2. Quantas vezes na vida
você gostaria de ser
ajudado por alguém e
ao mesmo tempo
percebe que nenhuma
pessoa pode resolver o
seu problema!
3. Então, quase sem perceber,
você se dirige a Alguém que
sabe tornar possível as coisas
impossíveis. Esse Alguém tem
um nome: é Jesus.
Ouça o que Ele diz a você:
4. “Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de
mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá.
Nada vos será impossível” (Mt 17,20).
5. É evidente que a
imagem de
“transportar
montanhas” não deve
ser tomada ao pé da
letra. Jesus não
prometeu aos discípulos
o poder de realizar
milagres espetaculares
para impressionar o
povo.
6. De fato, se você
investigar toda a história
da Igreja, não encontrará
nenhum santo, que eu
saiba, que tenha
al o M att er e B anna G
transportado montanhas
i
com a fé.
l
Pier Giorgio Frassati
Chiara Luce
7. “Transportar montanhas” é uma hipérbole – ou seja, um modo de dizer
propositalmente exagerado – para incutir na mente dos discípulos a
convicção de que, para a fé, nada é impossível.
8. Com efeito, todos os milagres que Jesus realizou, diretamente ou por meio de
seus discípulos, sempre foram feitos em vista do Reino de Deus, ou do
Evangelho, ou da salvação dos homens. Para esse fim, de nada serviria
transportar uma montanha.
9. A comparação com “o grão de mostarda” indica que Jesus pede a
você não uma fé maior ou menor, mas sim uma fé autêntica. E a
característica da fé autêntica é apoiar-se unicamente em Deus e
não nas próprias capacidades.
10. Se você for tomado pela dúvida ou pela hesitação na fé, significa que a
sua confiança em Deus ainda não é plena. Sua fé ainda é fraca e pouco
eficaz, ainda se apoia nas suas forças e na lógica humana.
11. Ao passo que a pessoa que
se confia inteiramente a
Deus deixa que seja Ele
mesmo a agir e... para
Deus nada é impossível. A
fé que Jesus pede aos
discípulos é justamente
essa atitude cheia de
confiança que permite ao
próprio Deus manifestar o
seu poder.
12. E essa fé – esta sim, capaz de transportar montanhas –
não está reservada a uma ou outra pessoa extraordinária.
Ela é possível e obrigatória para todos os que creem.
13. “Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de
mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá.
Nada vos será impossível” (Mt 17,20).
14. Supõe-se que Jesus tenha dirigido essas palavras aos seus
discípulos quando estava para enviá-los a pregar.
15. É fácil desanimar e
assustar-se quando se
tem a consciência de ser
um “pequeno rebanho”
despreparado, sem
talentos especiais, diante
de multidões incalculáveis
às quais se deve levar a
verdade do Evangelho.
16. É fácil desanimar diante de pessoas cujos interesses nada têm a
ver com o Reino de Deus. Parece uma missão impossível.
17. É então que Jesus garante aos seus que, com a fé, “transportarão as
montanhas” da indiferença, do desinteresse do mundo. Se eles tiverem
fé, nada lhes será impossível.
18. Além disso, essa frase pode ser aplicada a todas as demais
circunstâncias da vida, desde que estejam orientadas ao
progresso do Evangelho e à salvação das pessoas.
19. Às vezes, diante de dificuldades insuperáveis, pode surgir a
tentação de não se dirigir nem sequer a Deus. A lógica humana
sugere que não vale a pena, pois é inútil. Eis então a exortação de
Jesus a não desanimar e a se dirigir a Deus com muita confiança.
Ele, de um modo ou de outro, haverá de atender.
20. Foi o que aconteceu com Ângela.
Tinham passado alguns meses desde o dia em que começara, cheia de
esperança, o novo trabalho na Bélgica entre flamengos. Mas agora,
um senso de angústia e solidão lhe atormentava a alma.
21. Parecia que entre ela e as
outras jovens com quem
trabalhava e vivia se tivesse
levantado uma barreira
intransponível.
Sentia-se isolada,
estrangeira no meio daquele
povo ao qual queria apenas
servir com amor.
22. Tudo dependia do fato de ter que falar uma língua que não era a
sua, tampouco a de quem a escutava. Disseram-lhe que na Bélgica
todos falavam francês e por isso aprendera essa língua; mas, em
contato direto com aquele povo, percebeu que os flamengos aprendem
o francês só na escola, e geralmente não gostam de usá-lo.
23. Muitas vezes, em vão, havia tentado remover aquela “montanha”
de marginalização que a mantinha distante das outras. O que
poderia fazer por elas?
24. Ainda tinha diante de si o rosto cheio de tristeza de sua
companheira Godeliève, que naquela noite fora para o quarto sem
jantar. Ângela havia tentado segui-la, mas se detivera diante da
porta do quarto dela, tímida e hesitante. Queria bater... mas
que palavras usar para fazer-se entender? Permanecera ali
durante alguns segundos, e em seguida rendera-se mais uma vez.
25. Na manhã seguinte entrou na
igreja e sentou-se num dos últimos
bancos, com o rosto entre as
mãos, para que ninguém visse as
suas lágrimas. Aquele lugar era o
único onde não precisava falar uma
outra língua, onde não era
necessário nem mesmo explicar-se,
porque lá havia Alguém que a
compreendia para além das
palavras. Foi a certeza daquela
compreensão que a tornou mais
ousada, e com a alma cheia de
angústia perguntou a Jesus: “Por
que não posso compartilhar a cruz
dessas jovens e dizer-lhes aquelas
palavras que tu mesmo me fizeste
entender quando te encontrei, de
que toda dor é amor?”.
26. E permanecia diante do
sacrário como que
esperando uma resposta
Daquele que havia
iluminado toda treva em
sua vida.
Deparou-se, então, com o
Evangelho daquele dia:
“Tende coragem! – tende
fé! – Eu venci o mundo”
(Jo 16,33). Aquelas
palavras penetraram como
um bálsamo na alma de
Ângela, e uma grande paz
a invadiu.
27. De volta para tomar o café da manhã, encontrou-se logo com Anny,
a jovem que cuidava da limpeza. Cumprimentou-a, depois a
acompanhou até a cozinha; em seguida, sem falar nada, começou a
ajudá-la na preparação do café.
A primeira a descer do quarto foi Godeliève. Vinha para a cozinha
tomar seu café, apressada para não ver ninguém. Mas ali teve que
parar: a paz que Ângela irradiava impressionou-a mais fortemente do
que qualquer palavra.
28. No fim daquele dia, voltando
para casa de bicicleta,
Godeliève alcançou Ângela e,
esforçando-se para falar de
modo que ela entendesse,
sussurrou-lhe: “As suas
palavras não são necessárias;
hoje, com a sua vida, você me
disse: “Comece também você a
amar!”.
A montanha fora removida.
29. “Em verdade vos digo: se
tiverdes fé do tamanho de um
grão de mostarda, direis a
esta montanha: ‘Vai daqui
para lá’, e ela irá. Nada vos
será impossível” (Mt 17,20).
“Palavra de Vida”, publicação mensal do Movimento dos Focolares.
Texto de: Chiara Lubich, Publicado em Setembro de 1979.
Gráfica de Anna Lollo em colaboração com padre Placido D’Omina (Sicília - Itália)
Este comentário da Palavra de Vida é traduzido em 96 línguas e idiomas,
e chega a milhões de pessoas no mundo inteiro através da
imprensa, rádio, TV e internet - para informações www.focolare.org
O PPS é traduzido em várias línguas e é publicado no www.santuariosancalogero.org