O documento discute a alienação responsável de obras de arte nos museus. A alienação envolve remover objetos das coleções através de venda, permuta ou destruição. Os museus devem considerar fatores como o estado físico do objeto, se é um duplicado, restrições de doação, significado cultural e processo transparente para beneficiar o museu e público. A alienação pode financiar novas aquisições, conservação e atividades educativas de acordo com a missão do museu.
2. Natureza morta com guitarra
Georges Braque , 1938
Horácio Defende Roma contra os
Etruscos
Anónimo, séc XVIII
Paisagem com Duna e figuras
Philips Wouwerman, séc XVII
Mulher no sofá
Henri Matisse, 1919
5. Quanto custa ter um
objecto em reserva?
Qual a lógica de guardar
objectos que vão para lá
da nossa capacidade, a
médio e longo prazo, de
lidar com eles?
8. Aquisição de novas peças
Conservação & restauro
Financiamento dirigido a:
Materiais e actividades educativas de continuidade
9. Patrimoniais
Legais
Éticas
Alienação de património
O objecto está em condições físicas
degradadas?
O objecto é um duplicado?
O objecto foi doado com restrições
específicas?
O artista que criou o objecto está ainda
vivo?
O objecto tem algum significado histórico ou cultural para a
comunidade em que o museu se insere?
O processo de alienação está a ser conduzido de um modo que
beneficia tanto o museu como o público e a relação entre os dois?
17. Imagens
Sotheby’s
Christie’s
Museum of Modern Art
Sunday Herald
ICCROM
Brandeis University
NY Times
LA Times
Panoramio.com
Indianapolis Museum of Art
No Mundo dos Museus
Inês Fialho Brandão
Notas do Editor
No inicio deste ano, a Sotheby’s de Nova Iorque, levou a leilão 32 pinturas provenientes do Cleveland Museum of Art e 15 oriundas da colecção do J. Paul Getty Museum (15). Para o Museu de Cleveland esta venda resultou na angariaço de 1. 8 Milhoes de dolares; para o getty, 3,7 milhoes
Na Christie’s em Londres, só este ano, o Pennsylvania Museum of Fine Arts levou a martelo (5 pinturas) e do Carnegie Museum of Art (5); e do Art Institute of Chicago, separou-se de dois Picassos, um Matisse, e um Braque no mesmo leião.
Em todos estes casos, os museus procederam à alienação de património sem por em causa a confiança do público na sua missão enquanto instituição de investigação e de educação para a cidadania.
As razões apresentadas pelos directores destas instituições para a alienação deste património prendem-se ocm a necessidade de exaonar as suas colecções – segundo David Franklin, director do Cleveland Museum “devemos refinar e malhorar as nossas colecções, e já informei os conservadores que considero a alienação um acto normal”:
E finalmente prendem-se
Prendem-se também com a necessidade de adquirir novas obras, em maior consonancia com a missão do museu – e de financiar essa aquisição através de outras peças, que por serem repetidas, de menor qualidade ou já não representarem a missão do museu, se tornam ainda nas palabras de Frnaklin “um luxo manter”.
Para financiar a aquisição por 24.ooo dolares, das Demoiselles, o MoMA vendeu um Degas por 18,000 dolares, e o resto veio de doadores particulares.
Finalmente, trata-se, para as instituições de se separar de peças que cujos custos de manutenção, conservação preventiva e armazenament, por razões várias, o não se justificam perante o seu potencial para a investigação, a interpretação e a exposição ao público.
Se as duas primeiras questões estão intimamente ligadas à missão de um museu; ao modo como o museu se v~e a si próprio e como vê a sua obrigação perante o público, já este terceiro motivo nos remete para o custo escondido dos museus que são as reservas. Quantos de nós podem anunciar com confiança qual o custo anual de armazenamento de uma peça em reserva
Para uma verdadeira sustentabilidade financeira é essencial a qualquer estrutura conhecer os seus custos operacionais reais. E a maioria de nós não consegue ainda responder a esta primeira questão.
quando questões ligadas às reservas de museus mostram como a situação é deficitária e penosa.
Centro Internacional de Estudo para a Conservação e Resauro dos Bens Culturais.
Talvez depois de sabermos essa informação, possamos responder a esta segunda questão.
É a partir de respostas a esta segunda questão que podemos iniciar um exame sobre a questão da alienação de património.
Como pode ocorrer uma alienação?
Porquê levar a cabo essa alienação?
In part the criticism surrounding deaccessioning has focused on whether museums have been open about selling work from their collections. The Indianapolis Museum of Art on its Web site, lists every object being sold, why it is being offered and the ultimate sale price or estimated value. The site has also begun to link newly acquired artworks to the sold objects that enabled their purchase. “Without doing all of those steps, museums expose themselves to ridicule and risk unnecessarily,” said Maxwell L. Anderson, the museum’s director. “There is nothing devious going on. They are just not handling it in a way that is candid and explained.”
A transparencia deste processo é o elemento-chave – por um lado, evita a percepção de que o museu trabalha para dentro, sem ter em conta os seus stakeholders. Por outro reforça a ligação do museu junto da sua comunidade, e, no caso da intervenção de terceiros, permite justamente que a mesma comunidade, ao invés de julgar o museu “esbanjador e elitista”, o defenda, precisamente porque tem acesso aos seus mecanismos.