou mecânica. 4- Electroválvula reguladora 
de caudal: Tem a função de interromper o fluxo de combustível da bomba de 
baixa para a bomba de alta pressão. É controlada pela Unidade Electrónica de 
Comando (ECU). Esta electroválvula está presente somente nos veículos cuja 
bomba de baixa pressão é mecânica, 5- Bomba de alta pressão: É uma bomba 
(mecânica) radial com 3 êmbolos. Aspira o combustível da linha de baixa 
pressão e alimenta o tubo de alta pressão (Rail). Pode elevar a pressão a 
valores superiores a 1350 bar, 6- Rail (tubo de alta pressão): O Rail tem a 
função de armazenar o combustível enviado pela bomba de alta pressão. É 
interligado por tubos especiais aos injectores. No Rail podem vir acoplados a 
electroválvula reguladora de pressão e o sensor de pressão do Rail, 7- 
Electroválvula reguladora de pressão: Trata-se de uma electroválvula de alívio 
posicionada no ponto de conexão da linha de alta pressão com a linha de 
retorno de combustível. A sua abertura promove a diminuição da pressão do 
Rail. O seu fecho permite que a bomba de alta pressão eleve a pressão do 
Rail. É controlada pela ECU através de um sinal pulsado de largura de pulso 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 30
Motores Alternativos 
variável. Pode vir instalada na bomba de alta pressão ou no tubo (Rail). É um 
dos mais importantes actuadores do sistema Common Rail, 8- Sensor de 
pressão do Rail: Informa a ECU da pressão do combustível contido no Rail, 9- 
Injectores: São controlados pela ECU e pulverizam (enviam) o combustível do 
Rail para a câmara de combustão, 10- Radiador de combustível: Refrigera o 
combustível que circula na linha de retorno, 11- Válvula de pré-aquecimento do 
combustível: Controla a temperatura do combustível enviado para o tanque, 
filtro e linha de pressão negativa. 
Figura 31 - Principais componentes do circuito de combustível 
8.2. Variação de pressão no sistema Common Rail 
A bomba de baixa pressão aspira o combustível do tanque e envia-o para a 
bomba de alta pressão. Entre a bomba de baixa pressão e o tanque forma-se a 
linha de pressão negativa e entre as bombas de baixa e alta pressão a linha de 
baixa pressão (figura 32). 
A bomba de alta pressão promove o aumento da pressão do combustível 
enviado para o Rail. Entre a bomba de alta pressão e o Rail forma-se a linha de 
alta pressão. 
O combustível excedente enviado pela bomba de alta pressão retorna ao 
tanque através da linha de retorno. Na figura 32 está representado um 
esquema da variação de pressão num sistema Common Rail. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 31
Motores Alternativos 
Figura 32 Variação de pressão no sistema Common Rail 
8.2.1. Princípio básico de controlo 
Para controlar o motor mantendo o desempenho, ruído e rendimento em níveis 
óptimos, a Unidade Electrónica de Comando (ECU) reúne informações de 
diversos componentes, sensores estrategicamente instalados. Com esses 
dados calcula, a pressão do Rail, o momento e tempo de injecção do Diesel 
para cada regime de trabalho do motor. 
Ao ser inserida a chave na ignição (sem iniciar a marcha), a ECU é alimentada. 
Nesse instante envia uma tensão de aproximadamente 5 V (DC) para a maioria 
dos sensores do sistema e passa a receber o sinal característico de cada um 
deles (temperatura da água, pressão no colector de admissão, pressão no Rail, 
temperatura do ar, posição do pedal do acelerador etc.). 
Durante o arranque e com o motor em funcionamento recebe sinal dos 
sensores de rotação e de fase. Enquanto captar esses sinais a Unidade 
Electrónica de Comando irá controlar os injectores e a electroválvula 
reguladora de pressão do Rail. 
Com base no sinal dos sensores a ECU pode ainda controlar o débito de 
partida a frio, o ventilador de arrefecimento, a embraiagem do compressor do 
ar condicionado, etc. 
No Common Rail a Unidade Electrónica de Comando possui um sistema de 
autodiagnóstico e por isso pode detectar diversas anomalias. Quando isso 
acontece, a ECU grava um código de defeito na memória e activa o 
procedimento de emergência. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 32
Motores Alternativos 
8.3. Componentes do Common Rail 
O sistema Common Rail é constituído por: 
8.3.1. Medidor de massa de ar 
Envia informações à ECU sobre a massa de ar que está a entrar no motor e 
quais as suas condições. 
Figura 33 Medidor da massa de ar 
8.3.2. Unidade de comando electrónico (ECU) 
Controla o desempenho do motor através das leituras que faz de todos os 
sensores, de massa de ar, pressão do turbo, rpm, temperaturas, etc., analisa 
os dados recolhidos, alterando assim a injecção e adaptando-a às 
necessidades de carga do motor. 
Figura 34 ECU 
8.3.3. Bomba de alta pressão 
Tem como função garantir uma pressão constante no acumulador 
independentemente da rotação do motor. 
Figura 35 - Bomba de Alta Pressão 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 33
Motores Alternativos 
8.3.4. Common Rail 
Canal onde fica acumulado o combustível sob pressão antes de passar aos 
injectores, pode ter acoplado a electroválvula reguladora de pressão e/ou o 
sensor de pressão. 
Figura 36 - Acumulador de Pressão (Common Rail) 
8.3.5. Injectores 
Hoje em dia são praticamente na sua totalidade do tipo piezoeléctrico, sendo 
responsáveis pela introdução do combustível no cilindro. 
Figura 37 - Injector Piezoeléctrico 
8.3.6. Sensor de velocidade do motor 
Registo, livre de contacto, do ângulo de rotação e velocidade da cambota. 
Figura 38 Sensor de velocidade 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 34
Motores Alternativos 
8.3.7. Sensor de temperatura do líquido refrigerante 
Sensor de temperatura do motor está montado no circuito de refrigeração para 
determinar a temperatura do líquido refrigerante do motor (escala de medição – 
40 a 130°C) 
1 Ligação eléctrica 
2 Corpo do sensor 
3 Resistência 
4 Líquido refrigerante 
Curvas característica 
Figura 39 - Esquema de um Sensor de temperatura do líquido refrigerante 
8.3.8. Filtro de combustível 
Retira as impurezas existentes no combustível evitando o desgaste prematuro 
dos componentes (bomba de baixa pressão, bomba de alta pressão, injectores, 
etc.). 
Figura 40. Filtro de Gasóleo 
8.3.9. Sensor do pedal de acelerador 
A posição do pedal do acelerador é captada por dois potenciómetros opostos 
(sensor do pedal do acelerador) para activar o corpo de borboleta. A abertura 
da borboleta necessária para cumprir o desejo do motorista é calculada pela 
unidade de comando do motor levando em conta a condição de funcionamento 
do motor naquele momento (número de rotações do motor, temperatura do 
motor, etc.) e convertida em sinais de activação para o accionamento da 
borboleta. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 35
Motores Alternativos 
Figura 41 Sistema Egas (Pedal de acelerador electrónico) 
9. Funcionamento 
A primeira geração do sistema Common Rail permitia pressões de injecção de 
1.300 bar, enquanto a segunda geração do sistema gerava cerca de 1.600 bar. 
Desde 2003 que a terceira geração está em utilização, conseguindo-se agora 
alcançar pressões de 2.600 bar. 
A grande novidade em relação à geração anterior reside na utilização do 
injector piezoeléctrico. As principais vantagens deste novo tipo de injectores, 
quando comparado com o injector electromagnético, residem na dosagem da 
quantidade de combustível e na sua pulverização. Muito mais rápidos, 
conseguem misturas mais homogéneas devido ao maior número de injecções 
por cada ciclo de trabalho, podendo chegar às 7 injecções por ciclo. 
O combustível pode ser atomizado em gotas minúsculas de até 20 mícron e 
permite uma pré-injecção muito bem controlada. Os injectores piezoeléctricos 
requerem menos energia do que injectores com solenóide e proporcionam uma 
elevada velocidade de abertura e fecho, além de menor tempo entre as 
injecções. Eles são capazes de actuar em 1 a 2 milissegundos, impulsionando 
o combustível a 2.000 km/h através de uma abertura de apenas 0,25 mm². 
Isto faz com que os novos motores a gasóleo sejam mais silenciosos, 
económicos, pouco poluentes e mais potentes. A quantidade de combustível de 
retorno que não foi necessária para a injecção é, nesta terceira geração, muito 
menor, pelo que foi possível reduzir a capacidade de transporte e, ao mesmo 
tempo, a força requerida da bomba de alta pressão. Ao haver mais do que uma 
injecção, consegue-se adaptar melhor as características do motor às 
necessidades de cada momento. Por exemplo, na cidade e sempre que se 
roda a baixa velocidade, a dupla injecção antes da injecção principal permite 
reduzir os ruídos e os hidrocarbonetos não queimados (HC). Aliás, de acordo 
com os estudos realizados, o sistema Common Rail de 3ª geração com 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 36
Motores Alternativos 
injectores piezoeléctricos pode reduzir as emissões dentro do motor até 20 por 
cento, comparativamente ao de segunda geração. 
Figura 42. Pulverização com Injector Piezoeléctrico 
Entre 1990 e 2003 a percentagem de veículos ligeiros equipados com motor a 
gasóleo quase triplicou e, desde então, as emissões de partículas baixaram 80 
por cento enquanto os outros poluentes (CO, NOx e HC) tiveram reduções da 
ordem dos 90 por cento. Simultaneamente, os motores a gasóleo são hoje 
muito mais económicos e agradáveis de utilizar graças a binários específicos 
bastante elevados. 
A bomba de alta pressão força o combustível no acumulador de alta pressão. 
Ali, o combustível é armazenado, pronto para injecção na pressão adequada 
para as condições operacionais particulares do motor. As necessidades do 
motor são medidas e registadas pela ECU que, em seguida, utiliza mapas para 
calcular a pressão de injecção necessária e a duração da mesma (por outras 
palavras, a massa de combustível) e o instante da injecção. Cada um dos 
cilindros do motor recebe um injector piezoeléctrico, cujos pontos de abertura e 
fecho definem o início e o final do processo de injecção. 
Neste sistema o gasóleo armazenado no depósito é aspirado por uma bomba 
de alimentação e passa por um pré-filtro que existe na conduta entre o depósito 
e a bomba, sendo esta bomba de comando electrónico. Seguidamente, esta 
bomba de alimentação faz o combustível chegar ao filtro de gasóleo passando 
depois por um reaquecedor de combustível, regressando este novamente ao 
filtro antes de ser aspirado pela bomba de alta pressão que o irá introduzir no 
Common Rail propriamente dito, para finalmente ser distribuído pelos 
injectores, que se regulam segundo as necessidades de injecção de cada 
momento. A elevada pressão de injecção está disponível também a baixos 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 37
Motores Alternativos 
regimes e em qualidade nos cilindros, tendo como consequências um consumo 
de combustível mais reduzido (menos cerca de 20%), um baixo nível de 
emissões de gases de escape (- 20% CO, - 50% hidrocarbonetos não 
queimados, -60% emissão de partículas) e melhores performances (+ 25% de 
potência), relativamente aos motores Diesel equipados com Common Rail de 
2ª geração. 
Figura 43 Injector vela de incandescência 
Este tipo de alimentação permite a injecção na câmara de combustão de uma 
pequena quantidade de combustível. Esta «pré-injecção» amortece a 
combustão visto tratar-se de um processo de pré-aquecimento da câmara de 
combustão que ocorre algumas fracções de segundo antes da injecção 
propriamente dita, onde o combustível se inflama mais rapidamente sem 
aumentar a pressão e a temperatura de forma brusca, fazendo com que o nível 
de ruído durante o processo de combustão seja mais reduzido, o que faz 
diminuir ou mesmo desaparecer os famosos cliques deste tipo de motores. 
A pós-injecção consiste em injectar uma pequena quantidade de combustível, 
durante a fase de escape, de modo a aumentar a taxa de hidrocarbonetos nos 
gases de escape. Esta operação permitirá ao catalisador melhor tratar os 
óxidos de azoto. 
