1. O programa da sexta edição do Colóquio Nacional da Produção de Pequenos Frutos está completo, com comunicações sobre as principais culturas e temas transversais.
2. O INIAV e a Berrysmart assinaram um protocolo para desenvolver tecnologias de produção de mirtilo.
3. Foi lançado um livro sobre a cultura do morango no VI Colóquio Nacional da Produção de Pequenos Frutos.
Assuntos de Interesse é uma publicação do site da Abeaa - Associação Bandeirante de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos, que reúne matérias relacionadas a essas áreas.
O documento descreve as atividades e importância das fundações de pesquisa agropecuária no Brasil. Essas instituições realizam pesquisas regionais para validar técnicas e tecnologias para as realidades locais, o que é fundamental para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Elas testam cultivares, defensivos e fertilizantes, entre outras coisas, para fornecer recomendações técnicas aos produtores rurais. Exemplos de fundações citadas são a Fundação MT, a Fundação Meridional e a Fundação
Nova edição da Revista de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pec...Rural Pecuária
1. O artigo analisa desafios e propostas para a política agrícola do agronegócio do café no Brasil.
2. Problemas como flutuações de preços, mudanças climáticas e crescimento de outros países no mercado são discutidos.
3. Propostas para atender demandas creditícias, armazenagem da safra, pesquisa de novos produtos e marketing do café são analisadas.
1) O documento apresenta uma entrevista com Gerhard Prante, presidente mundial da Agrevo, sobre as atividades da empresa, especialmente na área de biotecnologia de plantas. 2) Prante discute o interesse da Agrevo em estabelecer parcerias com empresas brasileiras de biotecnologia, como a Embrapa, e a possibilidade de comercializar produtos biotecnológicos no mercado brasileiro. 3) Ele também aborda os benefícios das novas leis brasileiras de proteção intelectual para a
1) O artigo analisa o processo de descascar café verde e compara os resultados econômico-financeiros da produção de café verde descascado com o processamento natural.
2) O descascar do café verde surgiu como forma de minimizar problemas na colheita e preparo, permitindo maior flexibilidade no processo e qualidade superior do produto final.
3) A análise comparativa visa demonstrar se o processamento de café verde descascado é economicamente viável para os produtores.
O documento descreve os três setores da economia - primário, secundário e terciário. O setor primário envolve a extração de recursos naturais. O setor secundário transforma matérias-primas em produtos industrializados. O setor terciário engloba serviços como comércio, educação e turismo.
Assuntos de Interesse é uma publicação do site da Abeaa - Associação Bandeirante de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos, que reúne matérias relacionadas a essas áreas.
O documento descreve as atividades e importância das fundações de pesquisa agropecuária no Brasil. Essas instituições realizam pesquisas regionais para validar técnicas e tecnologias para as realidades locais, o que é fundamental para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Elas testam cultivares, defensivos e fertilizantes, entre outras coisas, para fornecer recomendações técnicas aos produtores rurais. Exemplos de fundações citadas são a Fundação MT, a Fundação Meridional e a Fundação
Nova edição da Revista de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pec...Rural Pecuária
1. O artigo analisa desafios e propostas para a política agrícola do agronegócio do café no Brasil.
2. Problemas como flutuações de preços, mudanças climáticas e crescimento de outros países no mercado são discutidos.
3. Propostas para atender demandas creditícias, armazenagem da safra, pesquisa de novos produtos e marketing do café são analisadas.
1) O documento apresenta uma entrevista com Gerhard Prante, presidente mundial da Agrevo, sobre as atividades da empresa, especialmente na área de biotecnologia de plantas. 2) Prante discute o interesse da Agrevo em estabelecer parcerias com empresas brasileiras de biotecnologia, como a Embrapa, e a possibilidade de comercializar produtos biotecnológicos no mercado brasileiro. 3) Ele também aborda os benefícios das novas leis brasileiras de proteção intelectual para a
1) O artigo analisa o processo de descascar café verde e compara os resultados econômico-financeiros da produção de café verde descascado com o processamento natural.
2) O descascar do café verde surgiu como forma de minimizar problemas na colheita e preparo, permitindo maior flexibilidade no processo e qualidade superior do produto final.
3) A análise comparativa visa demonstrar se o processamento de café verde descascado é economicamente viável para os produtores.
O documento descreve os três setores da economia - primário, secundário e terciário. O setor primário envolve a extração de recursos naturais. O setor secundário transforma matérias-primas em produtos industrializados. O setor terciário engloba serviços como comércio, educação e turismo.
O documento descreve a evolução da agricultura ao longo da história humana, desde os primeiros caçadores-coletores até a moderna agricultura. Inicialmente, as atividades agrícolas eram de subsistência e extrativas, mas com o tempo surgiram comunidades sedentárias e propriedades diversificadas. Posteriormente, com avanços tecnológicos, as propriedades rurais passaram a depender cada vez mais de insumos, máquinas e serviços externos, gerando excedentes para mercados distantes. Isso levou
O documento discute a produção mundial e brasileira de mandioca. A produção global continua crescendo, liderada pela África. A Nigéria é o maior produtor mundial. No Brasil, a produção vem diminuindo, com foco na pesquisa de novas tecnologias para aumentar a produtividade e mecanização da colheita.
1) O documento discute a agricultura moderna e seus impactos ambientais negativos, como erosão do solo, poluição da água e ar, e perda de biodiversidade.
2) Argumenta que as práticas agrícolas predatórias precisam ser superadas por métodos mais sustentáveis, como os da agroecologia.
3) Também destaca os impactos negativos da agricultura moderna no Brasil, especialmente na Mata Atlântica e Cerrado, e a importância deste último bioma para a biodiversidade e meio ambiente.
Em PowerPoint, um excelente resumo da forma de funcionamento do Sistema Agropensa, da Embrapa e alguns fundamentos de sua filosofia:
"A força do Agropensa reside na colaboração"
"Nenhuma instituição detêm todas as competências"
A extensão rural é fundamental para a competitividade do agronegócio brasileiro ao promover a adoção eficiente de novas tecnologias. A assistência técnica aumenta a produtividade e o valor bruto da produção em 430% para produtores médios e grandes. No entanto, há lacunas na difusão e gestão do conhecimento que limitam os ganhos de produtividade, requerendo esforços conjuntos de universidades, órgãos públicos e produtores rurais.
A extensão rural é fundamental para a competitividade do agronegócio brasileiro ao promover a adoção eficiente de novas tecnologias. A assistência técnica aumenta a produtividade e o valor bruto da produção em 430% para produtores médios e grandes. No entanto, há lacunas na difusão e gestão do conhecimento que limitam os ganhos de produtividade, e iniciativas como a criação da ANATER podem ajudar a integrar pesquisa, extensão e produtores.
Conteúdo elaborado pelos membros do CCAS Ciro Antonio Rosolem e Antonio Roque Dechen sobre os desafios tecno-científicos enfrentados pela agricultura brasileira. O conselheiro Ciro Rosolem apresentou o conteúdo no I Seminário Ciência, Tecnologia e Comunicação: Os Desafios na Agro Sociedade.
O documento descreve o histórico da agricultura e do agronegócio no Brasil em 3 frases:
1) A agricultura evoluiu de técnicas primitivas de caça e coleta para a domesticação de animais e cultivos, mas permaneceu de baixa produtividade até avanços tecnológicos recentes.
2) No século 20, culturas como cana-de-açúcar e café impulsionaram a economia, mas crises levaram ao surgimento de pequenas propriedades diversificadas.
3
O documento discute a evolução do agronegócio no Mercosul nas últimas três décadas, quando a região se transformou de importadora para uma das principais exportadoras agrícolas globais. Fatores como pesquisa agrícola, adaptação de culturas e expansão para novas fronteiras permitiram que países como o Brasil aumentassem drasticamente a produção de culturas como soja, milho e açúcar. Apesar dos desafios, espera-se que o Mercosul continue crescendo como fornecedor global de alimentos nas próximas
Estudo de caso: Sojas convencionais e transgênicas no planalto do Rio Grande ...iicabrasil
A entrada da soja transgênica Roundup Ready no Rio Grande do Sul ocorreu de forma ilegal, por meio de sementes contrabandeadas da Argentina e Paraguai. Após a liberação comercial pela CTNBio em 1998, seu cultivo se expandiu rapidamente, chegando a 95% da área plantada com soja no estado. No entanto, a decisão gerou forte oposição de movimentos sociais e ambientalistas. Este estudo analisa os impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes da adoção massiva da soja RR na região
O documento discute a evolução do conceito de agricultura para agronegócio. Apresenta como o agronegócio se organiza de forma sistêmica e discute a importância do setor no Brasil e em Minas Gerais, gerando empregos e renda. Finalmente, aborda as oportunidades de carreira e negócios no setor.
CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECUÁRIA E S...Antonio Inácio Ferraz
O documento discute a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), uma praga importante da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Descreve as características da broca-da-cana, incluindo seu ciclo de vida e os danos que causa à lavoura de cana, como a redução da qualidade e quantidade da produção através da mineração dos colmos.
1. El mercado de biodiesel producido a partir de soja está creciendo en países como Argentina, Brasil y Paraguay debido a los altos precios del petróleo.
2. Los marcos legales y los incentivos financieros están impulsando el desarrollo de la industria de los biocombustibles en el Cono Sur.
3. El proyecto de la hidrovía Paraguay-Paraná, que conectará los puertos fluviales, tomará nuevo impulso debido a las materias primas como la soja para la produ
O documento descreve o sucesso do Primeiro Dia Internacional do Fascínio das Plantas em Portugal, com mais de 60 instituições realizando atividades em mais de 20 cidades para educar o público sobre a importância das plantas. As atividades incluíram seminários, visitas a jardins e estufas, e experimentos práticos com plantas. Milhares de pessoas participaram neste evento que celebrou o fascínio das plantas.
1) João Ferreira do Amaral avalia que o setor florestal português tem capacidade para ser moderno e inovador, apesar de tradicional.
2) No entanto, há a percepção errada de que o setor florestal tem pouco futuro, o que não é verdade segundo Ferreira do Amaral.
3) Ele destaca que a indústria florestal portuguesa tem tido grande dinâmica no desenvolvimento de projetos inovadores, principalmente no conhecimento.
Este documento fornece informações sobre as características da produção de mirtilos em Portugal, Argentina e Uruguai. Descreve que em Portugal, a maior produção está concentrada no concelho de Sever do Vouga, enquanto na Argentina a produção está localizada principalmente nas províncias de Tucumán, Entre Rios e Buenos Aires. No Uruguai, a produção está distribuída por todo o país com cerca de 650 hectares cultivados.
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] The document discusses a survey conducted in São Paulo, Brazil's largest vegetable producing state, which presented a positive assessment of the recent crop and growth prospects for the next phase. The survey, carried out by the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) in June 2013, aimed to better understand the reality of vegetable production in the country, one of the institute's main goals.
1) O documento discute o potencial do uso das redes sociais e da internet no agronegócio brasileiro.
2) A cadeia do agronegócio é complexa e envolve desde pesquisa até a comercialização dos produtos.
3) 13 casos de uso das redes sociais no agronegócio em diferentes elos da cadeia são analisados.
Este documento apresenta um resumo da cadeia produtiva de flores e mel no Brasil. Ele descreve o panorama do mercado mundial de flores, a inserção do Brasil neste mercado, os cenários de mercado até 2015 e o panorama da produção nacional, incluindo os principais pólos produtores. Além disso, identifica os fatores críticos e de sucesso para a sustentabilidade da floricultura brasileira.
O documento discute as diretrizes da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná para o desenvolvimento rural sustentável. As diretrizes incluem gerar renda no campo, promover a sustentabilidade preservando solo e água, melhorar a qualidade de vida no campo, e garantir a segurança alimentar produzindo alimentos saudáveis e seguros. O objetivo é tornar os agricultores exemplos de produção sustentável e alicerçar a economia do estado com base na agricultura.
Este documento apresenta um resumo da cadeia produtiva de madeira no Brasil, abordando (1) a produção florestal no país, (2) os principais produtos madeireiros e suas aplicações e (3) os desafios e oportunidades para o setor.
Este documento discute vários tópicos relacionados a jovens agricultores em Portugal, incluindo o papel dos jovens na sustentabilidade da agricultura, as dificuldades enfrentadas e medidas de apoio. Contém entrevistas com a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal e a Confederação dos Agricultores de Portugal sobre a situação atual e desafios dos jovens no setor.
O documento descreve a evolução da agricultura ao longo da história humana, desde os primeiros caçadores-coletores até a moderna agricultura. Inicialmente, as atividades agrícolas eram de subsistência e extrativas, mas com o tempo surgiram comunidades sedentárias e propriedades diversificadas. Posteriormente, com avanços tecnológicos, as propriedades rurais passaram a depender cada vez mais de insumos, máquinas e serviços externos, gerando excedentes para mercados distantes. Isso levou
O documento discute a produção mundial e brasileira de mandioca. A produção global continua crescendo, liderada pela África. A Nigéria é o maior produtor mundial. No Brasil, a produção vem diminuindo, com foco na pesquisa de novas tecnologias para aumentar a produtividade e mecanização da colheita.
1) O documento discute a agricultura moderna e seus impactos ambientais negativos, como erosão do solo, poluição da água e ar, e perda de biodiversidade.
2) Argumenta que as práticas agrícolas predatórias precisam ser superadas por métodos mais sustentáveis, como os da agroecologia.
3) Também destaca os impactos negativos da agricultura moderna no Brasil, especialmente na Mata Atlântica e Cerrado, e a importância deste último bioma para a biodiversidade e meio ambiente.
Em PowerPoint, um excelente resumo da forma de funcionamento do Sistema Agropensa, da Embrapa e alguns fundamentos de sua filosofia:
"A força do Agropensa reside na colaboração"
"Nenhuma instituição detêm todas as competências"
A extensão rural é fundamental para a competitividade do agronegócio brasileiro ao promover a adoção eficiente de novas tecnologias. A assistência técnica aumenta a produtividade e o valor bruto da produção em 430% para produtores médios e grandes. No entanto, há lacunas na difusão e gestão do conhecimento que limitam os ganhos de produtividade, requerendo esforços conjuntos de universidades, órgãos públicos e produtores rurais.
A extensão rural é fundamental para a competitividade do agronegócio brasileiro ao promover a adoção eficiente de novas tecnologias. A assistência técnica aumenta a produtividade e o valor bruto da produção em 430% para produtores médios e grandes. No entanto, há lacunas na difusão e gestão do conhecimento que limitam os ganhos de produtividade, e iniciativas como a criação da ANATER podem ajudar a integrar pesquisa, extensão e produtores.
