2. O percurso da Arte CristãO percurso da Arte Cristã
A Arte e os Anjos
3. O que é arte para a Igreja?O que é arte para a Igreja?
A arte em si faz parte das ciências humanas, a faculdade
que estuda o homem, na sua complexidade e na sua
singularidade.
Já a arte cristã tem o objetivo de levar o homem a Deus,
seja pela sua simplicidade ou pela sua imponência, mas
sempre na gratuidade e na espiritualidade.
A arte participa e coopera na verdade, na bondade e na
beleza, estabelecendo uma relação especial entre o
Criador e a criatura, o humano e o divino, o homem e
Deus.
Documentos: Concilio Vaticano II, Sacrosactum
Concilium, Catecismo da Igreja Católica entre outros
documentos da Igreja.
4.
5. O que é Arte ReligiosaO que é Arte Religiosa e Artee Arte Sacra?Sacra?
6. A Arte Sacra é feita para a liturgia, para o culto divino, que estimula a
vida espiritual dos fiéis, ajudando-os a participar do ritual. Uma vez que
somos convidados a participar da Ceia espiritual e da Palavra.
Já o artista que cria as esculturas de santos, os retábulos pintados, os
afrescos, os vitrais, os ornamentos das igrejas produz na verdade a Arte
Religiosa e seu trabalho deve incentivar os fiéis a entrarem em
meditação e comunhão durante o culto divino.
Porém a Arte Religiosa reflete a vida individual do artista, reflete
algumas virtudes ou valores do cristão, do homem e da mulher como o
amor, a submissão, a fé, a esperança, o temor, a beleza e a adoração.
7. Arte Sacra e Arte ReligiosaArte Sacra e Arte Religiosa
Dentro da igreja, capela ou oratório:
Arquitetura e bens integrados;
Vitrais, portas, pisos, mosaicos, azulejos;
Altar-mor, altares laterais, capelas e cripta;
Cúpula, absides, nave;
Afrescos, mosaicos, quadros e ícones;
Santos: terracota, madeira, mármore, bronze
ou prata;
Mobiliários diversos para o culto e para
decoração;
Sacras, alfaias e paramentos.
8. Principais períodosPrincipais períodos
Arte Antiga Mesopotamia: Suméria, Assíria,
Babilônia e Persa;
Arte Egípcia;
Arte Celta (Irlanda) e dos povos Germânicos
(Alemanha – pré românica - Bárbaros);
Arte Minóica (Ilha de Creta);
Arte Fenícia;
Arte Etrusca;
Arte Grega;
Arte Helenística;
Arte Romana e Arte Paleocristã (início da igreja
cristã primitiva).
9. Arte da Europa (Cristã)Arte da Europa (Cristã)
Arte helenística (romanos) – arquitetura e
cerâmica;
Arte Bizantina (cristã oriental – Constantino);
Arte Românica;
Arte da Idade Média – Gótico (Itália e França);
Arte Renascentista – Capital do Renascimento
(Florença-Italia);
Arte Maneirista (Itália);
Arte Barroca e Rococó (Itália, Espanha,Alemanha
e Portugal) – Arte da Contrareforma protestante;
Arte Neoclássica (Itália,Alemanha e outros);
Arte Moderna e Contemporânea.
10. Arte Sacra e ReligiosaArte Sacra e Religiosa
Amor sacro e AmorAmor sacro e Amor profanoprofano
11. IconografiaIconografia
A utilização de sistemas simbólicos está
naturalmente ligada ao dia-a-dia da Humanidade,
desde muito cedo.
Símbolos e ícones podem assumir um significado
diferente mediante o contexto do objeto ou local
em que se encontra, ou da pessoa que o vê, mas
que, habitualmente, é relativamente homogêneo.
Às vezes são arbritários ou convencionados pela
sociedade.
12. Mas,Mas, afinalafinal, o que é um Ícone?, o que é um Ícone?
Ícone [ˈikun(ə)] - nome masculino - Do grego eikón, «imagem», pelo
latim icŏne-, «idem»
1. Imagem pintada daVirgem, dos santos e anjos ou de cenas bíblicas,
usada principalmente nas igrejas orientais católicas ou nas igrejas
ortodoxas.
2. Signo que mantém com o seu referente uma relação natural de
similitude.
3. Pessoa, fato ou coisa capazes de evocar e representar determinado
movimento, período, atividade, etc.
4. Símbolo que, numa interface gráfica, representa uma função ou um
documento que o utilizador pode selecionar.
13. O ícone substitui a mensagem escrita,O ícone substitui a mensagem escrita,
transmitindotransmitindo--a eficazmente por meio dea eficazmente por meio de
uma representação pictórica.uma representação pictórica.
14. DiferençasDiferenças
Iconografia: estudo e descrição das
imagens, quadros, bustos, pinturas antigas e
modernas.
Iconologia: estudo e interpretação de
imagens, monumentos antigos, figuras
alegóricas e seus atributos.
