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Doutoranda em Serviço Social, UNESP –
Franca.
Professora do Curso de Serviço Social,
Fac. Unificadas da Fundação Educacional
de Barretos – São Paulo.
&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF
Doutora em Serviço Social.
Professora do Programa de Pós-
Graduação em Serviço Social, UNESP –
Franca.
55555 HVXPRHVXPRHVXPRHVXPRHVXPR
A história do Serviço Social no Brasil
revela que os assistentes sociais sempre
foram solicitados a atuar no universo
empresarial. Essa atuação profissional na
empresa apresentou formas diferenciadas,
àmedidaquesealteravaocenáriosocioeco-
nômicoepolíticodasociedadebrasileira.A
década de 1990 foi marcada por intensas
transformações ocorridas no mundo do
trabalho, afetando consideravelmente as
relações sociais de trabalho. As empresas
reestruturaram-se e, objetivando melhor
qualidadeeprodutividade,passaramaexigir
profissionaismaisqualificados,polivalentes
e flexíveis, inclusive os assistentes sociais.
Observou-se, nessa época, que houve
reduçãosignificativadospostosdetrabalho
desses profissionais. Os assistentes sociais
quepermaneceramnouniversoempresarial,
diante de novas demandas de trabalho,
foram obrigados a buscar alternativas que
correspondessem às expectativas das
empresas. Assim, passaram a investir em
capacitação e inovação profissionais,
apresentando-se como generalistas,
interdisciplinares, consultores e gestores –
destacando-se no meio empresarial como
profissionais da Gestão de Recursos
Humanos.
Palavras-chave: ServiçoSocial,empresa,
recursos humanos, gestão.
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The history of Social Work in Brazil
reveals that social workers were always
asked to act in the corporate sphere. This
professional activity in companies has
had distinct forms as the social economic
and political scenery of Brazilian society
has changed. The 1990’s was marked by
intense transformations in the world of
work, which considerably affected social
relations of work. Companies were
restructured and, seeking better quality
and productivity, came to demand more
qualified professionals, who are flexible
and have multiple skills, including social
workers. At the same time, there was a
significant reduction in jobs available in
the profession. Social workers who
remained in the corporate universe
confronted the new demands of work and
were required to meet the expectations of
companies. Thus, they invested in
professional training and innovation and
presented themselves as interdisciplinary
generalists, consultants and managers –
standing out in the corporate world as
professional Human Resource Managers.
Keywords:SocialWork,company,human
resources, management.
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2
objetivo principal desse artigo é apresentar
os resultados do estudo sobre o trabalho
de assistentes sociais na gestão de Recur-
sos Humanos, em empresas. A proposta foi investigar o
trabalho profissional do assistente social no universo em-
presarial, na tentativa de perceber a sua importância e
contribuição na gestão de Recursos Humanos. Para isso,
buscou-se desenvolver reflexões críticas sobre a prática
bem como conhecer o perfil dos assistentes sociais, pro-
fissionais da área.
O universo da investigação, a macrorregião de Ribei-
rão Preto representada pelas cidades de Franca e Ribei-
rão Preto, no estado de São Paulo. Os sujeitos, os assis-
tentes sociais em cargos de gerência, ou supervisão, do
setor de Recursos Humanos das empresas que constituí-
ram a amostra do estudo1
.
O fascínio por esse tema teve sua base no período
compreendido entre o final dos anos de 1980 até a primei-
ra metade dos anos 1990, quando uma das pesquisadoras
atuou como assistente social na área de Recursos Huma-
nos de uma empresa da cidade de Franca. Nesse ínterim,
vivenciou, juntamente com todos os profissionais da área,
as dificuldades, limites e desafios colocados ao Serviço
Social nas organizações empresariais.
As experiências e dificuldades encontradas no cotidi-
ano do trabalho profissional levaram a reflexões sobre o
papel do Serviço Social no universo empresarial, culmi-
nando em acentuado interesse pelo objeto de estudo com
o intuito de sistematizar a realidade vivenciada.
O objetivo, conhecer para compreender a importância
e contribuição do Serviço Social na Gestão de Recursos
Humanos das organizações empresariais, tenta respon-
der a algumas indagações: até que ponto os assistentes
sociais estão habilitados ao exercício profissional nas em-
presas? Esses profissionais compreendem a importância
das inovações no mundo do trabalho? Sentem-se prepa-
rados para construção de possibilidades no âmbito profis-
sional? Partindo dessas indagações pressupõe-se que a
redução do campo de trabalho para os assistentes sociais
nas organizações empresariais é conseqüência de lacu-
nas na capacitação profissional e, portanto, há necessida-
de de formação complementar em outras áreas do co-
nhecimento que melhor informam o Serviço Social inseri-
do nas organizações empresariais.
O recorte temporal ficou definido entre os anos de 1990,
período marcado pelas mudanças sociais, econômicas e
políticas ocorridas no cenário empresarial. Tendo em vis-
ta a flexibilização e reestruturação produtiva, o que pro-
vocou alterações nas relações sociais de trabalho, até o
ano de 2002, correspondente ao desenvolvimento da pre-
sente investigação.
&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD
Infestas Gil (1993) define empresa enquanto sistema
social aberto com estruturas interdependentes e múltiplos
fatores externos que se relacionam ao sistema social glo-
bal do qual faz parte. É também denominada como “um
conjunto sociocultural complexo, organizado para realiza-
ção de serviços, fabricação de coisas, transformação ou
extração de produtos da natureza” (OLIVEIRA, 2002, p.
251). Esse sistema social é complexo porque envolve pes-
soas e suas heterogeneidades culturais, comportamentais,
educacionais, étnicas que também se fazem representar
por um conjunto de habilidades próprias, capazes de trans-
formações no espaço empresarial, com o objetivo de sa-
tisfação de necessidades coletivas e individuais.
As empresas possuem diversas características que as
diferenciam umas das outras em relação ao tamanho, à
natureza e à administração. Têm, contudo, um ponto em
comum que é a racionalidade econômica.
Drucker (1981) explica que empresa é um órgão soci-
al que presta contribuição à sociedade caso gere lucro. O
mesmo autor justifica que, apesar da lucratividade ser
crucial, tanto para a empresa quanto para a sociedade, a
organização empresarial não pode ser definida só em ter-
mos de lucro.
O lucro não é a finalidade e sim um fator
restritivo dos empreendimentos e das atividades
empresariais. O lucro não é a explicação, a cau-
sa ou a razão de ser das decisões e do compor-
tamento de uma empresa, mas sim o teste de sua
validade (DRUKER, 1981, p. 109).
De acordo com a sociologia, Infestas Gil (1993) caracte-
riza a empresa como uma organização e como uma institui-
ção, quando comparada com seus elementos mais comuns.
Aempresa,enquantoorganizaçãoprodutiva,constitui-se
emmanifestaçãoracionaleeconômica,alémdaextensãodo
princípio da gestão dos recursos humanos. Ela se expressa
com a finalidade de atender à demanda no que diz respeito
ao contexto econômico de consumo, e se desenvolve asse-
gurando a eficácia de seu ciclo produtivo, de acordo com os
requisitos e regras do contexto econômico-social.
A característica social marcante da empresa, em com-
paração com as demais organizações, consiste em ser ela
a célula das relações de produção de uma sociedade e de
ser fonte de riqueza e poder conseqüente
Enquanto instituição, a empresa se caracteriza por per-
petrar uma estrutura estável constituída por um conjunto de
indivíduos que desempenham papéis sociais com objetivos
de satisfazer necessidades sociais básicas. A necessidade
de produção, de distribuição de bens e serviços realiza-se
através de instituições econômicas, as empresas.
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6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD
Rico (1982, p. 47) considera a empresa como “uma
instituição privada onde os dirigentes e os assalariados
estabelecem uma relação entre defesa de seus interesses
e o alcance de fins reconhecidos como legítimos por uma
determinada sociedade”.
A empresa persegue objetivos concretos que justifi-
cam sua existência enquanto organização que se legitima
na sociedade. Porém, esses objetivos não têm de coinci-
dir necessariamente com suas funções. O objetivo da
empresa é eminentemente econômico e suas funções tam-
bém, porém, à medida que fatores externos tais como
governos, mercado, consumidores ou mesmo outras or-
ganizações provocam manifestações e intervenções, a
mesma busca desempenhar novas funções sociais e polí-
ticas em resposta a esses fatores, sem deixar que o cum-
primento de seus objetivos sejam afetados.
Segundo Drucker
(1981), o objetivo de uma
empresa consiste em criar
consumidores,poissãoeles
que estão dispostos a pa-
garporbenseserviçosque
transformamrecursoseco-
nômicosemriqueza.E,em
relação às funções, desta-
ca duas fundamentais: o
marketing e a inovação.
O marketing repre-
senta uma função tão es-
sencial que não pode ser
considerado uma função
à parte dentro da empresa. Ele exige profundo conheci-
mento da organização como um todo, de suas estruturas,
da conjuntura da qual faz parte e depende também do
desenvolvimento de uma série de atividades que, mesmo
distintas entre si, solicitam integração e interdependência
umas das outras. Deve se tornar uma dimensão central
da empresa toda. O ponto chave da atividade de marketing
é ter compreensão dos consumidores, tão bem que o pro-
duto ou o serviço lhes sejam perfeitamente adequados e
vendam por si próprios.
De acordo com o mesmo autor, não basta que as em-
presas forneçam quaisquer bens ou serviços, elas devem
oferecer bens e serviços sempre melhores e mais econô-
micos. Outra função essencial refere-se às inovações
tecnológicas, sociais e econômicas, que podem resultar
em preços mais baixos, em produtos novos e melhores,
em nova comodidade e mesmo na definição de novos de-
sejos. O certo é que somente as empresas inovadoras
conseguirão satisfazer as necessidades da sociedade mo-
derna (DRUCKER, 1981).
Em suma as empresas se caracterizam não somente pelo
seu tamanho, pelo que produzem ou vendem, mas, pelo fato
de transacionarem bens ou serviços entre partes interessa-
das agindo como transformadoras e intermediárias de recur-
sos, entre si e os seus clientes. Desta forma, propõem–se a
transformar insumos em bens que consideram úteis para a
sociedade, ou seja, prestam serviços a clientes específicos,
medianteremuneraçãoqueassegureasobrevivênciadaqueles
diretamenteenvolvidosnoprocessoprodutivo.
%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR
6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD
Desde os anos 1940, algumas empresas já contavam
com a atuação profissional de assistentes sociais, porém,
somente no final dos anos de 1970 e início dos 1980, hou-
ve um crescimento significativo do campo de atuação pro-
fissional do Serviço Social nas empresas. Esse avanço a-
conteceu graças à con-
tribuição de tendências
teórico-metodológicasdo
Serviço Social do Traba-
lho, desenvolvidas na dé-
cada de 1970, por grupos
de profissionais que se
sobressaíram nesse cam-
po de trabalho.
Essa tendência teóri-
co-metodológica, aliada
ao cenário sócio-econô-
mico-político brasileiro
favoreceu, em grande
parte, a abertura de cam-
po de ação profissional para o Serviço Social na empresa.
A década de 1980 foi caracterizada por um período de
avanços em relação ao mercado de trabalho do Serviço
Social na empresa. De acordo com o Grupo Operacional
de Serviço Social (1991), no estado do Rio Grande do Sul
houve a implantação do Serviço Social em vários setores
empresariais, com a contratação de expressivo número
de assistentes sociais. Em outras regiões, como por exem-
plo no estado de São Paulo, a situação foi semelhante. Na
cidade de Franca, interior paulista, Pizzo (1999) explica
que o complexo industrial calçadista mantinha em seus
quadros funcionais 21 assistentes sociais que desenvolvi-
am trabalhos representativos, além da participação efeti-
va no GASEF2
.
Os anos de 1990 não apresentaram nenhuma evolução
no sentido de abertura ou ampliação desse mercado de tra-
balho. Pelo contrário, foi um período marcado por altera-
ções efetivas na prática dos assistentes sociais no universo
empresarial, em decorrência das transformações ocorridas
a partir da reestruturação produtiva. As empresas
reestruturaram-se e passaram a exigir profissionais mais
qualificados, polivalentes e flexíveis, inclusive os assisten-
tes sociais. Esse processo de reestruturação produtiva pro-
D HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRU
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vocou amplo desemprego o que resultou em redução do
espaço de atuação do Serviço Social nas empresas.
A sociedade brasileira, na década de 1990, apresentou
intensas mudanças nos rumos da política econômica, afe-
tando consideravelmente as relações sociais de trabalho.
Surge novo paradigma de produção industrial, a automação
flexível, que se apóia na força do processo das inovações
tecnológicas tanto quanto em mudanças nas estruturas
organizacionais, a partir da implementação de processos
de trabalho diferenciados. Essas tendências exigem ní-
veis de maior qualificação para a produção, e, conseqüen-
temente, de novo perfil de trabalhador que se enquadre
nos objetivos da empresa, ou seja, um trabalhador capaci-
tado para a polivalência, a multifuncionalidade e compro-
metido com a organização.
Osrequisitosexigidosnamanutençãoeampliaçãodaqua-
lidade e produtividade também passam a fazer parte das exi-
gências profissionais dos assistentes sociais nas empresas.