Conteúdo elaborado pelos membros do CCAS Ciro Antonio Rosolem e Antonio Roque Dechen sobre os desafios tecno-científicos enfrentados pela agricultura brasileira. O conselheiro Ciro Rosolem apresentou o conteúdo no I Seminário Ciência, Tecnologia e Comunicação: Os Desafios na Agro Sociedade.
O documento descreve o histórico da agricultura e do agronegócio no Brasil em 3 frases:
1) A agricultura evoluiu de técnicas primitivas de caça e coleta para a domesticação de animais e cultivos, mas permaneceu de baixa produtividade até avanços tecnológicos recentes.
2) No século 20, culturas como cana-de-açúcar e café impulsionaram a economia, mas crises levaram ao surgimento de pequenas propriedades diversificadas.
3
O documento discute a evolução do agronegócio no Mercosul nas últimas três décadas, quando a região se transformou de importadora para uma das principais exportadoras agrícolas globais. Fatores como pesquisa agrícola, adaptação de culturas e expansão para novas fronteiras permitiram que países como o Brasil aumentassem drasticamente a produção de culturas como soja, milho e açúcar. Apesar dos desafios, espera-se que o Mercosul continue crescendo como fornecedor global de alimentos nas próximas
Estudo de caso: Sojas convencionais e transgênicas no planalto do Rio Grande ...iicabrasil
A entrada da soja transgênica Roundup Ready no Rio Grande do Sul ocorreu de forma ilegal, por meio de sementes contrabandeadas da Argentina e Paraguai. Após a liberação comercial pela CTNBio em 1998, seu cultivo se expandiu rapidamente, chegando a 95% da área plantada com soja no estado. No entanto, a decisão gerou forte oposição de movimentos sociais e ambientalistas. Este estudo analisa os impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes da adoção massiva da soja RR na região
O documento discute a evolução do conceito de agricultura para agronegócio. Apresenta como o agronegócio se organiza de forma sistêmica e discute a importância do setor no Brasil e em Minas Gerais, gerando empregos e renda. Finalmente, aborda as oportunidades de carreira e negócios no setor.
CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECUÁRIA E S...Antonio Inácio Ferraz
O documento discute a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), uma praga importante da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Descreve as características da broca-da-cana, incluindo seu ciclo de vida e os danos que causa à lavoura de cana, como a redução da qualidade e quantidade da produção através da mineração dos colmos.
1. El mercado de biodiesel producido a partir de soja está creciendo en países como Argentina, Brasil y Paraguay debido a los altos precios del petróleo.
2. Los marcos legales y los incentivos financieros están impulsando el desarrollo de la industria de los biocombustibles en el Cono Sur.
3. El proyecto de la hidrovía Paraguay-Paraná, que conectará los puertos fluviales, tomará nuevo impulso debido a las materias primas como la soja para la produ
O documento descreve o sucesso do Primeiro Dia Internacional do Fascínio das Plantas em Portugal, com mais de 60 instituições realizando atividades em mais de 20 cidades para educar o público sobre a importância das plantas. As atividades incluíram seminários, visitas a jardins e estufas, e experimentos práticos com plantas. Milhares de pessoas participaram neste evento que celebrou o fascínio das plantas.
1) João Ferreira do Amaral avalia que o setor florestal português tem capacidade para ser moderno e inovador, apesar de tradicional.
2) No entanto, há a percepção errada de que o setor florestal tem pouco futuro, o que não é verdade segundo Ferreira do Amaral.
3) Ele destaca que a indústria florestal portuguesa tem tido grande dinâmica no desenvolvimento de projetos inovadores, principalmente no conhecimento.
Este documento fornece informações sobre as características da produção de mirtilos em Portugal, Argentina e Uruguai. Descreve que em Portugal, a maior produção está concentrada no concelho de Sever do Vouga, enquanto na Argentina a produção está localizada principalmente nas províncias de Tucumán, Entre Rios e Buenos Aires. No Uruguai, a produção está distribuída por todo o país com cerca de 650 hectares cultivados.
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] The document discusses a survey conducted in São Paulo, Brazil's largest vegetable producing state, which presented a positive assessment of the recent crop and growth prospects for the next phase. The survey, carried out by the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) in June 2013, aimed to better understand the reality of vegetable production in the country, one of the institute's main goals.
1) O documento discute o potencial do uso das redes sociais e da internet no agronegócio brasileiro.
2) A cadeia do agronegócio é complexa e envolve desde pesquisa até a comercialização dos produtos.
3) 13 casos de uso das redes sociais no agronegócio em diferentes elos da cadeia são analisados.
Este documento apresenta um resumo da cadeia produtiva de flores e mel no Brasil. Ele descreve o panorama do mercado mundial de flores, a inserção do Brasil neste mercado, os cenários de mercado até 2015 e o panorama da produção nacional, incluindo os principais pólos produtores. Além disso, identifica os fatores críticos e de sucesso para a sustentabilidade da floricultura brasileira.
O documento discute as diretrizes da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná para o desenvolvimento rural sustentável. As diretrizes incluem gerar renda no campo, promover a sustentabilidade preservando solo e água, melhorar a qualidade de vida no campo, e garantir a segurança alimentar produzindo alimentos saudáveis e seguros. O objetivo é tornar os agricultores exemplos de produção sustentável e alicerçar a economia do estado com base na agricultura.
Este documento apresenta um resumo da cadeia produtiva de madeira no Brasil, abordando (1) a produção florestal no país, (2) os principais produtos madeireiros e suas aplicações e (3) os desafios e oportunidades para o setor.
Este documento discute vários tópicos relacionados a jovens agricultores em Portugal, incluindo o papel dos jovens na sustentabilidade da agricultura, as dificuldades enfrentadas e medidas de apoio. Contém entrevistas com a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal e a Confederação dos Agricultores de Portugal sobre a situação atual e desafios dos jovens no setor.
O documento discute uma feira de tecnologia agrícola (Agrishow) que sediou um evento de startups (StartAgro) para debater soluções inovadoras para produtores rurais. Uma startup chamada Uller Agro, criada por Danielle Fonseca, oferece um serviço semelhante ao Uber para locação de máquinas agrícolas. A plataforma já possui 119 fazendas e 65 proprietários de máquinas cadastrados.
O documento descreve o Espaço de Valorização da Agricultura Familiar (Evaf) na feira AgroBrasília 2014, que apresentará nove rotas com tecnologias de baixo custo para produção orgânica e convencional. O evento ocorrerá de 13 a 17 de maio no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci e terá demonstrações de métodos de produção e orientação técnica para visitantes.
Tecnologia de produção da framboesa embrapaEdison Paulo
Este documento descreve as tecnologias de produção da framboesa, incluindo a produção ao ar livre, em túneis e estufas. Detalha como estas tecnologias podem ser usadas para produzir framboesas fora de época, antecipando a produção na primavera ou prolongando-a no outono através da proteção das plantas. Discute também a evolução destas tecnologias na região do sudoeste alentejano português.
O documento descreve um plano de trabalho para estudantes aprenderem sobre agronegócio, incluindo atividades extracurriculares sobre preservação ambiental, geração de renda e trabalho, educação para o consumo, organização e planejamento de trabalho. O objetivo é ensinar os estudantes sobre a importância do agronegócio para a economia brasileira de forma prática.
O documento resume as atividades recentes da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), incluindo uma homenagem a um líder sindical de longa data, a inauguração de um curso sobre produção de alho, e a participação de representantes da Fetaep em um seminário nacional sobre direitos humanos.
A 23a edição da Agrishow reuniu 70 países e movimentou negócios internacionais. Representantes estrangeiros participaram de 300 reuniões com empresas brasileiras e saíram em busca de parcerias e aquisições de equipamentos. A feira também promoveu o encontro de culturas de diversas nações e a troca de experiências no setor agrícola.
Os principais desafios da distribuição rural no agronegócio do futuro - Profe...AgroTalento
O documento discute os desafios da distribuição no agronegócio do futuro. Apresenta que 70% dos custos estão após a porteira, principalmente na logística e distribuição. Discutem-se diversos temas importantes como genética, tecnologia, legislação e sustentabilidade que impactam o setor. Também aborda a importância do investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
1) O governo do Distrito Federal realizará um evento sobre maquinários para pequena produção agrícola chamado "Dia Especial de Mecanização Agrícola para a Pequena Propriedade".
2) A Emater-DF promoveu uma exposição agrícola na região da Vargem Bonita para divulgar a produção local e integrar os produtores.
3) Técnicos de ministérios visitaram a região de Planaltina para avaliar o potencial da nova modalidade do Programa de Aquisição da Agricultura (
Este documento apresenta um resumo da cadeia produtiva de frutas no Brasil. Ele discute o panorama do mercado internacional e a inserção brasileira, analisando culturas como mamão, melão, manga, maçã e banana. Também aborda o mercado nacional dessas frutas, fatores que afetam a competitividade brasileira, cenários e metas para 2015, fatores críticos de sucesso e recomendações de políticas públicas para o setor.
A revista aborda três temas principais: 1) O lançamento de um edital no valor de R$ 51,7 milhões para fomentar pesquisas sobre biodiversidade no Brasil; 2) O mapeamento de áreas de risco em São Luís do Maranhão, que identificou 176 residências em alto risco; 3) O desenvolvimento de um novo tipo de feijão mais nutritivo e resistente a doenças pelo Instituto Agronômico de Campinas.
1) O teste avalia o conhecimento sobre os procedimentos corretos de receção de mercadorias, incluindo a importância do agendamento de entregas e controlo de veículos, registo da informação relevante e verificação da conformidade da mercadoria recebida.
2) É fundamental verificar a qualidade, quantidade, especificações e conformidade da mercadoria recebida com a encomenda para poder proceder a eventuais devoluções caso seja necessário.
3) Existem equipamentos especializados que podem ser usados no departamento de receção dependendo
O documento discute o processo de desidratação de frutas para preservação a longo prazo. A desidratação retira a água das frutas para que elas possam ser armazenadas por mais tempo sem estragar, mantendo sabor e nutrientes. O texto descreve diferentes métodos de desidratação, como secagem solar, forno doméstico e desidratador industrial, assim como etapas do processo como pré-tratamentos e embalagem do produto final.
Este documento fornece orientações sobre boas práticas de higiene na produção de mel. Aborda questões como a localização e manutenção do apiário, higiene das instalações de extração de mel, equipamentos e pessoal envolvido. O objetivo é garantir a segurança do mel desde a sua produção até a comercialização, cumprindo a legislação aplicável.
Este relatório intermédio descreve o desempenho da empresa ALFA Construções no primeiro semestre de 2008, fornecendo informações sobre o volume de negócios, resultados líquidos, investimentos, demonstrações financeiras e principais desafios operacionais. Além disso, analisa o contexto macroeconômico português e internacional e o setor da construção civil no período.
Este relatório descreve as diligências necessárias para legalizar a alteração da estrutura societária da empresa ALFA Construções, Lda., incluindo a alteração da firma, da declaração de inscrição, dos órgãos sociais, dos registos exigidos e a contratação de dois novos funcionários."
Relatorio final alfa construã§ãµes, ldaRui Rodrigues
Este relatório apresenta os resultados da empresa ALFA Construções para o ano de 2008, incluindo um relatório de gestão, demonstrações financeiras e análise económica e financeira. A empresa opera no setor da construção civil e obteve um volume de negócios de 2.030.527,72€ e um resultado líquido de 764.360,66€ no ano de 2008. O relatório também fornece informações sobre a estrutura organizacional da empresa, o enquadramento macroeconómico e a gestão de recursos humanos, qualidade e segurança.
3. editorial | índice | ficha técnica
Diretor
Pedro Nogueira Brás de Oliveira
Diretor Executivo
António Malheiro
a.malheiro@publindustria.pt
Redação
Sofia Cardoso . redacao@agropress.pt
Tel. +351 220 964 363
Marketing
Daniela Faria . marketing@agropress.pt
Tel. +351 225 899 620
Imagem de Capa
TF3000 | Pixabay
Paginação
Raquel Boavista . design@delineatura.pt
Delineatura – Design de Comunicação
Tel. +351 225 899 622 . www.delineatura.pt
Assinaturas
Tel. +351 220 104 872
info@booki.pt . www.booki.pt
Colaboraram neste número
Alice Jones, Ana Sofia Nunes,
Armando J. D. Silvestre, Bernardo Madeira,
Bruno Cardoso, Cândida Sofia Trindade,
Carina Costa, Fábio Castro, Filomena Gomes,
Goreti Botelho, João Miguel Antunes Jacinto,
Justina Franco, Mafalda Simões,
Pedro Brás de Oliveira, Samuel Patinha,
Sílvia M. Rocha, Sofia Canteiro Patrício,
Teresa Valdiviesso
Proprietário e editor
Publindústria, Lda.
Empresa Jornalística
Registo n.o
213163
NIPC: 501777288
Praça da Corujeira, 38
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Conselho de Administração
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Maria da Graça Carneiro de Carvalho Malheiro
Detentores de capital social
António da Silva Malheiro (31%)
Ana Raquel da Silva Malheiro (38%)
Maria da Graça Carneiro de Carvalho Malheiro (31%)
Sede da Redação
Publindústria, Lda.
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Registo n.o
502988
ISSN: 2183-1998
Depósito Legal: 337265/11
Os artigos assinados são da exclusiva
responsabilidade dos seus autores.
Este suplemento faz parte integrante da Agrotec n.º 34,
do 1.º trimestre de 2020 e não pode ser vendido separadamente.
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Zonagem agrícola
do território
Esta semana tive a grata oportunidade de estar nas jornadas
organizadas por um grupo de produtores de mirtilo na região
norte do país. Durante a breve estadia, tive a oportunidade de
observar, direi melhor, admirar, a sã convivência de um grupo
heterogéneo de pessoas, ligadas por um interesse comum, a
produção de mirtilos.
Nesta época, em que todas as forças de mercado conduzem
ao aumento de área por exploração agrícola, impondo uma
agricultura “industrial”, massiva, surgem núcleos de produtores
que tentam, nos seus territórios, tirar partido das suas terras,
dos seus habitantes e, porque não, das suas (novas) culturas.
A tarefa parece impossível, mas sou testemunha da compe-
tência técnica, da organização e do empenho de todos os que
fazem parte deste grupo para o sucesso das suas explorações
agrícolas e para a excelência do seu produto.
