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Público Alvo: 8º Ano
Aline Cristina Meira Bitencourt Lopes
Giselda Freire
Luciane Cazarine
Valdirene da Silva de Oliveira
 Trabalhar o gênero textual crônica;
 Especificar suas características, tais como:
Espaço;
Personagem;
Foco Narrativo;
Tempo verbal;
Conflito;
Desfecho;
 Analisar a maneira de como o narrador intervém na
progressão dos fatos;
 Analisar autores (biografias);
 Coletar informações sobre os títulos do texto;
 Informações explícitas e implícitas nos textos;
 Inferências – Relação entre título e texto;
 Discurso;
 Verbos;
 Pontuação;
 Conjunções;
 Expressões típicas da crônica (cotidiano);
 Intertextualidade (definição e exemplos);
 Antecipar as expectativas nos textos;
 Identificar o tema a partir da leitura global dos textos;
 Identificar as palavras chaves;
 Identificar pistas linguísticas e responsáveis pela
progressão temática;
 Construir sentido e significado para o tema;
 Confirmação das hipóteses;
 De 04 à 08 aulas;
(Podendo alterar se necessário)
 Analisar o conhecimento prévio dos educando
quanto a crônica e ampliar essa habilidade fazendo
trabalho de leitura e de escrita sobre os textos
propostos.É importante que o professor inicie a aula
pela discussão oral fazendo levantamento de
hipóteses provocando um debate em sala baseado
nas seguintes questões:
 Você sabe o que é uma crônica?
 Você já leu alguma crônica? Qual?
 Quem era o autor?
 Você conhece algum cronista brasileiro? Qual?
 Em que lugar as crônicas são vinculadas?
 Você afirmaria que crônica e conto são do mesmo
gênero literário? Porque?
 É importante nesse momento o professor abordar as
características específicas da crônica: Espaço, Tempo,
Personagem, Foco narrativo, Conflito, Clímax e
Desfecho. Fazer a apreensão sobre o gênero para
analisar a maneira de como o narrador intervém na
progressão dos fatos.
 É interessante que o professor chame a atenção dos
alunos para o fato de como o Conflito e o Desfecho
geralmente são vistos nesse gênero literário.
 Antes de fazer a leitura o professor pode organizar a
sala em círculo e fazer um levantamento de hipóteses
com o título do primeiro texto “Pausa” de Moacyr
Scliar, abordando as seguintes questões:
 Você sabe o que significa na integra a palavra Pausa?
( Deixar que todos falem).
 Qual será o assunto que este texto tratará?
 De que Pausa o autor vai abordar no texto?
(Incentivar sempre a participação dos alunos)
 O professor pode também aproveitar o momento para
questionar sobre o autor com o alunos fazendo as
seguintes questões:
 Você conhece Moacyr Scliar?
 Você já ouviu algo sobre ele? O que ?
 Você já leu algum texto dele? qual? Comente?
(Após o debate e confirmação das hipóteses levantadas
pelos alunos, o professor apresenta a biografia do autor).
Escritor e médico, Moacyr Jaime
Scliar nasceu no dia 23 de março de
1937, no bairro do Bom Fim, Porto
Alegre, e faleceu no dia 27 de
fevereiro de 2011, aos 73 anos de
idade. Em toda sua vida trabalhou
como médico e escritor e publicou
cerca de 80 livros. Moacyr Scliar era
casado com Judith, com teve um único
filho. Scliar era descendente de russo,
seus pais eram da Bessarábia e
chegaram no Brasil em 1904.
Scliar se formou em Medicina pela UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul), tornou-
se especialista em Saúde Pública, concluiu doutorado
em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública.
Em 1962, lançou o seu primeiro livro, "Histórias
de médico em formação", composto por contos
inspirados em suas experiências de estudante. Em
1968, publicou "O carnaval dos animais", sua
primeira obra verdadeiramente literária.
Dentre suas obras destacam-se “O Exército de um
homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e
“O centauro no jardim”.
Escreveu artigos para os jornais Zero Hora e Folha
de São Paulo. Foi eleito como membro da ABL
(Academia Brasileira de Letras) no ano de 2003.
Recebeu o prêmio Jabuti três vezes.
O primeiro prêmio Jabuti foi recebido em 1988,
pela obra "O Olho Enigmático"; em 1993, recebeu o
segundo, pela obra "Sonhos Tropicais", ambos na
categoria melhor romance; e, em 2009, com a obra
"Manual da Paixão Solitária", na categoria de livro
do ano.