9.1. Estrutura do sistema common-rail. 
Podemos dividir o sistema em três partes distintas: 
O circuito de baixa pressão, constituído pelos componentes que 
fornecem o combustível à bomba injectora 
O circuito de alta pressão, constituído por componentes como a bomba 
injectora, o tubo distribuidor comum, os injectores e os restantes tubos 
de circulação do combustível em alta pressão. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 38
Motores Alternativos 
O sistema electrónico, que consiste num sistema de módulos constituído 
por sensores, actuadores, e uma unidade de controlo electrónica 
(centralina) 
Linhas amarelas – tubos de 
baixa pressão de 
alimentação da bomba 
injectora. 
Linhas vermelhas – tubos de 
alta pressão de alimentação 
da régua comum e dos 
injectores. 
Linhas verdes – tubos de 
retorno ao depósito. 
Figura 44 Estrutura do sistema common rail 
9.2. Circuito baixa pressão 
O circuito de baixa pressão é constituído pelo depósito de gasóleo, o filtro de 
gasóleo e a bomba de alimentação que alimenta a bomba injectora. Este 
circuito tem como função fornecer gasóleo, devidamente filtrado, à bomba 
injectora, durante todo o período de funcionamento do motor. 
O filtro de gasóleo tem como funções reter as impurezas e a separação de 
água que possa existir no gasóleo. Em muitos casos existem pré-filtros, 
normalmente aplicados antes da bomba de alimentação, que têm como função 
fazer uma primeira filtragem das impurezas de maiores dimensões. É muito 
importante que o gasóleo que chega ao circuito de alta pressão esteja 
devidamente filtrado, pois, para além do gasóleo ser o combustível do motor é 
também o lubrificante dos vários componentes mecânicos do circuito de alta 
pressão. No sistema common rail, o filtro ganha uma importância ainda maior, 
visto tratar-se de um sistema com componentes mecânicos de construção 
muito precisa em termos dimensionais, com tolerâncias muito apertadas em 
que a entrada de uma pequena impureza poderia comprometer o bom 
funcionamento de todo o sistema. 
A bomba de alimentação pode ser de accionamento eléctrico ou mecânico. A 
bomba de accionamento eléctrico tem como grande vantagem conseguir um 
melhor fornecimento de combustível no arranque do motor, visto que não é 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 39
Motores Alternativos 
accionada por qualquer parte mecânica do motor, ou seja, a bomba eléctrica 
começa a funcionar assim que a chave de ignição é girada pela primeira vez, 
antes do arranque do motor, o que permite que exista uma determinada 
pressão no circuito de baixa pressão quando finalmente se dá o arranque do 
motor. A bomba de accionamento mecânico tem a desvantagem de depender 
da rotação do motor, sendo uma desvantagem no arranque. No entanto, com o 
motor já em funcionamento é uma vantagem, pois a sua capacidade de gerar 
um maior caudal e uma maior pressão de alimentação, são directamente 
proporcionais à velocidade do motor. 
Existem alguns sistemas que combinam as duas bombas, de forma a 
beneficiarem das vantagens que cada uma delas oferece. 
Figura 45 - Circuito baixa pressão 
9.3. Circuito alta pressão 
O circuito de alta pressão é composto pela bomba injectora, os injectores e o 
tubo distribuidor comum. 
Existem dois tipos de bombas injectoras, as bombas em linha e as bombas 
rotativas. 
Nas bombas em linha, a pressão é gerada pela compressão do combustível 
através de uns pistões que são accionados pelas cames de um veio de 
excêntricos que por sua vez é accionado pela distribuição do motor. Os pistões 
da bomba não contêm segmentos, pelo que são construídos com tolerâncias 
muito apertadas e usam o próprio gasóleo como lubrificante. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 40
Motores Alternativos 
Estas bombas são normalmente de maiores dimensões que as bombas 
rotativas e não permitem altas velocidades, pelo que, nos sistemas de hoje em 
dia, com motores Diesel mais compactos e mais rápidos utilizam-se geralmente 
as bombas rotativas. 
As bombas rotativas, como já foi referido, são de menores dimensões e 
permitem altas velocidades. Nestas bombas o veio de excêntricos é substituído 
por um único excêntrico que actua os vários pistões alternadamente. Tal como 
na bomba em linha a lubrificação é efectuada pelo gasóleo. 
Figura 46 - Circuito alta pressão 
Figura 47 – Bomba de alta pressão 
O excêntrico (2) movido pelo veio (1) ao fazer o movimento descendente do 
pistão (3) admite o combustível pela entrada (6) e através da válvula de 
admissão (4), quando o pistão chega ao PMI e a válvula de admissão fecha e o 
combustível começa a ser pressurizado pelo movimento ascendente do pistão. 
Quando a pressão no interior da bomba atingir a pressão no tubo distribuidor 
comum, a válvula de alimentação (5) abre e o combustível começa a passar 
para o para o tubo distribuidor. 
O controlo da pressão no tubo distribuidor comum pode ser efectuado do lado 
da alta pressão, no tubo distribuidor, ou do lado da baixa pressão, na admissão 
da bomba injectora. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 41
Motores Alternativos 
No lado da alta pressão o controlo é efectuado através de uma válvula 
reguladora de pressão de comando electromagnético. Esta válvula é accionada 
por sinais enviados pela centralina, garantindo desta forma o controlo da 
pressão no tubo distribuidor. O combustível que não é utilizado na injecção 
retorna ao sistema de baixa pressão através da válvula reguladora. Este 
sistema de funcionamento permite uma resposta imediata de regulação da 
pressão quando as condições de solicitação de injecção se alteram, visto existir 
um caudal contínuo de combustível a passar pelo tubo distribuidor. Por outro 
lado, pressurizar o combustível, fazê-lo passar pelo tubo distribuidor e voltar a 
fazer a expansão para o retorno sem que este seja utilizado, é um gasto de 
energia desnecessário. Para além disso, a pressurização e expansão do 
combustível faz com que este aqueça, o que vai aumentar a temperatura do 
combustível no retorno ao depósito. 
O controlo efectuado pelo lado da baixa pressão consegue eliminar estes 
problemas. O controlo é efectuado na admissão da bomba injectora através de 
uma válvula reguladora de caudal de comando electromagnético. Esta válvula 
garante que a quantidade de combustível enviado pela bomba injectora para o 
tubo distribuidor é a estritamente necessária para manter a pressão desejada 
no tubo distribuidor. Este sistema de controlo, além da válvula na bomba 
injectora, necessita também de uma válvula limitadora de pressão máxima no 
tubo distribuidor, esta válvula garante que em caso de falha da válvula 
reguladora da bomba de injecção, que a pressão não ultrapasse um 
determinado limite máximo, o que poderia por em risco a integridade do 
sistema. 
Os sistemas mais modernos combinam os dois tipos de controlo, do lado da 
alta pressão e do lado da baixa pressão. 
6 – Sensor de pressão 
10 – Válvula reguladora 
de caudal 
11 – Válvula reguladora 
de pressão 
Figura 48 – Sistema de alta pressão 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 42
Motores Alternativos 
Um dos elementos chave do sistema common rail é o injector. 
Os injectores pulverizam o combustível directamente no cilindro, eles são 
alimentados através de uns pequenos tubos metálicos que se encontram 
ligados ao tubo distribuidor comum. Cada injector é controlado 
electronicamente, o controlo é feito por válvulas electromagnéticas de acção 
rápida que abrem e fecham a passagem de combustível para a agulha, as 
agulhas por sua vez continuam a ter um funcionamento por diferencial de 
pressão, como nos injectores convencionais. 
As válvulas electromagnéticas permitem várias injecções, injecção principal e 
pós injecções. Cada uma das injecções pode ter a curta duração de 1 
milissegundo (0,001s) e injectar quantidades desde 1mm3. As pré-injecções 
são normalmente duas e servem para suavizar o início da combustão, 
reduzindo o ruído e a emissão de NOX, a injecção principal é modulada de 
forma a evitar temperaturas muito elevadas e a terminar de forma quase 
instantânea, alguns sistemas utilizam duas injecções principais, também para 
controlar o NOX. As pós-injecções podem ser até três por ciclo, e servem 
essencialmente para reactivar a combustão, conseguindo desta forma um 
aumento de temperatura, o que vai permitir que se continuem a dar reacções e 
a queimar as partículas ainda existentes na câmara de combustão, que de 
outro modo acabariam por sair pelo escape. O aumento da temperatura dos 
gases também é benéfico às reacções existentes nos catalisadores de 
oxidação. 
O tempo de injecção e a pressão a que se encontra o combustível no tubo 
distribuidor determinam a quantidade de combustível injectada. A quantidade 
de combustível injectada é proporcional ao tempo de accionamento da válvula 
electromagnética, ou seja, ao tempo de abertura da agulha. 
Os sistemas common rail mais modernos utilizam injectores piezoeléctricos, 
que são actuados por válvulas piezoeléctricas que permitem o dobro da 
velocidade de abertura em relação às válvulas electromagnéticas. 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 43
Motores Alternativos 
Figura 49 – Injectores 
A agulha no injector piezoeléctrico é controlada pela servo válvula (1). A 
quantidade de combustível a injectar é controlada pelo tempo de activação do 
piezo actuador (7). Quando o piezo actuador (7) não está activado a servo 
válvula (1) mantém-se fechada. A agulha é mantida fechada pela pressão 
existente no tubo distribuidor que é exercida na câmara de controlo (3). 
Quando o piezo actuador (7) é activado através de um sinal eléctrico enviado 
pela centralina, este vai actuar pressionando a servo válvula (1) para baixo e 
vai fechar o orifício de by-pass (6), o diferencial de pressão provocado entre o 
constrangimento (2) e o constrangimento (4) vai baixar a pressão na câmara de 
controlo (3) e a agulha (5) sobe, ficando na posição aberta, dá-se então o início 
da injecção. 
Para iniciar o processo de fecho do injector, o piezo actuador (7) é desactivado 
e a servo válvula (1) sobe, abrindo o orifício de by-pass (6). A pressão começa 
a subir na câmara de controlo, assim que a pressão existente no tubo 
distribuidor é restabelecida na câmara de controlo a agulha (5) é pressionada 
para baixo, terminando aqui o período de injecção. 
Todo este processo acontece em algumas décimas de milissegundo, sendo o 
tempo de resposta entre o sinal enviado pela centralina e a activação do piezo 
actuador cerca de 150 micro segundos. 
A agulha de um injector piezoeléctrico vai abrir e fechar mais de um bilião de 
vezes durante o seu tempo de vida útil. Estes injectores permitem uma 
vedação fiável com pressões acima de 1800 bar e resistem a várias situações 
de esforços aplicados, tais como: 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 44
Motores Alternativos 
Os choques provocados pela rápida abertura e fecho da agulha, que se 
podem repetir cerca de 10000 vezes num minuto. 
Os esforços derivados ao atrito provocado pelo escoamento do 
combustível que passa pela agulha. 
As temperaturas e pressões existentes na câmara de combustão. 
Toda esta alta precisão envolve muita investigação, desenvolvimento de novos 
materiais, técnicas de medição, etc. 
A imagem a seguir apresentada dá-nos uma melhor percepção dos valores 
envolvidos no funcionamento destes injectores. 
Figura 50 – Bico de Injectores 
A pressão no interior do injector pode atingir valores na ordem dos 1800 bar. 
Esta pressão é equivalente à provocada pelo peso de um automóvel sobre uma 
área com a dimensão da unha de um dedo: 
A duração da injecção pode variar de 1 a 2 milissegundos. Em 1 
milissegundo o som proveniente de um altifalante apenas percorre cerca 
de 33 cm. 
O caudal de combustível injectado pode variar desde 1mm3 (pré e pós 
injecções) até 350mm3 e o equivalente a cerca de 12 gotas de água. 
Esta quantidade de combustível é forçada a passar, com uma 
velocidade de 2000 km/h, por uma área menor que 0,25mm2, num 
intervalo de tempo inferior a 2 milissegundos. 