Será este um caso isolado? Não. Um outro exemplo
também nos é apresentado neste número da Pequenos Frutos,
a produção de baga de Sabugueiro no Vale do Varosa. Leia-se
a crónica da Professora Alice Jones, que ficou encantada
com a descoberta da forma de cultivar e tratar da baga do
Sabugueiro, da paixão dos produtores da região pela sua terra
e pelos produtos que ela dá. Já existe ligação das Universida-
des às forças de organização locais. O conhecimento é hoje
transmitido e partilhado tendo em vista o aumento da
riqueza das regiões. Bom trabalho!
Estes dois exemplos, que porventura pequenos, como os
pequenos frutos, levam-nos a um tema maior que devia ser
mais acarinhado em Portugal, a zonagem do território. O nosso
país é muito diverso em clima e possui uma ampla diversidade
agrícola. Promovam-se as culturas nos locais certos, dando
primazia aos territórios e suas gentes, com incorporação do
conhecimento das Universidades validando mas, sobretudo,
inovando na produção agrícola para que todos consigam
receber o justo retorno do seu esforço e empenho.
PEDRO NOGUEIRA BRÁS DE OLIVEIRA
DIRETOR DA REVISTA PEQUENOS FRUTOS | Investigador auxiliar no INIAV
«Nesta época, em que todas as
forças de mercado conduzem ao
aumento de área por exploração
agrícola, impondo uma agricultura
“industrial”, massiva, surgem
núcleos de produtores que tentam,
nos seus territórios, tirar partido
das suas terras, dos seus
habitantes e, porque não, das
suas (novas) culturas»
1 EDITORIAL
Zonagem agrícola do território
NOTÍCIAS
2 Programa da sexta edição do Colóquio Nacional da
Produção de Pequenos Frutos já se encontra completo
2 INIAV e BERRYSMART assinam protocolo para
desenvolvimento de tecnologias de produção de mirtilo
3 Livro sobre a cultura do morango lançado no VI Colóquio Nacional
da Produção de Pequenos Frutos sobre a cultura do morango
3 Inovterra promove novo workshop sobre a cultura do sabugueiro
3 XVIII Seminário Internacional de Mirtilos acontece no Chile
4 Descobrir o Vale do Varosa
GRUPOS OPERACIONAIS
6 Baga de sabugueiro – Porque é importante
avaliar no campo o seu estado de maturação?
PRODUÇÃO
9 A importância do conhecimento do estado
de diferenciação floral na cultura da framboesa
12 Proposta de escala dos estados fenológicos do medronheiro
ENTREVISTA
15 Rebecca Darnell: «Em Portugal
existem muitos produtores dedicados»
MERCADOS
18 Aumentar, ou não, a produção de mirtilo
TESES
20 Avaliação do potencial de plantas ’tray’
de morangueiro. Arquitetura floral e produtividade
20 Morphological and genetic characterization
of four populations of Corema album (L.) D. Don
4. 2 peouenosfrutos
notícias
INIAV E BERRYSMART ASSINAM
PROTOCOLO PARA DESENVOLVIMENTO DE
TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE MIRTILO
TEXTO PEDRO BRÁS DE OLIVEIRA (INIAV)
No dia 21 de janeiro de
2020 foi assinado um
protocolo de colaboração
técnico-científica entre
o Instituto Nacional de
Investigação Agrária e
Veterinária (INIAV) e a
Berrysmart, Sociedade
Unipessoal Lda. O Protocolo
tem como objetivo a
dinamização de atividades
PROGRAMA DA SEXTA EDIÇÃO DO COLÓQUIO
NACIONAL DA PRODUÇÃO DE PEQUENOS
FRUTOS JÁ SE ENCONTRA COMPLETO
TEXTO PEDRO BRÁS DE OLIVEIRA (INIAV)
Oprograma do VI
CNPPF já se encontra
praticamente terminado.
Irá ser uma jornada de
trabalho muito intensa mas
terá diversos momentos de
interação interessantes para
todos, produtores, empresá-
rios, técnicos investigadores
e professores. A comissão
científica tentou diversificar
o programa tornando-o
aglutinador de todos quantos
trabalham e investem nos
diferentes pequenos frutos.
Assim, o programa conta
com comunicações orais
em todas as principais
culturas, framboesa, mirtilo,
morango, amora, medronho,
sabugueiro, camarinha e
ainda diversas intervenções
sobre temas transversais
ao conjunto dos pequenos
frutos. As comunicações em
painel também terão grande
destaque durante o evento,
estando reservado um amplo
espaço de discussão no
recinto de exposição, onde
estarão diversas empresas
e centros de investigação,
gerando um ambiente
propício à troca
de conhecimentos.
«(...) o programa conta
com comunicações orais
em todas as principais
culturas, framboesa,
mirtilo, morango, amora,
medronho, sabugueiro,
camarinha e ainda
diversas intervenções
sobre temas transversais
ao conjunto dos
pequenos frutos»
São múltiplas as comuni-
cações orais por convite
devendo ser destacadas a
apresentação da investiga-
dora Anita Sonsteby intitulada
“Raspberry plant physiology
and impact on crop produc-
tion”. Esta investigadora é
uma especialista na inves-
tigação sobre diferenciação
floral em framboesa, com
diferentes estudos sobre os
fatores mais importantes na
produtividade da framboesa
no sistema long-cane. Serão
apresentadas duas comunica-
ções orais, uma por convite do
“Centre for ecology, evolution
and environmental changes”
da Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa
sobre a fisiologia da planta de
camarinha, comunicação que
estará a cargo do Professora
da Universidade de Sevilha,
Mari Cruz Dia-Barradas, e
uma segunda, por convite da
InovTerra, sobre produtos
à base de sabugueiro,
apresentada pela Professora
Alice Jones da Universidade
de Nottingham. É de destacar
que o colóquio possui diferen-
tes parcerias, contando com a
presença de investigadores de
três centros de investigação
financiados pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior e cinco Associações
ligadas ao sector. O
Colóquio encontra-se aberto
a mais parcerias que possam
enriquecer e dinamizar a
participação de todos quantos
trabalham neste sector.
O Colóquio terá também
um momento de sã discussão
sobre a sustentabilidade
da produção de pequenos
frutos. A mesa redonda conta
com um painel alargado de
professores universitários
e agentes conhecedores do
setor que permitirão discutir
e lançar ideias de como deve
o setor reagir aos maiores
desafios que se colocam,
nomeadamente, ambientais,
sociais e económicos.
Será realizada uma
visita técnica a empresas
da região produtoras de
pequenos frutos e ao campo
de demonstração do projeto
CompetitiveSouthBerries
instalado na empresa
FirstFruit. Neste campo serão
apresentados os resultados
dos ensaios de produção de
lançamentos de framboesa
para serem utilizados para
a produção de segundo
ano (long-canes).
«É de destacar que
o colóquio possui
diferentes parcerias,
contando com a presença
de investigadores
de três centros de
investigação financiados
pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior e cinco
Associações ligadas
ao sector»
Por último um grande
obrigado a todos os nossos
patrocinadores, que são já
mais de vinte, parceiros e
media partners, com um apelo
a todos para que não deixem
de participar ativamente neste
evento, relembrando que os
organizadores se encontram
abertos a sugestões que
podem ser enviadas para
o correio electrónico do
secretariado do colóquio
(VICNPPF@gmail.com).
Contamos com todos para
aumentar a importância dos
pequenos frutos no contexto
da agricultura nacional.
e projetos a realizar na
Herdade Experimental da
Fataca (HEF), em Odemira.
Serão instalados
diferentes campos de
avaliação das tecnologias de
produção mais inovadoras,
seleção de material vegetal
mais adaptado aos condicio-
nalismos edafo-climáticos
da região e construído um
laboratório de biotecnologia
com as respetivas estufas de
aclimatização, bem como um
pequeno viveiro de mirtilos e
outras espécies que possam
ser do interesse de ambas as
partes criando as condições
para que a Herdade se torne
um polo de excelência na
experimentação de Pequenos
Frutos. No âmbito da referida
colaboração as partes
poderão candidatar-se a
financiamentos, preferen-
cialmente em parceria, ou
individualmente mediante
acordo prévio.
«O Protocolo tem
como objetivo a
dinamização de
atividades e projetos
a realizar na Herdade
Experimental da
Fataca (HEF), em
Odemira»
Em representação do
INIAV, I.P, assinou o
protocolo o Presidente do
Conselho Diretivo, Doutor
Nuno Canada e por parte da
Berrysmart e em repre-
sentação da sócia gerente,
Nelson Antunes.
5. peouenosfrutos 3
notícias
LIVRO SOBRE A CULTURA DO MORANGO
LANÇADO NO VI COLÓQUIO NACIONAL
DA PRODUÇÃO DE PEQUENOS FRUTOS
INOVTERRA PROMOVE NOVO WORKSHOP
SOBRE A CULTURA DO SABUGUEIRO
XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL
DE MIRTILOS ACONTECE NO CHILE
AInovterra, Associação
para o desenvolvimento
local com sede em Vila
Pouca- Salzedas, localizada
no concelho de Tarouca,
está a organizar mais um
workshop sobre a cultura do
sabugueiro no próximo dia 16
de maio. Este versará sobre
a flor de sabugueiro.
Esta é uma nova ação
de formação realizada pela
entidade sobre esta cultura,
que é cada vez mais procurada
em Portugal. A formação
conta ainda com intervenções
práticas e visitas a diversos
pontos essenciais.
No início da formação, será
realizada uma introdução
à cultura do sabugueiro, no
âmbito de introduzir as noções
mais essenciais sobre a res-
petiva e abordar os números
do comércio. Ainda durante a
manhã, os participantes vão
ter a oportunidade de realizar
a apanha da flor no campo.
Da parte da tarde, será
realizada uma visita a pontos
Oevento realiza-se no
próximo dia 16 de abril,
no Centro de Conferências
Monticello, em San Francisco
de Mostazal.
O programa do XVIII
Seminário Internacional de
Mirtilos deste ano contempla
um bloco de negociações
comerciais que irão provi-
denciar atualizações sobre
a situação atual e os seus
detalhes, tanto regionalmente,
como internacionalmente.
O objetivo da organização
passa por analisar os desafios
que surgem e tornar visíveis as
oportunidades e perspetivas
futuras abertas para a produção
de mirtilos do Chile, Peru e
México. O primeiro painel, que
irá discutir a temática, irá contar
com a presença dos diretos das
diversas organizações de mirtilo
chilenas, peruanas e mexicanas.
Durante a palestra inicial,
cada um irá partilhar as suas
experiências locais com
participantes de diferentes
países e regiões, participando
de interesse na cultura do
sabugueiro no concelho
de Tarouca e ao campo de
sabugueiros da Inovterra.
As inscrições estão abertas
até ao dia 14 de maio e são
de carácter obrigatório. Mais
informações disponíveis
através do inovterra@gmail.
com ou 254 677 510.
«A formação conta (...)
com intervenções práticas
e visitas a diversos pontos
(...) para quem quer
conhecer melhor a cultura
do sabugueiro e a
sua produção»
A Inovterra tem vindo a
desenvolver o potencial
da região que outrora fora
pouco considerado. A ação da
associação está voltada para a
agricultura, para a cultura, para
a história, para o biológico e
sustentável, para novas formas
de pensar e agir o desenvol-
vimento económico e social,
elevando sempre a região.
de uma conversa sobre os
pontos fracos de cada setor, as
suas vantagens e oportunida-
des, e as estratégias projetadas
ou projetar para recuperar
ou manter a competitividade,
com o objetivo de se inserir
melhor ou num nível superior
no mercado de exportação de
frutas, que se encontra cada
vez mais exigente.
«(...) tornar visíveis
as oportunidades e
perspetivas futuras
abertas para a produção
de mirtilos do Chile,
Peru e México»
Durante o evento, os
participantes vão poder
assimilar conhecimentos de
duas palestras distintas no
âmbito da cultura do mirtilo
sobre porta-enxertos, nutrição,
utilização de bioestimulantes,
logística de colheita e
armazenamento, potencial
do mirtilo na pós-colheita,
manuseamento, entre outros.
Durante o VI Colóquio
Nacional da Produção de
Pequenos Frutos, que acon-
tece entre 22 e 23 de maio, em
Odemira, será apresentado o
livro “A cultura do morango.
No solo e em substrato”, de
Maria Graça Palha.
«A cultura do
morangueiro constitui
uma importante cadeia
produtiva do ponto
de vista tecnológico,
económico e social»
Licenciada em Agronomia
e doutorada em Engenharia
Agronómica pelo Instituto
Superior de Agronomia (ISA)
da Universidade Técnica de
Lisboa, Maria Graça Palha é
investigadora no INIAV desde
1998. Esta tem desenvolvido
grande parte da sua atividade
profissional nas áreas de
horticultura herbácea e de
pequenos frutos com ênfase
na ecofisiologia e tecnologias
de produção do morangueiro,
liderando e participando em
projetos de investigação
nacionais e internacionais.
A cultura do morangueiro
constitui uma importante
cadeia produtiva do ponto de
vista tecnológico, económico
e social. Nas últimas décadas,
o setor sofreu uma enorme
expansão e evolução resul-
tante da diversificação varietal,
do desenvolvimento de várias
tecnologias de produção e
da globalização do comércio
internacional, proporcionando
a disponibilidade do fruto no
mercado o ano inteiro.
Esta obra é o culminar de duas
décadas de estudos de I&DT
dedicados a este pequeno
fruto, onde estão reunidas
uma série de informações,
teóricas e práticas, que se
debruçam sobre a biologia da
planta, sobre a cultura e seus
aspetos culturais e as diversas
tecnologias de produção
utilizadas.
Aborda a cultura do
morango, no solo e em
substrato, contemplando
vários capítulos: enquadra-
mento taxonómico, origem
e história, morfologia da
planta e ciclo fisiológico,
a cultura e seus aspetos
culturais, tecnologias de
produção e qualidade do
fruto e efeitos na saúde.
O livro é editado sob a
chancela Agrobook, que
agrega a oferta de conteúdos
nos domínios das ciências
agrárias, indústria agroali-
mentar, bem-estar animal e
desenvolvimento rural.
«Esta obra é o culminar
de duas décadas de
estudos de I&DT
dedicados a este pequeno
fruto, onde estão reunidas
uma série de informações,
teóricas e práticas (...)»
6. 4 peouenosfrutos
notícias
Descobrir o Vale do VarosaUma crónica à cultura do sabugueiro
TEXTO E FOTOS ALICE JONES, Universidade de Nottingham
Aminha viagem com o
objetivo de visitar o
Bruno Cardoso, da Associação
Inovterra em Portugal, que
aconteceu em novembro do
ano passado, surgiu depois de
encontrar o projeto Sambucus-
Valor online enquanto realizava
uma pesquisa sobre o cultivo
de sabugueiro para o meu
projeto de bolsas de estudos,
o Nuffield Farming Trust.
