Um projeto criado pela professora Dra. Rosane Rosa, no quarto semestre do Curso de Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), propunha aos alunos ministrar três aulas de literatura no Cursinho Pré-Vestibular Alternativa. Neste encontros os alunos deveriam ensinar e explicar uma obra de literatura, a qual fosse leitura obrigatória para o vestibular 2013, desta Universidade. Desta maneira, os alunos deveriam criar um produto final como conclusão deste trabalho.
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, foi a obra escolhida pelo grupo de alunos. A seguir estão as duas produções realizadas pelos acadêmicos de Produção Editorial.
(Ângela Madalozzo, Andrei Lopes, Izabelli Oliveira e Juliana Farias)
Um projeto criado pela professora Dra. Rosane Rosa, no quarto semestre do Curso de Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), propunha aos alunos ministrar três aulas de literatura no Cursinho Pré-Vestibular Alternativa. Neste encontros os alunos deveriam ensinar e explicar uma obra de literatura, a qual fosse leitura obrigatória para o vestibular 2013, desta Universidade. Desta maneira, os alunos deveriam criar um produto final como conclusão deste trabalho.
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, foi a obra escolhida pelo grupo de alunos. A seguir estão as duas produções realizadas pelos acadêmicos de Produção Editorial.
(Ângela Madalozzo, Andrei Lopes, Izabelli Oliveira e Juliana Farias)
Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)Carlos Rangel
(may.08) verdadeira história impressionante de uma mulher notável que teve a coragem e amor para salvar mais de 2.500 crianças do Holocausto, e reuniu-los com sua família verdadeira décadas mais tarde.
Ele faleceu em 12 de maio de 2008
Montagem gráfico inicial: Carlos Rangel: Nov.2007
Atualização de dados: may.2008
Vida de um homem: Francisco de Assis - Chiara FrugoniJuliana Soares
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Trabalho apresentado na disciplina de História Medieval
História - Licenciatura
1º Ano
Juliana Soares
Ketlyn de Oliveira Heymowski
Leandro da Silva Soares
Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 137 - InimigosRicardo Azevedo
“O Mestre, acima de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.” Emmanuel
Premonição é em síntese uma advertência de algo que está prestes a acontecer a qual se recebe uma comunicação do mundo espiritual, seja do próprio espírito da pessoa, de outro [telepatia], de anjos, demônios, ou do próprio Deus, e até de pessoas que já morreram e animais que podem emitirem sinais. Estamos no campo da metafisica, da física quântica e do mundo espiritual. Desde os tempos antigos, até os dias de hoje existem incontáveis testemunhos de pessoas que vivenciaram experiências de premonição. Aqui nesta obra, eu apresento um rascunho das evidências que encontrei tanto na Bíblia como no testemunho de inúmeras pessoas que tiveram premonições. Alguns destes avisos sobrenaturais e paranormais permitem que o receptor da mensagem opte por um ou outro destino, todavia, outras premonições parecem fatalistas o que significa que a pessoa fica sabendo o que está prestes a acontecer, mas não consegue impedir o desfecho. Este ensaio apresenta as várias possibilidades que podem acionar o gatilho da premonição e o seu mecanismo, mas ninguém consegue dominar a arte da premonição, se antecipando ao conhecimento do que está prestes a acontecer a hora que quiser. Este livro vai, no mínimo, deixa-lo intrigado.
Este livro é uma bomba de informações sobre a relação do Vaticano e o homossexualismo, o texto base pertence ao jornalista francês Frédéric Martel na sua consagrada obra NO ARMÁRIO DO VATICANO. Neste obra, eu faço meus comentários sobre os primeiros dois capítulos do texto de Martel. As informações sobre a quantidade de altos membros do Vaticano envolvidos na pratica homossexual é de um escândalo sem precedentes na história do cristianismo. Fico imaginando a tristeza de muitos católicos ao saberem que no Vaticano em vez daqueles “homens santos” estarem orando e jejuando, estão na verdade fazendo sexo anal com seus amantes. Sodoma se instalou no Vaticano e a doutrina do celibato obrigatório canalizou muitos homens com tendencias homossexuais a optarem pelo sacerdócio católico como uma forma de camuflar suas preferencias sexuais sem despertar suspeitas na sociedade. Mas vivemos na era da informação e certas coisas não dá mais para esconder. A Igreja Católica esta diante de um dilema: ou permite a pratica aberta do homossexualismo ou expurga esta prática antibíblica do seu seio. Mas como veremos nesta série de livros, acho que os gays são maioria e já tomaram o poder no Vaticano. O próximo livro desta série é O MUNDO GAY DO VATICANO, onde continuarei comentado o resultado das investigações de Frédéric Martel. Ao final também coloco um apêndice com as revelações do arcebispo CARLOS MARIA VIGANÒ na famosa carta chamada TESTEMUNHO.