15. A Iconografia CristãA Iconografia Cristã
Derivada do Judaísmo, em que
tradicionalmente, se proíbem as
representações iconográficas de Deus, o
cristianismo é a única das três religiões
monoteístas que admitem imagens em sentido
pleno, onde tornou-se possível a ideia de
materializar a Divindade.
Isto acontece a partir da ideia de Encarnação
de Deus na figura de Jesus Cristo, revertendo
assim, a tendência iconoclasta da religião.
16.
17. A Iconografia dos SantosA Iconografia dos Santos
Podemos distinguir a figura santa por
dois aspectos fundamentais:
As suas características – aspecto físico e
indumentária;
Os seus atributos – elementos de vários
tipos que se relacionam geralmente com a
sua condição, profissão, história de vida ou
de martírio.
19. OrigemOrigem
A ideia da existência de seres que fazem a mediação entre a Divindade
e as suas criaturas não é uma invenção judaica-cristã, mas floresce com
os primeiros brilhos da antiguidade. A figura do anjo não tem origem no
mundo religioso ocidental, mas nas religiões do Oriente Médio, onde
encontra os religiosos com desenvolvimento na Pérsia, no Egito e Ásia
Menor, com os povos acadianos,babilônicos e assírios.
As criaturas aladas ágeis dos gregos vêm do Oriente Próximo. O
Cristianismo iconograficamente herdou toda essa sabedoria antiga e fez
dela uma categoria muito complexo, que também mudou ao longo do
tempo. Segundo a teologia cristã, os anjos são espíritos puros,
incorpóreos e imateriais.Cada anjo é especificamente diferente.
O fato de que eles foram proferidos na Bíblia ou nomes de vários anjos
testemunha, por um lado a sua pluralidade e por outro a sua
individualidade. Se Deus ordenou homens em raças, tribos, nações,
famílias, os mesmos parecem ter ocorrido para todas as suas criaturas
mais perto. As Sagradas Escrituras mencionam nove ordens de anjos
diferentes. A razão é que há de fato um diferente grau de perfeição e
uma função diferente ou missão de traços individual, incluindo anjo e
anjo.
22. A Igreja reflete sua herarquia terrestre como a
aquela celeste, exercitando o mesmo poder
da purificação (sacerdotes), iluminação
(bispos) e perfeição (cardiais). Existindo então,
uma harmonia entre a Terra e o Céu, entre a
Igreja Militante e a Igreja Triunfante.
As hierarquias também são conhecidas como:
Coro, Exército, Categorias angélicas e outros.
A mais antiga é o Coro dos Anjos.
24. Os Serafins, são os mais próximos de Deus, a
origem do nome vem do hebraico “saraph” –
literalmente significa “queimam – bruciare,
ardere”, “Aqueles que ardem”, na iconografia
aparecem com as seis asas.
A descrição é dada pelo profeta Isaías:
“Ao seu redor havia serafins; cada um deles
tinham seis asas: Com duas cobriam o rosto,
com duas cobriam os pés e com duas
voavam.” Is 6,2.
Para São Tomás de Aquino, em sua Summa
Theologica escreve que os Serafins são a
imagem da Caridade, por estarem próximos a
Deus, possuem esta chama.
25. Os Querubins (o nome deriva de Kerub) estudam
sobre sua origem (talvez assíria). O significado do
nome é: “Efusão da ciência” e “Aqueles que pregam,
que abençoam”.
Estão presentes na Bíblia:
Gn 3,24:“Caça o homem do Jardim do Eden”;
Ex 25, 18-20:“Instrui Moisés a fazer a Arca da Aliança”.
São a Inteligência Divina. São azuis, frios e com uma luz
puríssima que contemplam e glorificam a Deus. Eram
comandados por Lúcifer – antes da revolta.
Iconograficamente aparecem com 4 asas que diferem
dos Serafins com as bordas das asas em vermelho, são
azuis com amarelo/ouro, as asas cobrem os olhos e ao
canto são rodeados com estrelas.
26. Os Tronos, são nominados por São Paulo na
Carta aos Colossenses (Cl 1, 15-16).
“Ele [Cristo] é a imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação: “Porque nele
foram criadas todas as coisas nos céus e na
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam Tronos,
Denominações, Principados e Potestades”.
Na iconografia aparecem segurando
(apoiam) um trono e são conhecidos como
“Os porteiros de Deus” – não possuem o
apego pelas coisas terrenas.
28. As Dominações de acordo com Dionísio
significam uma “elevação ilimitada para com
aquilo que está acima e livre de todas as
coisas terrenas”.
Sua função é a luta por excelência, ao
senhorio. Eles são responsáveis pelo governo
dos governantes, aconselhá-los e protegê-los,
iluminando-os.
Exercem a função de “Ministros de Deus”,
dominam também as outras ordens angélicas
para fazer a vontade do Criador.
29. As Virtudes, são aqueles que apontam a coragem
poderosa e energia semelhante a Deus e
estabelecem a frente daqueles que estão abaixo
deles para cobrirem com a virtudes.