Este trata-se de uma
instituição de caridade
registada e fundada no Reino
Unido. A primeira bolsa de
estudos foi concedida em 1947.
Atualmente, a instituição conta
com vários países membros
que patrocinam bolsas por
todo o globo. Os académicos
são selecionados com o
objetivo de se tornarem nos
líderes de amanhã, tanto nos
seus negócios individuais, como
no setor agroalimentar como
um todo. A intenção é inspirar
a inovação e a mudança.
As bolsas de estudo Nuffield
são possíveis graças ao apoio
generoso de patrocinadores de
toda a indústria agrícola
e de alimentos.
Depois de passar a maior
parte de 2019 a pesquisar
e a viajar pelo mundo para
observar plantações de
sabugueiro (Sambucus),
eu não podia acreditar que
tinha ignorado Portugal e a
sua história de cultivo. Nos
últimos 13 anos, vi muitos
sabugueiros serem associa-
dos com o processo industrial
da flor de sabugueiro e, claro
está, vi ainda mais no último
ano aquando da minha tour
global. No entanto, quando
entrei no Vale do Varosa,
percebi que visualizava um
nível acima de dedicação.
Os sabugueiros estavam
por toda a parte, em volta das
vinhas, entre os pomares de
maçã e castanha, ao longo
das fronteiras das plantações
e, o que se demonstrou tão
interessante para mim, era
que estes também estavam
a ser cultivados nos seus
próprios campos, existindo
fileiras e fileiras de árvores
que eram alvo de grande
cuidado, atenção e respeito,
tal como as vinhas premiadas
do próprio vale do Douro.
O meu anfitrião, Bruno
Cardoso, que está a conduzir
o renascimento da cultura na
região, parou pacientemente
o carro a cada poucos metros
para eu tirar mais uma foto.
Eventualmente, deixou-me
caminhar e maravilhar com as
espectaculares árvores altas,
com três ou quatro metros e
com os seus galhos curvos!
Eu estava no céu!
«Depois de passar a
maior parte de 2019
a pesquisar e a viajar
pelo mundo para
observar plantações de
sabugueiro (Sambucus),
eu não podia acreditar
que tinha ignorado
Portugal e a sua
história de cultivo»
Ali eu tinha encontrado
alguém e um local que
representava o que eu tinha
sonhado para o Reino Unido, o
que eu precisava para inspirar
os agricultores locais a ver o
sabugueiro como a jóia que é:
uma planta nativa e perene,
a partir da qual se pode
obter duas colheitas valiosas
(flores e frutos). Isso é o que
me fascina no sabugueiro:
existem muito poucas plantas
onde o agricultor pode
escolher qual colheita colher,
e muito menos, mesmo
quando gerida corretamente,
existe a possibilidade de
colher um pouco de ambas.
Além disso, o agricultor só
precisa de esperar três anos
para atingir o rendimento
máximo (para comparação,
o agricultor pode esperar de
10 a 12 anos para obter uma
colheita de castanhas).
Muitos dos sabugueiros que
vi eram, claramente, muito
velhos. Fiquei fascinada ao
perceber que muitos deles
estavam ali há décadas, mas
a sua longevidade não dava
para perceber a partir dos
números de produtividade que
o Bruno citava. O segredo que
aprendi sobre a longevidade
e a produtividade consistente
das árvores são as práticas
culturais rigorosas, principal-
mente o ato de realizar a poda
anualmente, que começa a
partir do dia em que as esta-
cas de madeira são plantadas
no campo, sendo que as
mesmas devem permanecer
plantadas durante toda a vida
útil da planta. Os sabugueiros
crescem muito rapidamente e
a resposta vegetativa é cada
vez menor, por isso a planta
precisa ser renovada. Toda a
poda é feita seletivamente à
mão, tratando-se de uma arte
que tem por base princípios
científicos. Cada corte feito é
pensado e tem um motivo e
é por isso que só uma pessoa
experiente faz esse trabalho.
Durante a poda, o agricultor
está a examinar o seu pomar
e, ao mesmo tempo procura
pelas melhores soluções para
a saúde da planta, testando o
solo em busca de nutrientes e
pH e ajustando-os de acordo
com o ideal. Atualmente,
7. peouenosfrutos 5
notícias
continua o trabalho para
desenvolver variedades de
alto rendimento e que sejam
bem adaptadas à região.
Os agricultores estão a
trabalhar em conjunto com
agrónomos e universidades
locais para desenvolver as
práticas agrícolas da agricul-
tura mais antiga, aproveitando
a melhor experiência do
passado e conjugando-a com
abordagens modernas para
monitorizar e gerir a colheita.
Embora os portugueses
pareçam sentir vergonha
de ter usado a baga de
sabugueiro no passado para
adicionar cor e sabor ao vinho,
os britânicos eram os seus
mercados-alvo, exportando
para a Grã-Bretanha os bons
vinhos do Porto, dos quais
nunca se consegue fartar.
“É uma pena que o sabugueiro
tenha o nome sujo e seja visto
como uma forma de adulterar
o vinho e seja oculto do rótulo
quando, na verdade, as bagas
de sabugueiro e a flor de
sabugueiro são, na verdade,
ingredientes deliciosos”,
pensei, enquanto provava licor
de sabugueiro caseiro e geleia
de sabugueiro num pequeno
bar, localizado no epicentro do
Vale Varosa, com o Bruno.
Ah, e eu mencionei que as
bagas e as flores são uma
fonte rica de antocianinas,
flavonóides e ácidos fenólicos?
É simplesmente um bónus
que algo com tantas proprie-
dades potenciais de promoção
da saúde seja tão saboroso.
Na Europa, todos nós temos
bebido xaropes, vinhos e chás
de flor de sabugueiro desde
o início dos nossos registros
enquanto sociedade, prova-
velmente tendo começado a
consumi-los devido às suas
propriedades medicinais.
«Embora os
portugueses pareçam
sentir vergonha de
ter usado a baga de
sabugueiro no passado
para adicionar cor
e sabor ao vinho, os
britânicos eram os
seus mercados-alvo,
exportando para a
Grã-Bretanha os
bons vinhos do Porto,
dos quais nunca se
consegue fartar»
O xarope de flor de sabugueiro
tem traços frescos, florais e
cítricos, juntando-se ainda
alguns travos subtis de ervas,
especiarias e amadeiradas.
O seu sabor lembra o povo
britânico dos dias felizes
de verão! A baga não é tão
amplamente consumida no
Reino Unido. Pessoalmente,
não consigo pensar porque
até à altura não tinha provado
alguns dos produtos de
sabugueiro produzidos em
Portugal, Como resultado da
minha tour de bolsas de estu-
dos, e especialmente inspirada
por esta visita, voltarei para
casa para espalhar a notícia
de que precisamos de mais
sabugueiro nas nossas vidas.
Enquanto eu estava em
Portugal para aprender
sobre o cultivo da árvore
de sabugueiro, imaginem a
minha alegria (sendo que
meu trabalho diário é como
uma cientista de alimentos,
especializado em ciência
sensorial e a trabalhar em
pesquisa aplicada e transfe-
rência de conhecimento com
empresas locais) quando
Bruno anuncia que me está
a levar para ver o trabalho
do laboratório de química
analítica em sabugueiros da
Universidade de Aveiro. Para a
minha satisfação, fui apresen-
tada a ninguém menos que a
professora Silvia Rocha, uma
das autoras dos principais
artigos científicos sobre os
constituintes químicos dos
sabugueiros que eu estava
a ler há alguns meses!
Fiquei impressionada com
a quantidade de trabalho já
realizado no laboratório para
caracterizar os constituintes
químicos de sabugueiro e flor
de sabugueiro, especialmente
em termos de refinação da
sensibilidade das técnicas de
Cromatografia Gasosa para
a detecção, identificação,
separação e quantificação
de voláteis (os compostos
que o nariz humano detecta
como aromas). Esse trabalho
é vital para entender melhor
os sabores complexos da flor
de sabugueiro e da baga de
sabugueiro, a fim de dispor de
ferramentas para melhorar as
condições de manuseamento
pós-colheita das flores e
frutos e desenvolver produtos
com melhor sabor. Aplaudo os
esforços da Universidade de
Aveiro em obter financiamento
para estudar esse nicho.
Isso, por si só, pode ser uma
barreira para o desenvolvi-
mento de novas culturas,
como o sabugueiro.
O novo desenvolvimento da
indústria de sabugueiro, e a
comercialização de produtos
como a baga de sabugueiro
como ingrediente destacado
que está a ocorrer no Vale
Varosa, certamente não está a
acontecer por acaso. Isso está
acontecer porque se juntaram
processadores, agricultores
antigos e mais jovens e
instituições académicas para
trabalhar duro e com paixão.
Por último, mas não menos
importante, eles têm um
campeão na forma do Bruno.
«O novo
desenvolvimento
da indústria de
sabugueiro, e a
comercialização de
produtos como a baga
de sabugueiro como
ingrediente destacado
que está a ocorrer
no Vale Varosa,
certamente não está a
acontecer por acaso»
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Bruno
Cardoso, da Inovterra, por me
receber e me ensinar muito em tão
pouco tempo, e à professora Silvia
Rocha, da Universidade de Aveiro,
pelo seu tempo e excelentes
conhecimentos científicos. Por fim,
gostaria de agradecer à Nuffield
Farming Scholarship Trust e à
minha patrocinadora Thatchers
Cider, sem as quais esta viagem
não teria sido possível.
Alice Jones é cientista de
alimentos na Universidade de
Nottingham, sendo especiali-
zada em ciências sensoriais e
tendo passado 12 anos em cargos
técnicos na indústria das bebidas.
O seu projeto Nuffield Farming
Scholarship levou-se a dez
países diferentes no ano passado,
incluindo EUA, Canadá e muitos
cantos da Europa, para estudar
o desenvolvimento das bagas de
sabugueiro como uma cultura
comercialmente viável.
Pode saber mais sobre a cientista
aqui: www.nuffieldscholar.org/
our-scholars/alice-jones/
8. 6 peouenosfrutos
grupos operacionais
GO – SambucusValor
Baga de sabugueiro
– Porque é importante avaliar no
campo o seu estado de maturação?
CARINA COSTA 1
, SAMUEL PATINHA 1
, BRUNO CARDOSO 2
, ARMANDO J. D. SILVESTRE 3
, SÍLVIA M. ROCHA 1
1
Departamento de Química, Universidade de Aveiro (LAQV-REQUIMTE – UA)
2
Inovterra, Associação para o Desenvolvimento Local
3
Departamento de Química, Universidade de Aveiro (CICECO – UA)
RESUMO
Ocontrolo do estado de maturação da baga de sabugueiro
pode ser levado a cabo através da utilização de um
refratómetro digital portátil, que permite estimar o teor de
açúcares, expresso em °Brix. Desta forma, é possível planear
com maior rigor o dia da colheita da baga. Esta abordagem
foi testada em bagas de sabugueiro das três cultivares mais
comuns na região do Vale do Varosa e Távora – Sabugueira,
Sabugueiro e Bastardeira – recolhidas nos anos de 2018 e
2019. As bagas consideradas maduras apresentaram valores
que variam entre 12 e 19 °Brix, com a mediana de 14,8 °Brix.
As tendências de variação observadas ao longo da fase final
da maturação, indicam que os valores mais elevados de
°Brix correspondem também a um valor superior de total
de compostos fenólicos e de atividade antioxidante.
Estes dois parâmetros estão relacionados com potenciais
efeitos benéficos para a saúde associados à baga.
Em suma, a determinação do °Brix ao longo da maturação da
baga representa uma abordagem simples que fornece aos
produtores informação objetiva e útil para a programação da
colheita e para a avaliação da qualidade da baga.
Palavras-chave: Sambucus nigra L.,
Baga, Maturação,°Brix, Refratómetro.
ABSTRACT
The monitoring of the maturity status of elderberry can be
carried out using a portable digital refractometer, which allows
estimating the sugar content, expressed as °Brix. In this way
it is possible to plan more accurately the harvesting day. This
method was tested in elderberries from the three most common
cultivars in the Vale do Varosa and Távora region –Sabugueira,
Sabugueiro and Bastardeira – collected in the years 2018 and
2019. The ripe elderberries exhibited °Brix values ranging from
12 to 19 °Brix, with the median of 14.5 °Brix.
The variation trends observed during the final stage of matu-
ration indicate that the highest values of °Brix also correspond
to higher values of total phenolic compounds and antioxidant
activity. These 2 parameters are related with potential beneficial
health effects associated with the elderberries. In summary,
the °Brix assessment throughout the maturation of elderberries
represents a simple method that provides objective and useful
information to producers for scheduling the harvest and
assessing the quality of elderberries.
Keywords: Sambucus nigra L., Elderberry,
Ripening, °Brix, Refractometer.
IMPORTÂNCIA
DO CONTROLO DA
MATURAÇÃO DA BAGA
Desde longa data que a flor e
a baga de sabugueiro (Sam-
bucus nigra L.) são usadas na
medicina tradicional e, mais
recentemente, no desenvol-
vimento de nutracêuticos e
suplementos alimentares,
ilustrando o potencial e
interesse em estudar esta
espécie. O sabugueiro tem
sido referido como uma fonte
rica em diversos compostos
bioativos, aos quais são
atribuídos efeitos benéficos
para a saúde e bem-estar.
Entre estes destacam-se os
compostos terpénicos, fitoes-
teróis, ácidos gordos mono e
polinsaturados, compostos
fenólicos e antioxidantes,
minerais, vitaminas, entre
outros. Alguns estudos
realizados recentemente
sobre a baga de sabugueiro
portuguesa, nomeadamente
da baga cultivada no Vale do
Varosa e Távora, (Figura 1)
reportam a presença destes
compostos bioativos, cujos
teores dependem do estado
de maturação da baga. Assim,
considera-se fundamental
que os produtores de baga
de sabugueiro disponham de
ferramentas simples que lhes
forneçam dados objetivos que
permitam controlar o estado
de maturação da baga e
como tal programar
o dia da colheita.