Estudo da introdução à carta de Paulo aos Filipenses.
Veja o estudo completo em: https://www.esbocosermao.com/2024/06/filipenses-uma-igreja-amorosa.html
Eu sempre admirei o ex-padre Aníbal Pereira dos Reis, por isto tenho lançado todos os seus livros com meus comentários. Mas isto não quer dizer que concordo com todos seus posicionamentos. Eu sou pentecostal, e ele é da geração dos cristãos tradicionais que não acreditam na atualidade dos dons do Espírito Santo. Eu sou arminiano e acredito no livre arbítrio humano, ainda que a vontade humana esteja corrompida pelo pecado, isto não deixou o homem incapaz de escolher o bem ou o mal, já Aníbal era calvinista, como veremos nos constantes embates neste livro em que discuto com Aníbal. Eu acredito que enquanto estamos neste mundo, estamos sujeitos a cair do estado de graça, se eu rejeitar, negar, trair e abandonar o Senhor. Aníbal defende esta ideia esdruxula do determinismo que considero antibíblica, antinatural, antijurídica e muito irracional. Nas páginas que se seguirão, Aníbal argumentará a favor da tese: “uma vez salvo, salvo para sempre.” Enquanto eu vomitarei todo meu asco nesta estapafúrdia ideia diabólica que responsabiliza Deus pela decisão de colocar uns no céu, sem que estes mostrem qualquer iniciativa ou participação na sua salvação, nem mesmo desejando a salvação, e esta concepção maluca calvinista acusa Deus de não dar chances alguma a boa parte da humanidade de escolher o caminho da verdade. O calvinismo neste quesito é pior que o satanismo e a soberania do Deus calvinista me parece mais o triunfo do mal e que até Lúcifer é vítima deste Deus arbitrário.
Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho.pptxCelso Napoleon
Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
1. Mãe de santo à francesa
[Gisele Cossard: deixou a França pelo candomblé]
Quando a francesa Gisele Cossard Binon pisou pela primeira vez num terreiro de candomblé,
pairava um clima de festa no local. Era o dia 5 de dezembro de 1959 e, na noite anterior, uma
festa para Iansã havia sido realizada. A roça recendia a flores e ela sentiu, naquele momento,
que nada era aleatório, que tudo fazia sentido: cada cor, cada folha, cada detalhe. Sua vida
jamais seria a mesma depois de ouvir os atabaques tocando para Iemanjá, a rainha do mar.
Recém-chegada ao Rio de Janeiro, a moça de pele branca e olhos azuis era católica e não tinha
qualquer relação com a cultura africana -- berço do candomblé. "Aparentemente, nada me
ligava tão fortemente à África. Nasci no Marrocos, país que deixei antes de completar dois anos
de idade, muito pequena para ter conservado qualquer lembrança. Mas meus pais, que eram
franceses, guardavam dessa terra uma imagem encantadora, que embalou toda a minha
infância", diz ela na apresentação de seu livro Awó - O Mistério dos Orixás (Editora Pallas).
Com o marido, o diplomata Jean Binon, Gisele morou em alguns países africanos -- como
Camarões e Chade -- e no final da década de 1950 estabeleceu-se no Brasil, quando Binon veio
assumir um posto na embaixada da França, no Rio de Janeiro. Foi aqui que ela sentiu "a
presença africana nas cores do povo, no gingar das mulheres andando pelas ruas, no cheiro do
dendê nas esquinas e na exuberância da música e das danças".
O convite para conhecer o terreiro de candomblé partiu de uma empregada, que era filha de
santo. Movida pela curiosidade e pelo interesse antropológico, Gisele dirigiu-se até a casa de
Joãozinho da Gomeia, famoso babalorixá (pai de santo), um Duque de Caxias, região
metropolitana do Rio. A inocente visita marcaria definitivamente a sua trajetória. "Aqui
encontrei a chave para a África", disse.
Gisele Cossard Binon nasceu em 1923 em Tanger, Marrocos, onde seu pai atuava como militar.