A folga entre a agulha e o corpo do injector é de 0,002 mm (2μm). Um 
cabelo humano é cerca de trinta vezes mais grosso (0,06 mm). 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 45
Motores Alternativos 
9.4. Sistema electrónico 
O sistema electrónico é outro grande responsável pela capacidade dos 
modernos motores Diesel, em darem resposta às muitas exigências de hoje em 
dia. O sistema electrónico permite grandes variações dos parâmetros de 
injecção de forma muito precisa e para diferentes estados de solicitação do 
motor. 
Em comparação com um sistema mecânico convencional, um condutor de um 
veículo com sistema electrónico não tem controlo directo na injecção através 
do pedal e cabo do acelerador, com o sistema electrónico o pedal do 
acelerador é apenas uma das variáveis entre muitas outras que vão determinar 
a quantidade de combustível a ser injectado. 
O sistema electrónico pode ser subdividido em três partes: 
Sensores; detectam as condições de funcionamento do motor, 
convertem variáveis físicas em sinais eléctricos. 
Unidade de controlo (ECU) (Centralina); é o “cérebro” do motor 
processa a informação enviada pelos sensores e controla actuadores 
por meio de sinais eléctricos. Além destas funções funciona também 
como interface de ligação a outros componentes, como ferramentas de 
diagnóstico. 
Actuadores; convertem sinais eléctricos enviados pela centralina, em 
acções mecânicas. São por exemplo, as válvulas electromagnéticas que 
actuam os injectores, ou as válvulas reguladoras de pressão do tubo 
distribuidor, etc. … 
Figura 51 – Sistema electrónico 
SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 46
Motores Alternativos 
10. Bibliografia 
Bosch, Diesel-Engine Management, Wiley 4th edition 
Jorge Martins, Motores de Combustão Interna, Publindústria 2ª edição 
Folhas do Eng.º Zózimo da Fonseca 
Jorge Martins – Motores de Combustão interna 
Árias Paz – Manuel do Automóvel – Edições Hemus 
Web grafia 
http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/diesel/aquecedora.htm 
http://www.joseclaudio.eng.br/grupos_geradores_3.html 
http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/diesel/aquecedora.htm 
http://www.tractordiesel.com.br/sist_inj_diesel.htm 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Common-rail" 
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  • 1. Motores Alternativos INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA MECÂNICA SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL ELABORADO POR ENG. MANUEL MARTINS Reprodução proibida SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 1
  • 2. Motores Alternativos ÍNDICE 0. Introdução ....................................................................................................... 4 1. Funcionamento do motor Diesel ..................................................................... 5 1.1. Sistema de alimentação do Motor Diesel ................................................. 5 2. Bombas injectoras .......................................................................................... 6 2.1. Bomba em linha ....................................................................................... 7 2.2. Bomba distribuidora rotativa VE .............................................................. 7 2.2.1. Filtro de combustível separador de água .......................................... 8 2.2.2. Bomba de alimentação ...................................................................... 8 2.2.3. Bomba manual .................................................................................. 9 2.2.4. Filtro de combustível Primário e secundário ..................................... 9 2.2.5. Conjunto Porta injector ...................................................................... 9 2.2.6. Elemento ......................................................................................... 10 2.2.7. Válvula ............................................................................................ 10 2.2.8. Tubos de pressão............................................................................ 10 2.2.9. Bico dos injectores .......................................................................... 11 2.2.10. Bomba alimentadora de palhetas .................................................. 11 3. Vela incandescente ...................................................................................... 12 3.1.1. Filamentos com sistema patenteado Bosch Duraterm .................... 12 3.1.2. Dupla vedação aumenta a durabilidade .......................................... 12 3.1.3. Ligações precisas............................................................................ 12 3.1.4. Camada isolante mais segura ......................................................... 12 3.2. Processo de combustão mais estável e seguro ..................................... 13 3.3. Arranques mais rápidos e melhor desempenho do motor ..................... 13 4. Processo de injecção ................................................................................... 13 4.1. Ignição ................................................................................................... 14 4.2. Atraso da Injecção ................................................................................. 15 5. Tipos de Injecção ......................................................................................... 15 5.1. Injecção indirecta ................................................................................... 16 5.2. Injecção Directa ..................................................................................... 17 5.2.1. Sistemas de injecção directa ........................................................... 18 5.3. Sistema bomba injecção+tubos+injectores ............................................ 19 5.3.1. Sistema injector ............................................................................... 19 6. Sistema de injecção ..................................................................................... 20 6.1. Bomba injectora: .................................................................................... 23 7. Regulação da velocidade ............................................................................. 24 7.1. Governadores mecânicos ...................................................................... 25 7.2. Governadores hidráulicos ...................................................................... 26 7.3. Governadores electrónicos .................................................................... 27 7.4. Governadores Digitais ........................................................................... 27 8. Sistema Common Rail .................................................................................. 28 8.1. O Circuito de combustível Common Rail ............................................... 29 8.2. Variação de pressão no sistema Common Rail ..................................... 31 8.2.1. Princípio básico de controlo ............................................................ 32 8.3. Componentes do Common Rail ............................................................. 33 8.3.1. Medidor de massa de ar .................................................................. 33 8.3.2. Unidade de comando electrónico (ECU) ......................................... 33 8.3.3. Bomba de alta pressão ................................................................... 33 SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 2
  • 3. Motores Alternativos 8.3.4. Common Rail .................................................................................. 34 8.3.5. Injectores ......................................................................................... 34 8.3.6. Sensor de velocidade do motor ....................................................... 34 8.3.7. Sensor de temperatura do líquido refrigerante ................................ 35 8.3.8. Filtro de combustível ....................................................................... 35 8.3.9. Sensor do pedal de acelerador ....................................................... 35 9. Funcionamento ............................................................................................. 36 9.1. Estrutura do sistema common-rail. ........................................................ 38 9.2. Circuito baixa pressão ........................................................................... 39 9.3. Circuito alta pressão .............................................................................. 40 9.4. Sistema electrónico ............................................................................... 46 10. Bibliografia .................................................................................................. 47 SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 3
  • 4. Motores Alternativos 0. Introdução A história do motor a Diesel - encontrar um motor que utilizasse totalmente a energia do combustível consumido, tema proposto pelo físico francês Sadi Carnot, era a ideia de Rudolf Diesel, criador do motor que leva seu nome. Rudolf Diesel, cujo nome completo era Rudolf Christian Karl Diesel, nasceu em Paris, no dia 18 de Março de 1858, numa família de imigrantes alemães, e ali viveu até 1870. Aos 12 anos, foi deportado para o Reino Unido, devido à eclosão da guerra franco-prussiana. A partir de Londres, Diesel viajou para Augsburgo na Alemanha, onde prosseguiu os seus estudos na Universidade Técnica de Munique. Depois de desenvolver vários projectos, Diesel conseguiu patentear a sua ideia em 23 de Fevereiro de 1893. Após correcções e ajustes, o motor foi oficialmente apresentado ao mercado em 1898 com 10cv de potência, com uma eficiência de 26,2%, com base no seu consumo específico, contra 16,6% alcançados na primeira versão. O motor foi denominado carinhosamente de MINHA PRETINHA pelo seu inventor. Rapidamente esse motor ficou conhecido e começou a ser fabricado em toda a Alemanha. As primeiras aplicações desses motores ficaram restritas às centrais geradoras de energia eléctrica. Uma das primeiras empresas a produzir motores Diesel estacionários foi a Benz & Cia, que anos mais tarde viria a dividir-se em duas, formando a MWM (Motoren Werke Manheim AG), que ficou com a produção de motores estacionários de grande porte, e a Daimler-Benz AG, que passou a produzir motores de pequeno porte e também automóveis. Os sistemas de injecção Diesel têm como objectivo proporcionar uma boa mistura ar/combustível de forma a optimizar a combustão, para tal devem satisfazer várias condições. Uma boa pulverização é uma das condições mais importantes, uma vez que quanto mais pequenas forem as gotas mais facilmente estas se misturam com o ar, e quanto melhor for a mistura melhor será a combustão. Uma boa pulverização depende da pressão de injecção e da dimensão dos orifícios dos injectores. A penetração do combustível na câmara de combustão também é um factor muito importante, o combustível deve ter uma boa distribuição para chegar a todas as zonas da câmara de combustão, de forma a aproveitar todo o ar disponível para poder reagir. Assim convém que algumas gotas sejam maiores que outras, porque as gotas mais pequenas SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 4
  • 5. Motores Alternativos vaporizam perto do bico injector e as gotas maiores vaporizam mais junto às paredes câmara de combustão. Os sistemas de injecção Diesel podem-se dividir, primeiramente, em dois tipos de sistemas, injecção directa e injecção indirecta. 1. Funcionamento do motor Diesel Os motores ciclo Diesel de quatro tempos possuem uma forma de funcionamento até certo ponto parecida com a dos motores a explosão. Primeiro, o ar é aspirado pelo turbo compressor. Após ser comprimido, o ar é direccionado para o intercooler, para ser arrefecido e adquirir a densidade correcta. Posteriormente, o ar encaminha-se para o colector de admissão e entra para o interior das câmaras, conforme o tempo de abertura das válvulas de admissão. O sistema Diesel utiliza os quatro tempos à semelhança do ciclo Otto (Admissão – Compressão – Combustão – Escape). A maior diferença ocorre no terceiro tempo, o de combustão. Nos motores de ciclo Otto é necessária a presença de uma faísca para inflamar a mistura ar/combustível, pronta e comprimida. Já no Diesel, a compressão não é de uma mistura pronta, mas sim de ar puro, que se torna altamente aquecido pela elevada compressão que sofre dentro do cilindro. A inflamação ocorre pela injecção de combustível sobre o ar aquecido. 1.1. Sistema de alimentação do Motor Diesel O combustível é aspirado do depósito até a bomba injectora pela acção positiva de uma bomba de transferência (Alimentação). Em seguida, passa por um pré-filtro para remover as partículas contaminantes. A bomba de transferência fornece, então, à bomba injectora o combustível em baixa pressão. O gasóleo passa pelo filtro de combustível antes de chegar à bomba que comprime o combustível, enviando-o por linhas individuais a cada injector onde se atingem altas pressões, necessárias à atomização e queima nas câmaras de combustão. Ao alcançar o injector, o combustível comprimido provoca o accionamento da agulha que veda os orifícios do injector com a câmara de combustão, vencendo a carga de uma mola e calços que determinam a pressão de abertura e possibilita a entrada do gasóleo de forma optimizada. A fuga de combustível em redor da agulha para refrigeração é SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 5