Durante o desenvolvi-
mento fisiológico e o processo
de amadurecimento, as bagas
sofrem diversas modificações
físicas e bioquímicas, ficando
normalmente maduras, e
como tal em condições de
serem colhidas, durante o
mês agosto. Os produtores
têm dificuldade em planear
com rigor o dia da colheita,
pois o estado de maturação
da baga está dependente
Figura 1. Região do Vale do Varosa e Távora, com indicação dos 3 campos onde fo-
ram colhidas amostras de baga de sabugueiro: Varosa, Valverde e São João de Tarou-
ca (campo experimental). Fonte: Google Maps.
9. peouenosfrutos 7
grupos operacionais
GO – SambucusValor
de diversas variáveis,
nomeadamente as condições
climatéricas, a localização
geográfica dos campos,
as condições de gestão da
cultura, entre outros fatores.
A qualidade da baga, e
consequentemente o seu
valor comercial, dependem
de um adequado controlo
da maturação e definição do
dia da colheita. Assim, neste
artigo será apresentada e
discutida a importância da
implementação de um método
simples que permite avaliar o
estado de maturação tecnoló-
gico da baga, em laboratório
ou no campo. É ainda discutida
a relação deste parâmetro
com outros indicadores de
qualidade da baga.
O teor de sólidos solúveis
totais (SST), indicador do
teor de açúcares solúveis,
e a acidez titulável (AT) são
parâmetros muito utilizados
para acompanhar o estado
de maturação tecnológico de
vários frutos, nomeadamente
das uvas. Por exemplo,
através da avaliação destes
parâmetros é possível um
acompanhamento do estado
de maturação das uvas, com
vista a planificar a vindima e
o processo de vinificação, de
acordo com as características
pretendidas para o produto
final. Este tipo de acompa-
nhamento pode ser realizado
no campo com recurso a um
refratómetro digital portátil.
A abordagem usada no
controlo de maturação da
uva foi o ponto de partida e
inspiração dos autores para
avaliar o amadurecimento da
baga de sabugueiro.
COMO ACOMPANHAR O
ESTADO DE MATURAÇÃO
DA BAGA ATRAVÉS DA
DETERMINAÇÃO DO °BRIX?
Na Figura 2 encontra-se
esquematizado o processo
de determinação do teor de
sólidos solúveis totais (SST)
que é expresso em °Brix.
A determinação do °Brix tem
como base uma escala que
resulta do estabelecimento
de uma relação numérica
entre o índice de refração
de uma solução e o seu
teor em sacarose. Assim,
este parâmetro permite
determinar, de forma indireta,
o teor de sólidos solúveis
totais de uma solução, o qual
depende da temperatura, mas
os refratómetros modernos
já conseguem corrigir essas
variações através de sistemas
internos de compensação
automática de temperatura.
A determinação do °Brix
é feita utilizando um
refratómetro. Aconselha-se a
utilização de um refratómetro
digital que pode ser usado
quer no laboratório quer no
campo, permitindo assim a
leitura em tempo real.
As bagas de sabugueiro
podem ser colhidas no campo
e transportadas para um
laboratório ou para insta-
lações agrícolas, ou podem
ser analisadas no campo.
Para esta determinação, as
bagas de sabugueiro devem
ser esmagadas até se obter
um sumo, posteriormente
colocaram-se duas gotas no
refratómetro, sendo a leitura
feita após 30 segundos de
permanência do sumo sobre
a superfície de leitura. Se
a análise for realizada no
laboratório pode seguir os
passos indicados na Figura 2,
iniciando o esmagamento
das bagas no almofariz e no
2º passo a leitura do °Brix.
Se a leitura for realizada no
campo, as bagas podem ser
esmagadas colocando-as
num saco de plástico e depois
1) 2)
Figura 2. Determinação do teor de sólidos solúveis totais, expresso em °Brix: 1º passo – esmagamento da baga para a obtenção do
sumo; 2º passo: leitura do °Brix num refratómetro digital. No exemplo usado nesta figura, as bagas apresentaram um valor de 14,8 °Brix.
colocam-se umas gotas do
sumo no local indicado no
refratómetro (Figura 2).
A metodologia
anteriormente descrita foi
aplicada a amostras de baga
de sabugueiro portuguesa,
recolhida na zona do Vale
do Varosa e Távora, onde
existem culturas de sabu-
gueiro com boa capacidade
de adaptação às condições
naturais da região. Assim,
foram recolhidas bagas das
cultivares mais comuns nesta
zona: Sabugueira, Sabugueiro
e Bastardeira. Estas foram
colhidas em 3 campos, entre
o final de julho e agosto de
2018 e de 2019 (Figura 1).
Para as amostras
analisadas, o valor de °Brix
aumenta até estabilizar num
valor que varia entre 13 e 19
para a baga madura, para as
3 cultivares no ano de 2018 e
entre 12 e 16, para o ano de
2019 (Figura 3). Em média,
os valores de °Brix das bagas
do campo de Varosa são
mais homogéneos, não apre-
sentam tanta variabilidade
no estado de maturação,
quando comparadas com os
valores de °Brix das bagas
dos outros campos.
De acordo com a literatura,
o teor de sólidos solúveis
da baga madura colhida em
vários países do norte da
europa pode variar entre 10
e 17 °Brix, sendo que o valor
mais comum varia entre 12 e
13 °Brix. A baga portuguesa
em estudo apresentou a
mediana de 14,8 °Brix, o que
permite inferir, que para este
indicador de qualidade, está
bem posicionada no
contexto internacional.
O °BRIX ESTÁ
RELACIONADO COM
OUTROS PARÂMETROS
DE QUALIDADE DA BAGA?
A Figura 3 ilustra a variação
dos parâmetros comumente
usados para definir o estado
de maturação tecnológica de
frutos (sólidos solúveis totais
e acidez titulável) e ainda a
evolução do teor em fenóis
totais e do poder antioxidante
da baga de sabugueiro
das cultivares Sabugueira,
Sabugueiro e Bastardeira.
De acordo com a Figura 3,
durante a fase final de
maturação o teor de açúcares
aumenta, enquanto que a
acidez titulável diminui. Habi-
tualmente define-se a data da
colheita como a fase em que
estes 2 parâmetros estabili-
zam. Por outro lado, observa-
-se que o teor em fenóis totais
aumenta e consequentemente
há um aumento da atividade
antioxidante (Figura 3). Estas
tendências de variação estão
em linha com o observado para
os valores de °Brix, isto é, o
estado de maturação da baga
que corresponde a valores de
°Brix mais elevados, também
corresponde a valores mais
elevados de fenóis totais e de
capacidade antioxidante.
Em média, as bagas do
campo de Varosa apresentam
valores mais elevados de
°Brix, teor de fenóis totais
e atividade antioxidante,
comparativamente com os
ouros campos em estudo.
Por outro lado, as bagas do
campo experimental (São
João de Tarouca) são as
que apresentam em médias
valores inferiores para
estes três parâmetros.
10. peouenosfrutos8
grupos operacionais
GO – SambucusValor
A Figura 3 mostra claramente
que o perfil em fenóis totais
e a atividade antioxidante
são característicos para cada
um dos campos ao longo do
tempo, refletindo a adaptação
da planta às condições
edafoclimáticas. Além do
metabolismo primário (cres-
cimento e desenvolvimento),
a planta pode apresentar
atividades relacionadas com
o metabolismo secundário, o
qual desempenha um papel
importante na interação das
plantas com o meio ambiente
(adaptação às condições
do meio). Este é expresso
na produção de vários
metabolitos secundários,
como por exemplo os
compostos fenólicos e respe-
tiva atividade antioxidante.
CONCLUSÕES
A baga de sabugueiro apre-
senta inúmeros compostos
bioativos, cuja concentração
depende do estado de matura-
ção. Assim, é importante que
haja um controlo do estado
de maturação da baga para se
definir com maior rigor o dia
da colheita e consequente-
mente a sua composição.
Um dos parâmetros que
permite acompanhar o estado
de maturação é a medição do
°Brix, através da utilização de
um refratómetro digital. Este
método é rápido, de execução
simples, requer um volume
muito reduzido de amostra e
não necessita de um operador
especializado. Para além disso
este método apresenta custos
de utilização reduzidos e pode
ser executado no campo, per-
mitindo assim uma avaliação
do grau de maturação em
tempo real. A Figura 4 resume
as principais tendências de
variação observadas ao longo
da maturação, ou seja, ocorre
um aumento do °Brix, teor
em fenóis totais, da atividade
antioxidante e a diminuição da
acidez titulável. Esta infor-
mação permite concluir que
Figura 3. Sólidos solúveis totais (SST) – °Brix, acidez titulável (g ácido cítrico/L sumo), teor em fenóis totais (g ácido gálico/L sumo) e
atividade antioxidante (mmol equivalentes de Trolox/L sumo) de baga de sabugueiro das cultivares Sabugueira, Sabugueiro e Bastardei-
ra, determinados ao longo do amadurecimento, colhidas da região do Vale do Varosa e Távora, durante a colheita de 2018 e 2019. Os re-
sultados estão expresso por L de sumo, preparado por esmagamento da baga.
a determinação do °Brix, para
além de ser um auxiliar na ava-
liação do estado de maturação
tecnológica e permitir definir
o dia da colheita, também
permite inferir acerca do teor
em compostos fenólicos, de
reconhecida importância para
o valor biológico da baga e para
as suas propriedades de cor.
AGRADECIMENTOS
FCT/MEC pelo apoio financeiro
através da unidade de investigação
QOPNA (UID/QUI/00062/2019)
e Laboratórios Associados LAQV-
-REQUIMTE (UIDB/50006/2020) e
CICECO (CICECO (UIDB/50011/2020
& UIDP/50011/2020UID/
CTM/50011/2013) e fundos nacionais
cofinanciados por FEDER, dentro do
acordo PT2020. Os autores agradecem
ao Grupo Operacional SambucusValor:
Valorização integrada do sabugueiro
em função dos padrões de consumo
saudável: da planta à criação de
novos produtos alimentares de valor
acrescentado, financiado no âmbito
do PDR 2020, Medida 1, «Inovação»,
Constituição de Grupos Operacionais
(PDR2020- 101-031117, Parceria
nº 146/ Iniciativa nº 341).
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Figura 4. Tendências de variação de diferentes parâmetros físico-químicos ao longo da
maturação da baga de sabugueiro.
11. 9peouenosfrutos
produção
A importância do conhecimento
do estado de diferenciação
floral na cultura da framboesa
CÂNDIDA SOFIA TRINDADE, TERESA VALDIVIESSO, PEDRO BRÁS DE OLIVEIRA
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária,
Unidade de Estratégia de Investigação e Serviços de Sistemas Agrários, Florestais e Sanidade Vegetal (INIAV – UEIS – SAFSVegetal)
Será necessário a um produtor de framboesas ter conhecimento
detalhado dos processos de diferenciação floral? Neste artigo
vamos tentar demonstrar que sim. Comecemos pelas definições
básicas, botânica, hábitos de floração e formação do fruto.
A planta da framboesa pertence à família das Rosaceae e ao
género Rubus, que inclui plantas herbáceas, perenes e bienais.
As framboesas que florescem no Verão após um ano de cresci-
mento vegetativo e de passar por um período de dormência durante
o Inverno são designadas de não remontantes (floricane-fruiting).
No entanto, existe um grupo de plantas de framboesa designadas
de remontantes (primocane-fruiting) que, apesar de apresentarem
um ciclo bienal, têm a capacidade de poder florir nos lançamentos
do ano durante o fim do Verão, princípio do Outono (Carew et al.
2000; Heide and Sonsteby, 2011). A distinção dos dois grupos é
importante do ponto de vista agronómico, uma vez que os diferen-
tes tipos de plantas têm necessidades diferentes para que ocorra a
diferenciação floral e exigem técnicas culturais específicas.
A produção de fruto está sempre dependente da eficácia
do processo reprodutivo, ou seja, da diferenciação floral, da
floração e da fecundação. Sendo o fruto da framboesa de grande
valor comercial torna-se fundamental o conhecimento da
floração e diferenciação floral bem como a regulação fisiológica
deste processo (Neri et al., 2012).
O ciclo de crescimento das framboesas tem início no
desenvolvimento de um gomo radicular ou em gomos axilares dos
lançamentos na zona de substituição. Os gomos encerram em si
diferentes tipos de meristemas. O meristema é um tecido vegetal
composto por células indiferenciadas com grande capacidade
de multiplicação e especialização, sendo responsável pelo
crescimento da planta e pela formação de todos os tecidos/órgãos
vegetais (Figura 1). Existem dois tipos principais de meristemas,
os meristemas apicais e os meristemas laterais. Os meristemas
apicais são responsáveis fundamentalmente pelo crescimento
longitudinal das plantas e ocorrem nos ápices das raízes e do
caule. Os meristemas laterais são responsáveis pelo crescimento
da planta em espessura nas plantas lenhosas. No entanto, alguns
meristemas podem, sob condições climáticas indutivas, diferenciar
células especializadas, dando origem às peças florais e à floração.
A indução floral é um sistema complexo em que a atividade
de um meristema terminal vegetativo transita para reprodutivo.
Este é um processo que ocorre no interior do gomo não sendo
visível a olho nu, sendo necessário abrir o gomo, retirando as
brácteas protetoras do meristema, para que este seja exposto.
Assim, não é possível ao produtor saber exatamente o momento
em que as suas plantas transitam do estado vegetativo para
o floral. O processo da formação das flores baseia-se em três
fases distintas: indução floral, diferenciação floral e floração.
Este processo, regulado pelas características genéticas da
Figura 1. Gomo de framboesa; esquema de um meristema que se localiza dentro do
gomo (m – meristema; br – brácteas protetoras do meristema).
planta é no entanto muito
dependente de fatores
externos tais como, tempera-
tura, humidade, fotoperíodo ou
mesmo de técnicas culturais
(Williams 1959; Esteves et al.,
2011). Reunidos todos estes
fatores, intimamente ligado
a cada genótipo, iniciam-se
diferentes alterações
bioquímicas na planta que dão
origem à floração.
A fase em que se dá a
indução floral varia, como já se
afirmou, com a cultivar e ocorre
quando o gomo que encerra o
meristema se encontra com-
pletamente desenvolvido.
A altura exata é controlada
pelo comprimento do dia, bai-
xas temperaturas e cessação
do crescimento terminal e é
determinada geneticamente
(Oliveira et al., 2007).
A indução floral pode ser
reversível, mas o passo
seguinte a diferenciação floral,
é irreversível pois já ocorre-
ram alterações morfológicas
que impedem o retrocesso do
meristema. Estas alterações
morfológicas são sequen-
ciais e podem ser descritas
em cinco estádios (Figura 2):
estádio 0 – meristema vege-
tativo (Figura 2a); estádio 1
– indução floral, consiste no
alargamento e achatamento
do meristema (Figura 2b);
estádio 2 – pontos de cresci-
mento secundários (Figura
2c); estádio 3 – alongamento
dos pontos de crescimento e
estádio (Figura 2d) 4 – forma-
ção dos primórdios das peças
florais que posteriormente
culminarão na formação do
botão floral (Figura 2e,f).
