O documento discute o revisionismo político de Vinícius Santos, apontando contradições entre suas declarações públicas e posicionamentos que acabam apoiando o governo burguês. Questiona o uso frequente da "ironia" para reinterpretar posições expressas por escrito e alegar outros sentidos não reconhecidos pelos demais debatedores. Critica também a desorientação política e a defesa do acúmulo de forças dentro dos aparelhos governistas, em vez da luta de classes.
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DEBATE SOBRE POLÍTICA E REVISIONISMO
1. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Caraí, taCaraí, tatu é sabão!!!tu é sabão!!!
(ou como dizer uma coisa e fazer outra).(ou como dizer uma coisa e fazer outra).
"Os homens têm sido sempre em política vítimas néscias do engano dos
demais e de seus próprios erros, e permanecerão assim enquanto não
aprenderem a discernir por trás de todas as frases, declarações e
promessas morais, religiosas, políticas e sociais os interesses de uma ou
outra classe. Os defensores de reformas e melhorias serão sempre
enganados pelos defensores da velha ordem, que por mais bárbara e
apodrecida que pareça, se sustenta pela força de uma ou outra das
classes dominantes. E para vencer a resistência dessas classes só há um
meio: encontrar na mesma sociedade que nos rodeia, educar e organizar
para a luta as forças que possam - e, por força de sua situação social,
devem - formar a força capaz de varrer o velho e criar o novo." - Vladimir
Lênin.
A FALTA DE ÁGUA E LUZ CRIA CALAMIDADE NAS PERIFERIAS URBANAS E O PREÇO
DAS CONTAS DE ENERGIA, DA ALIMENTAÇÃO E DOS SERVIÇOS AUMENTAM MAIS
QUE A RENDA DOS TRABALHADORES.
Este é um enunciado verdadeiro. Mas até se chegar a este resultado, segundo Arthur
Schopenhauer: “Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si
própria”. Assim, entrando neste debate sobre a conjuntura política, como proveniente
nem do governismo burguês, sequer do anarquismo especifista e muito menos do
revisionismo pecebista, trago comigo apenas argumentos e alguns exemplos.
Assim sem pertencer (devido às circunstâncias já descritas nos comentários anteriores)
ao campo de poder estabelecido por alguma organização partidária ou mesmo por uma
direção política de entidade sindical e popular, considerando que isto, a princípio, torna
mais vulnerável de ser apontado tanto como no primeiro, como no segundo estágio
schopenhaueriano.
No entanto, recordo ainda que, na análise bourdieana da eficácia do discurso, a
dominação não se dá pela aceitação racional do conteúdo, mas sim pela própria relação
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2. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
de poder. Assim, desde o papa católico, o secretário geral, o presidente estatal, o
dirigente sindical e até o líder da paróquia local, são aplaudidos em seus respectivos
campos, inclusive antes de falarem e até mesmo independente daquilo que venham a
dizer.
Contudo, a partir desta posição independente, um redobrado esforço é requerido para
tentar ultrapassar os limites de uma possível linha troada de alvejamentos contrários,
vindo ataques por todos os ângulos.
E assim portanto, com esta breve apresentação, que começo mais uma resposta, com o
objetivo de debater sobre a política M-L e concomitantemente denunciar o revisionismo, o
etapismo e o governismo burguês.
Nisso, como subtítulos foram selecionadas frases contidas em documento anarquista
(lincado anteriormente pelos debatedores) que tem alguma relação com o texto e o
contexto, ou mesmo, uma concordância analítica.
QUE SE DIGA SEM MEIAS PALAVRAS.
Primeiramente, este debate não é um falso diálogo, um preciosismo semântico
redundante ou uma polêmica desnecessária, como tenta conciliar Vinícius Santos em seus
comentários, sobretudo nos últimos.
Pois aqui há muito mais diferenças do que semelhanças na análise e no encaminhamento
político, como poder ser lido nos parágrafos abaixo.
Assim sendo, até mesmo para Foucault: “As coisas e as palavras estão muito
rigorosamente entrecruzadas: a natureza só se dá através do crivo das denominações e
ela que, sem tais nomes, permaneceria muda e invisível”. Ou seja, os saberes de cada
época tem simultaneidades arqueológicas para o conjunto de artes, ciências, literaturas,
representações, etc., onde: “Não há sentido exterior ou anterior ao signo; nenhuma
presença implícita de um discurso prévio que seria necessário restituir para trazer à luz o
sentido autóctone das coisas. Mas também não há ato constituinte da significação nem
gênese interior à consciência. É que entre o signo e seu conteúdo não há nenhum
elemento intermediário e nenhuma opacidade. Os signos não têm, pois, outras leis, senão
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3. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
aquelas que podem reger seu conteúdo: toda análise de signos é, ao mesmo tempo e de
pleno direito, decifração do que eles querem dizer. Inversamente, a elucidação do
significado nada mais será que a reflexão sobre os signos que o indicam. Como no século
XVI, “semiologia” e “hermenêutica” se sobrepõem.”
Depois disso parto imediatamente para outro campo, onde para o terminológo soviético
Dimitri Lotte, os termos e as línguas de especialidades (como da política) estão inseridos
num contexto sociocultural, e somente neste e no próprio discurso que podem obter
sentido, estando inclusive sujeito à: “adquirir todas as características da palavra comum”.
Esta é a base dos estudos marxistas-leninistas em comunicação, linguagem, lógica e afins,
onde não existe sentido intrínseco numa palavra (conceito científico, senso comum, etc.),
pois este se constitui nas relações sociais, devido a primazia do ser em relação à
consciência, da práxis acima da teoria e da produção sobre a circulação.
Depois disso, Michel Pêcheux aprofundou estruturalmente estas questões com as
formações ideológicas e discursivas, onde: “a semântica (…) não pode ser levada a efeito,
a não ser por meio da abstração da situação comunicativa e do contexto latu sensu e por
meio da tomada de posição de que os signos se relacionam entre si a partir de oposições
que os põem em confronto”, no qual há um: “caráter material do sentido das palavras”,
onde muitas vezes: “o não dito precede e domina o dizer”. E assim sendo: “a objetividade
materialista do ponto de vista do proletariado se caracteriza discursivamente por
tomadas de posição a favor de certas palavras, formulações, expressões, etc., contra
outras palavras, formulações ou expressões, exatamente como uma luta”, onde: “todo
sujeito é constitutivamente colocado como autor de e responsável por seus atos (por suas
“condutas” e por suas“palavras”) em cada prática em que se inscreve”.
Em resumo: “o sentido de uma palavra, de uma expressão, de uma proposição, etc., não
existe “em si mesmo” (...) mas, ao contrário, é determinado pelas posições ideológicas
que estão em jogo no processo sócio-histórico no qual as palavras, expressões e
proposições são produzidas (isto é, reproduzidas). (...) as palavras, expressões,
proposições, etc., mudam de sentido segundo as posições sustentadas por aqueles que as
empregam, o que quer dizer que elas adquirem seu sentido em referência a essas
posições, isto é, em referência às formações ideológicas (...) nas quais essas posições se
inscrevem. Chamaremos, então, formação discursiva aquilo que, numa formação
ideológica dada, isto é, a partir de uma posição dada numa conjuntura dada, determinada
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pelo estado da luta de classes, determina o que pode e deve ser dito (articulado sob a
forma de uma arenga, de um sermão, de um panfleto, de uma exposição, de um
programa, etc.)”.
Logo, poder popular para o bolivarianismo, para o revisionismo pecebista e para o
anarquismo são conceitos homônimos e polissêmicos, pois para cada uma destas
ideologias, esta política tem uma relação material (prática) e um significado (teórico), que
lhes é completamente singular e historicamente determinado.
Portando, este debate não pode de forma alguma ser reduzido à inscícia semântica e ao
revisionismo ideológico, propostos por Santos. Pois, desde pelo menos Nicolau Maquiavel,
que a política usa da mentira como arma de conquista, onde aconselhava para que o
príncipe não cumprisse todas as promessas discursivas, pois o importante mesmo é saber
dissimular, argumentando sobre a concretização, ao ponto de se ter a opinião favorável
sobre aquilo que vai ser feito, e que nisto, fundamentalmente a prática empenhada
estaria supostamente correta para atingir este determinado fim (conforme os
mencionados exemplos neste debate: votar em Dilma e Temer, acumular forças dentro do
Estado capitalista, colaborar com a democracia burguesa, reeditar a transição pacífica,
apoiar movimentos governistas e semi, compor frentes populares policlassistas, etc).
E a respeito disso, Antônio Neves escreveu um comentário sobre ter cuidados com as
palavras e sobre alguma parte da esquerda. Entretanto, o mesmo poderia contextualizar
mais seu posicionamento político que foi bastante genérico (quais palavras e que partidos
de esquerda se refere exatamente?). Mesmo assim, são comentários relevantes sobre a
importância do uso ou não de determinadas palavras, conceitos, categorias, leis, críticas,
apoios, oposições, etc.
UMA DESORIENTAÇÃO QUE NÃO É FÁCIL MEDIR.
Desenvolvo a partir disto, este novo comentário-resposta, após ler, reler e anotar diversas
observações, sendo necessário antes de tudo, uma pequena menção sobre o recente
processo de divulgação do nosso panfleto, onde escrevi (em conversa privada), algo que
somente agora tomo a plena liberdade para citar. Reafirmando assim que esta é uma
passagem de texto que tão somente eu mesmo escrevi, e devido a importância de seu
significado para contextualizar este debate político e teórico, reproduzo logo abaixo, da
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5. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
mesma forma que foram citadas outras conversas privadas em meu nome, sobre classe
social entre outras pautas, por outro participante deste espaço. E mesmo assim, é muito
provável que este certame não será concluido em um artigo e nem meramente neste
fórum virtual, mas sim na própria história de participação nas lutas sociais de cada um
dos envolvidos na questão.
“(…) se surpreendeu com tua posição de fazer o texto [do panfleto socialista, em fevereiro
de 2015], devido ao teu texto [artigo anterior, postado na rede social] que os governistas
usam para defenderem-se”. Assim, desta forma me refiro de modo direto, claro e sem
rodeios, quanto a esta significante amostra da incoerência conciliadora nas posições
políticas de Santos.
Este conjunto de posições, a partir de fundamentadas evidências e interpretações
textuais da língua portuguesa, promovem assim uma arrematada barafunda (aberta e/ou
velada), em defesa deste atual governo burguês e latifundiário, ao ponto dos próprios
militantes, que considera como “companheiros” (sim, aqueles mesmos que estariam
acumulando forças pelo projeto de poder socialista por dentro dos aparelhos partidários e
governistas burgueses), curtirem e compartilharem muitas vezes tal conteúdo. Sendo
assim, comprovado por este fato notório, tais postagens são materialmente uma
propagação à favor da coalizão Dilma e Temer e dos aparelhos do Estado capitalista
brasileiro. Mas que, todavia de acordo com as inusitadas ideias e ações de seu criativo
criador, todas estas tomadas de posições não passariam de apenas uma “ironia” e que tal
publicação destas postagens de Santos - assim de conteúdo um tanto quanto colaborador
burguês, latifundiário e pró-imperialista -, teriam se transformado, de acordo com suas
próprias palavras, em alguma coisa com uma espécie de “vida própria” (???).
Em vista desta coisificação, o uso generalizado de tal recurso discursivo, político e
ideológico, de com frequência afirmar por escrito sobre determinado objeto de análise
(sendo que aqui não posso incluir também a expressão verbal, pois esta me deixaria sem
prova alguma a respeito da ocorrência), onde logo depois, ao ser interpretado, analisado
e debatido pela comunidade, explicitamente dá na sola para mais algum repentino giro
qualquer, a fim de revisar a mesma opinião expressada ao pé da letra, alegando assim
que, a mesma foi nada mais do que uma “ironia”, de que tudo não passaria então de uma
mera “brincadeira” ou de que isso ocultaria algum “outro sentido” trocado qualquer.