  • 6. Motores Alternativos recolhida pelo colector de retorno, que o envia por uma ligação e pela tubagem de retorno ao depósito. 2. Bombas injectoras A bomba injectora é um dos componentes mais importantes do sistema de alimentação dos veículos Diesel. Ela é responsável por injectar o combustível no motor para que ocorra a combustão. Esse trabalho é realizado em conjunto com o regulador de rotação, que controla todas as faixas de rotação de acordo com a carga aplicada ao motor e o seu funcionamento, doseando a quantidade de gasóleo injectado e o início de injecção correcto para a melhor combustão. Nos motores electrónicos esse processo é gerido pelas unidades electrónicas de comando. Mas, nos modelos mecânicos, a bomba é regulada manualmente por profissionais especializados com o auxílio de ferramentas específicas, além de diversos testes realizados em equipamento apropriado. Quando a bomba está regulada e o motor em bom estado, o funcionamento é perfeito e respeita as leis de emissão de poluentes, proporcionando desempenho e consumo estabelecidos pela montadora. Apesar das diferenças entre fabricantes e sistemas de bombas injectoras, a alimentação dos motores movidos a Diesel é praticamente a mesma para todos os veículos. Existem inúmeros modelos e tipos de bombas injectoras. A diferença entre elas está na aplicação quanto à potência do motor que vai equipar. Algumas aplicações foram projectadas para ser instaladas na parte traseira do motor, com o objectivo de reduzir ruídos, devido à maior carga aplicada nos motores modernos. As bombas podem ser classificadas nos modelos em linha ou rotativas (distribuidora), sendo que os portes são divididos por potência de saída, da seguinte maneira: M, A, MW, P, R, H e VE. A bomba em linha possui as saídas dispostas em linha e a colocação dos tubos de pressão é sequencial. Nas bombas rotativas há que ter atenção, no momento de encaixar os tubos de pressão, pois deve-se verificar a saída que vai para o primeiro cilindro do motor, e depois, identificar o sentido de rotação da bomba. Os tubos devem ser encaixados nessa ordem. É importante lembrar que cada motor tem a sua sequência. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 6
  • 7. Motores Alternativos 2.1. Bomba em linha O bombeamento é accionado por cames de um comando. Equipam grandes e pequenos motores de baixa rotação. A sua lubrificação é executada pelo mesmo óleo do motor, o que garante sua confiança. Figura 1 – Bomba injectora em linha 2.2. Bomba distribuidora rotativa VE Como o nome indica o seu bombeamento é feito de forma rotativa. Essa característica é importante, pois os motores Diesel tiveram grandes evoluções e, à medida que houve um aumento da tecnologia aplicada na sua construção, as rotações do motor subiram e praticamente igualaram as rotações dos motores a gasolina. Cumulativamente, as bombas rotativas são mais apelativas em termos tecnológicos, mostrando eficiência e economia, sendo mais compactas que as bombas em linha o que facilita a aplicação de motores maiores em pequenos utilitários. A sua lubrificação é feita pelo próprio combustível o que a torna um tanto vulnerável, pois a contaminação do combustível com água pode comprometer a sua durabilidade. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 7
  • 8. Motores Alternativos Figura 2 – Bomba injectora rotativa Para além das bombas injectoras, o sistema é composto de uma série de elementos, sem os quais o sistema não funciona. 2.2.1. Filtro de combustível separador de água Os filtros separadores de água além de eliminar impurezas contidas no combustível, também são responsáveis pela separação da água que poderia comprometer os componentes do sistema de injecção. Por ser mais pesada que o combustível Diesel, a água fica acumulada na cavidade inferior existente no filtro, devendo ser drenada periodicamente Figura 3 – Filtro de combustível 2.2.2. Bomba de alimentação Accionada pelo eixo de comando da bomba injectora, a sua função é aspirar o combustível do depósito e enviá-lo sob pressão através do filtro de combustível para o interior da câmara de aspiração da bomba injectora. Figura 4 - Bomba de alimentação A bomba de alimentação, juntamente com a bomba injectora, trabalha durante todo o tempo de funcionamento do motor Diesel. Isso significa que os seus componentes sofrem desgaste e precisam de substituição. Componentes submetidos a desgaste: SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 8
  • 9. Motores Alternativos Rolete; Pistão; Mola do pistão; Válvulas; Filtro 2.2.3. Bomba manual Integrada na bomba de alimentação, a bomba manual serve para bombear o combustível para os sistemas após uma desmontagem da bomba injectora ou troca de filtro de combustível, para realizar a sangria do sistema, eliminando possíveis bolhas de ar. Figura 5 - Bomba manual 2.2.4. Filtro de combustível Primário e secundário Retêm as impurezas menores contidas no combustível, impedindo que os componentes do sistema de injecção sejam danificados. Figura 6 – Filtro de combustível primário 2.2.5. Conjunto Porta injector O conjunto porta injector forma o elo de ligação entre a bomba injectora e o motor. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 9
  • 10. Motores Alternativos Figura 7 – Conjunto Porta injector 2.2.6. Elemento Por cada cilindro do motor existe um elemento que é formado por um pistão e um cilindro dispostos em linha. A sua função é dosear, para os diversos regimes de funcionamento do motor, o correcto volume de combustível. Figura 8 – Elemento 2.2.7. Válvula Localizada entre a câmara de alta pressão da bomba e o início do tubo de pressão, a válvula tem como função evitar o descarregamento do tubo de pressão após a injecção do combustível mantendo-o sempre cheio Figura 9 – Válvula 2.2.8. Tubos de pressão Responsável pela condução do combustível sob alta pressão da bomba injectora para os bicos dos injectores. Os tubos de alta pressão são fabricados SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 10
  • 11. Motores Alternativos em aço e recebem tratamento superficial especial para assegurar maior resistência à corrosão, além de minimizar o efeito de cavitação gerado pelo fluxo de combustível, impedindo a entrada de possíveis partículas de metal nos bicos dos injectores. Figura 10 – Tubos de pressão 2.2.9. Bico dos injectores Os bicos injectores estão alojados na cabeça do motor e são fundamentais para concluir o processo de alimentação de um motor a Diesel. A sua construção é precisa e rigorosamente calibrada, para que aconteça a inflamação correcta do combustível dentro da câmara no cilindro dos motores térmicos. Tem a sua abertura calibrada com pressões que variam em torno de 200 bar, dependendo do projecto do motor. Pulverizam o combustível, que é doseado sob alta pressão pela bomba injectora, na câmara de combustão do motor. É fundamental a utilização de combustível não adulterado, pois as impurezas diminuem sensivelmente a vida dos bicos dos injectores. Figura 11 – Bico dos injectores 2.2.10. Bomba alimentadora de palhetas A sua função é aspirar o combustível do depósito, produzindo uma pressão suficiente na câmara interna da bomba alimentadora SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 11
  • 12. Motores Alternativos Figura 12 – Bomba alimentadora de palhetas 3. Vela incandescente Componente que embora não faça parte do sistema de injecção, funciona como sistema auxiliar de arranque do motor, assegurando uma temperatura limite na câmara de combustão, necessária de acordo com as características do motor. Figura 14 – Vela incandescente 3.1.1. Filamentos com sistema patenteado Bosch Duraterm Rápido aquecimento reduz em 50% o tempo de arranque do motor. Após o arranque, os filamentos têm a capacidade de regular e manter a temperatura ideal na câmara de combustão, optimizado o funcionamento do motor, reduzindo os ruídos e a emissão de gases poluentes. 3.1.2. Dupla vedação aumenta a durabilidade Vedação de material especial (Viton) protege os filamentos contra danos causados por gases, prolongando ainda mais a vida útil da Vela Incandescente. 3.1.3. Ligações precisas Desenho e acabamento dos conectores tornam a instalação simples e o ajuste perfeito. 3.1.4. Camada isolante mais segura Pó cerâmico compactado garante alta condutividade térmica e ao mesmo tempo segurança total no isolamento SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 12
  • 13. Motores Alternativos 3.2. Processo de combustão mais estável e seguro Nos motores Diesel a ignição espontânea acontece quando o combustível é pulverizado dentro da câmara de combustão e se auto-inflama, ao entrar em contacto com o ar que foi super aquecido pela compressão dos pistões. É nesse momento que a Vela Aquecedora é essencial: garante que a temperatura dentro da câmara de combustão atinja cerca de 850°C com total segurança, mesmo em circunstâncias críticas como motor em marcha lenta, temperatura externa baixa e motor frio. Isso acontece porque os filamentos da Vela Aquecedora são fabricados com uma liga especial de cobalto ferro, patenteada pela Bosch. Esses filamentos são fixados com pó compactado de óxido de magnésio, electricamente isolante e resistente a vibrações, eliminando a possibilidade de curtos circuitos que poderiam destruir a vela. Após o arranque, as Velas Aquecedoras continuam a regular a temperatura, permitindo o funcionamento óptimo do motor e diminuindo a emissão de substâncias contaminantes procedentes dos gases de escape. Motor com antecâmara Motor com câmara de turbilhonamento Motor de injecção directa Figura 15 – Vários tipos de câmaras de combustão 3.3. Arranques mais rápidos e melhor desempenho do motor Com velas de incandescência a temperatura na câmara de combustão atinge 850 °C em menos de quatro segundos. Como resultado, o tempo da partida é reduzido a metade. Devido à tecnologia que mantém a temperatura correcta após a partida, a Vela incandescente reduz os ruídos e a emissão de substâncias nocivas pelo motor. 4. Processo de injecção O gás de combustão aspirado (ar) ou induzido sob pressão é tão comprimido (temperatura entre 550 e 600° C), que se dá a auto- ignição. Uma parte do SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 13
  • 14. Motores Alternativos combustível, injectado em primeiro lugar, queima rapidamente e o que é injectado em seguida, em maior quantidade, queima a pressão aproximadamente constante. A combustão não ocorre inteiramente, caso não se sucedam no tempo certo o aquecimento do combustível e a ignição. A injecção começa antes do pistão atingir o PMS, no tempo de compressão. Só se consegue uma boa combustão, quando há a melhor mistura possível entre as gotículas de combustível e o ar necessário à combustão. Para tanto, torna-se necessário, entre outras coisas, a adequação do jacto de combustível à forma da câmara de combustão (com ou sem repartições). Outras possibilidades: um ou mais jactos; disposição dos jactos; comprimento dos jactos; sua força; tamanho das gotículas, turbilhão mais intenso do ar de combustão. Forma do pistão; câmara de combustão repartida, com câmaras-de-ar, pré-câmaras, ou câmaras de turbilhão e também fluxo de ar tangencial. 4.1. Ignição Pode não se dar uma sensível vaporização do combustível Diesel, de elevado ponto de ebulição, devido à rapidez do processo. As gotículas de combustível que são injectadas inflamam-se após terem sido levadas à temperatura de auto-ignição, pelo ar pré-aquecido e comprimido, no cilindro. O intervalo de tempo entre a injecção e a ignição deve estar sincronizado com a rotação da cambota, correspondente à elevação adequada de pressão. O atraso da ignição deve ser o mínimo possível; caso contrário, chega à câmara de combustão, uma quantidade excessiva de combustível não queimado, que irá produzir aumento de pressão no próximo tempo de compressão e reduzir a lubrificação entre as camisas dos cilindros e os segmentos, resultando, com a continuidade do processo, em desgaste, que num primeiro momento, é conhecido como "Vidrado" das camisas dos cilindros. Combustíveis Diesel com boa ignição, têm um pequeno atraso; proporcionam compressão uniforme para a combustão e operação suave do motor. O atraso da ignição depende do tipo de combustível, pressão e temperatura na câmara de combustão. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 14