No âmbito sociopolítico, ocorrem novas necessidades
de controle do capital sobre o trabalho às quais passam a
exigir um conjunto de reformas institucionais e a
implementação de mecanismos capazes de promover a
adesão e o consentimento dos trabalhadores às mudan-
ças requeridas.
As empresas, na busca de qualidade, tanto com rela-
ção à produção quanto à redução dos custos, exigem nova
cultura do trabalho. Para isso, estabelecem novos perfis
para o gerenciamento de seus recursos humanos com o
objetivo de favorecer o envolvimento dos trabalhadores
com as metas da organização da qual fazem parte: desen-
volver capacidades e habilidades necessárias ao posto de
trabalho, treinar e reeducar o empregado, proporcionar
reconhecimento, gerar satisfações e estabelecer a remu-
neração a partir da geração dos resultados.
Tendo em vista que a atuação dos assistentes sociais nas
organizações empresariais situam-se hierarquicamente na
área de Recursos Humanos, torna-se fundamental refletir
sobre as políticas que direcionam a gestão desse setor.
Nesse período em questão, 1990, houve alterações
no setor de Recursos Humanos das empresas, mudando
até sua denominação, Gestão de Pessoas, de Parceiros
ou Colaboradores, Gestão de Capital Humano e Gestão
com Pessoas. Nessa concepção, as pessoas são vistas
como diferencial importante para a competitividade, re-
presentam o investimento necessário para a inovação
empresarial. Nesse novo contexto da Gestão de Pesso-
as, o Serviço Social vem assumindo papel de assessor
nas questões relacionadas à administração de pessoal, à
integração dos trabalhadores aos novos requisitos da
produção, à modernização das relações de trabalho, ao
tratamento das questões sociais/interpessoais que afe-
tam o cotidiano dos trabalhadores. Em alguns setores,
esses profissionais vêm se tornando gerentes da área de
Administração de Recursos Humanos.
Assim, esse momento histórico vivenciado pela socie-
dade brasileira, passou a imprimir novas posturas profissi-
onais aos assistentes sociais nas empresas exigindo bus-
ca por qualificação, sintonia com os processos de mudan-
ças, resultados efetivos das ações sociais desenvolvidas,
respostas às exigências das demandas postas e atenção
sistemática em um mundo cada vez mais globalizado.
Paraatendertaisdemandas,Gil(1994)evidenciaumperfil
particular requerido para o profissional de Recursos Huma-
nos: visão generalista; interdisciplinaridade; ação estratégi-
ca; busca constante em atualização e capacitação; atenção
preferencial para a qualificação e motivação do pessoal; ca-
pacidade integradora e grande habilidade para negociar.
Nessa visão, é fundamental que o profissional tenha ca-
pacidade para se manter informado sobre a realidade social,
econômica e política que o cerca e inserir a organização em
que atua dentro dessa conjuntura. Deve entender e conside-
rar o meio externo (mercado de trabalho, sistema financeiro,
governo, consumidores e fornecedores) para propor planos
e obter sucesso. Deve permanecer ligado aos processos de
mudanças, acompanhar a evolução, ser capaz de interpretar
os fenômenos sociais, a relação entre capital e trabalho que
se modificam no meio empresarial, e buscar autogeração de
competências, sustentando seu ritmo de obtenção de novos
conhecimentos, transformando-os em instrumentos de diag-
nóstico e ação contínuos.
5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR
SURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDV
RUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLV
A partir de critérios previamente determinados foram
selecionadas 11 empresas que ficaram assim classificadas: 6
de prestação de serviços, 4 de produção e uma comercial.
Entre as empresas de prestação de serviços, 4 pres-
tam serviços médicos e hospitalares, uma, além de pres-
tar serviços médicos, destaca-se pelos serviços funerári-
os, e uma caracteriza-se pela distribuição e comércio de
água e de saneamento básico.
Das 4 empresas de produção, cada uma caracteriza
um tipo de produção diferente. Destaca-se a produção de
calçados, de borracha, de materiais eletrônicos e produ-
ção sucro-alcooleiro. Uma única pertence ao ramo de co-
mércio em geral.
A localização geográfica dessas empresas se resume:
6 na cidade de Franca, 4 na cidade de Ribeirão Preto e
uma em Sertãozinho.
Essas empresas representam grande importância na
economia da cidade, extensiva à região, e favorecem o
desenvolvimento socioeconômico.
A presença da diversidade nos ramos de atividade
entre as empresas selecionadas tornou-se um aspecto
.$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD
interessante para a investigação quando oportunizou co-
nhecimento da atuação do Serviço Social em cada em-
presa. Observou-se que as empresas possuem uma
especificidade particular e peculiar à prática profissio-
nal de cada assistente social.
As empresas também se caracterizam por possuí-
rem uma estrutura organizacional complexa, destacan-
do a divisão racional do trabalho, níveis de poder
hierarquizados e algumas apresentam formas moder-
nas de organogramas, deixando entrever níveis de par-
ticipação dos funcionários. Através da divisão social
do trabalho, percebeu-se que grande parte dos assisten-
tes sociais mantém relacionamento direto com a alta admi-
nistração da empresa.
Um fator que merece
atenção é que essas em-
presas passaram por pro-
cessos de reestruturação
produtiva,administrativa,
e adotaram medidas de
ajustes socioestruturais.
A terceirização dos ser-
viços, muito utilizada
como forma de redução
de custos, atinge as fun-
ções administrativas e até
gerenciais. Foi uma ca-
racterística visível em to-
das as empresas estuda-
das. Um dos assistentes sociais entrevistados evidenciou
essa situação quando relatava sua posição na empresa:
[...] apesar do cargo de gerência, que é neces-
sário dentro da empresa, sou contratada como
autônoma, eu presto serviços para a empresa.
A preocupação por parte da empresa em organizar
uma estrutura de Recursos Humanos que valoriza as pes-
soas, ou seja, o seu corpo sociofuncional, é outra caracte-
rística advinda dos processos de mudanças vivenciadas
pelas empresas na década de 1990.
3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV
A amostra não-probabilística intencional desse estudo
ficou constituída por 11 empresas e 16 assistentes sociais.
A primeira etapa das entrevistas objetivou levantar o
perfil profissional de todos assistentes sociais que fazem
parte da amostra do estudo.
Essa etapa significou momento imprescindível para a
realização dos objetivos propostos e concretizou-se, após
várias tentativas em agendar dia e hora para as entrevis-
tas. Cabe ressaltar que os assistentes sociais possuem
um cotidiano totalmente preenchido pelas atividades pro-
fissionais, além das viagens a trabalho que, muitas vezes,
estendem-se aos finais de semana.
O primeiro aspecto considerado foi a formação aca-
dêmica dos profissionais. Através dos dados levanta-
dos na pesquisa verificou-se que 11 assistentes soci-
ais cursaram faculdade pública, Universidade Esta-
dual Paulista (UNESP), campus de Franca, enquanto
3 realizaram o curso em ensino particular, na Univer-
sidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto
(UNAERP). Considera-se que essas duas Faculda-
des de Serviço Social destacam-se pela tradição e qua-
lidade do ensino, não só na região como também em
todo o estado de São Paulo.
Outroaspectoaindare-
lacionado à formação aca-
dêmica refere-se ao ano da
graduação.Houvevariação
entre os anos de 1970 a
1999. Ficou evidente que
nessas empresas atuam
profissionaiscomtempode
formaçãoentre3a27anos.
Dessa forma, enten-
de-se que esses profissi-
onais receberam influên-
cias distintas de forma-
ção acadêmica, não só
em função da época do
ensino pedagógico e a
relação estabelecida com o desenvolvimento da prática,
mas também pelo cenário sócio-histórico do país. Essas
influências refletem de maneira peculiar na forma de pen-
sar e agir do profissional.
Emrelaçãoaotempodapráticaprofissionaleaotempoda
prática profissional na empresa, é curioso observar que na
mesma proporção em que ocorre variação no tempo de gra-
duação, ocorre também no tempo de atuação profissional.
A maioria desses profissionais dedicou maior tempo
ao trabalho em empresa.
Entre o total de assistentes sociais, 6 atuaram exclusiva-
mente nesta área, o que significa que logo após o término da
graduação ingressaram na empresa e lá permaneceram.
Outros 6, antes de trabalharem na empresa, atuaram
em outras áreas do Serviço Social ou em outra empresa,
porém o tempo de atuação profissional na empresa atual
é maior. Apenas 2 profissionais tiveram menor tempo de
atuação na empresa do que em outras áreas, contudo,
esse período é superior a 4 anos.
Esses dados levam a refletir que o tempo médio de atu-
ação na empresa é considerável e significa que esses pro-
fissionais conseguiram, ao longo desses anos, desenvolver
trabalho responsável e competente, além de conquistar o
espaço e o reconhecimento do empresário. Isso significa
também que venceram dificuldades, limites e desafios.
$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR
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H DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QD
DWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV
LQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomR
KLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVD
0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF
.$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
No decorrer da pesquisa foi percebido que a qualifica-
ção profissional é um fator essencial à prática do Serviço
Social na empresa. Todos os assistentes sociais procuram
capacitação, alguns de forma contínua para melhorar o
desempenho do trabalho. As empresas reconhecem e
valorizam essa necessidade e, muitas vezes, investem na
capacitação. A seguir serão apresentados os principais
investimentos em capacitação profissional realizados pe-
los assistentes sociais pesquisados.
Em relação aos cursos rápidos, estes incluem partici-
pação em seminários, semanas de estudos, fóruns, pales-
tras específicas, congressos nacionais e regionais, além
de cursos promovidos pelo SESI, SESC, SENAI, SENAC,
SEBRAE3
e outros organismos. Esses cursos, geralmen-
te, possuem carga horária inferior a 90 horas.
Verificou-se que somente duas assistentes sociais ain-
da não realizaram nenhum curso rápido. Uma optou por
cursos de pós-graduação lato sensu e a outra, recém-
formada, está iniciando a busca.
Os cursos mais procurados pelos profissionais são os
relacionados com a administração de Recursos Huma-
nos, considerando que a atuação dos assistentes sociais
acontece diretamente nessa área. Entre eles, destacam-
se os de Gestão de Recursos Humanos, Recrutamento e
Seleção, Treinamento e Desenvolvimento,Administração
de Cargos e Salários, Chefia, Liderança, e Motivação.
Quanto aos cursos de pós-graduação lato sensu, aper-
feiçoamento4
e especialização5
, 6 profissionais realizaram
ou estão realizando cursos de especialização e 2 de
aperfeiçomento, nas áreas de Gestão de Recursos Huma-
nos, Formação em
Psicodrama, Saúde
Pública e em Educa-
ção. A opção maior é
pela Gestão de Re-
cursos Humanos.
Entre os 14 assis-
tentes sociais, somen-
te um realizou curso
de pós-graduação em
Serviço Social stricto
sensu – mestrado – e
está cursando o dou-
torado. Esses cursos
são dirigidos a profis-
sionais interessados
na docência, e exigem
maior tempo para a
pesquisa, tornando di-
fícil o acesso aos as-
sistentes sociais que
trabalham em tempo
integral,comoofazem
os sujeitos do estudo.
É significativo constatar a tendência pelos cursos de
capacitação ligados à Administração de Recursos Hu-
manos, visto que é natural na sua prática profissional na
empresa o desempenho de funções administrativas.
As atividades de planejamento, coordenação de proje-
tos, execução e avaliação estão implícitas na atuação dos
assistentes sociais, independentemente da posição hierár-
quica que ocupam na empresa.
Pelo fato da prática profissional estar voltada a funções
administrativas na empresa e esses profissionais constante-
mente buscarem capacitação e inovação na área, é comum
encontrar assistentes sociais em cargo de gerência, supervisão
e coordenação. Esses assistentes sociais estão se destacando
diantedosprópriosprofissionaisegressosdoscursosdeAdmi-
nistração de Empresas, pois conseguem conciliar a formação
em Serviço Social com a capacitação contínua em outras áre-
as. Isto tem demonstrado que acrescentam conhecimentos
necessários ao exercício profissional no espaço empresarial.
A investigação evidencia que entre os 16 assistentes
sociais selecionados pela amostra do estudo, 4 (quatro)
ocupam cargos de gerência, 1 (um) de supervisão e 1
(um) de coordenação. Os 4 (quatro) são gerentes da
Área de Recursos Humanos e foram selecionados como
sujeitos desse estudo de acordo com critérios pré-defini-
dos. Cabe ressaltar que desses 4 assistentes sociais, so-
mente 3 foram entrevistados, pois um não se prontificou
ao contato com a pesquisadora.
A identificação da fala desses sujeitos ficou represen-
tada através da identificação do universo da empresa cor-
respondente, conforme demonstra o Quadro 1.
Identificação
da empresa
E 1
E 2
E 3
E 4
E 5
E 6
E 7
E 8
E 9
E 10
E 11
Ramo de atividade
Prestação de serviços
Comércio
Produção de calçados
Produção de borracha
Prestação de serviços
Prestação de serviços
Prestação de serviços
Prestação de serviços
Prestação de serviços
Produção sucro-alcooleiro
Produção materiais eletrônicos
Local
Franca
Franca
Franca
Franca
Franca
Franca
Ribeirão Preto
Ribeirão Preto
Ribeirão Preto
Sertãozinho
Sertãozinho
Sujeitos
selecionados
01
01
00
01
00
00
00
01
00
00
00
Quadro 1 – Sujeitos da pesquisa
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6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD
$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH
GD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVD
As reflexões que se seguem partiram das falas dos
sujeitos da investigação, os assistentes sociais gerentes
de Recursos Humanos, cuja função específica é coorde-
nar as políticas e as diretrizes dessa área.
