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Lena Lavinas (coord.) Barbara Cobo Fabio Waltenberg Alinne Veiga Yasmín Salazar Méndez
Doutora pela
Universidade de
Paris. Professora
de Economia do
Bem-estar do
Instituto de
Economia da
Universidade
Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Professora da
graduação e da
pós-graduação
deste Instituto.
Doutora em Economia
pelo Instituto de
Economia da
Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
Professora do curso de
pós-graduação Especiali-
zação em Políticas
Públicas no mesmo
Instituto. Técnica do IBGE
na área de Indicadores
Sociais.
Professor de Microeconomia e
Bem-estar do Programa de Pós-
Graduação em Economia da
Universidade Federal
Fluminense (UFF). Pesquisador
do Centro de Estudos sobre
Desigualdade e
Desenvolvimento. Bacharel e
mestre em Economia pela
Universidade de São Paulo;
doutor em Economia pela
Université Catholique de
Louvain, Bélgica.
Doutora em Estatística Social
pela Universidade de
Southampton, Reino Unido. É
autora, entre outros artigos, de
The use of sample Weights in
Multivariate Multilevel Models,
na revista daRoyal Statistical
Statistical Society:
SeriesC(Applied Statistics, 63
(1): 65-84, 2014.
Engenheira de produção e
matemática; doutoranda no
Programa de Pós-Graduação em
Economia da Universidade
Federal Fluminense (UFF);
bolsista do Programa
Estudantes-Convênio PEC-PG da
CAPES/CNPq.
"O livro mostra que valores (neo)liberais, no Brasil, há muito deixaram de ser “ideias fora do lugar“
[...] Ignorar sua existência não ajudaria; mais adequado é conhecer melhor também este lado menos
solidário do Brasil e buscar, com argumentos sólidos e acessíveis, contribuir para mudá-lo. É o que
faz este estudo". (Sérgio Costa)
ª
"31 milhões de pessoas saem da
pobreza em uma década, graças ao
impacto do crescimento no
desempenho do mercado de trabalho,
associado à recuperação do valor do
salário mínimo, que registrou
aumento real na última década
praticamente de 100%" (p.19)
Polarização social se mantêm como a
marca do nosso subdesenvolvimento
Num primeiro momento teve como
objetivo apreender o que pensavam e
como se comportavam os mais pobres
frente à nova institucionalidade da
política social que passava a
reconhecê-los como detentores de
direito
Num segundo momento sistematizar a
visão que tem a sociedade brasileira no
seu conjunto dos progressos
alcançados e das lacunas persistentes
na trajetória traçada para enfrentar a
pobreza e a desigualdade entre nós
Importância do
autointeresse nos
estudos sobre o
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Literatura nacional e a
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Apenas metade dos que tinham
rendimento familiar inferior a R$1.000
se considerava pobre, a outra metade
via sua família como de classe média
O Brasil tem, desde 2004, uma lei que
garante a todos os brasileiros uma renda
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contradição
Resultado relevante
considerando que a saúde
privada em especial vem se
expandindo rápidamente
em detrimento da provisão
pública
Mais de 2/3 da população
claramente favoráveis a
diversos princípios
meritocráticos na
determinação de critérios
de remuneração do
trabalho
O Norte-Nordeste
(que em muito se
beneficiaram coma
redução da pobreza e
da desigualdade) são
os mais otimistas com
relação às chances de
melhoria de vida deles
e das gerações futuras
O Nordeste
tem a menor
renda
domiciliar per
capita do país
Predomina a
lógica da
responsabilização
individual pela
condição social
Não há um perfil claro de cidadão
radicalmente oposto à imposição de
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beneficiários do B.F
Quanto mais pobre a região, maior o
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pobres. Se explica pelo fato dos
pobres mostrarem-se abertos a
mecanismos que comprovem sua
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usuário do P.B.F
como
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A população brasileira parece
aprovar a intervenção do
Estado no combate à pobreza
apenas residualmente, nãos
sendo favorável a políticas
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Mas tal esforço coletivo, em conformidade com a capacidade
financeira de cada um, não deve pavimentar a via da
universalidade e da redistribuição ampla e incondicional, senão
assegurar uma intervenção residual e focalizada por parte do
Estado
Há um princípio de justiça social que se expressa na forte
correlação entre apoio à intervenção do Estado e direitos que
levam em conta a condição social de cada um, em lugar de um
critério único e regra geral
Se fosse possível
sintetizar o que
caracteriza a preferência
dos brasileiros em
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dois qualificativos a
resumiriam:
condicionada e restrita.