  • 15. Motores Alternativos 4.2. Atraso da Injecção Medido pelo ângulo da cambota, é o intervalo de tempo necessário ao pistão da bomba de injecção, para levar a quantidade de combustível situada entre a tubagem da bomba e o assento da válvula de injecção (bico injector), à pressão de injecção. Infelizmente é quase impossível, especialmente nos motores de funcionamento rápido, controlar de maneira satisfatória o programa de combustão ("Lei de aquecimento") e a variação da pressão durante a combustão mediante o início e o desenvolvimento da injecção, a não ser com baixa compressão, que por outro lado diminui o rendimento e se opõe frontalmente ao princípio do motor Diesel. No tempo de alguns centésimos de segundo entre o começo da injecção e a ignição, uma parte importante da quantidade injectada penetra na câmara de combustão e inflama-se rápida e simultaneamente com o imprevisto aumento de pressão. Além disto, durante a ignição na fase fluida formam-se peróxidos com um indesejável carácter explosivo. Estas "batidas" dão aos carburantes um maior atraso de ignição impróprio para motores Diesel. A temperatura dos gases tem como limite superior a resistência das peças à alta temperatura e a qualidade do lubrificante e como limite inferior, a temperatura da atmosfera. O limite superior de pressão é dado pelo facto de que um aumento de compressão, mesmo que pequeno, acarreta um aumento nas forças do motor e no seu peso. O limite inferior é o da pressão atmosférica. As limitações de volume são consequência da necessidade de se evitar expansões demasiado grandes, pois só se consegue uma pequena vantagem de potência com a desvantagem de um motor muito grande. Para avaliar o nível de conversão de energia no motor, há processos de cálculo que permitem determinar as limitações acima descritas. 5. Tipos de Injecção O ponto mais importante é a formação da mistura mediante a injecção do combustível directamente antes e durante a auto-ignição e combustão na carga de ar fortemente comprimida. Durante o desenvolvimento do motor Diesel foram encontradas várias soluções que em parte coexistem ainda hoje. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 15
  • 16. Motores Alternativos 5.1. Injecção indirecta Nos sistemas de injecção indirecta a câmara de combustão é constituída por duas partes distintas. A parte principal é o espaço entre a cabeça do motor e o topo do pistão quando este se encontra no PMS, e a auxiliar é uma pequena câmara na cabeça do motor. As duas câmaras estão ligadas através de um orifício de grande dimensão com uma forma aerodinâmica. O combustível é injectado directamente na câmara auxiliar através de um injector com um único orifício. Durante a compressão, o ar produz na câmara auxiliar um turbilhão, que facilita a dispersão do combustível, aumentando assim a homogeneidade da mistura. Quando se dá a combustão, cria-se um aumento de pressão na câmara auxiliar que expulsa a mistura para a câmara principal, onde acaba de ser queimada e realiza trabalho. Este sistema funciona com pressões mais baixas que o sistema de injecção directa, tendo como consequência um funcionamento mais suave, mas um rendimento mais baixo com maiores consumos e maiores emissões de gases poluentes, actualmente, é um processo pouco utilizado nos motores modernos. Figura 16 – Injecção indirecta A parte inferior da antecâmara a é quente, porque se encontra separada das paredes refrigeradas pelo entre ferro. Descontinuidade da pressão na antecâmara e insuflação na parte principal da câmara de combustão mediante um canal injector. b = tubulação de combustível; c = ignição auxiliar para partidas a frio; d = passagem da água de refrigeração para a cabeça. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 16
  • 17. Motores Alternativos A câmara de turbulência a contém quase toda a carga de ar que, no percurso de compressão, penetra tangencialmente pelo canal b começando um movimento circular; c = tubulação de combustível Figura 17 – Antecâmara tipo esférica 5.2. Injecção Directa Nos sistemas de injecção directa ao contrário dos sistemas de injecção indirecta, a câmara de combustão é constituída por uma única parte, sendo este o espaço entre a cabeça do motor e o topo do pistão quando este se encontra no PMS. A injecção do combustível é efectuada directamente no cilindro através de um injector com vários orifícios, permitindo assim uma melhor pulverização do combustível e consequentemente uma melhor mistura com o ar. Este sistema funciona com pressões mais elevadas do que o sistema de injecção indirecta, sendo estas pressões aplicadas directamente no pistão, o que proporciona um melhor rendimento com consumos mais baixos e menores emissões de gases poluentes. O combustível é injectado directamente sobre a cabeça do pistão mediante um bico injector, com um ou vários pequenos furos (diâmetros de 0,1 a 0,3 mm) direccionados segundo um ângulo apropriado. Funciona com pressões muito elevadas (até 400 atm) para conseguir uma pulverização muito fina e uma distribuição adequada do combustível no ar de carburação. O jacto único forma uma neblina composta de gotas minúsculas que costumam inflamar-se em primeiro lugar na proximidade de entrada. A formação da mistura é acelerada e melhorada quando o ar de carburação executa um movimento rápido em relação à névoa do combustível. Com isto o movimento circular e turbulento do ar produz-se de várias formas já com o processo de sucção ou com a compressão. A maioria dos motores modernos utiliza o processo de injecção directa de combustível, em virtude do seu melhor rendimento térmico. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 17
  • 18. Motores Alternativos a = injecção directa no ar parado (Cummins); b = jacto sobre a cabeça do pistão com câmara de mistura térmica (processo MAN-M) Figura 18 – Processos de injecção directa. Figura 19 – Processos de injecção directa. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas sobre o processo da combustão em motores Diesel. Inicialmente acreditava-se que ocorria uma explosão no interior do cilindro, razão pela qual, os motores de combustão interna eram também chamados de motor a explosão. Por meio de observações, testes diversos, tentativas, erros e acertos, os componentes do sistema de injecção vêm sendo aperfeiçoados nos seus desenhos, preservando, no entanto, o que de melhor se alcançou, em termos de resultados com o processo de injecção directa. Recentemente descobriu-se mais detalhes do processo de combustão e isto, certamente, trará novos desenvolvimentos. Com o auxílio de um equipamento de raios x de alta velocidade, foi possível registar os diversos instantes em que a combustão se processa. Até então, todas as observações feitas eram por meio de iluminação estroboscópica, que permitia visualizar uma fracção de cada tempo de combustão e, formando uma sequência de imagens, tinha-se uma ideia do processo. 5.2.1. Sistemas de injecção directa Actualmente existem três sistemas: O sistema bomba de injecção; O sistema injector; O sistema “common rail” SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 18
  • 19. Motores Alternativos 5.3. Sistema bomba injecção+tubos+injectores Este é o sistema convencional utilizado há já muito tempo nos motores Diesel, tanto nos de injecção directa como nos de injecção indirecta. É um sistema barato e de fácil implementação, os injectores estão ligados directamente à bomba injectora através de tubos metálicos. Todos os tubos têm o mesmo comprimento, pois as ondas de pressão que evoluem dentro dos tubos vão variando ao longo dos tubos, ou seja, para que os tempos e pressões de injecção sejam sensivelmente iguais em cada injector o comprimentos dos tubos também têm que ser iguais. Ora, a disposição dos injectores ao longo do motor faz com que existam injectores mais próximos da bomba e outros mais afastados, como todos os tubos têm que ter o mesmo comprimento, os que estão mais próximos têm uma configuração com algumas curvas para poderem compensar a menor distância a que se encontram da bomba. A geração de pressão é totalmente dependente da rotação do motor, visto que a bomba é accionada directamente pela distribuição. Este sistema apresenta várias limitações, não conseguindo dar resposta ao controlo exigido nos motores actuais, que usam pré e pós injecção, modulação da injecção principal e elevadíssimas pressões de injecção. Por todas estas razões este sistema tem vindo a ser preterido em relação a outros sistemas, nomeadamente pelo sistema common rail. Figura 20 - Sistema bomba injecção+tubos+injectores 5.3.1. Sistema injector O sistema injector bomba foi desenvolvido com o objectivo de se conseguir elevar as pressões de injecção muito acima dos 1500 bar, em motores de injecção directa. Neste sistema a bomba e o injector formam um único corpo, SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 19
  • 20. Motores Alternativos ora, rapidamente se pode concluir que é eliminada a desvantagem dos tubos longos utilizados no sistema anterior, o que provocava grandes perdas de pressão. Neste caso essa desvantagem foi eliminada, daí a razão de se conseguirem elevadas pressões neste sistema, neste momento aproximadamente 2200 bar. Cada cilindro tem um injector que é actuado pela árvore de cames. Foi neste sistema que foi introduzido pela primeira vez o controlo electrónico de injecção, tendo sido possível melhorar consideravelmente alguns aspectos, nomeadamente na emissão de gases poluentes. Este sistema consegue pressões muito elevadas de injecção, o que significa gotas mais finas e uma melhor preparação da mistura, logo, também uma melhor combustão, e consequentemente um menor consumo e menores emissões de gases poluentes. Figura 21 – Sistema injector bomba 6. Sistema de injecção Desde a construção do primeiro motor Diesel, o principal problema tem sido o processo de injecção do combustível para a combustão ideal. Os sistemas existentes não sofreram grandes modificações no correr dos anos. As principais alterações, que resultaram em evolução significativa, foram, primeiramente o advento da bomba rotativa em linha, desenvolvida por Robert Bosch em 1927, que permitiu aos motores alcançarem rotações mais elevadas e, consequentemente, mais potência. Depois, no decorrer da década de 80, surgiram os primeiros sistemas de gestão electrónicos (EDC, de Electronic Diesel Control). O desenvolvimento dos sistemas EDC, embora trazendo consideráveis resultados, esbarrava na limitação mecânica dos sistemas em uso que não podiam prescindir de um meio de comprimir o combustível pela acção de um pistão comandado no instante adequado. Assim, mantinham-se SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 20
  • 21. Motores Alternativos os componentes básicos dos sistemas de injecção, utilizando-se os recursos electrónicos para monitorização e controlo, sem possibilidade de intervenções importantes no processo de injecção. O início, duração e término da injecção permaneciam acoplados à posição da cambota, uma vez que as bombas injectoras não permitiam variações, por serem accionadas por engrenagens conduzidas pela rotação do motor. Diferentemente dos motores do ciclo Otto, que já utilizavam a injecção electrónica de combustível e sistema de ignição transistorizado independentes, os motores Diesel ainda esperavam por novas tecnologias. Em 1997, a Alfa Romeu lançou o seu modelo 156 equipado com um motor Diesel dotado de um sistema de injecção revolucionário, que ela denominou de JTD. Tal sistema aumentava a potência e o binário com redução do consumo e, por consequência, os níveis de emissões e abriu novas perspectivas para o futuro dos motores Diesel. Posteriormente, os direitos de fabricação deste sistema foram cedidos à Robert Bosch, que começou a equipar motores para a Mercedes Benz, BMW, Audi, Peugeot e Citroën (estes últimos denominam o sistema de HDI). A Fiat, a Ford e a Volkswagen estão equipados com o novo sistema. No segmento de motores mais pesados, as fábricas Mercedes, Scania e Volvo já lançaram os novos motores equipados com este sistema, que ganhou a denominação de Common Rail. O Sistema Common Rail Bosch é um moderno e inovador sistema de injecção Diesel. Ele foi desenvolvido para atender à actual procura do mercado em relação à diminuição do consumo de combustível, da emissão de poluentes e maior rendimento do motor exigidos pelo mercado. Para isto são necessárias altas pressões de injecção, curvas de injecção exactas e dosagem extremamente precisa do volume do combustível. Com a introdução da primeira bomba injectora em linha fabricada em série no ano de 1927, estavam criadas as condições para o emprego do motor Diesel de alta rotação em veículos automóveis. O emprego da bomba injectora em linha ainda hoje está em diversos veículos utilitários e motores estacionários, chegando até a locomotivas e navios com pressões de injecção para motores de até cerca de 160 kW por cilindro. Os diferentes requisitos para a utilização dos motores Diesel levaram ao desenvolvimento de diversos sistemas de injecção, adequados às respectivas exigências. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 21
