O frevo surgiu em Pernambuco entre 1910-1911 como um estilo de dança animado durante o carnaval, derivado da palavra "ferver" pelo movimento frenético. Grupos de capoeira eram contratados para controlar comportamentos violentos nos blocos e usavam guarda-chuvas como os dançarinos de frevo. Nos anos 30, o frevo foi dividido em três ritmos: frevo de rua, frevo de bloco e frevo canção. Blocos como o Galo da Madrugada ajudam a preservar o
2. Origens do frevo
Em Pernambuco, entre os anos de 1910 e 1911, ocorreu o aparecimento de um
ritmo carnavalesco bastante animado e que é famoso até hoje: o frevo. A
palavra frevo vem de ferver, uma vez que, o estilo de dança faz parecer que
abaixo dos pés das pessoas exista uma superfície com água fervendo.
Para conter o “frervor” dos foliões, os organizadores passaram a contratar
grupos de capoeira que se apresentavam à frente dos blocos, com o intuito de
controlar os comportamentos violentos que por vezes surgiam. Além disso, o
uso do guarda-chuva – ou sombrinha, dependendo da região – na dança
também tem a mesma origem: os grupos de capoeira usavam também esse
artefato para controlar a população.
Se observarmos de perto, hoje, os movimentos corporais do frevo, podemos
identificar claramente a influência da capoeira na sua composição,
especialmente movimentos baixos, que requerem máximas flexões dos joelhos.
Atualmente há, em média, 120 passos catalogados para o frevo. Em geral, os
passos mais complexos, que incluem habilidades acrobáticas, são realizados
apenas por passistas dos blocos, a grande massa de foliões mantém a sua
diversão com passos mais simples e populares.
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8. Existem mais de cem passos conhecidos do frevo, sendo os mais famosos:
Locomotiva, Dobradiça, Fogareiro, Capoeira, Tesoura, Mola, Ferrolho e Parafuso,
entre outros.
Nos anos 30, o frevo foi dividido em três ritmos:
* Frevo-de-Rua – É o frevo completamente instrumental, feito exclusivamente
para dançar. A música do Frevo-de-Rua pode ter: notas agudas (frevo-coqueiro),
predominância de pistões e trombones (frevo-abafo) e introdução de
semicolcheias (frevo-ventania).
* Frevo-de-Bloco – Originada das serenatas realizadas paralelamente ao carnaval,
no início do século. A orquestra de Pau e Corda é composta de banjos, violões,
cavaquinhos e recentemente vem sendo utilizado também o clarinete.
* Frevo-Canção – Frevo mais lento, com algumas semelhanças em relação à
marchinha carioca. É composto por uma introdução e uma parte cantada,
terminando ou começando com um refrão.
O carnaval de Olinda é o carnaval do frevo, que pode ser considerado o carnaval
mais popular do país, embora não seja o maior. Isso porque no carnaval do frevo
não existem escolas de samba, sambas-enredo ou trios elétricos, ou seja, o
carnaval é realizado pelo povo, pelas famílias que saem nas ruas para a folia.
9. Alguns blocos são tão importantes que ajudam a perpetuar o frevo como patrimônio
cultural do Recife, como é o caso do já citado “Galo da Madrugada”, do Recife, e o
“Clube de Vassourinhas”, de Olinda. Por isso, vale a pena comentar um pouco sobre
eles.
O Galo da Madrugada surgiu em 1978 com o único propósito de resgatar o frevo de
rua. Sai todos os anos no sábado de carnaval e, em 1984, entrou para o Guiness como
o maior bloco de rua do mundo. Seu hino é sempre cantado com muita alegria pela
cidade do Recife durante o carnaval, composto por José Mário Chaves, já foi até
gravado pelo cantor Alceu Valença:
“Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada (BIS)
A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada, já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
O Galo também é de briga, as esporas afiadas
E a crista é coral
E o Galo da Madrugada, já está na rua
Saldando o Carnaval
Ei pessoal...”