Nessa função desenvolvem trabalho em equipe com ou-
trosprofissionais,taiscomopsicólogos,advogados,médicos
do trabalho, enfermeiras do trabalho, engenheiros de segu-
rança do trabalho, além dos gerentes de outras áreas da
empresa. Essa atuação profissional possui uma característi-
cainterdisciplinarque,naopiniãodeumdossujeitos,propor-
ciona mais estrutura ao desenvolvimento do trabalho.
[...] e sempre levando em conta a importância
do trabalho interdisciplinar. A importância de
ter uma equipe dentro do Recursos Humanos,
com formação diferente, psicólogos, pedagogos,
assistentes sociais, professores, médicos do tra-
balho, engenheiros de segurança, advogados
[...] então você vai compondo essa equipe, vai
fazendo um trabalho interdisciplinar, isso faz
você ganhar força. Porque você faz a coisa mais
estruturada. (E2
)
Nas empresas nas quais o assistente social é o geren-
te de Recursos Humanos, há contratação de outro assis-
tente social que também faz parte da equipe interdisciplinar.
Somente em uma delas, pelo fato de ser de pequeno por-
te, a equipe não possui outro profissional de Serviço Soci-
al. Dessa forma, o assistente social gerente, muitas ve-
zes, também desenvolve atividades específicas do Servi-
ço Social na empresa, conforme fica evidenciado na fala
do profissional:
Além da coordenação da área de Recursos Hu-
manos, também cuido dos atendimentos indivi-
duais aos funcionários, acompanhamentos e vi-
sitas domiciliares. Outra atividade específica do
Serviço Social nessa empresa é o atendimento
aos clientes, através de grupos com a terceira
idade, coordenação dos serviços prestados na
forma de empréstimos de equipamentos a conva-
lescentes [...] para os clientes conveniados. (E8
)
As principais atividades desenvolvidas na gestão de
Recursos Humanos ou de Pessoas, coordenadas pelos
assistentes sociais são:
• recrutamento e seleção;
• treinamento e desenvolvimento (treinamentos
operacionais, programas de integração de funcionários,
programas de bolsas de estudos e outros);
• plano de carreira;
• avaliação por resultados e/ou competências;
• administração dos benefícios sociais;
• comunicação interna, organização de eventos
(convenções, encontros, reuniões);
• pesquisa do clima organizacional;
• administração de cargos e salários;
• planejamento estratégico da área e da empresa;
• coordenação de projetos sociais – interno e externo;
• coordenação de programas de estagiários e
• processos de desligamentos.
Na gestão moderna de Recursos Humanos a tendên-
cia é terceirizar muitas dessas atividades, porém, nas
empresas investigadas, todas essas atividades ainda são
realizadas pelos próprios profissionais da área.
A investigação evidenciou que a importância atribuí-
da à área de Recursos Humanos pelos empresários está
intimamente ligada às novas demandas colocadas pela
reestruturação produtiva, cuja principal estratégia é o con-
sentimento dos trabalhadores aos objetivos e metas de
maior produtividade e melhor qualidade. Para isso, as
empresas mais inovadoras passam a investir no capital
intelectual, pois as pessoas representam o diferencial
competitivo que mantém e promove o sucesso
organizacional.
O trabalho desenvolvido pelos profissionais ligados à
área de Recursos Humanos, com compromisso e compe-
tência, voltado para resultados, também é fator que influ-
encia a valorização da área pela empresa.
Durante as entrevistas realizadas houve percepção
dessa importância através dos seguintes depoimentos:
[...] a diretoria oferece apoio ao nosso traba-
lho, ao gerenciamento de Recursos Humanos.
Dá muita liberdade de trabalho e isso significa
que eles estão dando, cada vez mais, oportuni-
dades [...] pelo fato de estar sentindo que a
empresa está crescendo em função de ter um
funcionário mais satisfeito. (E8
)
Existe uma valorização muito grande por parte
da empresa nessa área, na parte de
gerenciamento de pessoas, sempre existiu. A em-
presa sempre deu muita relevância à área social,
das pessoas. Sempre houve respeito e
credibilidade pelo nosso trabalho nessa área.(E4
)
A área de Recursos Humanos, hoje, na empresa,
tem um grau de importância muito grande. Toda
a diretoria, e não só os donos da empresa, é com-
posta de profissionais, todos compreendem o
papel do setor de Recursos Humanos. O Recur-
sos Humanos da empresa não cuida só das suas
estratégias, mas das estratégias gerais da
empresa.Toda vez que a empresa vai fazer algu-
0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF
.$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
ma mudança, alguma inquisição, algum proces-
so de transformação interna, inclusive de ações
voltadas para o cliente, que vão acabar interfe-
rindo nos papéis das pessoas dentro da organi-
zação, o RH está presente. Hoje, esse setor é uma
área atuante, que está junto em todos os momen-
tos e em todos os processos da empresa. É uma
área que realmente faz parte do negócio [...] não
se entende o negócio da empresa separado das
pessoas. Como é uma área que responde pelas
pessoas, está presente em todos os momentos, em
todas as ações, em todas as estratégias. (E2
)
As organizações modernas estão concentrando seu
foco principal no conhecimento. Estão investindo nas pes-
soas, pois acreditam que o conhecimento constitui a cha-
ve do desenvolvimento da empresa.
Para garantir esse desenvolvimento organizacional pres-
supõe-se o desenvolvimento das pessoas através de polí-
ticas e práticas de Recursos Humanos. As empresas têm
consciência de que não bastam só salários, benefícios so-
ciais, ambiente agradável e seguro, a auto-realização das
pessoas torna-se essencial. Nesse sentido as empresas
se empenham em desenvolver programas que proporcio-
nem formação aos funcionários. No caso das empresas
investigadas, isso ficou transparente na fala de um dos
assistentes sociais entrevistados, quando relatava a im-
portância da área de Recursos Humanos:
[...] e hoje, existe um grau de satisfação interna
muito grande. Porque é uma empresa que está
dando, acima de tudo, oportunidade para as
pessoas fazerem sua própria carreira e ganha-
rem mais com isso. Isso é importante para as pes-
soas, o dinheiro é importante, o bem-estar, mas
as pessoas precisam de realização pessoal, pre-
cisam desafiar, precisam crescer. E a empresa está
em um momento, em que consegue dar o básico
(saúde, alimentação, higiene) e também algo mais
que é a auto-realização. Hoje há pessoas que
estão conseguindo se formar através da ajuda
da empresa, no programa de bolsa de estudo. A
empresa não prende esse funcionário, se no dia
de amanhã essa pessoa quiser sair [...] a empre-
sa paga esse preço. Mas não deixa de acreditar
e de investir, pois a empresa oferece condições
para que a pessoa cresça aqui dentro também.
Então isso compensa. (E2
)
A Área de Recursos Humanos está caminhando rumo
à nova visão de Gestão de Pessoas. Algumas empresas
apresentam-se mais à frente e outras estão apenas inici-
ando o processo de mudança organizacional.
Um aspecto interessante percebido é que à medida
que a empresa consegue se desenvolver através de uma
administração mais flexível, transparente, descentraliza-
da e moderna, ela proporciona aos funcionários esse mes-
mo desenvolvimento através de políticas e práticas efeti-
vas de Recursos Humanos.
Nesse contexto, esses funcionários apresentam-se com
uma visão mais ampla da empresa, dos objetivos e missão
organizacional, o que favorece o sucesso empresarial.
O desenvolvimento organizacional baseado em uma
administração moderna não é conseqüência do tamanho
ou do destaque econômico que a organização apresenta,
mas depende da visão que os empresários têm dos pro-
cessos de mudanças ocorridos nos últimos anos. E essa
visão empresarial influencia, sobretudo, as políticas de
Recursos Humanos adotadas pelas empresas.
No decorrer das entrevistas houve a percepção de que
os assistentes sociais manifestam preocupação em bus-
car inovação constante, acreditam que é dessa forma que
conseguirão estar sempre aptos a enfrentar a realidade,
vencer os desafios e dar respostas às demandas.
[...] existem muitos desafios, mas eu acho que to-
dos são superáveis. A gente tem que buscar cada
vez mais conhecimentos e participar de cursos. As
dificuldades são muitas, mas vale a pena essa
busca, de aprender mais e enfrentar com segu-
rança e responsabilidade a realidade do traba-
lho. É assim que se conquista os espaços. (E8
)
[...] durante a carreira profissional você vai
adquirindo e aprimorando conhecimentos,
você vai aprendendo a trabalhar os desafios e
também as dificuldades. Tudo isso contribui
para um crescimento profissional. O posi-
cionamento deve ser de respeito, firmeza e sa-
ber lidar com questões variadas. Aí você vai
conquistando os espaços [...] é uma conquis-
ta, é um processo. (E4
)
[...] porque muitas vezes você não sabe fazer
aquilo, mas você tem que ir atrás para conhe-
cer, aprender, trocar experiências com outros
profissionais, ler livros, fazer cursos, se prepa-
rar para aquela ação. Mas aí, a gente começa
encontrar alternativas e vai expandindo. E, cada
ano que passa, você, se é uma pessoa séria, que
casa com o seu trabalho, que se prepara, que
tem uma equipe e que mostra resultados de seu
trabalho, acaba conquistando seu espaço. Es-
sas conquistas fazem parte do dia-a-dia e pre-
cisam de persistência, coragem e ousadia. Você
sempre consegue algo mais quando se esforça
mais. Então na prática profissional também é a
.$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD
mesma coisa. Se você se dispõe a fazer algo
novo, inovador, ousado, isso vai exigir muito
mais. Não se pode deixar vencer pelos limites
que muitas vezes a gente mesmo que coloca.
Precisa inovar sempre. (E2
)
Os profissionais assistentes sociais, gerentes de Re-
cursos Humanos, relatam que a formação em Serviço
Social foi a base fundamental para essa conquista. O cur-
so de Serviço Social oferece conhecimento adequado em
planejamento, estatística, trabalho com grupos, relações
humanas e visão global da realidade política, econômica e
social. Mas também consideram a importância da
complementação, nessas e em outras áreas do conheci-
mento, para o aprimoramento da prática profissional. Os
relatos abaixo evidenciam essa situação:
A minha formação acadêmica em Serviço Soci-
al me ajudou muito na atuação enquanto ge-
rente de Recursos Humanos, mas procurei apri-
moramento através de curso de especialização.
O Serviço Social oferece a base para você atu-
ar com os funcionários, mas precisa de um co-
nhecimento mais específico. (E8
)
O curso de Serviço Social oferece um saber ne-
cessário para trabalhar com pessoas. A facul-
dade oferece subsídios, oferece a formação para
você trabalhar. Aí no decorrer do tempo você vai
aprimorando, vai crescendo nos conhecimentos
técnicos. Mas a faculdade é o embasamento prin-
cipal [...]. Eu acho que o Serviço Social possui
uma visão ampla do todo, e a área de Recursos
Humanos trabalha com o todo. É necessário bus-
car conhecimentos mais específicos e aprimorar
na área, pois quando você termina a faculdade
você tem um conhecimento geral. (E4
)
Eu acho que o profissional de Serviço Social é
hoje o mais generalista da área de Recursos
Humanos, mais que os profissionais da Admi-
nistração de Empresas. Porque além de nós ter-
mos toda uma área técnica, que é o planeja-
mento, estatística, temos também uma habilida-
de muito grande em lidar com o ser humano,
suas necessidades, carências, dificuldades, seus
sonhos. A gente se preparando um pouco mais,
fazendo alguns cursos complementares ao Ser-
viço Social consegue ter uma visão generalista,
uma visão de gestão para realmente ser gerente
dessa área. Eu acredito nisso e investi toda a
minha carreira, minha formação profissional
para ocupar essa posição hoje. (E2
)
Os assistentes sociais consideram que o sucesso do
Serviço Social na empresa depende da busca de
capacitação diversificada na área empresarial, reconhe-
cendo a importância da formação generalista que o curso
de Serviço Social proporciona através do conjunto de dis-
ciplinas veiculadas às grandes áreas do conhecimento
como as Ciências Humanas, Sociais e mesmo as Exatas
(Estatística); enfatizam, com mérito, a habilidade no trato
e respeito com as pessoas, mas, reconhecem que ainda
não é o suficiente para o desenvolvimento da prática pro-
fissional. Enfatizaram que as grandes realizações são
conseguidas com grandes esforços, que é necessário com-
promisso, dedicação e capacitação continuada.