  • 22. Motores Alternativos O sistema de injecção de pressão modulada "Common Rail" para motores de injecção directa abre perspectivas completamente novas: Ampla área de aplicação (para veículos de passeio e utilitários leves com potência de até 30 kW / cilindro, para utilitários pesados chegando até a locomotivas e navios com potência de até 200 kW / cilindro): Alta pressão de injecção de até cerca de 2600 bar; Início de injecção variável; Possibilidade de pré-injecção, injecção principal e pós-injecção; Volume de injecção, pressão no "Rail" e início da injecção adaptados a cada regime de funcionamento, assim como, Pequenas tolerâncias e alta precisão durante toda a vida útil. O sistema de injecção de pressão modulada "Common Rail", produção de pressão e injecção são acoplados. A pressão de injecção é produzida independente da rotação do motor e do volume de injecção e está no "Rail" (acumulador de combustível de alta pressão) pronta para a injecção. Momento e qualidade de injecção são calculados na unidade de comando electrónico e transportados pelo injector (unidade de injecção) em cada cilindro do motor através de uma válvula magnética activada. Com o injector e a alta pressão sempre iminente, obtém-se uma curva de injecção muito precisa. Com a ajuda dos sensores a unidade de comando pode captar a condição actual de funcionamento do motor e do veículo em geral. Ela processa os sinais gerados pelos sensores e recebidos através de cabos de dados. Com as informações obtidas ela tem condição de exercer comando e regulação sobre o veículo e, principalmente, sobre o motor. O sensor de rotação do eixo de comando determina, com o auxílio do efeito "Hall", se o cilindro se encontra no PMS da combustão ou da troca de gás. Um potenciómetro na função de sensor do pedal do acelerador informa através de um sinal eléctrico à unidade de comando, com que força o condutor accionou o pedal (aceleração). O medidor de massa de ar informa à unidade de comando qual a massa de ar actualmente disponível para assegurar uma combustão possivelmente completa. Havendo um turbo compressor, actua ainda o sensor que regista a pressão de carga. Com base nos valores dos sensores de temperatura do agente de refrigeração e de temperatura do ar. De acordo com os veículos são conduzidos ainda outros sensores e cabos de dados até a unidade de SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 22
  • 23. Motores Alternativos comando para fazer cumprir as crescentes exigências de segurança e de conforto. 6.1. Bomba injectora: A injecção do combustível Diesel é controlada por uma bomba de pistões responsável pela pressão e dosagem para cada cilindro, nos tempos correctos. Na maioria dos motores Diesel, utiliza-se uma bomba em linha dotada de um pistão para cada cilindro e accionada por uma árvore de cames que impulsiona o combustível quando o êmbolo motor (pistão) atinge o ponto de início de injecção, no final do tempo de compressão. Alguns motores utilizam bombas individuais para cada cilindro e há outros que utilizam uma bomba de pressão e caudal variáveis, fazendo a injecção directamente pelo bico injector accionado pela árvore de cames. Há ainda aqueles que utilizam bombas rotativas, que distribuem o combustível para os cilindros num processo semelhante ao do distribuidor de corrente para as velas utilizado nos motores de automóveis. As bombas injectoras, rotativas ou em linha, para que funcionem, são instaladas no motor sincronizadas com os movimentos da cambota. Ao processo de instalação da bomba injectora no motor dá-se o nome de calagem da bomba. Cada fabricante de motor adopta, segundo o projecto de cada modelo que produz, um processo para a calagem da bomba injectora. Na maioria dos casos, a coincidência de marcas existentes na engrenagem de accionamento da bomba com as marcas existentes na engrenagem accionadora é suficiente para que a bomba funcione correctamente. Em qualquer caso, porém, é absolutamente necessário consultar a documentação técnica fornecida pelo fabricante, sempre que se for instalar uma bomba injectora, pois os procedimentos são diferentes para cada caso. Figura 22 – Controlador de dosagem SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 23
  • 24. Motores Alternativos A dosagem do combustível é feita pela posição da cremalheira, ligada ao acelerador por meio do governador de rotações. Figura 23 – Controlador de débito Dosagem do combustível. Com o mesmo deslocamento vertical, o pistão injecta mais ou menos combustível em função da sua posição. O que muda é o tempo final de débito Figura 24 – Controlador de débito 7. Regulação da velocidade A rotação de trabalho do motor Diesel depende da quantidade de combustível injectada e da carga aplicada à cambota (potência fornecida à máquina accionada). Também é necessário limitar a rotação máxima de trabalho do motor, em função da velocidade média do pistão (cm= s n / 30), que não deve induzir esforços que superem os limites de resistência dos materiais, bem como da velocidade de abertura e fecho das válvulas de admissão e escape, que a partir de determinados valores de rotação do motor, começam a produzir efeitos indesejáveis. Nas altas velocidades, começa haver dificuldade no enchimento dos cilindros, devido ao aumento das perdas de carga e a inércia da massa de ar, fazendo cair o rendimento volumétrico. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 24
  • 25. Motores Alternativos Como a quantidade de combustível injectada é doseada pela bomba injectora, por meio da variação de débito controlada pelo mecanismo de aceleração, limita-se a quantidade máxima de combustível que pode ser injectada. Dependendo do tipo de motor, essa limitação é feita por um batente do acelerador, que não permite acelerar o motor além daquele ponto. O mecanismo de aceleração, por si só, não é capaz de controlar a rotação do motor quando ela tende a cair com o aumento da carga ou a aumentar com a redução da mesma carga. É necessário então outro dispositivo que assegure controlo da dosagem de combustível em função das solicitações da carga. Na maioria dos motores, este dispositivo é constituído por um conjunto de contrapesos que rodam, que por acção da força centrífuga, actua no mecanismo de aceleração de modo a permitir o fornecimento de combustível sem variações bruscas e respondendo de forma suave às solicitações da carga. Conhecidos como reguladores ou governadores de rotações, são utilizados em todos os motores Diesel e, dependendo da aplicação, como visto no início deste trabalho, tem características distintas e bem definidas. No caso específico dos motores para grupos Diesel geradores, a regulação da velocidade é um item particularmente crítico, uma vez que a frequência da tensão gerada no alternador necessita ser mantida constante, ou seja, o motor Diesel deve operar em rotação constante, independente das solicitações da carga. Isto significa que a cada aparelho eléctrico que se liga ou desliga, o governador deve corrigir a quantidade de combustível injectada, sem permitir variações da RPM, o que é quase impossível, dado o tempo necessário para que as correcções se efectivem. Para solucionar o problema, existem três tipos básicos de governadores isócronos, que são: 7.1. Governadores mecânicos Constituídos por um sistema de contrapesos, molas e articulações, actuam no mecanismo de aceleração aumentando ou diminuindo o débito de combustível sempre que a rotação se afasta do valor regulado, em geral, 1800 RPM. Tem tempo de resposta considerado longo e permitem oscilações em torno do valor regulado. Dependendo da carga que for aplicada bruscamente, permitem quedas acentuadas da RPM e, na recuperação, permitem ultrapassar o valor regulado para, em seguida, efectuar nova correcção de menor grau. São mais SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 25
  • 26. Motores Alternativos baratos e utilizados em grupos Diesel geradores que alimentam equipamentos pouco sensíveis às variações de frequência. Tem precisão de regulação em torno de 3%, podendo chegar até 1,5%. O tipo mais comum, utilizado em grande número de motores equipados com bombas injectores Bosch em linha, é o governador Bosch modelo RSV. Figura 25 – Governadores mecânicos 7.2. Governadores hidráulicos De maior precisão que os governadores mecânicos, podem ser accionados pelo motor Diesel independentemente da bomba injectora e actuam sobre a alavanca de aceleração da bomba, exercendo a função que seria do pedal do acelerador do veículo. São constituídos por um sistema de contrapesos que rodam, fazem o papel de sensor de rotação e uma pequena bomba hidráulica para produzir a pressão de óleo necessária ao accionamento. As variações de rotação "sentidas" pelos contrapesos são transformadas em caudal e pressão de óleo para alimentar um pequeno cilindro ligado à haste de aceleração da bomba. Por serem caros e necessitarem de um arranjo especial para montagem no motor, são pouco utilizados. Figura 26 – Governador Hidráulico WOODWARD modelo PSG SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 26
  • 27. Motores Alternativos 7.3. Governadores electrónicos Actualmente são utilizados em maior escala, dado o custo, que vem reduzindo nos últimos anos. Oferecem a melhor precisão de regulação que se pode conseguir e são constituídos por três elementos básicos: 1. Pick-up magnético, que exerce a função de sensor de RPM; 2. Regulador electrónico, propriamente dito (ou unidade de controlo); 3. Actuador. A construção pode variar, conforme o fabricante, mas todos funcionam segundo os mesmos princípios. O pick-up magnético é uma bobina enrolada sobre um núcleo ferro magnético e instalado na carcaça do volante, com a proximidade adequada dos dentes da cremalheira. Com o motor em funcionamento, cada dente da cremalheira, ao passar próximo ao pick-up magnético, induz um impulso de corrente eléctrica que é captado pelo regulador. A quantidade de impulsos por segundo (frequência) é comparada, pelo regulador, com o valor padrão ajustado. Se houver diferença, o regulador altera o fluxo de corrente enviada para o actuador, que efectua as correcções do débito de combustível, para mais ou para menos, conforme a necessidade. Há actuadores que trabalham ligados à haste de aceleração da bomba injectora, como nos governadores hidráulicos e outros que são instalados no interior da bomba e actuam directamente sobre o fluxo de combustível. Os actuadores externos mais conhecidos são os fabricados pela Woodward, (governadores modelo EPG) e os internos são os utilizados nos motores Cummins (governador EFC). Figura 27 – Governador Electrónico WOODWARD modelo EPG - 12 ou 24 V 7.4. Governadores Digitais Os governadores digitais utilizados actualmente, embora possam oferecer recurso de comunicação via porta série e funções de controlo PID (Proportional SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 27
  • 28. Motores Alternativos Integral Derivative), dependem de um actuador analógico para comandar as correcções de RPM do motor, o que os torna iguais, em termos de resultados, aos governadores electrónicos analógicos. Figura 28 – Governador Electronic Digital Woodward 2301D - Load Sharing and Speed Control 8. Sistema Common Rail O protótipo do sistema Common Rail foi desenvolvido em finais dos anos 60 pelo Suíço Robert Huber. Depois disso, Ganser do "Swiss Federal Institute of Technology" desenvolveu a tecnologia Common Rail futura. A meio dos anos 90, Dr. Shohei Itoh e Masahiko Miyaki, da "Denso Corporation", uma empresa Japonesa de fabrico de componentes para automóveis, desenvolveu o sistema de combustível Common Rail para veículos pesados, tornando-se assim no primeiro caso prático do uso no seu sistema ECD-U2 Common Rail, que foi montado num camião da Hino Raising Ranger, vendido para uso geral em 1995. O actual sistema Common Rail controlado por uma unidade electrónica de comando (ECU) trabalha segundo o mesmo princípio i.e. cada injector é controlado electronicamente, em vez de mecanicamente. Isto foi alvo de muitos protótipos nos anos 90, com a colaboração entre a Magneti Marelli, Centro Ricerche Fiat e Elasis. Depois da investigação e desenvolvimento inicial por parte do grupo Fiat, o design foi adquirido pela empresa alemã Robert Bosch GmbH para completar o desenvolvimento e torná-lo apto à produção em massa. Consiste numa bomba de alta pressão que fornece a pressão através de uma rampa comum a todos os injectores, o que permite fornecer uma pressão constante de injecção, independentemente da rotação do motor. A sua vantagem é um menor ruído de funcionamento, arranque a frio quase SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 28
  • 29. Motores Alternativos instantâneo, e uma clara melhoria de prestações e diminuição da poluição e de consumo. Actualmente é o sistema usado em quase todos os Diesel. Há diferentes sistemas usados por diferentes fabricantes, mas foram todos criados pela Bosch e são equivalentes em termos de qualidade e eficácia: o "Unit Injector System" (UIS), mais conhecido entre nós como Injector bomba, e o "Common Rail System" (CRS). Em ambos os sistemas, o combustível é injectado nos cilindros sob pressão muito alta. O próprio processo de injecção é controlado electronicamente, para que seja sempre injectado o volume ideal de combustível, exactamente no momento certo, garantindo rendimento máximo com o mínimo consumo e níveis de emissão baixos. No entanto, o sistema injector bomba está a desaparecer, apesar de se conseguirem pressões mais elevadas (acima dos 2000 bar) do que no Common Rail, por ser um sistema mais dispendioso. Figura 29 Sistema “Common Rail” para automóveis de passageiros 1 Medidor de massa de ar 2 ECU Controlo do Motor 3 Bomba de alta pressão 4 Common Rail 5 Injectores 6 Sensor de velocidade 7 Sensor de temperatura de refrigeração 8 Filtro de combustível 9 Sensor do pedal de acelerador 8.1. O Circuito de combustível Common Rail Uma das maiores diferenças entre o Common Rail e os outros sistemas de injecção Diesel está no circuito de combustível. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 29