12. peouenosfrutos10
produção
Figura 2. Cortes histológicos de gomos de framboesa: a – meris-
tema vegetativo; b, c – meristema diferenciado; d, e, f – formação
das peças florais; at – anteras; ov – óvulo; ova – ovários.
Figura 3. Flor da framboesa onde são visíveis as diferentes pe-
ças florais.
Figura 5. A framboesa é um fruto múltiplo de drupas.
Figura 4. Cortes histológicos de flores de framboesa: a – ovários
com óvulos em formação; b – óvulo na fase de fecundação; c – for-
mação das anteras (formação das células mães de grãos de pó-
len); d – formação de pólen nas anteras; ova – ovários; ov – óvulo;
at – anteras; gp – grãos de pólen.
Desde há muitos anos que no
INIAV, I.P. se têm realizado
estudos de diferenciação floral
em framboesa, tendo todos
estes estádios sido confirma-
dos através da observação de
cortes histológicos de gomos
de framboesa. O meristema
vegetativo apresenta uma
forma esférica (Figura 2a),
sendo o seu alargamento e
achatamento as alterações
iniciais da indução floral
(Figura 2b).
«As flores de framboesa
são hermafroditas,
possuem o órgão
reprodutor masculino
(androceu) e feminino
(gineceu)»
Como já foi referido todos
estes processos descritos
anteriormente ocorrem dentro
das brácteas dos gomos não
sendo visíveis a olho nu. Assim,
a determinação correta do
estado de diferenciação floral
é de extrema importância
quando se pretendem aplicar
manipulações do ciclo vegeta-
tivo e reprodutivo na cultura da
framboesa. Facto importante a
realçar neste momento é que
em Portugal nos habituámos
a trabalhar com framboesas
remontantes e todos estes
processos nos parecem
óbvios e intuitivos mas podem
conduzir a grandes erros.
Devemos distinguir bem as
diferenças entre framboesas
que frutificam no lançamento
do ano (remontantes) e as
que apenas frutificam no
lançamento de segundo
ano (não-remontantes). Nas
cultivares remontantes a dife-
renciação e o desenvolvimento
das inflorescências dá-se até
que os gomos axilares se
tornem dormentes.
No entanto, a indução floral
continua nos gomos situados
abaixo da última inflorescência
visível. Nas framboesas não
remontantes a indução ocorre
no Outono, podendo verificar-
-se ou não a diferenciação
floral consoante a cultivar
(Oliveira et al., 2007).
A floração é um processo
que decorre já no exterior dos
gomos axilares, passado um
período de dormência ou não,
e que o produtor já consegue
ver e identificar as diferentes
fases fenológicas que a planta
atravessa. A fenologia da
framboesa encontra-se bem
descrita (Edin et al., 1999) pelo
que nos vamos referir a pro-
cessos menos divulgados e que
são, também eles, de extrema
importância. Assim, a flora-
ção inicia-se na zona apical da
planta, seguida das outras inflo-
rescências/flores que aparecem
sucessivamente em direção à
base, em ráquis secundários. O número de flores por inflorescência
é muito variável.
As flores de framboesa (Figura 3) são hermafroditas,
possuem o órgão reprodutor masculino (androceu) e feminino
(gineceu). O gineceu é formado por 56 a 120 carpelos, que se
encontram sobre um recetáculo carnudo. Cada carpelo é cons-
tituído pelo estigma, estilete e o ovário, que encerra os óvulos. O
gineceu é envolvido pelo androceu que é formado pelos estames
(filete e a antera). Nas anteras jovens, são produzidas as células
mãe dos grãos de pólen (Figura 4). Durante a maturação da
antera, estas células dão origem aos grãos de pólen, essenciais
na fecundação. O estigma é responsável pela adesão dos grãos
de pólen que são conduzidos até ao ovário através dos tecidos
do estilete culminando na fecundação do óvulo. Assim, o calibre
do fruto depende do número de óvulos que são fecundados
e que evoluem para drupéolas completamente expandidas,
dependendo também da cultivar, da época do ano e do local de
produção (Funt & Hall, 2013).
Através de cortes histológicos é possível observar os
diferentes tecidos e células que compõem as peças florais e
estão na base da formação da semente e do fruto. Na base dos
13. produção
ovários encontram-se os
óvulos em formação (antes
da recetividade do estigma)
(Figura 4a), local onde irão
ser fecundados (Figura 4b),
enquanto nas anteras se
formam as células mãe do
grão de pólen (Figura 4c)
que dão origem aos grãos de
pólen (Figura 4d).
Durante todo o período de
floração, as flores segregam
grandes quantidades de
néctar, produzido pelas
nectáreas que se localizam
no recetáculo entre o anel de
estames e os ovários. Este
néctar rico e abundante em
açúcares, juntamente com o
pólen, é altamente atrativo
para os insetos polinizadores.
Apesar de várias espécies de
insetos visitarem as flores de
framboesa, a abelha doméstica
é considerada o principal e
o mais eficiente polinizador
(Oliveira et al., 2007). Brito, et
al. (2019) determinaram que
numa cultura de framboesa
em estufa no Algarve são
libertados em média, num
período de 42 dias, entre 350
e 560L de néctar por hectare.
Esta produção elevada de
néctar pode originar problemas
importantes de qualidade
do fruto quando se reúnem
condições de elevada humi-
dade e baixa transpiração das
plantas em cultura protegida.
Após a fecundação, o ovário
desenvolve-se formando uma
drupéola, ou seja uma mini
drupa que se desenvolve a
partir de um ovário. O ovário
desenvolve-se e transforma-
-se na parte carnuda do fruto,
enquanto o óvulo fecundado
origina a semente. O fruto é
um agregado de drupéolas
formado pela junção de um
grande número de ovários
todos da mesma flor e aderen-
tes a um recetáculo comum
(Oliveira et al., 2007). Como
cada drupéola é por si só um
fruto perfeito, a framboesa
forma um fruto múltiplo de
drupas (Figura 5). Estes são
os processos fisiológicos
da floração que ocorrem ao
longo do período produtivo,
sendo fácil compreender
que o sucesso comercial
da cultura está claramente
associado com a interação de
fatores que ocorrem durante
o ciclo biológico. Sobre elas
escreveremos mais tarde.
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14. 12 peouenosfrutos
produção
Proposta de escala dos estados
fenológicos do medronheiro
ANA SOFIA NUNES, FÁBIO CASTRO, MAFALDA SIMÕES, FILOMENA GOMES, GORETI BOTELHO, JUSTINA FRANCO
Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Centro de Estudos em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (ESAC/IPC/CERNAS)
RESUMO
Omedronheiro (Arbutus unedo L.) é uma espécie que
pertence ao género Arbutus e à família das Ericaceae.
O presente trabalho foi realizado no banco clonal de medronheiro
instalado em 2015 na Escola Superior Agrária de Coimbra
(ESAC), em 4 blocos completos e casualizados, com 16 clones.
Procedeu-se à monitorização dos estados fenológicos desde
12 de setembro de 2018 até 10 de outubro de 2019. Foram
realizados registos fotográficos, recolhidos ao longo do tempo,
de acordo com a respetiva escala fenológica estabelecida. Tendo
por base as escalas dos estados fenológicos estabelecidos por
Fleckinger e Baggiolini para outras fruteiras, estabeleceu-se, pela
primeira vez, uma escala para o medronheiro (de A a L).
Palavras-chave: Arbutus unedo L.,
Banco clonal, Registos fotográficos.
ABSTRACT
The strawberry tree (Arbutus unedo L.) is a species that belongs
to the genus Arbutus and to the Ericaceae family. This study was
done in the clonal bank of Arbutus unedo L. that was installed
at Coimbra College of Agriculture (ESAC) in 2015, in 4 complete
and randomized blocks, with 16 clones. The monitorization of the
fenological states were conducted from September 12th
2018 until
October 10th
2019. Photographic records were taken, collected
over time, according to the respective established phenological
scale. Based on the scales of phenological states established
by Fleckinger and Baggiolini for other fruit trees, a scale was
established, for the first time, to strawberry tree (from A to L).
Keywords: Arbutus unedo L., Clonal bank, Photographic records.
INTRODUÇÃO
O medronheiro (Arbutus unedo L.) é uma espécie autóctone
que cresce espontaneamente em diversas zonas do País. Ulti-
mamente tem despertado bastante interesse provavelmente
devido à sua versatilidade uma vez que pode ser encarada como
uma espécie florestal ou agrícola. Este interesse advém princi-
palmente da potencialidade económica da exploração do fruto,
quer pela sua transformação (aguardente, compota, snacks,
iogurtes) quer pelo seu consumo em fresco (Botelho e Galego,
2019; Gomes et al., 2018a,b). A instalação da cultura, como
árvore fruteira em pomares, conduziu à necessidade de melho-
ramento da espécie (Gomes et al., 2017; Passarinho et al., 2017).
Verifica-se no mercado um forte incremento na procura de
plantas melhoradas. Segundo Gomes et al. (2012) os proprietários
pretendem a valorização económica das explorações, recorrendo
a espécies como o medronheiro. Para além da utilização dos seus
frutos, o medronheiro também pode ser integrado numa estratégia
de prevenção aos incêndios, pela sua resiliência e rápida capaci-
dade de regeneração (Freire, 2017). De facto, este possui uma forte
resiliência ao fogo e uma rápida
capacidade de regeneração,
sendo que muitas vezes é o
primeiro a rebentar depois
de um incêndio. Todas estas
características fazem desta
planta uma grande aliada
na prevenção dos incêndios
florestais (Franco, 2013).
Outra utilização potencial
do medronheiro é a produção
de mel. Fortemente apreciado
nos países do Norte da Europa,
em Portugal, este mel, por não
ser apreciado devido às suas
características sensoriais,
escuro e amargo, não é
produzido em escala suficiente
para ser comercializado no
mercado interno, nem, para
ser exportado (Martins, 2017).
Contudo, existe uma tendência
e potencial para o crescimento
deste sector.
O medronheiro também
pode ser uma espécie
ornamental, uma vez que a
sua folhagem persistente e
brilhante, floração abundante,
a frutificação colorida e
comestível, assumem um
papel de destaque como
planta ornamental em espaços
verdes públicos e privados
(Costa, 2012). Adicionalmente,
também pode ser utilizada para
arranjos florais fúnebres. Outra
potencialidade que a espécie
apresenta, é o estabelecimento
de micorrizas, pois contribui
para o aumento da sobrevi-
vência e do crescimento, da
tolerância a condições de stress
(biótico e abiótico) e pode, ainda,
constituir outra fronte de rendi-
mento económico, a produção
de cogumelos comestíveis
(Gomes et al., 2012). De acordo
com Sulusoglu et al. (2011),
o medronheiro é uma espécie
diploide (2n=26), reproduz-se
sexuadamente por via seminal,
ou vegetativamente através de
rebentos de raiz. Esta espécie
apresenta ainda uma grande
importância ecológica, pois
evita a erosão dos solos e tem
a capacidade de se regenerar
rapidamente após incêndios
(Lopes et al., 2012).
Em relação à altura, o
medronheiro pode atingir
o porte arbustivo e o porte
arbóreo, mas a altura não
costuma exceder os 5 a 12
metros (Gomes et al., 2018b).
Sendo o medronheiro uma
árvore de produção de fruto o
seu crescimento é condicionado
por vários fatores (fatores
do meio ambiente e fatores
internos da planta). Dentro
Figura 1. Exemplo de marcação de um cacho.
15. peouenosfrutos 13
produção
dos fatores do meio ambiente,
existem por exemplo a luz, pois
a sua intensidade e duração
tem grande influência no
crescimento e forma da planta.
Assim, as condições de baixa
intensidade luminosa provocam
o alongamento dos entrenós,
ramos mais finos, folhas mais
estreitas e finas e também
um baixo desenvolvimento do
sistema radicular. A competiti-
vidade por este fator, também
vai definir a altura da planta
(Martínez, 1995). Ainda de
acordo com este autor, durante
as diferentes fases dos ciclos
vegetativos e reprodutivos
de uma árvore frutífera, os
elementos presentes na parte
aérea da árvore (gomos; flores
e frutos), determinam o aspeto
da planta. Esse aspeto é
designado de estado fenológico
e a sua sucessão no tempo
é chamada de fenologia.
A fenologia de uma espécie tem
uma grande importância prática
para a determinação das datas
de aplicação de produtos
fitossanitários, fertilizantes,
reguladores de crescimento
e rega. A fenologia de uma
espécie também fornece dados
sobre a influência de fatores
ambientais no desenvolvimento
da árvore e é muito útil
para a deteção precoce de
possíveis anomalias de caracter
fisiológico ou virótico.
De acordo com Santos
(2015), a fenologia também
pode ser entendida como a
ciência que estuda a atividade
sazonal recorrente das plantas
e relaciona-a com o meio envol-
vente, com os fatores bióticos
e abióticos, como por exemplo:
os microrganismos, o clima e
o pH do solo. Até ao momento,
não é do conhecimento dos
autores do presente trabalho,
que tenha sido realizado em
Portugal, um estudo centrado
nos estados fenológicos do
medronheiro. Por conseguinte,
este foi o objetivo do trabalho
que aqui se apresenta de forma
a contribuir para o aumento
do conhecimento sobre esta
espécie que tem vindo a
apresentar um relevo crescente
enquanto fruteira.
MATERIAL E MÉTODOS
O banco clonal da ESAC possui
indivíduos provenientes de
vários pontos do país que foram
plantados em Maio de 2015.
A disposição do banco clonal
é constituída por 4 blocos
completos e casualizados, para
assim os clones reproduzirem-
-se com os diferentes clones
existentes, sendo que a
polinização é livre e cruzada,
reduzindo assim o efeito do
meio ambiente nos indivíduos,
originando descendentes mais
resistentes a doenças e mais
resistentes às condições climá-
ticas. No total, encontram-se 6
linhas, onde estão distribuídos
os 16 clones existentes, tendo
inicialmente existido um total
69 plantas, mas devido a um
ciclone tropical, que ocorreu
em Outubro de 2018, algumas
plantas ficaram debilitadas e
outras morreram. Cada ramo
selecionado foi etiquetado
com a informação do ponto
cardeal para onde o ramo
estava orientado como se pode
verificar na Figura 1. Foram
efetuados registos fotográficos,
para assim se determinar o
estado fenológico de cada
planta e desenvolver uma
escala fenológica.