Sua família era católica, de classe média, republicana e culta. O pai era professor primário e a
mãe pianista do Conservatório de Música de Paris. Enviado para aquela ponta extrema da África,
2. na época um protetorado francês, na Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), seu pai acabou
fascinado pelo país e permaneceu por lá até 1925 -- quando retornou à França com a mulher e a
filha. Gisele não guarda lembranças daquele período, mas, segundo o pesquisador Michel Dion,
autor da biografia Omindarewá -- Uma francesa no Candomblé (Ed. Pallas), a suntuosa coleção
de objetos de arte que seus pais trouxeram daquele país africano, bem como suas histórias
fantásticas, constituíram para ela uma "interminável fonte de deslumbramento".
A eclosão da Segunda Guerra, em 1939, foi determinante para que ela ampliasse os seus limites.
Com o pai preso e deportado para a Alemanha, a família teve que abandonar a casa para fugir
do exército nazista de Hitler. Gisele entrou para a resistência francesa, onde atuou como espiã:
com sua bicicleta, atravessava as linhas do front ao sul de Paris e fornecia aos militares franceses
informações sobre as posições alemãs. Ela se lembra de ter passado muita fome nesse período.
No fim da guerra, em 1945, pesava apenas 42 quilos. Foi nesse nano que seu pai voltou da
prisão, a família restabeleceu-se e ela casou-se com Jean Binon.
Em 1949, Gisele partiu com o marido para uma estadia de oito anos pela África. Percorreu o
interior da República dos Camarões e descobriu uma iguaria impensável: peixe defumado no
azeite de dendê. Na travessia de um rio, viu africanos atirando moedas na água em sinal de
oferenda e achou tudo muito exótico. "Não entendia aquelas pessoas que faziam tudo diferente
de mim. O que se passa na cabeça de um africano? Pode-se dizer que essa questão é o ponto de
partida de toda a minha epopéia", relata em seu livro.
A consciência de que existia um outro mundo, outra forma de pensamento, que são paralelos ao
mundo ocidental, causou-lhe uma revolução interna. Descobriu a paixão pela caça -- mas Gisele
sempre preferiu atuar como rastreadora e seguir a pegada dos animais. Atravessou Oubangui,
Congo belga (hoje Zaire), Uganda, Kenia e Tanganyka e, em 1956, retornou à França.
[Omindarewá: primeira estrangeira a se tornar mãe de santo]
No Brasil
Quando Jean Binon foi nomeado para trabalhar na Embaixada da França, no Rio de Janeiro,
3. Gisele comemorou. Recém-chegada, não demorou a fazer amigos e aprender rapidamente o
português. Nos livros de Jorge Amado, descobriu a magia dos orixás. Quanto mais se inseria na
vida brasileira, mais sentia nela a presença africana. "As cestas trazidas da feira em cima da
cabeça; a música que está sempre presente em todos os lugares, nas ruas, nas lojas, na praia,
ritmada por tambores (...). E também porque todo mundo está sempre dançando", escreveu
Dion em sua obra.
Ao contrário de Jean Binon, que só andava com franceses e odiava o Brasil de forma
inexplicável, Gisele Cossard parecia cada vez mais integrada à nova realidade. Seus filhos
adaptaram-se rapidamente ao País, falavam português perfeitamente e jogavam futebol na rua.
Não tardou para que seu casamento entrasse em crise.
E foi naquela noite de dezembro, no terreiro de Joãozinho da Goméia, que ocorreu a grande
virada em sua vida. Quando o babalorixá soube que Gisele pertencia à Embaixada da França,
acolheu-a de modo especial. Ela lembra que ficou "fascinada" pela força de seu olhar. Os ogãs
começaram a tocar os atabaques para Iemanjá e, de repente, enquanto admirava a evolução da
dança, a francesa começou a se sentir estranha. "Pouco a pouco senti como um vazio no
estômago e fui parar no chão, praticamente sem consciência." A moça estrangeira havia "bolado
no santo" (quando o orixá "toma" a cabeça da pessoa, mostrando a todos os presentes que
aquela pessoa foi escolhida por ele e deve ser iniciada).
Ao acordar do transe, deitada em uma esteira, ouviu alguém lhe informar que fora escolhida
pelo orixá. A princípio, resistiu. "Tenho medo e não quero abandonar meus compromissos
diplomáticos", disse ao pai de santo. Meses depois, sofrendo com fortes dores de cabeça,
rendeu-se ao chamado de Iemanjá, procurou Joãozinho da Gomeia e iniciou-se no candomblé.
Após o período de 21 dias de recolhimento, nasceu para a nova vida. Seu nome não era mais
Gisele Cossard Binon. Passou a ser chamada de Omindarewá, que significa "água límpida".
