1. Capítulo 3 – Um rival?
Podemos dizer que eu e Kenji não estamos conversando direito, só de
vez em quando. Eu acho que ele está perdendo interesse em mim, mas
mesmo assim continua dizendo que me ama, eu que estou perdendo interesse
nele, nossa relação não melhora nada, ele me trata como amiga!
Minhas amigas perguntam: “E seu namorado?”, eu respondo: “Não estou
conversando direito com ele”. Dá vergonha de falar isso, e elas pensam que a
gente tá brigado, mas é só como se a gente não se visse mais, isso me
preocupa, às vezes acho que um dia a gente vai se separar, de um jeito ou de
outro, por causa dessa péssima relação que a gente tem.
Eu tenho medo de dizer ao Kenji que quero terminar isso tudo, então eu
faço indireta, tento o fazer perceber ou tento saber o que realmente ele sente.
*flash back on*
- Kenji, você quer dizer algo para mim?
- Não, por quê?
- Por nada, mas se precisar dizer algo, só falar comigo, mesmo que seja
doloroso.
- Ok...
*flash back off*
Eu estava indo ao mercado para comprar os ingredientes para os
hambúrgueres que eu faria para a janta, o mercado não era tão longe, cheguei
lá em cerca de 20 minutos. Paguei e voltei para a casa.
- Tadaima!
- Okaeri Eri! – Kenji disse
- Por que diabos você está aqui?
- Só estava passando por aqui e fiquei com vontade de te ver.
- Entendi, e-eu também estava...
Kenji, que estava sentado, levantou e me abraçou. Foi tão de repente,
que meu coração disparou, eu poderia ter morrido, abraçada naqueles braços
quentes.
- Eri, eu te amo!
- Eu também Kenji, muito.
A mesma coisa de sempre, e a mesma resposta de sempre, ficou o
maior silêncio, até que ele me soltou e olhou nos meus olhos, fiquei muito
envergonhada, pensei que ele ia me beijar, então desviei meu olhar, e disfarcei,
porque eu não estava prepara para isso.
- Ah, sim! Hoje vai ter hambúrgueres no jantar! Por que não fica até lá
Kenji?
- Posso mesmo!?
- Claro, só não faça nada suspeito, meus pais estão em casa.
Meus pais não sabem que nós estamos namorando, a gente resolveu
não contar a eles, dissemos que éramos só amigos, e acreditaram facilmente
em nós.
Tínhamos todos acabados de jantar, fui lavar a louça, Kenji me ajudou,
nós parecíamos um casal. Quando nós acabamos, ele já estava para ir embora,
beijou minha testa, disse para eu me cuidar e partiu.
Fui para o meu quarto, fiz minha lição de inglês, tomei banho e dormi.
2. No dia seguinte ~
Fui para a escola, hoje tive aula livre na aula de história, o professor
faltou devido a problemas pessoais, imagino o que é... Fiquei ouvindo música e
lendo a nova edição do mangá que comprei ontem, almocei e fiquei
conversando com Yui, sobre coisas comuns do dia-a-dia. Tocou o sinal,
arrumei minhas coisas e fui embora sozinha.
No caminho para a casa, eu estava escolhendo a música no meu celular
e esbarrei em um garoto da minha idade.
- Ah, desculpe – ele disse primeiro.
- Não, não, me desculpe, eu estava distraída e... – fui interrompida
- Você! Você é... Eri?!
- Sou sim... E eu te conheço?
- Haha, que brincadeira de mau gosto Eri-chan.
- Sério, não me lembro, qual o seu nome?
- Ryou, lembrou?
- Ah! Ryou! Hehe há quanto tempo.
- Pois é, e aí Eri como você está?
- Normal, acho, e você?
- Normal também, estou morando ao lado do restaurante Ichiban, hihi.
- O quê? Impossível, não, inacreditável, não acredito nisso!
- Qual o problema Eri?
- Então eu moro uns 8 metros da onde você mora!
- Yay! Vou poder te ver todo dia hehe. AH! Meu curso! Vou indo Eri, até
amanhã!
- Até!
Ryou era um amigo meu, faz uns cinco anos que a gente não se vê,
apesar de não ter parecido, conversei com ele como se a gente não se via a
dias, ele estudava comigo, aqui em Shibuya, e se transferiu pra uma escola de
Saitama, por motivos pessoais, tinha me esquecido o que ele está fazendo aqui
em Shibuya, e ainda por cima, pertinho da minha casa, e também, queria saber
por que do “até amanhã”, como se ele soubesse onde eu moro, haha.
Ter reencontrado Ryou, mudou completamente minha vida...