Outra preocupação desses assistentes sociais é não
perder a identidade profissional, uma vez ocupando o car-
go de gerência de Recursos Humanos. Alegam estar sem-
pre sintonizados com o Código de Ética dos assistentes
sociais, além de esclarecer a todos a origem de sua pro-
fissão. Consideram que a própria forma de agir com as
pessoas caracteriza a formação em Serviço Social. Um
dos sujeitos entrevistados expressa bem essa atitude:
É engraçado que no dia do Assistente Social to-
dos me cumprimentam. Porque está muito dentro
de mim assumir esta profissão como minha mis-
são de vida. Então quando você faz isso, ganha
autoridade profissional. As pessoas lhe reconhe-
cem pela sua formação. Eu sou uma assistente
social e estou hoje como gerente de Recursos
Humanos. Mas a minha formação é em Serviço
Social. No primeiro momento, até a própria dire-
toria, me questionava: você é muito “mãezona”.
Porque eles têm uma visão que assistente social é
mãe. Isto porque a gente tenta e procura manter
o equilíbrio entre o que é bom para a empresa e o
que é bom para o funcionário. Eu faço questão
de falar sempre e nunca deixo as pessoas con-
fundirem qual é a minha formação. Quando faço
palestras, participo de encontros, seminários e
congressos para contar a minha experiência pro-
fissional, a primeira coisa que faço é me apre-
sentar como assistente social, pois tenho muito
orgulho disso. (E2
)
Nessa investigação ficou objetivado que esses profis-
sionais, gerentes de Recursos Humanos nas empresas,
conseguiram aprimorar seu perfil a partir das exigências
do mercado de trabalho. Adquiriram visão ampla sobre a
empresa em que trabalham, encontram-se sintonizados
com os processos de mudanças internas e externas ao
ambiente empresarial, procuram contínua capacitação pro-
fissional, sabem trabalhar em equipe, desempenham suas
funções junto à alta administração da empresa com flexi-
bilidade, integrados e orientados aos resultados espera-
0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF
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dos: favorecer o envolvimento dos trabalhadores com as
metas da organização, desenvolver capacidades e habili-
dades necessárias para o posto de trabalho, treinar e ree-
ducar o empregado, proporcionar reconhecimento, gerar
satisfações e estabelecer a remuneração a partir da ava-
liação do desempenho.
$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV
Investigar o trabalho do Serviço Social no universo
empresarial, em momento de profundas mudanças no
mundo do trabalho, quando os assistentes sociais são re-
quisitados a atuar na área de Recursos Humanos, foi uma
tarefa fascinante à medida que os resultados, ao longo do
processo de investigação, permitiram vislumbrar indica-
dores propositivos em relação à problemática estudada.
No mundo moderno, o universo empresarial apresenta
constantes mudanças e transformações socioestruturais.
Com a globalização dos negócios e o desenvolvimento
tecnológico, surge intenso movimento pela qualidade e
produtividade. Nesse sentido, as organizações passam a
acreditar que o grande diferencial, capaz de oferecer van-
tagem competitiva, são as pessoas. São elas que geram e
fortalecem a inovação da empresa, passando a ser valori-
zadas e estimuladas. A partir dessa concepção, a atual
Gestão de Pessoas tem sido considerada como responsá-
vel pelo sucesso organizacional.
Nesse contexto, o profissional de Serviço Social nas
empresas, desenvolve atividades e papéis diferenciados em
relação às demandas postas historicamente.
A investigação realizada possibilitou reflexões acer-
ca da prática e do perfil dos assistentes sociais que
ocupam cargos de gerência na gestão de Recursos Hu-
manos, levantando algumas considerações.
É inquietante para o
Serviço Social a cons-
tatação de número qua-
se insignificante de as-
sistentes sociais traba-
lhando no universo em-
presarial, considerando o
complexo industrial e co-
mercial da macrorregião
de Ribeirão Preto, que
representa um dos pólos
de desenvolvimento
mais importante do es-
tado de São Paulo.
Os profissionais de Serviço Social, gerentes da área
de Recursos Humanos das empresas investigadas, con-
firmam a dificuldade que encontraram no cotidiano de tra-
balho por falta de capacitação profissional. Apesar da for-
mação em Serviço Social ser fundamental e oferecer sub-
sídios básicos para o exercício profissional na empresa,
houve carência de conhecimentos específicos nessa área.
O assistente social, enquanto gerente de Recursos
Humanos, destaca-se com características de gestor apre-
sentando-se com extraordinária capacidade em orientar a
dinâmica da organização na qual está inserido. Orientar a
dinâmica empresarial quer dizer utilizar os recursos exis-
tentes da melhor forma, a fim de contribuir para que a
organização consiga realizar a sua missão, incluindo aí
melhorias na qualidade de vida do corpo de pessoas que
fazem parte integrante da empresa.
Essa missão não representa unicamente os interesses
dos proprietários ou acionistas, significa também atender
as necessidades e expectativas das pessoas internas e
externas à organização. É papel fundamental à prática da
gerência a responsabilidade em divulgar a missão
organizacional a todos que fazem parte dela e buscar
sinergia para atingir os objetivos propostos. Para desem-
penhar bem esse papel o gerente deve ter visão crítica,
ampla e global, do universo empresarial. Planejamento,
organização, direção e controle são as funções essenciais
do gerente. Tais funções envolvem ações para determi-
nar objetivos e prazos, agrupar pessoas e recursos, con-
duzir e motivar pessoas e tomar medidas de avaliação,
correção e mudanças.
Os assistentes sociais, gerentes de Recursos Humanos,
desempenham as funções previstas pelo planejamento es-
tratégico, isto é, um planejamento voltado à ação global, a
longo, médio e curto prazos, não só da área de Gestão de
Pessoas, mas da empresa como um todo. Assumem a or-
ganização, direção e controle das políticas e diretrizes que
norteiam as práticas de gestão de pessoas e que determi-
nam os caminhos a serem percorridos pela organização.
Para assumir tais responsabilidades, esses profissio-
nais se prepararam através de cursos de capacitação,
adquirindo conhecimen-
tos específicos da área
administrativa, indepen-
dentemente de alcançar
a confiança do empresá-
rio. Essa conquista, fru-
to da persistência e do
interesse desses profis-
sionais em buscar o
novo, é também fruto da
necessidade em adquirir
amplos conhecimentos,
flexibilidade, e saber ofe-
recer respostas às diver-
sas situações complexas e contraditórias, advindas dos
processos de mudanças.
Na empresa moderna, os gerentes de Recursos Hu-
manos estão presentes em todos os setores, em todos os
níveis hierárquicos da organização, circulam entre todas
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as coordenações, desde a alta administração até os níveis
operacionais, estabelecendo relação de confiança, trans-
parência, solidariedade, equilíbrio e bom senso, sem dei-
xar de lado o processo racional como base de sua forma-
ção ética e política.
O assistente social nessa posição assume novas atri-
buições diante daquelas tradicionais e inerentes à gênese
do Serviço Social na empresa. Apresenta-se com respon-
sabilidade para conquistar novos espaços e comprova a
natureza, competência e habilidade do Serviço Social na
gestão socioestrutural, como base de sua formação técni-
co-operativa.
Diante desse novo contexto da prática do Serviço So-
cial na empresa surge uma pergunta: esse profissional é
um assistente social ou um administrador?
Os resultados dessa investigação revelam que esse pro-
fissional faz prevalecer sua formação de origem, mesmo
porque ela está muito presente no modo de pensar, agir e
operacionalizar, tanto a elaboração de políticas que favore-
çam os beneficiários do universo empresarial como a exe-
cução de atividades inerentes à estrutura organizacional.
Mudam as responsabilidades, mudam as estratégias
de ação, mas todo assistente social é um gestor de políti-
cas, de programas, de projetos e de pessoas, seja na área
da Assistência Social, da Educação, da Saúde, da Habita-
ção como na de Recursos Humanos.
Compreender essa situação como perda da identidade
significa concordar com a eliminação do espaço
ocupacional do Serviço Social nas empresas. Significa
aceitar a morte prematura do Serviço Social nesse uni-
verso. Superar essa visão é reconhecer que os assisten-
tes sociais precisam olhar para além das fronteiras das
atividades rotineiras, dos limites impostos pela formação,
dos desafios e dificuldades advindos dos processos de
mudanças, tanto no que diz respeito à segmentação das
disciplinas que compõem os currículos dos cursos de Ser-
viço Social, quanto da própria divisão social do trabalho
que traduz a racionalidade administrativa, visando identi-
ficar novas possibilidades de ação profissional.
O alicerce construído pela formação acadêmica em
Serviço Social é a base fundamental para o exercício pro-
fissional dos assistentes sociais, gerentes de Recursos
Humanos que, além da habilidade especial em lidar e res-
peitar as pessoas, capacitam-se com criticidade para in-
terpretar os fenômenos sociais, políticos e econômicos,
internos e externos ao ambiente organizacional. Essa ca-
pacidade de leitura crítica da realidade não é privilégio de
qualquer profissão, mas são princípios norteadores da prá-
tica profissional dos assistentes sociais.
Dessa forma, esses profissionais reconhecem suas fra-
gilidades e buscam complementação e inovação. Essa
busca constante por capacitação profissional, acrescida
das experiências adquiridas no cotidiano de trabalho,
enfrentamento de contradições, mutações e, principalmen-
te, aliado à formação profissional em Serviço Social, ga-
rante a habilidade dos assistentes sociais em gerenciar
pessoas, trabalhar com as diferenças, ter visão e ação
estratégica, capacidade de integrar e negociar, enfim, ha-
bilidades para o planejamento, organização, direção, ava-
liação e controle. Estas são as principais características
exigidas pelo atual mercado de trabalho à gestão de Re-
cursos Humanos das empresas.
Ao término dessa investigação, longe de dar por aca-
badas estas reflexões sobre o Serviço Social nas empre-
sas, fica a esperança de que outros estudos, outras pes-
quisas disponibilizem novos caminhos de argumentação
crítica e construção científica sobre este campo de traba-
lho, parte integrante do cenário capitalista brasileiro.
Recebido em 15.05.2005.
Aprovado em 19.07.2005.
5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV
DRUCKER, P. Fator humano e desempenho: o melhor de
Peter Drucker sobre administração. 2. ed, São Paulo:
Pioneira, 1981.
GIL,A. C. Administração de recursos humanos. São Paulo:
Atlas, 1994.
GRUPO OPERACIONALDE SERVIÇO SOCIAL(GOSSE). O
profissional de Serviço Social na empresa: um estudo
exploratório. Revista Serviço Social & Sociedade, São
Paulo: Cortez, n.35, p. 36-54, abr. 1991.
INFESTAS GIL, A. Sociologia de la empresa. 2. ed,
Salamanca: Amarú, 1993.
OLIVEIRA, S. L. Sociologia das organizações: uma
análise do homem e das empresas no ambiente
competitivo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
PIZZO, A. L. V. A mentalidade do empresário calçadista
francano: existe espaço para o Serviço Social? 1999.
Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Universidade
Estadual Paulista, Franca, 1999.
RICO, E. de M. Teoria do Serviço Social de empresa:
objeto e objetivos. São Paulo: Cortez, 1982.
1RWDV1RWDV1RWDV1RWDV1RWDV
1 Durante o processo de investigação de campo foi
solicitado e obtido o consentimento e a aprovação dos
envolvidos na pesquisa para fazerem parte deste estudo
como sujeitos. Somente depois desse consentimento e
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aprovação, a coleta de dados foi iniciada através de
entrevistas (onde as falas foram gravadas) e
observações simples.
2 Grupo de Assistentes Sociais de Empresa de Franca
(GASEF) com atuação efetiva nessa cidade entre os
anos de 1984 a 1992.
3 Serviço Social da Indústria (SESI); Serviço Social do
Comércio (SESC); Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI); Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
4 Conforme orientação da UNESP – Campus de Franca,
os Cursos de Aperfeiçoamento são aqueles com carga
horária de 360 horas, com finalidade de atualizar,
melhorar conhecimentos e técnicas de trabalho
profissional.
5 Nos Cursos de Especialização, seguindo a mesma fonte
acima, também é exigida a carga horária de 360 horas,
com objetivo de formar recursos humanos e aprimorar
conhecimentos em setores de atividades acadêmicas
e profissionais específicas.