Em 1980, já havia recebido o prêmio de literatura
da APCA, pela obra “O Centauro no Jardim”.
Em seus livros há sempre a abordagem de temas
médicos, sociais e sobre o judaísmo no Brasil. Seus
livros foram traduzidos para doze idiomas.
Como médico alcançou destaque a partir de 1969,
assumindo os cargos de chefe da equipe de Educação
em Saúde da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul
e como diretor do Departamento de Saúde Pública.
Apesar de sua intensa atividade literária, era um
autor que escrevia muito, conseguiu encontrar tempo
para cursar pós-graduação em medicina comunitária
em Israel.
Em 2002, concluiu doutorado em Saúde Pública
pela Escola Nacional de Saúde Pública, o título de sua
tese foi "Da Bíblia à Psicanálise: Saúde, Doença e
Medicina na Cultura Judaica".
A relatar a imigração judaica no Brasil, a obra “O
Centauro no Jardim” foi considerado como um dos
melhores livros sobre o tema nos últimos tempos pelo
National Yiddish Book Center. O escritor faleceu no
dia 27 de fevereiro, no Hospital de Clínicas em Porto
Alegre, vítima de um AVC (acidente vascular
cerebral), o falecimento foi em decorrência de falência
múltipla dos órgãos.
 Fontes:
g1.globo.com
1.folha.uol.com.br
entretenimento.uol.com.br
 Terminado o estudo da biografia do autor,o educador
pode distribuir para a classe cópias do texto “Pausa” ( ou
se preferir pode seguir a leitura no data show) e pedir
para os alunos que em individual façam uma primeira
leitura em silêncio. Depois desta etapa será solicitada aos
mesmos uma leitura compartilhada do texto.
 O professor deve incentivar sempre a participação do
aluno na leitura ,porém sempre respeitando o limite na
individualidade de cada um.
Pausa
Moacyr Scliar
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou
da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se.
Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha,
preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,
bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte
calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora
recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O
conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo - observou a mulher com
azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório - disse o marido,
secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à
carga.
Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel
tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao
longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças
atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta.
Como pacote de sanduíches debaixo do braço,
caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com
as chaves do carro no balcão, acordando um
homenzinho que dormia sentado numa poltrona
rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de
pé:
— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom
este, não é? A gente...
— Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre.
— Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao
chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre
floreado, olharam-no com curiosidade:
— Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
Ofegante , Samuel entrou no quarto e fechou a porta à
chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um
guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água,
sobre um tripé.
Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um
despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de
cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho
franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos,
afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches.
Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os
olhos. Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a
mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando,
os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um
círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície
imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto
abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do
ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e
resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor
lancinante nas costas.
Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara
de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado
de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de
um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da
cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e
saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
— Já vai, seu Isidoro?
— Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o
troco em silêncio.
— Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
— Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a
noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem,
rindo.
Samuel saiu.
-
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante,
ficou olhando os guindastes recortados contra o céu
avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
Após fazer a leitura compartilhada o professor retoma o
bate papo com a classe fazendo uma análise superficial do
texto abordando informações implícitas e explícitas presentes
no texto com as seguintes questões:
 Vocês gostaram do texto? Já leram ele alguma vez?
 O texto satisfez as suas expectativa?
 Qual é o tema que se trata no texto?
 Qual o objetivo desta crônica?
 Esta crônica chama a atenção do leitor?
 A crônica é interessante? Por quê?
 Existe alguma relação entre a situação vivida pelo
personagem e as família de hoje em dia?
(O professor deve deixar os alunos a vontade para expor
as ideias, sempre mediando para que todos participem.
Não se esquecer de sempre confirmar as hipóteses dos
alunos).
 Durante a leitura o aluno geralmente tem dificuldade em
compreender algumas palavras presentes no texto. E este é o
momento exato para que o professor possa trabalhar
vocabulário fazendo uso do dicionário. (Atenção este trabalho
pode ser realizado em dupla.É importante que o professor
tenha selecionado algumas palavras que pareça incomum para
o dia - a - dia dos alunos).
 É momento também para que o professor chame a atenção
dos alunos quanto ao tempo verbal, repetição de palavras (no
caso o nome Samuel se repete várias vezes) Discurso e
conjunções presentes no texto. Sempre perguntando:
 Que tempo verbal se faz no texto?