  • 30. Motores Alternativos Figura 30 Principais componentes do circuito de combustível de um sistema Common Rail 1- Tanque (Depósito) de combustível: Tem como função armazenar o combustível, 2- Filtro de combustível: Retira as impurezas existentes no combustível evitando o desgaste prematuro dos componentes (bomba de baixa pressão, bomba de alta pressão, injectores etc.), 3- Bomba de baixa pressão: Aspira o combustível do tanque e envia-o à bomba de alta pressão. A bomba de baixa pressão pode ser eléctrica ou mecânica. 4- Electroválvula reguladora de caudal: Tem a função de interromper o fluxo de combustível da bomba de baixa para a bomba de alta pressão. É controlada pela Unidade Electrónica de Comando (ECU). Esta electroválvula está presente somente nos veículos cuja bomba de baixa pressão é mecânica, 5- Bomba de alta pressão: É uma bomba (mecânica) radial com 3 êmbolos. Aspira o combustível da linha de baixa pressão e alimenta o tubo de alta pressão (Rail). Pode elevar a pressão a valores superiores a 1350 bar, 6- Rail (tubo de alta pressão): O Rail tem a função de armazenar o combustível enviado pela bomba de alta pressão. É interligado por tubos especiais aos injectores. No Rail podem vir acoplados a electroválvula reguladora de pressão e o sensor de pressão do Rail, 7- Electroválvula reguladora de pressão: Trata-se de uma electroválvula de alívio posicionada no ponto de conexão da linha de alta pressão com a linha de retorno de combustível. A sua abertura promove a diminuição da pressão do Rail. O seu fecho permite que a bomba de alta pressão eleve a pressão do Rail. É controlada pela ECU através de um sinal pulsado de largura de pulso SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 30
  • 31. Motores Alternativos variável. Pode vir instalada na bomba de alta pressão ou no tubo (Rail). É um dos mais importantes actuadores do sistema Common Rail, 8- Sensor de pressão do Rail: Informa a ECU da pressão do combustível contido no Rail, 9- Injectores: São controlados pela ECU e pulverizam (enviam) o combustível do Rail para a câmara de combustão, 10- Radiador de combustível: Refrigera o combustível que circula na linha de retorno, 11- Válvula de pré-aquecimento do combustível: Controla a temperatura do combustível enviado para o tanque, filtro e linha de pressão negativa. Figura 31 - Principais componentes do circuito de combustível 8.2. Variação de pressão no sistema Common Rail A bomba de baixa pressão aspira o combustível do tanque e envia-o para a bomba de alta pressão. Entre a bomba de baixa pressão e o tanque forma-se a linha de pressão negativa e entre as bombas de baixa e alta pressão a linha de baixa pressão (figura 32). A bomba de alta pressão promove o aumento da pressão do combustível enviado para o Rail. Entre a bomba de alta pressão e o Rail forma-se a linha de alta pressão. O combustível excedente enviado pela bomba de alta pressão retorna ao tanque através da linha de retorno. Na figura 32 está representado um esquema da variação de pressão num sistema Common Rail. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 31
  • 32. Motores Alternativos Figura 32 Variação de pressão no sistema Common Rail 8.2.1. Princípio básico de controlo Para controlar o motor mantendo o desempenho, ruído e rendimento em níveis óptimos, a Unidade Electrónica de Comando (ECU) reúne informações de diversos componentes, sensores estrategicamente instalados. Com esses dados calcula, a pressão do Rail, o momento e tempo de injecção do Diesel para cada regime de trabalho do motor. Ao ser inserida a chave na ignição (sem iniciar a marcha), a ECU é alimentada. Nesse instante envia uma tensão de aproximadamente 5 V (DC) para a maioria dos sensores do sistema e passa a receber o sinal característico de cada um deles (temperatura da água, pressão no colector de admissão, pressão no Rail, temperatura do ar, posição do pedal do acelerador etc.). Durante o arranque e com o motor em funcionamento recebe sinal dos sensores de rotação e de fase. Enquanto captar esses sinais a Unidade Electrónica de Comando irá controlar os injectores e a electroválvula reguladora de pressão do Rail. Com base no sinal dos sensores a ECU pode ainda controlar o débito de partida a frio, o ventilador de arrefecimento, a embraiagem do compressor do ar condicionado, etc. No Common Rail a Unidade Electrónica de Comando possui um sistema de autodiagnóstico e por isso pode detectar diversas anomalias. Quando isso acontece, a ECU grava um código de defeito na memória e activa o procedimento de emergência. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 32
  • 33. Motores Alternativos 8.3. Componentes do Common Rail O sistema Common Rail é constituído por: 8.3.1. Medidor de massa de ar Envia informações à ECU sobre a massa de ar que está a entrar no motor e quais as suas condições. Figura 33 Medidor da massa de ar 8.3.2. Unidade de comando electrónico (ECU) Controla o desempenho do motor através das leituras que faz de todos os sensores, de massa de ar, pressão do turbo, rpm, temperaturas, etc., analisa os dados recolhidos, alterando assim a injecção e adaptando-a às necessidades de carga do motor. Figura 34 ECU 8.3.3. Bomba de alta pressão Tem como função garantir uma pressão constante no acumulador independentemente da rotação do motor. Figura 35 - Bomba de Alta Pressão SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 33
  • 34. Motores Alternativos 8.3.4. Common Rail Canal onde fica acumulado o combustível sob pressão antes de passar aos injectores, pode ter acoplado a electroválvula reguladora de pressão e/ou o sensor de pressão. Figura 36 - Acumulador de Pressão (Common Rail) 8.3.5. Injectores Hoje em dia são praticamente na sua totalidade do tipo piezoeléctrico, sendo responsáveis pela introdução do combustível no cilindro. Figura 37 - Injector Piezoeléctrico 8.3.6. Sensor de velocidade do motor Registo, livre de contacto, do ângulo de rotação e velocidade da cambota. Figura 38 Sensor de velocidade SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 34
  • 35. Motores Alternativos 8.3.7. Sensor de temperatura do líquido refrigerante Sensor de temperatura do motor está montado no circuito de refrigeração para determinar a temperatura do líquido refrigerante do motor (escala de medição – 40 a 130°C) 1 Ligação eléctrica 2 Corpo do sensor 3 Resistência 4 Líquido refrigerante Curvas característica Figura 39 - Esquema de um Sensor de temperatura do líquido refrigerante 8.3.8. Filtro de combustível Retira as impurezas existentes no combustível evitando o desgaste prematuro dos componentes (bomba de baixa pressão, bomba de alta pressão, injectores, etc.). Figura 40. Filtro de Gasóleo 8.3.9. Sensor do pedal de acelerador A posição do pedal do acelerador é captada por dois potenciómetros opostos (sensor do pedal do acelerador) para activar o corpo de borboleta. A abertura da borboleta necessária para cumprir o desejo do motorista é calculada pela unidade de comando do motor levando em conta a condição de funcionamento do motor naquele momento (número de rotações do motor, temperatura do motor, etc.) e convertida em sinais de activação para o accionamento da borboleta. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 35
  • 36. Motores Alternativos Figura 41 Sistema Egas (Pedal de acelerador electrónico) 9. Funcionamento A primeira geração do sistema Common Rail permitia pressões de injecção de 1.300 bar, enquanto a segunda geração do sistema gerava cerca de 1.600 bar. Desde 2003 que a terceira geração está em utilização, conseguindo-se agora alcançar pressões de 2.600 bar. A grande novidade em relação à geração anterior reside na utilização do injector piezoeléctrico. As principais vantagens deste novo tipo de injectores, quando comparado com o injector electromagnético, residem na dosagem da quantidade de combustível e na sua pulverização. Muito mais rápidos, conseguem misturas mais homogéneas devido ao maior número de injecções por cada ciclo de trabalho, podendo chegar às 7 injecções por ciclo. O combustível pode ser atomizado em gotas minúsculas de até 20 mícron e permite uma pré-injecção muito bem controlada. Os injectores piezoeléctricos requerem menos energia do que injectores com solenóide e proporcionam uma elevada velocidade de abertura e fecho, além de menor tempo entre as injecções. Eles são capazes de actuar em 1 a 2 milissegundos, impulsionando o combustível a 2.000 km/h através de uma abertura de apenas 0,25 mm². Isto faz com que os novos motores a gasóleo sejam mais silenciosos, económicos, pouco poluentes e mais potentes. A quantidade de combustível de retorno que não foi necessária para a injecção é, nesta terceira geração, muito menor, pelo que foi possível reduzir a capacidade de transporte e, ao mesmo tempo, a força requerida da bomba de alta pressão. Ao haver mais do que uma injecção, consegue-se adaptar melhor as características do motor às necessidades de cada momento. Por exemplo, na cidade e sempre que se roda a baixa velocidade, a dupla injecção antes da injecção principal permite reduzir os ruídos e os hidrocarbonetos não queimados (HC). Aliás, de acordo com os estudos realizados, o sistema Common Rail de 3ª geração com SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 36
  • 37. Motores Alternativos injectores piezoeléctricos pode reduzir as emissões dentro do motor até 20 por cento, comparativamente ao de segunda geração. Figura 42. Pulverização com Injector Piezoeléctrico Entre 1990 e 2003 a percentagem de veículos ligeiros equipados com motor a gasóleo quase triplicou e, desde então, as emissões de partículas baixaram 80 por cento enquanto os outros poluentes (CO, NOx e HC) tiveram reduções da ordem dos 90 por cento. Simultaneamente, os motores a gasóleo são hoje muito mais económicos e agradáveis de utilizar graças a binários específicos bastante elevados. A bomba de alta pressão força o combustível no acumulador de alta pressão. Ali, o combustível é armazenado, pronto para injecção na pressão adequada para as condições operacionais particulares do motor. As necessidades do motor são medidas e registadas pela ECU que, em seguida, utiliza mapas para calcular a pressão de injecção necessária e a duração da mesma (por outras palavras, a massa de combustível) e o instante da injecção. Cada um dos cilindros do motor recebe um injector piezoeléctrico, cujos pontos de abertura e fecho definem o início e o final do processo de injecção. Neste sistema o gasóleo armazenado no depósito é aspirado por uma bomba de alimentação e passa por um pré-filtro que existe na conduta entre o depósito e a bomba, sendo esta bomba de comando electrónico. Seguidamente, esta bomba de alimentação faz o combustível chegar ao filtro de gasóleo passando depois por um reaquecedor de combustível, regressando este novamente ao filtro antes de ser aspirado pela bomba de alta pressão que o irá introduzir no Common Rail propriamente dito, para finalmente ser distribuído pelos injectores, que se regulam segundo as necessidades de injecção de cada momento. A elevada pressão de injecção está disponível também a baixos SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 37
  • 38. Motores Alternativos regimes e em qualidade nos cilindros, tendo como consequências um consumo de combustível mais reduzido (menos cerca de 20%), um baixo nível de emissões de gases de escape (- 20% CO, - 50% hidrocarbonetos não queimados, -60% emissão de partículas) e melhores performances (+ 25% de potência), relativamente aos motores Diesel equipados com Common Rail de 2ª geração. Figura 43 Injector vela de incandescência Este tipo de alimentação permite a injecção na câmara de combustão de uma pequena quantidade de combustível. Esta «pré-injecção» amortece a combustão visto tratar-se de um processo de pré-aquecimento da câmara de combustão que ocorre algumas fracções de segundo antes da injecção propriamente dita, onde o combustível se inflama mais rapidamente sem aumentar a pressão e a temperatura de forma brusca, fazendo com que o nível de ruído durante o processo de combustão seja mais reduzido, o que faz diminuir ou mesmo desaparecer os famosos cliques deste tipo de motores. A pós-injecção consiste em injectar uma pequena quantidade de combustível, durante a fase de escape, de modo a aumentar a taxa de hidrocarbonetos nos gases de escape. Esta operação permitirá ao catalisador melhor tratar os óxidos de azoto. 9.1. Estrutura do sistema common-rail. Podemos dividir o sistema em três partes distintas: O circuito de baixa pressão, constituído pelos componentes que fornecem o combustível à bomba injectora O circuito de alta pressão, constituído por componentes como a bomba injectora, o tubo distribuidor comum, os injectores e os restantes tubos de circulação do combustível em alta pressão. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 38