Maria José de Oliveira Lima
moliveiralima@terra.com.br
Claudia Maria Daher Cosac
claudiacosac@terra.com.br
Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Direito, História e Serviço Social
Rua Major Claudiano, 1488 – Centro
Franca – São Paulo
CEP: 14400-690

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Serviço social-na-empresa

  • 1. 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD &RUSRUDWH 6RFLDO :RUN&RUSRUDWH 6RFLDO :RUN&RUSRUDWH 6RFLDO :RUN&RUSRUDWH 6RFLDO :RUN&RUSRUDWH 6RFLDO :RUN 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD Doutoranda em Serviço Social, UNESP – Franca. Professora do Curso de Serviço Social, Fac. Unificadas da Fundação Educacional de Barretos – São Paulo. &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF Doutora em Serviço Social. Professora do Programa de Pós- Graduação em Serviço Social, UNESP – Franca. 55555 HVXPRHVXPRHVXPRHVXPRHVXPR A história do Serviço Social no Brasil revela que os assistentes sociais sempre foram solicitados a atuar no universo empresarial. Essa atuação profissional na empresa apresentou formas diferenciadas, àmedidaquesealteravaocenáriosocioeco- nômicoepolíticodasociedadebrasileira.A década de 1990 foi marcada por intensas transformações ocorridas no mundo do trabalho, afetando consideravelmente as relações sociais de trabalho. As empresas reestruturaram-se e, objetivando melhor qualidadeeprodutividade,passaramaexigir profissionaismaisqualificados,polivalentes e flexíveis, inclusive os assistentes sociais. Observou-se, nessa época, que houve reduçãosignificativadospostosdetrabalho desses profissionais. Os assistentes sociais quepermaneceramnouniversoempresarial, diante de novas demandas de trabalho, foram obrigados a buscar alternativas que correspondessem às expectativas das empresas. Assim, passaram a investir em capacitação e inovação profissionais, apresentando-se como generalistas, interdisciplinares, consultores e gestores – destacando-se no meio empresarial como profissionais da Gestão de Recursos Humanos. Palavras-chave: ServiçoSocial,empresa, recursos humanos, gestão. $$$$$ EVWUDFWEVWUDFWEVWUDFWEVWUDFWEVWUDFW The history of Social Work in Brazil reveals that social workers were always asked to act in the corporate sphere. This professional activity in companies has had distinct forms as the social economic and political scenery of Brazilian society has changed. The 1990’s was marked by intense transformations in the world of work, which considerably affected social relations of work. Companies were restructured and, seeking better quality and productivity, came to demand more qualified professionals, who are flexible and have multiple skills, including social workers. At the same time, there was a significant reduction in jobs available in the profession. Social workers who remained in the corporate universe confronted the new demands of work and were required to meet the expectations of companies. Thus, they invested in professional training and innovation and presented themselves as interdisciplinary generalists, consultants and managers – standing out in the corporate world as professional Human Resource Managers. Keywords:SocialWork,company,human resources, management. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
  • 2. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF ,QWURGXomR,QWURGXomR,QWURGXomR,QWURGXomR,QWURGXomR 2 objetivo principal desse artigo é apresentar os resultados do estudo sobre o trabalho de assistentes sociais na gestão de Recur- sos Humanos, em empresas. A proposta foi investigar o trabalho profissional do assistente social no universo em- presarial, na tentativa de perceber a sua importância e contribuição na gestão de Recursos Humanos. Para isso, buscou-se desenvolver reflexões críticas sobre a prática bem como conhecer o perfil dos assistentes sociais, pro- fissionais da área. O universo da investigação, a macrorregião de Ribei- rão Preto representada pelas cidades de Franca e Ribei- rão Preto, no estado de São Paulo. Os sujeitos, os assis- tentes sociais em cargos de gerência, ou supervisão, do setor de Recursos Humanos das empresas que constituí- ram a amostra do estudo1 . O fascínio por esse tema teve sua base no período compreendido entre o final dos anos de 1980 até a primei- ra metade dos anos 1990, quando uma das pesquisadoras atuou como assistente social na área de Recursos Huma- nos de uma empresa da cidade de Franca. Nesse ínterim, vivenciou, juntamente com todos os profissionais da área, as dificuldades, limites e desafios colocados ao Serviço Social nas organizações empresariais. As experiências e dificuldades encontradas no cotidi- ano do trabalho profissional levaram a reflexões sobre o papel do Serviço Social no universo empresarial, culmi- nando em acentuado interesse pelo objeto de estudo com o intuito de sistematizar a realidade vivenciada. O objetivo, conhecer para compreender a importância e contribuição do Serviço Social na Gestão de Recursos Humanos das organizações empresariais, tenta respon- der a algumas indagações: até que ponto os assistentes sociais estão habilitados ao exercício profissional nas em- presas? Esses profissionais compreendem a importância das inovações no mundo do trabalho? Sentem-se prepa- rados para construção de possibilidades no âmbito profis- sional? Partindo dessas indagações pressupõe-se que a redução do campo de trabalho para os assistentes sociais nas organizações empresariais é conseqüência de lacu- nas na capacitação profissional e, portanto, há necessida- de de formação complementar em outras áreas do co- nhecimento que melhor informam o Serviço Social inseri- do nas organizações empresariais. O recorte temporal ficou definido entre os anos de 1990, período marcado pelas mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas no cenário empresarial. Tendo em vis- ta a flexibilização e reestruturação produtiva, o que pro- vocou alterações nas relações sociais de trabalho, até o ano de 2002, correspondente ao desenvolvimento da pre- sente investigação. &RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD&RQFHLWXDomR GH HPSUHVD Infestas Gil (1993) define empresa enquanto sistema social aberto com estruturas interdependentes e múltiplos fatores externos que se relacionam ao sistema social glo- bal do qual faz parte. É também denominada como “um conjunto sociocultural complexo, organizado para realiza- ção de serviços, fabricação de coisas, transformação ou extração de produtos da natureza” (OLIVEIRA, 2002, p. 251). Esse sistema social é complexo porque envolve pes- soas e suas heterogeneidades culturais, comportamentais, educacionais, étnicas que também se fazem representar por um conjunto de habilidades próprias, capazes de trans- formações no espaço empresarial, com o objetivo de sa- tisfação de necessidades coletivas e individuais. As empresas possuem diversas características que as diferenciam umas das outras em relação ao tamanho, à natureza e à administração. Têm, contudo, um ponto em comum que é a racionalidade econômica. Drucker (1981) explica que empresa é um órgão soci- al que presta contribuição à sociedade caso gere lucro. O mesmo autor justifica que, apesar da lucratividade ser crucial, tanto para a empresa quanto para a sociedade, a organização empresarial não pode ser definida só em ter- mos de lucro. O lucro não é a finalidade e sim um fator restritivo dos empreendimentos e das atividades empresariais. O lucro não é a explicação, a cau- sa ou a razão de ser das decisões e do compor- tamento de uma empresa, mas sim o teste de sua validade (DRUKER, 1981, p. 109). De acordo com a sociologia, Infestas Gil (1993) caracte- riza a empresa como uma organização e como uma institui- ção, quando comparada com seus elementos mais comuns. Aempresa,enquantoorganizaçãoprodutiva,constitui-se emmanifestaçãoracionaleeconômica,alémdaextensãodo princípio da gestão dos recursos humanos. Ela se expressa com a finalidade de atender à demanda no que diz respeito ao contexto econômico de consumo, e se desenvolve asse- gurando a eficácia de seu ciclo produtivo, de acordo com os requisitos e regras do contexto econômico-social. A característica social marcante da empresa, em com- paração com as demais organizações, consiste em ser ela a célula das relações de produção de uma sociedade e de ser fonte de riqueza e poder conseqüente Enquanto instituição, a empresa se caracteriza por per- petrar uma estrutura estável constituída por um conjunto de indivíduos que desempenham papéis sociais com objetivos de satisfazer necessidades sociais básicas. A necessidade de produção, de distribuição de bens e serviços realiza-se através de instituições econômicas, as empresas. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&
  • 3. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD Rico (1982, p. 47) considera a empresa como “uma instituição privada onde os dirigentes e os assalariados estabelecem uma relação entre defesa de seus interesses e o alcance de fins reconhecidos como legítimos por uma determinada sociedade”. A empresa persegue objetivos concretos que justifi- cam sua existência enquanto organização que se legitima na sociedade. Porém, esses objetivos não têm de coinci- dir necessariamente com suas funções. O objetivo da empresa é eminentemente econômico e suas funções tam- bém, porém, à medida que fatores externos tais como governos, mercado, consumidores ou mesmo outras or- ganizações provocam manifestações e intervenções, a mesma busca desempenhar novas funções sociais e polí- ticas em resposta a esses fatores, sem deixar que o cum- primento de seus objetivos sejam afetados. Segundo Drucker (1981), o objetivo de uma empresa consiste em criar consumidores,poissãoeles que estão dispostos a pa- garporbenseserviçosque transformamrecursoseco- nômicosemriqueza.E,em relação às funções, desta- ca duas fundamentais: o marketing e a inovação. O marketing repre- senta uma função tão es- sencial que não pode ser considerado uma função à parte dentro da empresa. Ele exige profundo conheci- mento da organização como um todo, de suas estruturas, da conjuntura da qual faz parte e depende também do desenvolvimento de uma série de atividades que, mesmo distintas entre si, solicitam integração e interdependência umas das outras. Deve se tornar uma dimensão central da empresa toda. O ponto chave da atividade de marketing é ter compreensão dos consumidores, tão bem que o pro- duto ou o serviço lhes sejam perfeitamente adequados e vendam por si próprios. De acordo com o mesmo autor, não basta que as em- presas forneçam quaisquer bens ou serviços, elas devem oferecer bens e serviços sempre melhores e mais econô- micos. Outra função essencial refere-se às inovações tecnológicas, sociais e econômicas, que podem resultar em preços mais baixos, em produtos novos e melhores, em nova comodidade e mesmo na definição de novos de- sejos. O certo é que somente as empresas inovadoras conseguirão satisfazer as necessidades da sociedade mo- derna (DRUCKER, 1981). Em suma as empresas se caracterizam não somente pelo seu tamanho, pelo que produzem ou vendem, mas, pelo fato de transacionarem bens ou serviços entre partes interessa- das agindo como transformadoras e intermediárias de recur- sos, entre si e os seus clientes. Desta forma, propõem–se a transformar insumos em bens que consideram úteis para a sociedade, ou seja, prestam serviços a clientes específicos, medianteremuneraçãoqueassegureasobrevivênciadaqueles diretamenteenvolvidosnoprocessoprodutivo. %UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR%UHYH SHUVSHFWLYD KLVWyULFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD6RFLDO QD HPSUHVD Desde os anos 1940, algumas empresas já contavam com a atuação profissional de assistentes sociais, porém, somente no final dos anos de 1970 e início dos 1980, hou- ve um crescimento significativo do campo de atuação pro- fissional do Serviço Social nas empresas. Esse avanço a- conteceu graças à con- tribuição de tendências teórico-metodológicasdo Serviço Social do Traba- lho, desenvolvidas na dé- cada de 1970, por grupos de profissionais que se sobressaíram nesse cam- po de trabalho. Essa tendência teóri- co-metodológica, aliada ao cenário sócio-econô- mico-político brasileiro favoreceu, em grande parte, a abertura de cam- po de ação profissional para o Serviço Social na empresa. A década de 1980 foi caracterizada por um período de avanços em relação ao mercado de trabalho do Serviço Social na empresa. De acordo com o Grupo Operacional de Serviço Social (1991), no estado do Rio Grande do Sul houve a implantação do Serviço Social em vários setores empresariais, com a contratação de expressivo número de assistentes sociais. Em outras regiões, como por exem- plo no estado de São Paulo, a situação foi semelhante. Na cidade de Franca, interior paulista, Pizzo (1999) explica que o complexo industrial calçadista mantinha em seus quadros funcionais 21 assistentes sociais que desenvolvi- am trabalhos representativos, além da participação efeti- va no GASEF2 . Os anos de 1990 não apresentaram nenhuma evolução no sentido de abertura ou ampliação desse mercado de tra- balho. Pelo contrário, foi um período marcado por altera- ções efetivas na prática dos assistentes sociais no universo empresarial, em decorrência das transformações ocorridas a partir da reestruturação produtiva. As empresas reestruturaram-se e passaram a exigir profissionais mais qualificados, polivalentes e flexíveis, inclusive os assisten- tes sociais. Esse processo de reestruturação produtiva pro- D HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRUD HPSUHVD VH FDUDFWHUL]D SRU SHUSHWUDU XPD HVWUXWXUD HVWiYHOSHUSHWUDU XPD HVWUXWXUD HVWiYHOSHUSHWUDU XPD HVWUXWXUD HVWiYHOSHUSHWUDU XPD HVWUXWXUD HVWiYHOSHUSHWUDU XPD HVWUXWXUD HVWiYHO FRQVWLWXtGD SRU XP FRQMXQWR GHFRQVWLWXtGD SRU XP FRQMXQWR GHFRQVWLWXtGD SRU XP FRQMXQWR GHFRQVWLWXtGD SRU XP FRQMXQWR GHFRQVWLWXtGD SRU XP FRQMXQWR GH LQGLYtGXRV TXH GHVHPSHQKDP SDSpLVLQGLYtGXRV TXH GHVHPSHQKDP SDSpLVLQGLYtGXRV TXH GHVHPSHQKDP SDSpLVLQGLYtGXRV TXH GHVHPSHQKDP SDSpLVLQGLYtGXRV TXH GHVHPSHQKDP SDSpLV VRFLDLV FRP REMHWLYRV GH VDWLVID]HUVRFLDLV FRP REMHWLYRV GH VDWLVID]HUVRFLDLV FRP REMHWLYRV GH VDWLVID]HUVRFLDLV FRP REMHWLYRV GH VDWLVID]HUVRFLDLV FRP REMHWLYRV GH VDWLVID]HU QHFHVVLGDGHV VRFLDLV EiVLFDVQHFHVVLGDGHV VRFLDLV EiVLFDVQHFHVVLGDGHV VRFLDLV EiVLFDVQHFHVVLGDGHV VRFLDLV EiVLFDVQHFHVVLGDGHV VRFLDLV EiVLFDV