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
De acordo com Martínez
(1995), para a determinação
do estado fenológico de uma
planta, é utilizada uma série
de figuras escolhidas, que
apresentam os diferentes
aspetos do gomo e dos órgãos
da floração. Após a seleção das
figuras escolhidas, é estipulada
uma escala que determina
os estados fenológicos das
plantas. Essa escala pode
ser baseada na escala BBCH,
que segundo Santos (2015) é
uma escala desenvolvida para
Tabela 1. Estados fenológicos principais (adaptado de Forestry, 2018).
Estados fenológicos principais
0 – Desenvolvimento do gomo 5 – Emergência de inflorescência
1 – Desenvolvimento foliar 6 – Floração
2 – Formação de rebentos laterais 7 – Desenvolvimento do fruto
3 – Desenvolvimento da parte aérea 8 – Maturação
4 – Desenvolvimento das partes vegetais 9 – Senescência
Tabela 2. Estados fenológicos para o medronheiro segundo Fleckinger (1945) e Bag-
giolini (1952) para outras fruteiras.
Estados fenológicos
A – Gomo misto visível G – 1º Fruto vingado
B – Cacho visível H – Todos os frutos vingados
C – 1ª Corola visível I – Frutos em crescimento
D – 50% das Corolas visíveis J – 1º Fruto em mudança de cor
E – 1ª Flor aberta K – Todos os frutos mudaram de cor
F – 50% das Flores abertas, em plena floração L – Maturação /colheita
codificar de forma numérica e
uniforme os estados feno-
lógicos das plantas mono e
dicotiledóneas. De acordo com
Forestry (2018) os estados
fenológicos principais são os
descritos na Tabela 1.
Segundo Martínez (1995),
a representação dos estados
fenológicos pode ser baseada
ainda numa outra escala que é
representada por letras maiús-
culas do alfabeto, que designam
cronologicamente os diferentes
estados fenológicos. Tendo por
base as escalas dos estados
fenológicos estabelecidos por
Fleckinger (1945) e Baggiolini
(1952) para outras fruteiras,
estabeleceu-se uma escala
para o medronheiro (Tabela 2).
Na Figura 2 encontram-se
os registos fotográficos
recolhidos ao longo do tempo,
com a respetiva escala
fenológica estabelecida.
CONCLUSÕES
Tendo por base as escalas dos
estados fenológicos estabele-
cidos por Fleckinger (1945) e
Baggiolini (1952) para outras
fruteiras estabeleceu-se uma
escala para o medronheiro (de
A a L). Foram realizados regis-
tos fotográficos, recolhidos ao
longo do tempo, de acordo com
a respetiva escala fenológica
estabelecida. Considera-se
que a escala de estados
fenológicos do medronheiro
será uma ferramenta útil para
os diferentes agentes envol-
vidos na fileira, com especial
interesse para os produtores.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi realizado no âmbito
do projeto “RG- PCMG - Conservação
e Melhoramento Genético Vegetal
para o medronheiro (Arbutus unedo
L.”, com o código de operação
PDR2020-784-042742 - RG-PCMG,
do Instituto Politécnico de Coimbra,
cofinanciado pelo FEADER – Fundo
Europeu Agrícola de Desenvolvimento
Rural, através do Acordo de Parceria
Portugal 2020, Programa PDR2020,
Operação 7.8.4 – Recursos Genéticos
- Conservação e melhoramento de
recursos genéticos vegetais.
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ISBN: 978-972-8936-15-0.
16. peouenosfrutos14
produção
Figura 2. Proposta de escala de estados fenológicos do medronheiro.
A Gomo misto visível A Gomo misto visível A Gomo misto visível B Cacho visível
B Cacho visível B Cacho visível
B Cacho visível
E 1ª Flor aberta
G 1º Fruto vingado
I Frutos em crescimento
J 1º Fruto em mudança de cor
E 1ª Flor aberta
G 1º Fruto vingado
I Frutos em crescimento
J 1º Fruto em mudança de cor
C 1ª Corola visível C 1ª Corola visível D 50% das Corolas visíveis
D 50% das Corolas visíveis
E 1ª Flor aberta
G 1º Fruto vingado
I Frutos em crescimento
K Todos os frutos
mudaram de cor
K Todos os frutos
mudaram de cor
L Maturação/colheita L Maturação/colheita L Maturação/colheita
K Todos os frutos
mudaram de cor
K Todos os frutos
mudaram de cor
K Todos os frutos
mudaram de cor
K Todos os frutos
mudaram de cor
K Todos os frutos
mudaram de cor
D 50% das Corolas visíveis
F 50% das Flores abertas
H Todos os frutos vingados
I Frutos em crescimento
D 50% das Corolas visíveis
F 50% das Flores abertas
H Todos os frutos vingados
I Frutos em crescimento
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17. 15peouenosfrutos
teses
Avaliação do
potencial de plantas
’tray’ de morangueiro.
Arquitetura floral e
produtividade
Morphological
and genetic
characterization of
four populations of
Corema album (L.) D. Don
RESUMO
Nos últimos anos a produção de morango tem diminuído
em Portugal devido à desatualização do setor. Face aos
atuais problemas, há uma grande necessidade de inovar,
recorrendo a tecnologias de produção como as plantas ‘tray’.
O ensaio teve como objetivo avaliar a dinâmica da floração
destas plantas nas cultivares ‘Darselect’, ‘Deluxe’, ‘Donna’ e
‘Dream’ no primeiro ciclo de produção (outono-inverno) e a
viabilidade de se obter uma segunda produção na primavera
com recurso à tecnologia de luz LED.
De setembro a outubro deu-se a evolução dos primórdios
florais diferenciados no viveiro, não se verificando diferenciação
floral e encontrando-se os meristemas em estado vegetativo.
A ‘Donna’ apresentou maior número de meristemas reprodutivos
diferenciados no viveiro, com mais 8 meristemas.planta-1
que as
outras cultivares. Contudo, estes meristemas não se traduziram
num maior potencial produtivo. Na segunda metade do ciclo
verificou-se a diferenciação floral de novos gomos, com um
RESUMO
Corema album (L.) D. Don 1830, é um arbusto dióico da famí-
lia Ericaceae, que se desenvolve costa Atlântica de Portugal e
Espanha, em ecossistemas dunares e de cobertos costeiros de
pinheiro. Existe um potencial por parte desta espécie para
integrar o mercado dos pequenos frutos.
Na primeira parte deste trabalho, oitenta plantas provenientes
de Monte Clérigo, Comporta, Aldeia do Meco e Dunas de Quiaios
foram amostradas. A fenologia reprodutiva de seis plantas da
Aldeia do Meco foi seguida desde do mês de Março até Agosto.
Finalmente, vinte e nove características morfológicas foram
avaliadas, entre as quatro populações.
Na segunda parte do trabalho, seis ISSR foram utilizados
para caracterizar a diversidade genética entre populações.
Quinze caracteres morfológicos foram escolhidos e a sua diver-
sidade foi avaliada, através de análises aglomerativas. Cinco
variáveis bioclimáticas foram utilizadas para procurar cor-
relações com os dados morfológicos e moleculares.
Título da tese Avaliação do potencial de plantas
’tray’ de morangueiro. Arquitetura floral e produtividade;
Ano 2019;
Grau Mestre em Engenharia Agronómica;
Instituição Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa;
Locais de execução Oeiras (Instituto Nacional de Investigação Agrária de
Veterinária, I.P.) e Moncarapacho (Quinta da Moita Redonda, Hubel Agrícola)
Aluna Sofia Canteiro Patrício;
Orientadores Doutora Maria da Graça Sequeira Palha Mendonça
e Doutora Cristina Maria Moniz Simões de Oliveira;
Título da tese Morphological and genetic characterization
of four populations of Corema album (L.) D. Don;
Ano 2019;
Grau Mestre em Engenharia Agronómica;
Instituição Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa;
Local de execução Instituto Nacional de
Investigação Agrária e Veterinária, I.P., Oeiras;
Aluna João Miguel Antunes Jacinto;
Orientadores Doutor Jorge Henrique Capelo Gonçalves
e Professor Doutor Pedro Miguel Ramos Arsénio;
incremento acentuado no número de meristemas florais e com a
‘Darselect’ a apresentar maior número de estruturas reproduti-
vas, traduzindo-se numa maior produtividade (2,54 kg/m2
).
As restantes cultivares apresentaram uma produtividade
semelhante (valor médio 1,47 kg/m2
). A dinâmica da floração
foi semelhante entre as cultivares.
No segundo ciclo, as luzes LED tiveram influência princi
palmente no comprimento médio do pecíolo e do pedúnculo.
A Deluxe apresentou maior vigor vegetativo, sendo na maioria
das datas de amostragem diferente das outras cultivares
(P < 0,001). A luz LED influenciou a produção precoce das culti-
vares Donna, Dream e Darselect, não tendo efeito na produção
total das cultivares (6,0 kg/m2
LED vs 5,9 kg/m2
controlo).
No entanto, melhorou a qualidade comercial da produção e a
qualidade dos frutos que apresentaram valores de TSS > 9 °Brix.
Ao nível das cultivares, a Donna foi das mais produtivas com uma
média de 8,8 kg/m2
mas com frutos com menor TSS (< 8 °Brix).
No primeiro trabalho foram encontradas diferenças a nível da
fenologia das plantas estudadas na Aldeia do Meco. Foi também
encontrada diversidade morfológica dentro e entre populações.
O segundo trabalho demostrou uma falta de agregação
populacional, por parte das características morfológicas, mas o
mesmo não ocorreu com os dados moleculares. No entanto,
uma baixa correlação foi encontrada entre eles.
A ACC realizada entre dados morfológicos e bioclimáticos
demostrou que aproximadamente 50% da variação mor-
fológica é explicada pelas variáveis bioclimáticas, no entanto
a sua correlação não foi significativa. A mesma análise entre
dados moleculares e bioclimáticos, obteve uma correlação
positiva, de baixo valor, revelando que o ambiente também tem
influência na genética das espécies.
Ambos os trabalhos foram importantes para aumentar o con-
hecimento sobre C. album, tendo em vista o possível programa
de pré-melhoramento.
18. 16 peouenosfrutos
entrevista
«Em Portugal existem
muitos produtores dedicados»
Rebecca Darnell, investigadora e docente da Universidade da Flórida, é uma das cientistas que melhor conhece a planta
do mirtilo a nível mundial. Presente no último Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo enquanto oradora, esta realizou
uma apresentação com o objetivo de ajudar os produtores a compreender o processo de fotossíntese da planta do mirtilo
e assim optar pelos processos mais adequados. A norte-americana demonstrou-se interessada pelas plantações portu-
guesas, afirmando que «em Portugal existem muitos produtores dedicados».
ENTREVISTA E FOTOS SOFIA CARDOSO
Pequenos Frutos (PF): O que nos pode contar sobre
a diversidade do seu percurso académico e profissional?
Rebecca Darnell (RD): Eu fiz a minha licenciatura em Sociologia na Universidade de
Marilyn, mas durante o curso, escolhi uma cadeira sobre ciência das plantas cujo profes-
sor era soberbo. Na altura pensei: isto é o que eu quero fazer. Em consequência eu troquei
de licenciatura, para o curso de horticultura, e licenciei-me pela Universidade de Marilyn e
adorei. Trabalhei depois a tempo inteiro em investigação sobre a instalação e produção de
pomares de pêssego. Durante esse período, o meu professor encorajou-me a seguir com
mestrado e acabei por o fazer na Universidade Estadual do Ohio. Em seguida, fiz o meu
doutoramento na Universidade de Califórnia, em Davis, na área da fisiologia das plantas.
Quando cheguei à Califórnia, acabei por me interessar mais sobre fisiologia das plantas,
em compreender como as mesmas funcionavam, do que nos outros aspetos. Eu estava
mais interessada na Biologia e na Bioquímica. E foi nisso que trabalhei durante o meu
doutoramento e foi uma experiência muito positiva. Após terminar o meu doutoramento,
consegui o meu posto na Universidade da Florida e fui contratada como professora e
investigadora, em que dividi o meu tempo. O meu percurso profissional começou nos anos
80 e, resumidamente, eu trabalhei no mesmo local desde então. Adoro a Universidade
da Florida, adoro o meu trabalho. Em julho de 2019 reformei-me, mas ainda tenho o meu
escritório e ainda estou a orientar dois alunos e a realizar algum trabalho de investigação.
PF: E quais são os passos para o futuro agora que a vida académica abrandou?
RD: Ultimamente tenho feito consultoria para algumas empresas. Além disso, tenho
realizado alguns workshops de alguns dias, workshops de ensino sobre fisiologia
das plantas. Eu ensino informação básica e de partida para os potenciais produtores.
Tenho um workshop sobre princípios fisiológicos básicos das plantas, onde abordamos
desde a fotossíntese à respiração. Depois ensino outro workshop onde abordo a
nutrição das plantas. Neste segundo,
foco-me muito no que está a acontecer
no interior da planta. Não falo sobre
fertilização, não é bem a minha área.
PF: O que nos pode contar sobre a
sua pesquisa da fisiologia da planta
do mirtilo?
RD: Eu acredito que é importante ter em
mente que o rendimento da planta do
mirtilo parece ser limitado em termos
de “sources” e há muitos trabalhos,
não só o meu, que comprovam a ideia.
Qualquer coisa que se possa fazer para
aumentar a fotossíntese, será boa para a
planta, uma vez que a saturação ocorre
a densidades de fluxo relativamente
baixas e um excesso de luz pode dani-
ficar o aparelho fotossintético. O ponto
é, quanta mais luz a planta conseguir
absorver no interior do copado, maior
da fotossíntese global. Aumentar a sua
capacidade de fotossíntese aparece
como algo crucial para a planta.
Quando falamos de relações entre
“sources” e “sinks” estamos a falar sobre
a produção ou armazenamento/consumo
de hidratos de carbono. Os hidratos de
carbono são produzidos na “source”, sendo
depois transportados para os “sinks”. As
“sinks” são flores, frutos, e tudo aquilo
que não produz hidratos de carbono
suficientes para se sustentar, tendo que os
importar e procurando apoio nas “sources”.
