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Opinião: Publicidade éOpinião: Publicidade é
Futebol... e Vice-VersaFutebol... e Vice-Versa
VÍTOR DOURADO, DIRECTOR DE NEGOCIAÇÃO DO HAVAS MEDIA GROUP
02/03/15 15:29
Depois de sofrermos
cabazadas até 2012, de
recuperarmos em 2013 e de
consolidarmos em 2014, é a
altura de esperar para ver o
que esta equipa consegue em
2015.
Adoro publicidade e adoro futebol. Sendo duas das minhas paixões,
parece-me fácil a analogia. Em ambos os casos, e com a antecedência
necessária (muitas vezes a possível), desenham-se estratégias,
estudam-se os adversários e fazem-se previsões. Acredito, por isso, que
um assunto mais sério como o mercado publicitário se pode explicar
recorrendo a uma discussão sobre futebol.
Nos últimos anos, o mercado publicitário português sofreu goleadas
tremendas, caindo praticamente 50% entre 2007 e 2012. Apesar de
alguns erros cometidos, é certo, e da espectável pressão dos possíveis
beneficiários, como também é habitual nestes casos, a verdade é que na
segunda parte do jogo de 2013 começámos a assistir a uma animadora
recuperação que levava a crer num bom resultado. E assim foi! A
"partida" terminou praticamente num empate, depois de uns primeiros
45 minutos demasiado discretos. Poucos mercados teriam esta
capacidade de sobrevivência e regeneração, fruto de grande
profissionalismo e esforço dos vários players.
Em 2014, o jogo foi outro. Alinhados os astros de forma perfeita (que
isto do futebol também tem muito de esotérico), o mercado português
conquistou a primeira divisão dos países europeus em termos de
crescimento. Mas não devemos correr o risco de pensar já que este jogo

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"são favas contadas"! O caminho ainda é longo até à Champions.
Este ano, o campeonato já começou e estamos ainda na primeira parte,
mas, desde os jogadores aos dirigentes, sente-se o entusiasmo e o
optimismo típico de todos os inícios. Mesmo assim, o ano de 2015 teve
um início morno, com um primeiro trimestre que se prevê sem grandes
emoções. Como dizem os entendidos do desporto-rei, talvez venhamos a
assistir a um jogo demasiado tático, ou como o comum dos adeptos o
diria: "chato".
Mas tenhamos alguma fé na equipa. Num mercado entre estrelas
ascendentes, experiência e irreverência, o equilíbrio no sistema será
essencial. O Exterior joga à baliza, onde o importante foi sempre não
complicar, mas onde a inovação se tem vindo a afirmar. Para este lugar
específico, poderá haver novidades no decorrer da época; talvez novas
aquisições. A imprensa ocupa a defesa, formada por veteranos que
ainda surpreendem e onde pontificam algumas jovens promessas. A
Televisão em sinal aberto continua a distribuir jogo, a definir os tempos
da partida no meio-campo, mas com a ajuda preciosa dos canais pagos.
A Rádio assemelha-se aos extremos, irreverentes, a tentar
constantemente vencer no jogo de um-contra-um. Mas a verdadeira
estrela da equipa é o Digital; é o miúdo que consegue atrair as atenções
do mercado, o "puto" que todos os dias apresenta uma nova finta que
tentamos estudar e aprender... até aparecer com outra.
Depois de sofrermos cabazadas até 2012, de recuperarmos em 2013 e
de consolidarmos em 2014, é a altura de esperar para ver o que esta
equipa consegue em 2015. Em termos de prognóstico para este
encontro, creio que a conjuntura nos permite arriscar a previsão de um
crescimento entre 3% e 5%, o que seria uma óptima vitória.
É levantar a cabeça e continuar a trabalhar. Veremos o que nos reserva
o segundo tempo e esperemos que o jogo não termine num empate.