Que palavras poderiam ser usadas para substituir o
nome Samuel?
Vocês sabem que tipo de discurso predomina o texto,
Direto ou Indireto? Justifique. (é esperado que os alunos
saibam sobre tipos de discurso).
Você sabe que dia da semana o homem costumava sair
de casa?
 Terminada a primeira análise e confirmadas todas as
hipóteses feitas pelos estudantes o professor convida os alunos
a conhecerem um outro texto. (Fazer um levantamento de
hipóteses com o título do segundo texto “O casamento” de
Luís Fernando Veríssimo, abordando as seguintes questões:
 Você sabe o significado da palavra casamento? ( Deixar que
todos falem)
 Que tipo de casamento que o autor vai tratar nesse texto? (feliz
ou infeliz)
 Você conhece o autor desse texto “Luís Fernando Veríssimo”?
 Você já leu algum texto dele? Qual?
 Será que este texto terá alguma ligação com o primeiro texto?
Explique.
(Deixar que os alunos comentem, pedir aos estudantes que
façam primeiramente a leitura individual e em seguida a
leitura compartilhada para se confirmar todas as hipóteses
levantadas por eles).
Após essa conversa o professor pode apresentar também a
biografia do autor.
Escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo (1936) é
escritor brasileiro. Famoso por suas crônicas e contos de
humor. É também jornalista, tradutor, roteirista de programas
para televisão e músico. É filho do escritor Érico Veríssimo e
de Mafalda Halfen Volpe.(1936) nasceu em Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, no dia 26 de setembro de 1936.
Em 1941 sua família foi morar nos Estados Unidos, onde
fez o curso primário em São Francisco e Los Angeles. Fez o
curso secundário no Roosevelt High School, em Washington.
Desenvolveu o gosto pelo Jazz, chegando a ter aulas de
saxofone.
Em 1956, de volta ao Brasil, retornou para Porto Alegre,
onde começou a trabalhar na Editora Globo, no departamento
de arte. Em 1960 passou a integrar o conjunto musical Renato
e seu Sexteto. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou
como tradutor e redator publicitário.
Em 1963 casou-se com a carioca Lúcia Helena Massa ,
com quem teve três filhos.
Em 1967, voltou para Porto Alegre, ingressou no jornal
Zero Hora, trabalhando como revisor de textos. A partir de
1969 passou a assinar sua própria coluna diária.
Entre 1970 e 1975 trabalhou no jornal Folha da Manhã,
escrevendo sobre esporte, música, cinema, literatura e política.
Seus contos eram sempre bem humorados. Em 1973 publicou
"O Popular", uma coletânea de textos já publicados nos jornais
onde trabalhava.
No dia 21 de novembro de 2012, o escritor foi internado
no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, em
consequência do agravamento de uma gripe do tipo influenza
A.
Durante 24 dias de internação, 12 foram passados na UTI.
Já recuperado, recebeu alta no dia 14 de dezembro. No dia 3
de janeiro, escreve sua primeira coluna para o jornal Estado de
São Paulo.Em 1975 retornou ao jornal Zero Hora e passou a
escrever para o Jornal do Brasil. Nesse mesmo ano publicou
"A Grande Mulher Nua".
 Obras de Luis Fernando Veríssimo:
O Popular (1973)
As Cobras (1975)
Ed Mort e outras Histórias (1979)
Sexo na Cabeça (1980)
O Analista de Bagé (1981)
A Velhinha de Taubaté (1983)
O Jardim do Diabo (1987)
Comédias da vida Privada (1994)
Comédias da Vida Pública (1996)
Histórias de Humor (1998)
O Clube dos Anjos (1999)
As Mentiras que os Homens Contam (2000)
Borges e os Orangotangos Eternos (2000).
 Fonte:
biografia.ahistoria.com.br
O Casamento
Luís Fernando Veríssimo
Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento
durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante,
com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom
companheirismo. Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas. Nós
também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e
a minha em São Paulo.
Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre
acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir
no nosso aniversário de casamento. ‘Em algum lugar que eu não
tenha ido há muito tempo!’ ela disse. Então eu sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai
às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira
elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse:
“Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra
sentar”. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o
divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com
o casamento.Eu me casei com a “Sra. Certa”. Só não sabia que
o primeiro nome dela era “Sempre”. Já faz 18 meses que não
falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: “O que tem na TV?” E eu disse “Poeira”.