  • 4. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& vocou amplo desemprego o que resultou em redução do espaço de atuação do Serviço Social nas empresas. A sociedade brasileira, na década de 1990, apresentou intensas mudanças nos rumos da política econômica, afe- tando consideravelmente as relações sociais de trabalho. Surge novo paradigma de produção industrial, a automação flexível, que se apóia na força do processo das inovações tecnológicas tanto quanto em mudanças nas estruturas organizacionais, a partir da implementação de processos de trabalho diferenciados. Essas tendências exigem ní- veis de maior qualificação para a produção, e, conseqüen- temente, de novo perfil de trabalhador que se enquadre nos objetivos da empresa, ou seja, um trabalhador capaci- tado para a polivalência, a multifuncionalidade e compro- metido com a organização. Osrequisitosexigidosnamanutençãoeampliaçãodaqua- lidade e produtividade também passam a fazer parte das exi- gências profissionais dos assistentes sociais nas empresas. No âmbito sociopolítico, ocorrem novas necessidades de controle do capital sobre o trabalho às quais passam a exigir um conjunto de reformas institucionais e a implementação de mecanismos capazes de promover a adesão e o consentimento dos trabalhadores às mudan- ças requeridas. As empresas, na busca de qualidade, tanto com rela- ção à produção quanto à redução dos custos, exigem nova cultura do trabalho. Para isso, estabelecem novos perfis para o gerenciamento de seus recursos humanos com o objetivo de favorecer o envolvimento dos trabalhadores com as metas da organização da qual fazem parte: desen- volver capacidades e habilidades necessárias ao posto de trabalho, treinar e reeducar o empregado, proporcionar reconhecimento, gerar satisfações e estabelecer a remu- neração a partir da geração dos resultados. Tendo em vista que a atuação dos assistentes sociais nas organizações empresariais situam-se hierarquicamente na área de Recursos Humanos, torna-se fundamental refletir sobre as políticas que direcionam a gestão desse setor. Nesse período em questão, 1990, houve alterações no setor de Recursos Humanos das empresas, mudando até sua denominação, Gestão de Pessoas, de Parceiros ou Colaboradores, Gestão de Capital Humano e Gestão com Pessoas. Nessa concepção, as pessoas são vistas como diferencial importante para a competitividade, re- presentam o investimento necessário para a inovação empresarial. Nesse novo contexto da Gestão de Pesso- as, o Serviço Social vem assumindo papel de assessor nas questões relacionadas à administração de pessoal, à integração dos trabalhadores aos novos requisitos da produção, à modernização das relações de trabalho, ao tratamento das questões sociais/interpessoais que afe- tam o cotidiano dos trabalhadores. Em alguns setores, esses profissionais vêm se tornando gerentes da área de Administração de Recursos Humanos. Assim, esse momento histórico vivenciado pela socie- dade brasileira, passou a imprimir novas posturas profissi- onais aos assistentes sociais nas empresas exigindo bus- ca por qualificação, sintonia com os processos de mudan- ças, resultados efetivos das ações sociais desenvolvidas, respostas às exigências das demandas postas e atenção sistemática em um mundo cada vez mais globalizado. Paraatendertaisdemandas,Gil(1994)evidenciaumperfil particular requerido para o profissional de Recursos Huma- nos: visão generalista; interdisciplinaridade; ação estratégi- ca; busca constante em atualização e capacitação; atenção preferencial para a qualificação e motivação do pessoal; ca- pacidade integradora e grande habilidade para negociar. Nessa visão, é fundamental que o profissional tenha ca- pacidade para se manter informado sobre a realidade social, econômica e política que o cerca e inserir a organização em que atua dentro dessa conjuntura. Deve entender e conside- rar o meio externo (mercado de trabalho, sistema financeiro, governo, consumidores e fornecedores) para propor planos e obter sucesso. Deve permanecer ligado aos processos de mudanças, acompanhar a evolução, ser capaz de interpretar os fenômenos sociais, a relação entre capital e trabalho que se modificam no meio empresarial, e buscar autogeração de competências, sustentando seu ritmo de obtenção de novos conhecimentos, transformando-os em instrumentos de diag- nóstico e ação contínuos. 5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR5HVXOWDGRV GD LQYHVWLJDomR SHUILO H DWXDomR SURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDVSURILVVLRQDO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV QDV RUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLVRUJDQL]Do}HV HPSUHVDULDLV A partir de critérios previamente determinados foram selecionadas 11 empresas que ficaram assim classificadas: 6 de prestação de serviços, 4 de produção e uma comercial. Entre as empresas de prestação de serviços, 4 pres- tam serviços médicos e hospitalares, uma, além de pres- tar serviços médicos, destaca-se pelos serviços funerári- os, e uma caracteriza-se pela distribuição e comércio de água e de saneamento básico. Das 4 empresas de produção, cada uma caracteriza um tipo de produção diferente. Destaca-se a produção de calçados, de borracha, de materiais eletrônicos e produ- ção sucro-alcooleiro. Uma única pertence ao ramo de co- mércio em geral. A localização geográfica dessas empresas se resume: 6 na cidade de Franca, 4 na cidade de Ribeirão Preto e uma em Sertãozinho. Essas empresas representam grande importância na economia da cidade, extensiva à região, e favorecem o desenvolvimento socioeconômico. A presença da diversidade nos ramos de atividade entre as empresas selecionadas tornou-se um aspecto
  • 5. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD interessante para a investigação quando oportunizou co- nhecimento da atuação do Serviço Social em cada em- presa. Observou-se que as empresas possuem uma especificidade particular e peculiar à prática profissio- nal de cada assistente social. As empresas também se caracterizam por possuí- rem uma estrutura organizacional complexa, destacan- do a divisão racional do trabalho, níveis de poder hierarquizados e algumas apresentam formas moder- nas de organogramas, deixando entrever níveis de par- ticipação dos funcionários. Através da divisão social do trabalho, percebeu-se que grande parte dos assisten- tes sociais mantém relacionamento direto com a alta admi- nistração da empresa. Um fator que merece atenção é que essas em- presas passaram por pro- cessos de reestruturação produtiva,administrativa, e adotaram medidas de ajustes socioestruturais. A terceirização dos ser- viços, muito utilizada como forma de redução de custos, atinge as fun- ções administrativas e até gerenciais. Foi uma ca- racterística visível em to- das as empresas estuda- das. Um dos assistentes sociais entrevistados evidenciou essa situação quando relatava sua posição na empresa: [...] apesar do cargo de gerência, que é neces- sário dentro da empresa, sou contratada como autônoma, eu presto serviços para a empresa. A preocupação por parte da empresa em organizar uma estrutura de Recursos Humanos que valoriza as pes- soas, ou seja, o seu corpo sociofuncional, é outra caracte- rística advinda dos processos de mudanças vivenciadas pelas empresas na década de 1990. 3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV3HUILO GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV A amostra não-probabilística intencional desse estudo ficou constituída por 11 empresas e 16 assistentes sociais. A primeira etapa das entrevistas objetivou levantar o perfil profissional de todos assistentes sociais que fazem parte da amostra do estudo. Essa etapa significou momento imprescindível para a realização dos objetivos propostos e concretizou-se, após várias tentativas em agendar dia e hora para as entrevis- tas. Cabe ressaltar que os assistentes sociais possuem um cotidiano totalmente preenchido pelas atividades pro- fissionais, além das viagens a trabalho que, muitas vezes, estendem-se aos finais de semana. O primeiro aspecto considerado foi a formação aca- dêmica dos profissionais. Através dos dados levanta- dos na pesquisa verificou-se que 11 assistentes soci- ais cursaram faculdade pública, Universidade Esta- dual Paulista (UNESP), campus de Franca, enquanto 3 realizaram o curso em ensino particular, na Univer- sidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP). Considera-se que essas duas Faculda- des de Serviço Social destacam-se pela tradição e qua- lidade do ensino, não só na região como também em todo o estado de São Paulo. Outroaspectoaindare- lacionado à formação aca- dêmica refere-se ao ano da graduação.Houvevariação entre os anos de 1970 a 1999. Ficou evidente que nessas empresas atuam profissionaiscomtempode formaçãoentre3a27anos. Dessa forma, enten- de-se que esses profissi- onais receberam influên- cias distintas de forma- ção acadêmica, não só em função da época do ensino pedagógico e a relação estabelecida com o desenvolvimento da prática, mas também pelo cenário sócio-histórico do país. Essas influências refletem de maneira peculiar na forma de pen- sar e agir do profissional. Emrelaçãoaotempodapráticaprofissionaleaotempoda prática profissional na empresa, é curioso observar que na mesma proporção em que ocorre variação no tempo de gra- duação, ocorre também no tempo de atuação profissional. A maioria desses profissionais dedicou maior tempo ao trabalho em empresa. Entre o total de assistentes sociais, 6 atuaram exclusiva- mente nesta área, o que significa que logo após o término da graduação ingressaram na empresa e lá permaneceram. Outros 6, antes de trabalharem na empresa, atuaram em outras áreas do Serviço Social ou em outra empresa, porém o tempo de atuação profissional na empresa atual é maior. Apenas 2 profissionais tiveram menor tempo de atuação na empresa do que em outras áreas, contudo, esse período é superior a 4 anos. Esses dados levam a refletir que o tempo médio de atu- ação na empresa é considerável e significa que esses pro- fissionais conseguiram, ao longo desses anos, desenvolver trabalho responsável e competente, além de conquistar o espaço e o reconhecimento do empresário. Isso significa também que venceram dificuldades, limites e desafios. $V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR$V DWLYLGDGHV GH SODQHMDPHQWR FRRUGHQDomR GH SURMHWRV H[HFXomRFRRUGHQDomR GH SURMHWRV H[HFXomRFRRUGHQDomR GH SURMHWRV H[HFXomRFRRUGHQDomR GH SURMHWRV H[HFXomRFRRUGHQDomR GH SURMHWRV H[HFXomR H DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QDH DYDOLDomR HVWmR LPSOtFLWDV QD DWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLVDWXDomR GRV DVVLVWHQWHV VRFLDLV LQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomRLQGHSHQGHQWHPHQWH GD SRVLomR KLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVDKLHUiUTXLFD TXH RFXSDP QD HPSUHVD
  • 6. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& No decorrer da pesquisa foi percebido que a qualifica- ção profissional é um fator essencial à prática do Serviço Social na empresa. Todos os assistentes sociais procuram capacitação, alguns de forma contínua para melhorar o desempenho do trabalho. As empresas reconhecem e valorizam essa necessidade e, muitas vezes, investem na capacitação. A seguir serão apresentados os principais investimentos em capacitação profissional realizados pe- los assistentes sociais pesquisados. Em relação aos cursos rápidos, estes incluem partici- pação em seminários, semanas de estudos, fóruns, pales- tras específicas, congressos nacionais e regionais, além de cursos promovidos pelo SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE3 e outros organismos. Esses cursos, geralmen- te, possuem carga horária inferior a 90 horas. Verificou-se que somente duas assistentes sociais ain- da não realizaram nenhum curso rápido. Uma optou por cursos de pós-graduação lato sensu e a outra, recém- formada, está iniciando a busca. Os cursos mais procurados pelos profissionais são os relacionados com a administração de Recursos Huma- nos, considerando que a atuação dos assistentes sociais acontece diretamente nessa área. Entre eles, destacam- se os de Gestão de Recursos Humanos, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento,Administração de Cargos e Salários, Chefia, Liderança, e Motivação. Quanto aos cursos de pós-graduação lato sensu, aper- feiçoamento4 e especialização5 , 6 profissionais realizaram ou estão realizando cursos de especialização e 2 de aperfeiçomento, nas áreas de Gestão de Recursos Huma- nos, Formação em Psicodrama, Saúde Pública e em Educa- ção. A opção maior é pela Gestão de Re- cursos Humanos. Entre os 14 assis- tentes sociais, somen- te um realizou curso de pós-graduação em Serviço Social stricto sensu – mestrado – e está cursando o dou- torado. Esses cursos são dirigidos a profis- sionais interessados na docência, e exigem maior tempo para a pesquisa, tornando di- fícil o acesso aos as- sistentes sociais que trabalham em tempo integral,comoofazem os sujeitos do estudo. É significativo constatar a tendência pelos cursos de capacitação ligados à Administração de Recursos Hu- manos, visto que é natural na sua prática profissional na empresa o desempenho de funções administrativas. As atividades de planejamento, coordenação de proje- tos, execução e avaliação estão implícitas na atuação dos assistentes sociais, independentemente da posição hierár- quica que ocupam na empresa. Pelo fato da prática profissional estar voltada a funções administrativas na empresa e esses profissionais constante- mente buscarem capacitação e inovação na área, é comum encontrar assistentes sociais em cargo de gerência, supervisão e coordenação. Esses assistentes sociais estão se destacando diantedosprópriosprofissionaisegressosdoscursosdeAdmi- nistração de Empresas, pois conseguem conciliar a formação em Serviço Social com a capacitação contínua em outras áre- as. Isto tem demonstrado que acrescentam conhecimentos necessários ao exercício profissional no espaço empresarial. A investigação evidencia que entre os 16 assistentes sociais selecionados pela amostra do estudo, 4 (quatro) ocupam cargos de gerência, 1 (um) de supervisão e 1 (um) de coordenação. Os 4 (quatro) são gerentes da Área de Recursos Humanos e foram selecionados como sujeitos desse estudo de acordo com critérios pré-defini- dos. Cabe ressaltar que desses 4 assistentes sociais, so- mente 3 foram entrevistados, pois um não se prontificou ao contato com a pesquisadora. A identificação da fala desses sujeitos ficou represen- tada através da identificação do universo da empresa cor- respondente, conforme demonstra o Quadro 1. Identificação da empresa E 1 E 2 E 3 E 4 E 5 E 6 E 7 E 8 E 9 E 10 E 11 Ramo de atividade Prestação de serviços Comércio Produção de calçados Produção de borracha Prestação de serviços Prestação de serviços Prestação de serviços Prestação de serviços Prestação de serviços Produção sucro-alcooleiro Produção materiais eletrônicos Local Franca Franca Franca Franca Franca Franca Ribeirão Preto Ribeirão Preto Ribeirão Preto Sertãozinho Sertãozinho Sujeitos selecionados 01 01 00 01 00 00 00 01 00 00 00 Quadro 1 – Sujeitos da pesquisa