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6. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Tudo isso sendo depois descabidamente ressignificado (de acordo com as mais variadas
oscilações de preferências, de oportunidades momentâneas, de circunstâncias confusas e
de relações políticas), pelo ficto monopólio da autoridade sobre a mensagem textual, por
parte autoral de Santos.
Sendo assim, esta repentina reinterpretação de conveniência não é reconhecida por
nenhum dos outros debatedores, nos mesmos termos, em que exclusivamente o próprio
autor se auto-elogia. Unicamente ele, consigo mesmo e solitariamente, no alto da sua
precipitação e arrogância autoral, que com este relés discurso teria conseguido atingir
seus objetivos supremos, que seriam assim os seguintes: desmascarar o oponente, vencer
previamente este debate e ganhar ponto (de si mesmo e de mais ninguém). Nisto, como
diz aquele velho ditado da cultura popular brasileira: “se ninguém gaba, o Zeca gaba”.
MILITANTES DO TRABALHO DE BASE VIRARAM OS ARRIVISTAS DE GABINETE,
RATOS DE APARELHO.
É assim que, em metáfora religiosa, Santos se santifica como suma santidade consagrada
por subterfúgio deste néscio sermão.
Nele, nota-se que não resta mais nada do método científico, da dialética materialista e
muito menos da objetividade concreta. Mas sim, elementos de um discursinho transfuga,
oportunista e sem maior conhecimento argumentativo de causa, que na falta destes
fundamentos, os substitui por xingamentos de baixo calão e por transcrições com
sentidos moralizantes de desmerecimento alheio (até de fobia individual).
Também é relevante nesta questão, no qual pressupõe a superioridade autoral de Santos,
onde este afirma que não vai sequer ler as inéditas respostas presentes neste debate, pois
não seria mais preciso sequer estudar os comentários que são “asneiras” e nada mais. E
mesmo assim, com toda esta descaracterização, apela para cometer um ato de extrema
violência simbólica, que é ameaçar espampanante pela sumária exclusão deste
comentarista, simplesmente por tecer críticas adversas e elaborar propostas.
Quanta pedância, soberba e empáfia.
Nisso, emenda dizendo que o problema não é de estudo (conhecimento), mas político
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7. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
(programa de ação), porém no ambíguo revisionismo de Santos agravam-se ambos os
problemas. Pois, se este governo do PT é “de direita” como o mesmo chegou a dizer que
quis dizer, porque na prática, o pecebista continua votando e apoiando repetidamente os
“companheiros” deste campo ideológico e sua massiva base de pelegos? Não seria este
um evidente problema de estudo da conjuntura e estrutura política? Ou seria isto
diminuído à um mero problema de ação política e ideológica, onde uma minoria
percentual (em relação ao total da população brasileira) de militantes dos aparelhos
petistas, sem-terras e cutistas, que são representados como sendo a própria massa de
trabalhadores do campo e da cidade, e que por isto, haveria a necessidade de compor
este campo? À exemplo do que faz o PSTU, propondo seguidamente que a CUT rompa
com o governismo e venha para o seu lado reformista.
E nesse meio prossegue, com Santos reproduzindo todo um superficialíssimo jogo de
parlengas e embustes, onde por exemplo, escreve a sua (por todos reconhecida como
caricatural) abordagem do anarquismo, para que no final (com o uso deste falacioso
recurso discursivo), possa atingir algum “doido” enquanto sujeito em particular.
Desenvolve assim este procedimento enunciado, onde a emissão da mensagem é
caracterizada por uma lógica interiorizadamente mística e uma leitura
descompromissada em relação à realidade concreta, bem como à própria linguagem
textual do português.
Isto pois, conforme exemplo deste estrambótico discurso: “a FAG é burguesa”, decifra-se
subjetivamente pelo crivo de autoridade do peculiar criador de teoremas, com o
significado esotérico de que: “o sem-noção é direitista e anarquista”. Mas assim
controvertidamente, o resultado é que ninguém pode dizer com exatidão, sob a pena de
não estar entendendo a misteriosa essência interior do gabado autor, onde o mesmo
escreve uma coisa mas quer dizer outra, depois sempre depois, encaixada de forma
justaposta, tanto no meio do debate já publicado na rede, quanto no maior ou menor grau
de tolerância política dos leitores.
Com isto vai remendando aqui e acolá, todo um desarranjado discurso falacioso acerca de
teoria e prática, que em muito se aproxima do pós-modernismo, onde a comunicação de
X, é relativizada para a de não-X. Sendo que no processo de interpretação deste teor,
unicamente o gabado teria a plena autoridade de interpretar esta engrunada acepção,
por meio de algum lance oracular qualquer, no qual assim destamparia ao mundo, qual
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8. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
seria seu escorregadio significado líquido.
Tudo isto sem a mínima concreticidade da matéria.
TANTO O BANDO GOVERNISTA COMO O BANDO DA OPOSIÇÃO DE DIREITA TENTAM
INSINUAR QUE ESTAMOS FAZENDO O PAPEL DE LINHA AUXILIAR DE SEU “RIVAL”.
Engendra-se assim uma análise que nada tem haver com o M-L, pois por acaso, em
alguma teorização de Marx, Engels, Lênin e Luxemburg, há argumentos falaciosos como
este de que: “eu disse com todas as letras X, mas para tão somente minha verdade
recôndita, digo não-X”, ou que o Manifesto Comunista na intersubjetividade teria a
mesma política final que do partido fourierista, owenianista, kerenskista, kautskista,
krushovista, castrista, chavista e outros, que negam toda a independência de luta da
classe operária para a conquista do poder?
E o que de uma forma ou de outra agrava ainda mais este discurso chinfrim de Santos, é
o abuso da chamada falácia da autoridade, ou também “argumentum magister dixit” em
língua latina, no qual tenta, ao invés de responder aos argumentos apresentados no
presente debate, desvia-se propositalmente do assunto e atacar a própria credibilidade do
debatedor. Neste caso, sem sequer conhecer a atual trajetória política, previamente
rotulando como pseudo-militante, anti-partidário, anarquista, direitista, doido e coxinha,
sendo que provavelmente o acusado sem comprovação, pode até ter mais horas de
participação em greve, piquete, protesto e reunião política, do que o revisionista eleitor
de Dilma e Temer. E nisso, para agravar, Santos diagnostica como um douto charlatão, o
acusado de portar alguma enfermidade mental, devido ao arrolamento de posições
contrárias à sua prática eleitoralista burguesa e convicção ideológica revisionista. Logo,
toda esta injúria moral e obsecração, faz lembrar em muito, as teorias da desrazão de
Pelbart, do forasteiro de Elias e até mesmo da loucura de Foucault, esta última segundo o
qual é clássico (do pensamento burguês) considerar a mesma como sendo atribuída à um:
“grande mentiroso”, “pregador de cartazes”, “espírito inquieto, triste e ríspido” e
“homem que passa os dias e as noites a atordoar...”
Sobre isso é interessante ressaltar que Sigmund Freud já analisara psicologicamente que:
“O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo,
sei mais de Pedro que de Paulo.” Assim sendo, neste sobejo zigue-zague de oportunismos
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9. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
políticos, que numa primeira leitura são posições pró-governistas, mas depois com um
mínimo de debate e análise, são o quanto antes revisados à revelia, mas não na reescrita
do texto original e sim na subjetividade interpretativa do autor gabado, então agora como
sendo algo supostamente não-governista. E assim reincidentemente, onde em cada novo
comentário, cria-se cada vez mais e mais falsas acusações, referenciais desencontrados e
novos relativismos escorregadios. Insinuando assim absurdas caricaturizações, por não
pertencer nem ao governo e nem à oposição do campo eleitoral.
SINDICATOS E MOVIMENTOS SOCIAIS (…) SE FIZERAM GESTORES DE FUNDOS DE
PENSÃO, ASSESSORES EMPRESARIAIS E LINHAS AUXILIARES DO GOVERNO. UM
PROCESSO QUE NÃO SE INICIOU COM A CONQUISTA DA PRESIDÊNCIA,
ENCONTRANDO RAÍZES AINDA NA DÉCADA DE 1980.
Isto pode ser muito bem comparado com um velho disco de vinil que está arranhado e
não para de repetir sempre o mesmo ruído: tal é a enfastiante entulhagem de falácias em
cima de falácias entoadas por Santos:
- não tem proposta e nem análise da conjuntura brasileira e internacional;
- o PCO que tem análises corretas desta conjuntura;
- “companheiros” governistas e semi estão acumulando forças táticas ao lado dos
trabalhadores;
- partidos como PCB, KKE, TKP e afins não originam-se do revisionismo soviético
e doravante;
- nunca passou de desmascarado anarquista-direitista que reage contra toda a
esquerda;
- sequer participa dos movimentos sociais e fica acomodado entre o computador
e o sofá; etc.
Ínterim, como alguém pode ser sem nenhuma proposta, nenhuminha mesma e isto agora
não é mais de brincadeira, se este assim tão acusado loucamente, foi um dos que mais
escreveu para o texto-base do panfleto “Nem governistas e nem reacionários”, se este
acusado contribuiu e debateu um conjunto de propostas como PLR, bônus-saúde, anistia,
moção contra perseguição entre outras, na base da categoria dos operadores de água e
esgoto, se este acusado votou na assembleia unificada dos municipários pelo aumento de
13% mais R$ 5,00 de acréscimo por cada tíquete diário, se este acusado fez parte do
piquete operário na porta da indústria de embalagem plástica Jomo, se este acusado
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esteve presente no ato da oposição sindical no Complexo da GM pelo 1º de maio, se este
acusado distribuiu panfletos contra a terceirização, entre diversas outras ações à nível
reivindicativo.
Isto somente para citar alguns exemplos militantes de ações classistas neste já
conturbado começo de 2015.
TODOS SÓCIOS DA TRAPAÇA BURGUESA-POLITIQUEIRA.
Enquanto isso, no perfil do professor relativista e supostamente contrário ao discurso
pós-modernista sem sentido objetivo, consta literalmente que: (i) “Maduro fala sobre
vitória de Syriza e afirma: os simpatizantes da revolução bolivariana têm vencido na
maioria dos países em que disputam eleições, e os que promovem campanhas
anti-bolivarianas têm secado e morrido ilhados, sofrendo sucessivos fracassos. Isso se
tornou comúm na America Latina, e agora está se transferindo também para a Europa.”;
(ii) “Creio que alguns exemplos dados por Mujica possuem grande valor…”; (iii) “São
muitas as vitórias da revolução cubana, mas… A que mais me emociona…”, (iv)
“Intervenção do presidente de Cuba, Raúl Castro e, no encontro da Comunidade dos
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Bom discurso!”; e (v) “II Fórum pela
Paz na Colômbia… Plenarinho da Assembleia Legislativa de Porto Alegre.” Além disso,
constam postagens governistas de prestistas que fazem entrismo no PDT e de dissidentes
lambertistas que faziam o mesmo dentro do PT, das célebres declarações pela aliança
entre a classe trabalhadora e a burguesia progressista, durante e depois das jornadas de
junho de 2013, da propaganda pelo voto em Dilma Rousseff, Olívio Dutra e defesa dos
demais “companheiros” dos movimentos governistas e semi, do petrolão, do mensalão e
do ajustão, no qual desta forma teriam que ser politicamente defendidos, já que
proporcionariam pelo menos um programa socialista democrático para a tomada de
poder e que por isso não poderiam ser mais criticados semanticamente.