No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele
criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher.
Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo
tiveram mais descanso.
“Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha
mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria
consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para
cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma
coisa mais importante pra mim.Finalmente ela pensou num
jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa,
encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com
uma tesourinha de costura.
Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei
bastante e depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e
lhe entreguei.’
- Quando você terminar de cortar a grama,’ eu disse, ‘você
pode também varrer a calçada.’
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos
dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da
vida’. O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual
uma está sempre certa e a outra é o marido…
 Depois da leitura compartilhada e ver o vídeo, o professor
deve fazer com os alunos a compreensão do texto, abordando-
os com as seguintes questões:
 O texto que acabamos de ler superou suas expectativas?
 Qual o objetivo deste texto?
 De qual texto vocês mais gostaram? Porque?
 Qual texto apresenta senso de humor? Fale sobre esse
humor.
 O que os textos têm em comum? Pode se dizer que há
intertextualidade entre os dois textos e o vídeo?
(O professor nesse momento explica o termo Intertextualidade e
em seguida apresenta o vídeo “Exemplos de
intertextualidade”).
Intertextualidade acontece quando há uma referência
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura,
filme, novela, etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra
ocorre a intertextualidade. Evidentemente esse fenômeno está
ligada ao “conhecimento de mundo” que deve ser
compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de
textos.
 Para apresentar esse trabalho será necessário os seguintes
recursos:
 Textos impressos;
 Recursos áudio visuais - Data show;
 Dicionários de Língua Portuguesa;
 Atividades impressas;
Essa atividade pode ser realizada em dupla.
Atividade de Interpretação
1- Responda no caderno as seguintes questões:
a) Retire do texto “Pausa”, frases ou expressões que indicam as
saídas frequentes de Samuel.
b) Como era o relacionamento do casal do primeiro texto?
Descreva –o.
c) Escreva qual é a relação entre o título e o texto:
 No primeiro texto=
 No segundo texto=
d) Qual a relação de sentido entre o vídeo “Casal discutindo a
relação e os dois textos?
e) Retire do texto “O casamento” expressões que dá referencia
de humor.
2- Observe no texto “Pausa” o seguinte trecho:
“Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta á chave”
 Os verbos destacados dão a ideia de que as ações:
a) ( ) estão completamente acabadas;
b) ( ) eram rotineiras e, portanto, repetiam-se por muitas vezes;
c) ( ) não se realizaram ainda, mas podem se realizar;
3- No período:
“Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo
luminoso no chão carcomido”
Os verbos em destaques encontram-se no tempo verbal:
a) ( ) pretérito perfeito
b) ( ) pretérito mais-que-perfeito
c) ( ) pretérito imperfeito
d) ( ) futuro do pretérito
4- No texto “Pausa” predomina a tipologia textual
a) ( ) descritiva
b) ( ) dissertativa/argumentativa
c) ( ) narrativa
5- No trecho “Ah seu Isidoro! Chegou mais sedo hoje.
Friozinho bom este, não é? A gente ...” O verbo destacado dá
ideia de que:
a) ( ) Samuel repetia todos os dias essa mesma rotina
b) ( ) Samuel repetiu uma única vez essa atitude
c) ( ) Samuel tinha feito há muito tempo atrás essa rotina
6- O que o autor quis transmitir ao escrever o trecho?
“Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches”
7- No antepenúltimo parágrafo do texto “Pausa” foi empregada a
palavra mas. Qual o sentido dessa conjunção nesse trecho?
Explique.
A produção será feita individualmente. Pondo em prática os
conteúdos estudados, o aluno deverá relatar, de forma breve, um
acontecimento simples da vida diária, observando as
características estudadas e selecionando os recursos linguísticos
adequados à situação comunicativa. Os estudantes deverão
escolher a melhor crônica de seus respectivos grupos para ser lida
oralmente na sala.
Duas delas serão eleitas pelo grupo como as melhores e irão
para a publicação num jornal da região. Os demais textos serão
expostos no mural da escola. Para tanto, deve-se planejar a escrita
do texto, considerando sua finalidade – buscar nos
acontecimentos diários a temática, envolver se neles e descobrir
suas belezas – e o leitor que quer atingir (professores, alunos e
comunidade).