A história de Cossard Binon explica, de certa forma, o sincretismo de nossa cultura, "de repente
representada não mais por uma divindade e, sim, por um ser humano", como escreveu certa vez
Jorge Amado, referindo-se ao conterrâneo de Gisele, Pierre Fatumbi Verger (nome dado ao
fotógrafo francês em 1953, na Áfricam e que significa "nascido de novo graças ao Ifá"). Assim
como ele recebeu o título de Ojuobá ("os olhos de Xangô") das mãos de Mãe Senhora
(autoridade máxima do terreiro Ilê Opô Afonjá), também a mulher do diplomata foi escolhida
pelos orixás para exercer um cargo de grande responsabilidade dentro do candomblé: o de
yalorixá (mãe de santo). Gisele foi a primeira mulher estrangeira a assumir esse posto no Brasil.
4. Hoje, aos 85 amos, é uma das personalidades mais influentes da religião afro-brasileira.
[A hipnótica dança de Ogum]
No terreiro
O início, porém, não foi nada fácil. "Joãozinho da Gomeia teve muita coragem quando decidiu
me iniciar -- preparar a minha cabeça para receber o orixá. Estava abrindo as portas do
candomblé para uma mulher a quem chamava de embaixatriz. "Eu não era embaixatriz, só
queria aprender. Foi difícil conquistar a confiança do grupo. Mas, com paciência, fui fazendo
amizades", relembra Omindarewá.
Em 1963, já iniciada, separou-se do marido e partiu para a França para defender uma tese sobre
candomblé na Sorbonne. Lá conheceu Pierre Verger, de quem se tornou amiga. Tentou levar
uma vida "normal", mas, não suportando a saudade, voltou ao Brasil em 1972 e foi trabalhar
como conselheira pedagógica do Serviço Cultural Francês.
Sem o apoio de seu babalorixá -- Joãozinho da Gomeia falecera um ano antes de seu regresso --
Omindarewá manteve-se afastada dos terreiros. Porém, mais uma vez, o chamado do orixá foi
mais forte. Em 8 de dezembro de 1973, Gisele sofreu um grave acidente de carro. Desenganada
pelos médicos, foi levada por Pierre Verger à casa de Balbino Daniel de Paula -- Balbino de
Xangô, iniciado no Opô Afonjá, terreiro de Joãozinho da Gomeia -- que se propõs a ajudá-la. "Ele
(Balbino) trouxe alguns de seus iniciados e ficou comigo em Santa Cruz da Serra, no Rio de
Janeiro, na casa que eu acabara de comprar. Onze dias depois do acidente, era o meu
aniversário de iniciação e ele fez questão de preparar as oferendas para Iemanjá. Mesmo
estando eu gravemente acidentada, sem poder me mexer, sem poder andar, meu orixá veio,
dançou em meu corpo e Balbino encantou-se com ele. Nossa ligação se estreitou e ele acabou
sendo meu segundo babalorixá", lembra.
Durante alguns meses, Balbino de Xangô ajudou Gisele a desenvolver o seu terreiro Ilê Axé Atara
Magba, em Santa Cruz da Serra. O terreiro de Omindarewá passou a funcionar a todo vapor,
apesar de muitos desconfiarem de sua legitimidade. "Fui discriminada por ser branca e
estrangeira", diz. O escritor Antonio Olinto, em seu texto para a orelha do livro de Gisele,
escreve a respeito da presença de estrangeiros no candomblé: "Há aspectos da religião dos
5. orixás no Brasil que surpreendem pelo ineditismo. (...) Num congresso organizado em São Paulo
pelo babalorixá Jamil Rached -- e pelo nome árabe do pai de santo já se pode ficar surpreendido
-- apareceu um grupo de japoneses, com roupas de santo. Logo depois surgiu uma casa muito
animada: a de Giuseppe, italiano, que dança como ninguém".
Candomblé e a classe média
O candomblé tem raízes milenares e chegou ao Brasil pelas mãos dos escravos africanos trazidos
pelos portugueses. Foi proibido e considerado crime até 1946, mas sobreviveu às perseguições e
às inúmeras tentativas de extermínio. Por ser associado aos negros, permanece envolto em
preconceitos. Apesar disso, a iniciação de brancos e estrangeiros no candomblé praticado no
Brasil não é fenômeno recente. Apesar de sua matriz africana e negra, a religião adaptou-se ao
sincretismo para sobreviver no novo continente. "O candomblé é uma religião aberta. O destino
das pessoas é predeterminado pelos orixás e não pela cor da pele", diz Omindarewá. Giuseppe,
o italiano que virou pai de santo, concorda: "Desde a Itália eu achava que toda religião devia ter
dança. Quando cheguei ao Brasil e vi a dança dos orixás, disse logo: 'esta é a minha religião'".