  • 7. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD $ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH$ DWXDomR GR DVVLVWHQWH VRFLDO ¥ JHUHQWH GD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVDGD iUHD GH UHFXUVRV KXPDQRV QD HPSUHVD As reflexões que se seguem partiram das falas dos sujeitos da investigação, os assistentes sociais gerentes de Recursos Humanos, cuja função específica é coorde- nar as políticas e as diretrizes dessa área. Nessa função desenvolvem trabalho em equipe com ou- trosprofissionais,taiscomopsicólogos,advogados,médicos do trabalho, enfermeiras do trabalho, engenheiros de segu- rança do trabalho, além dos gerentes de outras áreas da empresa. Essa atuação profissional possui uma característi- cainterdisciplinarque,naopiniãodeumdossujeitos,propor- ciona mais estrutura ao desenvolvimento do trabalho. [...] e sempre levando em conta a importância do trabalho interdisciplinar. A importância de ter uma equipe dentro do Recursos Humanos, com formação diferente, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, professores, médicos do tra- balho, engenheiros de segurança, advogados [...] então você vai compondo essa equipe, vai fazendo um trabalho interdisciplinar, isso faz você ganhar força. Porque você faz a coisa mais estruturada. (E2 ) Nas empresas nas quais o assistente social é o geren- te de Recursos Humanos, há contratação de outro assis- tente social que também faz parte da equipe interdisciplinar. Somente em uma delas, pelo fato de ser de pequeno por- te, a equipe não possui outro profissional de Serviço Soci- al. Dessa forma, o assistente social gerente, muitas ve- zes, também desenvolve atividades específicas do Servi- ço Social na empresa, conforme fica evidenciado na fala do profissional: Além da coordenação da área de Recursos Hu- manos, também cuido dos atendimentos indivi- duais aos funcionários, acompanhamentos e vi- sitas domiciliares. Outra atividade específica do Serviço Social nessa empresa é o atendimento aos clientes, através de grupos com a terceira idade, coordenação dos serviços prestados na forma de empréstimos de equipamentos a conva- lescentes [...] para os clientes conveniados. (E8 ) As principais atividades desenvolvidas na gestão de Recursos Humanos ou de Pessoas, coordenadas pelos assistentes sociais são: • recrutamento e seleção; • treinamento e desenvolvimento (treinamentos operacionais, programas de integração de funcionários, programas de bolsas de estudos e outros); • plano de carreira; • avaliação por resultados e/ou competências; • administração dos benefícios sociais; • comunicação interna, organização de eventos (convenções, encontros, reuniões); • pesquisa do clima organizacional; • administração de cargos e salários; • planejamento estratégico da área e da empresa; • coordenação de projetos sociais – interno e externo; • coordenação de programas de estagiários e • processos de desligamentos. Na gestão moderna de Recursos Humanos a tendên- cia é terceirizar muitas dessas atividades, porém, nas empresas investigadas, todas essas atividades ainda são realizadas pelos próprios profissionais da área. A investigação evidenciou que a importância atribuí- da à área de Recursos Humanos pelos empresários está intimamente ligada às novas demandas colocadas pela reestruturação produtiva, cuja principal estratégia é o con- sentimento dos trabalhadores aos objetivos e metas de maior produtividade e melhor qualidade. Para isso, as empresas mais inovadoras passam a investir no capital intelectual, pois as pessoas representam o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional. O trabalho desenvolvido pelos profissionais ligados à área de Recursos Humanos, com compromisso e compe- tência, voltado para resultados, também é fator que influ- encia a valorização da área pela empresa. Durante as entrevistas realizadas houve percepção dessa importância através dos seguintes depoimentos: [...] a diretoria oferece apoio ao nosso traba- lho, ao gerenciamento de Recursos Humanos. Dá muita liberdade de trabalho e isso significa que eles estão dando, cada vez mais, oportuni- dades [...] pelo fato de estar sentindo que a empresa está crescendo em função de ter um funcionário mais satisfeito. (E8 ) Existe uma valorização muito grande por parte da empresa nessa área, na parte de gerenciamento de pessoas, sempre existiu. A em- presa sempre deu muita relevância à área social, das pessoas. Sempre houve respeito e credibilidade pelo nosso trabalho nessa área.(E4 ) A área de Recursos Humanos, hoje, na empresa, tem um grau de importância muito grande. Toda a diretoria, e não só os donos da empresa, é com- posta de profissionais, todos compreendem o papel do setor de Recursos Humanos. O Recur- sos Humanos da empresa não cuida só das suas estratégias, mas das estratégias gerais da empresa.Toda vez que a empresa vai fazer algu-
  • 8. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& ma mudança, alguma inquisição, algum proces- so de transformação interna, inclusive de ações voltadas para o cliente, que vão acabar interfe- rindo nos papéis das pessoas dentro da organi- zação, o RH está presente. Hoje, esse setor é uma área atuante, que está junto em todos os momen- tos e em todos os processos da empresa. É uma área que realmente faz parte do negócio [...] não se entende o negócio da empresa separado das pessoas. Como é uma área que responde pelas pessoas, está presente em todos os momentos, em todas as ações, em todas as estratégias. (E2 ) As organizações modernas estão concentrando seu foco principal no conhecimento. Estão investindo nas pes- soas, pois acreditam que o conhecimento constitui a cha- ve do desenvolvimento da empresa. Para garantir esse desenvolvimento organizacional pres- supõe-se o desenvolvimento das pessoas através de polí- ticas e práticas de Recursos Humanos. As empresas têm consciência de que não bastam só salários, benefícios so- ciais, ambiente agradável e seguro, a auto-realização das pessoas torna-se essencial. Nesse sentido as empresas se empenham em desenvolver programas que proporcio- nem formação aos funcionários. No caso das empresas investigadas, isso ficou transparente na fala de um dos assistentes sociais entrevistados, quando relatava a im- portância da área de Recursos Humanos: [...] e hoje, existe um grau de satisfação interna muito grande. Porque é uma empresa que está dando, acima de tudo, oportunidade para as pessoas fazerem sua própria carreira e ganha- rem mais com isso. Isso é importante para as pes- soas, o dinheiro é importante, o bem-estar, mas as pessoas precisam de realização pessoal, pre- cisam desafiar, precisam crescer. E a empresa está em um momento, em que consegue dar o básico (saúde, alimentação, higiene) e também algo mais que é a auto-realização. Hoje há pessoas que estão conseguindo se formar através da ajuda da empresa, no programa de bolsa de estudo. A empresa não prende esse funcionário, se no dia de amanhã essa pessoa quiser sair [...] a empre- sa paga esse preço. Mas não deixa de acreditar e de investir, pois a empresa oferece condições para que a pessoa cresça aqui dentro também. Então isso compensa. (E2 ) A Área de Recursos Humanos está caminhando rumo à nova visão de Gestão de Pessoas. Algumas empresas apresentam-se mais à frente e outras estão apenas inici- ando o processo de mudança organizacional. Um aspecto interessante percebido é que à medida que a empresa consegue se desenvolver através de uma administração mais flexível, transparente, descentraliza- da e moderna, ela proporciona aos funcionários esse mes- mo desenvolvimento através de políticas e práticas efeti- vas de Recursos Humanos. Nesse contexto, esses funcionários apresentam-se com uma visão mais ampla da empresa, dos objetivos e missão organizacional, o que favorece o sucesso empresarial. O desenvolvimento organizacional baseado em uma administração moderna não é conseqüência do tamanho ou do destaque econômico que a organização apresenta, mas depende da visão que os empresários têm dos pro- cessos de mudanças ocorridos nos últimos anos. E essa visão empresarial influencia, sobretudo, as políticas de Recursos Humanos adotadas pelas empresas. No decorrer das entrevistas houve a percepção de que os assistentes sociais manifestam preocupação em bus- car inovação constante, acreditam que é dessa forma que conseguirão estar sempre aptos a enfrentar a realidade, vencer os desafios e dar respostas às demandas. [...] existem muitos desafios, mas eu acho que to- dos são superáveis. A gente tem que buscar cada vez mais conhecimentos e participar de cursos. As dificuldades são muitas, mas vale a pena essa busca, de aprender mais e enfrentar com segu- rança e responsabilidade a realidade do traba- lho. É assim que se conquista os espaços. (E8 ) [...] durante a carreira profissional você vai adquirindo e aprimorando conhecimentos, você vai aprendendo a trabalhar os desafios e também as dificuldades. Tudo isso contribui para um crescimento profissional. O posi- cionamento deve ser de respeito, firmeza e sa- ber lidar com questões variadas. Aí você vai conquistando os espaços [...] é uma conquis- ta, é um processo. (E4 ) [...] porque muitas vezes você não sabe fazer aquilo, mas você tem que ir atrás para conhe- cer, aprender, trocar experiências com outros profissionais, ler livros, fazer cursos, se prepa- rar para aquela ação. Mas aí, a gente começa encontrar alternativas e vai expandindo. E, cada ano que passa, você, se é uma pessoa séria, que casa com o seu trabalho, que se prepara, que tem uma equipe e que mostra resultados de seu trabalho, acaba conquistando seu espaço. Es- sas conquistas fazem parte do dia-a-dia e pre- cisam de persistência, coragem e ousadia. Você sempre consegue algo mais quando se esforça mais. Então na prática profissional também é a
  • 9. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD mesma coisa. Se você se dispõe a fazer algo novo, inovador, ousado, isso vai exigir muito mais. Não se pode deixar vencer pelos limites que muitas vezes a gente mesmo que coloca. Precisa inovar sempre. (E2 ) Os profissionais assistentes sociais, gerentes de Re- cursos Humanos, relatam que a formação em Serviço Social foi a base fundamental para essa conquista. O cur- so de Serviço Social oferece conhecimento adequado em planejamento, estatística, trabalho com grupos, relações humanas e visão global da realidade política, econômica e social. Mas também consideram a importância da complementação, nessas e em outras áreas do conheci- mento, para o aprimoramento da prática profissional. Os relatos abaixo evidenciam essa situação: A minha formação acadêmica em Serviço Soci- al me ajudou muito na atuação enquanto ge- rente de Recursos Humanos, mas procurei apri- moramento através de curso de especialização. O Serviço Social oferece a base para você atu- ar com os funcionários, mas precisa de um co- nhecimento mais específico. (E8 ) O curso de Serviço Social oferece um saber ne- cessário para trabalhar com pessoas. A facul- dade oferece subsídios, oferece a formação para você trabalhar. Aí no decorrer do tempo você vai aprimorando, vai crescendo nos conhecimentos técnicos. Mas a faculdade é o embasamento prin- cipal [...]. Eu acho que o Serviço Social possui uma visão ampla do todo, e a área de Recursos Humanos trabalha com o todo. É necessário bus- car conhecimentos mais específicos e aprimorar na área, pois quando você termina a faculdade você tem um conhecimento geral. (E4 ) Eu acho que o profissional de Serviço Social é hoje o mais generalista da área de Recursos Humanos, mais que os profissionais da Admi- nistração de Empresas. Porque além de nós ter- mos toda uma área técnica, que é o planeja- mento, estatística, temos também uma habilida- de muito grande em lidar com o ser humano, suas necessidades, carências, dificuldades, seus sonhos. A gente se preparando um pouco mais, fazendo alguns cursos complementares ao Ser- viço Social consegue ter uma visão generalista, uma visão de gestão para realmente ser gerente dessa área. Eu acredito nisso e investi toda a minha carreira, minha formação profissional para ocupar essa posição hoje. (E2 ) Os assistentes sociais consideram que o sucesso do Serviço Social na empresa depende da busca de capacitação diversificada na área empresarial, reconhe- cendo a importância da formação generalista que o curso de Serviço Social proporciona através do conjunto de dis- ciplinas veiculadas às grandes áreas do conhecimento como as Ciências Humanas, Sociais e mesmo as Exatas (Estatística); enfatizam, com mérito, a habilidade no trato e respeito com as pessoas, mas, reconhecem que ainda não é o suficiente para o desenvolvimento da prática pro- fissional. Enfatizaram que as grandes realizações são conseguidas com grandes esforços, que é necessário com- promisso, dedicação e capacitação continuada. Outra preocupação desses assistentes sociais é não perder a identidade profissional, uma vez ocupando o car- go de gerência de Recursos Humanos. Alegam estar sem- pre sintonizados com o Código de Ética dos assistentes sociais, além de esclarecer a todos a origem de sua pro- fissão. Consideram que a própria forma de agir com as pessoas caracteriza a formação em Serviço Social. Um dos sujeitos entrevistados expressa bem essa atitude: É engraçado que no dia do Assistente Social to- dos me cumprimentam. Porque está muito dentro de mim assumir esta profissão como minha mis- são de vida. Então quando você faz isso, ganha autoridade profissional. As pessoas lhe reconhe- cem pela sua formação. Eu sou uma assistente social e estou hoje como gerente de Recursos Humanos. Mas a minha formação é em Serviço Social. No primeiro momento, até a própria dire- toria, me questionava: você é muito “mãezona”. Porque eles têm uma visão que assistente social é mãe. Isto porque a gente tenta e procura manter o equilíbrio entre o que é bom para a empresa e o que é bom para o funcionário. Eu faço questão de falar sempre e nunca deixo as pessoas con- fundirem qual é a minha formação. Quando faço palestras, participo de encontros, seminários e congressos para contar a minha experiência pro- fissional, a primeira coisa que faço é me apre- sentar como assistente social, pois tenho muito orgulho disso. (E2 ) Nessa investigação ficou objetivado que esses profis- sionais, gerentes de Recursos Humanos nas empresas, conseguiram aprimorar seu perfil a partir das exigências do mercado de trabalho. Adquiriram visão ampla sobre a empresa em que trabalham, encontram-se sintonizados com os processos de mudanças internas e externas ao ambiente empresarial, procuram contínua capacitação pro- fissional, sabem trabalhar em equipe, desempenham suas funções junto à alta administração da empresa com flexi- bilidade, integrados e orientados aos resultados espera-