O professor deve fazer a correção e revisão das
crônicas para que o aluno possa fazer a produção da versão
final das crônicas.
Os alunos serão avaliados desde o início da atividade:
leitura, produção e divulgação do trabalho. O professor deverá
frequentemente observar o interesse, a participação e
principalmente o envolvimento dos alunos durante todo o
processo de leitura e produção. O professor pode usar os
seguintes questões como critérios para avaliar o
desenvolvimento das habilidades adquiridas pelos alunos
durante o trabalho:
 O aluno identifica o tema e a ideia principal do texto?
 O aluno identifica e recupera as informações literais no texto?
 Compreende conteúdos não explícitos, que envolvem
inferência e integração de segmento de texto?
 Sintetiza de modo coerente o texto lido?
 Avalia criticamente o texto lido?
 Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para Educação
Básica do Estado de São Paulo.
 Sites:
www.revistaescola.abril.com.br › ... › Língua escrita › Leitura
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/213
www.infoescola.com

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  • 2.
  • 3.  Trabalhar o gênero textual crônica;  Especificar suas características, tais como: Espaço; Personagem; Foco Narrativo; Tempo verbal; Conflito; Desfecho;  Analisar a maneira de como o narrador intervém na progressão dos fatos;  Analisar autores (biografias);  Coletar informações sobre os títulos do texto;
  • 4.  Informações explícitas e implícitas nos textos;  Inferências – Relação entre título e texto;  Discurso;  Verbos;  Pontuação;  Conjunções;  Expressões típicas da crônica (cotidiano);  Intertextualidade (definição e exemplos);
  • 5.  Antecipar as expectativas nos textos;  Identificar o tema a partir da leitura global dos textos;  Identificar as palavras chaves;  Identificar pistas linguísticas e responsáveis pela progressão temática;  Construir sentido e significado para o tema;  Confirmação das hipóteses;
  • 6.  De 04 à 08 aulas; (Podendo alterar se necessário)
  • 7.  Analisar o conhecimento prévio dos educando quanto a crônica e ampliar essa habilidade fazendo trabalho de leitura e de escrita sobre os textos propostos.É importante que o professor inicie a aula pela discussão oral fazendo levantamento de hipóteses provocando um debate em sala baseado nas seguintes questões:  Você sabe o que é uma crônica?  Você já leu alguma crônica? Qual?
  • 8.  Quem era o autor?  Você conhece algum cronista brasileiro? Qual?  Em que lugar as crônicas são vinculadas?  Você afirmaria que crônica e conto são do mesmo gênero literário? Porque?  É importante nesse momento o professor abordar as características específicas da crônica: Espaço, Tempo, Personagem, Foco narrativo, Conflito, Clímax e Desfecho. Fazer a apreensão sobre o gênero para analisar a maneira de como o narrador intervém na progressão dos fatos.
  • 9.  É interessante que o professor chame a atenção dos alunos para o fato de como o Conflito e o Desfecho geralmente são vistos nesse gênero literário.  Antes de fazer a leitura o professor pode organizar a sala em círculo e fazer um levantamento de hipóteses com o título do primeiro texto “Pausa” de Moacyr Scliar, abordando as seguintes questões:  Você sabe o que significa na integra a palavra Pausa? ( Deixar que todos falem).
  • 10.  Qual será o assunto que este texto tratará?  De que Pausa o autor vai abordar no texto? (Incentivar sempre a participação dos alunos)  O professor pode também aproveitar o momento para questionar sobre o autor com o alunos fazendo as seguintes questões:  Você conhece Moacyr Scliar?  Você já ouviu algo sobre ele? O que ?  Você já leu algum texto dele? qual? Comente? (Após o debate e confirmação das hipóteses levantadas pelos alunos, o professor apresenta a biografia do autor).
  • 11. Escritor e médico, Moacyr Jaime Scliar nasceu no dia 23 de março de 1937, no bairro do Bom Fim, Porto Alegre, e faleceu no dia 27 de fevereiro de 2011, aos 73 anos de idade. Em toda sua vida trabalhou como médico e escritor e publicou cerca de 80 livros. Moacyr Scliar era casado com Judith, com teve um único filho. Scliar era descendente de russo, seus pais eram da Bessarábia e chegaram no Brasil em 1904.