Contudo, qual é a legitimidade desta peça da retórica tangencial e multicultural de
significados, no qual pode-se simplesmente dizer que não apóia em absolutamente nada
os governos burgueses de Maduro, Tsipras, Mujica, Castro, Dilma entre outros? Que
apenas escreve com vida própria e serialmente, todas estas ironias, brincadeiras e
postagens encarnadas em zumbis, que assim contém um significado singular por
exclusividade interpretativa de ninguém menos que o próprio autor gabado, no qual desta
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forma estaria fazendo algo bem parecido com aquelas leituras das teorias de conspiração,
onde a posteriori, as mesmas passam pelo crivo iluminado, revisado e adequado, sempre
de acordo com as mais variadas circunstâncias do seu criador, até idealmente se
transformarem numa revelação profética fatal. Onde, facilmente se explicaria qualquer
leitura escondida nas entrelinhas, que no caso de Santos, conteria assim, desta forma um
tanto quanto mistificada, toda uma crítica revolucionária do Estado burguês e das
relações de produção, que compõem formações sociais onde trabalho é mercadoria para
exploração de mais valor. Mas isto exclusivamente no subjetivismo autoral (já que no
texto e contexto praticamente nada consta).
E enfim, nesse encadeamento da “verdade” subjetivizada por seu criador, haveria
internamente uma oposição ao Estado capitalista e uma proposta de coletivizar os meios
de produção, porém desde que: pela via do revisionismo, da coexistência pacífica, do
bolivarianismo, da etapa popular democrática, do processo reformista eleitoral e
sobretudo, da não-revolução socialista que é considerada como “doida”, entre outras
estratégias sem necessidade prática e teórico estratégica sobre a insurgência, dos
explorados violentamente contra os exploradores.
Logo, sobre aonde eu estava quando foi construída a proposta e a assembleia sindical
pela desfiliação do CPERS em relação à CUT: muito possivelmente estava debatendo com
trabalhadores municipais sobre a assembleia unificada ou operando o sistema de
produção de 650 militros de água potável por segundo. Enquanto isto, quem mesmo
defendia, dentro e fora dos debates em rede social, a necessidade da aliança da classe
trabalhadora com setores da burguesia progressista, que seria realizada localmente pela
frente de falsos autonomistas com jovens petistas, e que ainda por cima, os Estados
capitalistas da ALBA-TCP seriam um importante exemplo desta etapa popular, enquanto
delimitação máxima conquistada na atual conjuntura? Ademais, há muito simpatizo e
compartilho postagems com as propostas da Chapa 4/Construção pela Base, que atua no
sindicato dos professores do Rio Grande do Sul, criticando tanto a Unidade
(poli)Classista, quanto os governistas e semi no CPERS.
NA CONCEPÇÃO LIBERAL BURGUESA, A REPRESENTAÇÃO SEMPRE FOI UM
MECANISMO LEGITIMADOR DA USURPAÇÃO DAS FORÇAS COLETIVAS E DOS BENS
COMUNS PELA VONTADE DAS MINORIAS.
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12. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Mas, já que estamos recordando nossa história recente, quem foi que defendeu o voto
crítico neste atual governo burguês e latifundiário, precedido pela adesão partidária ao
regime da democracia como valor universal do povo? Quem escancaradamente fez apoio
aos movimentos governistas e semi, como os pelegos da CUT e aos fajutos da FAL,
inclusive adendando depois que os mesmos estariam realmente ao lado dos trabalhadores
e que por isso seria reivindicado à Dilma e Termer, promoverem um troca-troca de
ministros burgueses? Sem contar com a grande polêmica em torno do panfleto conjunto
de FAL, Juventude Petista e outras organizações governistas e semi, no qual fui difamado,
com praticamente os mesmos falsos argumentos que agora repete outra vez (direitista,
anarquista, conformista, coxinha, alienado, etc.).
E assim, toda uma frente popular de governistas e etapistas burgueses debatiam e
destruiam o que restava do Organização Na Rua. Nisso, o somatório de todos esses
comentários pró-Vanazzi, Dilma e Olívio, foi tão escancarado que os mesmos tiveram que
apagar completamente todas as críticas e depois excluir este grupo virtual, sem deixar
vestígios de seu programa e ação democrático-burguês, no qual Santos foi visivelmente,
um dos principais coniventes e ativos colaboracionistas.
Mas agora, aleivosia sobre pseudo-militância e debatedor doidão, enquanto pratica este
dissimulado pseudo-antigovernismo, caluniando sobre palavras forçosas e explicando
postumamente que não foi isso que quis criptografar, ou até mesmo que fez ora por mera
brincadeira, ora por desmascaramento individualista e ora por ser um auto-gabado
“comunista” de verdade, para assim melhor defender determinadas posições sobre
governos, Estados e encontros internacionais de revisionistas burgueses (com partido
chinês, coreano, laosiano, vietnamita, bielorusso, turco, venezuelano, boliviano,
equatoriano, uruguaio, argentino, nicaraguense, estadunidense e outros, que assim
apoiam governos no qual juntos totalizam o poder em grande parte da população
mundial).
E nisso ainda, sobre concepção burguesa e proletária, é importante discernir que uma
coisa é participar dos processos de lutas sociais (nos sindicatos, campanhas salariais,
blocos de lutas, protestos de rua, associações estudantis, panfletagens pelos direitos
trabalhistas, etc), e outra bem diferente é apoiar estas direções governistas e semi que
usurpam das forças dos explorados, especialmente em conjunturas como a brasileira
atual, onde a contradição interburguesa sobrepõe-se a de capital e trabalho. Isto ocorre
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13. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
tanto devido a concepção burguesa por parte de revisionistas, reformistas e governistas,
quando pela manutenção da hegemonia pelas próprias frações burguesas industriais,
comerciais, agronegociantes e financeiras.
LUTAR NAS RUAS, NAS GREVES E OCUPAÇÕES, DESENVOLVENDO AS
ORGANIZAÇÕES DE BASE… ORGANIZAR (…) RUAS, GREVES E OCUPAÇÕES.
Contudo, Santos lamuria enrustidamente pela concentração de forças, mas não defende
sequer a independência da classe operária, alegando que todas as organizações da
esquerda brasileria carecem de proletarização e também de política para a imediata
(seria sem guerra revolucionária?) tomada do poder político e econômico. Isto é mais uma
demonstração de todo o desconhecimento, tanto das teorias de estratégia revolucionária,
quanto dos trabalhos das bases sindicais anarquistas, maoistas, alternativas socialistas,
pequenos grupos trotsquistas-principistas, entre outros não-eleitorais. Lembrando que, o
revisionista Santos evoca neste debate, os primeiros como tendo programas não-lúcidos e
adoidados, e os segundos tacha de organizações fantasmagóricas e inexistentes na
sociedade de classes.
Em vista disso, estrategicamente a conquista do poder pelos explorados é o resultado de
uma longa preparação, onde se constrói as ferramentas necessárias até o cenário da
grande ofensiva final, no qual organiza-se uma insurreição generalizada. Sobre isto: para
fins de maiores informações, recomento que estude mais e releia acima a crítica M-L
espanhola ao pacifismo e espontaneísmo por parte do KKE grego (aquele mesmo que é
grande aliado internacional de PCB e PCdoB), ou aprenda em tempo com as já lhe
apresentadas cartilhas colombianas e mexicanas da guerra revolucionária em formações
urbanas e rurais, ou ainda, caso isto não seja referência suficiente, estude ao menos as
teses anarquistas do El Copey, antes de fazer mais algum comentário desmoralizado e
irrisório.
A COLABORAÇÃO DE CLASSES, A BUROCRACIA E O GOVERNISMO DESARMARAM AS
ORGANIZAÇÕES SINDICAIS E POPULARES, DIVIDIRAM AS LUTAS E AS ATRELARAM
AO ESTADO. FORMARAM UMA IDEOLOGIA QUE REPRODUZ AS PRÁTICAS DAS
INSTITUIÇÕES BURGUESAS, QUE FAZ DO POVO UM SUJEITO QUE ESPERA PELO QUE
VEM DE CIMA.
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14. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
“Um governo de esquerda daria direitos a quem trabalha, não esmola. Por isso a
verdadeira esquerda deve estar unida.“, sintetiza assim o revisionismo de Santos, onde
nesta concepção burguesa, não é mais a classe operária que luta para conquistar a sua
emancipação e assim construir uma nova sociedade pela revolução socialista, mas sim, é
um aparelho progressista que daria benesses governistas em nome de todo o povo da
nação.
Isto constitui um programa bem destoante das estratégias revolucionárias (além de suas
variantes), que estão disponíveis na rede de computadores e são frontalmente contrárias
as teses dos chamados Três Todos e Duas Pacíficas do 20° congresso do PCUS,
incorporadas no PCB plenamente desde a Declaração de Março de 1958 até o 15°
congresso, no qual é deliberado que finalmente (com quase um século de retardo), que o
Brasil estaria preparado para o socialismo, porém, a luta imediata mínima e o programa
político máximo não são pelo socialismo/poder do proletariado, mas sim por uma etapa
popular, democrático-burguesa intermediária (conforme declarações dos dirigentes Marta
Jane e Mauro Iasi, já devidamente citadas em comentário publicado acima), acionando
assim tal política policlassista a partir da pressão no Congresso Nacional e também já
existindo idealmente enquanto uma espécie de germe, para dirigir este projeto de
transição coexistente por dentro dos aparelhos de reprodução do regime explorador e
sem necessariamente uma violenta ruptura pela guerra revolucionária de classes.
Portanto, não é a toa que Iasi rende homenagens ao grande teórico do reformismo
gramscista, que foi do PCB, passou pelo PT e terminou no PSOL, Carlos Coutinho. E nem
que a antiga Unidade e Luta cutista mantenha-se bastante ligada à Federação Sindical
Mundial com sua política de colaboração com a grande burguesia chinesa e de outras
nacionalidades.
Por isso, sou obrigado a reafirmar que: os quatro partidos da esquerda reformista
eleitoral brasileira (PCB, PCO, PSTU e PSOL) tomam parte do processo
democrático-burguês, sem maiores críticas radicais e com nenhuma estratégia
revolucionária para a classe operária e camponesa. Sendo que inclusive, no primeiro o
partido, a base vota e apoia criticamente os governistas e semi, no segundo, a política é
uma mescla de paragovernismo paranóico com tablóide sensacionalista de banca barata,
no terceiro, se promove toda uma pressão para que os governistas de esquerda rompam
com o governo e nunca há uma política independente de classe (visto que o morenismo
também defende a etapa democrática ou fevereirista), e no quarto… há uma variedade de
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15. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
posições para todas as cores amareladas, mas desde que limitadas dentro de um projeto
de PT no estilo dos anos 80 e 90 em miniatura, mas sem a base operária e sim
parlamentar.
E especificamente sobre o PCB, destaco a recente história de um militante jovem, negro,
trabalhador e favelado, que tentou organizar a luta de classes pelo “partidão”, mas
acabou por isso sendo expulso e acusado pelos pequenos-burgueses partidários do poder
popular policlassista de: “frustração pessoal por não estar na Universidade e que eu era
mal resolvido com a minha cor.“, conforme o relatado em primeira pessoa na blogueira
Revista Cidade do Sol.
QUEM GOVERNA COM O SISTEMA, PELO SISTEMA É GOVERNADO.
Nisso, o policlassismo e o frente-populismo, tem tudo haver com a história da Aliança
Nacional Libertadora (ANL) brasileira dos anos 30 e os grandes erros do movimento
comunista internacional, existentes até os dias de hoje. Sendo que, este é um debate
fundamental e um divisor de águas no M-L, que se apresentou principalmente com as
severas críticas do comunista antirevisionista português Francisco Martins, desde o
lançamento do polêmico “Anti-Dimitrov: cinquenta anos de derrotas da revolução” e
demais teóricos pela superação do etapismo burguês, progressista, etc.
Nisso, nota-se que, no primeiro manifesto de lançamento eleitoral pecebista de 2014,
consta de forma patente que: “a pré-candidatura de Mauro Iasi vir brotando da militância
e de simpatizantes do PCB, inclusive angariando a simpatia de outros setores
progressistas e de esquerda”, contendo semelhanças entre a dita nova etapa do 15°
congresso e o velho frente-populismo de Giorgi Dimitrov: ambos com um mesmo discurso
de aliança com setores progressistas da burguesia, para assim desabrocharem numa
democratização dos aparelhos da sociedade de classes, isto é, promoverem a mesma
aliança entre a dita fração do capital “progressista” com o trabalho “colaboracionista”, a
partir de uma etapa policlassista de poder/governo popular.