  • 10. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& dos: favorecer o envolvimento dos trabalhadores com as metas da organização, desenvolver capacidades e habili- dades necessárias para o posto de trabalho, treinar e ree- ducar o empregado, proporcionar reconhecimento, gerar satisfações e estabelecer a remuneração a partir da ava- liação do desempenho. $OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV$OJXPDV FRQVLGHUDo}HV Investigar o trabalho do Serviço Social no universo empresarial, em momento de profundas mudanças no mundo do trabalho, quando os assistentes sociais são re- quisitados a atuar na área de Recursos Humanos, foi uma tarefa fascinante à medida que os resultados, ao longo do processo de investigação, permitiram vislumbrar indica- dores propositivos em relação à problemática estudada. No mundo moderno, o universo empresarial apresenta constantes mudanças e transformações socioestruturais. Com a globalização dos negócios e o desenvolvimento tecnológico, surge intenso movimento pela qualidade e produtividade. Nesse sentido, as organizações passam a acreditar que o grande diferencial, capaz de oferecer van- tagem competitiva, são as pessoas. São elas que geram e fortalecem a inovação da empresa, passando a ser valori- zadas e estimuladas. A partir dessa concepção, a atual Gestão de Pessoas tem sido considerada como responsá- vel pelo sucesso organizacional. Nesse contexto, o profissional de Serviço Social nas empresas, desenvolve atividades e papéis diferenciados em relação às demandas postas historicamente. A investigação realizada possibilitou reflexões acer- ca da prática e do perfil dos assistentes sociais que ocupam cargos de gerência na gestão de Recursos Hu- manos, levantando algumas considerações. É inquietante para o Serviço Social a cons- tatação de número qua- se insignificante de as- sistentes sociais traba- lhando no universo em- presarial, considerando o complexo industrial e co- mercial da macrorregião de Ribeirão Preto, que representa um dos pólos de desenvolvimento mais importante do es- tado de São Paulo. Os profissionais de Serviço Social, gerentes da área de Recursos Humanos das empresas investigadas, con- firmam a dificuldade que encontraram no cotidiano de tra- balho por falta de capacitação profissional. Apesar da for- mação em Serviço Social ser fundamental e oferecer sub- sídios básicos para o exercício profissional na empresa, houve carência de conhecimentos específicos nessa área. O assistente social, enquanto gerente de Recursos Humanos, destaca-se com características de gestor apre- sentando-se com extraordinária capacidade em orientar a dinâmica da organização na qual está inserido. Orientar a dinâmica empresarial quer dizer utilizar os recursos exis- tentes da melhor forma, a fim de contribuir para que a organização consiga realizar a sua missão, incluindo aí melhorias na qualidade de vida do corpo de pessoas que fazem parte integrante da empresa. Essa missão não representa unicamente os interesses dos proprietários ou acionistas, significa também atender as necessidades e expectativas das pessoas internas e externas à organização. É papel fundamental à prática da gerência a responsabilidade em divulgar a missão organizacional a todos que fazem parte dela e buscar sinergia para atingir os objetivos propostos. Para desem- penhar bem esse papel o gerente deve ter visão crítica, ampla e global, do universo empresarial. Planejamento, organização, direção e controle são as funções essenciais do gerente. Tais funções envolvem ações para determi- nar objetivos e prazos, agrupar pessoas e recursos, con- duzir e motivar pessoas e tomar medidas de avaliação, correção e mudanças. Os assistentes sociais, gerentes de Recursos Humanos, desempenham as funções previstas pelo planejamento es- tratégico, isto é, um planejamento voltado à ação global, a longo, médio e curto prazos, não só da área de Gestão de Pessoas, mas da empresa como um todo. Assumem a or- ganização, direção e controle das políticas e diretrizes que norteiam as práticas de gestão de pessoas e que determi- nam os caminhos a serem percorridos pela organização. Para assumir tais responsabilidades, esses profissio- nais se prepararam através de cursos de capacitação, adquirindo conhecimen- tos específicos da área administrativa, indepen- dentemente de alcançar a confiança do empresá- rio. Essa conquista, fru- to da persistência e do interesse desses profis- sionais em buscar o novo, é também fruto da necessidade em adquirir amplos conhecimentos, flexibilidade, e saber ofe- recer respostas às diver- sas situações complexas e contraditórias, advindas dos processos de mudanças. Na empresa moderna, os gerentes de Recursos Hu- manos estão presentes em todos os setores, em todos os níveis hierárquicos da organização, circulam entre todas 'LDQWH GHVVH QRYR FRQWH[WR GD'LDQWH GHVVH QRYR FRQWH[WR GD'LDQWH GHVVH QRYR FRQWH[WR GD'LDQWH GHVVH QRYR FRQWH[WR GD'LDQWH GHVVH QRYR FRQWH[WR GD SUiWLFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QDSUiWLFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QDSUiWLFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QDSUiWLFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QDSUiWLFD GR 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD VXUJH XPD SHUJXQWDHPSUHVD VXUJH XPD SHUJXQWDHPSUHVD VXUJH XPD SHUJXQWDHPSUHVD VXUJH XPD SHUJXQWDHPSUHVD VXUJH XPD SHUJXQWD HVVH SURILVVLRQDO p XP DVVLVWHQWHHVVH SURILVVLRQDO p XP DVVLVWHQWHHVVH SURILVVLRQDO p XP DVVLVWHQWHHVVH SURILVVLRQDO p XP DVVLVWHQWHHVVH SURILVVLRQDO p XP DVVLVWHQWH VRFLDO RX XP DGPLQLVWUDGRU"VRFLDO RX XP DGPLQLVWUDGRU"VRFLDO RX XP DGPLQLVWUDGRU"VRFLDO RX XP DGPLQLVWUDGRU"VRFLDO RX XP DGPLQLVWUDGRU"
  • 11. .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& 6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD6HUYLoR 6RFLDO QD HPSUHVD as coordenações, desde a alta administração até os níveis operacionais, estabelecendo relação de confiança, trans- parência, solidariedade, equilíbrio e bom senso, sem dei- xar de lado o processo racional como base de sua forma- ção ética e política. O assistente social nessa posição assume novas atri- buições diante daquelas tradicionais e inerentes à gênese do Serviço Social na empresa. Apresenta-se com respon- sabilidade para conquistar novos espaços e comprova a natureza, competência e habilidade do Serviço Social na gestão socioestrutural, como base de sua formação técni- co-operativa. Diante desse novo contexto da prática do Serviço So- cial na empresa surge uma pergunta: esse profissional é um assistente social ou um administrador? Os resultados dessa investigação revelam que esse pro- fissional faz prevalecer sua formação de origem, mesmo porque ela está muito presente no modo de pensar, agir e operacionalizar, tanto a elaboração de políticas que favore- çam os beneficiários do universo empresarial como a exe- cução de atividades inerentes à estrutura organizacional. Mudam as responsabilidades, mudam as estratégias de ação, mas todo assistente social é um gestor de políti- cas, de programas, de projetos e de pessoas, seja na área da Assistência Social, da Educação, da Saúde, da Habita- ção como na de Recursos Humanos. Compreender essa situação como perda da identidade significa concordar com a eliminação do espaço ocupacional do Serviço Social nas empresas. Significa aceitar a morte prematura do Serviço Social nesse uni- verso. Superar essa visão é reconhecer que os assisten- tes sociais precisam olhar para além das fronteiras das atividades rotineiras, dos limites impostos pela formação, dos desafios e dificuldades advindos dos processos de mudanças, tanto no que diz respeito à segmentação das disciplinas que compõem os currículos dos cursos de Ser- viço Social, quanto da própria divisão social do trabalho que traduz a racionalidade administrativa, visando identi- ficar novas possibilidades de ação profissional. O alicerce construído pela formação acadêmica em Serviço Social é a base fundamental para o exercício pro- fissional dos assistentes sociais, gerentes de Recursos Humanos que, além da habilidade especial em lidar e res- peitar as pessoas, capacitam-se com criticidade para in- terpretar os fenômenos sociais, políticos e econômicos, internos e externos ao ambiente organizacional. Essa ca- pacidade de leitura crítica da realidade não é privilégio de qualquer profissão, mas são princípios norteadores da prá- tica profissional dos assistentes sociais. Dessa forma, esses profissionais reconhecem suas fra- gilidades e buscam complementação e inovação. Essa busca constante por capacitação profissional, acrescida das experiências adquiridas no cotidiano de trabalho, enfrentamento de contradições, mutações e, principalmen- te, aliado à formação profissional em Serviço Social, ga- rante a habilidade dos assistentes sociais em gerenciar pessoas, trabalhar com as diferenças, ter visão e ação estratégica, capacidade de integrar e negociar, enfim, ha- bilidades para o planejamento, organização, direção, ava- liação e controle. Estas são as principais características exigidas pelo atual mercado de trabalho à gestão de Re- cursos Humanos das empresas. Ao término dessa investigação, longe de dar por aca- badas estas reflexões sobre o Serviço Social nas empre- sas, fica a esperança de que outros estudos, outras pes- quisas disponibilizem novos caminhos de argumentação crítica e construção científica sobre este campo de traba- lho, parte integrante do cenário capitalista brasileiro. Recebido em 15.05.2005. Aprovado em 19.07.2005. 5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV5HIHUrQFLDV DRUCKER, P. Fator humano e desempenho: o melhor de Peter Drucker sobre administração. 2. ed, São Paulo: Pioneira, 1981. GIL,A. C. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1994. GRUPO OPERACIONALDE SERVIÇO SOCIAL(GOSSE). O profissional de Serviço Social na empresa: um estudo exploratório. Revista Serviço Social & Sociedade, São Paulo: Cortez, n.35, p. 36-54, abr. 1991. INFESTAS GIL, A. Sociologia de la empresa. 2. ed, Salamanca: Amarú, 1993. OLIVEIRA, S. L. Sociologia das organizações: uma análise do homem e das empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PIZZO, A. L. V. A mentalidade do empresário calçadista francano: existe espaço para o Serviço Social? 1999. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Universidade Estadual Paulista, Franca, 1999. RICO, E. de M. Teoria do Serviço Social de empresa: objeto e objetivos. São Paulo: Cortez, 1982. 1RWDV1RWDV1RWDV1RWDV1RWDV 1 Durante o processo de investigação de campo foi solicitado e obtido o consentimento e a aprovação dos envolvidos na pesquisa para fazerem parte deste estudo como sujeitos. Somente depois desse consentimento e
  • 12. 0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD0DULD -RVp GH 2OLYHLUD /LPD HHHHH &ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF&ODXGLD 0DULD 'DKHU &RVDF .$.$.$.$.$7»/7»/7»/7»/7»/<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y<6,6 Y Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6&Q MXO GH] )ORULDQySROLV 6& aprovação, a coleta de dados foi iniciada através de entrevistas (onde as falas foram gravadas) e observações simples. 2 Grupo de Assistentes Sociais de Empresa de Franca (GASEF) com atuação efetiva nessa cidade entre os anos de 1984 a 1992. 3 Serviço Social da Indústria (SESI); Serviço Social do Comércio (SESC); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). 4 Conforme orientação da UNESP – Campus de Franca, os Cursos de Aperfeiçoamento são aqueles com carga horária de 360 horas, com finalidade de atualizar, melhorar conhecimentos e técnicas de trabalho profissional. 5 Nos Cursos de Especialização, seguindo a mesma fonte acima, também é exigida a carga horária de 360 horas, com objetivo de formar recursos humanos e aprimorar conhecimentos em setores de atividades acadêmicas e profissionais específicas. Maria José de Oliveira Lima moliveiralima@terra.com.br Claudia Maria Daher Cosac claudiacosac@terra.com.br Universidade Estadual Paulista Faculdade de Direito, História e Serviço Social Rua Major Claudiano, 1488 – Centro Franca – São Paulo CEP: 14400-690