O Brasil é o país com a maior comunidade católica do mundo. Mais de cem milhões de
brasileiros declaram-se católicos. Muitos deles, contudo, acreditam também nos orixás,
consultam os búzios, participam de ebós (trabalhos espirituais) e fazem oferendas. Isso talvez
explique o fato de os terreiros estarem sempre cheios, embora os candomblecistas respondam
por índices muito baixos nos censos sobre religião no País. Estudos mostram que a classe média
não admite publicamente sua crença no candomblé. "Há um estigma de que declarar a fé no
orixá poderia prejudicar suas carreiras", afirma Mariza Soares, professora de história da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
O xirê
Atualmente, Omindarewá contabiliza mais de 400 filhos-de-santo. Um de seus primeiros
iniciados é Mário Fernandes Filho, conhecido como Babatonican ou Pai Mário de Ogum. Ele é o
babalorixá à frente do Ilê Axé Ifé Ogum Oraminan, terreiro localizado na cidade de Campinas,
interior de São Paulo. Apesar de ser pai de santo há muitos anos e de ter casa aberta, Pai Mário
ainda não havia recebido o deká -- um direito transmitido que delega, oficialmente, a
autoridade para que a pessoa possa exercer o cargo mais alto do candomblé. Depois de receber
o deká das mãos de sua mãe de santo, ele poderá, finalmente, "raspar", ou seja, iniciar seus
próprios filhos.
.
6. Por isso, o terreiro de Pai Mário de Ogum estava lotado de fiéis e visitantes na noite em que
Omindarewá entregou o deká ao homem que aprendeu com ela os segredos do candomblé. Em
uma cerimônia hipnotizante, os fiéis, de roupas brancas e batas africanas, dançaram em círculo
e cantaram para Ogum, depois para Oxóssi e assim por diante, até que todos os orixás tivessem
sido invocados. Omindarewá aproximou-se de Pai Mário, que estava sentado em um trono de
madeira, e lançou alguns búzios aos seus pés; imediatamente, Pai Mário "recebeu" Ogum. Ele
deu início à sua dança frenética e os fiéis saudaram o orixá com seu grito de guerra: "Ogunhê
Patakori!". Logo, Iemanjá e Iansã também deram o ar da graça. A emoção no terreiro foi geral.
.
Após algum tempo Ogum se foi. Omindarewá entregou os objetos sagrados ao seu filho,
oficializando o deká. Pai Mário de Ogum estava, finalmente, autorizado a dar continuidade ao
trabalho de Gisele Cossard. Os fiéis então se abraçaram, partilharam a comida oferecida pelo
orixá e beberam o aluá -- bebida sagrada feita de milho fermentado. A francesa e os seus
seguidores reproduziram, naquele momento, uma pequena África em solo brasileiro.
[ Publicada originalmente na revista Brasileiros, edição 16, em novembro de 2008. O texto é de
minha autoria e as fotos são de Adriano Rosa ].
7. Por isso, o terreiro de Pai Mário de Ogum estava lotado de fiéis e visitantes na noite em que
Omindarewá entregou o deká ao homem que aprendeu com ela os segredos do candomblé. Em
uma cerimônia hipnotizante, os fiéis, de roupas brancas e batas africanas, dançaram em círculo
e cantaram para Ogum, depois para Oxóssi e assim por diante, até que todos os orixás tivessem
sido invocados. Omindarewá aproximou-se de Pai Mário, que estava sentado em um trono de
madeira, e lançou alguns búzios aos seus pés; imediatamente, Pai Mário "recebeu" Ogum. Ele
deu início à sua dança frenética e os fiéis saudaram o orixá com seu grito de guerra: "Ogunhê
Patakori!". Logo, Iemanjá e Iansã também deram o ar da graça. A emoção no terreiro foi geral.
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Após algum tempo Ogum se foi. Omindarewá entregou os objetos sagrados ao seu filho,
oficializando o deká. Pai Mário de Ogum estava, finalmente, autorizado a dar continuidade ao
trabalho de Gisele Cossard. Os fiéis então se abraçaram, partilharam a comida oferecida pelo
orixá e beberam o aluá -- bebida sagrada feita de milho fermentado. A francesa e os seus
seguidores reproduziram, naquele momento, uma pequena África em solo brasileiro.
[ Publicada originalmente na revista Brasileiros, edição 16, em novembro de 2008. O texto é de
minha autoria e as fotos são de Adriano Rosa ].