Assim, o aliancismo de julho de 1935, é muito parecido com o programa da candidatura
eleitoral burguesa de quase 80 anos depois, no qual: “Precisamos, ao mesmo tempo que
unificamos e congregamos na Aliança Nacional Libertadora todas as pessoas, grupos,
correntes, organizações e partidos políticos, que quiserem lutar pelo seu programa,
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16. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
precisamos criar a Frente Única Libertadora em cada fábrica, empresa, casa comercial,
universidades, quartéis, navio mercantil ou de guerra, nos bairros, nas fazendas,
organizando a luta diária de tais massas. (…) Como o poder chegará às mãos do povo?
Mas o poder só chegará nas mãos do povo através dos mais duros combates. (…) Cabe à
iniciativa das próprias massas organizar a defesa de suas reuniões, garantir a vida de
seus chefes e preparar-se”. Mas isso com a imensa diferença de que o atual PCB, em
nenhum momento arma-se para um “terceiro período”, como o ocorrido em novembro
daquele mesmo ano, com o levante insurrecional (pois na atualidade, os revisionistas
reagem prontamente contra isto, que é caracterizado como doideira, conforme muito bem
podemos observar nas posições revisionistas contidas neste debate).
Sendo ainda que, naquela antiga formulação estratégica para a conjuntura fascista,
haviam erros acentuados da Internacional Comunista e de Joseph Stalin, que assim foram
substituindo gradativamente a estratégia de classe contra classe por de povo/nação
oprimida contra imperialismo e também posicionando a defesa do Estado soviético em
detrimento da revolução mundial.
PRA NÃO PERDER O BONDE, SE REAGRUPA E FAZ BARULHO ALIADO COM AS
POSIÇÕES MAIS CONSERVADORAS.
Por conseguinte, a respeito de poupar a direita brasileira e o partido acrata especificista,
e que por esta associação indevida, a partir do qual justificaria recriminar pela suspeita
de pertencer ao campo da política “anárquico-tucanista”, no qual ainda acrescenta o
errático diagnóstico de que se: “a FAG que está bastante longe de tentar repetir Rojava
ou 1917 nos dias de hoje no Brasil… por não ser doida”.
Comenos, neste ponto sou obrigado a responder duramente ao relativismo de Santos, que
escreve longos comentários pouco consistentes, desprovidos de conhecimento teórico e
na prática mais ou menos governistas, para estigmatizar o debate e também para objetar
contra a revolução social. Pois desta forma, que é completamente revisionista, tenta
desacreditar como sendo uma ação “doida”, a proposta de revolução socialista no Brasil,
devido a violência de classe, que é algo inevitável na história do transcurso revolucionário
dos explorados, desde a Comuna de Paris até Rojava e Turquia, passando pelas grandes
experiências russa, espanhola, chinesa, albanesa, etc.
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17. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
PROCESSO HISTÓRICO DE DESARTICULAÇÃO DE FORÇAS SOCIAIS QUE AMARGA O
CAMPO CLASSISTA.
Contudo, diferentemente deste PCB de Iasi e Pinheiro, a FAG-CAB tem um programa e
uma ação anarquista à favor da ruptura revolucionária no Brasil e no mundo também,
como nos exemplos da histórica insurreição anarquista na capital brasileira em 1918, dos
expropriadores anarquistas no Rio da Prata e mesmo na operação do OPR-33 uruguaio
nos anos 60 e 70. Além disso, este partido está muito ligado às atuais aplicações das, hoje
em voga, propostas bookchinistas do “confederalismo democrático”, desenvolvidas em
Rojava e região sob processo de libertação curda. Além do mais, é praticamente
impossível esconder que participei na Usina do Gasômetro em 18 de novembro de 1995 e
que isto tem influência na vida, porém não me considero anarquista desde 1999, e depois
de algum tempo afastado, volto mas então compartindo com a totalidade crítica da
economia política de Karl Marx. Nisto procede que, como independente até o momento,
não tenho direito e nem o objetivo de falar em nome de nenhuma filiação partidária,
sequer tenho poder para falar em nome do peleguista Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais no qual sou filiado. Contudo, tenho pleno direito de expressar opiniões, fazer
críticas e arcar com as consequências.
Considero assim que, a disputa entre Bakunin e Marx é um marco histórico e um
complexo debate, que pode ser apanhado em geral nos “Escritos contra Marx” e nas
“Anotações sobre estatismo e anarquia” respectivamente, mas que na atualidade tem
outros elementos tanto de aproximação quanto de distanciamento, tanto que em recente
palestra sobre os 150 anos da AIT, Michel Löwy fez interessantes apontamentos a este
respeito. Mas enfim, tal debate de Marx/Bakunin e sucessores, faz parte do movimento
operário e comunista de todo o mundo, sendo que enquanto o objeto de teorização e de
prática de ambos tiver existência material (isto é, o capitalismo e a estatalidade),
partidários de um e de outro apresentarão seus antagônicos pontos de vista. Nisto,
aproveito pra refutar a hipótese do anarquismo ser revisionista de Marx, pois o mesmo é
um campo adverso (ou matiz, matriz), que não reivindica os fundadores do socialismo
científico, mas sim os libertários como Proudhon, Kropotkin e Malatesta.
NÃO FORMAMOS PARTE CORRENTE DO IMPEACHMENT E TAMPOUCO AS FILEIRAS
DA TROPA DE CHOQUE DO GOVERNO.
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18. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Também com isto não estou de forma alguma defendendo o chamado sintetismo ou muito
menos o anarco-marxismo, que fique bem claro. E nem que ambos são “irmãos-inimigos”
como afirmava Daniel Guerin, pois formam dois programas radicalmente opostos, a
começar do Manifesto Comunista, dos documentos das Internacionais e das polêmicas
mais recentes. Ao mesmo tempo, rejeito a critica de direita, do trotsquismo, da
socialdemocracia e do revisionismo, ao movimento anarquista, sobretudo para suas
correntes mais combativas, guerreiras e classistas. Pois, assim como no marxismo (ou
materialismo dialético e histórico, comunismo alemão, socialismo científico, etc.) tem
desde revisionistas democratas burgueses até revolucionários armados, também no
anarquismo, há desde individualistas, contraculturalistas e comportamentalistas, até
plataformistas, anarcossindicalistas e especifistas. Murray Bookchin advertira sobre estas
diferenças em termos de anarquismo social (como especifistas e outros) e pessoal/estilo
de vida (como Hakim Bay, John Zerzan, etc).
Já no M-L, há as imensas diferenças internacionais entre EIPCO, CIPOML, ICOR, ILPS,
MRI e entidades menores, sendo que concordo com a posição antirevisionista de que,
desde pelo menos a traição do prachandismo no Nepal, em meados da década de 2000,
não existe mais nenhuma organização política comunista internacionalista, e que a
mesma necessita ser reconstruída novamente e com profunda auto-crítica dos três ciclos
(1848-1916, 1917-1991 e 1992-presente). Nisto, ainda separo os campos, como
franquefurtinianismo, conselhismo sem organização política, culturalismo thompsoniano
e afins, pois estes renegam o essencial da base teórica de Marx e Lênin, inclusive fazendo
objeções à luta de classes para a conquista do poder. Mas contudo, não posso negar que
algumas auto-críticas, como as de um Cornelius Castoriadis ou um Robert Kurz, sejam
interessantes, perspicazes e muitíssimo questionadoras, porém são tanto inoperacionais
quanto contemplativas. Logo, este debate de Marx/Bakunin e sucessores, é um tema que
por sua vastidão, merece um tópico de postagem específica ou a abertura de uma
comunidade própria, para ser amplamente debatido.
Inclusive para não sairmos desfocados da questão central proposta no início desta
postagem, sobre a conjuntura política atual. Tema este que o documento anarquista trata
de uma forma que contribui para o debate e tem tanto semelhanças quanto diferenças em
relação ao panfleto que foi colado pelas ruas e praças de São Leopoldo - RS.
PARA TRANSFORMAR O PAÍS E CONSTRUIR SOCIALISMO.
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19. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Ainda sobre o anarquismo e as colocações de Patrick Dias: primeiramente concordo com
o trecho da citação de que: “nem todo o mundo que ler entende” a falácia preparada por
Santos de afirmar X para depois querer dizer não-X e atacar Y, e também que nas teorias
sociais de Bourdieu, Foucault, Bauman e pós-modernistas, podem haver certas críticas
sociais, mas geralmente restritas aos problemas de conhecimento, principalmente
acadêmicos.
Mesmo que estes pesquisadores tenham ocasionalmente participado de protestos e
filiações partidárias, os mesmos não primaram por problemas políticos de intervenção
classista na realidade social: em que pese isto nas suas teorizações e práticas sociais. E
assim na questão da revolução socialista, estes intelectuais são muito mais contrários do
que favoráveis, tanto que Bourdieu manifestou-se pela conservação do Estado de
bem-estar social, Foucault atraiu-se pela regulação neoliberal renegando o socialismo
enquanto espécie de racismo estatal e Bauman profere discursos sempre contrários ao
que considera como sendo o comunismo.
Entrementes, nesta bem colocada questão de teoria e ideologia por Dias, já emergem as
primeiras grandes diferenças entre os campos do anarquismo e do marxismo. Assim, na
leitura sintomal do M-L: “a ideologia tem uma força material” e “só há práticas através de
e sob uma idelogia” (Louis Althusser). Isto marca uma completa ruptura com as demais
leituras humanistas, economicistas, historicistas, vulgaristas, reducionistas,
ocidentalistas, teologicistas, idealistas, etc. Sobretudo do clássico livro “A ideologia
alemã”, que assim passa a ser lido estruturalmente pela seguinte interpretação: “A
ideologia não tem história, o que não quer dizer, de modo algum, que não tenha uma
história (pelo contrário, já que ela não passa do pálido reflexo vazio e invertido da história
real), mas não tem uma história que lhe seja própria”. Estas proposições geram até hoje
um intenso debate dentro e fora do M-L, onde a contradição é a lei sobredeterminante
entre as outras duas que formam a dialética e a classe fundamental explorada em cada
formação social necessita dispor de suas próprias forças revolucionárias, e nunca ficar
passiva à mercê de seguimentos externos (colapsos econômicos, resultados eleitorais,
disputas burguesas, etc).
Alain Badiou apresenta isto da seguinte forma: “A sentença de Mao Tsé-Tung nos lembra
que, para um marxista, o vínculo entre teoria e prática (a razão de rebelar-se) é uma
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20. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
condição interna da teoria, porque a verdade é um processo concreto, é, em suma, a
rebelião contra os reacionários. Não há praticamente nenhuma afirmação mais
verdadeira e profunda em Hegel quando diz: “A Idéia absoluta torna-se identidade da
Idéia teórica e da Idéia prática” (Hegel, Ciência da Lógica). Para Hegel, a verdade
absoluta é a união contraditória entre teoria e prática. É o processo ininterrupto e divido
do ser e do agir. Lênin reafirma com entusiasmo: “A unidade entre a idéia teórica (do
conhecimento) e da prática, e essa unidade precisa, na teoria do conhecimento, resulta
na “Idéia absoluta”. - Lênin, Cadernos Filosóficos.”