  • 12. Scliar se formou em Medicina pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), tornou- se especialista em Saúde Pública, concluiu doutorado em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Em 1962, lançou o seu primeiro livro, "Histórias de médico em formação", composto por contos inspirados em suas experiências de estudante. Em 1968, publicou "O carnaval dos animais", sua primeira obra verdadeiramente literária. Dentre suas obras destacam-se “O Exército de um homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e “O centauro no jardim”.
  • 13. Escreveu artigos para os jornais Zero Hora e Folha de São Paulo. Foi eleito como membro da ABL (Academia Brasileira de Letras) no ano de 2003. Recebeu o prêmio Jabuti três vezes. O primeiro prêmio Jabuti foi recebido em 1988, pela obra "O Olho Enigmático"; em 1993, recebeu o segundo, pela obra "Sonhos Tropicais", ambos na categoria melhor romance; e, em 2009, com a obra "Manual da Paixão Solitária", na categoria de livro do ano. Em 1980, já havia recebido o prêmio de literatura da APCA, pela obra “O Centauro no Jardim”.
  • 14. Em seus livros há sempre a abordagem de temas médicos, sociais e sobre o judaísmo no Brasil. Seus livros foram traduzidos para doze idiomas. Como médico alcançou destaque a partir de 1969, assumindo os cargos de chefe da equipe de Educação em Saúde da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul e como diretor do Departamento de Saúde Pública. Apesar de sua intensa atividade literária, era um autor que escrevia muito, conseguiu encontrar tempo para cursar pós-graduação em medicina comunitária em Israel.
  • 15. Em 2002, concluiu doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, o título de sua tese foi "Da Bíblia à Psicanálise: Saúde, Doença e Medicina na Cultura Judaica". A relatar a imigração judaica no Brasil, a obra “O Centauro no Jardim” foi considerado como um dos melhores livros sobre o tema nos últimos tempos pelo National Yiddish Book Center. O escritor faleceu no dia 27 de fevereiro, no Hospital de Clínicas em Porto Alegre, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral), o falecimento foi em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
  • 17.  Terminado o estudo da biografia do autor,o educador pode distribuir para a classe cópias do texto “Pausa” ( ou se preferir pode seguir a leitura no data show) e pedir para os alunos que em individual façam uma primeira leitura em silêncio. Depois desta etapa será solicitada aos mesmos uma leitura compartilhada do texto.  O professor deve incentivar sempre a participação do aluno na leitura ,porém sempre respeitando o limite na individualidade de cada um.
  • 18. Pausa Moacyr Scliar Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando: — Vais sair de novo, Samuel?
  • 19. Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura. — Todos os domingos tu sais cedo - observou a mulher com azedume na voz. — Temos muito trabalho no escritório - disse o marido, secamente. Ela olhou os sanduíches: — Por que não vens almoçar? — Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche. A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
  • 20. — Volto de noite. As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
  • 21. — Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente... — Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel. Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave. Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade: — Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto. Ofegante , Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé.
  • 22. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira. Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos. Dormir. Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
  • 23. Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido. Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
  • 24. Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista. — Já vai, seu Isidoro? — Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio. — Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente. — Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía. — O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo. Samuel saiu. -
  • 25. Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
  • 26. Após fazer a leitura compartilhada o professor retoma o bate papo com a classe fazendo uma análise superficial do texto abordando informações implícitas e explícitas presentes no texto com as seguintes questões:  Vocês gostaram do texto? Já leram ele alguma vez?  O texto satisfez as suas expectativa?  Qual é o tema que se trata no texto?  Qual o objetivo desta crônica?  Esta crônica chama a atenção do leitor?  A crônica é interessante? Por quê?  Existe alguma relação entre a situação vivida pelo personagem e as família de hoje em dia? (O professor deve deixar os alunos a vontade para expor as ideias, sempre mediando para que todos participem. Não se esquecer de sempre confirmar as hipóteses dos alunos).
  • 27.  Durante a leitura o aluno geralmente tem dificuldade em compreender algumas palavras presentes no texto. E este é o momento exato para que o professor possa trabalhar vocabulário fazendo uso do dicionário. (Atenção este trabalho pode ser realizado em dupla.É importante que o professor tenha selecionado algumas palavras que pareça incomum para o dia - a - dia dos alunos).  É momento também para que o professor chame a atenção dos alunos quanto ao tempo verbal, repetição de palavras (no caso o nome Samuel se repete várias vezes) Discurso e conjunções presentes no texto. Sempre perguntando:  Que tempo verbal se faz no texto?