Quando pensamos na fonte primária,
pensamos nas folhas, porque é aí que se
dá a fotossíntese. Contudo, as folhas são a
fonte primária em determinadas épocas do
ano. Noutras alturas, diferentes partes das
plantas, como as raízes, também podem
agir como “sources” porque, antes daquele
período ocorrer, estas acumularam hidra-
tos de carbono e armazenaram-nos, não o
estando a utilizar para crescer. Portanto,
quando falamos do transporte de hidratos
de carbono na planta estamos a falar de
19. peouenosfrutos 17
entrevista
“source” para “sink”, não existindo outro
percurso. Relativamente às “sinks”, estas
encontram-se sempre em competição
umas com os outras. Como consequência,
a “sink” mais forte recebe mais hidratos de
carbono. O número de “sinks” é importante
e o quão ativos estes são. Flores em botão
e frutos em crescimento são exemplos
de “sinks” que são mais fortes. No caso
de termos uma quantidade limitada de
“sources”, o que acontece tipicamente
é que as flores e os frutos recebem os
hidratos de carbono primeiro, depois o
crescimento vegetativo e, por último, o
armazenamento. Infelizmente, isso é o
que acontece se a produção de hidratos de
carbono for insuficiente, fazendo com que
as reservas não tenham energia suficiente
para os crescimentos de primavera. Esta
é tipicamente a situação de competição
entre as “sources” e as “sinks”.
«Eu acredito que é importante
ter em mente que o rendimento
da planta do mirtilo parece ser
limitado em termos de “sources”
e há muitos trabalhos, não só o
meu, que comprovam a ideia»
Regressando à questão da fotossíntese,
normalmente observávamos aquilo a
que chamamos de curva de resposta
à luz fotossintética. Geralmente, o que
vemos para as principais plantas é que,
se aumentarmos a intensidade da luz,
aumentamos a taxa de fotossíntese.
Normalmente, para aumentar a taxa
fotossintética das framboesas e moran-
gos, o ponto de saturação é geralmente
de 55% a 60%. Nos mirtilos, o ponto de
saturação é 25%. A planta do mirtilo
satura a nível muito baixo de intensidade
de luz. O segundo problema com os
mirtilos é que a sua taxa fotossintética,
mesmo no seu melhor, é baixa. Isso é
um problema que nos leva a acreditar
que as “sources” são limitadas no mirtilo,
tal como referido anteriormente. Como
isso acontece, as reservas ficam sempre
condicionadas na primavera e não existem
as suficientes para suportar o abrolha-
mento e isso torna-se um ciclo vicioso.
A planta está a sofrer e a produzir cada
vez menos. Há algumas atitudes a tomar
para diminuir este efeito tal, como manter
a plantação num local o mais aberto e
receptor de luz possível; não deixar as
plantas dar fruto no primeiro/segundo ano
para fortalecer a planta; e manter folhas
saudáveis, o que é muito difícil para os produtores devido às doenças, o que faz com que
os mesmos procedam à utilização mais elevada de fungicidas. Ambientalmente, isto não
é sustentável e temos que encontrar soluções. Neste momento, penso que estamos a
encontrar o caminho certo.
É importante realçar que este é um trabalho que estou a realizar há 33 anos.
Também trabalhei com o azoto e o ferro, mas não tive a oportunidade apresentar os
meus trabalhos nesse âmbito. Temos analisado muitos Vaccinium L. (género botânico
pertencente à família Ericaceae), que são adaptáveis a solos com pH relativamente
alto, que contêm nitrogénio na forma de nitrato, e funciona bem sem alterações do
solo, sendo completamente diferentes dos híbridos do sul que crescem na Flórida e
que exigem correções de solo e a utilização de azoto sob a forma de amónio. São muito
diferentes e, por isso, estudamos espécies silvestres para tentar descobrir quais as
diferenças. O que descobrimos é que essas espécies têm uma atividade muito alta da
enzima responsável pela assimilação do nitrato e as espécies cultivadas de mirtilo não.
Esta é uma diferença relevante, então acreditamos que é por isso que estas espécies
selvagens se adaptam tão bem a solos com o pH elevado, porque o nitrato é predomi-
nante nestes solos. Atualmente temos testado essa espécie selvagem e utilizando-a
como porta-enxerto. Ela é enxertada com arbustos de mirtilos do sul e temos tentado
que as plantas cresçam nesses solos, para percebermos como é que se desenvolvem,
sendo os resultados de crescimento bem positivos. Neste momento estamos a tentar
expandir a vida útil da planta, utilizando os porta-enxertos, que são também mais
tolerante à seca e de gestão menos complicada. Estamos muito animados com a ideia.
Todas as árvores frutíferas são enxertadas porque não as dos mirtilos?
PF: A produção mundial de mirtilos aumentou nos anos mais recentes, muita con-
sequência do consumo crescente. O que pensa sobre a alteração do paradigma?
RD: Eu sou completamente a favor. Eu penso que, quanto mais conseguirmos fazer
com que as pessoas consumam frutas e vegetais, melhor. Estes são extremamente
superiores às outras alternativas, como a carne e o açúcar. Se o consumidor conseguir
recorrer a produtos frescos, sem ingredientes artificiais, isso é muito mais saudável.
PF: Atualmente os pequenos frutos, como o mirtilo, são muito apreciados
pelo público em geral, principalmente devido aos benefícios para a saúde.
O que pensa desta associação?
RD: Eu acho que, para ter os benefícios de saúde que são muito difundidos, a pessoa
tem que consumir uma grande quantidade de mirtilos. Os mirtilos são bons para
a saúde? Sim, se a pessoa vai comer algo doce, é uma opção muito melhor que o
chocolate. Também providenciam antioxidantes e outros químicos que promovem
uma saúde melhor? Sim, providenciam, mas teríamos que os consumir em
quantidades extraordinários para retirar os benefícios em larga escala. Acredito
que, atualmente, muitos usam esse benefício como uma ferramenta de marketing.
E realmente as pessoas que o defendem não estão erradas, eles trazem benefícios.
Agora, a questão relaciona-se com a quantidade que teriam de consumir para retirar
esses benefícios. Temos de estar cientes dos dois lados da equação. Por fim, diria que
uma alimentação recheada de frutas e vegetais frescos é, de certeza, saudável.
«A planta do mirtilo satura a nível muito baixo
de intensidade de luz. O segundo problema
com os mirtilos é que a sua taxa fotossintética,
mesmo no seu melhor, é baixa»
PF: Quais considera ser as variedades de mirtilo com maior potencial?
RD: Para mim, as melhores variedades dos EUA são as variedades crocantes e
com textura, como a ‘Blue crisp’ e a ‘Sweet crisp’. Esta última já não está a ser
comercializada ao mesmo ritmo porque a planta não cresce adequadamente. O nosso
melhoramento é muito voltado para este tipo de mirtilos, que rebentam na boca e
sabem bem. Concluindo, as variedades crocantes são as que eu prefiro e acredito
que o consumidor também as prefere, porque os produtores têm vindo a requisitar
variedades que possuam esse fator para responder à procura do mercado.
20. peouenosfrutos18
entrevista
PF: Nos Estados Unidos, o uso de dormex é muito comum.
Já na União Europeia, o seu uso é proibido. Considera esta uma
boa opção tendo em conta toda a conjetura de fatores?
RD: Nos Estados Unidos, as empresas não usam o dormex na maioria das plantações de
mirtilos porque beneficiam de vários períodos de frio durante o ano. Já na Florida, nós
não beneficiamos do mesmo clima frio durante o mesmo período do ano. Como tal, nós
necessitamos do dormex devido à falta de uniformidade de abrolhamento. Aplicamos
o dormex quando a planta está dormente, não há resíduos na fruta e eu acredito que
é uma boa ferramenta que os produtores podem utilizar e não tem qualquer tipo de
impacto negativo na qualidade ou benefícios de saúde da fruta.
«Eu acho que, para ter os benefícios de saúde
que são muito difundidos, a pessoa tem que
consumir uma grande quantidade de mirtilos»
PF: Foi uma das oradoras convidadas para o Encontro Nacional de
Produtores de Mirtilo. Qual a sua opinião sobre o evento e a sua importância?
RD: Eu acredito que é uma experiência excelente o ato de reunir todos estes
produtores portugueses de mirtilo. Estão presentes fruticultores de todo o país e isso
é de muito interesse. O convite partiu do Professor Pedro Brás de Oliveira e recebi-o
enquanto estava de férias. O convite foi direcionado para uma apresentação sobre
a fisiologia da planta do mirtilo e pautou-se como algo diferenciador e interessante.
Eu não costumo realizar apresentações porque não é a minha área de atuação.
Contudo, fiquei entusiasmada quando recebi o convite, muito porque adoro abordar
a temática através de apresentações. Também considero interessante fazer passar
esta mensagem que, por vezes, não é tão difundida. Eu passei muitos anos a ensinar
estudantes e sempre me pareceu algo benéfico o ato de discutir certas temáticas
com pessoas distintas e aprender o que ainda não tive conhecimento. Durante toda
a minha vida profissional, eu nunca tinha tido a oportunidade de tirar tempo para
conhecer o país onde ia realizar as apresentações. Esta foi a primeira vez num longo
espaço de tempo em que eu tive a oportunidade de conhecer as plantações de um
país e as suas características e foi uma experiência extremamente positiva.
PF: Na sua estadia em Portugal, visitou algumas plantações de mirtilo.
Gostaria de saber com qual opinião ficou da produção nacional.
RD: Fiquei extremamente impressionada com tudo o que vi. A indústria portuguesa
é nova, acredito que a plantação mais velha que vimos tinha à volta de seis anos,
mas também visitamos algumas plantações com apenas dois anos. Na grande maio-
ria dos casos, as plantas parecem muito bem. Também os produtores que conheci
eram impressionantes, pois estavam interessados e faziam questões de elevada
pertinência sobre as suas plantações, o que demonstra que estão genuinamente
empenhados no trabalho que estão
a realizar e não agarraram a cultura
do mirtilo por ser a “próxima grande
aposta”, como se costuma dizer, ou
para ganharem avultadas quantias
monetárias. Em Portugal, existem
muitos produtores dedicados.
PF: Quais são as maiores diferenças
entre as plantações da Califórnia,
as plantações da Florida e as
plantações portuguesas?
RD: Na Califórnia as plantações são
enormes e não existem muitos produ-
tores pequenos. A Florida tem muitos
pequenos produtores, é mais parecida,
mas eu acredito que a maior diferença
não está no produtor, porque ambos são
muito inteligentes e inovadores, mas
sim no clima. O clima na Flórida é muito
quente, é muito húmido e enfrentamos
muitas doenças na região. Os nossos
produtores passam a vida a lutar com
essas dificuldades porque há sempre
novos insectos a surgir, que trazem
novas doenças com eles e destroem as
plantações. É muito difícil manter uma
planta saudável por um longo período
de tempo. As plantas portuguesas
parecem muito mais saudáveis.
PF: Que conselho dá aos
produtores que estão agora a
iniciar-se na cultura?
RD: Comecem com plantações pequenas.
Comecem pequeno e apreendam o
máximo de informação que conseguirem,
procurem o máximo de conhecimento que
puderem. Convidem pessoas que saibam
sobre a matéria a visitar a plantação e
a dar a opinião sobre as plantas e sobre
formas de as manter no seu potencial
máximo. Além destes pequenos conse-
lhos de continuidade, o mais importante
é começar em ponto pequeno. Não
comecem com 100 hectares.
«(...) os produtores que conheci
eram impressionantes, pois
estavam interessados e faziam
questões de elevada pertinência
sobre as suas plantações,
o que demonstra que estão
genuinamente empenhados no
trabalho que estão a realizar
e não agarraram a cultura
do mirtilo por ser a “próxima
grande aposta”, como se
costuma dizer (...)»
21.
22. 20 peouenosfrutos
mercados
Aumentar, ou não, a produção de mirtilo
TEXTO BERNARDO MADEIRA
Aestagnação provocada
pela diferente forma
de gerir o desenvolvimento
agrário português levou a
uma estagnação evidente do
aumento das áreas plantas
de mirtilo. Os novos projetos
são grandes, mas são raros
e, sobretudo, são tímidos os
novos empreendimentos.
A questão é: Portugal (e a
Europa) estão neste momento
com áreas plantadas suficien-
tes para o aprovisionamento
do mercado? Pensamos que o
equilíbrio está estabelecido, e
estabelecido porque prevalece
o embargo russo às hortícolas
europeias. Senão, outras
necessidades se levantariam.
Ninguém se lembra desta
situação, mas a verdade é
que a “nova cortina de ferro”,
que se traduz no embargo,
mantém-se e é, claramente,
o maior obstáculo à expansão
da cultura na Europa. Tal
como a guerra de Troia, um
dia haverá embargo russo e já
ninguém se lembrará qual a
motivação desta atitude, que
tanto tem prejudicado quer o
povo russo quer os produtores
europeus. Porém, até lá, novos
produtores terão tido opor-
tunidade ideal para surgirem
como players de referência.
«A questão é: Portugal
(e a Europa) estão neste
momento com áreas
plantadas suficientes
para o aprovisionamento
do mercado?»
Assim tem acontecido com
o mirtilo na Geórgia. A sua
expansão está a tornar-se uma
oportunidade estratégica para
o governo do país, que até ao
final de 2020 terá ampliado
em mais 1 000 hectares a área
plantada. Esta oportunidade
foi percecionada pelos grandes
viveiros que atuavam na
Europa, e que se viraram para
a antiga república soviética,
onde abriram sucursais.
Este reposicionamento, a
leste, das áreas de produção,
mais tarde ou mais cedo irá
ter repercussões no mercado
europeu, uma vez que a Geórgia
dispõe de mão-de-obra muito
mais barata. Ademais, quando
caírem as barreiras aduaneiras,
provavelmente a Rússia já
não será mais um mercado
interessante para os produtores
de mirtilo, quanto muito em
janelas de produção muito
específicas, visto ter a satisfa-
ção feita “quase em casa”.
Assim, num momento em
que no sul de Espanha tam-
bém já se equaciona a não
plantação de mais mirtilo, ou
até a retração de áreas, para
ajustamento de mercado,
parece-nos que, para que
não haja aviltamento do
produto, uma vez que já
existe a opção de mirtilo
sub-categorizado apto para
o mercado nacional a bom
preço, haverá já um equilíbrio
entre as áreas plantadas e
a procura de mercado. Isto
para se manter o mercado
com preços muito atrativos.
«(...) a “nova cortina de
ferro”, que se traduz no
embargo, mantém-se e
é, claramente, o maior
obstáculo à expansão da
cultura na Europa»
Porém, perguntam-nos
quase sempre. O que plantar
agora? O que é agora bom
investimento? Na verdade
poucas culturas nos ocorrem…
que não seja o mirtilo.