A partir disso, quanto ao materialismo histórico (MH) e ao materialismo dialético (MD),
por não ser contra Marx, considero sim, que têm uma inseparável política (ou diretriz,
como queiram denominar) para a revolução socialista. Ambos assim, o MH como teoria
lógico-categorial - do método de conhecimento científico -, e o MD como aplicação na
formação sócio-histórica - força material da práxis -, ou seja, onde: o MD é o
marxismo-leninismo na conjuntura e o MH é a lei tendencial em cada determinação. Isto
não se restringe à clássica síntese de Stálin onde: “O materialismo histórico resolve o
problema das relações entre a existência social e a consciência social”, enquanto o
“dialético entende que o processo de desenvolvimento do inferior para o superior não
decorre como um processo de desenvolvimento harmônico dos fenômenos, mas pondo
sempre em evidência as contradições inerentes aos objetos e aos fenômenos, num
processo de "luta" entre as tendências contrapostas que atuam sobre a base daquelas
contradições.”
Portanto assim, o MH e o MD formam uma totalidade absoluta com aplicação universal,
diferentemente do que (como diz Dumerval Saviani), a teologia da libertação que aceita
apenas o MH como caminhada profética mas nega a materialidade dialética para manter
a deidade cristã, ou mesmo da mais conhecida como teoria crítica ocidental que propugna
somente parte da concepção MD, mas desde que isenta de resolver qualquer problema
prático e por conseguinte político-ideológico. Do mesmo modo, a concepção de Trotsky de
que o marxismo é para a economia politica em sentido estrito, não sendo um clube de
sociologia e nem um método universal (para todas as artes, ciências e demais áreas),
onde assim os adeptos não necessitariam ter ciência sobre formação social, ideológica e
leis do MH e MD, desde que apoiassem as tarefas do “programa de transição”. Isto dá
margem para o ecletismo cultural burguês contrário ao materialismo histórico e o
dialético.
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21. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Contudo, mesmo a aplicação do MD e do MH não está imune à lei das contradições e ao
uso de pressupostos e resultados errôneos, vide o lysenkoísmo na URSS e a ascensão
generalizada das forças produtivas acima das relações sociais de produção, das políticas
frente-populistas e até dos próprios revisionismos chinês/albanês, durante o segundo
ciclo (1917-1991), por exemplo. Com esta explanação, também não estou defendendo o
eurocomunismo do PCF, nem os inumeráveis erros ou a conhecida como “última fase” de
Althusser, onde o mesmo no final de sua vida faz uma autocritica rompendo
epistemologicamente até com a própria determinação em última instância da
infra-estutura sócio-econômica sobre a superestrutura ideológica.
Sobre isto, levo em consideração, o ensaio sobre reciprocidade e não-correspondência
entre as estruturas de Etienne Balibar e a relacionalidade (a partir da leitura crítica do
gramcismo) entre Estado/sociedade de Nicos Poulantzas, além desta simples regra de
Enver Hoxha: “Quando os marxistas-leninistas falam do mundo e dos diversos países,
quando os denominam, julgam sobre a base dos princípios do materialismo histórico e
dialético. Julgam em primeiro lugar pelo sistema sócio-econômico existente nos diversos
países, julgam pelo critério proletário de classe”.
BUSCA AGRUPAR FORÇAS SOCIAIS.
Nisto, volto ao materialismo dialético como excelentemente revolucionário, pois: “Se os
senhores anarquistas pensam refutar por esse meio o método dialético, devo dizer que
eles por esse meio não demonstram outra coisa senão a sua própria ignorância. Pascal e
Leibnitz não eram revolucionários, mas o método matemático descoberto por eles é agora
reconhecido como método cientifico; Mayer e Helmholtz não eram revolucionários, mas
suas descobertas no campo da física tornaram-se uma base da ciência; nem tampouco
Lamarck e Darwin eram revolucionários, mas seu método evolucionista criou o
fundamento da ciência biológica. Sim, por esse meio os anarquistas demonstraram
somente sua própria ignorância. Continuemos. Segundo os anarquistas, "a dialética é
metafísica" (vide Nobati, n. 9 Ch. G.) e uma vez que "desejam libertar a ciência da
metafísica, a filosofia da teologia" (vide Nobati, n. 3, Ch. G.), repelem também o método
dialético. Ah, os anarquistas! Como se costuma dizer, confundem alhos com bugalhos.”,
assim respondia Lênin aos anarquistas russos que tentavam denegar o MD, como se Marx
não tivesse superado a fonte hegelo-absolutista: “outra coisa os senhores anarquistas não
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22. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
podem perdoar ao método dialético: "A dialética... não oferece a possibilidade nem de
sair ou pular para fora de si, nem de saltar por cima de si mesmo" (vide Nobati, n. 8, Ch.
G.). Eis que, senhores, tendes totalmente razão: o método dialético não dá essa
possibilidade. Mas por que não a dá? Porque "pular para fora de si mesmo e saltar por
cima de si mesmo", são ocupações próprias de cabras monteses, e o método dialético, ao
invés, é feito para os homens. Eis onde está o segredo! Essas são, de modo geral, as
opiniões dos nossos anarquistas sobre o método dialético. É claro que os anarquistas não
compreendem o método dialético de Marx e de Engels.” E ressaltando que, mesmo assim,
o águia das montanhas lhes tratava com certo respeito: “Não somos dos que quando se
menciona a palavra "anarquismo" viram com desdém as costas.”
E assim passamos à contribuição de Mao, no qual: “A teoria materialista dialética do
conhecimento coloca a prática no primeiro plano; considera que o conhecimento do
homem não pode separar-se nem no mais mínimo da prática, e recusa todas as teorias
errôneas que negam a importância ou afastam dela o conhecimento. Como dissera Lênin:
"A prática é superior ao conhecimento (teórico), porque possui não apenas a dignidade da
universalidade, mas também a da realidade imediata." A filosofia marxista - o
materialismo dialético - tem duas características sobressalientes. Uma é o seu caráter de
classe: afirma explicitamente que o materialismo dialético serve ao proletariado. Uma
outra é o seu caráter prático: vinca a dependência da teoria a respeito da prática,
sublinha que a prática é a base da teoria e que esta, por sua vez, serve à prática. O fato
de um conhecimento ou teoria ser verdade não se determina mediante uma apreciação
subjetiva, senão mediante os resultado objetivo da prática social. O critério da verdade
não pode ser outro que a prática social. O ponto de vista da prática é o ponto de vista
primeiro e fundamental da teoria materialista dialética do conhecimento.” Reiterando: o
MD não é uma teoria do conhecimento pelo problema de conhecimento (como
foucaultianismo, bourdieunismo, pós-modernismo, etc.), mas uma teoria que presta à luta
da classe proletária e que parte do problema da própria prática social.
Levando em conta tudo isso, logicamente que Foucault, Bourdieu, Bauman e outros
teóricos pós-modernos, podem servir como fonte alternativa para construir uma
“ferramenta” de conhecimento crítico e disto se recortar ou extrair alguma proposta
política, inclusive para os movimentos sindicais e populares (na práxis), com inserção
nesta sociedade de classes atual. Não por acaso que Marx sintetizou sua proposta e
metodologia lendo criticamente diversos reacionários e liberais como Hegel, Spinoza,
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23. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Ricardo, Smith, Babeuf, Saint-simon, Stirner, etc. Entretando, vem imediatamente uma
pergunta: “porque passar pelo santo, se pode ir direto ao deus” como se diz no
populacho, ou seja, porque rejeitar os referenciais científicos do M-L e optar por uma
leitura alternativa destes cientistas sociais e economistas não-comunistas?
Nisso, diversamente de Santos, considero que tais teóricos liberais, academicistas e
pós-modernos não tem como pano de fundo a luta de classes e muito menos fazem uma
descrição lúcida da realidade (como contradição entre capital e trabalho). Mesmo que
para Santos, como lúcido seja entendido o tabloide do PCO e a negação da revolução
social violenta. Pois desta forma, tais renomados intelectuais utilizam-se de outros
conceitos e retiram conclusões adversas ao comunismo, bem como suas teorias acima de
tudo tentam negar a centralidade da classe operária na história e a substituem por novas
análises como da sociedade de risco, informação, consumo, lazer, hipermoderna, ócio,
rede, sistêmica, líquida, etc.
E apenas para reiterar esta questão do estudo, finalizo com passagens da famosa poesia
de Bertold Brecht no qual se aprende no asilo, na prisão ou na cozinha, e enfim, em tudo
se aprende algo nesta vida, até mesmo lendo criticamente estes teóricos sociais
contrapostos ao comunismo de Marx, Lênin e sucessores. Mesmo na dificultosa leitura
crítica de fontes estatísticas, jornalísticas e expressões culturais burguesas, também se
aprende.
Por isso que primeiramente se aprende com a própria vida das massas trabalhadoras e
depois lhes profere a ciência do MH, tendo sempre o primado da prática classista (ou do
exemplo pedagógico, como também é chamado este estilo de militância) como o critério
do MD.
QUAL DIREITA CARA PÁLIDA?
E mais uma vez sobre supostamente ser parte da direita brasileira.
Estimo que fazer esta crítica da classe burguesa e latifundiária, ao mesmo tempo que
nunca apoiar estes movimentos governistas e semi, muito menos a política de PSDB, DEM
e olavistas, que respondo esta questão de uma vez por todas.
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24. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
Para mais informações, procure saber quem fez parte à frente da maior greve
municipária (em quantidade de pessoas) de toda a história de São Leopoldo, lutando
contra um governo tucano e sendo perseguido, tendo horas-extras cortadas e em
decorrência disto, o salário reduzido e a exclusão dos cursos de aperfeiçoamento
profissional, até os dias de hoje, por tal ação prática contra um governo da direita. Isso ao
mesmo tempo que as direções dos sindicatos são coniventes e não defendem sequer os
grevistas.
Além de que, diariamente compartilho selecionados artigos, notícias, fotos e charges
contra a direita. Mas, caso todos estes dados preliminares não bastem, basta reler os
parágrafos do panfleto contra esta direita.
ESSA SUBJETIVIDADE MUITO APEGADA A DISPUTA DE CARGOS E DIREÇÕES DO
APARELHO E QUE PÕE O PARTIDO ANTES DAS LUTAS DA CLASSE, TAMBÉM FEZ
ESCOLA ENTRE A ESQUERDA QUE NÃO FOI A REBOQUE.
E para ir finalizando sobre esta falsa acusação de pertencer ao campo da direita política
brasileira, ainda questiono Iasi sobre de onde vem a atual onda conservadora: a mesma
não vem dos problemas decorrentes da derrota do processo democrático e popular, que
foi dirigido, desde meados da década de 1980 à de 2000, pela aliança eleitoral formada
por PT, PCB, PCdoB, etc., que ao assumirem a presidência da República em 2003,
acabariam colocando em ruína a esquerda e a classe operária e camponesa.
Simplesmente porque o democrático e popular não é uma estratégia revolucionária do
proletariado e nem mesmo fracassou, pois seu governo de coalizão burguesa e
latifundiária está assentado no Palácio do Planalto e nos grandes movimentos sociais de
CUT, UNE, UBES, MST, CTB, LPJ, UJS entre outros.
Assim, não passa de uma revisão idealista afirmar que: “o abandono das demandas
próprias de nossa classe pelo governo de pacto social é o caminho mais rápido para dotar
a alternativa de direita da base social que ela precisa.”, pois, este assim chamado de
<<demo-pop>> nunca assumiu a guerra revolucionária pelo poder da classe operária e
camponesa, e desde sempre adotou a via democrática-burguesa como valor. Sendo que o
próprio Lula da Silva historicamente corrobora com isto: “Não sou e nem nunca fui
socialista. Como posso ser a favor de um regime no qual quem produzir oito garrafas de
cerveja ganhará o mesmo que quem produz dez?” E Dilma Rousseff sustenta este lulismo,
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25. COMENTÁRIO-RESPOSTAAO REVISIONISMO DE V. SANTOS - 03/05/2015.
enunciado publicamente em recente congresso do PT pela colaboração: “dos empresários
comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país. “
O AGRAVANTE DESSE ESCÂNDALO É QUE O PT, DO MENSALÃO DE 2005 SOMADO AO
TRAMBIQUE COM AS EMPREITEIRAS NA PETROBRAS, SE AFUNDA DE VEZ NA VALA
COMUM DA POLÍTICA BURGUESA.