Ajudam os heróis para levar a luta para o bem, dar
o dom dos milagres. Eles seriam “anjos do zodíaco”
no sentido de que governam o movimento dos
corpos celestes.
Possuem a missão de remover os obstáculos e são
considerados Anjos fortes e viris. A iconografia é
incerta: representado com lírios ou rosas, este
Coro muitas vezes é retratado no ato de ajudar
almas.
30. As Potestades, longe de degenerar em tirania, guiam
aqueles que estão abaixo deles ao Poder Supremo.
Eles têm a tarefa de guardar as fronteiras do
supremo Céu, porque são a maior classe e o
primeiro a ser criado. São no total de 144.000.
Deles, há o anjo que lutou contra Jacó e aparece a
Jesus no Getsêmani, embora de acordo com os
outros o que deve ser identificado com Gabriel.
Eles se opõem os demônios e espíritos do inferno.
A iconografia deles é de cor verde e recobertos
com uma armadura. São anjos guerreiros por
excelência.
33. Os Principados, o estatuto privilegiado para
abordar o Príncipe dos Príncipes e servem para
guiar os outros de uma maneira principesca.
São os protetores das religiões, das cidades, das
nações e dos povos. Protege os ritos e os cultos.
Em termos de vida real, são a ponte entre o que é
material e o que é espiritual, filosoficamente são
uma ponte entre a essência e a manifestação.
Na iconografia são descritos como soldados e
guerreiros armados com espadas, muitas vezes
sentado no trono, às vezes vestidos com vestes
diaconais e mantêm um lírio florescido na mão.
34. Os Arcanjos, são os líderes dos mensageiros e
são os únicos que sabem os nomes e as
informações.
São eles os católicos: Miguel (Quem como
Deus, usa a lança que luta contra o demônio),
Rafael (A cura de Deus) e Gabriel (Poder de
Deus).
Para o oriente Gabriel (poder civil), Rafael
(poder religioso) e Miguel (poder militar).
Outros Arcanjos: Uriel (Fogo de Deus), Salatiel
(Intercessor de Deus), Jegudiel (Glorificador
de Deus), Baraquiel (Benção de Deus) e
Jeremiel (Exaltação de Deus).
35. Os anjos são aqueles que estão mais próximos à Terra e são os
últimos da hierarquia. O nome deriva do grego angelos
(anunciadores) e traduzindo do hebraico malach.
Anjos guardam a entidades individuais: os humanos, os animais, os
vegetais, os minerais. Executam a vontade divina e guardam os
homens durante a sua vida terrestre.
São os anunciadores como o Arcanjo Gabriel (Anunciou à Maria), os
musicistas que cantam e soam a harmonia celeste.
Sanctus ! Sanctus ! Sanctus !
O mais conhecido é o Anjo da Guarda, por estar próximo dos
humanos e segundo a tradição cada ser humano tem um ao nascer e
este tem a missão de protegê-lo do mal até onde a ordem divina o
permita, fortalecendo corpo e alma e inspirando-a à prática das boas
ações.
Outro é o Anjo do Senhor que aparece muitas vezes nas passagens
bíblicas. E para alguns santos houve muita ajuda do Anjo Custódio, ou
seja, o anjo que ajuda a pessoa no caminho semelhante ao Anjo da
Guarda.
36. CuriosidadesCuriosidades
O filme “Cidade dos anjos” de 1998, com Nicolas
Cage e Meg Rian. Paradoxo devido a um anjo que
se apaixona pela sua protegida e quando torna-se
humano ela morre. O ponto crucial é analisar o
“Livre Arbítrio” e a cor das vestimentas dos anjos.
Nada convencional.
Os anjos barrocos, são crianças sem asas,
bochechudos, gordinhos, alegres, andam em grupo
e estão por toda a Igreja.
Alguns geralmente carregam os símbolos da
Paixão de Cristo, os anjos adultos e outros ajudam
os santos com seus êxtases como Santa Teresa
D´Avila (santa espanhola), Santa Francesca
Romana, São Mateus.
38. ReferênciasReferências
Material produzido para a aula de Método de
Iconográfico Cristão – Profª Barbara Aniello
(Gregoriana – Roma).
Material produzido pelo Pe. Helcimar Sardinha
(Niterói – RJ).
Spadacini I. e Stanzione M., Gli Angeli e l’Arte, Tau
editrice,Todi, 2010.tradução (Os Anjos e a arte).
Angeli, volti dell’Invisibile, a cura di Geretti A. e Castri S.,
Allemandi, Torino, 2010. tradução (Anjos, vultos dos
invisíveis).
39. AgradecimentoAgradecimento
Agradeço a todos que estão aqui por
permitirem que eu partilhasse um pouco
daquilo que tanto me inspirou a buscar um
maior aprofundamento: A arte religiosa e a
espiritualidade da obra de arte.
Fernandes Elias Junior
Estudante de História e Bens
Culturais da Igreja, na Pontifícia
Universidade Gregoriana, Roma.
Contato:
fernandespjcom@gmail.com