  • 39. Motores Alternativos O sistema electrónico, que consiste num sistema de módulos constituído por sensores, actuadores, e uma unidade de controlo electrónica (centralina) Linhas amarelas – tubos de baixa pressão de alimentação da bomba injectora. Linhas vermelhas – tubos de alta pressão de alimentação da régua comum e dos injectores. Linhas verdes – tubos de retorno ao depósito. Figura 44 Estrutura do sistema common rail 9.2. Circuito baixa pressão O circuito de baixa pressão é constituído pelo depósito de gasóleo, o filtro de gasóleo e a bomba de alimentação que alimenta a bomba injectora. Este circuito tem como função fornecer gasóleo, devidamente filtrado, à bomba injectora, durante todo o período de funcionamento do motor. O filtro de gasóleo tem como funções reter as impurezas e a separação de água que possa existir no gasóleo. Em muitos casos existem pré-filtros, normalmente aplicados antes da bomba de alimentação, que têm como função fazer uma primeira filtragem das impurezas de maiores dimensões. É muito importante que o gasóleo que chega ao circuito de alta pressão esteja devidamente filtrado, pois, para além do gasóleo ser o combustível do motor é também o lubrificante dos vários componentes mecânicos do circuito de alta pressão. No sistema common rail, o filtro ganha uma importância ainda maior, visto tratar-se de um sistema com componentes mecânicos de construção muito precisa em termos dimensionais, com tolerâncias muito apertadas em que a entrada de uma pequena impureza poderia comprometer o bom funcionamento de todo o sistema. A bomba de alimentação pode ser de accionamento eléctrico ou mecânico. A bomba de accionamento eléctrico tem como grande vantagem conseguir um melhor fornecimento de combustível no arranque do motor, visto que não é SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 39
  • 40. Motores Alternativos accionada por qualquer parte mecânica do motor, ou seja, a bomba eléctrica começa a funcionar assim que a chave de ignição é girada pela primeira vez, antes do arranque do motor, o que permite que exista uma determinada pressão no circuito de baixa pressão quando finalmente se dá o arranque do motor. A bomba de accionamento mecânico tem a desvantagem de depender da rotação do motor, sendo uma desvantagem no arranque. No entanto, com o motor já em funcionamento é uma vantagem, pois a sua capacidade de gerar um maior caudal e uma maior pressão de alimentação, são directamente proporcionais à velocidade do motor. Existem alguns sistemas que combinam as duas bombas, de forma a beneficiarem das vantagens que cada uma delas oferece. Figura 45 - Circuito baixa pressão 9.3. Circuito alta pressão O circuito de alta pressão é composto pela bomba injectora, os injectores e o tubo distribuidor comum. Existem dois tipos de bombas injectoras, as bombas em linha e as bombas rotativas. Nas bombas em linha, a pressão é gerada pela compressão do combustível através de uns pistões que são accionados pelas cames de um veio de excêntricos que por sua vez é accionado pela distribuição do motor. Os pistões da bomba não contêm segmentos, pelo que são construídos com tolerâncias muito apertadas e usam o próprio gasóleo como lubrificante. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 40
  • 41. Motores Alternativos Estas bombas são normalmente de maiores dimensões que as bombas rotativas e não permitem altas velocidades, pelo que, nos sistemas de hoje em dia, com motores Diesel mais compactos e mais rápidos utilizam-se geralmente as bombas rotativas. As bombas rotativas, como já foi referido, são de menores dimensões e permitem altas velocidades. Nestas bombas o veio de excêntricos é substituído por um único excêntrico que actua os vários pistões alternadamente. Tal como na bomba em linha a lubrificação é efectuada pelo gasóleo. Figura 46 - Circuito alta pressão Figura 47 – Bomba de alta pressão O excêntrico (2) movido pelo veio (1) ao fazer o movimento descendente do pistão (3) admite o combustível pela entrada (6) e através da válvula de admissão (4), quando o pistão chega ao PMI e a válvula de admissão fecha e o combustível começa a ser pressurizado pelo movimento ascendente do pistão. Quando a pressão no interior da bomba atingir a pressão no tubo distribuidor comum, a válvula de alimentação (5) abre e o combustível começa a passar para o para o tubo distribuidor. O controlo da pressão no tubo distribuidor comum pode ser efectuado do lado da alta pressão, no tubo distribuidor, ou do lado da baixa pressão, na admissão da bomba injectora. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 41
  • 42. Motores Alternativos No lado da alta pressão o controlo é efectuado através de uma válvula reguladora de pressão de comando electromagnético. Esta válvula é accionada por sinais enviados pela centralina, garantindo desta forma o controlo da pressão no tubo distribuidor. O combustível que não é utilizado na injecção retorna ao sistema de baixa pressão através da válvula reguladora. Este sistema de funcionamento permite uma resposta imediata de regulação da pressão quando as condições de solicitação de injecção se alteram, visto existir um caudal contínuo de combustível a passar pelo tubo distribuidor. Por outro lado, pressurizar o combustível, fazê-lo passar pelo tubo distribuidor e voltar a fazer a expansão para o retorno sem que este seja utilizado, é um gasto de energia desnecessário. Para além disso, a pressurização e expansão do combustível faz com que este aqueça, o que vai aumentar a temperatura do combustível no retorno ao depósito. O controlo efectuado pelo lado da baixa pressão consegue eliminar estes problemas. O controlo é efectuado na admissão da bomba injectora através de uma válvula reguladora de caudal de comando electromagnético. Esta válvula garante que a quantidade de combustível enviado pela bomba injectora para o tubo distribuidor é a estritamente necessária para manter a pressão desejada no tubo distribuidor. Este sistema de controlo, além da válvula na bomba injectora, necessita também de uma válvula limitadora de pressão máxima no tubo distribuidor, esta válvula garante que em caso de falha da válvula reguladora da bomba de injecção, que a pressão não ultrapasse um determinado limite máximo, o que poderia por em risco a integridade do sistema. Os sistemas mais modernos combinam os dois tipos de controlo, do lado da alta pressão e do lado da baixa pressão. 6 – Sensor de pressão 10 – Válvula reguladora de caudal 11 – Válvula reguladora de pressão Figura 48 – Sistema de alta pressão SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 42
  • 43. Motores Alternativos Um dos elementos chave do sistema common rail é o injector. Os injectores pulverizam o combustível directamente no cilindro, eles são alimentados através de uns pequenos tubos metálicos que se encontram ligados ao tubo distribuidor comum. Cada injector é controlado electronicamente, o controlo é feito por válvulas electromagnéticas de acção rápida que abrem e fecham a passagem de combustível para a agulha, as agulhas por sua vez continuam a ter um funcionamento por diferencial de pressão, como nos injectores convencionais. As válvulas electromagnéticas permitem várias injecções, injecção principal e pós injecções. Cada uma das injecções pode ter a curta duração de 1 milissegundo (0,001s) e injectar quantidades desde 1mm3. As pré-injecções são normalmente duas e servem para suavizar o início da combustão, reduzindo o ruído e a emissão de NOX, a injecção principal é modulada de forma a evitar temperaturas muito elevadas e a terminar de forma quase instantânea, alguns sistemas utilizam duas injecções principais, também para controlar o NOX. As pós-injecções podem ser até três por ciclo, e servem essencialmente para reactivar a combustão, conseguindo desta forma um aumento de temperatura, o que vai permitir que se continuem a dar reacções e a queimar as partículas ainda existentes na câmara de combustão, que de outro modo acabariam por sair pelo escape. O aumento da temperatura dos gases também é benéfico às reacções existentes nos catalisadores de oxidação. O tempo de injecção e a pressão a que se encontra o combustível no tubo distribuidor determinam a quantidade de combustível injectada. A quantidade de combustível injectada é proporcional ao tempo de accionamento da válvula electromagnética, ou seja, ao tempo de abertura da agulha. Os sistemas common rail mais modernos utilizam injectores piezoeléctricos, que são actuados por válvulas piezoeléctricas que permitem o dobro da velocidade de abertura em relação às válvulas electromagnéticas. SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 43
  • 44. Motores Alternativos Figura 49 – Injectores A agulha no injector piezoeléctrico é controlada pela servo válvula (1). A quantidade de combustível a injectar é controlada pelo tempo de activação do piezo actuador (7). Quando o piezo actuador (7) não está activado a servo válvula (1) mantém-se fechada. A agulha é mantida fechada pela pressão existente no tubo distribuidor que é exercida na câmara de controlo (3). Quando o piezo actuador (7) é activado através de um sinal eléctrico enviado pela centralina, este vai actuar pressionando a servo válvula (1) para baixo e vai fechar o orifício de by-pass (6), o diferencial de pressão provocado entre o constrangimento (2) e o constrangimento (4) vai baixar a pressão na câmara de controlo (3) e a agulha (5) sobe, ficando na posição aberta, dá-se então o início da injecção. Para iniciar o processo de fecho do injector, o piezo actuador (7) é desactivado e a servo válvula (1) sobe, abrindo o orifício de by-pass (6). A pressão começa a subir na câmara de controlo, assim que a pressão existente no tubo distribuidor é restabelecida na câmara de controlo a agulha (5) é pressionada para baixo, terminando aqui o período de injecção. Todo este processo acontece em algumas décimas de milissegundo, sendo o tempo de resposta entre o sinal enviado pela centralina e a activação do piezo actuador cerca de 150 micro segundos. A agulha de um injector piezoeléctrico vai abrir e fechar mais de um bilião de vezes durante o seu tempo de vida útil. Estes injectores permitem uma vedação fiável com pressões acima de 1800 bar e resistem a várias situações de esforços aplicados, tais como: SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 44
  • 45. Motores Alternativos Os choques provocados pela rápida abertura e fecho da agulha, que se podem repetir cerca de 10000 vezes num minuto. Os esforços derivados ao atrito provocado pelo escoamento do combustível que passa pela agulha. As temperaturas e pressões existentes na câmara de combustão. Toda esta alta precisão envolve muita investigação, desenvolvimento de novos materiais, técnicas de medição, etc. A imagem a seguir apresentada dá-nos uma melhor percepção dos valores envolvidos no funcionamento destes injectores. Figura 50 – Bico de Injectores A pressão no interior do injector pode atingir valores na ordem dos 1800 bar. Esta pressão é equivalente à provocada pelo peso de um automóvel sobre uma área com a dimensão da unha de um dedo: A duração da injecção pode variar de 1 a 2 milissegundos. Em 1 milissegundo o som proveniente de um altifalante apenas percorre cerca de 33 cm. O caudal de combustível injectado pode variar desde 1mm3 (pré e pós injecções) até 350mm3 e o equivalente a cerca de 12 gotas de água. Esta quantidade de combustível é forçada a passar, com uma velocidade de 2000 km/h, por uma área menor que 0,25mm2, num intervalo de tempo inferior a 2 milissegundos. A folga entre a agulha e o corpo do injector é de 0,002 mm (2μm). Um cabelo humano é cerca de trinta vezes mais grosso (0,06 mm). SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 45
  • 46. Motores Alternativos 9.4. Sistema electrónico O sistema electrónico é outro grande responsável pela capacidade dos modernos motores Diesel, em darem resposta às muitas exigências de hoje em dia. O sistema electrónico permite grandes variações dos parâmetros de injecção de forma muito precisa e para diferentes estados de solicitação do motor. Em comparação com um sistema mecânico convencional, um condutor de um veículo com sistema electrónico não tem controlo directo na injecção através do pedal e cabo do acelerador, com o sistema electrónico o pedal do acelerador é apenas uma das variáveis entre muitas outras que vão determinar a quantidade de combustível a ser injectado. O sistema electrónico pode ser subdividido em três partes: Sensores; detectam as condições de funcionamento do motor, convertem variáveis físicas em sinais eléctricos. Unidade de controlo (ECU) (Centralina); é o “cérebro” do motor processa a informação enviada pelos sensores e controla actuadores por meio de sinais eléctricos. Além destas funções funciona também como interface de ligação a outros componentes, como ferramentas de diagnóstico. Actuadores; convertem sinais eléctricos enviados pela centralina, em acções mecânicas. São por exemplo, as válvulas electromagnéticas que actuam os injectores, ou as válvulas reguladoras de pressão do tubo distribuidor, etc. … Figura 51 – Sistema electrónico SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 46
  • 47. Motores Alternativos 10. Bibliografia Bosch, Diesel-Engine Management, Wiley 4th edition Jorge Martins, Motores de Combustão Interna, Publindústria 2ª edição Folhas do Eng.º Zózimo da Fonseca Jorge Martins – Motores de Combustão interna Árias Paz – Manuel do Automóvel – Edições Hemus Web grafia http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/diesel/aquecedora.htm http://www.joseclaudio.eng.br/grupos_geradores_3.html http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/diesel/aquecedora.htm http://www.tractordiesel.com.br/sist_inj_diesel.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Common-rail" SISTEMAS DE INJECÇÃO DIESEL - Resumos Página 47