Por conseguinte, quando critico os políticos governistas e semi, principalmente porque
este campo está no poder do Estado e da sociedade brasileira, mesmo que após a vitória
no segundo turno das eleições de 2014, venham perdendo cada vez mais popularidade,
aumentem as denúncias de corrupção e estejam crescendo as oposições de direita
tradicional e pró-militarista.
Sobre isto, em comentário já postado acima, fiz um breve rascunho ensaiando descrever a
correlação de forças dos campos políticos nesta sociedade de classes, por isso não sou
obrigado a repetir tudo isso aqui novamente (em caso da necessidade de uma maior
reflexão sobre este marcado ponto, com uma argumentação desenvolvida sobre as noções
apontadas ao longo do debate, podemos reacender a questão). Assim sobre a direita, para
concluir esta parte, demonstrei também abertamente de qual lado estou, sendo que o
panfleto realça isto com todas as palavras, de uma forma alta e clara para todo e
qualquer leitor.
Tão somente um provocador, falacioso e revisionista, não consegue ler e entender isto, e
muito menos fazer uma política além da partidária deste processo de transição,
coexistência e emulação pacífica.
POLARIZAÇÃO QUE PROCURA CAPTURAR AS REBELDIAS.
Sem demora, vem a calhar, a questão quanto à postura de ficar indignado com as duras
críticas aos “companheiros” do governismo e semi, que trata como sendo respeitáveis
partidários de esquerda, socialistas ou dos trabalhadores, em acumulação de forças e
com projeto de poder para os explorados. Sobre isto, atento que é um direito e uma opção
política de cada militante, que assim pode defender e enaltecer elogios aos pelegos do
mensalão, petrolão e ajustão. Não obstante, sabendo que isto gera, por outro lado, toda
uma série de consequências e críticas no decorrer deste debate teórico e exercício
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político.
Enquanto afirmar de forma falsa e não comprovada, que pela direita (e pelo dito
“anarquismo” que quis dizer), se contraria genericamente toda a esquerda brasileira
(mesmo a defendida como não-eleitoral e revolucionária), bem como se negaria assim
absolutamente a necessidade da tática comum de frente única (pela independência de
classe, e não o conceito sinônimo utilizado historicamente pelo PCB, enquanto etapa de
aliança com setores progressistas da burguesia), é asseverar não mais que um
aglomerado de preconceitos enganosos e de profissões de má-fé, pois, quando participei
dos movimentos sociais e políticos, foi sempre optando pela esquerda com finalidade
revolucionária e radicalmente contra este campo aliancista eleitoral progressista.
Ao ser perguntado se estas críticas tem validade universalista, eu mesmo não posso dizer
isto e muito menos me vangloriar... mas, que tentam ser mais objetivas possível, ir direto
ao ponto sem rodeios e dar nomes aos bois, isso sim posso defender de antemão. E se,
este debate não é conjuntural, pois logra que as não-análises ou “asneiras” sejam
inaplicáveis na realidade concreta, entretanto porque mesmo, Santos apoiou e colou um
panfleto, que contém em grande parte, as mesmas análises, sem tirar e nem por?
E no mais, são de quem mesmo as palavras de ordem e as análises que se aplicariam à
realidade concreta, como por exemplo: “asneiras que escrevi não são atribuidas a FAG
como organização concreta.”, “CUT, UNE e MST estão de verdade ao lado dos
trabalhadores”, e “fora ministros burgueses” do governo Dilma e Temer. Sem contar com
as últimas manchetes surreais do PCO.
É PRECISO TER CLAREZA NA ANÁLISE E FIRMEZA EM NOSSOS PRINCÍPIOS
CLASSISTAS PARA NÃO ENTRAR NO BRETE.
Neste beco sem saída, que joga para sinucar entre: ignorar ou responder no mesmo nível:
a primeira parte parece que foi cumprida à risca, pois sempre está fugindo pela tangente,
e sequer tem condições de responder a maioria das perguntas ou cria uma série de
falácias tentando silenciar sobre as mesmas; e a segunda parte ainda está no aguardo,
pois falta demonstrar alguma capacidade mínima de argumentação coerente para este
debate, já que somente acode titubeando sem provas, que defendo posições com o uso de
citações descontextualizadas. Entretanto, quando solicito que demonstre este alegado
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feito, por escrito, com investigação teórica e comprovação epigráfica, absolutamente
nada consta.
Não há sequer um único retorno. E ainda por cima, alegando elevar o nível deste debate,
ao invés de se aprofundar nas questões da crítica de economia política, do materialismo
histórico e do dialético, da estratégia socialista e do mundo do trabalho na sociedade
atual, alega perfunctoriamente que todos somos burgueses e reprodutores sociais,
colocando mais uma vez toda sua superficialidade ideológica revisionista acima de uma
análise concreta da realidade. Imaginemos se este revisionista tentasse rebaixar o nível
do debate, como seria então este seu arrazoado?
Na sequência, continua praticamente o mesmo mimimi de sempre: “Anarco-direitismo
particular… pelo jeito o cara foi desmascarado mesmo, pois teve que te chamar in box...”.
Mas afinal, o que significa isto? E o que realmente objetiva conseguir e persuadir com tal
atestado de tanta ignorância?
Seria esta, uma análise concreta da realidade ou uma previsão pós-modernista de fatos
irreais?
O SENTIMENTO CONFUSO DE SETORES POPULARES ENTRE FOGO CRUZADO NOS
DÃO HOJE UMA AMOSTRA.
Explique também, por favor, o que quer dizer afinal toda esta confusa interpretação a
posteriori sobre: “uma pseudo-FAG discursiva no mesmo campo discursivo do meu
interlocutor do momento onde as asneiras foram escritas (…) caindo no campo patológico
(…) perdão pelas forçadas, mas a função do bisturi é curar com o corte, se não corta não
cura.”, onde assim: “vamos ver se seu coraçãozinho vai lhe permitir fazer a crítica com a
mesma virulência e criticidade tentando imitar um bolchevique de 17”, no qual fecha
atribuindo para si mesmo, como um filósofo narcisista, que presenteia-se: “mais um ponto
para minha tese”.
Portanto, caso resolva o problema de qual interpretação reveladora que esta assim tão
pontuada tese disserta, para assim atingir o não-tratado, posso sim, tentar fazer alguns
comentários dentro dos limites da realidade e de meu conhecimento.
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Mas depois deste espetáculo, ainda alega insolitamente que não podemos confundir
partido com religião, mas quem afinal de contas, estaria confundindo e fazendo toda uma
mística da interpretação daquilo que escreve? Segundo o qual, no texto: “Não se refere a
FAG, se refere a todos nós, inclusive ao meu próprio partido”. Mas quer dizer então que, a
FAG não faz parte deste exato conceito de “nós”, no qual encontra-se provavelmente o
partido revisionista brasileiro, além dos outros três partidos reformistas eleitorais, e até
mesmo os partidos governistas e semi?
POLÍTICA QUE NÃO AVANÇA NA RELAÇÃO DE FORÇAS CONTRA O PODER
DOMINANTE DEIXA TERRENO A SER OCUPADO.
Nisso ainda, desde quando que o pecebismo se opõe ao Estado burguês, se o “partidão”
propõe desenvolver uma luta popular por dentro dos “poros” do mesmo, conforme
deliberação oficial do 15° congresso, que remete diretamente à transição/coexistência
pacífica e à campanha eleitoral burguesa, onde o PCB mais aparece na mídia para assim
colaborar com este regime democrático-burguês? Sem contar com a proposta da:
“necessidade de fortalecer a FSM (Federação Sindical Mundial) que vem se recuperando
do esvaziamento dos anos 90 do século passado, como é prova o combativo e expressivo
último Congresso da Federação, realizado em 2011, na cidade de Atenas [capital da
Grécia, que é importante base do KKE e da internacional EIPCO], onde esteve presente
uma delegação de sindicalistas do PCB”, sendo que esta federação passou de
representante dos interesses social-imperialistas da burguesia soviética para dos Estados
burgueses que atualmente reivindicam-se socialistas de mercado ou do novo século 21. E
segundo fontes orais obtidas, o “partidão” desligou-se das centrais e instrumentos
sindicais, por dois motivos: priorizar a política porosa para o Estado via campanhas,
convenções, candidaturas, propagandas eleitorais, reformismos gramscistas, etc.; e
arrecadar o percentual financeiro (proveniente de imposto sindical, mensalidade
associativa e outros recursos) para o caixa da corrente partidária sem precisar
compartilhar com outras instâncias.
E sobre a história da prática como critério político para analisar as diferenças entre
revolução e reforma/revisionismo, reitero mais uma vez que a estratégia revolucionária é
um processo de longo prazo e extremamente dificultoso, onde o momento da insurreição
é decisivos e as duas frentes ou blocos (da classe operária e da burguesa) estão em
evidência na contradição principal. Não obstante, o problema todo que debatemos é para
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uma outra conjuntura, como a atual, onde a contradição principal ainda é
predominantemente interburguesa, que se sobrepõe a contradição fundamental entre
capital e trabalho, e onde também inexiste um partido comunista M-L do Brasil.
Aproveitando-se disto, uma significativa fração da burguesia divulga que está ao lado dos
trabalhadores, com apoio de revisionistas, pelegos e oportunistas, de movimentos
governistas e semi, de votos críticos, de falsas autonomias e de alianças progressistas.
Quanto à: “Quem está fora de uma visão científica, histórica e crítica (rigorosa), está no
campo místico obscurantista, logo, a priori não é revolucionário.”, considero ser esta mais
uma suposição revisionista burguesa e em nada dialética. Pois uma coisa é ser marxista e
outra é ser revolucionário como já diziam até mesmo os caderninhos da Marta Harnecker,
sendo que há contradição entre problema de conhecimento e problema de realidade,
assim como entre base e direção e em toda a matéria. Logo, um pacífico e pontual mestre
em ciências sociais, que domina tintim por tintim de Marx à Meszaros, pode ser um
pequeno-burguês assalariado que nunca fez um protesto violento sequer na vida ou no
local de trabalho, enquanto que um operário semianalfabeto e grevista da prestadora do
serviço de limpeza urbana, sem condições de ler e interpretar uma página de Zizek, sem
1% do estudo rigoroso do especialista em teoria crítica ocidental, pode participar
militantemente da luta operária, dirigir uma conquista salarial e tomar parte da política
socialista. Tudo isso não é novidade alguma, este tema é um antigo debate no campo da
esquerda, nem sendo exclusividade dos círculos de Althusser e nem mesmo do Huerta
Grande anarquista, já que na Crítica ao Programa de Gotha de 1875, consta que uma
ação prática vale muito mais do que diversos programas teóricos.
NÃO É A ESQUERDA QUE SE DEGENERA, COMO QUER FAZER PASSAR O DISCURSO.
“Peço perdão, mas isso não é dogma, isso é racionalidade. A teoria revolucionária surge
na modernidade racional, não em ideologias pré-modernas, essas sim, dogmáticas, onde o
que importa é o que a pessoa pensa que está fazendo, e não o resultado histórico
do que ela fez.“ assim contra-argumenta Santos, esquecendo-se propositalmente que o
gabado pensa que o pecebismo é uma política comunista, devido as palavras de ordem e
algumas frases de impacto contidas nas últimas deliberações congressuais, sendo que na
prática, o partido revisionista luta pela etapa popular democrática e a base muitas vezes
contesta a direção, votando na capitalista Dilma e apoiando abertamente seus
movimentos governistas e semi.