  • 28. Que palavras poderiam ser usadas para substituir o nome Samuel? Vocês sabem que tipo de discurso predomina o texto, Direto ou Indireto? Justifique. (é esperado que os alunos saibam sobre tipos de discurso). Você sabe que dia da semana o homem costumava sair de casa?  Terminada a primeira análise e confirmadas todas as hipóteses feitas pelos estudantes o professor convida os alunos a conhecerem um outro texto. (Fazer um levantamento de hipóteses com o título do segundo texto “O casamento” de Luís Fernando Veríssimo, abordando as seguintes questões:
  • 29.  Você sabe o significado da palavra casamento? ( Deixar que todos falem)  Que tipo de casamento que o autor vai tratar nesse texto? (feliz ou infeliz)  Você conhece o autor desse texto “Luís Fernando Veríssimo”?  Você já leu algum texto dele? Qual?  Será que este texto terá alguma ligação com o primeiro texto? Explique. (Deixar que os alunos comentem, pedir aos estudantes que façam primeiramente a leitura individual e em seguida a leitura compartilhada para se confirmar todas as hipóteses levantadas por eles). Após essa conversa o professor pode apresentar também a biografia do autor.
  • 30. Escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo (1936) é escritor brasileiro. Famoso por suas crônicas e contos de humor. É também jornalista, tradutor, roteirista de programas para televisão e músico. É filho do escritor Érico Veríssimo e de Mafalda Halfen Volpe.(1936) nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 26 de setembro de 1936.
  • 31. Em 1941 sua família foi morar nos Estados Unidos, onde fez o curso primário em São Francisco e Los Angeles. Fez o curso secundário no Roosevelt High School, em Washington. Desenvolveu o gosto pelo Jazz, chegando a ter aulas de saxofone. Em 1956, de volta ao Brasil, retornou para Porto Alegre, onde começou a trabalhar na Editora Globo, no departamento de arte. Em 1960 passou a integrar o conjunto musical Renato e seu Sexteto. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como tradutor e redator publicitário. Em 1963 casou-se com a carioca Lúcia Helena Massa , com quem teve três filhos. Em 1967, voltou para Porto Alegre, ingressou no jornal Zero Hora, trabalhando como revisor de textos. A partir de 1969 passou a assinar sua própria coluna diária.
  • 32. Entre 1970 e 1975 trabalhou no jornal Folha da Manhã, escrevendo sobre esporte, música, cinema, literatura e política. Seus contos eram sempre bem humorados. Em 1973 publicou "O Popular", uma coletânea de textos já publicados nos jornais onde trabalhava. No dia 21 de novembro de 2012, o escritor foi internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, em consequência do agravamento de uma gripe do tipo influenza A. Durante 24 dias de internação, 12 foram passados na UTI. Já recuperado, recebeu alta no dia 14 de dezembro. No dia 3 de janeiro, escreve sua primeira coluna para o jornal Estado de São Paulo.Em 1975 retornou ao jornal Zero Hora e passou a escrever para o Jornal do Brasil. Nesse mesmo ano publicou "A Grande Mulher Nua".
  • 33.  Obras de Luis Fernando Veríssimo: O Popular (1973) As Cobras (1975) Ed Mort e outras Histórias (1979) Sexo na Cabeça (1980) O Analista de Bagé (1981) A Velhinha de Taubaté (1983) O Jardim do Diabo (1987) Comédias da vida Privada (1994) Comédias da Vida Pública (1996) Histórias de Humor (1998) O Clube dos Anjos (1999) As Mentiras que os Homens Contam (2000) Borges e os Orangotangos Eternos (2000).
  • 35. O Casamento Luís Fernando Veríssimo Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas. Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo. Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. ‘Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!’ ela disse. Então eu sugeri a cozinha.
  • 36. Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse: “Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar”. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica. Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento.Eu me casei com a “Sra. Certa”. Só não sabia que o primeiro nome dela era “Sempre”. Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: “O que tem na TV?” E eu disse “Poeira”. No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher.
  • 37. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso. “Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante pra mim.Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.’
  • 38. - Quando você terminar de cortar a grama,’ eu disse, ‘você pode também varrer a calçada.’ Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida’. O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido…
  • 39.