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  • 1.
  • 2. Lena Lavinas (coord.) Barbara Cobo Fabio Waltenberg Alinne Veiga Yasmín Salazar Méndez Doutora pela Universidade de Paris. Professora de Economia do Bem-estar do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora da graduação e da pós-graduação deste Instituto. Doutora em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora do curso de pós-graduação Especiali- zação em Políticas Públicas no mesmo Instituto. Técnica do IBGE na área de Indicadores Sociais. Professor de Microeconomia e Bem-estar do Programa de Pós- Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Pesquisador do Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento. Bacharel e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo; doutor em Economia pela Université Catholique de Louvain, Bélgica. Doutora em Estatística Social pela Universidade de Southampton, Reino Unido. É autora, entre outros artigos, de The use of sample Weights in Multivariate Multilevel Models, na revista daRoyal Statistical Statistical Society: SeriesC(Applied Statistics, 63 (1): 65-84, 2014. Engenheira de produção e matemática; doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF); bolsista do Programa Estudantes-Convênio PEC-PG da CAPES/CNPq.
  • 3. "O livro mostra que valores (neo)liberais, no Brasil, há muito deixaram de ser “ideias fora do lugar“ [...] Ignorar sua existência não ajudaria; mais adequado é conhecer melhor também este lado menos solidário do Brasil e buscar, com argumentos sólidos e acessíveis, contribuir para mudá-lo. É o que faz este estudo". (Sérgio Costa)
  • 4. ª "31 milhões de pessoas saem da pobreza em uma década, graças ao impacto do crescimento no desempenho do mercado de trabalho, associado à recuperação do valor do salário mínimo, que registrou aumento real na última década praticamente de 100%" (p.19)
  • 5. Polarização social se mantêm como a marca do nosso subdesenvolvimento
  • 6. Num primeiro momento teve como objetivo apreender o que pensavam e como se comportavam os mais pobres frente à nova institucionalidade da política social que passava a reconhecê-los como detentores de direito Num segundo momento sistematizar a visão que tem a sociedade brasileira no seu conjunto dos progressos alcançados e das lacunas persistentes na trajetória traçada para enfrentar a pobreza e a desigualdade entre nós
  • 9.
  • 10. Apenas metade dos que tinham rendimento familiar inferior a R$1.000 se considerava pobre, a outra metade via sua família como de classe média
  • 11.
  • 12.
  • 13. O Brasil tem, desde 2004, uma lei que garante a todos os brasileiros uma renda básica de cidadania (Lei 10.835, de 08/01/2004)
  • 15.
  • 16. Resultado relevante considerando que a saúde privada em especial vem se expandindo rápidamente em detrimento da provisão pública
  • 17. Mais de 2/3 da população claramente favoráveis a diversos princípios meritocráticos na determinação de critérios de remuneração do trabalho
  • 18. O Norte-Nordeste (que em muito se beneficiaram coma redução da pobreza e da desigualdade) são os mais otimistas com relação às chances de melhoria de vida deles e das gerações futuras
  • 19. O Nordeste tem a menor renda domiciliar per capita do país Predomina a lógica da responsabilização individual pela condição social
  • 20.
  • 21. Não há um perfil claro de cidadão radicalmente oposto à imposição de condicionalidades e controle sobre os beneficiários do B.F Quanto mais pobre a região, maior o apoio à condicionalidades sobre os pobres. Se explica pelo fato dos pobres mostrarem-se abertos a mecanismos que comprovem sua boa-fé e tragam transparência ao processo
  • 22. Visão dos usuário do P.B.F como oportunistas A população brasileira parece aprovar a intervenção do Estado no combate à pobreza apenas residualmente, nãos sendo favorável a políticas universalistas e incondicionais
  • 23. Mas tal esforço coletivo, em conformidade com a capacidade financeira de cada um, não deve pavimentar a via da universalidade e da redistribuição ampla e incondicional, senão assegurar uma intervenção residual e focalizada por parte do Estado
  • 24. Há um princípio de justiça social que se expressa na forte correlação entre apoio à intervenção do Estado e direitos que levam em conta a condição social de cada um, em lugar de um critério único e regra geral
  • 25.
  • 26. Se fosse possível sintetizar o que caracteriza a preferência dos brasileiros em matéria de redistribuição, parece pertinente inferir que dois qualificativos a resumiriam: condicionada e restrita.