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Nem com toda a clemência de perdão da cultura judaico-cristã, que este erro absurdo de
reverter a primazia do ser sobre a consciência, pode ser poupado da crítica, pois como:
“Conceber a subjetividade livre de suas consequências históricas, não é fazer revolução,
mas pregar auto-ajuda.”, que assim sendo, no caso dos comentários por brincadeira, por
não foi isso que se quis dizer, por ironia do discurso e por meras falácias acusatórias,
onde a subjetividade e o pensamento do gabado autor assim estariam substituindo tanto a
objetividade quanto o crítério da prática política. Assim, não há nada mais
anti-materialista histórico e dialético do que este liquida de bordões e concessões
teóricas.
E na sequência, depois de alegar que a FAG é burguesa mas em um outro sentido, sendo
isto para criticar a não-FAG burguesa, tentando justificar-se pela seguinte lógica que já
teria vencido este debate: “tenho total consciência do trabalho e da luta da FAG, o que
escreví foram respostas no sentido de desmascarar um anti-esquerdista e anti-partido que
estava tentando difamar a esquerda.” Seria então um ato difamatório à esquerda
brasileira criticar PCO, PCB, PCdoB, PCML, PCLCP, PCBFV, PCR e outros que
reivindicam-se mais ou menos “partidos comunistas”, mas que lutam por etapismos,
entrismos, colaboracionismos, agrarismos e frente-populismos?
Sendo que nisso, o acusado de interlocutor doido passa agora a ser interrogado e posto
na encruzilhada do gabado teórico revisionista: “o que um esquerdista realmente
não-governista deve fazer? Como ele não quer propor nada, só difamar os partidos de
esquerda, ele se ofende e diz que essa pergunta é maldosa. E em outra ocasião ele cita
Rojava, para mostrar que a esquerda poderia ser diferente. Te pergunto: é possível criar
uma Rojava no Brasil? Tenho certeza que se a resposta fosse sim, a FAG seria a primeira
a tentar fazer... então só temos duas opções se Rojava é a única opção de esquerda real:
1. comprar uma passagem, um fuzil e ir para lá; 2. se ficar no Brasil, temos de nos
contentar com a conjuntura e fazermos o que fazemos, disputar sindicatos, construir o
bloco de lutas, ocupações, etc. não tem outra coisa. Se quem faz isso é governista como o
cara afirma, então todos somos.”
Desta forma, o revisionista Santos defende o contentamento conjuntural: disputar
sindicatos com a FSM burguesa, chamar os “companheiros” da CUT para o lado dos
trabalhadores, ajudar a destruir o bloco de lutas local em prol de falsos
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autônomos/verdadeiros governistas, apoiar ocupações sem nenhuma crítica aos
dirigentes petistas do MNLM e assim por diante. Sendo esta a real prática política do
“fazermos o que fazemos”.
FRENTE DE CENTRO-ESQUERDA LIDERADA PELO PT, DEPOIS DE ALCANÇADO SEU
OBJETIVO DE CHEGAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, DEIXOU PLANTADA
Nisso esquivou-se de citar algo: teríamos também que nos contentar votando na Dilma,
no Olívio, apoiando a Frente Autônoma em conjunto com o PT, e também que:
“Obviamente foi uma ironia, como não sou religioso nem dogmático, se fizessem a mesma
ironia para desmascarar um interlocutor usando minha organização, eu não me sentiria
ofendido. Claro, se ficasse claro que foi ironia. Pois siglas só são sagradas para religiosos
e dogmáticos, para mim, nem mesmo a sigla de minha organização é sagrada. Creio que
para ti, não ficou claro que foi uma ironia.“
Ou seja, apenas o gabado autor teria clarividência (“claro, se ficasse claro”) dos seus
escritos místicos contendo intuitos ocultos de fazer: “uma ironia para desmascarar um
anti-esquerdistas e anti-partidário, nada mais que isso”.
Sendo que, os partidos da dita esquerda no qual sou acusado de supostamente difamar,
são todos expressões das políticas democrático-burguesas, sejam pela frente de
governistas ou por outro lado, pela frente de reformistas eleitoreiros. Além de que as
referidas como perguntas maldosas, que são elementos deste discurso tangencial de
Santos, são assim analisados criticamente ao londo de todo este comentário-resposta.
O AVANÇO DA DIREITA NA ALIANÇA GOVERNISTA E NA OPOSIÇÃO DAS RUAS.
E assim constrói-se um absolutamente falso dilema no qual: “só sobra para ele dois
caminhos, os partidos de direita ou a esquerda não-partidária, enquanto ele não assumir
nem uma, nem outra, criei um termo [anarco-tucano] para sintetizar as duas vias.” Logo,
o revisionista além de persistir neste falso discurso não-partidarista (que nas jornadas de
junho era reproduzido pelos falsos autônomos com seu aval em canto e prosa), ainda por
cima tenta descontextualizar o histórico debate entre Lênin e Kautsky, sendo que
socialimperialistas são os próprios que se dizem socialistas de palavras, mas democratas
burgueses de práxis, e assim sendo é impossível combater o imperialismo sem denunciar
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completamente todos oportunistas, reformistas e etapistas burgueses.
E depois conclui precipitadamente mais uma vez que se: “odeia social-democrata,
socialista e comunista, só sobra tucano e anarquista, se o cara não assume nenhum, ele é
uma síntese dos dois.”, cometendo assim praticamente o mesmo erro grosseiro de quando
elogiava as análises acertadas do Jornal da Causa Operária ou predizia que estaria
implorando no In Box para ajudarem na redação de algum comentário sem nenhuma
noção.
Até que depois admite fazer um mea culpa, onde bastaria trocar os teóricos citados por
Mauro Iasi, Marta Jane, Ivan Pinheiro e delegados do 15° congresso, que o mesmo
serviria também para o próprio revisionismo pecebista: “Sim, concordo que o marxismo
pode se tornar dogmático, mas isso não pode se tornar desculpa para descambarmos para
teóricos reacionários de matriz liberal, como Foucault, Bourdieur e os pós-modernos, pelo
fato de que esses desobrigam o militante de se inserir na luta de classes e na perspectiva
de tomada do poder de fato, podendo o militante ficar só na crítica cultural, na ação
direta minimalista, se sentir aprioristicamente revolucionário sem ter de prestar contas
com o tribunal da história, e assim, tirar um peso das costas e dormir tranquilo.”
Entretanto, oblitera o descambo para a liberalização dos Krushov, Gorbachev, Castro,
Maduro, Mujica entre outros políticos e teóricos burgueses, que deveras renunciam a luta
de classes e a revolução proletária para constituir todo este revisionismo, progressismo e
socialismo burguês.
SURFAM NO DISCURSO (...) PARA QUEBRAR A MORAL DE TODA ESQUERDA
CLASSISTA.
E voltando às palavras de ordem e ao programa socialista: para o PCB, o poder popular
não é o socialismo, mas uma outra etapa intermediária dentro dos poros do capitalismo,
da via eleitoral, da transição pacífica, etc. Enquanto que para o M-L, entre o capitalismo e
o comunismo, existe unicamente uma etapa transitória que é a socialista ou o poder do
proletariado.
Assim sendo, para o PCB, mesmo que oficialmente: “em nenhum momento se defende a
aliança com a burguesia”, entretanto na prática, o mesmo apoia vários Estados
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burgueses, sejam da abertura renovada ao capital imperialista, do bloco da ALBA ou do
tratado da OCX, além da militância fazer (por baixo dos panos) o voto crítico neste atual
governo burguês e latifundiário do Brasil. Sobre isso Lênin já dizia que o revisionista não
necessariamente trai o partido, mas coloca qualquer oportunismo momentâneo acima da
contradição fundamental, além de que o revisionismo não é um movimento de origem
externa, mas do interior do próprio campo marxista.
TROCARAM A INDEPENDÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA POR CARGOS.
Nisso, passamos mais uma vez para analisar aquele apoio, sem a menor crítica, dado aos
falsos autonomistas leopoldenses e atuais governistas pelegos, pois afirma que os:
“"autonomistas", que são pequeno-burgueses aventureiros amantes de ações
esteticamente radicais, mas politicamente inúteis”. De imediato tenho que perguntar:
porque então apoiava a FAL, que era autonomista de palavras e governista de ações? E
nisso, o acusador procura se defender preventivamente, pois alega que: “não está se
referindo à "autonomia de classe", isso é falácia hermenêutica, com o intuito de difamar o
partido e nada construir.”
Pois bem, de qual forma o pecebismo, em tese, apoia a autonomia (ou independência) de
classe: se colaborando com as organizações internacionais patrocinadas pelos referidos
Estados e blocos capitalistas, se pelo voto crítico na base governista e semi, ou se com
um candidato presidencial que não é sequer da classe operária, mas sim PHD do aparelho
universitário estatal (ou seja, da pequena burguesia progressista)?
A CLASSE OPERÁRIA VIVE DE NOVO AS DEMISSÕES NA INDÚSTRIA E NA
CONSTRUÇÃO CIVIL.
Isto traz à tona o debate sobre modo de produção e dentro deste, as classes sociais.
Assim na esquerda brasileira em geral, há predominantemente as teorias da classe
ampliada de Ricardo Antunes, que são opostas as de centralidade da classe operária,
defendida tanto pelos lukacsianos mais ortodoxos, quanto pelos
althusserianos-poulantzianos (apesar destes terem severas diferenças entre si, como por
exemplo, as existentes entre Sergio Lessa e Luiz Motta).
Nisto, a conceituação de Marx: “proletário, na acepção econômica da palavra, deve
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entender-se unicamente o operário assalariado, que produz e aumenta 'o capital’ e que é
atirado à rua logo que se toma supérfluo para as exigências do crescimento do valor”, é
apenas o começo desta grande contenda.
Logo, não há o menor consenso entre os teóricos marxistas sobre classe social e
operariado, e sendo assim, é completamente impossível haver acordo entre campos tão
díspares como marxista, liberal, weberiano, pós-estruturalista e anarquista (leia-se, por
este exemplo, as definições utilizadas na declaração final sobre classe e sujeito de 2011),
a respeito desse controverso tema. E no meio de tantas divergências, opto
operacionalmente - reconhecendo críticas e possíveis limitações - pelo polêmico conceito
do Poulantzas de classe operária produtiva/improdutiva e de nova pequena burguesia
assalariada, negando assim a classe ampliada e a não-diferenciação de classe entre
operários industriais e trabalhadores da circulação/intelectualidade, pois isto se baseia no
revisionismo soviético a partir dos anos 50, que incluía trabalhadores não-manuais
(administrativos estatais, empresariais) e operários (de fábricas, agroindústrias), como
sendo de uma única e mesma classe social de proletários, e que posteriormente foram
classificados amplamente como parte de “todo o povo” na URSS capitalista restaurada.
Mesmo que, em partes, a fonte disto é a errônea teoria das três classes no socialismo de
Stalin (ainda hoje utilizada pelo revisionismo juche da Coréia), que não trata
suficientemente a contradição fundamental entre classe operária e demais classes
camponesas e trabalhadoras intelectuais/não-manuais, sendo que no meio destes últimos
encontravam-se os antigos nepmens e culaques, bem como os novos tecnocientíficos e
administradores, que foram os próprios restauradores da burguesia ao poder na
sociedade de classes soviética. Enquanto que no processo revolucionário chinês, a jovem
classe operária lutou pela superação da diferença entre trabalho manual e intelectual,
bem como pela integração compulsória das demais classes na esfera da produção, até ser
derrotada no massacre da Comuna de Xangai entre outras, que marcam o fim de fato da
grande revolução cultural, no final dos anos 60. Nisso ainda, para fins comparativos, a
teoria da burocracia como fração da classe operária de Leon Trotsky, além de ser uma
discrepância, coloca gestores e supervisores como sendo supostamente da classe
produtora de mais valor.
Todavia, a questão toda é que: não é na transição socialista (de um Estado ou bloco
interestatal), que vai ser destruído completamente as classes sociais e nem que todas as
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coisas vão deixar de ser mercadorias, mas sim que isto somente pode ocorrer
completamente no comunismo mundial. Assim sendo, durante a transição, continua
havendo contradições sociais, luta de classes e até resíduos da lei do valor, porém neste
movimento vai formando-se outra economia política, onde a força de trabalho não é mais
vendida para o mercado, bem como saúde, educação, lazer e cada vez mais ramos idem.
