O documento discute a natureza da paixão em comparação com o amor. Afirma que as paixões são alimentadas pela impossibilidade e idealização do objeto amado, ao contrário do amor real que só quem o sente sabe. Também sugere que se livrar de uma paixão envolvendo viver com a pessoa amada, pois a conquista idealizada é maior do que a posse real.

1. Papo dispersivo sobre a Paixão Arthur da Távola

2. As pessoas amam bem mais a expectativa do amor possível, que o amor propriamente dito. Daí a intensidade dos impulsos bloqueados, os que estão impedidos de expansão e movimento na direção do objeto amado.

3. Os "grandes amores" da literatura são grandes, não por serem amores, mas por serem impossíveis. Já os grandes amores da vida real só quem sente é que sabe.

4. A impossibilidade de dimensionar um impulso afetivo carrega de energia a fantasia. E esta se encarrega de dar dimensão ao que o exercício da relação, talvez, tirasse.

5. Na paixão impossível só estão as projeções do que idealizamos, pretendemos ou não conseguimos viver em nosso cotidiano. Daí ser fácil entender sua força, sua obsessiva presença na cabeça dos enamorados. É por isso, aliás, que só é musa quem é inatingível.

6. Case-se com a sua musa e acordará com uma jararaca... Case-se com quem ama e será feliz. Quer se ver livre de uma paixão colossal? Vá viver com a pessoa objeto da paixão (observem, por favor, que não estou usando a palavra amor).

7. Aliás, já está nos clássicos e, mesmo, antes destes, nos antigos: "A conquista enobrece e a posse avilta". Ou, como dizia Goethe: "Nas batalhas da paixão, ganha aquele que foge".

8. Quantas vezes as relações humanas terminam ou se interrompem sem terem esgotado o potencial de possibilidades adivinhadas, intuídas, sentidas. Aí, o que não se esgotou clama por vir à tona e, muitas vezes, ameaça ocupar (e às vezes ocupa, efetivamente) todo o "ego".

9. Não é por outra razão que o apaixonado é o maior dos egoístas. Ao dedicar tudo ao objeto da paixão, está é alimentando a própria necessidade, seja de sofrimento, de idealização, de felicidade ou fantasia.

10. Entupido de impossibilidades, ele clama. E a isso muitos chamam amor. Mas amor é coisa muito diversa...

12. FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan [email_address] MÚSICA: Forever you and I Execução: Ernesto Cortazar (Repasse com os devidos créditos) BLOG: www.mimabadan.blogspot.com PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS em: www.slideshare.net/mimabadan