  • 40.  Depois da leitura compartilhada e ver o vídeo, o professor deve fazer com os alunos a compreensão do texto, abordando- os com as seguintes questões:  O texto que acabamos de ler superou suas expectativas?  Qual o objetivo deste texto?  De qual texto vocês mais gostaram? Porque?  Qual texto apresenta senso de humor? Fale sobre esse humor.  O que os textos têm em comum? Pode se dizer que há intertextualidade entre os dois textos e o vídeo? (O professor nesse momento explica o termo Intertextualidade e em seguida apresenta o vídeo “Exemplos de intertextualidade”).
  • 41. Intertextualidade acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela, etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. Evidentemente esse fenômeno está ligada ao “conhecimento de mundo” que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
  • 42.
  • 43.  Para apresentar esse trabalho será necessário os seguintes recursos:  Textos impressos;  Recursos áudio visuais - Data show;  Dicionários de Língua Portuguesa;  Atividades impressas;
  • 44. Essa atividade pode ser realizada em dupla. Atividade de Interpretação 1- Responda no caderno as seguintes questões: a) Retire do texto “Pausa”, frases ou expressões que indicam as saídas frequentes de Samuel. b) Como era o relacionamento do casal do primeiro texto? Descreva –o.
  • 45. c) Escreva qual é a relação entre o título e o texto:  No primeiro texto=  No segundo texto= d) Qual a relação de sentido entre o vídeo “Casal discutindo a relação e os dois textos? e) Retire do texto “O casamento” expressões que dá referencia de humor.
  • 46. 2- Observe no texto “Pausa” o seguinte trecho: “Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta á chave”  Os verbos destacados dão a ideia de que as ações: a) ( ) estão completamente acabadas; b) ( ) eram rotineiras e, portanto, repetiam-se por muitas vezes; c) ( ) não se realizaram ainda, mas podem se realizar;
  • 47. 3- No período: “Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido” Os verbos em destaques encontram-se no tempo verbal: a) ( ) pretérito perfeito b) ( ) pretérito mais-que-perfeito c) ( ) pretérito imperfeito d) ( ) futuro do pretérito
  • 48. 4- No texto “Pausa” predomina a tipologia textual a) ( ) descritiva b) ( ) dissertativa/argumentativa c) ( ) narrativa 5- No trecho “Ah seu Isidoro! Chegou mais sedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente ...” O verbo destacado dá ideia de que: a) ( ) Samuel repetia todos os dias essa mesma rotina b) ( ) Samuel repetiu uma única vez essa atitude c) ( ) Samuel tinha feito há muito tempo atrás essa rotina
  • 49. 6- O que o autor quis transmitir ao escrever o trecho? “Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches” 7- No antepenúltimo parágrafo do texto “Pausa” foi empregada a palavra mas. Qual o sentido dessa conjunção nesse trecho? Explique.
  • 50. A produção será feita individualmente. Pondo em prática os conteúdos estudados, o aluno deverá relatar, de forma breve, um acontecimento simples da vida diária, observando as características estudadas e selecionando os recursos linguísticos adequados à situação comunicativa. Os estudantes deverão escolher a melhor crônica de seus respectivos grupos para ser lida oralmente na sala. Duas delas serão eleitas pelo grupo como as melhores e irão para a publicação num jornal da região. Os demais textos serão expostos no mural da escola. Para tanto, deve-se planejar a escrita do texto, considerando sua finalidade – buscar nos acontecimentos diários a temática, envolver se neles e descobrir suas belezas – e o leitor que quer atingir (professores, alunos e comunidade).
  • 51. O professor deve fazer a correção e revisão das crônicas para que o aluno possa fazer a produção da versão final das crônicas.
  • 52. Os alunos serão avaliados desde o início da atividade: leitura, produção e divulgação do trabalho. O professor deverá frequentemente observar o interesse, a participação e principalmente o envolvimento dos alunos durante todo o processo de leitura e produção. O professor pode usar os seguintes questões como critérios para avaliar o desenvolvimento das habilidades adquiridas pelos alunos durante o trabalho:  O aluno identifica o tema e a ideia principal do texto?  O aluno identifica e recupera as informações literais no texto?  Compreende conteúdos não explícitos, que envolvem inferência e integração de segmento de texto?  Sintetiza de modo coerente o texto lido?  Avalia criticamente o texto lido?
  • 53.  Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para Educação Básica do Estado de São Paulo.  Sites: www.revistaescola.abril.com.br › ... › Língua escrita › Leitura www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/213 www.infoescola.com