Tais são as medidas socialistas que são colocadas em prática pelo poder dos explorados,
em rumo ao comunismo.
NA BUSCA E NA CONQUISTA DO GOVERNO, INTEGRANDO-SE NAS INSTITUIÇÕES E
NAS REGRAS DO JOGO, TROUXE UMA MUDANÇA IMPORTANTE NA CULTURA E NOS
VALORES DA ESQUERDA.
Contudo, em diferentes partidos policlassistas como PCB e PT, apesar de não haver uma
declaração oficial a favor da classe ampliada e algumas vezes até mesmo se referirem ao
operariado fabril, é com este conceito e até mesmo com uma frouxidão maior ainda, que
atuam na sociedade de classes e na colaboração democrático-burguesa.
Tanto que para Santos isto se confirma onde: “o termo classe aqui [na teoria revisionista
atual do PCB] se refere a toda a classe trabalhadora, sem distinção e sem dar primazia ao
trabalho no proletariado, que concordo ser uma falha de nosso partido, pois a classe
revolucionária não é toda a classe trabalhadora, mas uma fração (os que produzem
diretamente a riqueza) que chamamos proletariado.”
E assim, que os militantes do revisionismo pecebista deveriam assumir que: “erramos
taticamente”, “cometemos erros” e “atrapalhamos o processo”, mas apesar disso, jamais
superam a sua velha política de frente única colaboracionista.
PARTE EXPRESSIVA DOS TRABALHADORES, JUSTAMENTE INDIGNADOS COM OS
INTERMINÁVEIS CASOS DE CORRUPÇÃO, PELA ESTAFANTE VIDA NAS GRANDES
CIDADES E O AUMENTO NO CUSTO DE VIDA.
Neste cenário, reitero que na teoria marxista que aplico, não há classe trabalhadora
ampliada e nem operariado reduzido à subordinada fração. Mas sim uma classe operária
propriamente dita, composta tanto pelos que manualmente produzem mais valor (ex.:
montador de sapatos, colador de solas), quanto pelos que mantém ou realizam este valor
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já produzido (ex.: mecânico de máquinas calçadistas, auxiliar de limpeza dos retalhos),
sendo que os demais assalariados que fazem trabalhos intelectuais e improdutivos não
são operários (ex.: administradores, contadores, engenheiros, publicitários, economistas,
assistentes sociais, profissionais de comércio exterior, etc.).
E no meio disso há intermediários e casos especiais, como do técnico eletromecânico, que
sendo encarregado apenas da chefia não é da classe operária, mas que produzindo peças,
operando máquinas e instalando painéis de controle, está executando o trabalho
produtivo de valor.
Já, todos os assalariados da circulação (como comércio, banco, logística, serviço, etc.) não
produzem nenhum valor e assim dividem-se entre os trabalhadores comerciais etc. e os
novos pequenos burgueses, por critérios como renda, escolaridade, dominação, função
exercida entre outros. Assim sendo, um porteiro é um trabalhador da esfera da
circulação, enquanto um comandante das forças armadas é um burguês, um vendedor
varejista é trabalhador, já um alto consultor executivo de vendas não.
OS PRECARIZADOS, A MASSA DOS TRABALHADORES BRASILEIROS, ALÇADOS COMO
MODELO DO REGIME DE TRABALHO FLEXÍVEL E SUPER-EXPLORADOR, SUJEITOS DE
UMA ROTINA DE PESADOS SACRIFÍCIOS, DÃO SINAIS DE CANSAÇO E IRRITAÇÃO.
Este debate complexifica-se ainda mais em categorias como professores, bancários e
funcionários públicos (da baixa carreira burocrática em geral), que alguns consideram
como sendo trabalhadores e outros como pequeno burgueses (ou colarinhos brancos).
Para Boito, as categorias fora da esfera da produção e que promovem um sindicalismo de
classe média, corporativo e meritocrático, formam a nova pequena burguesia assalariada.
Enquanto que a velha pequebú, são aqueles proprietários dos meios de produção e
circulação, sejam grandes ou pequenos, altamente tecnológicos ou semi-artesanais, ricos
ou de baixa renda. Deste modo, um pequeno comerciante da vila, se a proxima muito
mais da classe operária, do que um procurador público do condomínio fechado, apesar do
comerciante ser extremamente conservador da propriedade privada e infrigir as leis,
como as trabalhistas e até criminais, e o alto funcionário estatal poder participar de
movimentos sindicais de classe média e atos em prol dos direitos progressistas.
Logo, a questão de classe é um ponto central do M-L, pois disto resultam divergentes
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propostas políticas como: o poder do proletariado ou o poder de todo o povo que “vive do
trabalho”, conforme a ampliação do revisionismo soviético, de Antunes, do PCB e etc.
Entretanto, diferentemente de Santos segundo o qual não se poderia: “pegar um ponto,
mesmo que importante, para avacalhar com os partidos da esquerda com um toduo,
deixando implícito [e aqui caricaturiza mais uma vez!] uma bipolaridade entr duas formas
de anti-partidarismo, que são o anarquismo e o facismo hoje encarnado pelos coxinhas, já
é uma falha grave e reacionária.” Isto como se fascismo e anarquismo não fossem
partidos polarizados de direita e de esquerda, respectivamente. Isto como se a ditadura
do proletariado não fosse o ponto programático da maior importância no movimento
comunista. Isto como se: “Não façais ‘concessões’ teóricas”. Esse era o pensamento de
Marx, e eis que existem entre nós pessoas que, em seu nome, procuram diminuir a
importância da teoria! Sem teoria revolucionária, não existe movimento revolucionário.
Nunca será demais insistir nessa idéia, numa época em que a propaganda em moda do
oportunismo anda de par com a paixão das formas mais estreitas das atividades práticas”,
conforme afirmara Lênin.
OS PARTIDOS, OS POLÍTICOS, AS BUROCRACIAS, AS EMPREITEIRAS, OS BANCOS E
OS LOBISTAS CORPORATIVOS SÃO TODOS SÓCIOS NA CORRUPÇÃO E NA
IMPUNIDADE. UMA MÃO LAVA A OUTRA E TODOS TEM SUA VEZ. QUEM NÃO PACTUA
NÃO GOVERNA.
Até que Santos é obrigado a admitir que: “muitas vezes erramos taticamente, e com isso,
reproduzimos o pensamento burgues, erramos sim, cometemos peleguisses e muitas
vezes, com nossos erros, atrapalhamos o processo revolucionário que queremos
impulsionar. Se a conjuntura caminha para a direita, não é só culpa do cidadão ignorante,
da mídia, da direita e da burguesia, também temos responsabilidades”.
Lógico, pois quem vota e apoia criticamente este governo de coalizão burguesa e
latifundiária tem toda a culpa no cartório eleitoral. Óbvio que reformistas e revisionistas:
“são coniventes com o sistema na medida em que disputam eleições.”, mesmo que Santos
se esmere para justificar esta política de aliança popular com setores progressistas por
uma etapa burguesa.
ENCORAJADOS PELA CAPITULAÇÃO DOS SUCESSIVOS GOVERNOS PETISTAS, QUE SE
AJOELHAM AOS AGIOTAS DO SISTEMA FINANCEIRO, SENTAM NO COLO DAS
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VELHAS RAPOSAS DA OLIGARQUIA LIDERADAS PELO PMDB E SE ATOLAM NO
BALCÃO DE NEGÓCIOS DO PLANALTO, DO CONGRESSO E DAS ESTATAIS.
E ainda depois de tanto apoiar governistas e semi, colaborar com os falsos autonomistas,
elogiar as posições pelegas do PCO, defender os inocentes “companheiros” do PT,
propagar a nova aliança progressista do PCB e chamar de doido quem defende a violenta
revolução social, vem pregar sem mais nenhuma moral: que “a verdadeira esquerda tem
que estar unida”, por uma unidade da “esquerda não-caviar”, pois ser de esquerda não é
apenas portar uma “bandeira vermelha” e que vale a prática do “prefiro fazer como faço”,
pois com isto tenta justificar que “se a esquerda ficar dividida, a direita irá capitalizar”.
Porém, qual a esquerda que Santos prentende unificar? Seria a candidatura da burguesia
“progressista” com a classe ampliada “colaboracionista”, aliançada aos movimentos
governistas e semi? Seria unificar com setores da burguesia, inclusive a fração financeira
de Joaquim Levy, que capitaliza com super lucros proporcionados em décadas de
governos Lula e Dilma (que de certa forma são semelhantes aos governos populares da
Venezuela, onde 71% do PIB é apropriado pelo grande capital, industrial e financeiro). E
depois ainda vem defender que este poder popular é a expropriação da burguesia.
PARA DEFENDER A PETROBRAS E O PATRIMÔNIO PÚBLICO A LUTA DOS
TRABALHADORES E DO POVO DEVE SUPERAR O CONTROLE BUROCRÁTICO ESTATAL.
TEM QUE SER UMA LUTA PARA AVANÇAR NA GESTÃO DIRETA DO PATRIMÔNIO
PÚBLICO, PELA MÃO DAS ORGANIZAÇÕES OPERÁRIAS E POPULARES.
Outro grandioso exemplo progressista que o pecebista Santos defende é o amparo plural
e genérico da empresa capitalista Petrobrás Sociedade Anônima, que é uma bandeira
contundente do campo democrático e popular, e até mesmo do nacional e
neodesenvolvimentista. Este exemplo, demonstra na prática, quais são os campos de
esquerda e centro-esquerda que o revisionismo quer unificar em caráter de urgência e
sem fazer críticas semânticas aos “companheiros” nesta frente popular. E assim são
defendidas empresas públicas para gerar lucros particulares e fornecer matérias-primas
para o mercado privado, onde a maioria dos trabalhadores da planta são terceirizados e o
petróleo é, de tempos em tempos, leiloado pelo governo.
Enquanto isso, o ponto de vista classista, nunca é defender um meio de produção misto
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com ações na bolsa de valores, mas sim, os operários petroleiros e sua luta nos próprios
locais de exploração do trabalho, bem como combater o imperialismo, a corrupção e o
governo de coalizão do PT, PMDB e cia.. Sendo que politicamente isto não significa o
mesmo que salvaguadar a manutenção menos pior do Brasil enquanto Estado
democrático burguês, mas sim avançar a luta dos explorados do campo e da cidade para
um Brasil socialista e com os meios de produção controlados pela classe operária.
Porfim, faço as considerações finais desta resposta para Santos, que tradicionalmente faz
como o quero-quero, aquele pássaro que canta de um lado e choca o ovo de outro, para
assim procurar enganar os predadores e esta espécie de ave guardiã dos pampas
sobreviver. Do mesmo modo faz o revisionista do PCB, que conta causos aqui no
Facebook, mas que na lida, não passa de um trovador fiado.
MUDAMOS TUDO OU NÃO SE MUDA NADA.
Esta palavra de ordem não é mudar de ministros, não é mudar a política dos governistas
e semi para o lado dos trabalhadores, não é mudar votando de quatro em quatro anos,
não é mudar pela transição pacífica, não é mudar em aliança democrático-burguesa com
setores progressistas, não é…
Não é isto. Pois historicamente: “A realidade mostrou toda a falsidade dessas promessas e
subterfúgios. O capital (...) intensificou a sua ofensiva contra os interesses vitais da classe
operária”, sendo que acima de tudo: “Sem se libertar das tendências de enganar, mentir,
entre outras, não irá se desenvolver e se estabilizar como imprensa, nem possuir um
julgamento nobre, leal e admiravelmente franco.” (Karl Marx). E enfim, como diz aquele
velho ditado gaúcho: “Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.”
A. Colling.A. Colling.
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